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<strong>REVISTA</strong> BRASILEIRA DE COMÉRCIO ELETRÔNICO<br />

Ano 09 Edição <strong>51</strong> | Junho 2019<br />

www.ecommercebrasil.com.br<br />

Marketplace<br />

ou banco?<br />

como o e-commerce vai além<br />

das lojas convencionais<br />

B2B<br />

Evolução,<br />

migração ou<br />

necessidade?<br />

BRASIL<br />

R$ 34,00<br />

Pricing<br />

Entenda a importância<br />

do princing para<br />

o seu e-commerce<br />

1 | E-COMMERCE BRASIL | 2019


02 | E-COMMERCE BRASIL | 2019


EVENTOS JUNHO/JULHO<br />

Acompanhe nossa agenda com os principais eventos do<br />

E-Commerce Brasil para o mês de junho e julho.<br />

Aqui você encontra webinars, cursos e eventos presenciais para se<br />

atualizar, fazer networking e debater o mercado de e-commerce no Brasil.<br />

JUNHO<br />

04.<br />

Webinar: “Como utilizar a antecipação de recebíveis para<br />

alavancar o seu negócio”<br />

11.<br />

Imersão em Gestão de E-Commerce / Edição São Paulo<br />

12.<br />

Webinar: “SLA: Service Level Agreement – Acordo de nível<br />

de serviço”<br />

25.<br />

Webinar: “O novo endereço do seu estoque: vizinho do<br />

seu cliente”<br />

27.<br />

Webinar: “Como a indústria pode entrar de forma rápida<br />

e assertiva no E-commerce?”<br />

JULHO<br />

03.<br />

Webinar: “B2B: Pontos de atenção na estruturação de uma<br />

operação de e-commerce”<br />

Clique e acesse os webinars: www.ecommercebrasil.com.br/cursos/webinars/<br />

16, 17 E 18 DE JULHO<br />

eventos.ecommercebrasil.com.br/forum<br />

2019 | E-COMMERCE BRASIL | 03


CORPO EDITORIAL<br />

#Edição<strong>51</strong> | Junho 2019<br />

EXPEDIENTE<br />

PUBLISHER<br />

Tiago Baeta<br />

DIREÇÃO DE ARTE / DIAGRAMAÇÃO<br />

Fabio Lody<br />

JORNALISTA RESPONSÁVEL<br />

Mariana Anselmo (MTB 0083858/SP)<br />

COLABORADORES<br />

Amanda Almeida, Amanda Santoro, Ana Jardim, Ana<br />

Mori, Antony Long, Bruno Imbrizi, Cynthia Prado,<br />

Daniela Senador, Daniel Hoe, Eduardo Oliveira,<br />

Fernanda Winck,Fernando Di Giorgi, Gabriel<br />

Padovani, Gustavo Silva, Letícia Lima, Márcio Cots,<br />

Mila Paes Leme,Nathalia Dorscheid, Patrícia Leka,<br />

Pedro Ivo Martins, Pedro Padis, René Abe, Stefan<br />

Rehm e Vanessa Ferraz.<br />

MARIANA ANSELMO<br />

Editora<br />

CAIO COLAGRANDE<br />

Jornalista<br />

EXECUTIVOS DO NEGÓCIO<br />

Rafael Ribeiro, Tiago Baeta, Vivianne Vilela<br />

DINALVA FERNANDES<br />

Jornalista<br />

ORGANIZAÇÃO<br />

Grupo iMasters<br />

A assinatura pode ser feita através<br />

da URL ou QRCODE:<br />

assine.ecommercebrasil.com.br<br />

GIULIANO GONÇALVES<br />

Jornalista<br />

NATHÁLIA TOREZANI<br />

Jornalista<br />

ENDEREÇO<br />

Oscar Freire, 2379 - Pinheiros, São Paulo - SP<br />

05409-012<br />

JÚLIA RONDINELLI<br />

Estagiária de jornalismo<br />

TELEFONE<br />

+55 (11) 3063 - 5941<br />

EMAIL<br />

mariana.anselmo@ecommercebrasil.com.br<br />

@Ecommerce_Br<br />

FABIO LODY<br />

Diretor de Arte<br />

EcommerceBrasil<br />

http://linkd.in/1Kjj6HC<br />

04 04 | | E-COMMERCE BRASIL | | 2019


EDITORIAL<br />

Esta é a edição do meio. O meio do planejamento de desenvolvimento pessoal e da<br />

sua área, da sua equipe. O meio. Neste ponto, eu e você paramos para avaliar o que<br />

já foi feito, o que não ficou tão bom e precisou ser ajustado; o que já foi conquistado.<br />

Aproveitamos também para avaliar as oportunidades que surgiram (ainda que não<br />

estivessem no escopo) através de um relacionamento mais próximo com cada cliente, de<br />

forma personalizada.<br />

Nesta edição, os colunistas nos propõem algumas reflexões. Pedro Padis nos questiona<br />

quais mercados precisam ser melhor explorados? Marcio Cots, em sua coluna, chama<br />

atenção para a gestão dos cookies que você capta e o como isso fica diante da Lei Geral<br />

de Proteção de Dados, que entrará em vigor em agosto do próximo ano. Mas o ideal é<br />

que você se prepare desde já, porque vai precisar investir em tecnologia e novas integrações<br />

para poder captar, guardar e usar os dados dos seus clientes – que poderão solicitar<br />

a exclusão destes dados da sua base.<br />

Já Fernando Di Giorgi leva o nosso olhar para o marketplace como modelo de negócios<br />

e quais as mudanças pelas quais ele deverá passar no ambiente do varejo/consumo. Anthony<br />

Long faz uma analogia maravilhosa com a capoeira, UX e o LTV do cliente, onde o lojista<br />

precisa ser ágil, leve, belo na dança e na batalha com cada cliente, que é único em cada<br />

interação que faz com a sua marca.<br />

Profissionais que fazem o e-commerce, como você, assumiram algumas páginas desta<br />

edição, gerando uma “grande conversa” sobre temas que fazem parte do dia-a-dia da<br />

operação. Temas estes que precisam ser melhor compreendidos por todos: pricing, criatividade<br />

baseada em dados, B2B, WhatsApp Business, CRM, transparência, marketplace<br />

e algumas missões quase impossíveis, mas que você, leitor, é capaz de cumprir com maestria.<br />

Ah, e o Caio conta um pouco do que vivemos e aprendemos durante o E-Commerce Week,<br />

que aconteceu no início de abril na sede da ONU em Genebra, na Suíça. Em um texto<br />

pessoal e reflexivo, ele transmite um pouco do que foi a nossa contribuição para propor<br />

uma nova conversa, perante representantes de 120 países. Já te adianto que o Brasil é uma<br />

referência internacional em conhecimentos e pode - e muito! - contribuir para a evolução<br />

do e-commerce ao redor do mundo.<br />

Aproveite o conteúdo e, se quiser sugerir ou comentar algo, sinta-se à vontade em me<br />

enviar um e-mail.<br />

Boa leitura!<br />

Abraços,<br />

Diretora Executiva - E-Commerce Brasil<br />

2019 | E-COMMERCE BRASIL | 05


CONTEÚDO<br />

Ano 09 Edição <strong>51</strong> | Junho 2019<br />

08.ENT<strong>REVISTA</strong><br />

Kati Suominen, formanda<br />

em Ciências Sociais<br />

e Relações Internacionais<br />

56<br />

14.B2B<br />

A transformação digital<br />

no B2B vai além da tecnologia<br />

16.ESTRATÉGIA<br />

Planejamento de vendas<br />

para atender o consumidor<br />

das novas gerações<br />

20.PLANEJAMENTO<br />

Quero um e-commerce<br />

igual ao da Amazon.<br />

Missão impossível?<br />

24.NOS BASTIDORES<br />

DO E-COMMERCE<br />

Ainda existem mercados a<br />

se explorar pela internet?<br />

26.M-COMMERCE<br />

M-commerce:<br />

como os smartphones<br />

estão mudando o<br />

e-commerce brasileiro<br />

30.MERCADO<br />

O que o Brasil pode<br />

ensinar - e aprender - com<br />

a experiência internacional<br />

no e-commerce<br />

34.DIREITO DIGITAL<br />

A gestão dos cookies e a<br />

nova lei geral de proteção<br />

de dados pessoais<br />

36.EXPERIÊNCIA<br />

DO CLIENTE<br />

O impacto da<br />

personalização e do uso<br />

de dados na experiência<br />

do consumidor<br />

40.CASE<br />

Fowler: a porta-voz<br />

da cultura suburbana<br />

do Rio de Janeiro<br />

46.LOGÍSTICA<br />

Entregas por lockers:<br />

remodelando as entregas<br />

e integrando o crescimento<br />

da logística urbana<br />

52.GESTÃO<br />

Verdade gera resultado: é<br />

preciso acreditar nos valores<br />

e na importância das relações<br />

dentro da empresa.<br />

62.B2B<br />

CAPA<br />

Marketplace ou banco?<br />

44.MARKETPLACE<br />

O marketplace em<br />

sinergia com o B2B<br />

Quatro dicas para<br />

vendas B2B online<br />

para consumidores<br />

64.MARKETING<br />

Segmentação, inteligência<br />

de dados e campanhas<br />

direcionadas:<br />

vantagens de anunciar<br />

no e-commerce<br />

66.CRM<br />

CRM: um ponto fraco<br />

ou um diferencial competitivo?<br />

70.PÁGINAS AZUIS<br />

Marketplace<br />

como negócio<br />

74.OMNICHANNEL<br />

Qual o real impacto<br />

do digital sobre<br />

o varejo físico?<br />

78.ATENDIMENTO<br />

AO CLIENTE<br />

A era do WhatsApp chega<br />

ao e-commerce<br />

80.B2B<br />

E-commerce B2B: evolução,<br />

migração ou necessidade?<br />

86.FRAUDE<br />

Análise de fraude reduz<br />

significativamente o impacto<br />

financeiro no e-commerce<br />

90.OMNICHANNEL<br />

Quebrando barreiras: use seu<br />

e-commerce também como<br />

vitrine para a venda da loja<br />

94.MARKETING<br />

Marketing digital para<br />

empresas prestadoras<br />

de serviço<br />

98.DADOS<br />

<strong>10</strong>2.B2B<br />

Criatividade baseada em dados:<br />

como gerar um pensamento<br />

mais original no marketing<br />

B2B & D2C:<br />

o e-commerce mudando<br />

a cadeia de distribuição<br />

<strong>10</strong>6.FUTURE SHOPPING<br />

E-commerce capoeira: quando<br />

LTV e US vivem na linha tênue<br />

entre dança e batalha<br />

1<strong>10</strong>.ESTRATÉGIA<br />

A etapa que você precisa<br />

entender para melhorar<br />

a performance do<br />

seu e-commerce<br />

114.PRECIFICAÇÃO<br />

Pricing, o grande<br />

“calcanhar de aquiles”<br />

118.DICAS DE LEITURA<br />

06 | E-COMMERCE BRASIL | 2019


O Seller Day agora é<br />

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DE EVENTO<br />

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UM EVENTO PROMOVIDO POR:<br />

2019 | E-COMMERCE BRASIL | 07


ENT<strong>REVISTA</strong><br />

O QUE O<br />

DESENVOLVIMENTO<br />

DO E-COMMERCE<br />

TEM A DIZER SOBRE<br />

OS PAÍSES EMERGENTES<br />

Por Júlia Rondinelli, para Revista E-Commerce Brasil<br />

Kati Suominen é formanda em Ciências Sociais<br />

e Relações Internacionais e, desde então, vem se<br />

especializando em economia política e assuntos<br />

internacionais. Há seis anos, ela fundou o Grupo<br />

Nextrade, empresa focada em pesquisa e análise<br />

de dados, que são usados para que governos, bancos<br />

e outras companhias entendam os problemas<br />

relacionados ao comércio. Outros assuntos que<br />

tangenciam as pesquisas são desenvolvimento<br />

econômico e digitalização.<br />

principais obstáculos para o crescimento do<br />

comércio eletrônico no Brasil?<br />

Kati Suominen: Muitos dos obstáculos têm a ver<br />

com o acesso ao financiamento, como empréstimos<br />

de capital de giro de rápido desembolso e<br />

financiamento comercial. Também as leis fiscais<br />

e os procedimentos alfandegários complicam o<br />

comércio eletrônico - e, em algumas partes do<br />

Brasil, o custo da banda larga.<br />

Eles fazem isso levantando ideias, formatos, novas<br />

políticas e produtos baseados em dados para criar<br />

índices, análises e soluções tecnológicas. Geralmente,<br />

esses produtos e informações são usados<br />

para auxiliar o desenvolvimento do comércio em<br />

países em desenvolvimento através do machine<br />

learning e da inteligência artificial.<br />

Nesta entrevista, Suominen fala sobre as dificuldades<br />

em desenvolver o comércio eletrônico em<br />

países emergentes, além das particularidades,<br />

êxitos e principais falhas. Tudo isso com base<br />

nos dados levantados pela Nextrade. A CEO vê o<br />

comércio eletrônico como uma alavanca para o<br />

desenvolvimento econômico e para a digitalização<br />

desses países.<br />

E-Commerce Brasil: Para você, quais são os<br />

E-Commerce Brasil: Sobre políticas e incentivos,<br />

o que os governos dos países latino-americanos<br />

podem fazer para incentivar o comércio eletrônico<br />

cross-border?<br />

Kati Suominen: Definitivamente, é preciso reformar<br />

os procedimentos aduaneiros e os processos<br />

de desembaraço de fronteira para facilitar a circulação<br />

do comércio. Por exemplo, os governos<br />

da América Latina poderiam, juntos, elevar os<br />

níveis mínimos na alfândega e ajudar os produtos<br />

de baixo valor de todos os países (que não<br />

fornecem receitas tarifárias de qualquer maneira)<br />

a passarem pelos impostos.<br />

Nos Estados Unidos, o mínimo é de US$800, ajudando<br />

os consumidores e as empresas americanas<br />

a importarem mercadorias com valor inferior a<br />

08 | E-COMMERCE BRASIL | 2019


US$800 sem ter que pagar tarifas. O governo também<br />

precisa melhorar o acesso ao financiamento<br />

do comércio.<br />

Outro exemplo: os governos poderiam ajudar a<br />

garantir empréstimos emitidos pelas FinTechs<br />

a empresas latino-americanas. Hoje, a maioria<br />

dos governos garante empréstimos emitidos por<br />

bancos, mas o financiamento bancário é difícil<br />

para as empresas terem acesso. Também é essencial<br />

permitir pagamentos transfronteiriços<br />

interoperáveis.<br />

E-Commerce Brasil: Existem várias oportunidades<br />

no comércio eletrônico, inclusive em relação<br />

ao comércio internacional. Os incentivos para<br />

esse tipo de comércio afetam diferentemente<br />

empresas, independentemente do tamanho?<br />

As oportunidades são igualmente distribuídas<br />

para elas?<br />

Kati Suominen: As grandes empresas têm facilidades,<br />

uma vez que têm acesso muito mais<br />

fácil ao capital, à capacidade dos funcionários e<br />

à logística competitiva. Mas vemos que as pequenas<br />

empresas que vendem online também têm<br />

muito mais probabilidade de exportar do que<br />

vendedores offline - estar no comércio eletrônico<br />

ajuda as pequenas empresas a exportarem, mas<br />

elas ainda enfrentam obstáculos maiores do que<br />

as grandes empresas.<br />

E-Commerce Brasil: Quais são as principais vantagens<br />

e desvantagens da internacionalização<br />

do comércio eletrônico nos países em desenvolvimento?<br />

Quais setores se saem melhor nesse<br />

processo?<br />

Kati Suominen: Para mim, há mais vantagens.<br />

Empresas e consumidores que compram online<br />

têm acesso a uma variedade maior de produtos a<br />

preços competitivos. Além disso, as empresas podem<br />

encontrar novos clientes no exterior. É claro<br />

que o e-commerce também força as empresas a<br />

2019 | E-COMMERCE BRASIL | 09


ENT<strong>REVISTA</strong><br />

competirem com mais afinco, já que agora seus<br />

concorrentes estão visíveis para seus compradores<br />

online. Isso pode parecer difícil, mas faz com que<br />

boas empresas sejam melhores.<br />

E eu encontrei pouca variação entre os setores...<br />

De certa forma, serviços como os de TI são mais<br />

fáceis de vender no exterior, pois não há logística<br />

cara, mas também há mais fornecedores.<br />

E-Commerce Brasil: Sobre a digitalização, como<br />

os países em desenvolvimento podem se inspirar<br />

nas práticas dos países desenvolvidos para atrair<br />

investimentos nessa área?<br />

Kati Suominen: Eu acho que os países desenvolvidos,<br />

e especialmente as empresas desses<br />

países, como Google e Facebook, estão investindo<br />

muito em trazer a Internet<br />

para o alcance<br />

dos países emergentes.<br />

Por outro lado, é claro,<br />

é importante que os países<br />

tenham boas leis<br />

para atrair empresas de<br />

tecnologia estrangeiras<br />

a investir em serviços<br />

digitais. Entidades<br />

como o Banco Interamericano<br />

de Desenvolvimento<br />

também<br />

estão investindo em<br />

digitalização na América<br />

Latina, por meio de<br />

empréstimos solicitados<br />

pelos países.<br />

E-Commerce Brasil: É positivo para o comércio<br />

eletrônico que os países emergentes estejam se<br />

desenvolvendo ao mesmo tempo que as tecnologias<br />

e o próprio comércio?<br />

Kati Suominen: Sim, em absoluto. Em meus dados,<br />

tenho a tendência de ver que todas as coisas<br />

boas correm juntas. Os países mais desenvolvidos<br />

tendem a ter mais comércio eletrônico, além de<br />

melhor logística, banda larga, níveis de habilidades<br />

e assim por diante.<br />

Não é por acaso que eles também são mais desenvolvidos<br />

e mais ativos no uso do comércio<br />

eletrônico. Em um estudo que realizamos, descobrimos<br />

que o Reino Unido tem <strong>10</strong> vezes mais<br />

e-commerce do que os países em desenvolvimento<br />

- e isso tem muito a ver com o alto nível de<br />

desenvolvimento econômico do Reino Unido e as<br />

boas regulamentações que incentivam negócios<br />

digitais e transações online.<br />

É claro que, em relação aos países em desenvolvimento,<br />

o Reino Unido começou muito antes<br />

a trabalhar o comércio eletrônico. Mas o Brasil,<br />

quando fazemos uma comparação, também é<br />

um mercado de e-commerce muito avançado.<br />

“Brasil é um mercado<br />

enorme, e as empresas<br />

podem encontrar<br />

grandes mercados<br />

em casa para vender”<br />

E-Commerce Brasil: A logística é um desafio<br />

global para o comércio eletrônico, mas é potencialmente<br />

problemática para alguns países em<br />

desenvolvimento. Que práticas já existem em<br />

países desenvolvidos que podem servir como<br />

exemplos para superar ou reduzir essas dificuldades<br />

com a logística na América Latina?<br />

Kati Suominen: Definitivamente, algum apoio do<br />

setor público para o famoso lastmile, especialmente<br />

para as áreas rurais. Isso foi fundamental<br />

<strong>10</strong> | E-COMMERCE BRASIL | 2019


para permitir o comércio eletrônico em zonas<br />

rurais da China. Novos investimentos e parcerias<br />

público-privadas em tecnologias de entrega para<br />

essa parte da logística também são essenciais.<br />

Além é, claro, de reformas nos sistemas postais.<br />

Podemos citar como exemplo Cingapura: a cidade<br />

se tornou um centro logístico do e-commerce<br />

asiático porque seu serviço de postagem (que é<br />

privatizado) investiu pesadamente em comércio<br />

eletrônico e logística. Agora, o investimento está<br />

valendo a pena, visto que a receita do serviço de<br />

postagem aumentou bastante. E é exatamente<br />

isso o que os países latino-americanos também<br />

deveriam fazer. Além do mais, isso criaria empregos<br />

nos serviços de entrega.<br />

E-Commerce Brasil: De acordo com a sua percepção,<br />

como o crescimento do comércio eletrônico<br />

afeta a economia e as relações entre comércio e<br />

sociedade nesses países?<br />

Kati Suominen: Na medida em que as empresas<br />

podem vender mais usando comércio eletrônico<br />

para aumentar suas margens e vendas e para<br />

expandir seus negócios, elas também podem contratar<br />

pessoas, criar empregos bem remunerados<br />

e criar parcerias com melhores prestadores de<br />

serviços - e tirar pessoas da pobreza. Estamos<br />

nos estágios iniciais da pesquisa para entender<br />

se e onde isso está acontecendo.<br />

E-Commerce Brasil: Quais são os obstáculos do<br />

comércio eletrônico cross-border no Brasil? Por<br />

que ele tem tanta dificuldade em se desenvolver?<br />

percentual de empresas que exportam e o tamanho<br />

do mercado. Em países pequenos como o Sri<br />

Lanka ou a Suécia, as empresas exportam porque<br />

precisam; em países grandes como o Brasil ou os<br />

EUA, eles já estão dentro de um mercado massivo<br />

e têm muitos compradores ao alcance - então o<br />

fator de pressão é menor. Para se ter uma ideia, a<br />

economia americana representa apenas 20% da<br />

economia mundial.<br />

E-Commerce Brasil: Como você vê a expansão da<br />

China nos mercados locais e em desenvolvimento?<br />

Ela representa um risco por se mover mais<br />

rápido e agressivamente do que eles?<br />

Kati Suominen: Provavelmente é uma coisa boa!<br />

O e-commerce está com tudo na China, e as empresas<br />

de tecnologia de lá estão muito avançadas.<br />

Empresas como a Alibaba podem ajudar empresas<br />

B2B da América Latina a ter acesso a suprimentos<br />

chineses e talvez, com o tempo, também a vender<br />

mais para a China e outros mercados.<br />

Ao mesmo tempo, é importante que a China e as<br />

suas empresas joguem de forma justa no comércio<br />

internacional. Ou seja, não façam coisas como<br />

subsidiar injustamente vendedores chineses ou<br />

subvalorizar apenas para obter mais participação<br />

no mercado. A China também precisa entender<br />

que é preciso permitir que as empresas de tecnologia<br />

estrangeiras tenham melhor acesso ao<br />

mercado chinês e protejam o IP das empresas<br />

estrangeiras.<br />

Kati Suominen: Eu acho que o brasileiro compra<br />

muito do mercado externo. Lidar com o mercado<br />

externo é mais difícil por causa dos custos de<br />

logística e prováveis diferenças de idioma. Além<br />

disso, o Brasil é um mercado enorme, e as empresas<br />

podem encontrar grandes mercados em<br />

casa para vender.<br />

Na economia do comércio internacional há uma<br />

relação negativa extremamente estreita entre o<br />

2019 | E-COMMERCE BRASIL | 11


Crie anúncios com<br />

microssegmentação nas<br />

marcas mais queridas<br />

O B2WADS está cada vez mais inteligente. Agora você<br />

pode criar anúncios em display para audiências segmentadas<br />

nas marcas B2W usando dados demográficos e informações<br />

sobre o comportamento de compra dos clientes.<br />

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12 | E-COMMERCE BRASIL | 2019


DROPS DO MERCADO<br />

Tray lança plataforma de e-learning<br />

Com objetivo de promover o conhecimento e certificar clientes e parceiros, a Tray lançou o e-Tray, sua<br />

plataforma de cursos. Baseado nos mais atuais sistema de e-learning, o e-Tray oferece aulas completas<br />

para cada etapa da criação de uma loja virtual, integrações com marketplaces e SEO, com foco nas funcionalidades<br />

oferecidas pela plataforma. Apresentados numa linguagem simples e interativa, os temas<br />

são fracionados em módulos e ministrados por especialistas da plataforma Tray. Esse é mais um item<br />

adicionado ao ecossistema do Sucesso do Cliente, pilar fundamental da empresa, que conta ainda com<br />

uma Central de Atendimento, Comunidade Tray e Escola de E-commerce.<br />

Yourviews te ajuda a medir a Satisfação dos consumidores com NPS<br />

A Yourviews, empresa de tecnologia com foco em coleta e exibição de reviews, ajuda varejistas a monitorarem<br />

o nível de satisfação dos consumidores com NPS - Net Promoter Score. A metodologia é mundialmente<br />

conhecida por determinar os clientes promotores, neutros e detratores da marca, auxiliando<br />

na tomada de decisão em programas de fidelidade, descontos exclusivos, brindes e outras ações que<br />

podem ser determinadas de acordo com o perfil de satisfação dos consumidores. A metodologia NPS<br />

atrelada à ferramenta de reviews é capaz de gerar uma visão inteligente do seu negócio, melhorando a<br />

operação de e-commerce, identificando se as ações de marketing estão dando certo e criando estratégias<br />

que ajudam a aumentar a recompra.<br />

Nestlé desenvolve e escala projetos nacionais e internacionais com uma solução<br />

customizada da Magento através da Wevbjump<br />

A Nestlé Health Science, marca com foco em pesquisas e desenvolvimento de terapias, acaba de migrar<br />

suas lojas online do Brasil e dos Estados Unidos para a plataforma Magento. Os dois eCommerce foram<br />

desenvolvidos pela agência Webjump, principal Partner da plataforma na América Latina, que já havia<br />

atendido a Nestlé anteriormente com o projeto da Proactiv. Os novos sites são mais intuitivos, rápidos e<br />

práticos e contaram com desenvolvimentos e customizações personalizadas em cada um deles, já que<br />

cada praça tem as suas especificidades, apesar de serem portais que vendem os mesmos produtos.<br />

Criada em 2011, a Nestlé Health Science produz anualmente quase 1 bilhão de soluções nutricionais e<br />

faz parte da área de HelthCareNutrition do Grupo Nestlé.<br />

Linx aposta em nova solução de catálogo baseada em inteligência artificial e machine<br />

learning<br />

A Linx, líder e especialista em tecnologia para o varejo, desenvolveu uma solução para resolver um dos<br />

principais desafios dos marketplaces do Brasil: acelerar o crescimento do catálogo por meio de novos<br />

produtos e sellers, para expandir os negócios com eficiência e qualidade. Trata-se do preenchimento<br />

automático do catálogo virtual com o uso de inteligência artificial e machinelearning. Por meio da tecnologia,<br />

os marketplaces conseguem aprimorar as fichas de produtos enviadas pelos sellers com categorias<br />

otimizadas e maior número de atributos. Para completar, a solução permite ainda que as plataformas<br />

agrupem os fornecedores de um mesmo produto de forma mais inteligente. Os ganhos para as marcas,<br />

marketplaces e consumidores são melhor visibilidade e padronização dos itens, agilidade na exposição<br />

dos produtos, assim como mais conveniência para o consumidor, que estará mais propenso a concluir<br />

uma compra. Tudo isso para alavancar resultados e contribuir com a expansão do varejo online.<br />

2019 | E-COMMERCE BRASIL | 13


B2B<br />

A TRANSFORMAÇÃO<br />

DIGITAL NO B2B<br />

VAI ALÉM DA<br />

TECNOLOGIA<br />

A<br />

tecnologia é parte das mais simples tarefas<br />

da vida cotidiana. Impactados por<br />

essa transformação nas vidas pessoais, os<br />

líderes sentem a necessidade de direciona restrategicamente<br />

as organizações para sobreviver em<br />

um cenário onde as barreiras de entrada estão<br />

cada dia menores, e os modelos de negócios tradicionais<br />

estão sendo transformados por startups<br />

enxutas e ágeis.<br />

Com a pressão para sobreviver em um ambiente<br />

cada dia mais incerto, a transformação digital<br />

passou a fazer parte da agenda da maioria das<br />

organizações, sendo colocada como uma das<br />

principais estratégias para a perenidade do negócio.<br />

Mas quais são os principais fatores para<br />

que a transformação aconteça no B2B?<br />

A transformação digital está dividida em quatro<br />

pilares: estratégia, processos e governança, tecnologia<br />

e, o mais sensível, pessoas e cultura. No<br />

caso do B2B, a extensão desses pilares vai muito<br />

além da indústria que está liderando o processo,<br />

impactando diretamente a pulverizada cadeia de<br />

parceiros, como distribuidores, logística, força de<br />

vendas e varejo.<br />

Grandes projetos B2B contam com investimentos<br />

significativos em tecnologias, marketing agressivo,<br />

processos bem desenhados, estratégia de inteligência<br />

com captura de dados e comportamento,<br />

entre outras iniciativas inovadoras, que, de uma<br />

maneira inesperada, têm falhado no seu objetivo<br />

principal: promover a transformação digital do<br />

segmento onde essas indústrias atuam.<br />

Porém, onde estão concentradas as principais<br />

falhas? Como grande parte das indústrias não está<br />

preparada para fracionar suas cargas e atender<br />

pequenos e médios varejos, há uma dependência<br />

simbiótica dos distribuidores para que a transformação<br />

aconteça e o produto final chegue à mais<br />

longínqua loja.<br />

Antes do início do projeto de digitalização de<br />

canais de venda e distribuição, há uma pressão da<br />

indústria no distribuidor para que a implementação<br />

da estratégia seja a mais rápida possível,<br />

em um cenário onde esse parceiro de negócios<br />

muitas vezes não participou do desenho dos processos<br />

e não possui habilidades para integrar as<br />

tecnologias apresentadas. A falta de suporte e<br />

treinamento para as equipes internas é outro fator<br />

que dificulta a execução da estratégia. Adaptar os<br />

GABRIEL PADOVANI<br />

Gerente de canais, trade marketing e marketplace B2B da Roge<br />

gabriel.padovani@roge.com.br<br />

14 | E-COMMERCE BRASIL | 2019


processos tradicionais de atendimento para um<br />

modelo escalável, com aumento dos volumes e<br />

prazos mais curtos, impacta relações e aumenta<br />

custos de áreas de suporte dos distribuidores<br />

como crédito, cadastro e atendimento, gerando<br />

desconforto com os responsáveis pela transformação<br />

digital.<br />

Após superar essa primeira fase, muitas vezes<br />

com dilatação do prazo, vem o momento mais<br />

crítico do projeto, que envolve o pilar de pessoas<br />

e cultura - a integração da força de vendas,<br />

funcionários diretos do distribuidor em regime<br />

CLT ou RCA, que são remunerados por comissão<br />

sobre as vendas. Geralmente, é essa equipe que<br />

realiza a transformação digital no varejo tradicional,<br />

chegando pessoalmente a pequenas redes<br />

até lojas de bairro como a do “Seu Zé lápis na<br />

orelha” que convivem com baixa utilização de<br />

tecnologias - em alguns casos, ainda na famosa<br />

cadernetinha que substituí o ERP ou o gestor<br />

de frente de loja. A força de vendas com baixa<br />

profundidade do projeto, responsabilidade da<br />

indústria, vem carregada de mitos, como “Serei<br />

substituído pela tecnologia!”, “Vou perder o meu<br />

cliente!”, “Meu ganho será reduzido!”, acompanhada<br />

por uma política de comissão que pode<br />

ser menor no canal, gerando desconforto com o<br />

futuro, desconfiança em relação ao projeto e, em<br />

alguns casos, boicote da iniciativa para proteger<br />

o que já está estabelecido.<br />

Por isso, considero o pilar de pessoas o elo mais<br />

crítico da transformação digital B2B, que demanda<br />

muitos cuidados, como deixar clara a estratégia<br />

para a equipe, mitigar e desenvolver a gestão de<br />

medos e conflitos, políticas claras de remuneração<br />

e treinamento para a força de vendas, dando continuidade<br />

ao processo reciclando e aprofundando<br />

a equipe, o que automaticamente irá gerar mais<br />

confiança no processo. Mas isso não garante a<br />

continuidade de parte da equipe de vendedores<br />

- esse processo precisa continuar como base<br />

zero para os novos vendedores que chegarão para<br />

substituir o primeiro grupo de colaboradores que<br />

decidiu deixar a empresa por não se adaptar ao<br />

novo modelo de negócios, pela insegurança ou<br />

falta de apoio e clareza no processo. Assim, o<br />

processo de go to marketing com a equipe de<br />

vendas é o mais longo do projeto.<br />

A transformação digital do B2B é um caminho sem<br />

volta. Nos EUA, estima-se que 12% das transações,<br />

ou US$1,1 bilhão, passarão pelo canal digital em<br />

2020. Mas como ficará a força de vendas com as<br />

transformações que estão logo aí?<br />

A transformação digital obrigará e apoiará a reinvenção<br />

do papel do vendedor, hoje muitas vezes<br />

transacional, tirador de pedido, que não presta um<br />

serviço de valor para o varejo, transformando-o<br />

na figura de um consultor de vendas que estará<br />

preparado para falar com o varejo sobre gestão<br />

de categorias, lançamentos e inovação, oferecer<br />

serviços e até sugerir ferramentas para melhorar<br />

a eficiência do PDV. O consultor do futuro fará a<br />

gestão por CNPJ, apoiado por uma área de inteligência<br />

robusta, oferecerá produtos baseado em<br />

uma segmentação comportamental, predição<br />

de compra e dados do entorno do PDV, aumentando<br />

a sua carteira de clientes com o apoio do<br />

e-commerce, ferramentas com sugestão de pedido<br />

e outras mais simples, como o WhatsApp.<br />

O futuro nos reserva uma distribuição mais eficiente,<br />

com menores custos e transparência na<br />

cadeia de abastecimento. Para isso, precisamos<br />

nos preparar e entender que a transformação<br />

digital B2B só terá sucesso se, além de tecnologia,<br />

pensarmos e cuidarmos das pessoas que executam<br />

a estratégia.<br />

Gabriel Padovani é administrador, trabalhou em operações de varejo nos canais digitais em países como<br />

Espanha, Colômbia, México e Brasil. Lidera o projeto de transformação digital B2B de bens de consumo na<br />

distribuidora Roge, que hoje representa 32% do volume de vendas da empresa.<br />

2019 | E-COMMERCE BRASIL | 15


ESTRATÉGIA<br />

PLANEJAMENTO DE<br />

VENDAS PARA ATENDER<br />

O CONSUMIDOR DAS<br />

NOVAS GERAÇÕES<br />

C<br />

Com o consumidor cada vez mais inserido<br />

em um contexto digital, os lojistas<br />

precisam estar mais preparados para a<br />

eficiência operacional do negócio, flexibilizando<br />

canais de atuação, oferecendo mais opções de<br />

pagamento e entregando produtos no prazo mais<br />

curto e realista possível.<br />

Segundo o 39º relatório Webshoppers, realizado<br />

pelo Ebit/Nielsen, um dos fatores que os consumidores<br />

mais citaram para a redução de compras<br />

em sites estrangeiros (de uma média de 3,7 vezes<br />

em 2017 para 3,2 vezes em 2018) foi justamente<br />

o prazo de entrega muito longo. Esse é um fator<br />

que pode ser aproveitado pelos lojistas brasileiros,<br />

desde que estejam totalmente comprometidos em<br />

suprir essa urgência do consumidor, mantendo<br />

todos os processos eficientes.<br />

Pensando nisso, separamos alguns fatores para<br />

ajudar seu negócio a criar um planejamento de<br />

vendas adequado para atender o novo consumidor:<br />

Facilidade e flexibilidade de compra<br />

O consumidor 4.0 é super conectado, empoderado<br />

e muito exigente quanto à qualidade tecnológica<br />

e de inovação dos negócios. Por causa disso,<br />

pode utilizar diferentes dispositivos e canais para<br />

comprar: e-commerce para desktop e mobile,<br />

marketplaces, aplicativos e lojas físicas. O foco<br />

das empresas é evitar experiências que causem<br />

algum tipo de interrupção nessa jornada não-linear<br />

do novo consumidor. Isto é, o lojista deverá<br />

planejar um e-commerce, aplicativos e lojas físicas<br />

totalmente funcionais, com processos claros e<br />

rápidos em todos os canais.<br />

Recentemente, o marketplace Americanas.com<br />

passou a testar o modelo “Pegue na Loja”, uma<br />

iniciativa para empregar o modelo de compra<br />

omnichannel à realidade dos marketplaces. Esse<br />

é um exemplo de experiência interessante para o<br />

novo consumidor que pode aproveitar a tendência<br />

dos marketplaces para comprar produtos de<br />

categorias diversificadas e, se desejar, retirar o<br />

item em uma unidade física das Lojas Americanas.<br />

FERNANDA WINCK<br />

Head do B2W Marketplace<br />

16 | E-COMMERCE BRASIL | 2019


É importante entender o patamar atual de seu negócio<br />

e como implementar esse tipo de inovação<br />

para atender seus clientes. Para os pequenos e<br />

médios negócios, o uso dos marketplaces pode ser<br />

um caminho para oferecer maior flexibilidade de<br />

compra, sem necessidade de investimento inicial.<br />

Informações completas<br />

A nova geração é conhecida pela constante busca<br />

por novidades e informações, já que lida com<br />

grandes quantidades de conteúdos diários na<br />

Internet o tempo todo. Por outro lado, o tipo de<br />

conteúdo que as gerações mais novas consomem<br />

é mais curto do que as gerações anteriores, mais<br />

acostumadas às longas reportagens de revistas e<br />

jornais. É preciso ter em mente que esse cliente<br />

também é muito conectado a tendências e ao<br />

mundo da tecnologia, de forma que o produto<br />

deve mostrar não apenas como solucionar um<br />

problema, mas o tipo de experiência e tecnologia<br />

que irá entregar.<br />

Para quem vende online, é essencial ter atenção<br />

redobrada com a forma de apresentar o produto.<br />

O cadastro deve estar detalhado, com todas as<br />

informações técnicas preenchidas corretamente,<br />

já que a capacidade de armazenamento de um<br />

computador, tamanho da tela de um celular ou<br />

o tecido utilizado para um jogo de cama podem<br />

ser critérios de escolha para o cliente. É muito<br />

importante ter esse nível de atenção no cadastro,<br />

procurando boas imagens em ângulos diferentes,<br />

e sendo detalhista nas informações do produto.<br />

Tudo isso mantendo a objetividade e o foco em<br />

dizer apenas o que precisa ser dito.<br />

Boa experiência e segurança para comprar<br />

Outro ponto fundamental para o cliente é a experiência<br />

tecnológica, que envolve qualidade,<br />

inovação e segurança. Um site que enfrenta muitos<br />

problemas de queda em grandes eventos do<br />

e-commerce certamente irá perder muitos clientes<br />

e vendas. Atualmente, a velocidade de carregamento<br />

do site é um critério de ranqueamento no<br />

Google, de forma que as URLs mais lentas podem,<br />

entre outros fatores, ser classificadas com uma<br />

posição inferior na busca pelo consumidor.<br />

Conforme John Mueller, Webmaster TrendsAnalyst<br />

da Google, publicou no Twitter certa vez, entre os<br />

2019 | E-COMMERCE BRASIL | 17


ESTRATÉGIA<br />

critérios de ranqueamento do buscador, um deles<br />

é de que é importante que o site carregue rapidamente,<br />

em aproximadamente 2 e 3 segundos.<br />

Além disso, o Google aponta a criptografia SSL das<br />

informações do site como outro ponto considerado<br />

no ranking, ou seja, um site HTTPS tende a<br />

ser melhor ranqueado que um site similar HTTP.<br />

Esses critérios utilizados pelo Google não se tratam<br />

de regras aleatórias do buscador, mas vão<br />

ao encontro da necessidade dos internautas e<br />

clientes: eles querem agilidade, eficiência e segurança<br />

para navegar e comprar.<br />

Prazos curtos e realistas (com logística de entrega<br />

de ponta)<br />

Outro fator importante para o cliente é um prazo<br />

de entrega rápido, sendo que entre duas lojas com<br />

produtos, preço e outras características similares,<br />

ele irá pesar quando vai receber o item em cada<br />

uma das opções analisadas.<br />

Por outro lado, isso não significa apresentar prazos<br />

irrealistas para o cliente e decepcioná-lo por<br />

não receber o item no prazo esperado. Sua loja<br />

deve se planejar para apresentar o melhor prazo<br />

realista, ou seja: se você sabe que pode entregar<br />

o item seguramente no prazo de 5 dias, este deve<br />

ser o valor informado para o cliente. Apresentar<br />

um prazo irreal de 3 dias geraria apenas expectativa<br />

e decepção. Por outro lado, uma margem<br />

desnecessária, de 7 dias, por exemplo, poderia<br />

afastar alguns clientes, optando por uma loja<br />

concorrente com menor prazo.<br />

assim como um atendimento de qualidade para<br />

o consumidor.<br />

Pontos de atenção em grandes eventos<br />

Além dos fatores citados, é preciso redobrar a<br />

atenção para atender o cliente em grandes eventos,<br />

como Dia das Mães e dos Pais, Black Friday<br />

e Natal. Muitos clientes compram produtos para<br />

presentear e, por isso, uma entrega posterior ao<br />

prazo pode prejudicar a comemoração do cliente.<br />

Lembre-se:<br />

• Em grandes eventos, sempre mantenha um estoque<br />

extra, principalmente dos produtos mais<br />

pedidos: você irá vender mais e deve pensar em<br />

comprar mais;<br />

• Tenha preços e fretes competitivos. Isso é importante<br />

para o cliente e essencial para datas<br />

de natureza promocional, como a Black Friday;<br />

• Evite rupturas de estoque: esses eventos são<br />

estratégicos para seu negócio e a falta do produto<br />

irá reduzir seu potencial de vendas;<br />

• Redobre o cuidado com os prazos de entrega:<br />

a demanda tende a aumentar, mas a expectativa<br />

do cliente pode estar ainda mais elevada nesse<br />

período, já que alguns produtos são comprados<br />

para presentear.<br />

Fique atento a esses fatores e aproveite para ser<br />

relevante e fidelizar o novo consumidor com a<br />

qualidade de seus processos de venda!<br />

Além do melhor prazo realista, é claro, a loja deve<br />

se atentar para todo o processo pós-venda, com<br />

bons parceiros logísticos, boa embalagem e altos<br />

níveis de responsabilidade na entrega do item,<br />

Fernanda Winck é Head do B2W Marketplace e atua há mais de 8 anos na B2W Digital. É Engenheira<br />

Agrônoma formada pela Unesp e com MBA internacional em Negócios do Varejo pela Fundação Instituto de<br />

Administração da USP, com realização do Módulo Internacional em Nova York e Ohio, além de especialização<br />

em varejo pela mesma instituição.<br />

18 | E-COMMERCE BRASIL | 2019


DROPS DO MERCADO<br />

Synapcom inicia 2019 com novo case de sucesso<br />

Com grandes players do mercado em seu portfólio, a Synapcom iniciou o ano com mais um case de<br />

sucesso no segmento de marketplace com o parceiro Palmeiras Store. No último dia 03/01 o Palmeiras,<br />

atual decacampeão brasileiro, apresentou seu novo uniforme para a temporada de 2019 na loja oficial<br />

de produtos do clube “Palmeiras Store”. Em ação coordenada com operacionalização interna e ações<br />

estratégicas, o e-commerce contabilizou recorde de vendas nas primeiras horas de lançamento da<br />

nova camisa.<br />

ZENDESK LANÇA EXPLORE PARA APRIMORAR INTERAÇÕES COM CLIENTES<br />

As empresas de e-commerce mais disruptivas trabalham para proporcionar melhores experiências aos<br />

seus clientes e integrar todos os seus canais de atendimento (e-mail, chat, telefone e redes sociais), bem<br />

como medir como esses clientes interagem com sua marca. Pensando nisso, a Zendesk, empresa líder<br />

em soluções de customerexperience, lançou o Zendesk Explore, ferramenta para análise de dados de<br />

clientes que permite à equipe de atendimento tomar decisões mais precisas de acordo com históricos<br />

e interações. Outra vantagem do Explore é contar com vários painéis nos quais é possível, por exemplo,<br />

criar gráficos personalizados e filtrar dados. Assim, as empresas podem ter uma melhor visibilidade<br />

da quantidade de tickets e do tempo de resposta para otimizar tempo e recursos. Veja mais em:<br />

zendesk.com.br/explore/.<br />

Rapid Risk Emailage: Velocidade e precisão para combater fraudes<br />

O tempo de resposta da Emailage ficou ainda menor com o novo produto lançado no final de 2018: o<br />

RapidRisk. Ele foi desenvolvido para oferecer inteligência e poder de reação em tempo real, com respostas<br />

precisas sobre o risco de uma transação em até menos de 30ms. Se por um lado você tem um oceano<br />

de consumidores que exigem experiências de compra cada vez melhores e rápidas, do outro você tem<br />

fraudadores sofisticados que se aproveitam de qualquer brecha do seu sistema. O Rapid Risk Emailage<br />

aumenta a sua conversão ao mesmo tempo que previne perdas e reduz custos com fraude de maneira<br />

simples, e agora, ultra veloz.<br />

Hub da F1 Soluções passa a integrar com os marketplaces da Saraiva e Colombo<br />

Desde seu surgimento, os marketplaces passaram a ser um dos mais importantes canais de venda<br />

no e-commerce, permitindo alcançar novos públicos e segmentos, conquistar credibilidade e ter uma<br />

maior presença e visibilidade. Vender em marketplace é uma ótima opção para empresas que ainda não<br />

possuam muito tráfego ou volume de transações em seus próprios canais, ou que já tenham sucesso e<br />

pretendem ampliar o seu faturamento. O Hub da F1 Soluções é uma ferramenta para operação, vendas<br />

e gestão em praticamente todos os marketplaces. Com ela é possível integrar seus produtos de uma<br />

forma rápida, fácil e intuitiva,mesmo sem ter um e-commerce hospedado em nossa plataforma. Agora<br />

está disponível também a integração com dois novos marketplaces: Saraiva e Colombo. Com isso a F1<br />

pretende descomplicar as operações de vendas e permitir ao cliente focar no que mais importa: atingir<br />

suas metas e fazer o negócio crescer.<br />

2019 | E-COMMERCE BRASIL | 19


PLANEJAMENTO<br />

QUERO UM<br />

E-COMMERCE IGUAL<br />

AO DA AMAZON.<br />

MISSÃO IMPOSSÍVEL?<br />

Que a Amazon é referência em e-commerce<br />

no mundo inteiro, todos nós sabemos.<br />

É referência em personalização da interface,<br />

oferta de produtos, preço, usabilidade,<br />

logística e atendimento ao cliente. Em suma: é<br />

referência em experiência de compra do início<br />

ao fim do processo, uma vez que coloca o consumidor<br />

em primeiro lugar na sua estratégia de<br />

negócio. Consegue atender às necessidades e aos<br />

desejos do cliente ofertando o que ele quer, garante<br />

agilidade e facilidade na aquisição, entrega<br />

o que promete e ainda dispõe de atendimento<br />

rápido, atencioso e eficaz no pós-venda, sem ocultar<br />

canais, nem colocar obstáculos burocráticos<br />

para a resolução de problemas. Não por acaso, a<br />

gigante norte-americana, que completa 15 anos<br />

de operação, deixou de cabelos em pé líderes de<br />

diversas organizações do País quando anunciou<br />

a sua entrada no mercado brasileiro.<br />

Quem não quer um e-commerce igual ao da<br />

Amazon? O desejo que, à primeira vista, parece<br />

um tanto pretensioso, não é impossível de ser<br />

realizado. A Amazon muito nos ensina a respeito<br />

de consumerexperience, e esse conhecimento<br />

pode ser aplicado desde o momento em que se<br />

concebe o negócio. Porque e-commerce é um<br />

negócio, não é só plataforma - mesmo que seja um<br />

canal alternativo de vendas para quem possui loja<br />

física. Esqueça qualquer prospecção tecnológica<br />

se você ainda não se debruçou no desenho do<br />

serviço, no mapeamento de pré-requisitos inerentes<br />

à jornada de compra que atendam simultaneamente<br />

quem oferta e quem demanda. Nem<br />

mesmo a maior e melhor plataforma de business<br />

intelligence faz um negócio prosperar se por trás<br />

dela não existe cultura de consumerexperience<br />

atrelada ao plano de negócios. A plataforma é, sim,<br />

importante, mas é decorrência desse planejamento<br />

e de nada adianta colocá-la no ar somente para<br />

atender ao senso de urgência do dono. A maioria<br />

dos empreendedores no Brasil ainda precisa dessa<br />

mudança de mindset. Uma experiência de compra<br />

frustrada contamina qualquer possibilidade de<br />

sustentabilidade financeira.<br />

E, para mitigar esse risco, o que podemos aprender<br />

com a Amazon e colocar em prática? Realizamos<br />

a análise da interface da amazon.com.br a partir<br />

de uma metodologia de caráter heurístico e de<br />

DANIELA SENADOR<br />

Sócia e diretora de Estratégia e Novos Negócios da Soneto<br />

daniela@sonetodigital.com.br<br />

20 | E-COMMERCE BRASIL | 2019


Nós conhecemos você e sabemos do que precisa<br />

A personalização faz parte de toda a experiência<br />

de compra na Amazon - da oferta de produtos na<br />

página inicial, cujo critério é o padrão de consumo<br />

do cliente associado a campanhas sazonais com<br />

descontos agressivos, à eficiência da sua ferramenta<br />

de busca e ao diálogo estabelecido com<br />

os consumidores em seus canais sociais.<br />

Tudo o que você precisa saber está numa única<br />

página<br />

O conhecimento aprofundado de cada buyer<br />

persona permite identificar quais são seus drivers<br />

de compra, ou seja, fatores decisivos para a<br />

escolha do produto. Cada segmento de mercado<br />

tem as suas especificidades, cada negócio tem<br />

buyer personas distintas. Para identificá-las com<br />

rapidez, sondagens a partir de hipóteses são uma<br />

saída estratégica.<br />

No caso da Amazon, a amplitude de buyer personas<br />

decorre da própria amplitude de segmentos<br />

“O valor é algo que está enraizado no<br />

psicológico e quanto mais alto o nível de conexão,<br />

maior o seu impacto nas necessidades<br />

e nos desejos dos consumidores”<br />

aspectos relevantes de seus canais sociais, para<br />

entender como refletem pré-requisitos de negócio<br />

e identificar boas práticas para empreendedores<br />

de todos os portes e segmentos que desejam ter<br />

um e-commerce.<br />

Nós estamos onde você pesquisa<br />

Se existe na Amazon, existe na primeira página<br />

dos resultados de busca do Google. A loja e seus<br />

produtos têm relevância, garantida por um bom<br />

trabalho de SEO - SearchEngineOptimization-,<br />

que independe do investimento em anúncios.<br />

Resulta da confluência de diversos fatores que<br />

facilitam a sua indexação pelo algoritmo do buscador,<br />

relacionados a tecnologia, conteúdo e link<br />

building. Mas, para ampliar a competitividade<br />

nesse importante canal de consideração, também<br />

aposta na vitrine do Google Shopping, ferramenta<br />

que exibe os diversos players que comercializam<br />

o produto pesquisado, facilitando a comparação<br />

de quatro drivers pelos clientes - além da loja em<br />

si, a sua reputação, o preço praticado e o número<br />

de parcelas para pagamento -, e direcionando-os<br />

para a página de produto nos respectivos<br />

e-commerces. Trata-se de uma ótima ferramenta<br />

para modelos de negócio baseados em cauda<br />

longa, como o editorial, com o qual a Amazon<br />

colocou seu primeiro pé no Brasil.<br />

atendidos, o que não impede que as especificidades<br />

sejam trabalhadas em diversas instâncias<br />

- da aplicação de princípios de acessibilidade<br />

e mobilidade, que democratizam e ampliam o<br />

acesso à plataforma, à organização do catálogo<br />

Daniela Senador é sócia da Soneto (sonetodigital.com.br) e da Soneto Empreenda (sonetoempreenda.<br />

com.br), e professora em instituições, como Aberje, Casa Educação, FGV, FIAP e Senac. Foi responsável<br />

pelo e-commerce da extinta editora Cosac Naify e pela consultoria organizacional em empresas líderes de<br />

plataforma no mercado brasileiro. É mestre em Comunicação pela USP e tem MBA em Negócios pela FGV.<br />

2019 | E-COMMERCE BRASIL | 21


PLANEJAMENTO<br />

por lojas e departamentos. Cada um deles tem<br />

uma estrutura de navegação distinta que atende<br />

drivers em comum de cada buyer persona.<br />

O mesmo acontece na página de produto. Esta,<br />

sem dúvida, a mais importante e bem pensada<br />

do ponto de vista da experiência.<br />

Na página de produto, qualquer clique a mais se<br />

faz dispensável, uma vez que ela reúne todas as<br />

informações que constituem drivers de compra<br />

- o preço (frequentemente com desconto, o que<br />

dá a sensação de economia), número máximo de<br />

parcelas com valor já calculado sem juros (faz o<br />

cálculo pelo cliente, mostrando que o pagamento<br />

é possível), o custo do frete (em alguns casos,<br />

grátis) e a data de entrega (geralmente próxima à<br />

data de compra). Como a Amazon opera também<br />

como marketplace, é possível identificar o revendedor<br />

e o preço praticado (do produto e do frete,<br />

simultaneamente), seja de item novo ou usado.<br />

O mesmo acontece na página de finalização de<br />

pedido - tudo pode ser conferido sem necessidade<br />

de um clique a mais. No caso do pagamento em<br />

boleto, o código de barras já está explícito na página<br />

de sucesso, dispensando qualquer download<br />

ou recuperação de código no e-mail.<br />

O preço do produto apresentado lado a lado com<br />

o do frete, inclusive no comparativo de preços<br />

de lojas que integram o marketplace, faz toda<br />

a diferença, pois evita quebra de expectativa na<br />

compra e, consequentemente, um elevado índice<br />

de abandono de carrinho. Uma pesquisa realizada<br />

pela companhia indiana VWO afirma que 25%<br />

dos abandonos de carrinho se devem a custos<br />

inesperados com o frete. A informação de subtotal<br />

na página de confirmação de inserção no carrinho<br />

também evita essa frustração.<br />

Cadastro não; finalização de compra<br />

Na Amazon, você não tem a sensação de estar<br />

se cadastrando e, sim, concluindo o processo de<br />

compra a partir da mensagem “selecionar um<br />

endereço de envio”. É diferente de “criar uma<br />

conta”, onde a primeira sensação é “ah, que preguiça”<br />

- isso quando não é “depois eu faço”. Esse<br />

formulário, vertical, possui apenas cinco campos<br />

22 | E-COMMERCE BRASIL | 2019


de preenchimento, mais dois automáticos a partir<br />

da validação de CEP e um checkbox com opt-in<br />

para e-mail marketing. Há e-commerces que chegam<br />

a ter mais de <strong>10</strong> campos de preenchimento.<br />

Quando feito uma vez, o login é mais rápido ainda,<br />

pois se integra com o Gmail.<br />

Uma compra na Amazon, com uma boa conexão<br />

de Internet, leva de um a dois minutos caso<br />

o cliente precise se cadastrar. Para clientes cadastrados,<br />

pode levar segundos. E essa rapidez<br />

traz consigo também a sensação de bem-estar,<br />

suprindo não só a necessidade de compra, mas<br />

aspectos emocionais do comprador. A mensagem<br />

subliminar da página de produto é: “aqui tem o<br />

que eu quero, por um preço barato, com frete<br />

acessível, que eu compro rápido e recebo rápido”.<br />

da plataforma, mas do negócio como um todo.<br />

E não só isso: a satisfação do cliente garante a<br />

sua retenção, mais vantajosa e econômica do<br />

que a captação de novos. Em última instância, se<br />

bem atendido, o cliente tende até a relevar uma<br />

experiência ruim de compra. Daí a importância de<br />

uma ferramenta de CRM - CustomerRelationship<br />

Management-, que não apenas capte contatos<br />

para envio de e-mail marketing, mas que seja<br />

instrumento para gestão do conhecimento na<br />

organização. O histórico de interação com cada<br />

indivíduo, realizado por cada uma das células que<br />

compõem o atendimento ao cliente - telefônico,<br />

por mensagem (e-mail, WhatsApp etc.) ou pelas<br />

mídias sociais -, garante uma visão holística da<br />

sua relação com a organização que facilita a personalização<br />

do contato e das promoções.<br />

A sua satisfação é a evolução do nosso negócio<br />

Diferente de muitas empresas que optam por<br />

interações impessoais utilizando o copye paste<br />

do manual do SAC, na página Amazon.com.br, no<br />

Facebook, o consumidor é chamado pelo nome,<br />

tem resposta em menos de 24 horas e o atendente<br />

assina a mensagem. Pessoas conversam com<br />

pessoas. É um diferencial em relação ao contato<br />

com uma entidade abstrata que pressupõe ser a<br />

empresa. Não há como fugir - qualquer comércio,<br />

físico e online, requer estrutura para atendimento<br />

ao cliente. Haverá, sim, estornos de pagamentos,<br />

demora na entrega, troca e devolução de produtos,<br />

afinal, qualquer operação é passível de falhas,<br />

sejam internas ou de terceiros das quais depende,<br />

até mesmo a Amazon.<br />

Parece óbvio, mas, muitas vezes, em pequenos e<br />

médios empreendimentos, essa etapa do planejamento<br />

acaba relegada no afã de configuração<br />

da plataforma e acontece de forma improvisada.<br />

É, no entanto, uma das mais importantes no<br />

processo de compra - a interface direta com o<br />

cliente permite a identificação cada vez melhor<br />

das buyers personas a partir do entendimento<br />

das especificidades do seu comportamento que<br />

podem se traduzir em evoluções, não apenas<br />

Como colocar tudo isso em prática? Os aspectos<br />

aqui levantados podem ser implementados<br />

quando existe um bom planejamento que identifica<br />

pré-requisitos funcionais do seu MVP (MinimumViableProduct)<br />

a partir do desenho do<br />

serviço, tendo o consumidor no centro da sua<br />

estratégia de forma também a proporcionar a ele<br />

uma ótima sensação psicológica. O trade-off de<br />

plataformas deve ser pautado pelas prioridades<br />

do público-alvo. Nas palavras de Luciana Batista,<br />

sócia da Bain&Company, em palestra na HBR<br />

Brasil Week este ano, “o valor é algo que está enraizado<br />

no psicológico e quanto mais alto o nível<br />

de conexão, maior o seu impacto nas necessidades<br />

e nos desejos dos consumidores”. Para criar valor,<br />

é necessário pensar no psicológico do outro.<br />

Empatia é a palavra do momento, inclusive na<br />

seara de negócios.<br />

2019 | E-COMMERCE BRASIL | 23


NOS BASTIDORES DO E-COMMERCE<br />

PEDRO PADIS | Head de E-commerce do Grupo Aste<br />

pedropadis@grupoaste.com.br<br />

COLUNISTA<br />

AINDA EXISTEM<br />

MERCADOS A SE<br />

EXPLORAR PELA<br />

INTERNET?<br />

É<br />

inegável que hoje encontramos quase tudo<br />

que procuramos na Internet. Se não compramos,<br />

usamos o Google, marketplaces e<br />

outras ferramentas para pesquisar preços e saber<br />

onde encontrar. Mas, na grande maioria das vezes,<br />

o preço e a comodidade nos fazem concluir<br />

a compra pela própria loja digital.<br />

Porém, é provável que quando você está buscando<br />

algo muito específico, ainda tenha alguma dificuldade<br />

de encontrar um revendedor online. Nesses<br />

casos, a primeira coisa que nos passa pela cabeça<br />

é que estamos buscando algum produto de um<br />

nicho muito pequeno. Entretanto, nem sempre<br />

é esse o cenário;às vezes, não encontramos um<br />

produto porque nossa infraestrutura logística e<br />

nossa concentração de mercado não nos permitem<br />

oferecer produtos e serviços específicos.<br />

Você já pensou em comprar suco natural fresco,<br />

sorvete, iogurte, queijos ou até comida congelada<br />

na sua casa? Talvez, para quem more no eixo Rio-<br />

São Paulo, essa seja uma realidade mais presente,<br />

mas, para quem mora longe desses centros, existe<br />

uma escassez desse tipo de oferta.<br />

Como são demandas menores, não vale a pena<br />

montar uma operação regional para atender a<br />

outros estados. Porém, o motivo é maior do que<br />

isso: não temos uma malha logística que atenda<br />

porta a porta os consumidores com produtos de<br />

cadeia refrigerada ou congelada. É claro que se<br />

pegarmos um grande supermercado, provavelmente,<br />

ele vai oferecer esse serviço, pois dispõe<br />

de diversos hubs de atendimento. Mas se pegarmos<br />

algumas startups como Green People (sucos<br />

prensados a frio refrigerados) ou sorvetes Naked<br />

(picolés naturais), essas marcas são obrigadas a<br />

escolher cidades em que irão atender.<br />

Mesmo a cadeia de produtos congelados, que<br />

normalmente oferece um prazo de validade mais<br />

estendido, não consegue viabilizar custos para<br />

atender a certas demandas. Você já imaginou<br />

quanto sairia o frete se comprasse R$<strong>10</strong>0 em<br />

sorvetes, com sua encomenda partindo de São<br />

Paulo e sendo entregue em Manaus? Mesmo para<br />

o interior do estado, o frete já representaria mais<br />

de 50% do valor das mercadorias.<br />

Mas, então, como desenvolver esse mercado?<br />

Mercado esse que, devido a todos esses obstáculos,<br />

representa apenas 1,5% das vendas totais<br />

do varejo pela Internet, enquanto a média de<br />

mercado está entre 4% e 4,5%. Mas mais do que<br />

isso, é um mercado que cresce mais lentamente<br />

que o restante do e-commerce.<br />

24 | E-COMMERCE BRASIL | 2019


Pedro Padis | trabalha como gestor de e-commerce e marketing digital, tendo coordenado grandes operações de<br />

marcas globais, como New Balance, Kipling, Diesel, entre outras. Com background em varejo, tendo passagem por Dia<br />

e Walmart, atua desde 20<strong>10</strong> com mercado digital, e-commerce e omnichannel.<br />

Uma grande saída é o que tem feito o Supermercado<br />

Now, que, de forma genérica, é uma mistura de<br />

marketplace de supermercados com atendimento<br />

do Rappi. Ou seja, você coloca o CEP da sua casa e<br />

identificará o ponto de venda mais próximo. Fará<br />

sua compra e um shopper trará sua encomenda<br />

em até duas horas. Assim, é possível oferecer praticamente<br />

todos os produtos de um mercado, mas<br />

criando diversos pontos de retirada de produto.<br />

No entanto, e se você tiver uma operação própria,<br />

como fazer? Uma solução relativamente simples<br />

e barata é criar franquias virtuais, nas quais o<br />

franqueado não precisa obrigatoriamente dispor<br />

de um ponto de venda. Ele fica responsável<br />

apenas pela gestão das mercadorias, controle de<br />

pedidos e entrega em uma determinada região.<br />

Assim, consegue otimizar o frete e entregar pedidos<br />

periódicos e centralizados. Quem operada<br />

nesse modelo, por exemplo, é a empresa especializada<br />

em alimentação infantil Gourmetzinho, que<br />

tem sua primeira distribuidora na cidade do Rio<br />

de Janeiro. Com uma operação completamente<br />

digital, ela destina toda sua venda captada pelo<br />

site para o distribuidor do Rio, aumentando assim<br />

sua capilaridade.<br />

logística usam o mesmo hub e a mesma frota para<br />

fazer sua distribuição. Entretanto, as empresas<br />

que necessitam de cadeias logísticas congeladas<br />

e refrigeradas ainda não tiveram a iniciativa<br />

para se organizar e criar esse tipo de economia<br />

compartilhada.<br />

Muitos ainda apostam que esse nicho de mercado<br />

é bastante promissor, como o centro de distribuição<br />

Pier 8, que está iniciando, junto com a Yorgus<br />

(empresa de iogurtes naturais), distribuição para<br />

a grande São Paulo. Mesmo a Amazon ainda busca<br />

uma solução otimizada para esse tipo de serviço.<br />

Ou seja, existe um grande número de players atrás<br />

desse pote de ouro.<br />

Entretanto, considerando que nossa legislação<br />

impõe um fator complicador chamado logística<br />

reversa em uma cadeia tão complexa, é difícil de<br />

acreditar que alguma empresa consiga fechar as<br />

contas em um curto período. Assim, cada companhia<br />

que se aventurar por essa estrada terá que<br />

remar sozinha e encontrar seu próprio caminho<br />

para conseguir atender seus clientes e explorar na<br />

plenitude o potencial do e-commerce brasileiro.<br />

Por fim, existe outra possibilidade que já é explorada<br />

por diversos e-commerces tradicionais.<br />

São os centros de distribuição compartilhados,<br />

nos quais empresas que dividem a mesma cadeia<br />

“Não vale a pena montar uma operação<br />

regional para atender a outros estados.<br />

Porém, o motivo é maior do que isso:<br />

não temos uma malha logística<br />

que atenda porta a porta”<br />

2019 | E-COMMERCE BRASIL | 25


M-COMMERCE<br />

M-COMMERCE – COMO<br />

OS SMARTPHONES<br />

ESTÃO MUDANDO<br />

O E-COMMERCE<br />

BRASILEIRO<br />

A<br />

popularização dos smartphones, da banda<br />

larga e do acesso 4G mudou o comportamento<br />

do consumidor e fez com que ele<br />

se tornasse cada vez mais conectado ao mundo<br />

online, assim como mais consciente de suas decisões<br />

de compra.<br />

Em 2018, o Brasil apresentou um crescimento<br />

de 12% nas vendas online. O País é o mercado<br />

mais desenvolvido em termos de e-commerce<br />

na América Latina, com importância nas vendas<br />

de 4,3%. Nesse contexto, a jornada de compras<br />

também se torna mais complexa a cada ano. No<br />

ano passado, por exemplo, o brasileiro visitou, em<br />

média, oito canais diferentes para fazer as suas<br />

compras ao longo do ano e está mais conectado,<br />

utilizando as redes sociais para se manter informado<br />

e compartilhar informações. Em meio a<br />

esse cenário, novos modelos de negócios estão<br />

surgindo.<br />

e aplicativos - representaram 42,8% de todos os<br />

pedidos online. Enquanto o e-commerce total<br />

cresceu 12% em 2018 - com aproximadamente<br />

123 milhões de pedidos realizados no ano -, o<br />

m-commerce cresceu 41% no mesmo período.<br />

Isso porque, atualmente, 7 em cada <strong>10</strong> brasileiros<br />

já possuem um smartphone, segundo último<br />

relatório do E-bit.<br />

De acordo com um levantamento do CGI.br<br />

(Comitê Gestor da Internet no Brasil), 49% dos<br />

internautas brasileiros acessam a Internet apenas<br />

por meio do smartphone, sendo essa a alternativa<br />

mais utilizada no País. Para acompanhar<br />

esse movimento de mudança no comportamento<br />

do consumidor, o mindset de quem já está<br />

no e-commerce deve ser “mobile first”, afinal,<br />

são nesses dispositivos que se concentram as<br />

oportunidades para todos os tipos e tamanhos<br />

de negócios.<br />

Com o crescimento do uso dos smartphones e essa<br />

mudança de comportamento em que os consumidores<br />

estão consultando cada vez mais seus celulares<br />

durante a jornada de compra, só em janeiro<br />

de 2019, as vendas no m-commerce - realizadas<br />

via dispositivos móveis como celulares, tablets<br />

Uma particularidade nas compras realizadas pelos<br />

dispositivos móveis é que a taxa de conversão é<br />

maior para produtos com um ticket médio de<br />

menor valor, quando comparado a compras via<br />

desktop. As categorias responsáveis pela expressiva<br />

alta de pedidos no m-commerce são Perfumaria<br />

LUCIANO VILLALBA<br />

Diretor de Marketing Digital da Infracommerce<br />

26 | E-COMMERCE BRASIL | 2019


e Cosméticos|Saúde (com 112% de crescimento),<br />

Moda e Acessórios (com 59% de crescimento),<br />

Esporte e Lazer (com 40% de crescimento) e Casa<br />

e Decoração (com 38% de crescimento).<br />

Analisando o perfil do consumidor, no ano passado,aproximadamente<br />

58,5 milhões de pessoas<br />

fizeram, pelo menos, uma compra online ao longo<br />

do ano no Brasil. <strong>10</strong> milhões deles compraram<br />

pela primeira vez em 2018, principalmente por<br />

meio de um dispositivo móvel (64%). Desde 2017,<br />

as mulheres passaram a liderar as transações do<br />

e-commerce, representando 52,3% dos consumidores<br />

em 2018.<br />

de comportamento da sua base para investir recursos<br />

que vão impactar o consumidor no momento<br />

certo. Segundo especialistas, o internauta<br />

está mais receptivo às ofertas online quando está<br />

navegando na rede por lazer.<br />

Contudo, também é importante identificar e enfrentar<br />

os desafios do processo, como as barreiras<br />

logísticas,antes de investir nessa nova forma de<br />

comércio. Entre elas estão a necessidade de uma<br />

conexão estável para acessar a plataforma - levando<br />

em consideração que muitas regiões não<br />

possuem rede 3G/4G - e estar dentro de uma zona<br />

de cobertura para receber ou retirar o produto<br />

desejado. Apesar da ideia de ausência de limites<br />

“Segundo dados levantados pela Hootsuite<br />

e We Are Social, no Brasil, as pessoas<br />

ficam nove horas e catorze minutos<br />

por dia navegando na rede”<br />

Outro ponto importante é o tempo que o brasileiro<br />

passa conectado à Internet. Segundo dados levantados<br />

pela Hootsuite e We Are Social, no Brasil,<br />

as pessoas ficam nove horas e catorze minutos<br />

por dia navegando na rede, sendo quatro horas<br />

e vinte e um minutos em rede móvel.<br />

Esse comportamento é uma grande oportunidade<br />

para as marcas que investem no m-commerce.<br />

Uma boa estratégia de marketing digital pode<br />

aumentar consideravelmente a conversão nesse<br />

canal. O segredo é utilizar os relatórios e insights<br />

que a Internet oferece, muitas vezes não é possível<br />

realizar uma compra de “qualquer lugar”.<br />

Por isso, antes de embarcar nesse modelo de negócios<br />

online, é importante planejar e oferecer<br />

uma experiência virtual que ofereça uma interação<br />

simples, fácil e que facilite desde o momento da<br />

compra até o da entrega do produto, seja no local<br />

especificado pelo consumidor ou na retirada em<br />

lojas físicas mais próximas a ele.<br />

Luciano Villalba atua há mais de dez anos com marketing digital e experiência do usuário para e-commerce.<br />

Graduado em desenho industrial pela Unesp e com MBA em gestão de projetos pela FGV, atualmente é Head<br />

de Marketing Digital na Infracommerce.<br />

2019 | E-COMMERCE BRASIL | 27


DROPS DO MERCADO<br />

Via Varejo lança novo site institucional<br />

O site da Via Varejo está de cara nova! Agora, a página reúne conteúdo institucional, de negócios e integração<br />

às redes sociais, como Instagram e Linkedin. A reformulação ressalta a grandeza das marcas<br />

e as fortalezas da companhia: História, Serviços, atuação social com a Fundação Via Varejo, além das<br />

unidades de Negócios online, como o Marketplace. A novidade traz ainda o novo site de Carreiras, com<br />

layout moderno e tecnológico, facilitando a atração de talentos e sua conexão com os valores e cultura da<br />

companhia. Acesse www.viavarejo.com.br e www.trabalhenavia.com.br, conheça melhor uma das maiores<br />

varejistas do país, navegue e compartilhe. Afinal, a Via está de cara nova e quer se conectar com você!<br />

Serviços financeiros na palma da mão<br />

Avanços tecnológicos permitiram à maior parte das pessoas ter um smartphone. No Brasil, a porcentagem<br />

da população que possui um celular do tipo já é de quase 50%, segundo relatório da Statista.<br />

Quando se conecta esse dispositivo a apps de carteiras digitais, constrói-se todo um sistema financeiro<br />

na palma da mão. Assim, podem-se executar transações financeiras de forma quase instantânea e<br />

democratizar a economia, trazendo os desbancarizados para o sistema – no Brasil, eles sāo cerca de<br />

60 milhões, de acordo com o BC. Quando se incluem no mercado pessoas que não eram consideradas<br />

consumidoras, isso as conscientiza sobre como poupar e gastar. Cada uma delas e cada empresa, por<br />

menor que seja, ganha o direito de ingressar na economia global, <strong>10</strong>0% conectada. Permite-se, assim,<br />

o desenvolvimento de muitos novos negócios. É questão de matemática – e de alguma noção de como<br />

a tecnologia se movimenta.<br />

(Com informações do PayPal)<br />

Tecnologias de Behavior Analytics da ClearSale oferecem análises de alta precisão<br />

Ciente de que investir em inovação contínua é obrigação no combate a fraudes, a ClearSale aprimora<br />

constantemente suas ferramentas próprias de Behavior Analytics, chamadas de Fingerprint, Mapper e<br />

Profiler. Juntas, elas formam a tecnologia ideal para a análise do comportamento do usuário na internet,<br />

incluindo padrões de navegação, características do dispositivo e monitoramento de dados cadastrais. Tudo<br />

isso para encontrar padrões e avaliar, com altíssima precisão, a legitimidade de uma compra. Ao combinar<br />

a tecnologia de ponta com análise humana especializada, a ClearSale é capaz de aprovar, em média,<br />

97% das compras de seus clientes de e-commerce, número superior ao de países do primeiro mundo,<br />

com índices de fraude menores do que a média vista no Brasil. Para saber como garantir indicadores<br />

deste porte, entre em contato com a ClearSale por telefone, pelo site ou pelas redes sociais da empresa.<br />

Bling lança integração com o B2W Fulfillment<br />

O B2W Fulfillment é uma solução completa de logística oferecida pelo B2W Marketplace. Ao utilizar<br />

o serviço, toda a operação logística fica a cargo da B2W, incluindo o recebimento das mercadorias,<br />

armazenagem, separação do pedido, embalagem, expedição do produto até o cliente e atendimento<br />

de chamados, caso houver necessidade. Segundo Sidney Zynger, Diretor de Marketing do Bling, o full<br />

é tendência na logística e é uma estratégia boa para quem não tem espaço físico para acondicionar<br />

estoque, ou mesmo mão de obra para operar esse processo. “Propiciar mais uma integração sem custo<br />

algum para nosso cliente demonstra nossa preocupação em fazer com que eles tenham sucesso no seu<br />

negócio. Essa parceria dá mais tranquilidade na operação, e os sellers conseguem gerenciar tudo por<br />

meio do Bling”, explica o empreendedor. O Bling integra os sistemas do B2W Fulfillment, para automatizar<br />

procedimentos e fornecer mais praticidade no processo logístico.<br />

28 | E-COMMERCE BRASIL | 2019


Conheça<br />

125 milhões<br />

de formas para<br />

vender mais.<br />

Cento e vinte e cinco milhões. Esse<br />

é o número de cartões Elo pelo país.<br />

Não é à toa que somos a maior bandeira<br />

brasileira. Faça como os grandes players<br />

e conte com a Elo para vender mais<br />

todos os dias no seu e-commerce.<br />

2019 | E-COMMERCE BRASIL | 29


MERCADO<br />

O QUE O BRASIL PODE<br />

ENSINAR – E APRENDER<br />

– COM A EXPERIÊNCIA<br />

INTERNACIONAL NO<br />

E-COMMERCE<br />

Por Caio Colagrande, para Revista E-Commerce Brasil<br />

Qual é a primeira preocupação que vem à<br />

sua cabeça quando o tema é e-commerce?<br />

Operação, plataforma, atendimento, logística?<br />

Até o ano passado, todas essas me pareceriam<br />

questões de extrema importância para<br />

a sobrevivência de toda e qualquer loja virtual.<br />

E continuam sendo. Mas existem experiências<br />

que nos tiram da zona de conforto e nos fazem<br />

pensar no contexto geral. Foi exatamente essa<br />

a sensação na primeira semana de abril, quando<br />

o E-Commerce Brasil enviou um grupo para<br />

participar do Ecommerce Week, organizado pela<br />

UNCTAD (o braço da ONU para comércio), em<br />

Genebra.<br />

Diferentemente de outros eventos ao redor do<br />

mundo, esse tem um caráter quase diplomático,<br />

por assim dizer. Representantes de órgãos internacionais,<br />

presidentes de associações ligadas ao<br />

comércio eletrônico, ministros e estudiosos do<br />

mundo digital formam o público principal das<br />

discussões. E não poderia ser diferente: no Palácio<br />

das Nações, um lugar construído para promover<br />

o relacionamento saudável e o desenvolvimento<br />

dos países, a pauta precisava ser macro.<br />

E isso nos leva a algumas descobertas. Por<br />

exemplo, o Brasil de verdade, aquele que faz o<br />

e-commerce diariamente, está longe das discussões<br />

internacionais e desconhece as boas práticas<br />

de outras nações – especialmente se não se<br />

chamarem “Estados Unidos”. Ao mesmo tempo,<br />

porém, todas as soluções inovadoras desenvolvidas<br />

pelos lojistas, muitas delas necessárias para<br />

driblar os obstáculos burocráticos e de infraestrutura<br />

que se apresentam todos os dias, estão<br />

voando quase completamente abaixo do radar.<br />

Aqui, vou compartilhar os principais resultados<br />

de painéis e conversas informais durante o evento.<br />

Se você está à procura de dicas práticas para<br />

implantar no seu e-commerce, acho melhor pular<br />

para o próximo artigo. Se quiser uma luz sobre o<br />

que estão fazendo no resto do mundo para desenvolver<br />

o e-commerce e gerar valor às operações,<br />

então continue por aqui por mais alguns minutos.<br />

Temos muito a ensinar<br />

Do palco, um degrau acima do nível do chão, é<br />

possível enxergar toda a plateia da sala: orientais,<br />

30 | E-COMMERCE BRASIL | 2019


participantes de diversos países africanos, árabes,<br />

mulheres e homens nas mais diversas vestimentas.<br />

Logo após o painel que organizamos sobre<br />

marketplaces, escuto o seguinte comentário de<br />

um representante da Sérvia: “que exemplo sensacional<br />

o desse palestrante brasileiro” (o Ronald<br />

Heinrichs, fundador do Meu Móvel de Madeira).<br />

Outro colega, desta vez da Rússia, veio com o ar de<br />

surpresa sincera: “eu não imaginava que o ticket<br />

médio no país fosse tão alto!”.<br />

Essas são reações iguais às de profissionais estrangeiros<br />

quando pisam dentro de uma operação no<br />

Brasil. A forma como trabalhamos, com a criatividade<br />

que temos, brilha aos olhos de quem vem de<br />

fora. O mesmo se aplica a quem estava no evento:<br />

a cada novo número, a cada nova informação,<br />

um celular saltava para tirar uma foto do slide.<br />

A forma encontrada pelo varejo para cobrir espaços<br />

abertos pela administração pública na oferta<br />

de crédito, por exemplo, deve servir de inspiração<br />

para alguns dos participantes. O financiamento de<br />

consumidores por parte do comércio - pense nas<br />

grandes redes oferecendo dinheiro para clientes<br />

movimentarem a economia com compras - é algo<br />

relativamente inexistente em muitos países, e o<br />

conceito gerou curiosidade -seja nas lojas físicas,<br />

como ocorre há décadas, ou no mundo online,<br />

onde os conceitos para o crédito online ao lojista<br />

estão nascendo.<br />

Como o mundo não é um mar de rosas, nossos<br />

problemas e ineficiências também servem de<br />

inspiração para outros mercados, especialmente<br />

aqueles que se preparam para desenvolver o<br />

e-commerce internamente. A forma como a legislação<br />

está estruturada em diversos mercados- de<br />

forma a desconsiderar o papel e os direitos do lojista<br />

-, por exemplo, foi um dos pontos discutidos.<br />

É necessário dar espaço ao varejista e garantir que,<br />

ao respeitar os direitos do consumidor, as regras<br />

não atrapalhem o desenvolvimento dos negócios,<br />

especialmente os 5,57 milhões de pequenas lojas<br />

e empresas de comércio no Brasil, segundo dados<br />

do Dieese. Em outros países, essa falta de sinergia<br />

pode significar a derrocada do desenvolvimento<br />

digital, e eles já começaram a perceber isso.<br />

Os desafios são comuns<br />

Você imaginaria que, na Irlanda, um dos pontos<br />

mais complicados para se superar é a logística?<br />

Confesso que me surpreendi quando, na edição<br />

de 2018 do Ecommerce Week, Lorraine Higgins,<br />

então diretora da RetailExcellence (uma entidade<br />

sem fins lucrativos para o desenvolvimento do<br />

mercado no país), me contou isso. E, quanto mais<br />

conversava com os outros colegas, mais me convencia<br />

de que, em maior ou menor escala, a entrega<br />

e o lastmile são problemas comuns a todos.<br />

Como criatividade é um ativo brasileiro, temos<br />

maneiras muito peculiares de atuar. Por exemplo,<br />

há um movimento curioso de empresas de<br />

“rachar” um caminhão entre as lojas. Em áreas<br />

de risco, como favelas comandadas pelo tráfico,<br />

pessoas de dentro da comunidade são contratadas<br />

para entregar as compras. Isso ajuda a manter<br />

não só o comércio na cidade, mas o direito dos<br />

cidadãos dessas áreas a terem acesso a produtos.<br />

É o ideal? Claro que não. Mas é uma forma encontrada,<br />

frente à realidade, de driblar um problema.<br />

O mesmo se aplica a outros países e cidades com<br />

altos níveis de violência - ou pequena possibilidade<br />

de entrada em determinados bairros.<br />

Outro ponto sensível é o modelo de marketplaces.<br />

Independentemente da região, existe um consenso<br />

global de que, apesar de serem plataformas<br />

poderosas para o desenvolvimento de negócios<br />

- especialmente lojas pequenas -, elas se tornaram<br />

uma faca de dois gumes. Por um lado, a possibilidade<br />

de usar marca e infraestrutura já consolidadas<br />

para alavancar um e-commerce. Por outro,<br />

o controle exercido pelos marketplaces gera um<br />

risco grave à sobrevivência dessas mesmas lojas.<br />

Um estudo conduzido pela Nextrade- uma das<br />

participantes do evento - mostra uma diferença<br />

gigantesca, por exemplo, entre empresas tradicionais<br />

e vendedores em plataformas. Sem exce-<br />

2019 | E-COMMERCE BRASIL | 31


MERCADO<br />

ções, entre todas as 42 economias pesquisadas,<br />

quem vendia por meio de marketplaces alcançava<br />

consumidores estrangeiros em uma taxa muito<br />

superior aos demais (o gráfico abaixo mostra essa<br />

discrepância).<br />

Por outro lado, sellers se tornam reféns.<br />

No Quênia, por exemplo, 98% dos empreendedores<br />

no país são pequenos. Cerca de 90% do<br />

comércio eletrônico estão atrelados ao Jumia,<br />

principal player do continente africano, e essas<br />

lojas teriam dificuldades para investir e vender<br />

online senão pelo marketplace. Mas todas as informações<br />

estratégicas estão nas mãos do Jumia<br />

-desde contatos dos clientes até estatísticas das<br />

categorias. Sem esses dados, como criar um plano<br />

e escalar a sua empresa? É a pergunta que<br />

se faz também na Europa, onde players ditam<br />

unilateralmente as regras. A resposta para esse<br />

questionamento, infelizmente, ainda não existe.<br />

práticas comerciais vêm de lugares longe dos<br />

holofotes globais.<br />

O mundo não se resume a China ou Estados<br />

Unidos<br />

Ok, esses dois países dominam o comércio internacional.<br />

Porém, muitas tecnologias e boas<br />

Uma comitiva da Sérvia, composta por entidades<br />

e ministérios, usou o evento como base para<br />

entender os principais desafios de outros países<br />

e criar políticas públicas que consigam gerar<br />

um ambiente de inovação e desenvolvimento<br />

32 | E-COMMERCE BRASIL | 2019


econômico, ao mesmo tempo em que garantem<br />

o respeito aos direitos do consumidor. Ver um<br />

governo engajado em planejar e escutar todos<br />

os lados me faz sentir uma ponta de esperança.<br />

Quem sabe, ao fiscalizar e cobrar os nossos próprios<br />

legisladores, não tenhamos essa mesma<br />

atitude por parte do Brasil?<br />

A quantidade de representantes de países da África<br />

mostra também o quanto o continente está se<br />

desenvolvendo e como a Internet será um fator<br />

importante para o acesso a bens. Muitas dessas<br />

nações passam por um momento curioso, chamado<br />

de leapfrogging: elas estão “saltando” uma<br />

etapa do desenvolvimento digital. Na prática, isso<br />

significa que muitos dos atuais consumidores<br />

começaram a aprender agora a comprar, de forma<br />

geral, mas movidos pelo online. Lembra-se do<br />

Quênia? Pois bem, a idade média da população lá<br />

é de 19,4 anos. Com uma geração mais adepta do<br />

celular e da Internet, a expectativa é de alavancar<br />

a demanda por serviços online e, consequentemente,<br />

o e-commerce na região.<br />

O que isso tudo quer dizer?<br />

O mote do Ecommerce Week era bem claro: a<br />

digitalização precisa servir a todos. Não adianta<br />

termos mercados muito desenvolvidos se, por<br />

outro lado, diversas nações continuam sofrendo<br />

com a falta de acesso à tecnologia. Esse equilíbrio<br />

passa pelas micro e pequenas empresas,<br />

que, no mundo inteiro, são o principal fator de<br />

crescimento econômico de um país. Mas, para<br />

isso, é preciso a participação de todos os players.<br />

ir longe: em todos os eventos do E-Commerce<br />

Brasil, temas macro, como legislação voltada a<br />

políticas públicas ou tributação, são os que menos<br />

enchem as salas. Curioso, não?<br />

Quando nos conectamos ao mundo e à realidade<br />

lá fora, os ganhos desse intercâmbio são gigantes.<br />

Aprender com os erros e os acertos de outros países,<br />

e ensinar a outras nações a nossa experiência,<br />

só tem como resultado o fomento do e-commerce<br />

no mundo inteiro. O que significa um ambiente<br />

favorável para brasileiros expandirem os seus<br />

horizontes e começarem a vender ao exterior de<br />

maneira sustentável. E vice-versa. Pode até ser<br />

uma utopia, claro. Mas, no seu cerne, todas as<br />

organizações mundiais são uma espécie de sonho.<br />

Na sede da Organização Mundial do Comércio,<br />

também em Genebra, há um quadro que retrata<br />

a lenda grega de Pigmaleão e Galateia. Pigmaleão<br />

buscava uma esposa, mas não encontrava nenhuma<br />

pretendente com quem quisesse se casar.<br />

Dessa forma, decidiu esculpir a sua mulher ideal<br />

e lhe deu o nome de Galateia. Porém, Pigmaleão<br />

se apaixonou perdidamente pela obra e, em um<br />

momento de puro fervor, rezou à deusa Afrodite,<br />

pedindo que transformasse a estátua em pessoa.<br />

Todos sabem que é impossível um pedaço de<br />

mármore se transformar em gente, mas nem por<br />

isso Pigmaleão deixou de lutar pelo seu sonho. Por<br />

mais difícil que pareça o caminho para alavancar a<br />

economia e o comércio brasileiros, não podemos<br />

também deixar de ir atrás da nossa Galateia. kkk<br />

A começar por nós mesmos. Tem-se uma noção<br />

de que Brasília vive em uma realidade paralela,<br />

separada de nós, reles mortais. Mas, na verdade,<br />

ela é um reflexo de quem somos no dia a dia.<br />

Enquanto continuarmos a dar de ombros ao que<br />

os legisladores fazem na capital - ou em qualquer<br />

outra esfera do poder público -, enquanto não nos<br />

incluirmos na dura e árdua tarefa de acompanhar<br />

e participar das discussões, o cenário simplesmente<br />

permanecerá o mesmo. E não precisamos<br />

2019 | E-COMMERCE BRASIL | 33


DIREITO DIGITAL<br />

MÁRCIO COTS | Sócio do COTS Advogados<br />

COLUNISTA<br />

Márcio Cots é sócio do COTS Advogados, escritório especializado em Direito Digital e E-commerce, e membro da Diretoria Jurídica da<br />

ABComm – Associação Brasileira de Comércio Eletrônico. Também é professor universitário de Direito Digital nos MBAs da FIAP, FIA/<br />

USP e de legislação do e-commerce em outras instituições. Atua assessorando empresas no Brasil, EUA, França e Angola em assuntos<br />

relacionados ao Direito Digital e ao Comércio Eletrônico.<br />

A GESTÃO DOS<br />

COOKIES E A NOVA<br />

LEI GERAL DE<br />

PROTEÇÃO DE<br />

DADOS PESSOAIS<br />

O<br />

principal objetivo da Lei Geral de Proteção<br />

de Dados Pessoais é garantir a privacidade<br />

de tais dados, protegendo o titular<br />

no que diz respeito ao processamento, tratamento<br />

e livre circulação de seus dados pessoais. As empresas<br />

devem mudar sua forma de funcionamento<br />

e operação, uma vez que a Lei estabelece regras<br />

claras sobre coleta, armazenamento, tratamento<br />

e compartilhamento de dados pessoais, impondo<br />

um padrão mais elevado de proteção e penalidades<br />

para o não cumprimento da norma.<br />

Um cookie pode ser considerado um arquivo de<br />

texto que contém várias informações sobre os<br />

visitantes de um determinado site. São utilizados<br />

principalmente para identificar e armazenar tais<br />

informações, desde as páginas visitadas até os<br />

dados fornecidos ao site.<br />

Ao visitar um site, informações pessoais como<br />

nome, e-mail e interesses são armazenadas em<br />

um cookie e enviadas para o navegador daquele<br />

usuário. É dessa forma que as empresas estudam<br />

o comportamento do consumidor online, sabendo<br />

as páginas de visualização, a quantidade, o tempo<br />

etc. Uma ferramenta muito poderosa para o<br />

marketing digital.<br />

Algumas empresas coletam informações de<br />

cookies para executar campanhas direcionadas<br />

a um determinado segmento, incluindo localização,<br />

grupo de produtos, termos de pesquisa e<br />

afins. Os e-commerces utilizam isso, por exemplo,<br />

nos carrinhos de compra, na medida em que<br />

recomendamos produto com base nas buscas<br />

daquele consumidor ou armazenam os produtos<br />

cuja compra ele não finalizou, mas adicionou ao<br />

carrinho.<br />

Atualmente, utilizam-se os cookies permanentes,<br />

armazenados até expiração ou exclusão. Podem<br />

ser usados para coleta de informações de identificação<br />

sobre o usuário, como comportamento<br />

de navegação e preferências. Contudo, há uma<br />

tendência crescente no uso dessa ferramenta,<br />

provocando o armazenamento de dados para<br />

acompanhar a atividade online do usuário, rastreando<br />

hábitos de navegação ao longo do tempo<br />

para construir um perfil de interesse.<br />

Com advento da LGPD, alguns questionamentos<br />

estão sendo levantados sobre o uso dos cookies.<br />

A legislação não surgiu com o objetivo de proibir<br />

o uso dos dados, mas sim regulamentar a forma<br />

como esses dados devem ser tratados. As mudan-<br />

34 | E-COMMERCE BRASIL | 2019


AMANDA ALMEIDA | Sócia do COTS Advogados<br />

Amanda Almeida é sócia do COTS Advogados, escritório especializado em Cyberlaw e Direito dos Negócios Digitais. Cursa pósgraduação<br />

em Direito Empresarial pelo Insper e é professora assistente pela Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo –<br />

FDSBC. Possui experiência em contencioso de massa, gestão e controle de contratos, atuando principalmente com empresas do<br />

seguimento e-commerce e digital.<br />

COLUNISTA<br />

ças impostas pela LGPD podem ser vistas como<br />

oportunidade para os e-commerces, que terão que<br />

adotar estratégias para evoluir com suas técnicas e<br />

ferramentas, a fim de estabelecer interações mais<br />

significativas e transparentes com seus clientes.<br />

Um dos requisitos mais importantes da LGPD<br />

está na definição do que constitui o consentimento,<br />

em seu artigo 5º, XII: “Para os fins dessa<br />

lei, considera-se: consentimento: manifestação<br />

livre, informada e inequívoca pela qual o titular<br />

concorda com o tratamento de seus dados pessoais<br />

para uma finalidade determinada”.<br />

O titular passa a ganhar mais controle sobre o<br />

uso de seus dados e tem o direito de solicitar o<br />

acesso ou a remoção de todas as informações<br />

mantidas. Isso pode se tornar um problema para<br />

o e-commerce que mantém seus dados em lugares<br />

diferentes e para finalidades diferentes,<br />

visto que, além de facilitar o acesso aos dados,<br />

o e-commerce precisará ter um controle para<br />

comprovar o cumprimento da legislação, onde<br />

há o procedimento completo do tratamento de<br />

dados, com detalhes quanto ao processo de coleta,<br />

uso, armazenamento e compartilhamento.<br />

Existem soluções, como uma única plataforma<br />

ou plataformas integradas, capazes de hospedar<br />

o registro de consentimento de cada usuário. Assim,<br />

o e-commerce centraliza essas informações,<br />

além de auxiliar no acompanhamento, alteração e<br />

atualização de todos os seus dados de permissões.<br />

Estas são as características definidas pela LGPD<br />

para consentimento do usuário, que deve ser livre,<br />

ou seja, confere ao usuário pleno controle sobre o<br />

tratamento de seus dados pessoais. É dessa forma<br />

que o lojista deve gerenciar o uso do seu cookie.<br />

O usuário precisa optar por aceitar ou recusar os<br />

vários tipos de cookies. Esse consentimento deve<br />

ser de fácil procedimento para o usuário, além<br />

de poder escolher quais dados fornecer ou não,<br />

podendo, inclusive, retirar seu consentimento<br />

a qualquer momento. O lojista não pode compelir<br />

o usuário a consentir com determinados<br />

cookies para ter acesso a determinada aplicação<br />

na internet.<br />

Conclui-se que os e-commerces terão que buscar<br />

métodos mais limpos e naturais para alcançar<br />

seus consumidores. Se os métodos e ferramentas<br />

forem utilizados em conformidade com a<br />

LGPD e em atenção às regras de transparência e<br />

consentimento explícito, isso permitirá a coleta<br />

de informações do consumidor de forma legal e<br />

efetiva, estabelecendo um vínculo de confiança<br />

para um relacionamento que é de interesse de<br />

ambas as partes. A partir desse cuidado com a<br />

privacidade, é possível conquistar mais clientes<br />

e aumentar a receita.<br />

É fundamental que os e-commerces sejam transparentes<br />

com seus usuários, fornecendo o máximo<br />

de informação possível sobre os cookies que estão<br />

sendo salvos e como exatamente será o seu uso.<br />

Deve haver uma ação do usuário indicando sua<br />

aceitação, seja por um clique ou por assinatura<br />

eletrônica. O silêncio nunca poderá ser considerado<br />

consentimento.<br />

2019 | E-COMMERCE BRASIL | 35


EXPERIÊNCIA DO CLIENTE<br />

O IMPACTO DA<br />

PERSONALIZAÇÃO<br />

E DO USO DE<br />

DADOS NA<br />

EXPERIÊNCIA DO<br />

CONSUMIDOR<br />

Muito já se fala sobre a importância da<br />

personalização para enriquecer a experiência<br />

dos consumidores virtuais.<br />

O assunto não é novo. No entanto, as empresas<br />

ainda não conseguem aproveitar ao máximo esse<br />

recurso e as razões são das mais diversas. Falta de<br />

tecnologia, tempo ou mão de obra especializada,<br />

direcionada para essa atividade.<br />

O ponto é que, já dispondo de um alto volume<br />

de dados, que são captados a todo momento por<br />

sites e aplicativos, ainda é muito pouco o que<br />

se faz com essas informações. Só que, sabendo<br />

do potencial da personalização – que vende, e<br />

muito – chega a ser curioso que as marcas não<br />

estejam ainda mais engajadas em explorar essa<br />

“mina de ouro”.<br />

Usando dados para personalizar a experiência<br />

do consumidor<br />

Transformar dados em insights para personalizar<br />

a experiência do consumidor dentro de um contexto<br />

de compra pode parecer um bicho de sete<br />

cabeças, mas não é. Hoje a gente já conta com<br />

várias plataformas que compilam informações<br />

pessoais, demográficas e gerais de comportamento<br />

para oferecer segmentações mais direcionadas.<br />

Essa é a lógica por trás do Google, Facebook e cia.<br />

Mas dá para ir além. E se você pudesse segmentar<br />

suas campanhas de acordo, exclusivamente, com<br />

o comportamento dos visitantes do seu site. Melhor:<br />

imagine que você pode entender o que cada<br />

uma dessas pessoas gosta e precisa, para entregar<br />

somente conteúdos e ofertas relevantes para ela?<br />

LETÍCIA LIMA<br />

Head of Marketing<br />

36 | E-COMMERCE BRASIL | 2019


“Já dispondo de um alto volume de dados,<br />

que são captados a todo momento por sites<br />

e aplicativos, ainda é muito pouco<br />

o que se faz com essas informações”<br />

Pois é… esse é o nível de personalização que a<br />

base de dados do seu site permite. Como? Ao<br />

identificar um novo visitante do seu site, realizando<br />

seu cadastro, sua marca pode começar<br />

a mapear seus dados de navegação e consumo.<br />

Essas informações dão uma boa ideia sobre em<br />

que fase da jornada de compra esse usuário está.<br />

Mas o grande diferencial, que vai destacar sua<br />

marca de todas as outras, é saber o que fazer com<br />

esses insights. Qual é a origem desse novo lead? Ele<br />

veio de uma campanha de anúncios no Google?<br />

Ou ele já é um seguidor da sua marca, acompanha<br />

seu trabalho pelo Instagram, e chegou organicamente<br />

a uma página de produto? Quão engajada<br />

essa pessoa está? Apenas visitando páginas de<br />

produtos aleatoriamente? Nesse caso, ela estaria<br />

no início da sua jornada de compra. Sabendo<br />

disso, se você pudesse escolher que comunicação<br />

enviar para ela, tentaria empurrar qualquer<br />

produto? Ou buscaria dar mais informações sobre<br />

aquilo em que ela tem interesse, para fechar uma<br />

boa venda e deixá-la satisfeita?<br />

No entanto, se ela estivesse realmente interessada<br />

em um artigo específico, “namorando” aquele item<br />

mais de uma vez, você entende que essa pessoa<br />

já sabe o que quer. Então basta um empurrãozinho<br />

– um bom desconto ou, quem sabe, um frete<br />

grátis – para ajudá-lo a decidir pela sua marca, não<br />

acha? Pois a gente sabe que sim, isso funciona.<br />

O potencial da personalização<br />

A missão da Social Miner – de humanizar a relação<br />

entre marcas e pessoas através de dados de<br />

consumo – sempre foi muito clara e está impressa<br />

na nossa tecnologia, plataforma, soluções e metodologia.<br />

Sempre acreditamos que, colocando o<br />

consumidor em primeiro lugar, as marcas venderiam<br />

mais e conseguiriam alcançar um modelo de<br />

negócio saudável, no curto, médio e longo prazo.<br />

E sim, conseguimos provar que marcas que trabalham<br />

com personalização chegam a converter<br />

até 3,6 vezes mais. Mas não estávamos satisfeitos<br />

e queríamos ir além, entendendo como a comunicação<br />

certa influenciava o engajamento dos<br />

consumidores com as marcas e como as empresas<br />

poderiam usar esses dados a seu favor, transformando<br />

o comportamento dos seus visitantes em<br />

insights para otimizar campanhas e fazer mais<br />

vendas.<br />

Queríamos entender as dinâmicas por trás das<br />

decisões de compra; comprovar, cientificamente,<br />

que a personalização poderia ser aplicada em<br />

todas as fases da jornada do consumidor; que<br />

Letícia Lima é formada em Publicidade e Propaganda e tem cinco anos de experiência em e-commerce,<br />

onde iniciou sua carreira como fotógrafa; mas logo descobriu sua paixão por planejamento e gestão de mídia<br />

on e offline. Há dois anos na Social Miner, foi responsável pela consolidação da operação de marketing na<br />

empresa e hoje é Head da área.<br />

2019 | E-COMMERCE BRASIL | 37


EXPERIÊNCIA DO CLIENTE<br />

a mensagem certa poderia ajudar as pessoas a<br />

encontrarem o produto ou serviço mais adequado<br />

para elas, ao mesmo tempo que as marcas,<br />

sabendo como se comunicar, poderiam contribuir<br />

ativamente nesse processo e garantir essa<br />

conversão para si.<br />

Neurociência, linguística e predição de compra<br />

o produto ou serviço certo para ela, a oferta de<br />

benefícios financeiros funciona melhor em 60%<br />

dos casos.<br />

Enquanto isso, na fase de retenção, em que a<br />

marca precisa manter o encanto, conteúdos que<br />

proporcionam uma boa experiência garantem a<br />

fidelização.<br />

Foi essa necessidade que inspirou o desenvolvimento<br />

de pesquisas dentro da nossa empresa. Primeiro<br />

nos dedicamos a analisar o comportamento<br />

dos usuários dentro dos sites, para entender a<br />

relação entre o engajamento e a probabilidade<br />

de uma pessoa estar ou não pronta para realizar<br />

uma compra.<br />

Com isso descobrimos que, quanto mais engajado<br />

com uma marca – visitando mais páginas de<br />

conteúdo, categorias e produtos – mais chances<br />

um consumidor tem de realizar uma compra. Um<br />

usuário que não converte navega, em média, por 5<br />

páginas de um site, enquanto aquele que finaliza<br />

a compra navega por cerca de 12.<br />

Em paralelo, nos dedicamos a uma outra pesquisa,<br />

no campo da neurociência e linguística, para<br />

tornar as campanhas humanizadas ainda mais<br />

eficientes e desenhar padrões linguísticos que<br />

ajudem marcas na escolha da mensagem certa<br />

para cada perfil de consumidor.<br />

Resultados preliminares – que já foram, inclusive,<br />

destaque no drops desta revista – apontam, por<br />

exemplo, que quando um novo visitante entra<br />

num site e está na fase de consideração, isto é, já<br />

identificaram uma necessidade de compra, mas<br />

ainda não sabe do que precisa, mensagens que<br />

usam uma linguagem afetiva e empática performam<br />

até 17% melhor.<br />

Já na fase de avaliação, em que o consumidor<br />

já tem uma ideia do que deseja, as marcas que<br />

compartilham informações sobre os produtos<br />

apresentam resultados até 23% melhores. Na fase<br />

de conversão, quando essa pessoa já escolheu<br />

Receita que traz sucesso<br />

Ao desenvolver e patrocinar esses estudos, trazemos<br />

inovação para o mercado e fomentando<br />

novas métodos dentro do marketing digital. São<br />

propostas teóricas, disruptivas e instigantes, mas<br />

ao mesmo tempo, práticas. Qualquer profissional<br />

da área pode implementá-las imediatamente e<br />

metrificar resultados.<br />

Um case lançado recentemente mostra, por exemplo,<br />

como e-commerces da vertical de moda uniram<br />

dados e humanização para criar campanhas<br />

altamente personalizadas. Com isso, as lojas do<br />

segmento atingiram taxas de conversão de até<br />

5,4% – um número 3,6x maior que a média do<br />

mercado de e-commerces.<br />

Outro case, voltado para empresas do setor de<br />

educação, revelou que ao investir em personalização,<br />

as instituições de ensino dobraram o<br />

tempo médio da sessão dos usuários nos seus<br />

sites, reduziram a taxa de rejeição das páginas<br />

em até 38,08%, alcançando taxas de conversão<br />

até 3 vezes maiores do que aquelas alcançadas<br />

com demais ações de marketing.<br />

Esses resultados são apenas uma amostra de como<br />

dados de comportamento podem ser aproveitados<br />

pelo mercado, em todas as camadas – desde a<br />

produção até a distribuição de bens – para personalizar<br />

a visão das empresas sobre seus consumidores<br />

e transformar as relações de consumo.kkk<br />

38 | E-COMMERCE BRASIL | 2019


DROPS DO MERCADO<br />

Uma entrega rápida no e-commerce é a principal expectativa do consumidor<br />

As pessoas estão ganhando mais confiança para realizar compras on-line, entretanto um ponto que ainda<br />

vem atrapalhando a decisão dos consumidores e impactando os bons resultados do e-commerce, é o<br />

prazo de entrega. Muitas vezes, por conta da localidade do comprador, o prazo de entrega é extenso demais<br />

e também, por alguma falha, o produto acaba se perdendo no caminho, causando atraso e também<br />

gerando frustração para o seu cliente. Na 29ª edição do Webshoppers realizada pela Ebit, demonstrou<br />

que as entregas realizadas em 2018 ficaram 80% acima nas cinco regiões do Brasil, cumprindo o prazo<br />

estipulado, um resultado não tão ruim. No Norte, 82% dos pedidos foram entregues no prazo; no Nordeste<br />

81%; Centro-oeste 84%; Sudeste 87,6% e o Sul saiu na frente em 88,1% em entregas realizadas dentro<br />

do prazo. Garantir a entrega rápida é algo que precisa ser investido cada vez mais no e-commerce,<br />

afinal é esta situação capaz de gerar a fidelização e recorrência do usuário em seu e-commerce.<br />

(Com informações da Bis2Bis)<br />

GERENTE DE CONTAS<br />

Os sellers que vendem na Webcontinental Marketplace contam com um grande diferencial: O atendimento<br />

de um profissional especializado. Diferente de outros Marketplaces este atendimento se dá para<br />

todos os sellers, independentemente de seu faturamento. O Gerente de contas participa ativamente<br />

com os seguintes serviços: construção da meta de venda junto ao seller, ações promocionais conforme<br />

o calendário do canal, suporte para dúvidas, relatório de performance, pesquisa de mercado e novas<br />

oportunidades. Este suporte é muito importante no desenvolvimento do seller, pois além de gerar mais<br />

vendas ajuda o parceiro a melhorar a sua performance operacional.<br />

Preço Dinâmico: seu envio sempre atualizado!<br />

Imergindo no universo dos e-commerces, a All iN percebeu que eles sofriam com atualizações de preço<br />

de produtos constantes e, com isso, seus e-mails muitas vezes ficam desatualizados. Visando melhorar<br />

a vida dos seus clientes, a All iN desenvolveu uma nova funcionalidade: o Preço Dinâmico. Com o Preço<br />

Dinâmico, as empresas são capazes de alterar os valores dos seus produtos no e-mail de forma automática<br />

sempre que houve alguma mudança de preço no XML. A melhor coisa é que isso funciona inclusive<br />

para quem já abriu e clicou na sua mensagem. Assim, a All iN mostra mais uma vez ao mercado o que<br />

melhor sabe fazer: campanhas inteligentes de e-mail marketing!<br />

Do físico ao virtual: com o Pagamento por Link Cielo é fácil vender no e-commerce sem<br />

precisar abrir uma loja online<br />

As redes sociais têm se tornado cada vez mais presentes no nosso cotidiano. Para a geração Z essa<br />

realidade é ainda mais forte. Segundo a Revista Forbes, um jovem, da geração nascida entre 1994<br />

e 20<strong>10</strong>, checa suas redes sociais até <strong>10</strong>0 vezes ao dia. Usar essas redes para conversão direta de<br />

venda é um excelente caminho para sua marca e fazer isso é mais simples que você imagina. Não é<br />

preciso criar uma loja virtual, nem ser um especialista de e-commerce. Com o Pagamento por Link,<br />

solução oferecida pela Cielo, é possível fazer vendas online em 3 passos simples: é só se cadastrar,<br />

gerar o link e enviar por Whatsapp, Instagram, Facebook, e-mail ou por onde quiser. Saiba mais em:<br />

https://www.cielo.com.br/e-commerce/pagamento-por-link/<br />

2019 | E-COMMERCE BRASIL | 39


CASE<br />

FOWLER:<br />

A PORTA-VOZ<br />

DA CULTURA<br />

SUBURBANA DO<br />

RIO DE JANEIRO<br />

Por Giuliano Gonçalves, para Revista E-Commerce Brasil<br />

Quando se pensa em comprar um souvenir<br />

no Rio de Janeiro, algumas imagens logo<br />

vêm à mente: chaveirinho do Cristo Redentor,<br />

ímã de geladeira do Pão de Açúcar, cartões<br />

postais do Bondinho, praias... Temas estes que já<br />

estão atrelados à cidade e ganharam fama mundo<br />

afora. Muitos não sabem, porém, que é possível<br />

adquirir um produto com o DNA carioca, de muito<br />

bom gosto, que quebra todos esses paradigmas.<br />

Trata-se da linha de vestuário da Fowler, concebida<br />

pelo carioca Fabrício Oliveira. Segundo<br />

o empresário, a tradução para o nome é “ave de<br />

rapina”, alusivo à ideia de visão e voos altos. E,<br />

se depender dele, nem mesmo o céu será limite<br />

para a ascensão da marca. “Desde os meus 20<br />

anos, desejo empreender. Sem obter sucesso após<br />

investir em algumas áreas, descobri que poderia<br />

transformar um hobby em uma oportunidade<br />

de negócio”. O tal “hobby” se resumia a moda,<br />

desenho e marketing. Ou seja, ele tinha tudo nas<br />

mãos e só precisava tirar do papel. E 2012, então,<br />

Fabrício criou a marca e começou a empreender<br />

em feiras de moda no Rio de Janeiro.<br />

Pouco tempo depois, ele criou um site para a<br />

Fowler, mas confessa que a atuação do marketing<br />

online era muito abaixo da esperada. “Geração<br />

de tráfego é o X da questão para quem tem um<br />

e-commerce. Se não souber captar leads, é como<br />

ter uma loja no meio do deserto. Aprendendo<br />

esse ponto, mudamos nossa ferramenta e, enfim,<br />

passamos a monetizar nosso site”, contou. Mais<br />

ou menos nesse período, Fabrício percebeu que<br />

fazer todo o processo da empresa, da confecção<br />

à venda, também precisaria ser repensado.<br />

“Hoje eu tenho um parceiro de confecção que<br />

me entrega a peça pronta, e isso me libera para<br />

agir nos processos estratégicos e comerciais do<br />

negócio”. Mas o empreendedor pontuou que,<br />

ainda assim, todo o trâmite de desenvolvimento<br />

é acompanhado de perto.<br />

Um manifesto ao subúrbio<br />

Adquirir uma camiseta Fowler é mais do que vestir<br />

um estilo. Nas peças, o “grito suburbano” do Rio de<br />

Janeiro é colocado para fora, dando voz ao verdadeiro<br />

cotidiano da maioria dos cariocas. “De uma<br />

maneira geral, o subúrbio é bastante marginali-<br />

40 | E-COMMERCE BRASIL | 2019


zado. As pessoas<br />

têm uma imagem<br />

estereotipada do<br />

suburbano como<br />

alguém cafona,<br />

sem instrução e<br />

formação acadêmica,<br />

mal vestido,<br />

sem bom<br />

gosto”, desabafou o fundador da Fowler. Ele ainda<br />

afirma que essa imagem era (e ainda é) muito<br />

reforçada pela mídia, o que, no início, lhe rendeu<br />

certo medo de empreender e ter algum tipo de<br />

rejeição por parte dos consumidores. Ou ainda<br />

pior: gerar vergonha ao usar uma camiseta com o<br />

escrito “subúrbio carioca”. Com o tempo, porém,<br />

percebeu a ótima aceitação e viu que preenchera<br />

uma lacuna do mercado.<br />

Tanto preenche que o público-alvo da marca é<br />

bastante eclético, com um mix de consumidores<br />

bem divididos entre masculino e feminino, com<br />

idades entre 30 e 50 anos. E o mesmo vale para as<br />

classes: vai desde o perfil popular à classe média<br />

e média alta. “Entendemos que no fundo o estilo<br />

e os temas de nossos produtos se encaixam em<br />

quase todos os perfis. Afinal, são dizeres que,<br />

querendo ou não, a maioria das pessoas já ouviu<br />

e se identificou com a mensagem”.<br />

“Geração de tráfego é o X da questão<br />

para quem tem um e-commerce.<br />

Se não souber captar leads, é como<br />

ter uma loja no meio do deserto ”<br />

o empresário, é a linha de camisetas com temas relacionados<br />

ao<br />

samba. “Esse<br />

estilo musical<br />

é muito presente<br />

dentro<br />

do nosso<br />

conceito, por<br />

isso faz tanto<br />

sucesso entre<br />

o nosso público”, pontuou, ressaltando que, além<br />

da frase, a modelagem e o design são fundamentais<br />

para concluir uma boa peça.<br />

Marketing e logística<br />

Para o empresário, ter um e-commerce e não<br />

uma loja física é muito mais eficiente - em todos<br />

os sentidos. “Ele nunca fecha. Também possui<br />

vendedor silencioso e de baixo custo, é mais sim-<br />

Fábrica de ideias<br />

Quando Fabrício disse ter feito de seu hobby uma<br />

oportunidade de negócio, isso envolveu também<br />

os temas das peças. Segundo ele, as frases<br />

de efeito surgem como inspiração de seu dia a<br />

dia na cidade. “Às vezes, parte de uma gíria, uma<br />

memória afetiva, trechos de sambas clássicos... Até<br />

mesmo uma brincadeira de infância é rabiscada<br />

em meu bloquinho de anotações”, lembrou. Com<br />

o tempo, ele amadurece cada uma das ideias e as<br />

transfere para as estampas, seja em camisetas,<br />

regatas ou bonés.<br />

O carro-chefe da vitrine da Fowler, de acordo com<br />

2019 | E-COMMERCE BRASIL | 41<br />

2019 | E-COMMERCE BRASIL | 41


CASE<br />

plificado em termos operacionais e, de quebra, o Uma estratégia inovadora da empresa é buscar<br />

processo é bem mais enxuto”. Sobre o marketing, manter de forma permanente alguns produtos<br />

ele diz gerar uma campanha única pelo Facebook no site que são sazonais, mas que ainda possuem<br />

e a distribui para o Instagram e outros canais demanda ao longo do ano. Isso é um grande desafio,<br />

pois é um jogo de xadrez financeiro, mer-<br />

vinculados. “Em todo lançamento de campanha,<br />

promoção ou alguma informação interessante, cadológico e operacional.<br />

eu crio uma lista de transmissão no WhatsApp e<br />

envio os comunicados”, completou. No caso da Mensagem para você<br />

logística, a Fowler depende <strong>10</strong>0% dos Correios.<br />

“A ideia é em pouco tempo fecharmos parceria Com conhecimento de causa, Fabrício deixa alguns<br />

conselhos para quem deseja empreender em<br />

com uma transportadora para termos melhores<br />

condições”, explicou.<br />

um e-commerce de nicho. “Seja autêntico. Não<br />

queira ser a nova marca X que já está no mercado<br />

O futuro da Fowler<br />

há 20 anos. Procure trabalhar um conceito em que<br />

ninguém atua. Existem duas possibilidades: ou<br />

Um dos orgulhos de Fabrício é ter a Fowler como é um segmento muito ruim, que ninguém quer,<br />

referência em moda no âmbito de cultura su-<br />

ou é muito bom e ninguém conseguiu enxergar.<br />

burbana, além de ser uma das pioneiras nesse<br />

Por Giuliano Gonçalves, para Revista E-Commerce Brasil<br />

segmento. Como o conceito da marca tangencia<br />

Comece pequeno, com poucas peças, vendendo<br />

no seu ciclo de amizade. Mas comece, não<br />

temas relacionados a samba, futebol, amizade, procrastine. Se você validou com seus amigos,<br />

cultura carioca e afins, há ainda muito espaço a parentes e amigos dos amigos, tente até conseguir.<br />

O que trava as marcas no meio do caminho<br />

ser abordado, inclusive quando se fala em espaços<br />

físicos. “Queremos ampliar nossa abordagem com são as dificuldades, porém as dificuldades serão<br />

quiosques e lojas conceito. Como estamos há constantes não apenas no início, mas no decorrer<br />

sete anos empreendendo nesse ramo com muita de toda sua permanência no mercado.<br />

solidez, tenho certeza de que nosso futuro será<br />

ainda mais próspero”.<br />

42 | E-COMMERCE BRASIL | 2019


DROPS DO MERCADO<br />

Total Express implementa novidades em seu aplicativo de gestão<br />

de entregas<br />

A empresa finalizou mais uma etapa do projeto para gestão das suas entregas, que vem proporcionando<br />

ainda mais eficiência e qualidade aos seus serviços, por meio de um fluxo de informações mais ágeis<br />

entre motoristas de última milha e o restante da cadeia. Uma das funcionalidades permite a realização<br />

de ligações entre motoristas e centrais das bases, reduzindo tempo de retorno para orientações/correções<br />

do endereço de entrega, com o motorista ainda nas proximidades do endereço informado. Outra<br />

feature do app que foi colocada em prática, de forma bem-sucedida, foi a assinatura eletrônica do POD<br />

(Comprovante de entrega) direto no celular do motorista. Além disso, as baixas de entrega contam com a<br />

funcionalidade de geolocalização, permitindo um monitoramento mais próximo dos roteiros de entregas.<br />

As novas funcionalidades permitem redução de não conformidades como endereço não localizado ou<br />

cliente ausente.<br />

Rastreamento Intelipost: Gestão das ocorrências avançadas<br />

Uma das maiores dificuldades nas entregas está relacionada ao gerenciamento das tratativas e ocorrências<br />

com o cliente final e as transportadoras. Para ajudar, a Intelipost desenvolveu um motor de regras<br />

de eventos com objetivo de facilitar esta gestão. Por exemplo, você pode recalcular automaticamente o<br />

prazo de entrega ou bloquear uma entrega após duas tentativas de entregas sem sucesso. O mapeamento<br />

de todas as ocorrências das transportadoras dá maior flexibilidade no gerenciamento das tratativas e<br />

assim, ganhos relevantes sobre a redução das chamadas para o serviço de atendimento. E para ter uma<br />

comunicação otimizada, a Intelipost viabiliza notificações aos clientes ou aos sistemas internos via SMS,<br />

e-mail, webhook e agora Whatsapp!<br />

Social Miner comemora 5 anos se tornando referência em dados de consumo<br />

Em abril deste ano a Social Miner comemora 5 anos de estrada e tem muito para celebrar. Já consolidada<br />

no mercado de sites e e-commerces, a empresa acumula em sua base mais de 36 milhões de<br />

cadastros - número que, aliado a sua tecnologia exclusiva, a permite entender o comportamento dos<br />

consumidores em ambientes virtuais e a posiciona como referência em dados de consumo no mercado.<br />

Os dados e a inteligência são, inclusive, a base da plataforma de engajamento da Social Miner e<br />

da sua metodologia, que visa entender a jornada de compra de cada usuário e permitir que marcas se<br />

comuniquem de forma personalizada e mais eficiente com seu público, para garantir mais conversões.<br />

Só que a empresa vai além, produzindo conteúdos que revelam o comportamento dos consumidores<br />

brasileiros, dando visibilidade estratégica para o mercado. Vale acompanhar de perto.<br />

Link de pagamento: cobrando clientes de forma simples e segura<br />

O link de pagamento, utilizado por diversos e-commerces e até mesmo lojas físicas, é uma boa forma<br />

de realizar vendas pontuais para os seus clientes. Com ele, cliente já fica cadastrado na plataforma,<br />

gerando a cobrança automaticamente nas próximas compras e evitando a necessidade do cliente inserir<br />

as informações do cartão em todas as transações. Este processo permite que o empresário faça<br />

cobranças de forma rápida e eficaz para seus clientes, apenas enviando o link para finalizar a transação,<br />

o que pode ser feito por qualquer meio (redes sociais, WhatsApp, etc.). Além do dinamismo e facilidade,<br />

o link de pagamento é totalmente seguro e possui um checkout transparente. Por facilitar o processo<br />

de compra, o link de pagamento é uma ótima ferramenta que pode ajudar a melhorar a gestão da sua<br />

empresa e reforçar sua presença online e offline (Com informações de Vindi).<br />

2019 | E-COMMERCE BRASIL | 43


MARKETPLACE<br />

O MARKETPLACE<br />

EM SINERGIA<br />

COM O B2B<br />

Sabe aquele projeto que foi confiado a você<br />

e que precisa começar a engrenar? Esse foi<br />

o start para usar o marketplace dentro de<br />

uma empresa B2B. Para contextualizar, desde que<br />

entrei para o mercado, em um grupo atacadista de<br />

mais de 50 anos de atuação, trabalhei com marketing.<br />

Com o passar do tempo, foi-me confiado<br />

o desafio de fazer a gestão de uma das marcas.<br />

Foi e é um enorme desafio. A começar por ser uma<br />

mulher, primeira neta do fundador da empresa,<br />

propondo inovação em um grupo formado por<br />

uma diretoria tradicional, que há décadas está<br />

construindo uma sólida história. Depois, os desafios<br />

de entrar em uma operação de “mar aberto”,<br />

extremamente nova, mas que já se consagrou<br />

como uma onda consistente.<br />

Tínhamos acabado de investir fortemente em<br />

uma loja física de cinco mil metros quadrados,<br />

contribuindo com o polo atacadista da região,<br />

que há cinco anos seguia em largo crescimento.<br />

Porém, não demorou muito para que os resultados<br />

não atingissem o esperado. Nesse período,<br />

começamos a ver o crescimento exponencial das<br />

vendas online.<br />

Foi então que, em 2015, após uma imersão na NRF,<br />

iniciamos uma operação focada em marketplace<br />

em um dos segmentos de venda de nosso atacado.<br />

Enxergamos no marketplace uma nova possibilidade<br />

de parceria, um potencial cliente para nosso<br />

B2B. Começamos do zero: sem conhecimento de<br />

como funcionava a estratégia de cada canal e não<br />

tínhamos nenhum contato comercial que nos<br />

mostrasse o caminho. Fomos apenas cadastrando<br />

nossos produtos.<br />

Outro desafio foi empregar uma cultura mais ágil<br />

em um grupo B2B que inovou ampliando sua<br />

operação para o B2C. Sabemos que a velocidade<br />

de venda do varejo é completamente diferente<br />

do B2B. É por isso que costumo brincar que esse<br />

mercado do marketplace é uma “montanha-russa”<br />

- todos os dias tem uma emoção nova.<br />

E esse dinamismo exige dos lojistas flexibilidade,<br />

agilidade e engajamento com os canais. Colocar<br />

em prática essas características tem nos ajudado<br />

a ter sucesso com nossos parceiros. Vejo que<br />

algumas empresas questionam bastante essa dinâmica,<br />

mas gosto de identificar as oportunidades<br />

e aproveitá-las.<br />

Os marketplaces buscam preço, sim, mas também<br />

seller de profundidade de estoque, ótimo<br />

SAC, performance logística e cadastro completo.<br />

Com esse combo, o trabalho é feito a quatro mãos<br />

e construímos uma parceria interessante para<br />

ambos os lados.<br />

VANESSA FERRAZ<br />

Head do projeto de e-commerce e marketplace do grupo F.A.<br />

Maringá<br />

vanessa@bandfashion.com.br<br />

44 | E-COMMERCE BRASIL | 2019


É claro, há muito o que aprimorar. Porém, vejo<br />

diariamente o crescimento desses canais e da<br />

nossa marca que era apenas regional e não existia<br />

no mundo online, e em pouco tempo ganhou<br />

credibilidade e posicionamento de marca.<br />

Há quatro anos nesse mercado, foram vários os<br />

avanços de aprendizado na construção de nossa<br />

marca. Dentro dos marketplaces, estamos colhendo<br />

os resultados de crescer muito mais rápido<br />

do que em apenas um e-commerce da própria<br />

marca. Ao estar dentro de um canal de reputação,<br />

recebemos a chancela do marketplace e temos a<br />

oportunidade de o consumidor final conhecer<br />

nosso mix de produtos e a nossa qualidade.<br />

O trabalho de construção e fortalecimento de<br />

marca demanda um grande investimento de<br />

marketing, e o marketplace é uma forma de ter<br />

essa alavancagem. Além disso, estar dentro dos<br />

canais tem nos garantido possibilidades para<br />

novos negócios.<br />

Sobre novos negócios, analisando e estudando<br />

a estratégia de um dos grandes marketplaces,<br />

percebi o investimento e o foco deles em uma<br />

categoria onde não tínhamos nenhum produto,<br />

mas que tínhamos condições de desenvolver.<br />

Fizemos, cadastramos e hoje já temos um bom<br />

resultado dentro de mais uma categoria. E assim<br />

continuamos buscando oportunidades.<br />

Como em qualquer tipo de operação há riscos, no<br />

marketplace não é diferente. Existem circunstâncias<br />

inesperadas por ser um negócio novo e em<br />

constante mudança. Para exemplificar, passamos<br />

por duas situações em dois marketplaces diferentes,<br />

onde ficamos com a loja bloqueada por um<br />

problema de tecnologia deles. Em uma, ficamos<br />

fora do ar por uma semana e, apesar dos prejuízos,<br />

a única resposta que tivemos foi que estavam<br />

verificando. No outro caso, a perda foi de cinco<br />

dias bloqueados e uma queda no ranqueamento<br />

dos produtos na busca dentro do site.<br />

Em outro momento, estávamos vendendo um<br />

grande volume de cobertores, e o cadastro do produto<br />

apontou um erro. O comercial nos solicitou<br />

a correção e, ao fazê-la, o produto foi deletado<br />

da plataforma. Resultado? Perdemos todo o ranqueamento<br />

do produto e as vendas pararam. Por<br />

consequência, fiquei com o estoque alto parado.<br />

Poderia estar desacreditada com o marketplace,<br />

mas não. Tiro isso como uma lição e já me preparo<br />

para mais um inverno, pois sei que o item tem<br />

potencial. Acredito que esse modelo de trabalhar<br />

com o meu cliente marketplace também contribui<br />

com a parceria e a sinergia.<br />

Por falar em sinergia, construímos a nossa participando<br />

de todos os eventos do setor. Neles, o lojista<br />

tem a oportunidade de estreitar relacionamento<br />

com os comerciais, ter acesso às informações de<br />

vendas e de categorias em potencial, usando tudo<br />

isso a seu favor. Já cheguei a levar amostra de tecido<br />

em um desses eventos, pois eu não tinha um<br />

bom contato comercial, mas sabia do potencial<br />

de venda do meu produto. E deu certo!<br />

Para finalizar, o que quero compartilhar é que em<br />

nossa cadeia de distribuição encontramos mais<br />

uma oportunidade de venda. O marketplace é<br />

mais uma possibilidade e que não tira vendas de<br />

nenhum outro canal. Com ele, fizemos a inserção<br />

da nossa marca no mundo digital. A aposta<br />

de competitividade de nosso negócio está em<br />

trabalhar com multicanais, fazendo com que o<br />

online e offline se complementem.<br />

Vanessa Ferraz é head do projeto de e-commerce e marketplace da Emcompre, ZipFlex e BF Colchões<br />

do grupo F.A. Maringá. É bacharel em Moda, com MBA em Gestão Empresarial pela UniCesumar e MBA em<br />

Negócios e Varejo pela Anhembi Morumbi. É certificada no Programa de Desenvolvimento de Dirigentes da<br />

Fundação Dom Cabral e graduada em Advertisingand Marketing Communications pela Fashion Instituteof<br />

Technology, em Nova York. Compõe o Conselho Permanente do Jovem Empresário de Maringá e o Núcleo<br />

Multissetorial de E-commerce da Associação Comercial e Empresarial de Maringá.<br />

2019 | E-COMMERCE BRASIL | 45


LOGÍSTICA<br />

ENTREGAS POR LOCKERS:<br />

REMODELANDO AS<br />

ENTREGAS E INTEGRANDO<br />

O CRESCIMENTO DA<br />

LOGÍSTICA URBANA<br />

D<br />

esde a expansão dos serviços provedores<br />

de Internet em meados dos anos 90, a<br />

Internet foi responsável por mudanças<br />

significativas no comportamento das empresas<br />

e seus respectivos consumidores. Quase três décadas<br />

depois do boom, não restam dúvidas de<br />

que as transformações geradas pelo progresso<br />

do e-commerce trouxeram mudanças radicais<br />

na esfera do comércio global.<br />

Um bom exemplo disso são as fronteiras, cada<br />

vez mais postas em cheque graças à expansão do<br />

cross-border, onde uma loja virtual regional pode<br />

muito bem se tornar um player global, interagindo<br />

com uma rede de potenciais clientes de maneira<br />

muito mais rápida e dinâmica, relativizando assim<br />

o conceito de “localização” para esse setor.<br />

A América Latina representa hoje aproximadamente<br />

5% do consumo cross-border, segundo<br />

dados da pesquisa global sobre consumo online<br />

realizada pela Paypal e Ipsos, um número não<br />

muito significante, quando comparado aos 21% da<br />

América do Norte e aos 35% da Ásia. Para 2019, a<br />

estimativa é de que sejam gastos aproximadamen-<br />

te R$233.468 bilhões (um crescimento de 18% em<br />

relação ao ano anterior), e até 2020 a perspectiva é<br />

de aumento de gastos com o comércio eletrônico<br />

cross-border.<br />

Mas, como “grandes poderes vêm com grandes<br />

responsabilidades”, e no mercado do varejo eletrônico<br />

isso fica bem evidente com o crescimento<br />

assustador das demandas por entregas - que precisam<br />

ser cada vez mais eficientes e adequadas à<br />

experiência de compra prometida aos usuários<br />

-, de certa forma pode-se dizer que o comércio<br />

eletrônico acaba sofrendo consequências por<br />

conta do seu próprio sucesso e, ao que tudo indica,<br />

é quase certo que esses desafios tendem a<br />

crescer exponencialmente, à medida que o acesso<br />

à Internet aumenta e as áreas urbanas se tornam<br />

cada vez mais densas.<br />

As compras online já são parte integrante da vida<br />

cotidiana, e isso afeta diretamente a forma como<br />

as pessoas compram e o funcionamento da lógica<br />

do consumo. Conscientes disso ou não, os serviços<br />

de logística estão sempre nos pensamentos<br />

do cliente final quando ele precisa escolher em<br />

STEFAN REHM<br />

Fundador da Intelipost<br />

46 | E-COMMERCE BRASIL | 2019


qual e-commerce irá realizar a sua compra. E o<br />

que se tem constatado é que rapidez, eficiência<br />

e qualidade nas entregas são fatores com maior<br />

relevância para esses clientes. Por isso, nesse<br />

cenário, é válida uma atenção especial para os<br />

fatores de entregas, que também geram grandes<br />

transtornos, tanto para os gestores de e-commerce<br />

como para os consumidores finais, bem como<br />

novas possibilidades para agregar conveniência<br />

a todos os envolvidos, e nesse aspecto a utilização<br />

de lockers em pontos estratégicos de retirada<br />

tem se afirmado cada vez mais como uma das<br />

soluções mais viáveis.<br />

O uso de lockers remodelou o sistema de entregas<br />

de mercadorias na Europa e nos EUA<br />

Como já citado anteriormente, o comércio eletrônico<br />

transformou a forma de pensar das entregas,<br />

aumentando a complexidade da última milha da<br />

cadeia de suprimentos. Nesse aspecto, a utilização<br />

de armários para armazenagem de encomendas<br />

pôde ajudar na resolução desses desafios, seja pela<br />

redução do tempo de permanência dos veículos<br />

e trânsito nos centros urbanos, seja na redução<br />

dos índices de insucesso na primeira tentativa<br />

de entrega.<br />

O cenário das entregas via lockers nos Estados<br />

Unidos<br />

Os sistemas de autoatendimento por meio de<br />

lockers colaboraram significativamente para a<br />

remodelagem do sistema de entregas de mercadorias<br />

tanto na Europa, bem como nos Estados<br />

Unidos. Os primeiros foram introduzidos na Europa<br />

em 2002 e, nos EUA, em 2011. A conhecida<br />

Amazon foi quem inaugurou o sistema em solo<br />

americano, na cidade de Seattle, em lojas de conveniência<br />

da franquia 7-eleven. A opção era uma<br />

alternativa à entrega em domicílio aos clientes<br />

da empresa, garantindo locais seguros e convenientes,<br />

com tempo de coleta flexível e a possibilidade<br />

de retirada durante três dias. Após esse<br />

período, eles retornavam ao depósito da varejista<br />

(nos casos de retorno, o cliente é reembolsado<br />

integralmente).<br />

No momento, apenas em Seattle, a Amazon conta<br />

com uma rede com 17 lockers de autoatendimento,<br />

sendo 14 em áreas de acesso público e o<br />

restante em prédios privados, exigindo uma chave<br />

de acesso. Esse é o caso do Amazon Hub, criado<br />

em julho de 2017; um sistema de lockers especificamente<br />

para ocupantes de edifícios residenciais<br />

ou comerciais. Atualmente, já são mais de dois mil<br />

lockers da Amazon distribuídos por pelo menos 50<br />

áreas metropolitanas dos Estados Unidos, em lojas<br />

de conveniência, bancos e outros pontos estratégicos,<br />

cada um operando com uma faixa-horária<br />

específica ou no modelo 24/7. Além da Amazon,<br />

outras grandes empresas estão investindo nisso.<br />

A FedEx já possui lockers acessíveis ao público<br />

no Texas e no Tennessee, operando também no<br />

modelo 24/7, porém somente com pacotes FedEx,<br />

que podem ser mantidos nos lockers por até cinco<br />

dias antes de serem devolvidos ao remetente. A<br />

UPS também está se movimentando nesse sentido,<br />

com a instalação de 300 lockers espalhados<br />

pelo território norte-americano.<br />

Já o maior serviço de entregas postais dos EUA,<br />

a USPS (United States Postal Service), implantou<br />

em 2012 os primeiros lockers para testes. Para<br />

utilizar o gopost, é necessário efetuar um registro<br />

para receber um cartão especial. O usuário<br />

tem uma janela de 15 dias corridos para retirar a<br />

sua encomenda antes de ela ser retornada para<br />

Stefan Rehm é administrador formado na Holanda com passagem em Harvard e mestre em gestão de<br />

empresas pela HEC Schoolof Management de Paris. Trabalhou em empresas como Google e IBM nos<br />

primeiros anos profissionais antes de ingressar em gestão de e-commerce na Europa. Radicado no Brasil<br />

desde 2012, hoje é fundador da Intelipost.<br />

2019 | E-COMMERCE BRASIL | 47


LOGÍSTICA<br />

o embarcador. Estima-se que o projeto piloto,<br />

formado por 13 pontos de coleta, teria poupado<br />

entre US$147 mil e US$ 634 mil em custos anuais<br />

de mão de obra. Hoje, são 27 pontos de lockers de<br />

autoatendimento operando pelo País, em lojas de<br />

conveniência, bancos e outros comércios.<br />

O cenário das entregas via lockers na Europa<br />

A Europa é o lugar onde você pode encontrar o<br />

maior número de lockers dentro e ao redor das<br />

estações de trem. De acordo com dados de relatório<br />

publicado pela MetroFreight, mais de 20%<br />

dos pedidos via Internet na França têm como<br />

destino pontos de coleta localizados em postos de<br />

gasolina ou estações do metrô, disponibilizados 24<br />

horas por dia. Funciona assim: os consumidores<br />

Desde março de 2017, uma empresa ferroviária<br />

controlada pelo governo europeu, em uma parceria<br />

público-privada com uma rede de supermercados,<br />

implementou lockers refrigerados em algumas<br />

das principais estações de tremem Berlim, a<br />

Stuttgart e a Ostbahnhof. Outra parceria parecida<br />

foi desenvolvida para criar conveniências dentro<br />

e ao redor do trânsito dos centros urbanos. Nesse<br />

caso, os clientes podem efetuar o pagamento da<br />

encomenda no momento em que eles solicitam<br />

o pedido online ou no momento da retirada do<br />

produto no locker.<br />

Alguns estudos de caso envolvendo lockers<br />

Naturalmente, nenhum sistema de lockers será<br />

uma estratégia economicamente sustentável, a<br />

“O que se tem constatado é que rapidez,<br />

eficiência e qualidade nas entregas são fatores<br />

com maior relevância para esses clientes”<br />

recebem uma mensagem de texto informando<br />

que sua encomenda encontra-se disponível. Em<br />

consequência disso, as empresas de transporte,<br />

que antes levavam horas para entregar 50 pacotes<br />

em um complexo de apartamentos, agora podem<br />

levar algo em torno de 20 minutos depositando<br />

as encomendas diretamente nos lockers.<br />

A gigante DHL trouxe o conceito de Packstations<br />

em 2002, sendo a pioneira a se arriscar nesse sentido.<br />

Na Alemanha, a empresa conta atualmente<br />

com aproximadamente 3.400 Packstations. Isso<br />

significa que na Alemanha 90% da população têm<br />

acesso a uma Packstation a uma distância de <strong>10</strong><br />

minutos de caminhada. Além da DHL, a Europa<br />

abriga lockers de várias empresas de serviços<br />

logísticos, como BPost, Bring Express, Itella, Post<br />

Danmark e InPost.<br />

menos que usuários e transportadora vejam isso<br />

como um benefício valioso. Um estudo realizado<br />

em 2017, na Suécia, buscou entender quanto os<br />

consumidores valorizavam a adoção do uso de<br />

lockers em quatro critérios: experiência emocional,<br />

interação social, impactos financeiros<br />

e funcionalidade. O resultado comprovou que<br />

os participantes da pesquisa, que tinham entre<br />

20 e 59 anos e já teriam utilizado esse método<br />

de entrega pelo menos uma vez, acreditam que<br />

esses critérios são essenciais para que os clientes<br />

optem por utilizar ou não lockers para receber<br />

suas encomendas.<br />

Outro estudo realizado em 2015 na Polônia constatou<br />

que a instalação de lockers em lugares estratégicos<br />

aumenta o índice de eficiência de entregas.<br />

O estudo apontou que, comparada às entregas<br />

48 | E-COMMERCE BRASIL | 2019


ealizadas para cada destinatário, em um único<br />

dia, a quilometragem rodada caiu mais do que<br />

a metade, de 150 km para 70 km; inversamente<br />

proporcional a isso, o número de encomendas<br />

entregues em um único dia por um caminhão<br />

aumentou <strong>10</strong> vezes, mais especificamente de 60<br />

para 600 entregas, reduzindo significativamente<br />

as emissões de CO2 e consumo de combustível.<br />

A pesquisa mostrou que é possível, com o uso de<br />

lockers, reduzir tempo de viagem, aumentar a<br />

qualidade do serviço do transportador e o número<br />

de entregas realizadas.<br />

Em meados de 2012, um estudo da Politecnico di<br />

Milano analisou e comparou o impacto ambiental<br />

e os custos operacionais de entregas realizadas em<br />

lockers em vez de residências em áreas urbanas e<br />

não-urbanas. O resultado: em ambos os cenários,<br />

a entrega via lockers mostrou-se o método com<br />

menores custos de operação e também o de menor<br />

impacto ambiental.<br />

Estes são alguns exemplos que elucidam o interesse<br />

europeu em métodos de entrega alternativos.<br />

O grande sucesso dos lockers na Alemanha pode<br />

ser facilmente atribuído às altas taxas de comércio<br />

eletrônico, como também à conveniência gerada<br />

para o consumidor final com as devoluções de<br />

itens comprados online. O crescimento gradual<br />

dos lockers e pontos de coleta é esperado principalmente<br />

na Alemanha e na França, onde a<br />

estratégia está mais sólida e desenvolvida.<br />

Em São Paulo e Rio de Janeiro, já é possível realizar<br />

a retirada de encomendas nos lockers da Inpost<br />

desde 2017. A empresa disponibiliza armários<br />

em três tamanhos (P, M e G) de acordo com as<br />

dimensões do pedido. Outro exemplo é o da gigante<br />

varejista Via Varejo, que atua em parceria<br />

com postos de gasolina Ipiranga e também está<br />

atuando com clique e retire em São Paulo e Rio de<br />

Janeiro. A Easypost, empresa carioca e parceira de<br />

varejistas como a Decathlon, opera 20 terminais<br />

no Rio e em São Paulo, e a ideia é expandir para<br />

centenas nos próximos anos.<br />

No varejo de moda, esse movimento tem se tornado<br />

mais significativo: empresas como Renner,<br />

Riachuelo e C&A já utilizam o sistema de clique e<br />

retire em suas lojas, usando lockers para realizar<br />

entregas dentro das lojas, nos casos de compras<br />

realizadas online.<br />

Concluindo, podemos dizer que o papel dos lockers<br />

será definitivo para empresas que desejam<br />

implantar uma estratégia omnichannel, aliada<br />

à modalidade de clique e retire, ajudando os<br />

e-commerces a baratear os gastos nas entregas<br />

pulverizadas (sendo a última milha a parte mais<br />

cara do trajeto da encomenda até o consumidor).<br />

Para isso, é importante investir em sistemas de<br />

integrações e automatizações, que façam com que<br />

cada pedido esteja com as informações corretas,<br />

garantindo autonomia ao consumidor no momento<br />

da retirada de cada produto. Em longo prazo,<br />

é bem provável que os maiores varejistas serão<br />

aqueles capazes de realizar entregas de qualidade<br />

em até 24 horas (ou menos!) para se manterem<br />

competitivos dentro de seus mercados visados.<br />

E no Brasil, o que temos até agora?<br />

No Brasil, estratégias de métodos alternativos de<br />

entregas já estão surgindo, porém, o cenário é bem<br />

diferente do Europeu (por questões relacionadas<br />

à expansão territorial, legislação e colaboração<br />

entre as próprias empresas).<br />

2019 | E-COMMERCE BRASIL | 49


50 | E-COMMERCE BRASIL | 2019


DROPS DO MERCADO<br />

Anúncios do B2WADS agora terão um novo formato de Display<br />

A Jadlog, um dos principais operadores logísticos do País, divulga os dados da pesquisa Barômetro Os<br />

anúncios do B2WADS - solução completa de publicidade da B2W - terão um novo formato de Display.<br />

Agora, será possível criar ações ainda mais inteligentes, a partir de dados como comportamento de<br />

compra e informações demográficas do cliente. Esta microssegmentação irá ajudar sellers, fabricantes<br />

e agências que anunciam nos sites Americanas.com, Submarino e Shoptime a criarem estratégias cada<br />

vez mais assertivas junto ao consumidor, o que pode aumentar o engajamento com as campanhas e<br />

resultados em vendas. Para saber mais acesse nosso site.<br />

Voxus lançará canal online para acesso aos conteúdos da Voxus Academy<br />

Pesquisas mostram que o mercado de mídia programática é um dos segmentos de mídia que mais crescem<br />

no Brasil e a demanda por profissionais qualificados vem acompanhando esse ritmo de crescimento.<br />

A Voxus Academy é uma iniciativa Voxus focada na capacitação de pessoas em mídia programática.<br />

Formada apenas por especialistas, a ideia da iniciativa é ajudar o cossistema dos e-commerces a suprir<br />

sua demanda por talentos, capacitando pessoas por meio de cursos, treinamentos e workshops com<br />

conteúdo de qualidade. Entendendo que pode ajudar um número maior de pessoas e também disponibilizar<br />

os conteúdos com maior flexibilidade, a Voxus Academy lançará seus treinamentos também em<br />

ambiente online! Os profissionais poderão acessar os conteúdos por meio de plataforma online e ao<br />

fim receberão certificação indicando a conclusão e a aprovação na avaliação final de cada treinamento<br />

online realizado.<br />

Por que apps são importantes para o negócio?<br />

Os aplicativos para smartphones são muito populares, mas como justificar, em dados, a importância<br />

deste canal para o seu negócio? O Brasil é o 4 o maior mercado em volume de downloads, os brasileiros<br />

passam mais de 3 horas por dia interagindo com os apps, e têm, em média, 75 apps instalados em seus<br />

celulares. Além disso, os consumidores gastam mais e compram mais vezes por meio de aplicativos. Em<br />

média, a taxa de conversão é 3 vezes maior do que os mobile sites e o ticket médio chega a ser o dobro<br />

se comparado aos desktops. A recorrência também é um fator importante: geralmente os app users tem<br />

50% mais chances de retornar em 30 dias. Para colher os melhores resultados deste canal, a agência<br />

GhFly possui soluções em todas as etapas do ciclo de vida de um app (pré-lançamento a maturidade).<br />

As soluções contemplam estratégias de aquisição (volume de downloads), retenção (usuários diários<br />

ativos) e rentabilidade (up e crosssell).<br />

Mais conversões de vendas e menos prejuízo<br />

A Rede, empresa de meios de pagamento eletrônicos do Itaú Unibanco, oferece o PV Exclusivo, funcionalidade<br />

que aumenta as vendas dos clientes, além de melhorar a experiência do consumidor.<br />

O recurso simplifica o processo de aprovação das compras à medida que o lojista indica dados das<br />

transações ou dos portadores de cartões Itaú mais confiáveis de sua base – de acordo com seu comportamento<br />

como consumidores –, reduzindo o índice de operações negadas por suspeita de fraude e,<br />

consequentemente, favorecendo a conversão das vendas. Para saber mais sobre os serviços, acesse:<br />

https://www.userede.com.br/novo/e-rede<br />

2019 | E-COMMERCE BRASIL | <strong>51</strong>


GESTÃO<br />

VERDADE<br />

GERA<br />

RESULTADO<br />

D<br />

ias atrás, conhecendo a sede de uma<br />

empresa, fui apresentado à “sala de descompressão”.<br />

Demonstrei interesse - e<br />

realmente estava entretido naquele jogo de cores.<br />

Sofás, almofadas, TV, mesa de ping-pong e nem<br />

uma alma viva. Na verdade, a única que vagava<br />

por lá estava mergulhada num notebook, afogada<br />

em algumas planilhas.<br />

A sala era realmente bacana, mas o que me chamou<br />

a atenção mesmo foi o nome. Sala de descompressão.<br />

Um espaço para aliviar o stress da<br />

labuta diária. Pressupõe-se que, muito provavelmente,<br />

seu emprego vai te gerar uma pressão suficiente<br />

para você se jogar numa câmara isobárica<br />

e só sair de lá com as caraminholas funcionado<br />

para gerar mais e mais resultados para a empresa.<br />

Na prática, o que acontece pela tangente, são<br />

olhares que desencorajam um joguinho maroto de<br />

tênis de mesa durante o expediente ou qualquer<br />

outra atividade. A não ser, e olhe lá, se a expressão<br />

de cansaço for visível para todo o time, demonstrando<br />

longas horas num campo de guerra.<br />

função de toda essa parafernália se, na prática, a<br />

empresa não dedica real preocupação com todos<br />

os envolvidos naquela ciranda. Parece-me um<br />

jogo em que a ordem é se matar por algo, quase<br />

um haraquiri coletivo. Mas no final a honra fica<br />

toda com os donos da empresa, e os corpos são<br />

festejados com um happy hour e está tudo certo.<br />

O Brasil é campeão mundial no índice de ansiedade<br />

e líder em depressão na América Latina. Essas<br />

vitórias, com poucos louros, traduzem o cotidiano<br />

de um bocado de gente imersa em assédio, competição<br />

e busca por números que interessam a tão<br />

poucos. Conquistas que, por fim, estão ali para<br />

alimentar o ego de alguns.<br />

Gasto fosfato e os dedos nesta escrita para questionar<br />

o sentido desse dia a dia frenético por algo<br />

sem verdade, tanto nas relações profissionais<br />

quanto no próprio existir das empresas. Nos últimos<br />

tempos, temos vivido intensamente a questão<br />

existencial da Chico Rei, criando perguntas que<br />

precisam gerar respostas honestas e transparentes<br />

do time inteiro, sem exceção.<br />

Não quero defender aqui o ócio permanente, muito<br />

menos ir contra o esforço coletivo na busca de<br />

algo. Minha intenção é apenas entender qual a real<br />

Debaixo de chuva, suor (e cerveja), estamos construindo<br />

uma empresa onde podemos acreditar<br />

nos valores e na importância das relações. Pontes<br />

BRUNO IMBRIZI<br />

Cofundador e diretor da Chico Rei<br />

bruno@chicorei.com.br<br />

52 | E-COMMERCE BRASIL | 2019


“(...) qual a real função de toda essa<br />

parafernália se, na prática, a empresa<br />

não dedica real preocupação com todos<br />

envolvidos naquela ciranda”<br />

reais entre a gente, os clientes e a comunidade,<br />

num pensar coletivo. E fazemos isso com a marca<br />

na pele de quem já passou por maus bocados.<br />

Pagamos caro por tentar vender há um tempo<br />

aquilo que não éramos de verdade, comercializando<br />

produtos cheios de felicidade, quando na<br />

prática vivíamos uma rotina de stress e tensões.<br />

gerar riqueza para alguns, embora ache isso muito<br />

pouco, que o faça. Mas que seja verdadeiro<br />

no discurso entre aqueles que constroem aquilo<br />

cotidianamente, que embarcam num sonho que<br />

por fim pertence a tão poucos. Porque, na prática,<br />

o mundo do marketing e o viver das empresas se<br />

tornaram um grande conto, com poucas verdades,<br />

muita criatividade na fala e pouca ação.<br />

Esse processo tem sido fundamental para construir<br />

pessoas melhores, uma empresa mais consistente<br />

e vendas de tirar o chapéu. Não desassociamos<br />

o cuidar de pessoas dos resultados financeiros.<br />

Pelo contrário, entendemos que investir<br />

em gente - seja dentro de nossa casa, os que<br />

consomem os nossos produtos e a sociedade à<br />

nossa volta - gera grana, que amplia esse círculo<br />

de construção consciente.<br />

Para começar um processo de relações genuínas,<br />

sugiro dedicar tempo para um bom papo, com<br />

liberdade e reais interesses dos líderes em relação<br />

aos liderados. Que estejam dispostos a entender<br />

as dores e os sabores de seu time. Gente com gana<br />

gera resultados. Resultados devem falar sobre<br />

pessoas, elas dedicam um tempo gigante para<br />

que tudo isso aconteça. Bora criar espaços para<br />

um tanto de gente fazer história?<br />

Se o motivo da empresa é simplesmente o de<br />

Bruno Imbrizi é cofundador e diretor da Chico Rei, empresa que alia criatividade e tecnologia para<br />

a produção de camisetas que geram impacto social através de suas vendas.<br />

2019 | E-COMMERCE BRASIL | 53


DROPS DO MERCADO<br />

Como incluir o vendedor de loja na estratégia de CRM omnichannel?<br />

O vendedor é um importante ponto de contato do consumidor com a marca e, por isso, não pode ser<br />

deixado de fora da estratégia de CRM omnichannel. Pensando nisso, a Dito está lançando um novo recurso<br />

para o varejo. Com o Dito PDV Agenda, é possível ter todos os dados do caderninho do vendedor em<br />

um web app, facilitando um contato mais direcionado com os clientes. O time de Marketing consegue<br />

criar segmentos com base em dados de perfil, comportamento e histórico de compras. Os vendedores<br />

recebem sua carteira de consumidores, com sugestões de textos, fotos e videos para cada campanha.<br />

Ele também pode acessar a ficha do cliente, bem como registrar como foi o contato. Já o gerente da loja<br />

consegue acompanhar a performance dos seus vendedores e garantir que os dados não serão perdidos<br />

com a saída de um funcionário. O cliente também ganha, pois recebe um contato mais personalizado e<br />

relevante. Saiba mais em dito.com.br/pdv<br />

Você ainda perde seus clientes por conta de um atendimento ruim?<br />

Todo mundo já teve uma experiência ruim de atendimento que deve ter pensado “Não comprarei mais<br />

essa marca”. A pesquisa Customer Insights realizada pela NeoAssist em parceria com a MindMiners,<br />

entrevistou mil consumidores e o resultado só concretizou esse sentimento. Mais da metade dos entrevistados<br />

não se mantém fiel à uma marca por conta de experiências ruins de atendimento ao cliente<br />

e ainda mais, a experiência já é o fator mais importante para a fidelidade a uma marca, ultrapassando<br />

qualidade dos produtos e preço. Como pode-se ver, o setor de atendimento está deixando, cada vez mais,<br />

de ser um centro de custo para ser um centro de estratégia e de investimento dentro das organizações. A<br />

Customer Insights trilhou um conteúdo para empoderar empresas a entenderem melhor as expectativas<br />

de seus consumidores. O acesso está disponível nas redes sociais da NeoAssist.<br />

Conheça os Serviços Gerenciados Exceda<br />

Empresas com forte presença online utilizam serviços de performance, distribuição e segurança para<br />

melhorar a experiência de seus clientes, proteger suas aplicações e fortalecer suas marcas. Maximizar os<br />

benefícios desses serviços exige foco constante e conhecimentos específicos. Os Serviços Gerenciados<br />

da Exceda combinam experiência acumulada em 16 anos com excelência técnica para cumprir esses<br />

objetivos de forma simples, estruturada e sem dedicação de recursos internos de operação. Os diferentes<br />

tipos de Serviços Gerenciados da Exceda foram organizados para atender as demandas específicas<br />

de cada negócio, diferentes escopos, coberturas de horário e níveis de serviço. Podem ser contratados<br />

independentemente da tecnologia e do fornecedor dos serviços de distribuição e segurança utilizados.<br />

[B]Seller é solução integrada ao B2W Fulfillment<br />

O B2W Fulfillment (BFF) cuida de todas as etapas de logística para os sellers do B2W Marketplace<br />

(Americanas.com, Submarino e Shoptime), incluindo recebimento das mercadorias, armazenagem, separação<br />

dos pedidos, embalagem, expedição e entrega ao cliente, além do atendimento de chamados<br />

no pós-venda. A editora Companhia das Letras é uma das que já utilizam o BFF e [B]Seller para suas<br />

vendas no B2W Marketplace. Para utilizar o BFF, os ERP dos lojistas enviam as notas fiscais ao mesmo.<br />

Essa integração já é feita pelo ERP do [B]SellerBackoffice, ferramenta para gestão de e-commerce que<br />

cuida de toda a operação, enquanto o seller ganha mais tempo para focar na estratégia de vendas.<br />

No caso do [B]Seller, a emissão e envio de notas fiscais ao BFF são automáticos, sem necessidade de<br />

intervenção manual, o que agiliza ainda mais o processo.<br />

(Com informações de Bit Service)<br />

54 | E-COMMERCE BRASIL | 2019


2019 | E-COMMERCE BRASIL | 55


CAPA<br />

MARKETPLACE<br />

OU BANCO?<br />

Por Dinalva Fernandes, para Revista E-Commerce Brasil<br />

Comprar pela internet já virou rotina para<br />

milhões de brasileiros há um certo tempo,<br />

o que proporcionou um meio de varejistas<br />

aumentarem seu alcance para o público ou até<br />

mesmo iniciar um negócio que seria inviável,<br />

economicamente falando, se fosse concretizado<br />

em loja física. Entre as inúmeras formas de se<br />

vender online, se filiar a um marketplace é uma<br />

das mais comuns. Hoje, esse canal de venda já é<br />

bem conhecida entre os brasileiros - varejistas<br />

e clientes.<br />

Mas agora, além do espaço para vendas, os varejistas<br />

também têm acesso a linhas de crédito e<br />

até empréstimos através dos marketplaces. Isso<br />

permite a expansão dos negócios ainda dentro<br />

das plataformas e maior giro na economia do<br />

País. Mas como fica a regulamentação desta nova<br />

modalidade de serviço e no que isso pode impactar<br />

toda a cadeia econômica de agora em diante?<br />

No entanto, antes de começar a falar sobre essa<br />

nova modalidade de serviço, é necessário esclarecer<br />

do que exatamente estamos falando. Há anos<br />

existe no mercado os marketplaces de crédito,<br />

como são chamadas as financeiras fornecedoras<br />

de empréstimos (tanto para lojistas, quanto para<br />

consumidores em geral). A novidade é que, além<br />

dessa opção, agora os varejistas podem conseguir<br />

linhas de crédito com os próprios marketplaces<br />

que servem de vitrine para seus produtos.<br />

Como funciona o crédito em marketplaces?<br />

De acordo com o advogado João Fernando A.<br />

Nascimento, responsável pela área de Direito<br />

Bancário e Fintechs do CSMV Advogados, com<br />

a regulamentação das Fintechs de crédito, em<br />

especial a Sociedade de Crédito Direto (SCD), a<br />

concessão de empréstimos e financiamentos era<br />

atividade privativa apenas de instituições financeiras<br />

autorizadas pelo Banco Central.<br />

Porém, abriu-se a possibilidade para que estas<br />

empresas concedam crédito diretamente, sem a<br />

dependência de uma instituição financeira parceira.<br />

Agora, empresas não financeiras podem<br />

participar do processo, atuando como correspondentes<br />

bancários, oferecendo serviços tais como<br />

análise de crédito, cadastro, cobrança, recebendo<br />

comissão etc. “Muitas fintechs têm operado dessa<br />

forma, na maioria das vezes em parceria com<br />

uma instituição financeira que, no fim das contas,<br />

concede o crédito”, explicou Nascimento.<br />

Ainda segundo o advogado, esse novo tipo de<br />

entidade regulada tem certas restrições operacionais,<br />

uma vez que só podem emprestar com<br />

capital próprio. “Entretanto, é possível que elas<br />

ampliem seu ‘poder de fogo’ com a adição de um<br />

fundo de investimento em direitos creditórios,<br />

que chamamos de FIDC, à estrutura. Sua função<br />

é dar liquidez às operações da fintech”, pontuou.<br />

No caso específico da concessão de crédito para os<br />

lojistas participantes dos marketplaces de varejo,<br />

a operação funciona da seguinte forma:<br />

56 | E-COMMERCE BRASIL | 2019


• O marketplace (diretamente ou com o suporte<br />

de um correspondente bancário/ Fintech), analisa<br />

o histórico de faturamento do lojista e determina<br />

seu risco de crédito.<br />

• Com base nesse risco de crédito, é estabelecido<br />

um limite de crédito em favor do lojista junto à<br />

instituição financeira parceira/ Fintech.<br />

• Ao tomar o crédito, o lojista vincula os recebíveis<br />

de suas vendas ao pagamento do empréstimo, em<br />

parcelas ou não.<br />

• O marketplace direciona ou repassa os recebíveis<br />

para a instituição financeira/ Fintech para pagamento<br />

até a amortização total do empréstimo.<br />

2019 | E-COMMERCE BRASIL | 57


CAPA<br />

Confira exemplos práticos do serviço:<br />

A B2W (dona da Americanas, Shoptime e Submarino)<br />

é um dos maiores marketplaces do País e,<br />

desde agosto de 2018, passou a disponibilizar o<br />

Crédito Seller, sua plataforma de produtos financeiros<br />

que oferece crédito aos lojistas parceiros a<br />

taxas competitivas e compatíveis com o mercado.<br />

De acordo com diretor financeiro e de relações<br />

com investidores da empresa, Fabio Abrate, os<br />

empréstimos são concedidos de maneira <strong>10</strong>0%<br />

online, em parceria com uma instituição financeira.<br />

“Os critérios para concessão de crédito são definidos<br />

com base no histórico de vendas dos lojistas<br />

parceiros no B2W Marketplace combinado<br />

com informações de crédito e risco disponíveis<br />

no mercado. Por acompanharmos de perto os<br />

negócios dos lojistas parceiros dentro da nossa<br />

plataforma, temos condições de avaliar melhor<br />

e de forma mais rápida a concessão de crédito a<br />

eles”, explica.<br />

Os empréstimos podem ser pagos em até 12<br />

meses ou em uma parcela única, com prazos de<br />

pagamento que variam entre 30, 45 e 60 dias, na<br />

modalidade Crédito Parcela Única, lançada no<br />

final de 2018. As parcelas são descontadas das<br />

vendas futuras dentro da plataforma, reduzindo<br />

assim o risco da operação e as taxas de juros. Isso<br />

permite que os parceiros tenham acesso a uma<br />

nova fonte de financiamento, sendo uma alternativa<br />

mais vantajosa que as opções tradicionais<br />

encontradas no mercado, segundo Abrate.<br />

O serviço é oferecido apenas para lojistas parceiros.<br />

“Com o crédito, damos suporte para os<br />

lojistas acelerarem as vendas na nossa plataforma.<br />

Os parceiros que contrataram o produto vêm<br />

investindo mais em estoque, competitividade —<br />

ao garantirem melhores preços e descontos — e<br />

publicidade, assim como em suas operações para<br />

dar suporte ao crescimento de vendas dentro do<br />

B2W Marketplace”, afirmou o porta-voz.<br />

O Mercado Pago, serviço de pagamento do Mercado<br />

Livre, também oferece serviço de crédito<br />

para capital de giro desde janeiro de 2017. Segundo<br />

a empresa, já foram concedidos mais de<br />

184 mil créditos para empreendedores em toda<br />

a América Latina.<br />

A modalidade é oferecida pelo Mercado Crédito,<br />

que é uma unidade de negócios da empresa, destinada<br />

a prover soluções de crédito para usuários<br />

do Mercado Livre e/ou Mercado Pago. Aqui, a<br />

empresa oferece linhas de capital de giro a Micro,<br />

Pequenas e Médias Empresas (MPMEs) ou a<br />

empresários individuais que vendem no Mercado<br />

Livre ou mesmo que processem seus pagamentos<br />

com o Mercado Pago fora do marketplace. As empresas<br />

que estão elegíveis podem solicitar linhas<br />

que vão de R$ 300 até R$ 350 mil.<br />

Segundo o Mercado Pago, a contratação para<br />

as empresas elegíveis é simples, feita através do<br />

próprio site ou aplicativo. O processo é muito<br />

fácil: o usuário faz o pedido no site e o crédito é<br />

concedido de forma <strong>10</strong>0% online. O vendedor é<br />

avaliado por um modelo de scoring (análise de<br />

risco) que considera variáveis como histórico de<br />

vendas, reputação e uso dos produtos Mercado<br />

Livre. O modelo utiliza inteligência artificial para<br />

analisar, constantemente, mais de 400 variáveis<br />

do comportamento do usuário no ecossistema<br />

do Mercado Livre e Mercado Pago.<br />

Para os vendedores que utilizam a máquina de<br />

cartões Point, é necessário que o usuário tenha<br />

pelo menos três meses de venda com a Point antes<br />

de solicitar o crédito.<br />

Cenário bancário mais democrático<br />

Para o economista Clóvis Benoni Meurer, conselheiro<br />

do Cofecon- (Conselho Federal de<br />

Economia), a demanda por mais serviços no<br />

marketplace, incluindo o aumento de importância<br />

das fintechs, chegou para ficar. “Hoje, a maioria<br />

das compras são feitas por celular, telefone ou<br />

internet. Para as gerações um pouco mais antigas,<br />

58 | E-COMMERCE BRASIL | 2019


a modernidade ainda está sendo assimilada, mas,<br />

para o público jovem, o mundo do marketplace<br />

é parte da modernidade<br />

que veio,<br />

não por modernismos,<br />

mas pela<br />

praticidade. Claro<br />

que ainda temos<br />

dificuldades na<br />

questão da segurança,<br />

como cartões<br />

de crédito<br />

copiados, senhas<br />

clonadas etc. Porém, por outro lado, tem as vantagens<br />

de procurar um produto mais barato, entrega<br />

imediata. A logística cada vez funciona melhor.<br />

Pode demorar, mas você recebe o pacote em casa”.<br />

Na visão do advogado, esse serviço tende a impactar<br />

o mercado de crédito, e ele aponta para<br />

“A concessão de empréstimos via<br />

marketplaces já é realidade no<br />

Brasil e sinaliza para mais mudanças<br />

no mercado financeiro, como a<br />

implementação do Open Banking”<br />

a tendência dabancarização<br />

das<br />

atividades dos<br />

marketplaces.<br />

“ M u i t o s<br />

marketplaces já<br />

vinham oferecendo<br />

contas digitais<br />

e até cartões (de<br />

crédito e pré-pagos)<br />

para seus<br />

clientes, e a oferta de crédito somente reafirma<br />

a tendência de que os marketplaces se tornarão<br />

foros mais amplos de serviços aos lojistas e aos<br />

consumidores também”, revelou.<br />

Parte da demanda é oriunda da necessidade de<br />

movimentar a economia, explica Meurer. “O mundo<br />

dos negócios é muito acionado por crédito.<br />

Uma coisa é você enxugar o crédito e outra e ampliá-lo.<br />

Exemplo: se quero comprar um celular<br />

de R$ 2 mil à vista, talvez não consiga, e alguém<br />

vai deixar de vender o produto. Mas posso comprá-lo<br />

se tiver a opção de pagar em parcelas. Isso<br />

gira a economia. Fornecer por meio de bancos,<br />

marketplaces ou até fintechs é um mecanismo<br />

de ampliar o mundo dos negócios. É claro que<br />

podemos ter problemas de inflação e o volume<br />

de inadimplência pode ser maior, mas é superpositivo<br />

para o mundo dos negócios”, afirma.<br />

Nascimento também concorda que essa nova<br />

modalidade de serviço financeiro é extremamente<br />

positiva, uma vez que oferece mais uma<br />

alternativa ao lojista na obtenção de crédito. “É<br />

importante lembrar que essa operação tende a<br />

ter taxas de juros mais baixas em comparação<br />

às linhas tradicionais oferecidas pelos bancos,<br />

pois o marketplace conhece muito bem o lojista<br />

e pode avaliar seu risco de crédito de forma mais<br />

adequada, além de dispor de uma garantia líquida<br />

e dos recebíveis das vendas cursadas no próprio<br />

marketplace”, pontuou Nascimento enumerando<br />

as vantagens da novidade.<br />

O ingresso definitivo dos marketplaces no setor<br />

de serviços financeiros, agora como protagonistas<br />

e detentores de um relacionamento mais abrangente<br />

com o lojista, deve causar uma reação dos<br />

bancos, pois dispõem de muita força financeira,<br />

especulou Nascimento. “Os bancos podem oferecer<br />

linhas de crédito a taxas mais baixas ou reduzir<br />

o custo da operação de antecipação de recebíveis,<br />

o que poderia ‘esvaziar’ o estoque de recebíveis<br />

disponível para os marketplaces”, analisou.<br />

O Open Banking será uma realidade?<br />

A demanda por mais opções de serviços bancários<br />

fora dos bancos é reivindicação antiga. Inclusive,<br />

já existe uma associação criada para pressionar<br />

o Banco Central para a criação de mais opções<br />

no mercado. Fundada em 2016, a Associação<br />

Brasileira de Crédito Digital (ABCD) é uma associação<br />

sem fins lucrativos de âmbito nacional<br />

formada por fintechs que oferecem produtos e<br />

serviços financeiros. De acordo com a instituição,<br />

as fintechs estão mudando a dinâmica do mercado<br />

de crédito e estão em franco crescimento no<br />

Brasil e no mundo.<br />

Para a associação, o modelo tradicional de sistema<br />

financeiro concentrado em poucas instituições<br />

2019 | E-COMMERCE BRASIL | 59


CAPA<br />

“O ingresso definitivo dos marketplaces<br />

no setor de serviços financeiros (...) deve<br />

causar uma reação dos bancos, pois<br />

dispõem de muita força financeira”<br />

está chegando ao esgotamento no mundo todo.<br />

No Brasil, “as ineficiências desse modelo, somadas<br />

a fatores como insegurança jurídica e custo país”,<br />

encarecem o crédito e estimulam o aumento da<br />

inadimplência, que hoje atinge mais de 60% da<br />

população economicamente ativa.<br />

Em 22 de abril, a associação divulgou manifesto<br />

a favor da regulamentação do Sistema Financeiro<br />

Aberto (mais conhecido como Open Banking) no<br />

Brasil, como uma das soluções para esse cenário e<br />

alerta para a urgência de se corrigir essa situação.<br />

O Open Banking já é realidade na União Europeia,<br />

na Inglaterra e no Canadá, e está em fase de regulamentação<br />

em diversos outros países, como<br />

Austrália, México e Singapura.<br />

Na visão da ABCD, o Open Banking beneficia a<br />

população, o mercado de crédito e a economia,<br />

pois os consumidores poderiam usufruir de substancial<br />

redução das taxas de juros, acesso a maior<br />

limite de crédito, ampla variedade de competidores<br />

e produtos, maior agilidade e menor custo nas<br />

operações financeiras. Já o mercado de crédito se<br />

beneficiaria pela inclusão de mais de 60 milhões<br />

de pessoas desbancarizadas.<br />

qualidade de sua preferência. Mais competição<br />

equivale a mais eficiência, maior variedade de<br />

produtos e melhor experiência do consumidor”.<br />

A pressão parece ter surtido efeito. Dois dias depois,<br />

o Banco Central divulgou o Comunicado nº<br />

33.455, contendo os requisitos fundamentais para<br />

a implementação do chamado “Sistema Financeiro<br />

Aberto”, ou Open Banking, na denominação<br />

mais utilizada internacionalmente.<br />

Por meio do comunicado, o Banco Central define<br />

os principais pilares da futura regulamentação do<br />

Open Banking no Brasil, bem como estabelece a<br />

abrangência e a ordem para a implementação<br />

da medida, cuja base é a promoção do compartilhamento<br />

de dados, produtos e serviços pelas<br />

instituições financeiras e demais instituições<br />

autorizadas.<br />

A ideia central do Open Banking mudaria a forma<br />

como as pessoas utilizam serviços financeiros,<br />

afirma a ABCD, em nota. “É como se o mercado<br />

financeiro fosse um supermercado, onde as<br />

pessoas entram com seu carrinho e escolhem<br />

nas prateleiras os produtos da marca, preço e<br />

60 | E-COMMERCE BRASIL | 2019


2019 | E-COMMERCE BRASIL | 61


B2B<br />

QUATRO DICAS<br />

PARA VENDAS<br />

B2B ONLINE PARA<br />

CONSUMIDORES<br />

A<br />

tecnologia possibilita que toda marca<br />

desenvolva relacionamento direto com o<br />

consumidor final. Esse contato é um ativo<br />

precioso, pois permite que a empresa entenda de<br />

forma mais profunda a dinâmica do seu mercado<br />

e também ofereça uma experiência superior aos<br />

seus clientes. Porém, qualquer empresa focada no<br />

relacionamento com outras companhias há de se<br />

preparar bem para essa mudança de modelo de<br />

negócios, pois as necessidades dos clientes finais<br />

são bem diferentes das de um grande varejista.<br />

Abordar o cliente diretamente reforça a presença<br />

da sua marca. Com a transformação digital, um<br />

cenário em que se competia com concorrentes tradicionais<br />

passou a ser muito mais complexo, em<br />

que um produto ou serviço concorrente é empacotado<br />

de diversas formas por meio de mercados<br />

online, startups e serviços de assinatura digital.<br />

Pense, por exemplo, no segmento de distribuição<br />

de filmes em Bluray e DVD nos últimos <strong>10</strong> anos.<br />

Vamos aqui a algumas recomendações:<br />

Defina o motivo de ir direto ao consumidor<br />

Objetivos claros e um plano de como alcançá-los<br />

são essenciais para abraçar um novo modelo de<br />

negócios, além de um envolvimento de toda a<br />

organização começando pela liderança. Em geral,<br />

o que faz uma organização vender diretamente<br />

para o consumidor é uma expectativa de elevar a<br />

receita ou ampliar a percepção positiva em torno<br />

da marca, além de monitorar de forma mais próxima<br />

a dinâmica do seu mercado. Nessa missão,<br />

o primeiro passo é lançar um site de comércio<br />

eletrônico para uma linha específica ou região<br />

que não é explorada em todo o seu potencial.<br />

Prepare-se para a mudança organizacional<br />

Enquanto marcas B2B focam no sucesso do varejista,<br />

as B2C se concentram no sucesso do consumidor<br />

final. A mudança organizacional essencial<br />

implica adicionar ou revisar recursos e processos<br />

em marketing, redes sociais e comércio eletrônico,<br />

assim como capacitar profissionais para o<br />

novo modelo.<br />

DANIEL HOE<br />

Diretor sênior de marketing da Salesforce para América Latina<br />

62 | E-COMMERCE BRASIL | 2019


Evidentemente, devem-se incluir os processos<br />

de operações de produção e distribuição antes<br />

de criar o canal de venda online direto com o<br />

cliente. É frequente uma companhia descobrir<br />

só depois de lançar seu e-commerce que há sérios<br />

gargalos. Exemplo: não se consegue enviar<br />

produtos individuais, somente pallets inteiros.<br />

Tenha escala para se relacionar<br />

e reconhecimento não passam pela canibalização<br />

dos canais existentes, que representam a principal<br />

fonte de renda de companhias que já contam com<br />

parcerias estabelecidas com varejistas e empresas<br />

de distribuição.<br />

Aqui vão algumas recomendações para marcas<br />

B2B que irão vender para o consumidor pela<br />

primeira vez:<br />

Qual é a capacidade de sua organização em lidar<br />

com milhares de solicitações de clientes em canais<br />

diversos e desenvolver jornadas personalizadas<br />

de marketing digital para envolver seus públicos?<br />

Embora já haja experiência na construção de<br />

relacionamentos com um público B2B, não só as<br />

demandas passam a ser outras, como o volume<br />

é exponencial no B2C. Atendimento e marketing<br />

digital precisam estar tinindo para prover uma<br />

experiência incrível no canal onde o cliente esteja.<br />

A transformação digital aliada ao seu e-commerce<br />

terá papel importante no processo. No que se refere<br />

ao marketing digital, há uma riqueza de dados<br />

que seus clientes fornecerão na navegação na sua<br />

loja virtual, dando insights sobre promoções personalizadas<br />

e segmentação. Além disso, se antes<br />

buscavam atendimento de um varejista, agora será<br />

diretamente com sua marca, que poderá prover<br />

uma experiência mais completa. Tudo isso gera<br />

mais conhecimento sobre o consumidor final<br />

e condições para atender às suas expectativas.<br />

• Use o preço de varejo sugerido pelo fabricante<br />

para que os varejistas possam aplicar descontos<br />

exclusivos;<br />

• Varie a combinação de ofertas tanto no varejista<br />

quanto no site. Isso dá uma razão para o<br />

cliente consumir seus produtos e serviços tanto<br />

diretamente, pelo e-commerce da marca, como<br />

pelo varejista;<br />

• No site de e-commerce, crie conteúdo e campanhas<br />

para estimular confiança e fidelização à<br />

marca. É essencial criar conteúdo envolvente,<br />

otimizado para SearchEngineOptimization que<br />

aproxime seu produto e serviço da rotina dos<br />

clientes potenciais. Elevar o reconhecimento de<br />

marca é algo positivo tanto para o canal de venda<br />

direto como para os varejistas.<br />

Gerencie o conflito de canais<br />

Vender direto para o consumidor final exige um<br />

cuidado especial na gestão do relacionamento<br />

com os canais de varejo e distribuição. Por meio<br />

de regras e definições, é vital esclarecer aos parceiros<br />

em B2B que os objetivos de gerar receitas<br />

Daniel Hoe é o head de marketing da Salesforce para América Latina, desde 2014 liderando as estratégias de<br />

geração de demanda, eventos, digital e comunicações. Com mais de 15 anos de experiência em tecnologia,<br />

antes da Salesforce atuou no SAS, Oracle, BEA Systems e TIVIT em posições de vendas, marketing e<br />

engenharia. É engenheiro eletrônico formado pela Escola Politécnica da USP e mestre em administração<br />

pela London SchoolofEconomics (LSE).<br />

2019 | E-COMMERCE BRASIL | 63


MARKETING<br />

SEGMENTAÇÃO,<br />

INTELIGÊNCIA DE DADOS E<br />

CAMPANHAS DIRECIONADAS:<br />

VANTAGENS DE ANUNCIAR<br />

NO E-COMMERCE<br />

Fazer do e-commerce um canal de mídia<br />

para anunciantes é uma estratégia que<br />

vem crescendo muito ao longo dos anos,<br />

principalmente em países como Estados Unidos<br />

e China. Buscando novas formas de receita por<br />

meio de outros serviços, os varejistas começaram a<br />

disponibilizar inventário de publicidade para que<br />

marcas pudessem falar com os clientes do varejo.<br />

Para se ter uma ideia, nos Estados Unidos alguns<br />

e-commerces já possuem share de pesquisa inicial<br />

dos consumidores maior do que Google ou<br />

Bing, segundo estudo realizado em 2016 pela<br />

BloomReach. Nesse mesmo ano, o grupo chinês<br />

Alibaba teve uma receita de US$ 12,05 bilhões<br />

em vendas de anúncios, tornando-se a empresa<br />

líder em publicidade digital da China.<br />

Atualmente, as marcas enxergam uma grande<br />

oportunidade no e-commerce, uma vez que as<br />

lojas online detêm muitas informações dos clientes,<br />

como interesses e perfis de navegação, e que<br />

podem ser utilizadas para criar segmentações<br />

mais assertivas. Empresas como a 3W/Regié, do<br />

grupo francês Casino, já vêm utilizando esse tipo<br />

de inteligência para monetizar audiências e dados<br />

transacionais, trazendo uma receita adicional<br />

ao grupo.<br />

Da mesma forma, grandes players de publicidade<br />

também têm acompanhado essa mudança no<br />

mercado. Por exemplo, o OmnicomGroup criou<br />

uma operação apenas para investimento em publicidade<br />

no e-commerce americano, fazendo o<br />

marketing das marcas reavaliarem as decisões de<br />

investimento em publicidade.<br />

Cenário brasileiro<br />

Com os grandes e-commerces migrando para<br />

um modelo marketplace, mantendo parceria<br />

com diversos lojistas que muitas vezes vendem<br />

os mesmos produtos, as áreas de publicidade<br />

ganham também uma maior importância, pois<br />

ajudam os sellers a ganharem maior visibilidade<br />

e, consequentemente, um aumento na venda de<br />

seus produtos.<br />

Fica evidente o quanto o comércio eletrônico<br />

brasileiro está se estruturando cada vez mais para<br />

o crescimento desse mercado, trazendo tecnologia<br />

e inteligência para os lojistas e para as marcas.<br />

Assim, é comum vermos publicidades nativas,<br />

como os produtos patrocinados e banners no<br />

modelo de venda direta, em que os sellers e as<br />

marcas falam com um especialista de mídia ou<br />

disponibilizam os espaços não vendidos para a<br />

GUSTAVO SILVA<br />

Coordenador de Marketing da Via Varejo<br />

gustavo.lsilva@viavarejo.com.br<br />

64 | E-COMMERCE BRASIL | 2019


mídia programática e a compra é feita por software<br />

de forma automatizada via leilão em tempo real.<br />

Além disso, a maior parte das empresas de<br />

e-commerce tem contratado especialistas em<br />

mídia para fazer o planejamento dessas campanhas,<br />

analisar os KPIs e ajudar os anunciantes a<br />

ter retorno sobre o investimento. Essa é uma tendência<br />

que o e-commerce seguirá para aumentar<br />

sua receita (no caso da publicidade, é líquida,<br />

fator que a diferencia de margens mais apertadas<br />

quando se fala na venda de produtos), além de<br />

ajudar no aumento das vendas dos itens de marcas<br />

e aos lojistas que fazem esse investimento.<br />

Dessa forma, chegaremos a um ponto em que<br />

o comércio eletrônico disputará de igual para<br />

igual com grandes empresas de mídia como<br />

Facebook e Google. Como falamos no início, alguns<br />

e-commerces nos Estados Unidos e China<br />

já estão ganhando share nesse mercado. Do mesmo<br />

modo, as empresas de tecnologia também já<br />

trabalham em sistemas e plataformas para ajudar<br />

no crescimento da publicidade no comércio<br />

eletrônico.<br />

Quais as vantagens?<br />

Para o consumidor: o e-commerce oferece uma<br />

experiência personalizada e mais completa, mostrando<br />

ao usuário produtos e serviços relevantes,<br />

com base no seu perfil.<br />

Para a marca: maior visibilidade dos seus produtos<br />

e serviços no momento em o consumidor está<br />

pesquisando o que comprar e com maior propensão<br />

de fechar por já estar dentro do e-commerce,<br />

melhorando o desempenho de venda.<br />

Para o varejista: gera maior tráfego nas páginas<br />

de produto, com a possibilidade de reduzir o funil<br />

de compra ao oferecer produtos já nas páginas<br />

iniciais. É também é uma nova fonte de receita,<br />

por monetizar o tráfego dos sites.<br />

Gustavo Silva é Coordenador de Marketing da Via Varejo e responsável pela área de Ads, unidade focada no<br />

planejamento e negociação de mídia para fornecedores, agências e sellers do marketplace. É formado em<br />

Publicidade e Propaganda, pós-graduado em Marketing e Design Digital, com MBA em Gestão Empresarial.<br />

Possui <strong>10</strong> anos de experiência no e-commerce, atuando nas áreas de Publicidade, Marketing e B2B.<br />

2019 | E-COMMERCE BRASIL | 65


CRM<br />

CRM: UM PONTO<br />

FRACO OU UM<br />

DIFERENCIAL<br />

COMPETITIVO?<br />

Q<br />

uando se faz uma compra e algo dá errado,<br />

é hora de procurar o serviço de atendimento<br />

ao cliente da empresa. Ao se dar<br />

conta disso, a sensação que se tem dificilmente<br />

é boa. Não só porque o que leva a esse contato<br />

é geralmente um problema, mas principalmente<br />

porque a experiência da maioria das pessoas<br />

com o SAC da maioria das empresas é ruim - ou<br />

porque demoram a atender, ou porque não entendem<br />

a necessidade, não resolvem ou levam<br />

muito tempo para resolver a questão... Enfim,<br />

seja qual for a razão, é fato que é raro o cliente<br />

ficar realmente satisfeito quando precisa fazer<br />

contato com uma marca.<br />

Ao mesmo tempo, quando não se procura a empresa,<br />

mas é ela que vem atrás de você, também<br />

não é muito comum ela oferecer algo que realmente<br />

lhe interesse. São e-mails a respeito de<br />

manutenção de veículos para quem nem dirige,<br />

livros que não têm nada a ver com o que você lê,<br />

produtos que você não pretende comprar, anúncios<br />

de coisas que já comprou que continuam lhe<br />

perseguindo pelas mídias sociais...<br />

Seja na comunicação ativa ou passiva, não é difícil<br />

perceber que grande parte das marcas tem<br />

muito a evoluir em CRM, sigla do inglês customer<br />

relationship management, ou gestão de relacionamento<br />

com o cliente. E, no e-commerce, essa<br />

questão é ainda mais crítica, uma vez que os negócios<br />

digitais tendem a ser acessíveis para um<br />

público mais amplo e disperso, que faz contato<br />

das mais diversas formas, 24 horas por dia, sete<br />

dias por semana.<br />

Na era do chamado Marketing 4.0 que se vive hoje,<br />

em que “o marketing deve se adaptar à natureza<br />

mutável dos caminhos do consumidor na economia<br />

digital”, com o ser humano no centro de<br />

tudo - como destacam Philip Kotler, Hermawan<br />

Kartajaya e Iwan Setiawan em seu livro com esse<br />

título -, o que poderia ser encarado como um<br />

problema no mercado é na verdade uma grande<br />

oportunidade para marcas que desejem se diferenciar<br />

perante seu público.<br />

CRM não se trata apenas de gestão da base de contatos,<br />

envios de e-mails marketing e SAC. Um bom<br />

relacionamento com clientes e prospects vai muito<br />

além disso e deve envolver todos os pontos de<br />

contato da marca com o público, que atualmente<br />

são inúmeros: além de telefone e e-mail, tem chat,<br />

WhatsApp, Instagram, Facebook, Twitter e outras<br />

MILA PAES LEME MARQUES<br />

Sócia e diretora de Marketing Analytics da Soneto<br />

mila@sonetodigital.com.br<br />

66 | E-COMMERCE BRASIL | 2019


mídias sociais, contato pessoal no showroom, loja<br />

física ou na entrega... Não adianta fazer todos os<br />

esforços para criar propagandas incríveis, investir<br />

tudo na divulgação e depois estragar o relacionamento<br />

e perder vendas com uma estratégia fraca<br />

de CRM... ou sem estratégia alguma.<br />

Para elaborar uma estratégia eficaz de gestão de<br />

relacionamento com clientes e potenciais clientes,<br />

o primeiro passo é conhecer em profundidade<br />

os públicos-alvo da marca, indo além dos dados<br />

demográficos para entender seus interesses e<br />

comportamentos. Nesse sentido, vale investir em<br />

pesquisas quantitativas e qualitativas, que não<br />

são difíceis nem caras de se fazer online e por<br />

telefone, e a partir<br />

delas desenhar as<br />

buyer personas de<br />

quem visita e de<br />

quem compra em<br />

seu e-commerce<br />

e suas respectivas<br />

jornadas.<br />

Conhecendo melhor<br />

o dia a dia<br />

dos seus consumidores, fica mais fácil identificar<br />

todos os potenciais pontos de contato da sua<br />

marca com seus públicos-alvo. Todos eles devem<br />

ser contemplados na estratégia de CRM, então a<br />

próxima etapa é verificar que tipo de conteúdo e<br />

abordagem funciona melhor em cada momento<br />

das jornadas, por meio de cada canal. Esse mapeamento<br />

e o planejamento de mensagens-chave,<br />

conteúdos e frequência dos contatos consistem na<br />

elaboração da chamada régua de relacionamento,<br />

que nada mais é que o caminho percorrido pelos<br />

clientes e prospects com as indicações das ações<br />

previstas para cada fase pela qual eles vão passar.<br />

Um elemento essencial - e talvez o maior desafio<br />

- para o CRM, no entanto, é a segmentação<br />

do público. O consumidor de hoje está cada vez<br />

mais exigente e já sabe que as marcas são capazes<br />

de conhecê-lo bem e assim se relacionar<br />

de forma muito mais personalizada. E quem faz<br />

isso com excelência se diferencia no mercado,<br />

como é o caso da Amazon, que virou referência<br />

por receber o cliente de forma personalizada em<br />

sua plataforma, oferecendo outros produtos que<br />

podem realmente interessar e, com essas e outras<br />

funcionalidades focadas no cliente, deixando-o<br />

satisfeito e ampliando suas vendas. Por outro lado,<br />

enviar um mesmo e-mail marketing para toda<br />

“Não adianta fazer todos os esforços<br />

para criar propagandas incríveis,<br />

(...) e perder vendas com uma<br />

estratégia fraca de CRM...<br />

ou sem estratégia alguma”<br />

a base de contatos, de forma massificada, continuar<br />

enviando<br />

mensagens para<br />

um contato que<br />

já tenha se descadastrado,<br />

ou<br />

mostrar que não<br />

tem o histórico<br />

do cliente à mão<br />

quando ele faz<br />

contato já não<br />

faz mais sentido,<br />

levando à perda do cliente, além de prejuízos para<br />

a reputação da marca.<br />

Em meio a tantos canais de comunicação e públicos<br />

tão diversos, promover um relacionamento<br />

realmente personalizado e eficiente é trabalho de<br />

formiguinha, e vai exigir a elaboração de não uma,<br />

mas de várias réguas de relacionamento, de acordo<br />

com a segmentação. CRM é mesmo complexo.<br />

Cada caso é um caso, são muitas ações a serem<br />

tomadas, inúmeros detalhes para se pensar. E é aí<br />

que entram as ferramentas de CRM ou automação<br />

de marketing, que permitem, além de segmentar<br />

e gerir a base de contatos, mantendo-a atualizada,<br />

Mila Paes Leme Marques é sócia e diretora responsável pelo núcleo de Marketing Analytics da Soneto,<br />

agência especializada em impulsionar negócios por meio de projetos de marketing, comunicação e inovação.<br />

2019 | E-COMMERCE BRASIL | 67


CRM<br />

programar comunicações por diversos canais, de<br />

acordo com gatilhos pré-definidos, ou as réguas<br />

de relacionamento.<br />

As opções são inúmeras no mercado. O importante<br />

é só escolher depois de ter clara a sua estratégia<br />

de CRM, pois não é o seu e-commerce que deve<br />

se adaptar à ferramenta escolhida, e sim o contrário,<br />

ela precisa atender às suas necessidades. E<br />

quanto maior a complexidade de funcionalidades,<br />

mais alto tende a ser o preço, então é necessário<br />

ser realista. Cuidar manualmente do CRM é até<br />

possível, mas só enquanto o negócio é ainda muito<br />

pequeno. Quando começa a crescer, complica, e<br />

é aí que as empresas podem acabar se perdendo.<br />

Então o ideal é já começar de forma estruturada<br />

e com planejamento.<br />

Especificamente para o atendimento ao cliente<br />

para resolução de problemas, e também no momento<br />

do fechamento de negócio, em alguns<br />

casos - mais em negócios B2B -, a experiência de<br />

mercado mostra que o elemento humano ainda<br />

faz diferença. Mesmo na era dos chatbots, em<br />

momentos mais críticos, falar com uma pessoa<br />

real ajuda a transmitir segurança e confiabilidade.<br />

Sendo assim, paralelamente às novas tecnologias,<br />

mesmo no e-commerce, vale considerar ter uma<br />

equipe, estruturada conforme o volume de demanda<br />

de atendimento, que seja bem preparada<br />

e consciente de seu papel na estratégia de CRM,<br />

para poder fazer melhor a sua parte.<br />

Em e-commerce, especialmente, problemas acontecem.<br />

O produto que vai errado, a entrega que<br />

atrasa, a devolução... É quase impossível fugir<br />

disso, então o mais importante é estar bem preparado.<br />

Uma estratégia eficaz de CRM permite<br />

transformar reclamações em oportunidades,<br />

prevenir crises, manter diálogo constante, contornar<br />

com sucesso os percalços e, o essencial,<br />

fidelizar o cliente e conquistar novos a partir de<br />

suas indicações. Uma empresa que consegue<br />

surpreender e até mesmo encantar seu público<br />

inclusive em situações difíceis, quando ele mais<br />

precisa, certamente ficará na memória, com impacto<br />

positivo maior que o de uma propaganda<br />

de 30 segundos.kkk<br />

68 | E-COMMERCE BRASIL | 2019


Quinta Edição do Relatório<br />

State of Marketing<br />

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2019 | E-COMMERCE BRASIL | 69


PÁGINAS AZUIS<br />

FERNANDO DI GIORGI | Especialista em e-commerce<br />

fernando.dg@gmail.com<br />

COLUNISTA<br />

MARKETPLACE<br />

COMO NEGÓCIO<br />

Os marketplaces vêm aumentando o<br />

volume global de vendas, número de<br />

vendedores,diversidade e variedade de<br />

mercadorias, oferta de serviços, e ao mesmo tempo,<br />

têm gerado dúvidas sobre sua rentabilidade.<br />

Este artigo visa a discutir essa questão a partir da<br />

análise das receitas e dos custos dos marketplaces<br />

tomados em perspectiva, ou seja, levando em<br />

conta o aumento do nível de atividade (quantidade<br />

de pedidos de venda processados). Além<br />

disso, o artigo aborda a exploração do capital<br />

correspondente à massa de dados estruturada que<br />

vem sendo acumulada ao longo dos anos como<br />

potencial para a redução de custos e aumento da<br />

participação de mercado.<br />

Como premissas deste artigo, destaco algumas<br />

distorções que obscurecem a análise do desempenho<br />

de empresas: (i) associar o tamanho de uma<br />

empresa à boa qualidade de sua administração<br />

nem sempre é incorreto, pois há uma relação inversa<br />

entre penalidades por erros administrativos<br />

e porte da empresa;(ii) generalizar conclusões<br />

a partir da análise de um pequeno número de<br />

casos;(iii) webcasts exprimem o ponto de vista<br />

da empresa, tê-los como verdade é ingenuidade;<br />

(iv)indicadores contábeis são instrumentos que<br />

suscitam dúvidas e não necessariamente dão-nos<br />

respostas;além disso, lançamentos contábeis nem<br />

sempre refletem a realidade (por exemplo, contabilizar<br />

como investimento as despesas de aluguel<br />

da licença de uso);(v) alguns demonstrativos contábeis<br />

de redes de lojas agregam dados dos canais<br />

de venda,ocultando a contribuição de cada um<br />

deles;(vi) considerar grandes marketplaces internacionais<br />

(ex. Amazon e Alibaba) como referência,<br />

pois faturamento, investimentos autofinanciados<br />

e recursos tecnológicos são absurdamente superiores<br />

aos congêneres nacionais.<br />

Custos operacionais de marketplaces<br />

Ao processar 2.500.000 pedidos/mês, o custo fixo<br />

unitário 1 de um grande marketplace torna-se<br />

praticamente nulo e, por executar funções fortemente<br />

centradas em tecnologia, praticamente<br />

não encontra limites para a expansão do nível de<br />

atividade, excetuando a demanda. Isso nos faz<br />

concentrar os argumentos nos custos variáveis 2 .<br />

Como se sabe, o ganho de escala (que é quando<br />

o aumento do nível de atividade reduz o custo de<br />

produção) está diretamente associado à magnitude<br />

dos custos fixos, o que impele as empresas<br />

a continuamente aumentar sua participação no<br />

mercado. Paralelamente, a fim de melhor suportarem<br />

as flutuações do mercado, as empresas se<br />

empenham obsessivamente em transformar custos<br />

fixos em custos variáveis. Especificamente, nos<br />

processos internos de intermediação comercial<br />

virtual, o custo fixo unitário é pouco relevante face<br />

aos custos variáveis (diretamente relacionados<br />

1<br />

Um custo de produção é fixo quando sua ocorrência independe do nível de atividade, e custo fixo unitário é o quociente<br />

entre o custo fixo e nível de atividade, portanto, decresce quando o nível de atividade aumenta.<br />

2<br />

Um custo é variável quando sua ocorrência depende única e diretamente do nível de atividade, portanto, um custo<br />

variável por nível de atividade é constante.<br />

70 | E-COMMERCE BRASIL | 2019


Fernando Di Giorgi tem mais de 30 anos de experiência administrativa e gerencial em empresas de desenvolvimento de sistemas e logística,<br />

e é especialista em e-commerce. É reconhecido por sua experiência na concepção e desenvolvimento de sistemas para comércio eletrônico<br />

de grande porte no Brasil, além de palestrante e conferencista de eventos na área de e-commerce e logística. O executivo é graduado em<br />

Matemática pelo IME-USP e mestre em Economia pela PUCSP.<br />

ao nível de atividade), pois as atividades, em sua<br />

maioria e grau de importância, são automatizadas,<br />

comprometendo parte do ganho de escala.<br />

Entre as atividades internalizadas totalmente<br />

automatizadas figuram: inclusão e manutenção<br />

dos itens pelos vendedores, exibição das ofertas<br />

e conversão de pedidos, remessa de pedidos aos<br />

vendedores e rastreabilidade do processo de atendimento.<br />

Entre as atividades semi automatizadas<br />

figuram: validação e inclusão de itens na particular<br />

estrutura departamental dos marketplaces<br />

e atendimento pós-venda. Os marketplaces têm<br />

feito investimentos técnicos nessas atividades<br />

para reduzir a intervenção da mão de obra (interna<br />

e dos vendedores), aumentar a precisão da<br />

classificação e acelerar a disponibilidade da oferta.<br />

vendedor, basta uma recordação: em meados de<br />

2014, era preciso garimpar na Internet para prospectar<br />

vendedores, convencê-los a se associar e<br />

bancar os custos de atendimento devido ao seu<br />

despreparo técnico e funcional e ao primitivismo<br />

das interfaces. Hoje, os vendedores procuram os<br />

marketplaces.<br />

Receitas diretas<br />

A receita direta dos marketplaces referente à oferta<br />

de terceiros provém da taxa de comissão incidente<br />

sobre o valor integral da venda 4 . A taxa cobrada<br />

depende das características do vendedor (porte,<br />

marca, tipo, diversidade e variedade das mercadorias)<br />

e do conjunto de vendedores similares<br />

preexistentes.<br />

O ganho de escala do marketplace ocorre graças ao<br />

seu poder de compra de serviços e à internalização<br />

parcial de atividades tais como gateway, análise de<br />

fraude e propaganda. Isso ocorre com o aumento<br />

do volume de pedidos e com a concentração de<br />

mercado, pressionando os fornecedores de serviço<br />

à redução de preço. Consequentemente, parte<br />

importante dos custos unitários fixos tendem<br />

a ser gradualmente decrescentes ao longo do<br />

tempo. Além desse fortalecimento nas relações<br />

comerciais, há outros fatores que impulsionam<br />

a redução de custos: (i) a análise de fraude tem<br />

outra fonte de redução: a expansão da base de<br />

consumidores e a recorrência de compra permitem<br />

aos marketplaces analisarem parte dos<br />

pedidos,recorrendo a terceiros em casos de maior<br />

incerteza; (ii) o custo de aquisição de clientes por<br />

meio de propaganda cai em função do explosivo<br />

aumento da variedade 3 e da exposição de grandes<br />

marcas; (iii) quanto ao custo de aquisição de um<br />

Os marketplaces têm expandido suas funções<br />

e competências para diversificar suas receitas<br />

diretas: (i) financiamento do capital de giro dos<br />

vendedores; (ii)encontro de contas, tendo como<br />

crédito o recebimento da venda realizada e, como<br />

débito, as comissões, as despesas com propaganda<br />

etc.;(iii) meios de pagamentos, de longe, a mais<br />

importante; (iv) logística com o fornecimento<br />

dos serviços de armazenagem, de coleta e de<br />

entrega;(v) propaganda no site do marketplace.<br />

Receitas indiretas: transformando quantidade<br />

em qualidade<br />

A grande maioria dos marketplaces aproveitou a<br />

plataforma de sua loja virtual para incluir mercadorias<br />

de terceiros. Em alguns casos, o que<br />

seria uma significativa redução de investimento<br />

transformou-se numa sucessão de restrições e<br />

aumento de complexidade 5 .<br />

3<br />

Uma loja líder do e-commerce brasileiro oferecia ao mercado 800.000 SKUs com estoque antes de se transformar<br />

em marketplace. Hoje, com a incorporação de mercadoria de terceiros, oferece 7.500.000 de SKUs distintos.<br />

4<br />

Vale esclarecer que a taxa de comissão incide sobre o valor da mercadoria somada ao valor do frete. A comissão<br />

nem sempre é ressarcida caso o consumidor devolva a mercadoria.<br />

5<br />

A estratégia de reaproveitamento de software para absorver um novo canal foi usada quando o back-office de rede<br />

de lojas físicas foi estendido para o varejo eletrônico. Quem seguiu essa trilha retardou seu desenvolvimento.<br />

2019 | E-COMMERCE BRASIL | 71


PÁGINAS AZUIS<br />

• Conhecimento da demanda de mercado. Pressuposto<br />

chave para a redução do risco comercial<br />

(capital investido em estoque) associado às ofertas<br />

próprias.<br />

• Conhecimento do perfil e hábitos de compra<br />

dos consumidores. Indispensável à eficiência de<br />

campanhas publicitárias próprias ou de terceiros.<br />

• Consolidação do planejamento mercadológico<br />

da loja âncora (de proprietária do marketplace)<br />

com seus vendedores. Com a incorporação<br />

dos vendedores no seu âmbito de ação, os<br />

marketplaces estenderam o alcance e a amplitude<br />

de suas campanhas publicitárias, sincronizando<br />

suas ações com milhares de seus vendedores.<br />

• Melhora no ranking do Google por meio do<br />

aumento da oferta. Trata-se de uma das razões<br />

que explicam a obsessão dos marketplaces pela<br />

ampliação do conjunto de vendedores, independentemente<br />

do desempenho de suas vendas.<br />

• Expansão funcional para venda de serviços<br />

complementares aos seus vendedores, tais como<br />

aqueles referenciados acima.<br />

Riscos inerentes à intermediação comercial<br />

Perante o consumidor, o marketplace é responsável<br />

pela venda da mercadoria faturada pelo<br />

vendedor, assumindo riscos por danos causados<br />

aos consumidores (mercadoria falsificada,<br />

indenização por descumprimento de contrato<br />

etc.).Tais riscos são controlados pela análise integral<br />

das ocorrências do processo das vendas de<br />

cada vendedor, cuja avaliação é sintetizada numa<br />

nota: a reputação do vendedor. Esse atributo do<br />

vendedor integra o conjunto de variáveis (preço,<br />

frete, prazo de entrega e reputação) que regula<br />

a ordem das ofertas no site, sendo claramente<br />

exposto aos consumidores.<br />

A qualidade do controle do processo operacional<br />

das vendas determina o nível de risco<br />

do marketplace. Assim, o processo seletivo de<br />

vendedores se auto corrige tal como a análise<br />

de crédito de qualquer organização industrial<br />

controla a venda a prazo aos comerciantes. O<br />

tempo é um forte contribuinte para a redução<br />

do risco comercial dos marketplaces, tanto pelo<br />

aperfeiçoamento da metodologia de análise como<br />

pela consistência das conclusões.<br />

O fracionamento do pedido<br />

Desconsolidação do frete: Em termos de estrutura<br />

de dados, no marketplace,o vendedor foi “rebaixado”<br />

do cabeçalho para o detalhe. A análise de<br />

fraude e o processamento do pagamento continuaram<br />

a ser feitos por pedido, mas, quanto ao<br />

atendimento, pedidos com mais de um item passaram<br />

a ter mais de um critério de fracionamento,<br />

fato que está sendo visto como fator de aumento<br />

do frete por desconsolidação. Tal alegação não é<br />

totalmente convincente.<br />

O principal argumento é que mais de 50% dos<br />

pedidos têm um só item, fato que justificou a<br />

incorporação de ondas de separação por item<br />

nos WMSs orientados para e-commerce a partir<br />

de 2006. Além disso, o fracionamento dos pedidos<br />

para efeito de separação é muito anterior ao<br />

surgimento do marketplace em 2013, tendo como<br />

principais razões: (i) natureza dos itens (carga<br />

leve ou pesada), exigindo diferentes transportadoras;<br />

(ii)diferentes prazos de entrega entre os<br />

itens (cross-docking, pronta entrega, pré-venda,<br />

entrega futura etc.); (iii) descentralização<br />

do estoque;(iv) dificuldade em calcular o frete<br />

consolidado quando do fechamento do pedido<br />

pelo consumidor 6 .<br />

Desestímulo à promoção de vendas: Considerando<br />

as variáveis preço, prazo, frete e reputação,<br />

6<br />

Um dos sonhos não realizados da logística interna foi fundir as funções de separação e embalagem, pressupondo<br />

a existência de um algoritmo capaz de predizer a caixa ótima em função do conjunto de itens do pedido. A venda<br />

por catálogo da Hermes, por trabalhar com miudezas e pickingby light, foi o único caso de sucesso desse método.<br />

72 | E-COMMERCE BRASIL | 2019


a concorrência pela liderança na exposição de<br />

ofertas por SKU nos marketplaces é essencialmente<br />

dependente do preço. Somente quando<br />

consideramos a disputa entre líderes, o prazo de<br />

entrega e o frete despontam como determinantes,<br />

uma vez que há pequena variação de preço<br />

e reputação entre eles. O preço é condição necessária,<br />

porém não suficiente para posições de<br />

liderança entre as ofertas. Assim, o estímulo às<br />

promoções faz parte da natureza do marketplace.<br />

Por outro lado, se a posição de liderança por SKU<br />

é perseguida pelos vendedores, essa concorrência<br />

é ainda muito desejada pelo próprio marketplace,<br />

visto que preços baixos são mais eficazes do que<br />

qualquer outro artifício para atrair consumidores.<br />

capital. Se dão prejuízos, as causas não se devem<br />

à natureza do negócio, mas à gestão.<br />

A instabilidade do ambiente de negócio em que<br />

elas operam pode ser bem notada pelas suas contínuas<br />

modificações funcionais. Seguem alguns<br />

exemplos: (i) ampliação de serviços prestados<br />

aos vendedores; (ii) benefícios decorrentes do<br />

conhecimento da demanda com base na análise<br />

de dados,tais como a redução do capital de giro<br />

e a integração publicidade-oferta 3P baseada no<br />

planejamento da demanda; (iii) a autorregulação<br />

na seleção de vendedores, resultando na redução<br />

dos custos de atendimento; (iv) integração de<br />

canais de venda -esta a mais importantes delas.<br />

Publicidade e estoque do vendedor: Podemos<br />

distinguir dois modelos de campanha publicitária:<br />

um bancado pelo vendedor e outro pelo<br />

marketplace. Quanto ao primeiro deles, o risco<br />

é inteiramente do vendedor. Quanto ao segundo,<br />

seria muita ingenuidade acreditar que tal despesa<br />

não seja precedida de estudo de viabilidade tradicionalmente<br />

usado para 1P, sendo agora posto em<br />

prática para um conjunto seleto de vendedores.<br />

Tal estudo envolve a estimativa da quantidade<br />

demandada a um determinado preço (no qual já<br />

está embutida a despesa de publicidade), donde<br />

resulta o estoque mínimo disponível a ser previamente<br />

bancado pelo vendedor. Indo mais longe,<br />

se o estudo mostrar que a campanha é muito vantajosa,<br />

por qual motivo não a transformar em 1P?<br />

Ainda dentro do tema, os marketplaces têm sido<br />

usados para a desova de mercadorias com demanda<br />

em nível baixo e/ou muito dispersa, aquelas<br />

que somente ocupam espaço nas lojas físicas e se<br />

encontram em posições de estoque pouco acessíveis<br />

nos centros de distribuição. A divulgação<br />

associada ao baixo preço tem sido uma forma<br />

de fazer dinheiro com esse tipo de mercadorias.<br />

Sabe-se que o capital é avesso à instabilidade,<br />

então como explicar a continuidade dos aportes<br />

nesse tipo de negócio? Parte da explicação<br />

desse aparente paradoxo deve-se à subversão<br />

do comércio causado pela profunda penetração<br />

da tecnologia da informação em seus processos<br />

fundamentais. Isso condena as lojas âncora a reinvestirem<br />

pesadamente em tecnologia em virtude<br />

da incerteza sobre o modelo de comercialização<br />

de mercadorias que, no futuro, será predominante.<br />

Em decorrência, elas vêm comprometendo<br />

a distribuição de dividendos e quase todas têm<br />

avaliado com excessiva leniência os resultados<br />

operacionais de seus canais de venda virtual -<br />

evidentemente, esse raciocínio não se estende<br />

aos pequenos vendedores. Isso porque, além do<br />

aumento da concorrência comprometendo a margem,<br />

eles são obrigados a comprar tecnologia a<br />

preços de oligopólio.<br />

O potencial de crescimento das lojas âncora é<br />

imenso, graças à conjunção entre a elevada taxa<br />

de faturamento devido à inclusão da oferta de<br />

mercadorias de terceiros e à disponibilidade de<br />

2019 | E-COMMERCE BRASIL | 73


OMNICHANNEL<br />

QUAL O REAL<br />

IMPACTO DO<br />

DIGITAL SOBRE<br />

O VAREJO FÍSICO?<br />

O<br />

comportamento do consumidor é um<br />

assunto que tem sido pauta em muitas<br />

discussões no varejo. De fato, as pessoas<br />

têm mudado seus hábitos de compras nos últimos<br />

tempos. O movimento deixa de ser linear e<br />

passa a ser o que chamamos de omnichannel.<br />

Isso significa que seu cliente deixa de ser apenas<br />

“rei” e passa a ser uma espécie de “ser divino”,<br />

que está presente literalmente em todos os seus<br />

canais: loja física, e-commerce, app mobile, SAC,<br />

televenda etc.<br />

É comum, atualmente, que você veja um produto<br />

que deseja comprar em um e-commerce e finalize<br />

essa compra em uma loja física. O contrário<br />

também pode acontecer. Temos ainda outros<br />

caminhos, como compras em aplicativos mobile<br />

que também podem ser iniciadas online e finalizadas<br />

offline, e vice-versa.<br />

Esse movimento vem sendo chamado de comportamento<br />

ROPO, sigla para “Research Online,<br />

Purchase Offline”. O Google confirma o RoPo em<br />

uma pesquisa que diz que 45% dos brasileiros pes-<br />

quisam online e compram offline. De acordo com<br />

os dados consolidados no Consumer Barometer,<br />

“A pesquisa online é relevante independentemente<br />

do método de compra. Mesmo para pessoas que<br />

não compram online, a internet é abertamente<br />

usada para pesquisas de pré-compra”.<br />

Apesar dos dados, entre os lojistas impera uma<br />

visão de que o e-commerce é um inimigo, um concorrente<br />

desleal. E imagino que no e-commerce<br />

também tenham a impressão de que vender pessoalmente<br />

talvez seja mais fácil. Tudo tem as duas<br />

faces da moeda, naturalmente.<br />

Mas voltando à pergunta do título: qual é o real<br />

impacto do digital sobre o varejo físico? Visando à<br />

resposta para essa pergunta, bem como entender<br />

mais a fundo a jornada de compra dos consumidores,<br />

fizemos um estudo com 5 milhões de<br />

compras realizadas em lojas físicas:<br />

• Média de interações online: 9,5 é a média de<br />

interações online das marcas pesquisadas antes<br />

da compra na loja física. Ou seja, ao contrário<br />

PEDRO IVO MARTINS<br />

Diretor da Dito<br />

pedro.ivo@dito.com.br<br />

74 | E-COMMERCE BRASIL | 2019


do que muitos pensam, quanto mais interações<br />

no e-commerce, mais chance de conversão em<br />

loja física.<br />

• Média de dias da última interação online: 3,4 é<br />

a média de dias da última interação online antes<br />

da compra em loja física. Por isso, quanto mais<br />

recente a interação online, maior a chance de<br />

conversão em loja física.<br />

• Relação entre compras em lojas físicas e interações<br />

online: 25,7% é a média das compras em lojas<br />

físicas que tiveram interações online antes. Portanto,<br />

quanto maior a maturidade omnichannel,<br />

maior a influência do online nas compras off.<br />

• Relação entre compras em lojas físicas e notificações:<br />

30,1% é a média de compras em lojas<br />

físicas que tiveram interações com notificações<br />

pelo menos 30 dias antes. Isso demonstra que se<br />

comunicar com a base de clientes gera impacto<br />

não somente para o online, mas também para<br />

o offline.<br />

Três pontos em comum que as marcas com mais<br />

influência do digital apresentaram:<br />

1. Visão unificada dos dados dos clientes on e<br />

offline<br />

A integração dos pontos de contato com o cliente<br />

é a chave para uma estratégia omnichannel, pois<br />

somente assim é possível entender a jornada do<br />

cliente em todos os ambientes, sem duplicidade<br />

de dados.<br />

Para esse tipo de estratégia, é imprescindível entender<br />

quais são os clusters dentro da sua base,<br />

isto é, quem são seus TOP clientes, quem são os<br />

menos engajados etc.<br />

2. E-commerce como canal de venda e como<br />

vitrine virtual<br />

Além de um canal de venda, o e-commerce cumpre<br />

o papel de vitrine virtual. Por isso, informações<br />

completas sobre os produtos, bem como fotos em<br />

vários ângulos e em alta resolução, são bem-vindas<br />

para essa estratégia.<br />

Algumas estratégias para que você consiga desenhar<br />

o online para que ele ajude a converter<br />

no offline:<br />

• Informações para encontrar loja próxima<br />

• Opção de click and collect (pick-up in store)<br />

• Troca na loja de produtos comprados online<br />

• Estoque da loja compartilhado no e-commerce<br />

• Padronização da marca on e offline<br />

3. Estratégia de marketing centralizada, incluindo<br />

vendedor<br />

Para que tudo dê certo, é preciso que as forças de<br />

vendas (online e offline) sejam entendidas como<br />

um grande time único. O vendedor da loja física<br />

deve desempenhar um papel muito importante<br />

não somente de finalizar as vendas, mas também<br />

de ajudar na comunicação com sua carteira de<br />

clientes, entrando em contato por telefone, SMS<br />

ou WhatsApp.<br />

Mas essa é uma via de mão dupla. Muitos lojistas<br />

e Head Offices têm dificuldade em conscientizar<br />

seus vendedores acerca da importância em solicitar<br />

e registrar os dados dos clientes em seus<br />

sistemas de ERP.<br />

E os vendedores arrumam todo tipo de desculpa<br />

para não concluir a simples tarefa, colocando<br />

diversos impeditivos, mas no fundo, no fundo,<br />

Pedro Ivo é diretor da Dito, plataforma de CRM para Varejo Omnichannel. É professor da PUC Minas e da UNA,<br />

graduado em Comunicação, com pós-graduação em Gestão Estratégica e mestrado em Ciências Sociais.<br />

2019 | E-COMMERCE BRASIL | 75


OMNICHANNEL<br />

sabemos a verdade: medo de perder o cliente<br />

para o e-commerce.<br />

e, assim, possa entender a importância dos dados<br />

serem coletados e registrados corretamente.<br />

Olhando por esse viés, dá para entender um pouco.<br />

Mas podemos pensar em como quebrar essa<br />

barreira e promover a colaboração entre os canais:<br />

• Dados e relatórios sobre o comportamento<br />

ROPO (Research Online, Purchase Offline), que<br />

podem ser encontrados nessa pesquisa. Vale também<br />

analisar os números da sua marca e entender<br />

o ROPO na sua realidade.<br />

• Relatório sobre a receita gerada nas lojas físicas<br />

pelas campanhas disparadas nos canais próprios<br />

da marca: e-mail, SMS etc., visando entender<br />

quanto dessa receita foi influenciada por ações<br />

online e por notificações.<br />

O omnichannel não é apenas uma buzzword, e<br />

os números não me deixam mentir.<br />

Está claro que o digital tem grande impacto em<br />

toda a jornada de compra do consumidor, e o fim<br />

dela, pode sim, tomar lugar no offline. Mas o que<br />

realmente importa é a experiência do seu cliente.<br />

Ele que está presente em todos os seus canais, precisa<br />

se sentir em um mesmo ambiente em todos<br />

eles. Por isso, é tão importante que a sua jornada<br />

seja unificada, seja na comunicação da sua marca<br />

e colaboradores, nos ambientes on e off, bem<br />

como nas opções de compra e finalização delas.<br />

• Agenda segmentada de contatos na mão do<br />

vendedor para que ele atue como canal de comunicação<br />

com os clientes de forma controlada<br />

76 | E-COMMERCE BRASIL | 2019


2019 | E-COMMERCE BRASIL | 77


ATENDIMENTO AO CLIENTE<br />

A ERA DO<br />

WHATSAPP CHEGA<br />

AO E-COMMERCE<br />

A<br />

forma como as empresas se comunicam<br />

com os clientes está em constante transição.<br />

Agora, estamos na era da experiência<br />

do cliente com tecnologias incríveis como o<br />

WhatsApp Business API, chatbots e inteligência<br />

artificial. Hoje, manter toda a comunicação em<br />

um único canal, que permite troca de mensagens e<br />

resolução de problemas de forma rápida e assertiva<br />

é o ponto focal tanto para as empresas, quanto<br />

para os próprios consumidores, que enxergam<br />

no canal uma forma até de se aproximarem das<br />

marcas.<br />

O Brasil é um dos países do mundo que mais utilizam<br />

o WhatsApp, para agendar consultas, falar<br />

com familiares e amigos, comprar coisas. Basta<br />

se perguntar quantas vezes por dia você abre o<br />

aplicativo. Esse fato faz com que seja fundamental<br />

que as empresas também estejam preparadas para<br />

chegar até os consumidores por meio desse canal.<br />

Importante ressaltar aqui que o WhatsApp é o<br />

único meio de comunicação no qual os consumidores<br />

conseguem facilmente bloquear a empresa<br />

caso a mesma não esteja sendo relevante. Afinal,<br />

o que manda é o que o cliente sente. Por isso, é<br />

preciso um alerta: empresas com taxa de bloqueio<br />

muito alta, serão comunicadas, podendo até ter<br />

seus disparos bloqueados. Estamos em uma era<br />

que a experiência do cliente vale ouro! A relação<br />

deve ser construída com base em confiança, disponibilidade<br />

e relevância. O que é o contrário de<br />

frequência, insistência e propaganda.<br />

Um dos passos mais importantes para a utilização<br />

do WhatsApp é dado ainda no offline, informando<br />

seus clientes o número oficial com o qual a<br />

empresa irá se comunicar com ele e solicitando<br />

sua autorização, indispensável para evitar fraude<br />

e para entender se o cliente tem interesse de<br />

conversar com a marca pelo canal. Meu time e eu<br />

testamos desde setembro de 2017 vários casos de<br />

uso através do canal e gostaria de compartilhar<br />

alguns que têm benefício mútuo, para a empresa<br />

e para o cliente:<br />

1. Atendimento. O WhatsApp não cria apenas um<br />

canal de atendimento com o cliente, mas também<br />

uma experiência de compra. A API permite<br />

a criação de bots para responder as perguntas<br />

mais simples, reduzindo, em média, 40% o custo<br />

de SAC. Resultado? Melhoria entre 3 a 5 vezes a<br />

satisfação do cliente. Um caso de uso criado pela<br />

Wavy é o chatbot da Avon no canal.<br />

2. Envio de Fatura, lembrete de pagamento,<br />

tracking de pedidos, recuperação de carrinho.<br />

É importante garantir a relevância desta mensagens<br />

para o cliente final, não sendo eficaz enviar<br />

um monte de descontos ou spam. Um grande<br />

exemplo positivo é a PlayKids: a recuperação<br />

de carrinho é em média de 50%. Ao perceber o<br />

ANA MORI<br />

Gerente de customer success da Wavy<br />

ana.mori@wavy.global<br />

78 | E-COMMERCE BRASIL | 2019


abandono de carrinho, a empresa envia uma mensagem<br />

se disponibilizando para ajudar o cliente.<br />

Resultado: taxas de conversão de 63%.<br />

De acordo com um estudo feito pela ITBroker, o<br />

mercado de varejo online tem como principais<br />

pontos de reclamação atraso na entrega (48%),<br />

produto não recebido (22,7%) e produto com defeito<br />

(15%). É um segmento bastante concorrido,<br />

por isso, responder rapidamente e com informações<br />

relevantes é um ponto chave para fidelizar<br />

o cliente. Aliás, parte dos problemas relatados,<br />

poderiam ser resolvidos pelo atendimento via<br />

WhatsApp, automatizando com chatbot grande<br />

parte.<br />

Desde 2016 minha equipe e eu estamos trabalhando<br />

com estas novas tecnologias, desenvolvendo e<br />

investindo em casos que já reduzem 50% o custo<br />

das empresas em SAC e aumentam em até 3 vezes<br />

a satisfação do consumidor. As duas áreas de atendimento<br />

são: receptivo e ativo. O primeiro caso<br />

é o atendimento ao cliente, que pode acontecer<br />

por um chatbot ou humano. Além disso, o cliente<br />

pode solicitar promoções existentes. Já o ativo<br />

funciona para confirmação de pedido, status do<br />

pedido, lembrete de pagamento, recuperação de<br />

carrinho e relacionamento (principalmente no segundo<br />

caso é importante se lembrar que o cliente<br />

precisa estar no centro de sua comunicação).<br />

A Wavy já tem 18 anos de experiência no mercado<br />

de mensageria e somos pioneiros nos testes e<br />

implementações de bot, WhatsApp e inteligência<br />

artificial.<br />

De minha parte, sinto uma gratidão enorme por<br />

acordar todos os dias para construir um futuro<br />

melhor para o relacionamento das empresas e<br />

marcas com seus clientes. É sensacional!<br />

“Estamos em uma era<br />

em que a experiência<br />

do cliente vale ouro!”<br />

Para finalizar, deixo aqui algumas reflexões importantes<br />

de serem feitas e que, por mais clichês que<br />

pareçam, grande parte das empresas ainda não<br />

fazem: estamos sendo relevantes para os nossos<br />

clientes? Estou disponível para ele no canal de<br />

sua preferência? Quando meu cliente precisar vir<br />

até mim, sou rápido e eficiente nas respostas? Se<br />

a resposta para alguma delas for não, ainda está<br />

em tempo de mudar. Tudo isso é muito novo...<br />

Ana Mori é formada em Propaganda e Margeting pela ESAMC; com MBA em negócios, pela FGV, e experiência<br />

de mais de 9 anos no mercado. Já passou pela área de vendas, de marketing e operações, mas encontrou<br />

sua paixão no mercado de tecnologia. Lidera, desde 2017, a área de novos negócios, testando chatbots,<br />

plataforma de atendimento no WhatsApp para o mercado B2B, na Wavy. É responsável pela área de<br />

CustomerSuccess na empresa.<br />

2019 | E-COMMERCE BRASIL | 79


B2B<br />

E-COMMERCE B2B:<br />

EVOLUÇÃO, MIGRAÇÃO<br />

OU NECESSIDADE?<br />

Como e-commerce brasileiro completando<br />

24 anos de idade neste ano de 2019, muito<br />

se fala sobre o modelo B2B no Brasil.<br />

Porém, qual é a real fotografia das vendas digitais<br />

entre empresas? É o e-commerce B2B uma evolução<br />

do offline para o online? Ou trata-se apenas<br />

de uma migração inevitável de clientes entre canais?<br />

Quem sabe ainda, ter um e-commerce B2B<br />

tornou-se mesmo uma necessidade para o futuro<br />

nesse tipo de negócio?<br />

• Modelo #1: indústria vende diretamente para os<br />

varejistas que, então, vendem para o consumidor.<br />

• Modelo #2: indústria vende para distribuidores<br />

que vendem para varejistas que, então, chegam<br />

ao consumidor.<br />

• Modelo #3: indústria vende para atacadistas<br />

que vendem tanto para empresas quanto para<br />

consumidores finais.<br />

Antes de tudo, falando de B2B com transação de<br />

produtos entre empresas, vejamos quais são os<br />

três modelos mais consolidados:<br />

MODELOS B2B<br />

CYNTHIA PRADO<br />

Coordenadora sênior de e-commerce na Unilever<br />

cynthiapradoandrade@gmail.com<br />

80 | E-COMMERCE BRASIL | 2019


Cada um desses modelos de venda possui seus<br />

prós e contras, como se vê na figura a seguir.<br />

Porém, todos têm se mostrado relevantes tanto<br />

para as indústrias quanto para os atacadistas e<br />

distribuidores.<br />

Na história do B2B, a venda já foi feita estritamente<br />

por meio de representantes de venda, agregando<br />

posteriormente o modelo de televendas, seguindo<br />

para uma solução de portal de pedidos com EDI,<br />

até chegar ao modelo de e-commerce B2B que<br />

se vê hoje. Fato é que nenhum canal de vendas<br />

substituiu o outro, apenas somaram-se como<br />

alternativas para a compra e venda entre empresas.<br />

A evolução não ocorreu de um canal para o<br />

outro, mas sim dentro de cada canal de venda, os<br />

quais foram aprimorando-se para melhor atender<br />

seus clientes.<br />

Como no B2C, o B2B também possui uma realidade<br />

shoppercentric com seus compradores. É o<br />

comprador quem decide por qual canal ou canaisquer<br />

comprar. Essa realidade ressalta ainda mais<br />

a necessidade do vendedor B2B disponibilizar<br />

o máximo possível de opções. Assim, nenhuma<br />

transação será perdida nos diferentes momentos<br />

de decisão de compra.<br />

O COMPRADOR B2B POSSUI O PODER DE DECISÃO<br />

Cynthia Prado é coordenadora sênior de e-commerce na Unilever. Com 14 anos de experiência em e-commerce,<br />

já passou pelas operações da Somlivre.com, Videolar.com, Kalunga.com e Centauro.com. É bacharel em<br />

Design Digital com MBA em Branding pela Universidade Anhembi Morumbi e tem especialização em negócios<br />

internacionais pela UniversidadAndresBello, no Chile.<br />

2019 | E-COMMERCE BRASIL | 81


B2B<br />

Sendo assim, se o e-commerce B2B não é uma<br />

evolução de seus canais de venda, será ele então<br />

apenas uma migração do offline para o online?<br />

Algo inevitável dentro de um mundo digital onde<br />

tudo se conecta?<br />

De acordo com uma consultoria realizada pela<br />

Forrester 1 em março de 2018, entrevistando 302<br />

empresas nos Estados Unidos, Grã-Bretanha,<br />

Alemanha, China e Austrália, o B2B é onmichannel,<br />

necessitando de abordagens tanto no offline<br />

quanto no online. Além disso, a média de canais<br />

usados para transações pelos clientes dessas empresas<br />

entrevistadas é de 5.3. Logo, os clientes B2B<br />

nem sempre migram de canais offline para online,<br />

mas sim passam a usar o e-commerce como mais<br />

uma opção de compra para seus negócios.<br />

“Qual é a importância de cada um dos seus canais de vendas<br />

B2B para ajudá-lo a alcançar suas prioridades gerais?”<br />

(Mostrando aqueles selecionados como “Criticalmente Importante”)<br />

Canais Online<br />

Canais Offline<br />

54% Nosso próprio website<br />

42% Loja Física<br />

40% Online marketplace / app store<br />

39% Visita de representantes comerciais<br />

38% Televendas<br />

37% EDI<br />

36% Vendedores no campo<br />

36% Mobile Apps (Interface para Vendedores)<br />

36% Mobile Website<br />

36% Mobile Website (Interface para Compradores)<br />

27% Chat Online<br />

26% Email<br />

Em geral, as transações B2B passam por mais de<br />

um canal. Exemplo: um comprador pode iniciar<br />

um pedido em seu software de e-procurement,<br />

mas acessar o site de um fornecedor e fazer o pedido<br />

pelo carrinho de compras de um site. Ou uma<br />

compra iniciada em um e-commerce pode ser<br />

preenchida com uma fatura transmitida via EDI.<br />

Ainda falando do resultado da consultoria da<br />

Forrester, vê-se que as empresas que possuem<br />

1<br />

What It Takes To Be A Leader In B2B e-commerce”. Forrester Consulting commissioned by Magento Commerce.<br />

Março de 2018<br />

82 | E-COMMERCE BRASIL | 2019


“Chegamos à conclusão de que o e-commerce<br />

B2B não é simplesmente parte de uma migração<br />

no qual o online substituirá o offline. Contudo,<br />

será o e-commerce mesmo uma necessidade (...)?”<br />

e-commerce B2B enxergam o canal como um fator<br />

diferenciador dentre seus concorrentes, sendo o<br />

canal online o principal impulsionador não só do<br />

crescimento em receita, como também das metas<br />

de produtividade e dos caminhos mais efetivos<br />

para a fidelização dos clientes.<br />

Além disso, é sabido que o comprador B2B está<br />

mudando: em 2015, o Google 2 apresentou um<br />

relatório mostrando que quase metade dos compradores<br />

B2B são millennials. Logo, enquanto<br />

um comprador da geração X pode ainda preferir<br />

a experiência de um representante de vendas, os<br />

millennials esperam que o mesmo aconteça por<br />

meio de canais digitais simplificados.<br />

Portanto, chegamos à conclusão de que o<br />

e-commerce B2B não é simplesmente parte de<br />

uma migração onde o online substituirá o offline.<br />

Contudo, será o e-commerce mesmo uma necessidade<br />

para quem deseja se manter nesse tipo<br />

de negócio?<br />

falando de números só nos Estados Unidos.<br />

A expectativa em 2017 era de que o marco de US$1<br />

trilhão só seria alcançado nos Estados Unidos no<br />

ano de 2021. Dentre as indústrias e distribuidores<br />

que ainda não possuem e-commerce, 75%<br />

responderam que pretendem lançar o canal nos<br />

próximos dois anos 3 .<br />

Assim sendo, nota-se um senso de urgência pela<br />

grande maioria em entrar no e-commerce B2B<br />

para não perder negócios e clientes, o que indica<br />

que sim, esse canal se tornou uma necessidade<br />

para quem deseja se manter crescendo nesse<br />

tipo de negócio.<br />

Os desafios ainda são muitos, mas há um histórico<br />

de grandes bons resultados apontando que<br />

sem o e-commerce o mundo das transações B2B<br />

pode perder força em um futuro muito próximo.<br />

De acordo com o último relatório do Mercado de<br />

E-commerce B2B de 2019, divulgado pela Digital<br />

Commerce 360, em 2018, nos Estados Unidos,<br />

50,7% das transações B2B aconteceram por meio<br />

de canais digitais. Isso representou mais de US$1<br />

trilhão. É a primeira vez em que o e-commerce<br />

B2B atinge o marco de US$1 trilhão, e estamos<br />

2<br />

The Changing Face of B2B Marketing. Google. Março de 2015<br />

3<br />

The 2019 U.S. B2B E-commerce Market Report. Digital Commerce 360. Abril de 2019<br />

2019 | E-COMMERCE BRASIL | 83


84 | E-COMMERCE BRASIL | 2019


DROPS DO MERCADO<br />

Jadlog, através do DPDgroup, divulga tendências do e-commerce Europeu<br />

A Jadlog, um dos principais operadores logísticos do País, divulga os dados da pesquisa Barômetro<br />

e-shopper 2018, realizada em 21 países europeus pelo DPDgroup, em parceria com a Kantar TNS. Foram<br />

entrevistados 24.288 compradores, que realizaram, em média, sete compras no ano pela internet, número<br />

superior à média de 5,8 compras em 2017. A pesquisa mostrou que 58% dos entrevistados realizaram<br />

compras com frequência pela internet e foram responsáveis por 86% do volume comercializado via<br />

e-commerce nesses países em 2018. Também confirmou que produtos de moda, calçados, beleza e saúde<br />

respondem pelo maior volume de vendas do e-commerce, e que as entregas estão cada vez mais no<br />

radar dos consumidores: 72% deles acham importante saber o nome da transportadora. Deste total, 43%<br />

sentem-se tranquilos quando já conhecem a empresa e 36% informaram que querem escolher quem fará<br />

a entrega. O comportamento dos consumidores demonstra a importância da logística. Por isso, a Jadlog<br />

vem implementando novos serviços como o Pickup, para oferecer cada vez mais conveniência no B2C.<br />

Awin lança a terceira edição do AwinReport, celebrando a diversidade do canal de afiliados<br />

A Awin, rede global de afiliação, lançou a terceira edição do AwinReport, um guia definitivo sobre a indústria<br />

de marketing de afiliação no mundo todo. Com comentários de praticamente 80 empresas e organizações<br />

diferentes dentro da indústria, o report fornece uma visão interessante do mercado de afiliação<br />

e explica o porquê da diversidade ser um antídoto para os problemas que atormentam a publicidade<br />

digital, além de contar com experiências e pontos de vista de diversos parceiros sobre o marketing de<br />

afiliação inspirando todos que estão nessa jornada. O download do report completo está disponível para<br />

todos que tiverem interesse na indústria de afiliação, gratuitamente no site da Awin.<br />

Seller Day agora é B2W Marketplace Summit<br />

O Seller Day, realizado pelo B2W Marketplace, agora é B2W Marketplace Summit: serão dois dias de<br />

evento, com palestras, workshops e oficinas sobre o mercado de marketplace para quem já vende ou quer<br />

conhecer esse modelo de negócio. Sob o tema “Conexões”, esta edição contará com um espaço de 30<br />

mil m² de exposição, palcos simultâneos, estandes, além de uma área exclusiva de tecnologia para profissionais<br />

do ramo. O B2W Marketplace Summit será realizado no São Paulo Expo, na cidade de São Paulo,<br />

entre os dias 4 e 5 de julho, das 8h às 19h. Para mais informações sobre palestrantes e ingressos, acesse:<br />

www.b2wmarketplacesummit.com.br<br />

e-Millennium ERP Omnichannel a solução para o seu SAC<br />

Uma das coisas que mais chamam a atenção em uma empresa é a forma como ela trata o cliente,<br />

não adianta nada oferecer um produto ou serviço de excelente qualidade se ela peca no serviço de<br />

atendimento ao consumidor. O e-Millennium ERP Omnichannel gerencia todos os processos do SAC,<br />

integrando as principais ferramentas de atendimento, como por exemplo, Chats, URAs, e-mails, SMS,<br />

redes sociais, entre outras para potencializar as interações feitas com o cliente, além disso, é o único<br />

sistema de gestão que permite interação com o cliente mesmo que ele não esteja cadastrado e não<br />

tenha um pedido de venda ou faturamento atrelado ao número do chamado, permitindo que o cadastro<br />

seja feito no decorrer do atendimento. O SAC do e-Millennium é fixado em 3 pilares principais: atendimento,<br />

centralização e relacionamento, no qual o primeiro tem o objetivo de acompanhar a evolução dos<br />

chamados, o segundo de centralizar todas as informações inerentes ao chamado do cliente e o terceiro<br />

permite uma abordagem mais rápida com o máximo de conhecimento sobre o chamado, consolidando<br />

ainda mais o relacionamento da empresa com o cliente.<br />

2019 | E-COMMERCE BRASIL | 85


FRAUDE<br />

ANÁLISE DE<br />

FRAUDE REDUZ<br />

SIGNIFICATIVAMENTE<br />

O IMPACTO<br />

FINANCEIRO NO<br />

E-COMMERCE<br />

J<br />

á não é novidade falarmos em como o dinheiro<br />

e as transações financeiras evoluem rapidamente.<br />

O mundo inteiro está repensando em<br />

novas formas de usar o dinheiro, principalmente<br />

através da tecnologia digital. Por isso, vemos como<br />

as fintechs estão passando por um crescimento<br />

massivo ultimamente. São novos processos que<br />

buscam uma melhor comodidade e experiência<br />

do cliente. Mas o quanto se está pensando em<br />

segurança?<br />

Os pagamentos com cartões de débito e de crédito<br />

no primeiro semestre de 2018 somaram aproximadamente<br />

R$ 720 bilhões, segundo a ABECs. Só<br />

que nas transações físicas, o risco cabe ao emissor<br />

do cartão; nas virtuais, o lojista é responsabilizado<br />

nos casos de desacordo, como problemas de<br />

entrega, e nos casos de fraude, por uso indevido<br />

do cartão.<br />

Além disso, o lojista com um e-commerce pode<br />

se credenciar diretamente a um adquirente. Com<br />

isso, ele assume não somente taxas, que podem<br />

até ser menores, mas também a completa gestão<br />

do risco das operações. O processo de análise<br />

antifraude requer investimentos e conhecimento<br />

que muitas vezes o comerciante desconhece.<br />

Mas qual é o tamanho do e-commerce? No cenário<br />

brasileiro em 2018, vemos um movimento de<br />

mais de R$ 53 bilhões com mais de 58 milhões de<br />

consumidores, segundo a pesquisa divulgada no<br />

primeiro semestre de 2019 do Ebit. Sem contar<br />

que as operações de e-commerce não são lineares.<br />

Para períodos específicos, como Black Friday, Natal<br />

e Dias das Mães, há um aumento significativo<br />

de transações. Na Rakuten Digital Commerce,<br />

percebemos um crescimento de 59% nas compras<br />

da Black Friday e Cyber Monday de 2018.<br />

O tamanho desses números mostra como a prevenção<br />

a fraudes ganhou extrema importância<br />

no processo de venda online e requer operações<br />

cada vez mais especializadas. Sem contar que<br />

RENÉ ABE<br />

CEO e Presidente da Rakuten Brasil<br />

86 | E-COMMERCE BRASIL | 2019


os indicadores da Serasa Experian apontaram<br />

que, só no mês de janeiro de 2018, houve uma<br />

tentativa de fraude contra o consumidor a cada<br />

16 segundos. No ano de 2017, foram quase 1,5<br />

milhão só no Brasil. Ou seja, o ciberataque já não<br />

é mais um problema hipotético, mas sim um risco<br />

real para os negócios.<br />

No ano passado, assistimos a uma lista contínua<br />

de ciber incidentes, com grandes violações de<br />

dados. As causas principais incluem uma falta<br />

de investimento das empresas no passado e a<br />

expansão dos pontos de ataque – popularização<br />

das mídias sociais, aplicativos na nuvem e outros<br />

aparelhos conectados à Internet. Afinal, segundo o<br />

IBGE, foram mais <strong>10</strong> milhões de novos internautas<br />

no Brasil em 2018, cujo principal propósito são<br />

as redes sociais. Além disso, com novas técnicas<br />

de ataque, as organizações não conseguem ter a<br />

rapidez para detectar e responder e, com isso, reduzir<br />

significativamente o impacto nos negócios.<br />

Uma análise de risco para garantir a segurança<br />

da operação de um e-commerce precisa de um<br />

sistema que coletará e armazenará dados, parametrizará<br />

as regras, cruzará os dados com bases<br />

externas e registrará o histórico de cada cliente e<br />

transação. Mas precisamos pensar que não é só a<br />

tecnologia que é imprescindível nesse processo.<br />

Existe por trás uma atividade que requer profissionais<br />

para estudar as tendências, desenvolver<br />

uma medição das transações e regras de decisão,<br />

avaliar a legitimidade de documentos - seja para<br />

abertura de novas contas ou para os comprovantes<br />

de entregas -, analisar as transações de alto risco,<br />

realizar contatos com os compradores e decidir<br />

pela aprovação ou não.<br />

E toda essa análise requer dados, um assunto<br />

complicado. Primeiramente, porque o histórico<br />

das transações de uma única operação tende a ser<br />

um volume insuficiente para criar uma base de<br />

conhecimento que possibilite uma análise segura.<br />

Outro ponto de destaque são as regulamentações<br />

referentes à privacidade e à proteção de dados<br />

pessoais que já não estão tão distantes.<br />

Em maio de 2018, a União Europeia instituiu<br />

a GDPR, colocando as empresas em estado de<br />

atenção. A primeira multa foi para uma empresa<br />

francesa de SEO no valor de 50 milhões de euros.<br />

Segundo a lei, eles não informavam aos seus usuários<br />

claramente sobre o uso das informações<br />

pessoais deles. A partir de 2020, o Brasil também<br />

entrará na lista de países preocupados com as<br />

informações compartilhadas na Internet graças<br />

à adoção da Lei Geral da Proteção de Dados Pessoais.<br />

Ou seja, as companhias precisam pensar<br />

agora em como a privacidade afeta os produtos<br />

que vendem e se adaptarem a essa realidade em<br />

seus modelos de negócios.<br />

Uma das vantagens é que o mercado do<br />

e-commerce está sempre se ajustando -podemos<br />

observar uma série de novas empresas que<br />

oferecem serviços terceirizados de processamento<br />

de vendas, gestão do risco, logística, pagamento<br />

de fornecedores. Com isso, o lojista se dedica à<br />

sua atividade que é vender e não se preocupa com<br />

cada um desses detalhes.<br />

Os players denominados subadquirentes e gateways<br />

podem ajudar com a análise antifraude<br />

e também com o processamento de transações<br />

de cartões de crédito junto aos adquirentes,recebimento<br />

dos meios de pagamento,garantia<br />

sobre devolução do valor de uma transação<br />

René Abe é presidente e CEO da Rakuten Brasil, onde também já assumiu os cargos de Vice-Presidente<br />

e COO. Com 20 anos de experiência em finanças e Internet, René tem larga expertise em e-commerce,<br />

desenvolvimento de negócios, serviços e produtos, inovação, gestão de risco e pagamentos eletrônicos,<br />

tendo desenvolvido sua carreira no mercado financeiro brasileiro no Citibank e no BNP/Paribas. Foi diretor<br />

do PayPal para a América Latina e Vice-Presidente do Buscapé.<br />

2019 | E-COMMERCE BRASIL | 87


FRAUDE<br />

“Segundo o IBGE, foram mais <strong>10</strong> milhões<br />

de novos internautas no Brasil em 2018, cujo<br />

principal propósito são as redes sociais”<br />

fraudulenta,apoio na reversão de chargebacks<br />

de desacordo,gestão de recebíveis,vendas oneby<br />

click ou recorrentes, uso de mais de um meio<br />

de pagamento,mecanismo de disputa,split de<br />

pagamentos,contratos coletivos com correios e<br />

transportadoras.<br />

e a segurança que isso traz, o retorno é altamente<br />

compensador. Por isso, é necessário ter tudo na<br />

ponta do lápis na hora de fazer as contas para a<br />

sua operação.<br />

Pense nisso!<br />

E se há um grande impacto para organizações<br />

maiores, que têm mais recursos para gastar com<br />

segurança cibernética, o mesmo não acontece<br />

com empresas menores. E nós sabemos que isso<br />

trará algum custo à operação, mas considerando<br />

o tamanho do processo de uma análise antifraude<br />

88 | E-COMMERCE BRASIL | 2019


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de SKUS e 15 milhões de pedidos por ano<br />

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mais de <strong>10</strong>0 milhões de buscas mensais<br />

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2019 | E-COMMERCE BRASIL | 89


OMNICHANNEL<br />

QUEBRANDO<br />

BARREIRAS<br />

A<br />

Internet chegou e as lojas rapidamente<br />

pensaram: “Temos que estar na Internet”,<br />

e deu certo! Segundo levantamento feito<br />

pela NZN Intelligence, 7 a cada <strong>10</strong> brasileiros<br />

compram pela Internet. Mas uma pesquisa da<br />

Manhattan Associates afirma que 60% das pessoas<br />

preferem retirar suas compras na loja. Então, por<br />

que estão demorando tanto para levar a Internet<br />

para as lojas?<br />

uma é responsável por um canal de venda, as<br />

empresas nunca serão omnichannel. Precisamos<br />

acabar com a duplicação de departamentos para<br />

garantir que o objetivo seja o mesmo, alinhado,<br />

otimizado, sem briga sobre de quem é a comissão<br />

da venda, quem é responsável pelo custo da mídia,<br />

de quem é o cliente...<br />

E agora, como mudar a cultura?<br />

Não a Internet em si, mas a integração das experiências<br />

e dos ecossistemas, afinal as pessoas<br />

têm os mesmos interesses em ambos os canais:<br />

entrar, comprar e sair com a melhor experiência<br />

possível. Isso não muda; o desejo é o mesmo.<br />

O marketing viu muitas revoluções na forma de<br />

se comunicar e vender, mas o cliente é a única<br />

variável que sempre se manteve, nunca deixou<br />

de existir e infelizmente é sempre a última a ser<br />

considerada.<br />

Muito se fala de omnichannel e da quebra de<br />

barreiras entre os canais, mas ainda erramos no<br />

básico. Segundo a Manhattan Associates, 30%<br />

dos clientes tiveram dificuldade para trocar um<br />

produto na loja. Essas experiências continuarão<br />

acontecendo enquanto não quebrarmos essas<br />

barreiras internamente, acabarmos com a cultura<br />

atual e iniciarmos uma transformação digital.<br />

Enquanto existir duplicação de área na qual cada<br />

De acordo com estudo da empresa de software<br />

para gerenciamento de experiência do cliente,<br />

Medallia, publicado pela Harvard Business Review<br />

em 2017 (http://bit.ly/2UHEyFh), os pesquisados<br />

que usam os dois canais gastam em média 4%<br />

mais em compras na loja e <strong>10</strong>% mais no online<br />

do que os de canal único.<br />

Se vários estudos apontam que o consumidor<br />

multicanal gasta mais do que o de canal único,<br />

então você precisa validar se essa é a realidade<br />

da sua empresa, juntando os dados de compras<br />

dos clientes do site e da loja, identificando quem<br />

são multicanais e quanto eles gastam, depois<br />

compará-los aos de único canal.<br />

O seu e-commerce não é só um canal de venda<br />

direta, ele também é uma vitrine para a venda da<br />

loja. O estudo da Medallia também mostrou que<br />

os consumidores que fazem pesquisas prévias<br />

ANA JARDIM<br />

Coordenadora de Transformação Digital e CRM na Passarela<br />

ana.jardim@passarela.com.br<br />

90 | E-COMMERCE BRASIL | 2019


“O seu e-commerce não é só um canal<br />

de venda direta, ele também é uma<br />

vitrine para a venda da loja”<br />

no site do varejista gastam 13% mais nas lojas.<br />

Então, se conseguir ir mais a fundo, você poderá<br />

validar quanto gasta na loja quem navega no seu<br />

site, compará-los com os que não visitam as lojas<br />

e compram no site, e com os que compram na loja<br />

sem acessar o site.<br />

Esses números variam para cada empresa, mas a<br />

inquietação omnichannel das empresas mostra<br />

que essa é a realidade da maioria. Se for a realidade<br />

da sua, você terá uma força; se não for, você<br />

terá uma oportunidade baseada em estudos. De<br />

qualquer forma,você iniciará a transformação<br />

digital na sua empresa, e as pessoas vão querer<br />

investir no potencial de rentabilizar ainda mais<br />

os seus esforços.<br />

Todos engajados, como ser omnichannel?<br />

• Centralize as informações do cliente em um<br />

único local -dados pessoais, histórico de compras<br />

do site, da loja e/ou de outro canal de vendas que<br />

tenha, dados comportamentais de navegação,<br />

adesão a cartão private label, visita à loja, tudo o<br />

que tiver. Pois é a partir dos dados que se inicia o<br />

processo de unificação da jornada do consumidor.<br />

• A comunicação deverá ser igual - use um canal<br />

para oferecer o outro, lembre que eles são complementares,<br />

e não concorrentes. Você pode segmentar<br />

a sua comunicação para as cidades com<br />

lojas, evitando a frustração dos outros.<br />

• Uma coisa mais difícil para algumas empresas,<br />

mas que acaba com muito atrito: unifique seus<br />

preços! Lembre-se de que seu site é uma vitrine<br />

para as lojas. E que isso facilitará muito o seu<br />

trabalho em ter uma comunicação única e na<br />

construção do lifecycle do seu cliente.<br />

• Construa o lifecycle de forma integrada em todas<br />

as etapas do relacionamento, desde a descoberta,<br />

consideração, passando pela conversão, pós-compra,<br />

retenção e fidelização, de forma personalizada<br />

e automatizada,para entender quando, onde e<br />

como você deve se comunicar com o seu público.<br />

Seele prefere ser impactado por e-mail, por SMS,<br />

na loja, por telefone ou pelas redes sociais... No<br />

aniversário dele, quando navegou no site - quando<br />

acabou de comprar ou meses após a compra?<br />

Reage melhor quando oferecemos desconto, avisamos<br />

que novos produtos chegaram ou o que<br />

ele está acabando?<br />

• Otimize suas mídias e os canais de contato com<br />

o cliente. Depois de ter os dados e construir o lifecycle,<br />

você vai entender quais mídias despertam<br />

a ação do cliente. Evitar impactá-lo em diversas<br />

mídias resultará em uma redução no budget que<br />

poderá ser direcionado para o próximo passo, que<br />

poderá ser mais desafiador.<br />

Ana Jardim tem experiência de 8 anos em marketing digital e e-commerce para o varejo. Há 5 anos no<br />

varejo de moda na empresa Passarela, onde atualmente é Coordenadora de Transformação Digital & CRM<br />

e 3 anos na DPaschoal, varejo de automotivo, onde foi responsável por todo o Marketing Digital. Bacharel<br />

em publicidade e propaganda pela PUC Campinas, sempre trabalhou com a otimização da experiência do<br />

cliente, estratégias de relacionamento, projetos de tecnologia e inovação.<br />

2019 | E-COMMERCE BRASIL | 91


OMNICHANNEL<br />

• Simplifique os processos, crie serviços. Deixe<br />

o seu cliente trocar o produto que comprou no<br />

site, na sua loja e o contrário também,o que pode<br />

resultar em cross-sell, aumentar o ticket médio e<br />

a receita. Comprar no site e retirar na loja já é realidade<br />

em muitos varejos brasileiros. E comprar<br />

na loja e receber em casa? Se pode se arrepender<br />

no site, por que não pode se arrepender na loja?<br />

Podemos disponibilizar crédito na loja para o<br />

cliente usar em outro momento. Sabe no que<br />

ele navegou e abandonou no site? Quando estiver<br />

na sua loja, mostre esses produtos. Estimule<br />

que os consumidores dentro da loja pesquisem<br />

sobre o produto, vejam as avaliações e assim terão<br />

mais motivos para comprar. Sabe qual vendedor<br />

o atendeu? Personalize a comunicação como se<br />

ele estivesse mandando.<br />

problema, nós do e-commerce amamos um teste<br />

A/B, uma prova de conceito - aplique isso também<br />

na loja. Pense em como mensurar todas as iniciativas<br />

nos dois canais, assim poderá aplicá-las às<br />

outras lojas e ter sucesso ou corrigi-las quando<br />

der errado.<br />

As possibilidades são infinitas - pesquise, entreviste,<br />

estude, use a empatia para entender qual<br />

problema do seu cliente você pode resolver, coloque-o<br />

no centro. Se não tiver certeza, não tem<br />

92 | E-COMMERCE BRASIL | 2019


2019 | E-COMMERCE BRASIL | 93


MARKETING<br />

MARKETING DIGITAL<br />

PARA EMPRESAS<br />

PRESTADORAS<br />

DE SERVIÇO<br />

O<br />

aumento das vendas online de produtos<br />

e serviços já é uma realidade. Somado à<br />

constante evolução tecnológica e à mudança<br />

de comportamento do consumidor, esse<br />

volume apresenta um crescimento maior que o<br />

varejo tradicional em todos os países que já fazem<br />

negócios online. Segundo pesquisa realizada pelo<br />

Ebit, o comércio eletrônico apresentou, no ano<br />

de 2018, uma expansão de 12% em relação aos<br />

anos de 2016 e 2017.<br />

O estudo também mostrou que o brasileiro visitou<br />

aproximadamente oito canais diferentes para<br />

realizar suas compras ao longo do ano, já que está<br />

consumindo muito mais graças às redes sociais.<br />

Por isso, o digital tem sido parte fundamental<br />

também no aumento de vendas das empresas<br />

prestadoras de serviços. O caminho de conversão,<br />

nesse caso, costuma ser mais complexo por possuir<br />

suas particularidades estratégicas: o processo<br />

de abordagem e o tempo de decisão são um pouco<br />

diferentes dos do varejo. Mas esses são apenas<br />

alguns dos fatores a serem trabalhados para o<br />

sucesso desse tipo de mercado.<br />

Antes de tudo, é necessário compreender quais<br />

são as melhores estratégias no digital para a sua<br />

empresa alcançar leads qualificados, e como tornar<br />

a mídia uma grande aliada durante todo o<br />

processo de conversão.<br />

O que é um lead, afinal?<br />

Um lead qualificado é um potencial consumidor<br />

com interesse no produto ou serviço oferecido<br />

por uma empresa e que se encaixa no perfil de<br />

público almejado. A conquista desse lead se dá<br />

por meio de um formulário no qual o usuário<br />

preenche seus dados em troca de algum material<br />

rico, desconto, assinatura de newsletters ou mais<br />

informações sobre o produto.<br />

Para as empresas prestadoras de serviço que<br />

buscam alcançar um bom resultado, o primeiro<br />

objetivo deve ser a captação de leads qualificados,<br />

pois essa etapa influenciará todo o processo de<br />

venda da empresa.<br />

Como escolher a isca certa?<br />

Quando falamos da contratação de um serviço,<br />

estamos nos referindo a um processo de compra<br />

mais longo. Diferente do varejo, a contratação<br />

de serviço não acontece por impulso. Ela nor-<br />

ANDRESSA PAOLA<br />

Especialista de mídia da Agência Adtail<br />

94 | E-COMMERCE BRASIL | 2019


malmente é consequência de uma necessidade<br />

imediata do consumidor. Por isso, a empresa<br />

precisa se tornar referência na sua área e ser a<br />

primeira opção quando os clientes identificarem<br />

a sua necessidade.<br />

Uma empresa pode se tornar referência por conta<br />

do seu nível de conhecimento, pelos seus resultados,<br />

pela agilidade, pelas indicações, entre outras<br />

coisas, sempre dependendo do seu segmento.<br />

Por isso, o primeiro passo na hora de identificar<br />

a isca é detectar<br />

o diferencial da<br />

marca e explorá-lo.<br />

Descobrir<br />

quais dores o público-alvo<br />

pode<br />

ter em relação<br />

ao seu serviço e<br />

desenvolver materiais<br />

ricos que<br />

“Para uma boa captação de lead, sua<br />

principal ferramenta será a produção<br />

de conteúdo. (...) Materiais ricos são a<br />

melhor isca que você pode usar!”<br />

o ajudem a achar soluções também são passos<br />

importantes.<br />

Para uma boa captação de lead, sua principal<br />

ferramenta será a produção de conteúdo -pode<br />

ser um texto, um e-book, um vídeo, um webinar,<br />

um trial de alguma plataforma. Escolha o formato<br />

que faz mais sentido para o seu negócio e público,<br />

mas não deixe de produzir. Materiais ricos são a<br />

melhor isca que você pode usar!<br />

Por onde começo a divulgação da minha empresa?<br />

Já pelas campanhas de remarketing, há grandes<br />

chances de impactar pessoas que já interagiram<br />

com a marca utilizando uma comunicação mais<br />

adequada para o momento de compra atual delas<br />

- aqui vale trazer informações mais específicas<br />

sobre o serviço em que elas têm interesse, por<br />

exemplo.<br />

O passo seguinte é apresentar a marca para novas<br />

pessoas que possam se interessar pelo que a<br />

empresa oferece. Para essa estratégia, campanhas<br />

de Social Ads são<br />

as mais indicadas<br />

para ter um controle<br />

maior do seu<br />

investimento e resultados.<br />

“Mesmo<br />

o meu produto<br />

sendo B2B vale a<br />

pena anunciar nas<br />

redes sociais?”.<br />

Sim, vale a pena! Lembre que antes de ser um decisor<br />

dentro da empresa, o público-alvo é composto<br />

por pessoas físicas que consomem conteúdo em<br />

portais e acessam as redes sociais todos os dias.<br />

Lógico que, na hora de montar a estratégia, é preciso<br />

ter em mente que o usuário será impactado<br />

em um momento de lazer. Mas lembra da dica<br />

“identificar a principal dor do seu público”? É<br />

por meio dela que você ganhará vantagem, pois,<br />

utilizando a isca correta e uma peça adequada,<br />

você conseguirá se destacar no feed de notícias<br />

do usuário.<br />

Durante a construção da estratégia de marketing<br />

digital, é importante ter em mente que, antes de<br />

alcançar novas pessoas com a mídia, é preciso cobrir<br />

qualquer tipo de demanda que já possa existir.<br />

Para isso, a utilização dos anúncios de search<br />

e campanhas de remarketing serão essenciais.<br />

Por meio de anúncios em sites de busca, é possível<br />

apresentar a empresa para usuários que já estão<br />

buscando pelo mesmo tipo de serviço, levando<br />

para o site pessoas mais propensas à conversão.<br />

Em conjunto com uma boa isca e uma comunicação<br />

bem planejada, você precisa utilizar a<br />

inteligência das plataformas ao seu favor. Tanto<br />

o Facebook quanto o Google possuem o machine<br />

learning que ajuda a encontrar o público mais<br />

propenso a converter em seu site. Para monitorar<br />

seus resultados e ajudar na hora de impactar<br />

usuários novos e mais qualificados, tags, pixel e<br />

eventos podem ser úteis.<br />

2019 | E-COMMERCE BRASIL | 95


MARKETING<br />

Criativos Mobile First<br />

O visual é uma parte muito importante nos anúncios<br />

digitais. É por meio de peças gráficas e vídeos<br />

que uma marca comunica uma mensagem. Mas<br />

antes de planejar o desenvolvimento de peças<br />

criativas e visualmente interessantes, é importante<br />

pensar no objetivo por trás delas. O que e quem<br />

você quer alcançar com determinado criativo?<br />

Peças funcionais e objetivas, que passam toda<br />

a informação ao usuário, são a melhor aposta.<br />

Layouts pensados para os dispositivos mobile<br />

- com visualização vertical - e que criem uma<br />

interação com o usuário sempre saem na frente<br />

nos resultados. Explorar ao máximo o espaço da<br />

tela é um ótimo caminho, então, aproveite!<br />

importantes. Entender onde estão erros e acertos<br />

é imprescindível para que uma empresa consiga<br />

escalar resultado com maior rentabilidade. Teste,<br />

teste e teste muito para descobrir qual estratégia,<br />

segmentação ou isca faz mais sentido para o seu<br />

negócio.<br />

Para entender todos os resultados, as métricas são<br />

essenciais. Ter alguém que as acompanhe de perto<br />

para entender onde estão as oportunidades e os<br />

pontos a melhorar também é importante. Com<br />

base nos dados, entender o comportamento dos<br />

clientes será mais fácil, assim como tomar novas<br />

decisões para melhorar a estratégia e direcioná-la<br />

cada vez mais para o seu público final, aumentando<br />

sua taxa de conversão.<br />

Métricas: confie nelas!<br />

Decidir o melhor canal para anunciar e criar um<br />

anúncio perfeito para a isca são aspectos muito<br />

Andressa Paola é especialista de mídia da Agência Adtail e Bacharel em Relações Públicas pela UFRGS. Ao<br />

longo da sua experiência no marketing digital, especializou-se em mídia de alta performance para diversos<br />

segmentos, como startups, fintechs e também grandes empresas do varejo.<br />

96 | E-COMMERCE BRASIL | 2019


2019 | E-COMMERCE BRASIL | 97


DADOS<br />

CRIATIVIDADE<br />

BASEADA EM DADOS:<br />

COMO GERAR UM<br />

PENSAMENTO<br />

MAIS ORIGINAL<br />

NO MARKETING<br />

D<br />

ados do LinkedIn mostram que a criatividade<br />

é a uma das principais habilidades<br />

interpessoais procuradas no<br />

mundo hoje. Também mostram que o raciocínio<br />

analítico, ou seja, trabalhar com base em dados,<br />

é a terceira habilidade técnica mais procurada.<br />

Empresas dos mais variados tipos sabem que<br />

dados e criatividade são igualmente importantes<br />

para seu sucesso e o grande truque é combiná-los<br />

da maneira certa - um desafio particularmente<br />

relevante para o marketing.<br />

O profissional de marketing é naturalmente criativo.<br />

A capacidade de ter ideias originais é o que faz<br />

com que eles criem vantagem competitiva para as<br />

empresas,e esse é o diferencial para as marcas e<br />

campanhas publicitárias. Esses diferenciais estimulam<br />

a conscientização,o engajamento e geram<br />

as respostas emocionais mais importantes e que<br />

chamam a atenção das pessoas.<br />

Hoje, também estamos em um mundo com cada<br />

vez mais dados disponíveis - o que é ótimo, mas<br />

faz com que exista mais pressão para traduzir<br />

esses dados em resultados. A evidência do valor<br />

da criatividade baseada em dados e resultados<br />

está à nossa volta: desde a maneira como você<br />

consome filmes e programas de TV, até sua lista de<br />

reprodução de músicas. Neste cenário, os dados<br />

em marketing aumentam a criatividade e abrem<br />

novos espaços e oportunidades. No entanto, sabemos<br />

que nem sempre é isso que acontece. Se<br />

não tomarmos cuidado, os dados podem se tornar<br />

uma muralha frente ao pensamento criativo e à<br />

humanização. Podemos personalizar aspectos das<br />

experiências das pessoas, mas nos esquecemos<br />

de torná-las mágicas.<br />

Mas como traduzir dados em criatividade? Um<br />

dos primeiros passos é identificar as diferentes<br />

PATRICIA LEKA<br />

Líder de Anúncios Self-Service<br />

pleka@linkedin.com<br />

98 | E-COMMERCE BRASIL | 2019


maneiras pelas quais os dados podem impactar<br />

positivamente a criatividade. Se quisermos ser<br />

criativos em como utilizamos esses dados, é importante<br />

não pensar muito restritivamente sobre<br />

como e quando isso pode contribuir.<br />

A maioria dos profissionais de marketing B2B está<br />

muito familiarizada com o valor do teste, que é a<br />

maneira mais óbvia de os dados influenciarem a<br />

criatividade. Para um profissional de marketing<br />

criativo, a capacidade de acessar métricas relevantes<br />

em tempo real deve ser um convite para<br />

continuar experimentando. Tente algo, veja se<br />

funciona - e se isso não acontecer, esteja pronto<br />

para tentar outra coisa. Nas mãos certas, a capacidade<br />

de testar deve ser um estímulo para<br />

a criatividade, e como podemos ajustar o curso<br />

rapidamente quando precisamos, temos a oportunidade<br />

de assumir alguns riscos.<br />

Avaliar rapidamente é apenas uma maneira de os<br />

dados gerarem criatividade. Quando os profissionais<br />

de marketing só usam os dados para otimizar<br />

com base no que funcionou no passado, isso acaba<br />

restringindo a criatividade em vez de estimulá-la.<br />

É importante ter uma visão mais ampla se quisermos<br />

desvendar o potencial real dos dados.<br />

Isso envolve a preparação e a seleção de dados<br />

que podem atuar como uma fonte de inspiração<br />

criativa,e tudo começa com os dados em si. Para<br />

agir como uma forma de inspiração criativa, ela<br />

precisa chegar de uma forma simples, focada e<br />

acionável.<br />

No entanto, é difícil fazer isso se cada fonte de<br />

dados exigir um grande investimento mental de<br />

sua parte para entender o que está acontecendo,<br />

e essa percepção é tão valiosa quanto a maneira<br />

de aplicá-la.<br />

Escolha dados que sejam relevantes para um resumo<br />

e que tenham algo claro para dizer como<br />

resultado, antes de começar a usá-los. Se os dados<br />

estiverem confusos, a ideia criativa muito<br />

provavelmente também estará. Desafie-se a usar<br />

o menor número de fontes de dados possível e,<br />

em seguida, selecione as que tiverem maior valor<br />

agregado.<br />

Essa abordagem não apenas fornece aos criativos<br />

um conjunto gerenciável de insights para trabalhar,<br />

mas também sugere que você pense de forma<br />

criativa sobre como exatamente os dados podem<br />

agregar valor. Em vez de acumular insights por si<br />

só, você está reunindo informações que oferecem<br />

diferentes perspectivas sobre um determinado<br />

desafio criativo.<br />

A grande notícia é que, na era da Inteligência<br />

Artificial (IA), quase tudo pode ser quantificado<br />

como dados. Se você puder pensar criativamente<br />

sobre o tipo de percepção que realmente faria a<br />

diferença, então é possível acessar os dados de que<br />

precisa. E quanto mais contra-intuitivo e lateral<br />

você pensar sobre os dados escolhidos, maior<br />

será a variedade de ideias criativas que você pode<br />

ter para usá-las.<br />

E então podemos nos perguntar, onde os dados<br />

terminam e a criatividade começa?<br />

Os profissionais criativos, não esperam que os da-<br />

Patricia Leka tem mais de 15 anos de experiência no mercado de marketing e vendas com foco em Marketing<br />

Digital. É formada em Ciência da Computação, tem docência no Ensino Superior, Matemática e com um MBA<br />

em Gerência de Projetos pela USP. É reconhecida pela Gama Academy como um dos 50 nomes de destaque<br />

da área de Marketing e Growth no mercado digital em 2018. É palestrante e professora convidada em aulas<br />

de marketing em mídias sociais e estratégias de conteúdo.<br />

2019 | E-COMMERCE BRASIL | 99


DADOS<br />

“Hoje, também estamos em um mundo com<br />

cada vez mais dados disponíveis –- o que é ótimo,<br />

mas faz com que exista mais pressão<br />

para traduzir esses dados em resultados”<br />

dos façam todo o trabalho de criação. Estão lá para<br />

fornecer insights e abrir novas oportunidades.<br />

Aproveitar ao máximo essas oportunidades continua<br />

sendo o trabalho da imaginação humana.<br />

Da mesma forma como existem muitos tipos<br />

diferentes de líderes, há maneiras diferentes de<br />

os dados gerarem criatividade. Podemos usar os<br />

dados como uma fonte de inspiração para abrir<br />

novas possibilidades e capacitar as pessoas para<br />

experimentá-las ou podemos usá-los como um<br />

guia mais firme, canalizando a criatividade para<br />

o que funciona e o que não funciona, chamados<br />

esses dados de microgerenciadores. As ideias<br />

criativas mais espetaculares podem vir do primeiro<br />

tipo de liderança de dados, mas a segunda<br />

também tem valor a acrescentar desde que seja<br />

com o equilíbrio certo.<br />

O insight sobre o que funciona tem valor real -<br />

mas você também precisa de coragem para usar<br />

esse insight de maneira imaginativa. Eu acho que<br />

David Ogilvyt reduziu bem esse contexto com a<br />

frase: ”Grandes ideias vêm do inconsciente, mas<br />

seu inconsciente precisa estar bem informado ou<br />

sua ideia será irrelevante”.<br />

Se você quiser ideias criativas mais relevantes,<br />

comece com fontes de dados relevantes e criativas.<br />

E depois abrace a ideia de explorar todos os<br />

diferentes lugares a que eles podem levar.<br />

Quando os dados se tornam microgerenciadores,<br />

eles tendem a extrair criatividade do processo e<br />

restringir o que você faz e como você faz. Um<br />

exemplo disso é a hiper-segmentação de campanhas,<br />

focando apenas em um mesmo público,<br />

porque eles fazem parte de uma determinada<br />

métrica. Mas, ao deixar de alcançar um público<br />

mais amplo, você pode não envolver e inspirar<br />

outros segmentos potenciais para alimentar o<br />

funil de marketing e impulsionar o crescimento<br />

sustentável do seu negócio.<br />

<strong>10</strong>0 | E-COMMERCE BRASIL | 2019


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2019 | E-COMMERCE BRASIL | <strong>10</strong>1


B2B<br />

B2B & D2C:<br />

O E-COMMERCE<br />

MUDANDO A CADEIA<br />

DE DISTRIBUIÇÃO<br />

É<br />

cada vez mais frequente vermos inciativas<br />

de e-commerce B2B em nosso mercado, o<br />

que de fato é muito bom. Afinal de contas,<br />

muito temos falado sobre o tema e parece que<br />

chegamos ao ponto de fazer acontecer.<br />

Infelizmente, ainda não temos métricas e números<br />

consistentes para esse mercado no Brasil, mas<br />

utilizando como base mercados onde esse modelo<br />

é mais maduro, como acontece nos EUA, o<br />

volume financeiro transacionado no e-commerce<br />

B2B é aproximadamente três vezes maior que o<br />

do e-commerce B2C, e no Brasil não deve(rá) ser<br />

muito diferente.<br />

Essas iniciativas de operações genuinamente B2B<br />

no e-commerce normalmente levam os executivos<br />

e tomadores de decisão a escolherem por qual<br />

caminho seguirão, sendo sedutor o caminho do<br />

D2C (Direct toConsumer) ou o modelo de venda<br />

na cadeia,e também o do e-commerce B2B<br />

(Business to Business).<br />

EDUARDO OLIVEIRA<br />

Sócio fundador da F1 Soluções<br />

eduardo@f1solucoes.com.br<br />

<strong>10</strong>2 | E-COMMERCE BRASIL | 2019


O primeiro deles, o D2C, por vezes muito mais<br />

sedutor e APARENTEMENTE mais “fácil” (isso<br />

mesmo, com capslock e aspas), nos coloca alguns<br />

desafios que precisam de muita atenção:<br />

• Processos: Requerem muita atenção e validação<br />

antes mesmo de iniciar uma operação, pois atente-se:<br />

seus processos e estruturas estão modelados<br />

e em constante evolução no que diz respeito ao<br />

atendimento B2B, com volume e não One-to-<br />

-One, sejam esses de picking, packing, logístico,<br />

atendimento etc.<br />

• Público: Completamente diferente - agora, meu<br />

amigo, você avançou uma etapa na cadeia e vai<br />

falar com o consumidor, isso requer forma de<br />

atender, dar suporte e comunicar completamente<br />

diferente do seu modelo atual e vai exigir uma<br />

mudança significativa na sua forma de atuação.<br />

• Impacto na cadeia existente: Talvez o mais importante<br />

de todos os pontos a se cuidar. Mapeie<br />

e entenda SE e COMO impactará a sua relação<br />

com seus atuais clientes, pois tenha muito claro<br />

que as relações construídas até o momento são<br />

responsáveis pelo sustento e operação do seu<br />

negócio. Sempre é possível tal movimentação,<br />

temos grandes cases com esse modelo, mas muito<br />

cuidado com a sua forma de entrada e com a<br />

transparência com os atuais parceiros.<br />

Por sua vez, o segundo modelo, de e-commerce<br />

B2B, tem desafios maiores e mais complexos,<br />

pois a maioria dos casos levará a operação para<br />

o online, o que nos provoca desafios até então<br />

não mapeados e para muitas das perguntas as<br />

respostas devem ser construídas ao longo do processo<br />

- entenda isso como algo desafiador, e não<br />

como desmotivador.<br />

Para ajudar nesse processo, listei alguns pontos<br />

que merecem cuidado e atenção:<br />

• Ter objetivo claro: Por mais óbvio que pareça,<br />

saber o que se pretende ajudará muito nesse<br />

processo -seja ampliar a área de atuação, gerar<br />

demanda ou dar braço para o time comercial, aumentar<br />

a penetração do mix de produtos, agilizar<br />

o atendimento de pedidos.<br />

• O que será preciso: Uma vez definido os objetivos,<br />

mergulhe em como esses processos são<br />

executados atualmente, nos detalhes, pois, se<br />

pretendemos dar autonomia para o cliente realizar<br />

o autoatendimento, precisamos garantir que<br />

nenhuma etapa esteja descoberta para que ele<br />

se sinta confortável e ainda falando com a mesma<br />

empresa com a qual ele tem anos de relação.<br />

Embora pareça simples, esse processo é um dos<br />

pontos de maior discussão em um projeto desse<br />

tipo, pois a formalização de políticas e regras,<br />

Eduardo Oliveira está, desde 2002, à frente da F1 Soluções. Teve o seu primeiro e-commerce em 1999, já<br />

participou de mais de 500 projetos e, hoje, é especialista em operações de e-commerce B2B para indústrias,<br />

importadores e distribuidores. Entusiasta de digitalização e adequação de negócios para a continuidade<br />

deles pela Internet, é palestrante e professor dos principais eventos e escolas de e-commerce do País.<br />

2019 | E-COMMERCE BRASIL | <strong>10</strong>3


B2B<br />

precificação, regras de descontos, tributação -<br />

processos muitas vezes conduzidos por “feeling”<br />

- precisarão ser documentados e posteriormente<br />

configurados nas ferramentas que lhe ajudarão<br />

a dar vida a esse projeto. Lembre-se sempre de<br />

quem você é, logo não crie uma interface com<br />

seu público que não reflita isso e acabe por gerar<br />

ao cliente a impressão de ser duas empresas<br />

diferentes.<br />

• Pessoas: Infelizmente, nosso mercado ainda<br />

tem poucos profissionais que conhecem e atuam<br />

em operações de e-commerce B2B, até por<br />

estarmos em fase de amadurecimento. Com isso,<br />

as empresas contratam profissionais com experiências<br />

em operações e modelos B2C.De fato, esses<br />

profissionais têm muito a agregar, mas precisam<br />

de muito apoio da organização para entender o<br />

negócio, pois o modelo mental desse profissional<br />

está orientado com a atuação com o consumidor<br />

(tendência forte de levar o projeto para o D2C),<br />

pensando em mídia, ads, geração de tráfego,<br />

remarketing e diversos elementos presentes na<br />

relação com consumidor que talvez não sejam<br />

necessários ao sucesso do projeto e para atingir<br />

os objetivos acima mapeados.<br />

Temos nesse time um conhecimento muito rico<br />

que precisa ser mapeado e colocado em pauta<br />

na elaboração do projeto,e não os envolver seria<br />

como pensar na construção de um automóvel<br />

olhando para o sistema de som, bancos, design<br />

e deixar de fora o motor. E tenho certeza de que<br />

não é isso que queremos. Costumo dizer que o<br />

time comercial é o primeiro cliente do projeto de<br />

e-commerce B2B, nossa primeira venda é para<br />

eles, que são parte vital na promoção e divulgação<br />

do uso na base instalada e de forma correta,<br />

abrindo novos clientes e orientando-os no uso<br />

da plataforma de vendas.<br />

Independentemente de em qual dos modelos<br />

você pretenda atuar, lembre-se sempre de quem<br />

você é. A não ser que essa movimentação seja de<br />

fato uma mudança estratégica ou mesmo uma<br />

unidade de negócio nova, é importante sempre<br />

resgatar e lembrar quem você é - trago isso como<br />

um ponto de atenção, pois vejo algumas iniciativas<br />

de “entrada no e-commerce” com tanta mudança<br />

na estrutura política e regras para fazer isso<br />

acontecer, que a empresa acaba perdendo sua<br />

identidade, seu DNA e aquilo que ela sempre<br />

representou no seu mercado.<br />

• Envolvimento do time comercial: Com certeza,<br />

o ponto mais importante do processo de<br />

um e-commerce B2B. O time comercial, seja ele<br />

interno ou não, é quem de fato conhece da operação<br />

de vendas, com a experiência de campo.<br />

Conhece o cliente, sabe como ele compra e como<br />

se relacionar com a empresa e seus produtos.<br />

Vejo um mercado mais maduro e, com isso,um<br />

universo de oportunidades ainda pouco exploradas<br />

que podem nos ajudar a otimizar nossos processos,<br />

reduzir custos e a vender mais e melhor.<br />

Sucesso a todos e muitas boas vendas!<br />

<strong>10</strong>4 | E-COMMERCE BRASIL | 2019


DROPS DO MERCADO<br />

Parceria exclusiva entre PagSeguro e PrestaBR apresenta novo módulo PrestaShop<br />

O PagSeguro anuncia uma parceria exclusiva com a empresa PrestaBR e apresenta o módulo PrestaShop<br />

na versão 1.6 com foco em potencializar as vendas. O novo módulo otimiza a experiência de compra do<br />

cliente em um ambiente sem redirecionamentos (checkout transparente), com antifraude embarcado,<br />

captura de todas as principais bandeiras de cartões de crédito, condições especiais de taxas e benefícios<br />

únicos para quem aderir à parceria. O módulo foi desenvolvido dentro dos padrões de segurança PCI<br />

DSS (Padrão de Segurança de Dados para a Indústria de Cartões de Pagamentos) com o objetivo de<br />

simplificar e dar mais agilidade durante a compra. Tudo isso adicionado à segurança de contar com os<br />

serviços PagSeguro utilizados por mais de 40 milhões de brasileiros e com a qualidade de uma empresa<br />

que oferece alta disponibilidade, transparência e valorização do cliente.<br />

Salesforce: atendimento ao cliente mais produtivo com IA e colaboração<br />

A Salesforce, líder global em CRM, anuncia soluções de inteligência artificial (IA) e colaboração que ajudam<br />

os atendentes a focarem seu tempo no lado mais humano do atendimento. Em IA no Service Cloud,<br />

entre as novidades estão os recursos Einstein ReplyRecommendations, que usa processamento de linguagem<br />

natural para sugerir boas respostas para atendentes usarem em serviços de mensagens e agilizar a<br />

interação; e o Einstein ArticleRecommendations, que detecta os conteúdos que funcionaram ao longo do<br />

tempo e faz recomendações de artigos da base de conhecimento para os atendentes resolverem os casos<br />

com mais rapidez. Em colaboração, o Quip for Service é uma solução integrada ao console dos agentes<br />

que viabiliza a coautoria de documentos e promove conversas em tempo real diretamente nos registros<br />

do caso do cliente; facilita o processo de publicação de modelos flexíveis do Quip no console dos atendentes<br />

e permite personalizá-los com base em diferentes casos de uso e nas necessidades específicas<br />

da empresa.<br />

Magento disponibiliza nova versão da plataforma e aumenta sua equipe no Brasil<br />

A plataforma de e-commerce americana Magento disponibilizou no último trimestre de 2018 a versão<br />

2.3 da plataforma Enterprise trazendo diversas funcionalidades e melhorias que prometem aumentar a<br />

conversão de seus clientes e reduzir consideravelmente os custos de manutenção da operação. Entre<br />

as principais novidades está o módulo Page Builder que permite com que um usuário sem qualquer conhecimento<br />

em HTML, crie templates completos de páginas com banners, imagens, menus, carrossel de<br />

produtos e muito mais em questão de minutos, além de trazer recursos como PWA e diversas funcionalidades<br />

para clientes B2B aumentarem em mais de 3X o volume de vendas. Além disso, o time da Magento<br />

no Brasil cresceu e, além da equipe de vendas, conta com as áreas de atendimento, parcerias, marketing<br />

e consultoria garantindo a entrega de um serviço de qualidade e adaptado as necessidades locais para<br />

seus clientes brasileiros.<br />

2019 | E-COMMERCE BRASIL | <strong>10</strong>5


FUTURE SHOPPING<br />

ANTHONY LONG | Inovador na área de marketing e tecnologia<br />

lontony@gmail.com<br />

COLUNISTA<br />

E-COMMERCE<br />

CAPOEIRA: QUANDO<br />

LTV E UX VIVEM NA<br />

LINHA TÊNUE ENTRE<br />

DANÇA E BATALHA<br />

“As receitas que resultam da felicidade de um<br />

consumidor são aquilo que confere a você os<br />

recursos necessários para continuar a conquistar<br />

uma fatia maior da carteira de um grupo ainda<br />

maior de consumidores”.<br />

Parecia não haver maneira de o CFO dar sinal<br />

verde para o investimento. Eu sabia que não seria<br />

capaz de conseguir financiamento.<br />

Fuen fuen fuen...<br />

Isso me ocorreu em um raro momento de introspecção<br />

em um voo entre Madri e Chicago<br />

(estava bebendo vinho; mas deveria estar<br />

dormindo). Eu estava pensando em um desafio<br />

específico de financiamento de tecnologia repetidamente<br />

na minha cabeça. Existe uma capacidade<br />

que é necessária na pilha. A sua ausência<br />

é gritante para mim. Mas eu estava tendo muita<br />

dificuldade em desenvolver um caso de negócio<br />

sólido para isso. Na minha opinião, não ter essa<br />

capacidade estava matando nossa experiência<br />

do usuário, mas (se estou sendo honesto) não<br />

há o impacto financeiro direto de sua presença<br />

ou ausência ao qual o CFO responderia. Nós não<br />

estávamos deixando dinheiro na mesa por não<br />

tê-la. Mas embora eu saiba que isso levará a uma<br />

melhor experiência do consumidor e, portanto,<br />

a uma melhor chance de manter a sua lealdade<br />

como cliente, não há garantia de que isso trará<br />

receitas extras.<br />

Crise existencial<br />

Investir (ou orientar o investimento) em uma capacidade<br />

é, entre outras coisas, seu trabalho como<br />

um líder de e-commerce. Você pode participar ou<br />

conduzir muitas reuniões de tecnologia e sentar-<br />

-se com agências e consultores, mas, no fim das<br />

contas, sua função principal é levar a alocação de<br />

dinheiro para diferentes iniciativas de tecnologia,<br />

sejam elas empresas ou aplicativos. Se você está<br />

em uma grande empresa, seu tempo de reunião<br />

passou a ser menos gasto com desenvolvedores<br />

e fundadores para ser cada vez mais com alguém<br />

na área de compras, que pode ser incrível, mas<br />

não entende nada sobre estar sendo solicitado a<br />

assinar um cheque.<br />

Muitas vezes, essas capacidades tecnológicas não<br />

são facilmente definidas: todo mundo sabe que<br />

no e-commerce você precisa de um carrinho de<br />

<strong>10</strong>6 | E-COMMERCE BRASIL | 2019


Anthony Long é um inovador na área de marketing e tecnologia com mais de 20 anos de experiência em transformação<br />

digital no mercado global, e-commerce e comportamento mobile do consumidor. Já passou pela Kimberly-Clark e seu<br />

atual projeto inclui atribuições de longo prazo em e-commerce e transformação digital para as principais marcas<br />

globais de consumo na Europa e nos Estados Unidos.<br />

compras (sobre o qual falarei mais em um artigo<br />

futuro) e imagens. Mas um aplicativo que (por<br />

exemplo) vasculha dados não estruturados para<br />

fornecer uma visão geral do sentimento do consumidor<br />

soa como algo garantido para todos,<br />

exceto o CFO, a quem você precisa absolutamente<br />

conectar a existência do aplicativo a um aumento<br />

de receita. É uma pena que você não pode,<br />

porque não é assim que funciona o marketing<br />

em um mundo digital. O CFO precisa que você<br />

vincule essa capacidade a um dos dois fatores<br />

que preveem as futuras riquezas, seja lealdade<br />

(compelindo os consumidores a contarem para os<br />

seus amigos) ou redução do churn (sabendo mais<br />

cedo quando as pessoas estão prestes a deixar de<br />

gastar dinheiro com você).<br />

O que nos leva À capoeira entre Lifetime Value<br />

(LTV) and User Experience (UX).<br />

Quase entendi direito<br />

Voltamo-nos para o nosso ponto de partida fiel<br />

para tudo –a Wikipedia - para uma definição firme<br />

e coerente de LTV no contexto do marketing: O<br />

valor presente dos fluxos de caixa futuros atribuídos<br />

ao cliente durante todo o seu relacionamento<br />

com a empresa.<br />

Nesse ponto, eu poderia cair em uma série de<br />

fórmulas matemáticas e tentar agir como se<br />

soubesse o que tudo isto significa. Talvez, mais<br />

importante de entender a matemática, é entender<br />

que modelar matematicamente a receita que<br />

uma empresa pode esperar por cliente é um dos<br />

preditores mais potentes do futuro da empresa.<br />

A maneira como uma despesa de tecnologia deve<br />

ser avaliada pode ser melhor expressa por esta<br />

declaração imaginária If/Then do Excel:<br />

=IF(AND(ThisThingWorks=”Yes”,B1=“Persona-<br />

lizationBetter”),(AND(CostsFlat=“Yes”)),”Show-<br />

CFO”,”BuyIt”)<br />

Se isso funcionar e me permitir oferecer um grau<br />

maior de personalização aos meus e-mails do que<br />

antes, e meus custos operacionais permanecerem<br />

estáveis em relação ao que eles são atualmente,<br />

isso deve retornar mais do que custar para que o<br />

CFO me deixe comprá-lo.<br />

A chave para essa afirmação é a palavra “funciona”<br />

(“works”). Para o CFO, “funciona” significa que ele<br />

oferece um benefício financeiro, então o CFO quer<br />

ver qual será esse benefício. Isso normalmente é<br />

tratado em uma pasta de trabalho do Excel formatada<br />

com fórmulas já incorporadas. Por que<br />

o Excel? Na maioria das grandes organizações, o<br />

setor de tecnologia reporta ao CFO porque ele tem<br />

sido historicamente vista estritamente como um<br />

custo interno; o tipo de impressoras e roteadores<br />

de rede que a empresa adquiriu teve pouco<br />

ou nenhum impacto nas vendas ou nas relações<br />

com os clientes.<br />

Essa mentalidade contábil persiste hoje, embora<br />

todos saibam (até mesmo o CFO) que a área de<br />

tecnologia pertence mais ao marketing do que ao<br />

financeiro. Isso cria um conflito: as necessidades<br />

do negócio são expressas e expostas no vernáculo<br />

da contabilidade, mas as necessidades do consumidor<br />

são expressas e expostas no vernáculo do<br />

engajamento. O LTV é uma fórmula destinada a<br />

mostrar o potencial de renda, e os números não<br />

mentem. Mas a fórmula do LTV muitas vezes não<br />

consegue valorizar adequadamente os benefícios<br />

da UX. A empresa almeja que o engajamento do<br />

consumidor resulte em uma transação, mas essa<br />

transação pode não envolver uma troca financeira.<br />

O consumidor pode estar agindo de todas as<br />

formas corretas no que se refere à liderança de<br />

Marketing: divulgar, recomendar os produtos,<br />

responder positivamente a convites, mas não<br />

atingir as metas de receita para essa pessoa. Isso<br />

torna o relacionamento menos valioso?<br />

Depende de para quem você pergunta.<br />

…o que quer dizer:<br />

2019 | E-COMMERCE BRASIL | <strong>10</strong>7


FUTURE SHOPPING<br />

Estaria o case de negócios matando o negócio<br />

que deveria proteger?<br />

O case de negócios que é comunicado através<br />

do documento formatado do Excel traduz uma<br />

necessidade em um impacto: se fizermos esse<br />

investimento, aqui está o que obteremos dele.<br />

Um case de negócio resume uma iniciativa estratégica<br />

a uma simples matemática que facilita<br />

a tomada de decisões binárias: polegar para cima<br />

ou polegar para baixo.<br />

Hoje as coisas são diferentes, e o que antes era<br />

invisível para o cliente é agora o modo como o<br />

cliente e a marca interagem e transacionam. Isto<br />

é, de forma simples, dados e conteúdo: antes do<br />

e-commerce, tudo que acontecia para colocar um<br />

produto em uma prateleira ou um anúncio em<br />

uma revista era invisível para o consumidor. Esse<br />

não é mais o caso: os consumidores impulsionam<br />

o desenvolvimento de produtos com feedback<br />

em tempo real e estatísticas de uso, e ignoram<br />

a publicidade quase totalmente em favor dos<br />

muitos tipos de conteúdo gerado pelo usuário.<br />

Não é apenas o que você vende, mas é como você<br />

vende e como se relaciona com o cliente após a<br />

venda, o que conta tanto quanto o produto em<br />

si. Alguns de seus stakeholders mais importantes<br />

podem nem ser clientes, mas sim aqueles que<br />

compartilham sua mensagem com alguém que<br />

pode se tornar um novo cliente.<br />

Dada a relação altamente interligada entre a<br />

tecnologia e a experiência do cliente, o case de<br />

negócio em si deve evoluir para atender às necessidades<br />

que o negócio está enfrentando no<br />

momento. Essa é uma consideração importante<br />

quando pensamos em quantos tipos de empresas<br />

ainda não adaptaram suas estratégias e táticas ao<br />

mundo digital movido a dispositivos móveis, onde<br />

todos vivemos e operamos. A aplicação de um<br />

case de negócios que foi criado para um modelo<br />

de engajamento do cliente datado resultará em<br />

falsos negativos e impedirá o tipo de progresso<br />

antecipado de que a empresa precisa.<br />

O case de negócio não precisa ser simplesmente<br />

uma descrição de como a capacidade proposta<br />

suporta as metas de negócios. O case de negócios<br />

pode definir os próprios objetivos: essas metas<br />

ainda são válidas e valem a pena? Ao considerar<br />

um novo aplicativo ou plataforma ou capacidade,<br />

use isso como uma oportunidade para perguntar<br />

a si mesmo e à sua liderança se, de fato, você está<br />

perseguindo as coisas certas. Como profissional<br />

de marketing em um mundo digital, ou até mesmo<br />

um tecnólogo de marketing, você provavelmente<br />

encontrará um punhado de capacidades<br />

ou serviços que poderiam realmente “ajudar”<br />

os negócios em geral, mas de maneiras que não<br />

são claramente definidas em seu framework de<br />

negócios existente. “Não devemos, então, evoluir<br />

nosso framework?”.<br />

A resposta mais simples é “Sim”. A resposta mais<br />

detalhada pode ser: “O verdadeiro papel da pilha<br />

de capacidades de e-commerce não é apoiar as<br />

metas de negócios, é desafiá-las e forçar a organização<br />

a evoluir para atender às necessidades<br />

de o cliente. Então, sim.”<br />

Guiando a taxa de mudança<br />

Parte do que torna um processo de casenegócioscom<br />

base financeira tão atraente é que ele<br />

garante que todos os esforços estejam focados no<br />

suporte ao core business. Um excelente artigo na<br />

revista CIO(http://bit.ly/2XGzVII), de agosto de<br />

2017, descreve como, em empresas realmente bem<br />

sucedidas e disruptivas, recursos significativos são<br />

dedicados à evolução do negócio principal ou até<br />

mesmo à busca de inovações que não têm nada a<br />

ver com o core business. No livro, “HowtoCreate<br />

a Mind: The SecretofHumanThoughtRevealed”,<br />

Ray Kurzweil salienta que “uma vez que qualquer<br />

tecnologia se torne uma tecnologia da informação,<br />

ela se torna sujeita à lei dos retornos acelerados”.<br />

O que isso significa para você, como profissional<br />

de marketing em um mundo digital, é que o que<br />

você está fazendo muito provavelmente reduz o<br />

modelo de core business de sua empresa. Essa<br />

<strong>10</strong>8 | E-COMMERCE BRASIL | 2019


não é uma noção atraente;<br />

é perigosa. Mas é vital<br />

para a saúde geral de sua<br />

empresa: o primeiro indício<br />

de que o modelo de<br />

negócios precisa evoluir<br />

vem do consumidor, mas<br />

o canal para a voz do consumidor<br />

é qualquer um<br />

dos recursos de tecnologia<br />

de marketing disponíveis<br />

hoje e seguindo em<br />

frente.<br />

Provavelmente, é hora de<br />

você desenvolver sua própria<br />

versão do seu case.<br />

Identifique como os comportamentos do cliente<br />

podem ser efetivos (e afetados) de maneiras que<br />

beneficiem a empresa. Em seguida, saia e encontre<br />

capacidades que oferecem o que você, o<br />

profissional de marketing digital, reconhece como<br />

pontos cegos para a empresa. Busque alterações<br />

no modelo de sua empresa que ajudem a fornecer<br />

o valor que essa nova capacidade traz. Provedores<br />

de capacidade provavelmente sabem mais sobre o<br />

mercado global do que sua liderança. Alguém que<br />

está bem no jogo e deixa uma carreira confortável<br />

para ir para uma start-up provavelmente fez lição<br />

de casa – muito além do que sua liderança fez.<br />

Alavanque seu discurso de vendas para questionar<br />

se sua empresa está apontada na direção certa.<br />

Pinte o cenário ideal para a sua empresa com<br />

base no que está lá fora e que quebre o molde de<br />

como sua empresa faz as coisas.<br />

“Essa mentalidade contábil<br />

persiste hoje, embora todos<br />

saibam (até mesmo o CFO)<br />

que a área de tecnologia<br />

pertence mais ao marketing<br />

do que ao financeiro ”<br />

mais capazes de liderar suas organizações. Isso<br />

não é elogio; essa é a realidade de como o nosso<br />

mundo digitalmente dirigido funciona. Os canais<br />

e caminhos de interação tradicionais entre<br />

clientes e empresas foram substituídos por uma<br />

plataforma de engajamento singular, abrangente<br />

e sem fronteiras: o dispositivo móvel. Isso pode<br />

significar “game over” ou “new game on”, dependendo<br />

de sua habilidade ou disposição de levar<br />

sua empresa para a direção certa.<br />

Isso realmente se resume a duas perguntas: você<br />

quer enterrar a cabeça e simplesmente sobreviver<br />

até que alguém encontre algo grande e salve a<br />

companhia (ou ninguém faz isso e você lentamente<br />

atrofia)? Ou você quer garantir o seu próximo<br />

papel buscando a excelência em seu atual?<br />

E então, faça essas coisas de forma diferente!<br />

Obrigado, Tony ... Isso é basicamente um suicídio<br />

de carreira<br />

É fácil para mim insistir para que você assuma a<br />

luta contra a sua gerência sênior, a partir de 36.000<br />

pés de altitude em um voo entre Madri e Chicago,<br />

mas essa não é minha intenção. Profissionais de<br />

marketing e da área de tecnologia são os papéis<br />

2019 | E-COMMERCE BRASIL | <strong>10</strong>9


ESTRATÉGIA<br />

A ETAPA QUE VOCÊ<br />

PRECISA ENTENDER<br />

PARA MELHORAR A<br />

PERFORMANCE DO<br />

SEU E-COMMERCE<br />

Do que você gosta? Costuma ser o chef dos<br />

amigos no final de semana? Curte fotografia<br />

como um hobby? Quer testar os famosos<br />

benefícios da meditação? Vamos imaginar<br />

que você é praticante de atividades físicas agora<br />

e quer se preparar para uma maratona. Antes de<br />

pular para os sites de artigos esportivos, você vai<br />

ver um documentário sobre a São Silvestre, ler<br />

artigos de saúde sobre os benefícios da corrida,<br />

procurar quem são os gigantes da modalidade no<br />

mundo, seguir perfis de alimentação e vida fitness<br />

no Instagram... Só depois você vai começar a pensar<br />

no tênis certo e, ainda, vai investir bastante<br />

tempo comparando preços e possibilidades. É<br />

disto que se trata o processo de compra online:<br />

muita pesquisa.<br />

No estudo “Sem arrependimentos: por que os<br />

consumidores fazem tantas buscas antes de comprar?”,<br />

o gigante de pesquisas Google divulgou<br />

dados mostrando que o usuário pesquisa sobre<br />

um produto por seis meses antes de efetuar a<br />

compra. Esse período é chamado de “curva de<br />

pesquisa” e serve para que o usuário se familiarize<br />

com o produto e confirme se o objeto desejado é<br />

realmente o ideal. A possibilidade de pesquisar<br />

entre várias lojas com somente alguns cliques<br />

torna a pesquisa ainda mais fácil. Não precisa<br />

bater perna por horas. Basta abrir algumas abas.<br />

O estudo também aponta que os consumidores<br />

sentem prazer em fazer a pesquisa, ficam mais<br />

seguros e empolgados com a experiência.<br />

A necessidade é ter o maior número de informações<br />

sobre o que se deseja comprar. Isso torna a<br />

pesquisa divertida e interessante. Por exemplo,<br />

aprender sobre diferentes truques de maquiagem<br />

com uma determinada paleta de sombras é mais<br />

interessante do que colocar o estojo de maquiagem<br />

no carrinho de compras e incluir o número<br />

do cartão. Todos querem aproveitar os momentos<br />

em que podem se divertir pesquisando sobre seu<br />

hobby. Fazer o planejamento com antecedência<br />

ajuda a diminuir a sensação de ansiedade e ainda<br />

possibilita que as pessoas tenham mais tempo<br />

para aproveitar o item comprando quando chegar<br />

a hora.<br />

O que isso tem a ver com o seu negócio? Dependendo<br />

do tipo de produto que sua loja online<br />

comercializa, os clientes podem ter dificuldades<br />

em achar informações antes da compra. Uma<br />

NATHALIA DORSCHEID<br />

Analista de marketing da Webcontinental<br />

nathalia.dorscheid@webcontinental.com.br<br />

1<strong>10</strong> | E-COMMERCE BRASIL | 2019


“Você precisa entender como o mercado está<br />

se comportando para alcançar um caminho mais<br />

certeiro com ótima performance de resultados”<br />

alternativa bem acessível é investir na produção<br />

de conteúdo. Como já sabemos, o conteúdo pode e<br />

deve ser parte da estratégia. Sendo uma boa fonte<br />

de conteúdo, você consegue resolver mais rápido<br />

alguma curiosidade ou dúvida do cliente, fazendo<br />

com que ele possa inclusive comprar mais rápido<br />

e, ainda, constrói uma relação de confiança.<br />

Algumas dicas para usar conteúdo como ferramenta:<br />

• Fale de alternativas de uso do mesmo produto<br />

• Aborde benefícios diferentes dos mais conhecidos<br />

• Use base de dados e saiba quais informações<br />

vão ser mais relevantes<br />

Falando em dados, não podemos esquecer o seu<br />

papel fundamental em estratégias. Muito utilizado,<br />

o remarketing é importantíssimo para<br />

ajudar em compras finalizadas. Remarketing é<br />

um recurso do Google que chama o usuário para<br />

visitar novamente uma página pela qual ele já<br />

tenha se interessado anteriormente, como em<br />

seu período de pesquisa.<br />

Você precisa entender como o mercado está se<br />

comportando para alcançar um caminho mais<br />

certeiro com ótima performance de resultados.<br />

Sobre as informações consumidas durante o período<br />

de pesquisa, observe como seus concorrentes<br />

apresentam os produtos. Procure valorizar a<br />

qualidade das informações para se tornar uma<br />

referência entre seu público. Quanto mais tempo<br />

ele ficar em seu site ou redes sociais, melhor.<br />

Busque dicas de fidelização do cliente, trabalhe<br />

para que toda a experiência dele seja a mais positiva<br />

possível: desde a antecipação de pesquisa<br />

até depois de receber o produto em casa. Como?<br />

Bom, algumas coisas podem te ajudar. Primeiro,<br />

seja transparente sobre os resultados, uso, dimensões<br />

do seu produto. Você já deve ter visto alguma<br />

imagem de pessoa que comprou uma roupa que,<br />

na verdade, não servia nem em uma criança. Seja<br />

confiável. Além disso, invista na responsividade do<br />

seu site. Há boas chances de o cliente se frustrar<br />

e sair da sua aba caso o seu site não funcione<br />

direito. Ah, não se esqueça de escolher bem os<br />

seus parceiros! A qualidade do serviço deles, seja<br />

o fornecedor ou a transportadora, vai gerar muito<br />

impacto no seu próprio trabalho.<br />

Para construir melhores negócios e melhores relações,<br />

não há caminho fácil. Você precisa entender<br />

sobre o seu produto. Só assim será capaz de vendê-lo!<br />

Invista em monitoramento e inteligência<br />

artificial não apenas para olhar a concorrência,<br />

mas para melhorar os próprios serviços e entender<br />

o consumidor. Seja um facilitador, utilize as<br />

ferramentas de marketing para que o comprador<br />

encontre o produto que realmente precisa. Essas<br />

compras vão gerar sucesso em médio e longo<br />

prazo.<br />

Nathalia Dorscheid é Analista de Marketing na WebContinental Marketplace. Especialista em criação de<br />

conteúdo e organização de eventos. Trabalhava na Inncomun Agência de Marketing.<br />

2019 | E-COMMERCE BRASIL | 111


DROPS DO MERCADO<br />

Mundipagg passa a oferecer conciliação integrada para facilitar a operação dos seus<br />

clientes<br />

Gerenciar o seu negócio vai ficar muito mais fácil com a solução de conciliação que a Mundipagg está<br />

lançando. Agora você pode acompanhar toda a vida das suas transações em um só lugar, tendo no<br />

Dashboard da Mundi uma visão global das suas vendas e recebimentos. Não perca nenhuma informação<br />

importante em planilhas confusas e saiba rapidamente quanto e quando você vai receber por cada<br />

venda. Deixe os relatórios confusos no passado e ganhe mais tempo para fazer o seu negócio crescer.<br />

Remarketing para melhorar a conversão do seu e-commerce<br />

O remarketing é uma das estratégias mais poderosas para ajudar a sua loja virtual a ampliar as vendas.<br />

Fazer o cliente relembrar algum produto que procurou na internet ou colocou no carrinho, mas por algum<br />

motivo não levou, aumenta a possibilidade de conversão. Tags bem instaladas também são essenciais<br />

para a performance do seu remarketing, pois permitem que os visitantes sejam registrados em listas, e<br />

você segmente os melhores anúncios para eles. Busque a construção de abordagens específicas para<br />

quem recém chegou no seu site e para quem já é um visitante. O argumento certo para cada momento<br />

faz toda diferença. Vai colocar em prática? Considere também o alinhamento com o time que opera a<br />

campanha sobre informações como estoque, grade de produtos e fluxo de compra. Assim, você ganha<br />

vantagem sobre a concorrência e tem mais chances de ser efetivo.<br />

(Com informações de Adtail)<br />

INFRACOMMERCE TRAZ CARTER’S PARA O BRASIL<br />

A Carter’s - maior comerciante de marca de roupas para bebês e crianças dos Estados Unidos - acaba<br />

de lançar sua loja online no Brasil, com potencial para se tornar um dos cinco maiores e-commerces<br />

da marca no mundo. A marca acumula a grande maioria de suas vendas nos EUA, em quase 90%,<br />

chegando a vender mais de <strong>10</strong> produtos para cada criança nascida no país. Para representar a Carter’s<br />

no Brasil e seguir com a expansão global da marca, a empresa escolhida foi a Infracommerce - maior<br />

empresa em negócios digitais para e-commerce na América Latina e operadora de grandes marcas<br />

mundiais - que será responsável por cuidar da operação de ponta a ponta, como administração do<br />

e-commerce, gestão de estoque, importação de produtos, controle de qualidade, pós-venda, logística e<br />

atendimento. Segundo o Diretor de Estratégias da Infracommerce, Luiz Pavão, este é apenas o começo<br />

do processo de internacionalização da empresa. “Esse movimento só reforça ainda mais a iniciativa da<br />

Infracommerce em trazer grandes marcas internacionais para o país, abrindo portas para que outras<br />

venham através do nosso canal”, afirma.<br />

Como usar a logística reversa expressa para encantar clientes?<br />

O e-commerce registra crescimento expressivo nos últimos anos — 12% em 2017, com previsão de ter<br />

chegado a 15% em 2018, segundo a ABComm e 2019 deve faturar R$ 62 Bi, segundo o Ebit. De acordo<br />

com o Invesp, cerca de 30% dos produtos comprados online são devolvidos ou trocados. Ainda segundo<br />

o Invesp, 92% dos consumidores afirmaram que, caso o trâmite de devolução fosse simples, não teriam<br />

problemas em voltar a comprar na loja. Segundo a Ebit, 47% de potenciais compradores não realizam a<br />

compra online devido à dificuldade em trocar ou devolver o produto. Nesse cenário, a Backlogi - Unidade<br />

de negócios da B2log voltada para a Logística Reversa com uma proposta de simplificar esse processo.<br />

A solução expressa da Backlogi proporciona um serviço transparente, simples e rápida e tem como<br />

proposta de valor transformar a experiência do usuário na troca ou devolução do produto.<br />

112 | E-COMMERCE BRASIL | 2019


2019 | E-COMMERCE BRASIL | 113


PRECIFICAÇÃO<br />

PRICING, O GRANDE<br />

“CALCANHAR<br />

DE AQUILES”<br />

M<br />

Muitas pessoas podem achar que precificar<br />

é apenas colocar um preço em um<br />

determinado produto, não é mesmo?<br />

No meu ponto de vista, não é bem assim, principalmente<br />

no e-commerce, onde além de tantos<br />

concorrentes diretos e indiretos que ingressam<br />

nesse mundo online todos os dias, é a área de<br />

pricing que faz o equilíbrio entre vender X lucrar.<br />

E quando falo lucrar, estou me referindo a quanto<br />

sobra no final do mês após o pagamento de todas<br />

as despesas da companhia.<br />

A área de pricing hoje é o “calcanhar de Aquiles”de<br />

muitas empresas, por isso vou trazer neste artigo<br />

pontos que considero essenciais para fazer<br />

um bom pricing e ter uma empresa saudável e<br />

invulnerável.<br />

Faturamento X Lucro<br />

Existe um vale bem grande entre esses dois conceitos,<br />

pois, se você vende a qualquer preço, infelizmente<br />

você não está lucrando, você só está<br />

faturando. Observe a imagem abaixo - no cenário<br />

1, a empresa vendeu 50 produtos com um lucro<br />

bruto de R$950. Agora, vamos imaginar o cenário<br />

2, supondo que a empresa não estava batendo sua<br />

meta de faturamento do mês e por isso resolveu<br />

fazer uma promoção oferecendo um cupom de<br />

<strong>10</strong>% OFF. Nesse caso, o produto que normalmente<br />

era vendido por R$<strong>10</strong>0, devido a esse cupom, foi<br />

vendido por R$90 e vendeu 70 peças. De fato, o<br />

faturamento foi maior no cenário 2, porém o lucro<br />

bruto da companhia foi menor, sendo apenas de<br />

R$785. E o que isso nos traz de lição? Faturamento<br />

não é tudo! Olhe a empresa como um todo!<br />

OBS: Esse exemplo não contempla os gastos fixos da companhia.<br />

AMANDA GONÇALVES SANTORO<br />

Gerente de Planejamento Comercial/Pricing/BI/Campanhas<br />

na Blue Group Digital<br />

amanda.santoro1989@gmail.com<br />

114 | E-COMMERCE BRASIL | 2019


Estratégias de precificação<br />

Para entrar nesse ponto, primeiro você precisa se<br />

perguntar: qual o posicionamento da sua companhia?<br />

Veja algumas perguntas que podem te<br />

auxiliar com essa questão:<br />

• Onde minha empresa está e aonde ela quer<br />

chegar?<br />

• Estou focado em rentabilidade ou em ganhar<br />

participação no mercado?<br />

• Qual minha diferenciação do mercado? Por<br />

que comprar dentro da minha loja e não na do<br />

concorrente?<br />

Depois que você responder essas perguntas, analise<br />

o quadro abaixo e veja em qual quadrante<br />

sua empresa está e se você quer se manter com a<br />

mesma estratégia. Não se esqueça de que a “grama<br />

do vizinho” nem sempre é tão verde quanto você<br />

imagina e que da mesma forma que você não sabe<br />

qual a estratégia do seu concorrente, ele também<br />

não sabe qual é a sua.<br />

• Quem é meu público-alvo?<br />

Fonte: FGV<br />

Trace metas coerentes<br />

Quem não quer crescer <strong>10</strong>0% ou 200% de um<br />

ano para o outro ou até mesmo de um mês para<br />

o outro? Mas nem sempre é possível. Nesse caso,<br />

minha dica é: não tente alcançar metas que são<br />

inalcançáveis para aquele momento da empresa.<br />

Quando a meta está muito acima do que a empresa<br />

consegue entregar, os próprios colaboradores<br />

desacreditam daquilo e, por saberem que nunca<br />

vão conseguir bater a meta, ficam sem uma direção,<br />

sem uma guia de quanto deveriam entregar<br />

ou de aonde deveriam chegar. Dessa forma,<br />

acabam entregando o que dá. Tenha sempre em<br />

mente que metas bem desenhadas motivam as<br />

pessoas, pois elas se desafiam para fazer o resultado<br />

acontecer.<br />

Falando de vendas, automaticamente nos remetemos<br />

a pricing, pois se a meta é inalcançável, o que<br />

a área de pricing faz é baixar os preços, oferecer<br />

um cupom ou até mesmo um frete grátis, levando<br />

o lucro da companhia por “água abaixo”. Não<br />

estou dizendo que fazer cupom, frete ou baixar<br />

preço é proibido - não é isso, na verdade, é bem<br />

pelo contrário; essas estratégias são bem-vindas,<br />

desde que sejam bem desenhadas, focando em<br />

lucro, e não simplesmente em faturamento.<br />

Comunicação entre as áreas e processos bem<br />

definidos<br />

Às vezes, as pessoas me perguntam se eu acho que<br />

a área de pricing deveria ser uma área dentro do<br />

financeiro, dentro de marketing, ou até mesmo no<br />

2019 | E-COMMERCE BRASIL | 115


PRECIFICAÇÃO<br />

comercial, mas, no meu ponto de vista, a área de<br />

pricing deve ser uma área única, porém interligada<br />

com todas as áreas da companhia. Isso porque<br />

baixar um preço muitas vezes pode acabar com<br />

estoque, ou subir um preço pode prejudicar toda<br />

a estratégia que o marketing digital havia adotado,<br />

além de essas subidas e descidas de preço<br />

influenciarem totalmente a área financeira da<br />

companhia, impactando no resultado final. Por<br />

isso, antes de sair mexendo em preços, alinhe<br />

com todos os envolvidos, desenhe os processos.<br />

De maneira simples, processo é você estruturar<br />

e detalhar uma atividade que será ou já é desenvolvida,<br />

padronizando e definindo quem ficará<br />

responsável por aquela função/atividade, ou caso<br />

seja um processo que envolva muitas áreas, desenhando<br />

o fluxo você consegue saber exatamente<br />

quem é o responsável por cada etapa. Quando<br />

existem processos muito bem definidos, raramente<br />

você tem que “apagar incêndios” ou priorizar<br />

atividades, pois existe um fluxo desenhado e,assim,<br />

a empresa caminha com engrenagens bem<br />

lubrificadas e na mesma velocidade.<br />

KPIs de pricing que devem ser analisados diariamente<br />

ou até mesmo de hora em hora:<br />

• Margem: Esse indicador eu costumo acompanhar<br />

de hora em hora, pois caso algum cupom<br />

ou desconto seja dado erroneamente, é por esse<br />

indicador que vamos conseguir verificar e arrumar<br />

de forma rápida;<br />

• Venda: Todas as lojas têm a curva ABC dos seus<br />

produtos, por isso sempre manter no radar o que<br />

está sendo vendido e por qual canal pode fazer<br />

toda a diferença;<br />

• Stockout: Saber quanto estamos perdendo de<br />

venda por não termos aquele produto “queridinho”<br />

disponível no estoque é essencial, pois<br />

conseguimos, junto com a área comercial, cobrar<br />

o fornecedor para nos entregar o quanto antes a<br />

mercadoria;<br />

• Overstock: Estoque parado é dinheiro parado.<br />

Faça promoções para se livrar dos produtos que<br />

infelizmente não “vingaram”.<br />

Mas lembre-se: é fundamental que a área de<br />

pricing entenda um pouco de cada área da empresa,<br />

especialmente os principais indicadores.<br />

Por exemplo, citando a área financeira, devemos<br />

entender de DRE, margem de contribuição, fluxo<br />

de caixa, endividamento, tanquinho financeiro,<br />

taxa de juros, impostos, valor presente, valor futuro,<br />

entre muitos outros KPIs que influenciam<br />

diretamente no dia a dia de pricing e no resultado<br />

final da companhia.<br />

Além dos pontos citados, não se esqueça: mesmo<br />

os pais de Aquiles, com todo o cuidado e proteção<br />

com seu filho, não se atentaram para o fato de<br />

que não molhar o calcanhar ao banhá-lo no rio<br />

Estige o tornaria vulnerável naquele ponto. Não<br />

existe produto caro ou barato, existe percepção<br />

de valor, então faça seus clientes enxergarem a<br />

diferença que existe na sua empresa.<br />

Mensure resultados<br />

Tudo o que é feito na empresa deve ser mensurado,<br />

pois só assim você sabe o que deu certo ou<br />

errado. Para lhe ajudar,seguem alguns principais<br />

Amanda Gonçalves Santoro atua na área comercial há mais de 11 anos, sendo os últimos quatro em<br />

e-commerce. Com MBA em Gestão Comercial e Bacharelado em Administração de Empresas, atualmente<br />

lidera as áreas de Pricing, Planejamento Comercial, BI e Campanhas na Marabraz.com, um dos maiores<br />

e-commerces de móveis do Brasil.<br />

116 | E-COMMERCE BRASIL | 2019


2019 | E-COMMERCE BRASIL | 117


LEITURA EM DIA<br />

DICAS DE LEITURA<br />

Por Vivianne Vilela<br />

Diretora Executiva do E-Commerce Brasil<br />

vivianne.vilela@ecommercebrasil.com.br<br />

DO MIL AO MILHÃO. SEM CORTAR O CAFEZINHO<br />

- THIAGO NIGRO<br />

Em seu primeiro livro, Thiago Nigro, criador da plataforma<br />

O Primo Rico, ensina aos leitores os três pilares para atingir a independência<br />

financeira: gastar bem, investir melhor e ganhar mais. Por meio de dados e<br />

de sua própria experiência como investidor e assessor, Nigro mostra que a<br />

riqueza é possível para todos – basta estar disposto a aprender e se dedicar.<br />

A RIQUEZA DA VIDA SIMPLES: COMO ESCOLHAS MAIS INTELIGEN-<br />

TES PODEM ANTECIPAR A CONQUISTA DE SEUS SONHOS – GUSTAVO<br />

CERBASI<br />

Neste livro, Gustavo Cerbasi usa toda a experiência adquirida ao longo de<br />

20 anos dedicados à educação financeira para propor um novo modelo de<br />

construção de riqueza, baseado em escolhas sustentáveis. Em vez de abrir<br />

mão de qualidade de vida para manter um padrão incompatível com a sua<br />

realidade, o autor propõe reduzir os custos fixos, adotar o minimalismo e<br />

ter fartura apenas do que é genuinamente importante para você. O foco é<br />

na redução das ineficiências relacionadas ao padrão de vida. Não se trata<br />

de poupar centavos, mas de fazer mudanças estruturais que deixem sua<br />

vida financeira menos engessada.<br />

EM BUSCA DE SENTIDO: UM PSICÓLOGO NO CAMPO DE CONCENTRA-<br />

ÇÃO - VIKTOR E. FRANKL<br />

O fundador da Logoterapia mostra aqui como foi a sua própria experiência<br />

em busca do sentido da vida num campo de concentração durante<br />

a Segunda Guerra Mundial. Apresenta também, numa segunda parte, os<br />

conceitos básicos da logoterapia.<br />

118 | E-COMMERCE BRASIL | 2019


DROPS DO MERCADO<br />

Jadlog lança nova integração com entrega na sede do olist<br />

O olist, plataforma de vendas em marketplaces para pequenas, médias e grandes empresas, acaba de<br />

iniciar a operação com mais um parceiro logístico. Desde o início de abril uma parte dos usuários da<br />

plataforma está apta a fazer envios utilizando a Jadlog. Para celebrar o lançamento, a empresa logística<br />

realizou uma entrega simbólica na sede do olist para o primeiro pedido processado em conjunto. O objetivo<br />

da nova integração é oferecer versatilidade e condições mais competitivas para os lojistas que vendem<br />

com o olist, tanto em termos de prazo quanto em valores de frete. O próximo passo é disponibilizar os<br />

serviços do operador logístico para toda a base de usuários da plataforma. Em paralelo, novas integrações<br />

e parcerias estão em desenvolvimento para otimizar ainda mais a experiência de venda dos anunciantes.<br />

Omnichannel de verdade é ter tudo em um só lugar!<br />

A Wirecard, empresa de tecnologia financeira digital presente em mais de 25 países, oferece uma solução<br />

integrada para quem já vende online e quer expandir para o offline. A Maquininha da Wirecard possibilita<br />

que os clientes recebam o valor de suas vendas offline integradas às soluções da empresa, que<br />

permitem o gerenciamento do online e offline em um só lugar e dão acesso a ferramentas financeiras<br />

que aumentam o poder de barganha do cliente. Com isso, a empresa reforça a sua missão de implificar<br />

a vida financeira de seus clientes ao redor do mundo.<br />

Elo desafia status quo em campanha com a evolução de seu posicionamento de marca<br />

A bandeira de cartões Elo anuncia nova estratégia de comunicação com o mote “Vai na sua. Vai com<br />

Elo”, conceito que celebra a autenticidade de quem faz as suas próprias escolhas. As principais peças<br />

da campanha contam com a voz do músico Paulo Miklos e vão ao ar em um momento de consolidação<br />

da bandeira no Brasil. Lançada há oito anos, a Elo já é a maior bandeira do Brasil e ultrapassou a marca<br />

de 125 milhões de cartões emitidos. O lançamento da campanha marca a evolução do posicionamento<br />

e discurso que darão o tom da Elo daqui em diante. É uma celebração de quem faz escolhas fora do<br />

padrão, assim como a Elo é uma bandeira que se diferencia em um mercado com grandes players<br />

tradicionais. Essa é a primeira campanha assinada pela agência de publicidade Wieden+Kennedy São<br />

Paulo para a Elo e conta com um misto de meios incluindo TV aberta e fechada, cinema, ações no digital,<br />

influenciadores, out of home e ativações com abrangência nacional. As peças e vídeos foram produzidos<br />

pela Stink, com a direção da dupla Kid Burro e trilha pela EvilTwin.<br />

Com a Rakuten Digital Commerce, tenha mais um canal de venda, trabalhando com o modelo<br />

de negócio B2B<br />

Operar no e-commerce com o modelo de negócio B2B (business to business) é uma oportunidade<br />

importante principalmente para expandir os canais de vendas. Essa alternativa tem muitas particularidades<br />

e regras, sendo assim, mais complexa. Pensando nisso, a Rakuten Digital Commerce criou a<br />

funcionalidade de Parceiros. Com esse módulo da plataforma, é possível oferecer para um CNPJ ou CPF<br />

condições de compras mais específicas, portfólios exclusivos, tabelas de preços diferentes, múltiplas<br />

formas de pagamentos e opções de entrega. Ou seja, ela é perfeita para trabalhar no e-commerce<br />

com esse mercado. Conheça essa e outras soluções da Rakuten Digital Commerce, que inclui plataformas,<br />

meio de pagamento, hub de integração a marketplaces, serviços logísticos e muito mais.<br />

Acesse: digitalcommerce.rakuten.com.br/<br />

2019 | E-COMMERCE BRASIL | 119


DIRETÓRIO<br />

AGÊNCIAS ESPECIALIZADAS E SEARCH<br />

ADTAIL www.adtail.ag<br />

Agência de marketing digital com o DNA em alta performance. Com experiência em diferentes segmentos<br />

de varejo e de serviços, desenvolve estratégias e se compromete com entregas de resultados alinhados aos<br />

objetivos de cada cliente. Oferece serviços de Mídia online, Business Intelligence, E-mail Marketing, SEO, Social<br />

Media, Conteúdo e Criação. Faz parte do grupo DBG (Digital Branding Group) e encontra-se em São Paulo<br />

(SP) com escritório comercial e em Porto Alegre (RS) com base de operações.<br />

EQUALS www.equals.com.br<br />

A Equals é líder de mercado em conciliação de vendas com cartões, boletos, vouchers e outros meios<br />

eletrônicos de pagamentos. É a única plataforma certificada SSAE/18, o que garante a integridade das<br />

informações financeiras e contábeis da sua empresa em nível mundial. Seu sistema é baseado na nuvem e<br />

pode ser acessado a partir de qualquer navegador – seja no computador, tablet ou smartphone -, podendo<br />

ser operado a qualquer hora, de qualquer lugar. Além de possuir integração com mais de 65 operadoras e<br />

gateways do mercado.<br />

GHFLY www.ghfly.com<br />

Com escritórios em Curitiba e São Paulo, a GhFly é uma das principais agências independentes de marketing<br />

digital no país e referência em performance. Com forte expansão no mercado brasileiro e na América Latina,<br />

a agência é especializada em criar e gerenciar campanhas digitais criativas através de metodologia própria<br />

com foco em métricas e performance. Dentre seus clientes estão Vodafone, Madero, Grupo Imaginarium,<br />

Ricardo Eletro e Havan.<br />

ATENDIMENTO<br />

NEOASSIST www.neoassist.com<br />

Todo mundo já passou por uma situação em que foi mau atendido. A NeoAssist vem com o propósito de<br />

mudar esse cenário no Brasil a partir de tecnologia, consultoria e conteúdo educativo. A NeoAssist é a única<br />

plataforma de atendimento e relacionamento com o cliente omnichannel no mercado.<br />

O sistema é composto por módulos como atendimento inteligente, e-mail, chat, telefonia, workflow e Facebook,<br />

que conta com uma interface simples, intuitiva e inteligente, proporcionando uma única experiência para<br />

operadores, gestores e clientes.<br />

BACKOFFICE/ERP<br />

ZENDESK www.zendesk.com.br<br />

As melhores experiências do cliente são criadas com Zendesk. Oferece uma plataforma na nuvem poderosa<br />

e flexível de engajamento e atendimento ao cliente, que se adapta às necessidades de qualquer modelo de<br />

negócio. A Zendesk atende empresas em diversos setores, com mais de 130.000 clientes, oferecendo serviços<br />

e suporte em mais de 30 idiomas. Com sede em San Francisco, a Zendesk opera em todo o mundo com 16<br />

escritórios na América do Norte, Europa, Ásia, Austrália e América do Sul.<br />

BLING www.bling.com.br<br />

O Bling é o ERP ideal para seu e-commerce. O sistema permite a emissão de notas fiscais eletrônicas, geração<br />

de boletos bancários, de cobranças e de propostas comerciais. Além disso, é integrado com sistemas de<br />

logística e com as maiores plataformas de e-commerce e marketplaces do país. São diversas ferramentas<br />

que possibilitam o controle total sobre vendas, finanças, estoque, produtos, clientes, pedidos, comissões de<br />

vendedores e muito mais. O Bling permite a organização e gestão de seu e-commerce integrado à loja física<br />

com segurança e eficiência.<br />

E-MILLENNIUM www.e-millennium.com.br<br />

O e-Millennium ERP Omnichannel se tornou o sistema de gestão preferido das organizações, pois ajuda a<br />

planejar, gerenciar e controlar desde startups até complexas operações omnichannel. Seus diferenciais são:<br />

planejamento de compras e demanda, PDV omnichannel, gestão financeira, estoques, fiscal, partilha ICMS,<br />

contábil, além de uma completa suíte para tomada de decisões com BI, dashboards, KPIs, workflows personalizáveis,<br />

Open to Buy, WMS, SAC etc. Está integrado a mais de 37 plataformas e aos principais marketplaces.<br />

Faça melhor, faça como: Riachuelo, Marabraz, BRF e Mormaii.<br />

120 | E-COMMERCE BRASIL | 2019


DIRETÓRIO<br />

CONSULTORIA E PLANEJAMENTO<br />

E-MAIL MARKETING<br />

COREBIZ www.corebiz.com.br<br />

CoreBiz resolve desafios de omni-channel, através de serviços estratégicos, consultoria digital e tecnologia.<br />

Atende boa parte das empresas mais inovadoras do varejo no Brasil e América Latina. Com especialização<br />

em mais de 15 mercados. Entrega transformação digital, criando jornadas de compra consistentes, novas<br />

experiências, novas inteligências e novas conexões.<br />

ITELIOS www.itelios.com.br<br />

A Itelios é uma consultoria digital especialista em Connected Commerce, que viabiliza soluções omnichannel<br />

para clientes como Lacoste, L’Óreal, Gafisa, Grupo Pão de Açúcar, SPC Brasil e Saint Gobain. Implanta a<br />

estratégia digital de forma personalizada com plataformas de e-commerce, aplicações de mobilidade, digitalização<br />

de lojas físicas, CRM e engajamento. É o principal parceiro Salesforce Commerce Cloud na Europa<br />

e desenvolve também projetos customizados para Magento, VTEX e Drupal. Fundada em 2003 na França e<br />

presente desde 2007 no Brasil, é hoje braço digital do Grupo Capgemini.<br />

ALL IN www.allin.com.br<br />

Utilizada pelos maiores e-commerces dos país, a All iN é uma plataforma de Marketing Cloud que oferece<br />

recursos para o envio de campanhas personalizadas e one to one por múltiplos canais, como e-mail, SMS e<br />

push campaign. Focados em performance e entregabilidade, a All iN possui mais de 40 gatilhos comportamentais,<br />

como abandono de carrinho, redução de preços, pós compra e recorrência com um algoritmo de<br />

recomendação exclusivo, responsável por incrementar a venda de seus clientes - médios e grandes varejistas<br />

- em mais de 40%.<br />

FULL MANAGEMENT<br />

DITO www.dito.com.br<br />

A Dito é um CRM omnichannel que empodera o varejo a conhecer e se relacionar de forma personalizada<br />

e escalável com seu maior ativo: o consumidor. Através da sua tecnologia, grandes marcas como Chilli<br />

Beans, Track&Field, Animale e Havaianas podem:<br />

- Conhecer a fundo seus clientes integrando e-commerce, lojas físicas e outros pontos de interação on e<br />

offline.<br />

- Impactar cada pessoa da base com mensagens segmentadas, automatizadas e multicanais (email, SMS,<br />

mobile e browser push, Facebook Custom Audience e Vendedor).<br />

- Mensurar o impacto das ações nas vendas, otimizando as estratégias de recompra.<br />

INFRACOMMERCE www.infracommerce.com.br<br />

A Infracommerce, maior empresa em full service para e-commerce na América Latina, oferece soluções<br />

em Tecnologia Omnichannel, Marketing & Vendas e Operações para os diferentes perfis de negócios.<br />

Referência em B2B, é responsável pela operação dos e-commerces de insdústrias como Unilever e SC<br />

Johnson, além das lojas B2C da Ambev, Coca-Cola, Havaianas, Puket, Ray Ban, entre outras gigantes.<br />

Já foi premiadas como Melhor Operação no Prêmio E-Commerce Brasil, Melhor Empresa de Serviços Digitais<br />

do Brasil pela ABCOMM, Melhor Empresa Full Service - Eawards e Melhor Empresa para Trabalhar pela GPTW.<br />

SELIA www.selia.com.br<br />

A Selia é especialista em oferecer soluções e gestão para lojas virtuais, aliando conhecimento do<br />

e-commerce e do mercado full service em um só lugar, proporcionando aos clientes alta performance e<br />

rentabilidade da operação. SELIA significa vender (sell) com inteligência (intelligence) e arte (art), conectado<br />

para trazero estado da arte em serviço com muita inteligência. Oferecem os seus serviços de forma completa<br />

ou modular adaptando a sua necessidade com capacidade para assumir a gestão de todos os pilares<br />

operacionais: marketing, atendimento ao cliente, logística, financeiro e operações.<br />

SYNAPCOM www.synapcom.com.br<br />

Referência no mercado de full service, a Synapcom oferece solução completa e personalidade para diversos<br />

segmentos de e-commerce. Com estrutura <strong>10</strong>0% própria e integrada, a empresa conta com um portfólio<br />

composto por mais de 60 marcas, correspondentes aos principais players da indústria, como bens de consumo,<br />

cosméticos e moda. Em constante evolução com as principais tendências do mercado digital, a Synapcom<br />

realiza a gestão de projetos para diferentes modelos de negócio, implementando estratégias para B2C, B2B,<br />

marketplace, omnichannel, cross boarder e clubes de assinatura.<br />

2019 | E-COMMERCE BRASIL | 121


DIRETÓRIO<br />

INTEGRADORES<br />

EXCEDA www.exceda.com.br<br />

Desde 2002, a Exceda oferece um portfólio de serviços de performance e segurança web. Com presença em<br />

oito países, é o maior canal parceiro da Akamai Technologies na América Latina. Hoje, centenas de clientes<br />

com operações críticas na web contam com os serviços da Exceda para melhorar a experiência online de<br />

seu usuário - entre eles, quinze dos maiores e-commerces e cinco dos maiores bancos da América Latina,<br />

assim como grandes empresas de mídia e entretenimento.<br />

WEVO www.wevo.com.br<br />

WEVO é uma Plataforma Cloud para Integração de Sistemas e Dados com conectores para E-commerce,<br />

ERP, CRM, Marketplaces, WMS, Gateways, Portais, Apps, PDVs e muito mais. Varejistas no Brasil e em mais<br />

<strong>10</strong> países utilizam os conectores da Wevo com diferentes sistemas, como SAP, KPL, VTEX, JET, RAKUTEN,<br />

SALESFORCE, ZENDESK, B2W, VIA VAREJO, NETSHOES, MERCADO LIVRE, MAGAZINE LUIZA, entre outros.<br />

Com conexões inteligentes, suporte técnico e monitoramento 24x7 de todas as suas integrações, feito por<br />

uma equipe especializada, sua loja vende mais e é mais eficiente.<br />

SKYHUB www.skyhub.com.br<br />

A SkyHub é uma integradora que ajuda varejistas a alavancarem suas vendas, aproveitando todos os benefícios<br />

de se tornar um seller em marketplaces. A ferramenta auxilia na automatização dos dados dos pedidos<br />

e produtos vendidos, minimizando erros e ampliando o faturamento de forma eficiente.<br />

LOGÍSTICA<br />

B2LOG www.b2log.com<br />

A B2log é um plataforma de entrega para e-commerce que atua no mercado desde 2013. O modelo de<br />

negócio foi inspirado sobretudo na necessidade do e-commerce entregar suas encomendas com prazos mais<br />

curtos - Same Day e Next Day Delivery - e informar o status da entrega no exato momento da ocorrência.<br />

A empresa nasceu com a missão de transformar o envio de encomendas do e-commerce ao destinatário,<br />

de um jeito inovador e marcante tornando ainda mais agradável e única a experiência de comprar online.<br />

GOODSTORAGE www.goodstorage.com.br<br />

GoodStorage é uma empresa de self storage que aluga espaços flexíveis e temporários, de 1 a 250m², para<br />

guardar tudo que você possa imaginar, de móveis a estoque de produtos e ainda qualquer objeto pessoal.<br />

Pessoas físicas, empreendedores e empresas de todos os tamanhos, perfis e mercados podem locar espaços<br />

de armazenagem com um melhor custo em 12 localizações estratégicas em toda a Grande São Paulo, com<br />

segurança, sem burocracia, o contrato é mensal, sem a necessidade de fiado. E os seus clientes contam ainda<br />

com o apoio de espaços gratuitos de coworking com wi-fi, além de estacionamento e infraestrutura completa<br />

para carga e descarga, com amplas docas.<br />

INTELIPOST www.intelipost.com.br<br />

Plataforma líder no Brasil em gestão de fretes. Com soluções que integram embarcadores (como<br />

E-commerce, Marketplace, Varejo e Indústria) e transportadoras, proporciona uma visão completa das entregas.<br />

Suas principais funcionalidades são: cálculo de frete, gestão de despacho, rastreamento de entregas, auditoria<br />

de faturas e reembolso dos Correios, além de ferramentas de Business intelligence e serviços de consultoria<br />

em logística. Com isso, oferece benefícios como: redução de custos, visibilidade em tempo real de entregas<br />

e soluções desenhadas para o crescimento do seu negócio.<br />

JADLOG www.jadlog.com.br<br />

A Jadlog é uma das maiores empresas de logística e transportes de cargas expressas fracionadas do País.<br />

Em janeiro/2017 se associou com a DPDgroup, a segunda maior rede de entrega de encomendas internacionais<br />

da Europa. Destacando-se no mercado pela rapidez e qualidade, a Jadlog dispõe de uma das maiores<br />

estruturas de distribuição porta a porta de encomendas do país. Através de sua rede de mais 500 franquias<br />

espalhadas por todas as capitais, DF e principais cidades, a empresa atende todos os municípios do país. Sua<br />

frota é formada por mais de 240 caminhões e carretas e 2.500 utilitários.<br />

122 | E-COMMERCE BRASIL | 2019


TOTAL EXPRESS www.totalexpress.com.br<br />

Pioneira no transporte de encomendas para e-commerce no Brasil. Com forte aparato tecnológico e um<br />

portfólio completo de serviços para encomendas de pequeno e médio porte, entrega soluções inovadoras e<br />

com alto nível de integração aos seus clientes.<br />

A capacidade operacional da Total Express é do tamanho da necessidade de cada e-commerce e sua missão<br />

é garantir a entrega das encomendas no lugar certo e na hora certa, em todo o território nacional.<br />

MARKETING E VENDAS<br />

AWIN www.awin.com.br<br />

Parte do grupo Axel Springer, a Awin é uma rede global de afiliados. Com a ShareASale e affilinet, o grupo Awin<br />

é composto por 15 escritórios no mundo todo, 1.000 funcionários, <strong>10</strong>0.000 afiliados contribuintes e 13.000<br />

anunciantes, conectando consumidores com marcas em mais de 180 países ao redor do mundo. Operando<br />

nas verticais de varejo, telecomunicações, viagens e finanças, a Awin gerou €13.6 bilhões em receita para<br />

seus anunciantes e €607 milhões para os seus afiliados no último ano fiscal.<br />

ic guide<br />

B2WADS<br />

B2WADS www.b2wads.com<br />

B2WADS é a solução completa de publicidade da B2W Digital, disponibilizando formatos de mídia display<br />

e produtos patrocinados que aumentam a visibilidade de marcas e produtos no maior e-commerce da América<br />

Latina. Os formatos de mídia display possibilitam a criação de campanhas personalizadas, impactando<br />

o cliente em toda a jornada de compra. Os produtos patrocinados são anúncios em formato nativo, exibidos em<br />

vitrines patrocinadas de forma segmentada pelo contexto de navegação do cliente, destacando o sortimento<br />

nas principais páginas dos sites Americanas.com, Submarino e Shoptime, alavancando as chances de venda.<br />

B2WADS<br />

icação horizontal<br />

B2WADS<br />

SALESFORCE www.salesforce.com.br<br />

A Salesforce, fundada em 1999, é a empresa nº 1 no mundo em gestão de relacionamento com clientes<br />

(CRM). Ela ajuda empresas de todos os tamanhos e setores a se conectarem com os clientes de forma inteiramente<br />

nova ao usar tecnologias da Quarta Revolução Industrial - nuvem, mobile, social, internet das coisas<br />

(IoT) e inteligência artificial. Com soluções de vendas, atendimento ao cliente, análise de dados, comunidades,<br />

marketing, comércio e colaboração, a Salesforce viabilizará 2 trilhões de transações B2B e B2C em mais de<br />

150 mil empresas no mundo neste ano.<br />

B2WADS<br />

B2WADS<br />

SOCIAL MINER www.socialminer.com<br />

A Social Miner é uma plataforma de engajamento que ajuda e-commerces a aumentarem suas vendas através<br />

de soluções centradas em pessoas, usando dados para entender a jornada de compra de cada consumidor<br />

e entregar mensagens autênticas e personalizadas através da metodologia de People Marketing.<br />

B2WADS<br />

VOXUS www.voxus.com.br<br />

Teste grátis a tecnologia de mídia programática líder em e-commerces no Brasil! Processando dados de mais<br />

de 60 milhões de brasileiros mensalmente, a Voxus ajuda e-commerces de todos os tamanhos e setores<br />

a aumentarem suas vendas através de mídia programática e Inteligência Artificial.<br />

A Voxus é uma empresa de tecnologia focada no processamento de dados e desenvolvimento de algoritmos<br />

inteligentes para otimização de vendas com banners para e-commerces.<br />

YOURVIEWS www.yourviews.com.br<br />

Sua ferramenta de rating & reviews! A Yourviews é a mais completa e personalizável solução de reviews<br />

do mercado nacional, promovendo a interação e a aproximação entre lojistas e consumidores por meio<br />

das avaliações na loja online e na loja física. Colete avaliações de produtos, avaliações de loja, perguntas &<br />

respostas e NPS da sua loja. Com a Yourviews você aumenta a taxa de recompra, o ticket médio e melhora<br />

o desempenho em SEO. As lojas bem avaliadas recebem o selo Loja Confiável da Yourviews, transmitindo<br />

mais credibilidade e segurança para seus consumidores.<br />

2019 | E-COMMERCE BRASIL | 123


DIRETÓRIO<br />

MARKETPLACE<br />

B2W MARKETPLACE www.b2wmarketplace.com.br<br />

O B2W Marketplace agrega três das principais marcas de comércio eletrônico da América Latina: Americanas.<br />

com, Submarino e Shoptime. A Americanas.com conquistou 7 vezes consecutivas o prêmio Top of Mind como<br />

a loja “Mais Querida” entre os consumidores. O Submarino é referência na venda de produtos de tecnologia,<br />

livros, música e lançamentos diversos. E o Shoptime é o primeiro canal de home shopping do Brasil. Além<br />

disso, o B2W Marketplace conta com soluções completas para a gestão de marketplace com serviços como<br />

B2WADS, B2W Entrega e B2W Fulfillment.<br />

MAGAZINE LUIZA www.magazineluiza.com.br/marketplace<br />

Magazine Luiza é a principal empresa de tecnologia aplicada ao varejo do Brasil. Uma plataforma digital, com o<br />

e-commerce mais premiado do país, Marketplace, eleito o número 1 do Brasil pelo Ebit em 2017 e que oferece<br />

uma excelente oportunidade de negócios para lojistas de todos os tamanhos, além de mais de 800 pontos<br />

físicos já integrados ao ambiente online. Seja um parceiro do Magalu e aproveite todas as oportunidades que<br />

uma empresa multi canal oferece!<br />

OLIST www.olist.com<br />

O Olist é a maior loja de departamentos dos marketplaces e um canal para quem busca aumentar as vendas<br />

de suas lojas, sejam elas online ou offline. O Olist oferece soluções tanto para pequenos e médios lojistas<br />

quanto para grandes marcas. A plataforma permite o gerenciamento de produtos, pedidos, estoque, preço,<br />

SAC, entregas e pagamentos em um só lugar, de forma simples e prática. Toda a gestão é realizada com<br />

foco em alta competitividade comercial e excelente reputação nos canais de venda, com impacto direto na<br />

visibilidade dos anúncios.<br />

VIA VAREJO www.viavarejonegocios.com.br<br />

A Via Varejo opera marcas ícones do varejo brasileiro: Casas Bahia e Pontofrio, e administra os<br />

e-commerces Extra.com.br e Barateiro.com. Sua atuação está centrada em tornar-se a principal Via de<br />

compras e de vendas do país, do jeito que os clientes querem, gostam e precisam. A companhia conta com<br />

mais de <strong>10</strong>00 lojas físicas e 27 centros de distribuição, que, aliados à expertise online, criam um ciclo virtuoso<br />

de negócios. Marketplace, Fullcommerce e Ads são as unidades que ofertam soluções especializadas a esse<br />

mercado, ampliando o sucesso de seus parceiros e entregando valor ao cliente final.<br />

WEBCONTINENTAL www.webcontinental.com.br/marketplace<br />

A WebContinental é o primeiro e o maior marketplace do Sul do Brasil. São <strong>10</strong> anos de experiência on-line,<br />

crescimento 3X maior que o mercado e mais de <strong>10</strong>0 mil produtos à venda. Essa é uma das marcas do Grupo<br />

Infoar, uma companhia de produtos e serviços com atuação nos setores de armazenagem, distribuição,<br />

varejo e indústria. Coloque sua empresa em um novo patamar, impulsione suas vendas e seja um parceiro<br />

da WebContinental Marketplace.<br />

PAGAMENTO<br />

CIELO www.cielo.com.br<br />

A Cielo é mais que uma máquina, é uma empresa de tecnologia e serviços para o varejo. Ela está onde<br />

o cliente está. Como mais de 50% do e-commerce brasileiro, a companhia acredita que nenhum negócio<br />

nasceu para ficar parado e sua vocação é despertar essa mesma inquietude em cada um de seus clientes. A<br />

Cielo oferece um portfólio completo que apoia o crescimento do varejo brasileiro. Em 2017, foram 7,3 bilhões<br />

de transações feitas pelas máquinas da Cielo.<br />

ELO www.elo.com.br<br />

Lançada em 2011 por três dos maiores bancos do país (Banco do Brasil, Bradesco e CAIXA), a Elo é a primeira<br />

bandeira <strong>10</strong>0% brasileira. Com o objetivo de ser uma marca robusta e abrangente, a Elo oferece uma ampla<br />

variedade de produtos destinados a todos os públicos. Aceita em 7,5 milhões de estabelecimentos no território<br />

nacional, a Elo é a primeira bandeira nacional com aceitação internacional. Por meio de parceria com a rede<br />

Discover, os cartões podem ser usados em 190 países.<br />

MUNDIPAGG www.mundipagg.com<br />

A empresa de inteligência e soluções de pagamentos que atende quase metade das transações do varejo<br />

brasileiro. O DNA da Mundi é o do uso de tecnologia e dados para criar novas soluções para o mercado.<br />

É uma plataforma flexível e robusta, focada em aumentar a conversão e melhorar a experiência de compra<br />

dos consumidores. Oferece aos seus clientes uma experiência customizada com produtos exclusivos para<br />

potencializar seus negócios.<br />

124 | E-COMMERCE BRASIL | 2019


DIRETÓRIO<br />

PAGAR.ME www.pagar.me<br />

A fintech que possui uma solução completa para pequenos e médios e-commerce em uma única integração.<br />

Criadora de um provedor de serviços de pagamento (PSP), que reúne todas as funcionalidades e as mais<br />

diversas soluções de pagamento online, oferecendo uma visão simplificada para suas operações financeiras.<br />

Da transação à conciliação, faz com que milhões de brasileiros possam aceitar múltiplas formas de receber<br />

e vender com segurança e rapidez.<br />

PAGBRASIL www.pagbrasil.com<br />

A PagBrasil é a fintech brasileira com a mais completa plataforma de pagamentos para e-commerces nacionais<br />

e internacionais. Seu foco em inovação e tecnologia se reflete em produtos exclusivos, como o Boleto<br />

Flash®, o único com confirmação do pagamento em menos de 2 horas e adaptado perfeitamente às telas<br />

de dispositivos móveis. A empresa também oferece um amplo conjunto de serviços, incluindo a solução automatizada<br />

de split de pagamento para marketplace, além de formas flexíveis de integração, com extensões<br />

para VTEX, Shopify, WooCommerce, Magento, PrestaShop e outros.<br />

PAGSEGURO www.pagseguro.uol.com.br<br />

O PagSeguro é uma plataforma de pagamento e tem a solução ideal para todos os tipos e tamanhos de<br />

negócios. Permite transações com a maior variedade de meios de pagamento, como cartões de crédito, débito<br />

e refeição, transferências bancárias, boleto, saldo em conta, entre outros.<br />

PAYPAL www.paypal.com.br<br />

Impulsionado pela crença de que ter acesso a serviços financeiros cria oportunidades reais, o PayPal (Nasdaq:<br />

PYPL) está empenhado em democratizar os serviços financeiros e capacitar as pessoas e as empresas<br />

a aderirem e prosperarem na economia global. Sua plataforma de pagamentos digitais aberta oferece aos<br />

usuários das 254 milhões de contas ativas do PayPal a tranquilidade de se conectar e trabalhar, de um modo<br />

novo e poderoso, seja online, em um dispositivo móvel, em um aplicativo ou pessoalmente.<br />

REDE www.userede.com.br<br />

O e.Rede atende e-commerces, apps mobile e serviços digitais através de um checkout transparente sem<br />

redirecionamento no fluxo de pagamento on-line. A plataforma monitora todas as transações em tempo real<br />

com uma moderna infraestrutura tecnológica, garantindo alta capacidade de processamento e facilidade de<br />

integração com suporte e consultoria técnica para acelerar os negócios, além de estar integrado às principais<br />

plataformas e gateways de pagamento do mercado e aceitar as principais bandeiras de cartões.<br />

STONE www.stone.com.br<br />

Empresa de soluções de pagamentos cujo propósito é facilitar a vida do empreendedor brasileiro, além de<br />

fazê-lo vender mais, gerir melhor e vender sempre! Acredita que, com tecnologia e inovação, pode evoluir<br />

um mercado pautado em tradições. Com clientes espalhados por todo o Brasil, leva soluções inteligentes e<br />

desenvolve um relacionamento próximo e personalizado para cada uma das empresas que atende.<br />

VINDI www.vindi.com.br<br />

O maior propósito da Vindi é criar soluções e inovação em pagamentos para “empresas do amanhã”. Fundada<br />

em 2013 por empreendedores do ramo de pagamentos, games e financeiro, a Vindi é uma das novas empresas<br />

de tecnologia do Brasil. Eleita pela Endeavor como uma das ferramentas essenciais para o mercado financeiro,<br />

a empresa atende centenas de empresas que vendem através de planos, mensalidades e assinaturas. Seus<br />

clientes encontram na Vindi, algo além da tecnologia. Eles fazem parte da cultura da empresa e da nova<br />

economia que estão ajudando a criar.<br />

WIRECARD www.wirecard.com.br<br />

A Wirecard faz parte de uma das maiores empresas de pagamentos do mundo, presente nos 5 continentes<br />

e em mais de 25 países. Aqui no Brasil, tem a missão simplificar finanças para negócios e empreendedores,<br />

oferecendo uma solução financeira completa, omnichannel, com integração online e offline, além de proporcionar<br />

autonomia bancária aos seus clientes. Tem operação desde 2007 e acredita que as finanças podem<br />

ajudar pessoas e empresas a prosperar. Inovam na forma em que oferecem suas soluções, sempre com<br />

flexibilidade e foco no cliente. Sabem que finanças são complicadas, mas trabalham todos os dias para facilitar<br />

a vida dos seus clientes e liderar a mudança em serviços financeiros no mundo.<br />

2019 | E-COMMERCE BRASIL | 125


DIRETÓRIO<br />

PLATAFORMAS<br />

BIS2BIS www.bis2bis.com.br<br />

A Bis2Bis, líder mundial em desenvolvimento de e-commerce Magento B2B, B2C e B2E, está no mercado há<br />

mais de <strong>10</strong> anos. Com mais de 3.000 lojas implementadas, a empresa é referência no comércio eletrônico.<br />

Oferece um suporte de qualidade; checkout otimizado; integração com marketplaces, ERP’s e CRM’s; inovação;<br />

velocidade; pageviews e produtos ilimitados e plataforma customizável, tudo sem cobrança de porcentagem<br />

sobre a venda. Seus principais clientes são: World Importados, Alô Ingressos, Meu Salão, Ibyte, Scalon, Kings<br />

Sneakers, Mirão Distribuidora, Aquário, entre outros.<br />

CIASHOP BY TOTVS www.ciashop.com.br<br />

A Ciashop é uma empresa TOTVS voltada ao desenvolvimento de soluções de Digital Commerce que unam<br />

os mundos on-line e off-line. A TOTVS é líder em soluções de negócios na América Latina, ocupando a 24ª<br />

posição de marca mais valiosa do país no ranking da Interbrand, estando presente em 41 países com uma<br />

receita líquida de mais de R$ 2 bilhões. Hoje, uma das diretrizes da companhia é a Transformação Digital, e<br />

a Ciashop é peça fundamental no desenvolvimento de experiências sensacionais que transcendem o meio.<br />

F1 SOLUÇÕES www.f1solucoes.com.br<br />

Atuando há mais de <strong>10</strong> anos no mercado de comércio eletrônico, a F1 Soluções é especialista e referência em<br />

e-commerce B2B. A F1 também realiza operações B2C, colaborando com integrações de varejo físico com<br />

online por meio de soluções OmniChannel, além de também viabilizar soluções de vendas nos Marketplaces.<br />

Além de ser líder no mercado de livros em suas mais de 600 lojas em operação, a F1 Soluções atende nomes,<br />

como: JBL, Camisaria Colombo, Cultura Inglesa, Fundação Getúlio Vargas, dentre outros.<br />

LINX COMMERCE www.linxcommerce.com.br<br />

Provedora de uma plataforma end-to-end capaz de gerenciar múltiplas estratégias de forma centralizada. A<br />

Linx Commerce oferece a experiência completa, com soluções aptas a integrar com todo o portfólio tecnológico<br />

da Linx. Os varejistas também contam com um robusto e amigável hub de marketplaces, conectado<br />

com os principais players do mercado. Tudo isso gerenciado com uma visão única. Além da tecnologia, os<br />

lojistas que precisam de suporte para iniciar ou potencializar sua atuação online tem à disposição um serviço<br />

de consultoria, que conta com uma metodologia própria para cada etapa do negócio.<br />

MAGENTO www.magento.com/pt<br />

A Magento Commerce, uma empresa Adobe, é fornecedora líder de comércio em nuvem, inovação para<br />

comerciantes e marcas nos setores B2C e B2B e recentemente foi nomeada líder para Comércio Digital de<br />

acordo com o Gartner. Contando com um forte portfólio de soluções omnichannel em nuvem que capacitam<br />

os comerciantes a integrar com sucesso as experiências de compras digitais e físicas, além de contar com<br />

uma vasta rede global de parceiros, desenvolvedores e extensões, a Magento é a fornecedora número 1 do<br />

Internet Retailer Top <strong>10</strong>00, do B2B 300 e do Top 500 Guides para Europa e América Latina.<br />

NUVEM SHOP www.nuvemshop.com.br<br />

A Nuvem Shop, através da sua robusta tecnologia, fornece uma plataforma de e-commerce completa e de fácil<br />

utilização. Sem a necessidade de conhecimentos técnicos, você pode customizar o layout, adicionar produtos<br />

e integrar seu e-commerce aos maiores players do ecossistema, como meios de pagamento, operadores<br />

logísticos, marketplaces, sistemas de gestão e ferramentas de marketing e redes sociais.<br />

RAKUTEN www.digitalcommerce.rakuten.com.br<br />

A Rakuten Digital Commerce é uma empresa do grupo global de comércio eletrônico e internet, Rakuten<br />

Inc, cuja tecnologia é utilizada por mais de 77 mil lojistas e 1,2 bilhões de compradores em 29 países do<br />

mundo. No Brasil, foi a primeira empresa a fornecer lojas virtuais desde 1995. Hoje, é o único ecossistema de<br />

e-commerce com o melhor suporte do mercado: com plataforma, pagamentos, logística, hub de integração e<br />

marketplace. É, ainda, uma das 30 companhias mais inovadoras do mundo (Forbes) e a patrocinadora oficial<br />

do FC Barcelona, do Golden State Warriors/NBA e da The Spartan Race.<br />

126 | E-COMMERCE BRASIL | 2019


DIRETÓRIO<br />

TRAY www.tray.com.br<br />

Com uma base de mais de <strong>10</strong> mil clientes ativos e 15 anos de história, a Tray - unidade de e-commerce da<br />

Locaweb – é uma das empresas de tecnologia brasileira mais competitivas do mercado. Sua plataforma<br />

robusta oferece produtos e soluções exclusivas, integrações com os maiores marketplaces do país, além<br />

uma interface amigável e <strong>10</strong>0% customizável. Ideal para todos os estágios do empreendedor online, fornece<br />

um ecossistema completo que atende desde o pequeno varejista até as grandes operações, através da sua<br />

divisão corporativa Tray Corp.<br />

TREZO www.trezo.com.br<br />

Fundada em 2009 com foco total em tecnologia e-commerce, a Trezo conta hoje com mais de <strong>10</strong>0 clientes/<br />

projetos em sua base. Especializada em desenvolver e prestar suporte a lojas virtuais utilizando a plataforma<br />

Magento, tem entre os principais clientes a Grendene, HB, Marabraz, Evoke, Melissa, Rider, Ipanema, Óculos<br />

Shop, Pichau Informática, Muller Eletrodomésticos e Decanter. A Trezo trabalha com planos mensais para<br />

melhor atender seu cliente, que pode acompanhar tudo através do sistema de gerenciamento de demandas.<br />

VTEX www.vtex.com/pt-br<br />

Conhecida por sua tecnologia de vanguarda, a VTEX foi reconhecida por analistas da Gartner e da Forrester,<br />

estando inclusive classificada no Quadrante Mágico da Gartner para o Comércio Digital de 2017 a 2018.<br />

Presente em 25 países, é uma plataforma multi-tenant, escalável e extensível, pronta para suportar operações<br />

B2C, B2B, B2E e B2B2C e Marketplace. Apresenta vários módulos e centenas de extensões desenvolvidas e<br />

fornecidas por sua comunidade de parceiros e desenvolvedores.<br />

WEBJUMP www.webjump.com.br<br />

A WEBJUMP é a principal agência de e-commerce que atua com a plataforma Magento na América Latina. A<br />

empresa tem profissionais especializados e certificados, incluindo certificações de Magento 2 Trained Solution<br />

Partner. Eleita, por três anos consecutivos, no evento oficial da plataforma, o Magento Imagine, realizado em<br />

Las Vegas, como melhor Partner Magento da América Latina. Ganhou também o prêmio de melhor B2B<br />

desenvolvido na plataforma Magento, em 2017, com o projeto Parceiro Ambev. Faça como a Ambev, Nestlé,<br />

P&G, Pirelli e Riachuelo: escolha a WEBJUMP como parceira do seu projeto.<br />

SEGURANÇA<br />

CLEARSALE www.br.clear.sale<br />

A ClearSale é autoridade em prevenção a fraudes há mais de 17 anos. Com soluções para diversos segmentos<br />

do mercado - como varejo digital e online, bancos e financeiras, seguradoras, telecom, vendas diretas e outros<br />

-, protege bons clientes, garante uma boa experiência de compra e gera confiança nas relações de consumo<br />

para dezenas de milhões de pessoas.<br />

EMAILAGE www.emailage.com/pt-br<br />

A Emailage é líder global em soluções de prevenção a fraudes utilizando o endereço de e-mail e inteligência<br />

compartilhada. Com sede nos EUA e escritórios no Brasil, México, Europa e Ásia, a Emailage prevê o risco<br />

de fraude financeira em tempo real, usando a reputação digital de um endereço de e-mail associado a uma<br />

transação e/ou cadastro. Conta com uma vasta base de clientes globais, como as maiores companhias aéreas<br />

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