36 DEZEMBRO 2019 CELEBRIDADE SALTO DUPLO Protagonista de “Amor de Mãe” e à frente do “PopStar”, Taís Araújo celebra bom momento na tevê por Geraldo Bessa / TV Press Os anos dedicados à atuação e a trajetória que conseguiu construir dentro da Globo rendem a Taís Araújo uma boa dose de autonomia. Empolgada em fazer apenas projetos coerentes com sua carreira, a atriz viu na bem-sucedida Vitória, uma das protagonistas de “Amor de Mãe”, uma boa chance de voltar às novelas cinco anos depois de participar de “Geração Brasil”. “Sou uma atriz de novelas. Mesmo que sejam produções que realmente tomam conta da vida de qualquer pessoa ao longo de um ano, há um prazer em me envolver com as personagens e chegar até o coração do público. Talvez a Vitória seja o papel mais complexo da minha vida e isso é muito empolgante”, avalia. Na trama de Manuela Dias, Vitória é uma advogada que sempre priorizou a carreira e que precisa se descobrir como mãe. “Minha personagem acha que pode ter controle sobre a vida e vive as frustrações de ter de lidar com o imponderável”, analisa a atriz. Natural do Rio de Janeiro, aos 40 anos recém-completados, Taís vive um dos momentos mais intensos de sua carreira. Além dos dilemas às nove da noite, ela também segue como apresentadora do “PopStar”, disputa musical entre famosos exibidas nas tardes de domingo. “É meu segundo ano no programa. Estou mais segura, mas não menos nervosa”, garante, entre risos. A boa fase só confirma a relação madura que ela vem construindo na televisão. Depois de uma estreia tímida no vídeo, em “Tocaia Grande”, novela exibida pela Manchete em 1995, acabou como protagonista de “Xica da Silva”, trama exibida pela extinta emissora um ano depois. Contratada da Globo, Taís se destacou no “remake” de “Anjo Mau” e em “Porto dos Milagres”, mas foi no sucesso “Da Cor do Pecado”, de 2004, que ela mostrou seu poder de fogo ao viver Preta, a primeira protagonista negra de novelas globais. Cinco anos depois, foi convidada por Manoel Carlos para o mítico papel de Helena em “Viver a Vida”. “Assim como a Xica, a Preta me deu muita força e mostrou que eu estava no caminho certo. No caso da Helena, tive alguns problemas com a personagem, não guardo boas lembranças da época, mas é um trabalho importante e que me fez ter jogo de cintura para momentos de adversidade. Nem tudo são flores na minha trajetória, mas olho para trás e me orgulho muito de tudo o que fiz”, destaca, com sua usual objetividade. ALÉM DE SER UMA DAS PROTAGONISTAS DE “AMOR DE MÃE”, VOCÊ TAMBÉM ESTÁ ENVOL- VIDA COM A APRESENTAÇÃO DO “POPSTAR”. COMO ESSA JORNADA DUPLA AFETA SUA ROTI- NA? Achei que fosse estar em pleno caos, mas as coisas estão funcionando. Minha mãe, o Lázaro (Ramos), meu pai e meu sogro têm se revezado para eu conseguir dar conta de tudo. Aliás, eu e Lázaro só temos a oportunidade de trabalhar muito por conta desse apoio da família e dos funcionários que temos em casa. Hoje, ainda consigo tomar café e levar meus filhos na escola. Aí gravo a novela, acerto alguns detalhes do programa e quando chego em casa eles já estão dormindo. Eles sabem a mãe que tem e são muito compreensíveis. VOCÊ CHEGOU A PENSAR EM DEIXAR O PRO- GRAMA OU DESISTIR DA NOVELA? Não. Primeiro porque estou envolvida com o texto da Manuela há alguns anos. A novela foi adiada por duas vezes e foi impressionante como o elenco permaneceu integrado em torno do projeto. Eu fiquei cinco anos sem fazer novelas e estava com saudades. Voltar ao ar com uma personagem tão conflituosa e dividindo o protagonismo com a Adriana (Esteves) e a Regina (Casé) era algo que eu não abriria mão. E o “PopStar” é uma espécie de “recreio” para mim. Me divirto muito fazendo. Eu sabia que seria um pouco complicado encaixar as duas funções na minha rotina, mas aceitei o desafio. A ÚLTIMA VEZ QUE VOCÊ PROTAGONIZOU UMA NOVELA DAS NOVE FOI HÁ EXATOS 10 ANOS, EM “VIVER A VIDA”. VOLTAR AO HORÁRIO DIVI- DINDO O PROTAGONISMO É MAIS TRANQUILO? É um alívio! As três gravam muito. Mas o trabalho flui melhor e de forma mais leve. Nunca escondi o quanto sofri com “Viver a Vida”. Eu vinha de personagens extremamente populares em novelas como “Cobras e Lagartos” e “Da Cor do Pecado”, nunca tinha sido extremamente criticada por nenhum desempenho. Mas não tive a mesma sorte ao viver a Helena. Sofri com a rejeição do público e a enxurrada de críticas que lia diariamente nos jornais. Mas, esses dias, ao rever algumas cenas da novela, percebi o quanto essa experiência me fez forte.
DEZEMBRO 2019 37 Divulgação Taís chegou a cantar para as primeiras vinhetas comerciais do “PopStar”. O resultado não agradou ao diretor Boninho e foi descartado