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58 DEZEMBRO 2019<br />
ESPECIAL EDUCAÇÃO<br />
DEPRESSÃO<br />
LITERATURA QUER LEVAR LIÇÃO<br />
DE VIDA À SALA DE AULA<br />
A narrativa conta a história de uma noiva que morre no dia de seu casamento<br />
A<br />
obra “Até que a Morte nos Ampare”,<br />
do autor Marcos Martinz e publicada<br />
pela Editora Skull, fez a diferença para<br />
os alunos de algumas escolas municipais de<br />
Mongaguá (SP), após começar a fazer parte<br />
das aulas.<br />
A narrativa visceral do escritor conta a história<br />
de uma noiva, a Rosinha, que morre no<br />
dia de seu casamento e precisa saber quem<br />
a matou para seguir em paz. Somente quando<br />
descobre que o seu algoz era ela própria,<br />
começa um diálogo importante e revelador<br />
entre a personagem, a morte e o próprio Marcos.<br />
Arquivo<br />
Com um direcionamento espírita ou ficcional,<br />
que o autor deixa a critério do leitor,<br />
a conversa entre a falecida, o ceifador e o<br />
espírito do corpo adormecido do autor é intensa.<br />
Passeia por campos da psicanálise e<br />
espirituais, vaga pela mente ingenuamente<br />
humana e, também, mostra os sentimentos<br />
de uma moça em depressão, prestes a casar<br />
e afundada em seus anseios.<br />
Assim, a protagonista mostra a sua realidade:<br />
“Fiz de tudo comigo no momento: culpei-me,<br />
ofendi-me e me destruí. Mas nunca,<br />
nunca me amei. Pendurei a corda no suporte<br />
da cortina e subi no banquinho. Fiz da corda<br />
um abraço amigo, envolvendo-a em meu<br />
pescoço. Devagarinho, desci do banco”.<br />
De forma impactante e, de certa maneira<br />
doce, o autor se debruça no verdadeiro sentido<br />
de amar a si mesmo, de enfrentar a vida<br />
com paixão, de não se autossabotar e de<br />
como pode ser muito mais difícil enfrentar a<br />
morte pós-suicídio do que a vida em depressão.<br />
Na obra, Martinz mostra como é importante<br />
que as pessoas que passaram por momentos<br />
difíceis façam algo para melhorar o<br />
mundo, para acalentar quem está na escuridão.<br />
Fala sobre muitos tabus da sociedade<br />
de modo leve, fazendo todas as idades compreenderem<br />
e mergulharem nos ensinamentos<br />
em relação à seriedade da depressão e<br />
do suicídio na adolescência.<br />
Autor percebeu a eficácia que a arte pode ter na luta contra o<br />
suicídio e escreve sobre o amor próprio