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Projeto Redação - <strong>2019</strong><br />
Autora: Manuela dos Santos Costa<br />
Turma: M21<br />
ENTRE “VIGIAR” E “PUNIR”: UTOPIA DE UMA SOCIEDADE<br />
<strong>EM</strong> COLAPSO<br />
O filme “Os Últimos Passos de um Homem” relata a história de um<br />
detento, condenado à pena de morte por executar um casal de<br />
adolescentes. Hodiernamente, no entanto, não há esse grau de condenação<br />
assegurado pela Constituição no Brasil, uma vez que fere o direito à vida,<br />
uma das garantias fundamentais fornecidas a todos os cidadãos. Desse<br />
modo, é possível analisar que a aplicação de punições é dada a partir da<br />
formação histórica em paralelo à omissão estatal em relação ao sistema<br />
carcerário.<br />
Em uma primeira análise, cabe ressaltar que a sociedade mantém os<br />
princípios, oriundos do Período Colonial, de que o homem deveria ser<br />
punido por seus atos, fossem eles certos ou não. Todavia, é notório que nem<br />
sempre esses seriam os meios adequados de fazer o indivíduo ser<br />
reorientado. Um estudo publicado pela Universidade de Northwestern, de<br />
Chicago, mostrou que 88,2% dos especialistas afirmam que executar<br />
detentos não traz impactos nos níveis de criminalidade. Nesse contexto, é<br />
preciso destacar que os sistemas que adotaram a pena de morte não<br />
obtiveram sucesso, pois uma ameaça como essa não erradicaria a<br />
criminalidade, e sim, ela seria igualada aos infratores.<br />
Outrossim, o Estado também compactua com a má aplicação das<br />
medidas punitivas, já que, ao investir no nível socioeducativo, secundariza<br />
tal proposta e prefere enviar os condenados para cumprirem penas em<br />
sistemas carcerários. Michel Foucault, renomado filósofo francês, em sua<br />
obra “Vigiar e Punir”, fala sobre a “Utopia do Poder Judiciário”, que é<br />
tirar a vida de um condenado, evitando que este se sinta mal. Contudo,<br />
observa-se, por outra perspectiva, que existem outras formas de o<br />
indivíduo tirar lições a partir do ocorrido.<br />
COLÉGIO BAHIENSE<br />
JACAREPAGUÁ