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Revista Dr Plinio 258

Setembro de 2019

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Hagiografia<br />

Arquivo<br />

ferenciação, essa hierarquia que é a<br />

própria imagem do Céu, e compreendemos<br />

melhor aquela afirmação<br />

de Pio XII de que, até mesmo nas<br />

democracias verdadeiramente cristãs,<br />

é indispensável que as instituições<br />

sejam de um alto tonus aristocrático.<br />

Condição psíquica de<br />

sobrevivência na Terra<br />

Praça de São Pedro durante a proclamação do dogma da Assunção<br />

de Maria, pelo Papa Pio XII, em 1 de Novembro de 1950<br />

um brilho, um esplendor, uma dignidade<br />

na mansão celeste correspondente<br />

às tarefas das quais são incumbidos,<br />

tarefas essas que, por sua vez, correspondem<br />

à própria natureza deles.<br />

Assim, é de acordo com a ordem<br />

do universo que os seres humanos<br />

sejam regidos pelos Anjos, e estes<br />

sejam intercessores dos homens junto<br />

a Deus. De maneira que é verdadeiramente<br />

uma vida de corte, com<br />

um protocolo, uma dignidade, que<br />

serve de padrão para todas as cortes<br />

terrestres, e indica a necessidade<br />

de existir um protocolo, uma hierarquia,<br />

uma diversificação de funções.<br />

Temos o exemplo contrário disso<br />

nos discursos de chefes de Estado<br />

e de sindicalistas modernos, onde<br />

há uma pilha de gente atrás, dezenas<br />

de microfones, gente em volta<br />

conversando; o indivíduo interrompe<br />

a arenga, dá uma ordem para este<br />

e aquele, conta uma piada, depois<br />

continua a falar para a massa. Uma<br />

bagunça em que não há compostura<br />

nem dignidade. E essa carência de<br />

ordem, compostura e dignidade vão<br />

constituindo a igualdade e a democracia.<br />

Ao contrário, no estilo aristocrático-monárquico<br />

nós temos essa di-<br />

A festa de São Rafael nos conduz<br />

exatamente a essa ideia. É um intercessor<br />

celeste de alta categoria que<br />

leva nossas preces a Deus, porque é<br />

um dos espíritos angélicos mais elevados<br />

que assistem junto a Ele e,<br />

portanto, estão mais próximos d’Ele<br />

para pedir por nós, constituindo os<br />

canais naturais das graças que desejamos.<br />

Essa consideração nos conduz à<br />

ideia de reforçarmos cada vez mais<br />

em nós o desejo de que as realidades<br />

terrestres sejam semelhantes às celestes.<br />

Porque apenas na medida em<br />

que amarmos as realidades terrenas<br />

parecidas com o Céu é que preparamos<br />

as nossas almas para a beatitude<br />

celeste. Se, ao morrermos, não tivermos<br />

apetência das realidades terrestres<br />

parecidas com as celestes, não<br />

teremos apetência do Céu.<br />

Há, portanto, algo nesse espírito<br />

de hierarquia, de distinção, de nobreza,<br />

de elevação que corresponde<br />

a uma verdadeira preparação para o<br />

Céu; preparação esta tanto mais desejável<br />

quanto mais vamos afundando<br />

num mundo de horror, no qual<br />

todas as exterioridades com as quais<br />

tomamos contato são monstruosas,<br />

caóticas, desorganizadas.<br />

É uma necessidade do espírito<br />

humano, para não afundar no desespero,<br />

que a pessoa possa pousar<br />

as suas vistas extenuadas e doloridas<br />

em algo digno e bem ordenado. Não<br />

é próprio ao homem viver no mare<br />

magnum de coisas que caem, afundam,<br />

se deterioram. Em algum lugar<br />

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