RCIA - EDIÇÃO 169 - AGOSTO 2019
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TEM GATO, OU MELHOR,<br />
SABÃO NA TUBA<br />
Era aniversário de Ribeirão Bonito.<br />
Pela manhã tocamos no desfile,<br />
guardamos os instrumentos num armazém<br />
típico de secos & molhados<br />
e fomos almoçar. À tarde, no Estádio<br />
Municipal, durante uma apresentação<br />
do canil do Batalhão, fizemos<br />
o fundo musical, como de costume.<br />
Em seguida houve jogo de futebol. À<br />
noite fizemos uma retreta na praça<br />
e retornamos para Araraquara. Logo<br />
percebi que a sonoridade do meu<br />
instrumento não era a mesma, mas<br />
acabei me acostumando. Um ou dois<br />
meses depois, estávamos nos preparando<br />
para o desfile de 22 de agosto,<br />
aniversário de Araraquara. Então tirei<br />
a campana, os pistos e molas do instrumento,<br />
para limpeza, lubrificação<br />
e posterior polimento. Enchi suas curvas<br />
de água, chacoalhava bastante<br />
e jogava a água fora. Na segunda<br />
vez que repeti o processo, notei que<br />
a agua saiu com alguma espuma.<br />
Nas vezes seguintes aumentava a<br />
espuma, até que saiu uma barra de<br />
sabão de cinza caseiro. Algum amigo<br />
da onça gozador colocou aquele sabão<br />
no meu instrumento lá naquele<br />
armazém em Ribeirão Bonito. É claro<br />
que não abri a boca.<br />
TALHERES, COPOS & CIA<br />
Conjunto Sete<br />
Bossas: João Tocantis,<br />
Demercil de Souza<br />
Oliveira (Biroca),<br />
Alcebíades Spínola<br />
Filho (Bidinho), Luiz<br />
Gonzaga da Silva<br />
(Zaga), Pedro Pollis<br />
(Zarur), Marcos e<br />
Juraci Brandão de<br />
Paula, na Nipo em<br />
1965 Sgt. Juraci Brandão de Paula e o Cb.<br />
Antônio Joaquim Filho, na sala de ensaio<br />
da BRM<br />
1965. Havíamos terminado um<br />
baile na Nipo, com o Amir Spínola e<br />
Sua Orquestra. Era o primeiro baile da<br />
orquestra e também o primeiro baile<br />
da gestão do Mario Takeshi Takatsui<br />
(Mário Fuji), o mais jovem presidente<br />
da Nipo, eleito com 19 anos de idade.<br />
Fim de baile, no palco só estávamos<br />
o Pedrão (baixo) e eu (guitarra),<br />
acabando de guardar os respectivos<br />
instrumentos e aparelhos. Os demais<br />
músicos já estavam saindo do clube,<br />
quando um entre eles gritou: “Pedrão,<br />
por favor pegue o estojo do tenor que<br />
ficou no palco”. Quando o Pedrão tentou<br />
levantar o estojo, intencionalmente<br />
destravado, ele se abriu e espalhou<br />
pelo palco copos, talheres e outros<br />
Um reencontro na sede do Batalhão 56 anos<br />
depois: Ten. Pollis, Ten. Gonzaga, Sgt. Juraci<br />
(nosso redator), Ten. Melchisedec e 1° Sgt.<br />
Ribeiro (atual regente da banda)<br />
bichos ferozes. O garçom que estava<br />
próximo ao palco não disse uma<br />
palavra. Mas nem precisava. Bastou<br />
seu olhar de espanto e reprovação.<br />
O Pedrão e eu muito envergonhados,<br />
não sabíamos onde enfiar a cara. Só<br />
me lembro dele com cara de tacho<br />
repetindo seguidamente: “Esse estojo<br />
não é meu... esse estojo não é meu”.<br />
E o pessoal da orquestra se matando<br />
de rir na frente do clube. Para eles,<br />
uma tremenda festa. Para nós, baita<br />
fria. Durma com um barulho desse...<br />
Essas experiências vividas foram<br />
contadas pelo amigo Ten. Pedro Polis<br />
e eu, na sua casa, e não faltaram os<br />
petiscos e bebidas servidos pela sua<br />
gentil esposa Geni.<br />
Ten. Cel. Adalberto José Ferreira e a<br />
esposa Ana Lúcia Vancetto Ferreira, ele<br />
comandante do 13° BPM/I<br />
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