07.08.2019 Views

RCIA - EDIÇÃO 169 - AGOSTO 2019

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

A CRISE<br />

Para isso, além da qualidade musical<br />

e empenho do Mestre Regente<br />

e dos músicos, contávamos também<br />

com o importante apoio dos Comandantes<br />

que consideravam a banda o<br />

“cartão de visitas do Batalhão”, uma<br />

espécie de Relações Públicas. Neste<br />

período que engloba os anos 60<br />

e 70, era comum os ensaios serem<br />

frequentados por músicos, compositores<br />

e simpatizantes. As retretas aos<br />

domingos, amplamente divulgadas,<br />

tinham sempre grande número de<br />

apreciadores. Foram anos áureos.<br />

Com a extinção do quadro de músicos,<br />

as bandas de todas as unidades<br />

da Polícia Militar entraram em crise e<br />

perderam muito espaço. Com o efetivo<br />

reduzido, dividem suas atividades<br />

com o policiamento de rua. Em Araraquara,<br />

no 13º BPM/I, atualmente<br />

sob o comando do Ten. Cel. Adalberto<br />

José Ferreira, a banda que é dirigida<br />

pelo 1º Sgt. Luis Fabiano Ribeiro<br />

conta como número insuficiente de<br />

apenas 10 músicos.<br />

RELAÇÕES PÚBLICAS<br />

Em 1971, Araraquara sediou o “Torneio<br />

de Consolação” do VI Campeonato<br />

Mundial Feminino de Basquetebol.<br />

As seis equipes que não se classificaram<br />

para o turno final, vieram a nossa<br />

cidade para disputar do 8º ao 13°<br />

lugares, na classificação final entre todas<br />

as seleções que desembarcaram<br />

no Brasil e que também disputavam<br />

concomitantemente em São Paulo.<br />

Então, aqui estavam as seleções dos<br />

O 147° aniversário da cidade (22/08/1963), a banda descendo a Rua 9 de Julho<br />

Estados Unidos, Austrália, Canadá,<br />

Argentina, Equador e Madagascar.<br />

O torneio organizado pela Federação<br />

Internacional de Basquetebol e Confederação<br />

Brasileira de Basquetebol<br />

foi disputado no recém inaugurado,<br />

Ginásio de Esportes Castelo Branco<br />

– Gigantão, de 22 a 27 de maio. Nessa<br />

circunstância, coube à Banda do<br />

13º BPM/I, executar antes dos jogos,<br />

o hino nacional das equipes. Tínhamos<br />

todas as partituras, exceção feita<br />

à Madagascar, devido a sua recente<br />

independência da França em 1960.<br />

Então o Mestre Regente, Subten. Sobrinho,<br />

escalou os músicos 3º Sgt.<br />

Etevaldo Barbosa Adorno, Cb. Pedro-<br />

Pollis e eu (3º Sgt. Juraci Brandão de<br />

Paula), para conseguirmos o hino.<br />

Fomos então ao Hotel Uirapuru, na<br />

avenida Portugal, onde estava hospedada<br />

a delegação malgaxe e com o<br />

meu inglês de principiante descobrimos<br />

que eles também não tinham as<br />

partituras. Entretanto um deles sabia<br />

tocar piano, o que nos ajudou muito.<br />

Fomos todos até a Rádio Cultura, ainda<br />

na Av. Espanha, e o membro da<br />

comitiva malgaxe tocou a melodia do<br />

hino no piano cedido pela emissora.<br />

Ouvimos, escrevemos a parte e de<br />

Amir Spínola e Sua<br />

Orquestra em 1965 na<br />

Nipo Brasileira: Zaga,<br />

Marcos, Nivaldo Dal-Ri,<br />

Amir Spínola (Mizinho),<br />

Ariovaldo Spínola (Tio<br />

Vado), Délio Souza<br />

Oliveira, Pedrão,<br />

Jura, Antônio Ramos,<br />

Arnaldo Delboni,<br />

Tocantis, Biroca,<br />

Bidinho, José Maria e<br />

Bento Luiz Nogueira<br />

volta ao quartel fizemos a distribuição<br />

de vozes, baixo e harmonia.<br />

Deu certo e ainda naquela mesma<br />

noite tocamos o hino antes do jogo da<br />

equipe de Madagascar. Então, durante<br />

o torneio, as atletas e toda a delegação<br />

malgaxe puderam ouvir pela<br />

primeiríssima vez o hino do seu país<br />

em terras estrangeiras, coisa que, segundo<br />

eles, não aconteceu em outras<br />

cidades onde jogaram.<br />

Ficaram todos muito emocionados<br />

e agradecidos. Estabelecemos então<br />

um laço de amizade e durante a semana<br />

que estiveram em Araraquara,<br />

era comum a presença dos alegres<br />

e simpáticos membros da delegação<br />

de Madagascar nos nossos ensaios.<br />

Chegavam no Corpo da Guarda do<br />

Quartel e nem se identificavam mais.<br />

Entravam e iam direto para a sala da<br />

BRM. Já eram considerados da casa.<br />

BENEVOLÊNCIA<br />

Fomos tocar na cidade de Jales, e<br />

lá, o 1º Sgt. Hernani encontrou numa<br />

praça, uma jovem chorando desesperada.<br />

A garota havia sido colocada<br />

para fora de casa porque seus<br />

pais não aceitavam sua condição de<br />

solteira grávida. O Sgt. Hernani não<br />

teve dúvidas. Trouxe a jovem para a<br />

sua casa em Araraquara, arcando<br />

com todas as despesas dos exames<br />

pré-natal e alimentação. Ao mesmo<br />

tempo negociava com a família, o seu<br />

retorno. Após o parto, os pais, agora<br />

também avós, vieram buscara filha e<br />

a criança. Poucos na banda ficaram<br />

sabendo. Não é fácil ver coisas como<br />

essa . . .<br />

CONTINUA NAS PÁGINAS SEGUINTES<br />

|72

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!