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Em dezembro de 2014, o Cremesp (Conselho Regional de Medicina<br />
de São Paulo) aprovou o uso compassivo do canabidiol<br />
para o tratamento de epilepsias da criança e do adolescente refratárias<br />
aos tratamentos convencionais. A Dra. Carolina acredita<br />
que com pesquisas, informações e capacitação profissional,<br />
as associações médicas irão aderir a cannabis medicial. “O uso<br />
terapêutico é muito promissor. As pessoas cada vez mais têm<br />
buscado por tratamento, quando já tentaram tudo e não tiveram<br />
sucesso. A terapia canabinoide está trazendo esperança e qualidade<br />
de vida aos pacientes e seus familiares”, explica.<br />
Criação, benefícios e malefícios<br />
O canabidiol pode ser sintetizado em laboratório ou extraído<br />
da cannabis. A planta passa por um processo de extração que<br />
pode ser alcoólico, supercrítico de CO2, ou por outros métodos.<br />
Escolhida a variedade de cannabis a ser utilizada, submete-se<br />
a matéria prima, que pode ser a planta inteira ou suas inflorescências<br />
a variados processos de extração que separam<br />
os princípios ativos, que são oleosos, dos outros componentes<br />
da planta, que são solúveis em água. Após esta separação,<br />
a fração que contém os canabinoides é concentrada e usada<br />
na produção de medicamentos com diferentes diluições, as<br />
quais podem ser feitas em óleos vegetais, álcool ou glicerol.<br />
Para Renato Malcher, bacharel em ciências biológicas pela Universidade<br />
de Brasília (UnB), a maconha tem vários benefícios.<br />
“A cannabis e seus derivados, quando usados de forma orientada<br />
e não abusiva, produzem efeitos positivos, que muitas<br />
vezes não são obtidos por nenhum outro medicamento atualmente<br />
disponível”, conta o professor.<br />
Potencial terapêutico como neuroprotetor, imunomodulador,<br />
anti-inflamatório, anticonvulsivante, entre outros, são alguns<br />
dos benefícios do canabidiol. Ele também ajuda na melhoria<br />
da resistência à fratura de ossos, combate a depressão, diabetes,<br />
doenças cardiovasculares e esquizofrenia.<br />
Usado de forma abusiva, a cannabis pode ser um risco, mesmo<br />
que mínimo. “O uso em excesso da cannabis pode levar a<br />
um quadro problemático em cerca de 9% dos usuários. Quando<br />
ocorre, o nível de gravidade de dependência em substâncias<br />
varia muito conforme a situação psiquiátrica, emocional<br />
e social de cada indivíduo”, conta o doutor em neurociências,<br />
Rodrigo Malcher.<br />
O tetraidrocanabinol (ou THC) é a principal substância psicoativa<br />
encontrada nas plantas do gênero cannabis. Ele possui<br />
efeitos cognitivos e gera euforia e mudanças na percepção. Já<br />
o canabidiol (ou CBD), que constitui grande parte planta, não<br />
provoca mudanças de humor e comportamento. Assim, ele<br />
“não é susceptível de ser abusado”, diz a Organização Mundial<br />
da Saúde (OMS).<br />
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