Perfil JF
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FIQUE POR DENTRO
PERFIL DO CONSUMIDOR
JUIZ-FORANO
ECONOMIA | LEVANTAMENTO
Pesquisa revela pe
consumidor j
Gracielle Nocelli Repórter
Conhecer o público alvo é necessário
para qualquer tipo de negócio ser bem
sucedido. Em Juiz de Fora, que tem nos
setores de comércio e serviços as principais
vocações econômicas, este conhecimento
é uma estratégia fundamental.
Pensando nisso, a empresa Sieg Informação
e Pesquisa, em parceria com o
Grupo Solar Comunicação, realizou o
estudo “Perfil do Consumidor Juiz-forano”,
com a proposta de apresentar as
características socioeconômicas e os hábitos
de consumo de quem mora na cidade.
A partir destes resultados foi possível
identificar um perfil geral do município
e, também, dos consumidores
de cada uma das dez regiões analisadas.
Para a realização do estudo, foram
considerados os dados oficiais do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), do plano diretor municipal e a
base de dados da própria empresa. “O
universo da pesquisa foi a população
residente na sede do município (98,6%),
que com base na estimativa 2019 do IB-
GE é de 560.909 habitantes. Avaliamos
78 agrupamentos de bairros, que foram
divididos em dez regiões conforme o limite
geográfico”, explica o economista e
diretor da Sieg Informação e Pesquisa,
Antônio Carlos Vandanezi Alvim.
Segundo ele, a divisão das regiões
também considerou a presença de
bairros que polarizam o consumo (ver
quadro). “A Zona Norte, por exemplo,
aparece segmentada. Identificamos
que Benfica é a referência para bairros
que estão localizados até o Francisco
Bernardino. Já os moradores de Carlos
Chagas, Cerâmica, Monte Castelo e entorno
têm o Bairro Fábrica como polo
de consumo.”
A equipe de pesquisa foi a campo
entre os dias 12 e 20 de outubro, quando
entrevistaram 2.466 famílias. Os entrevistados
tinham idade a partir de 15
anos. “A robustez da amostra permitiu
manter a representatividade dos dados
estratificados por região. O objetivo da
pesquisa é conhecer o perfil do consumidor
com base em quatro informações
principais: quem é, quais são os hábitos,
quais são as posses de bens e serviços e
se possui animais de estimação”, adianta
o pesquisador.
As informações das quatro etapas do
estudo serão apresentadas em uma série
de reportagens feita pela Tribuna de
Minas, publicada aos domingos, a partir
de hoje.
Público feminino é maioria
A primeira etapa da pesquisa buscou identificar “quem
é” o consumidor juiz-forano. Para isso, foram levantadas
informações sobre sexo, faixa etária, religião, renda da família
e região em que mora. Desta forma, foi observado
que o público feminino supera o masculino. As mulheres
representam 53% do total de residentes na cidade, enquanto
os homens somam 47%. Com relação à idade, 59%
da população têm até 39 anos.
Catolicismo é predominante
O estudo revelou, ainda, que o catolicismo é predominante
(56%). Em número menor estão evangélicos (26%),
espíritas (6%) e praticantes de outras religiões (2%). O percentual
de entrevistados que informou não seguir nenhuma
crença foi de 13%. “Inserimos esta questão no estudo,
pois entendemos que a religiosidade também norteia o
consumo das pessoas”, afirma Vandanezi. “Tendo como
base estudos anteriores realizados pela Sieg, observamos
um crescimento considerável do público que afirma não
ter religião.”
Renda familiar: 39% ganham
entre dois e cinco salários
Na análise econômica, 39% das famílias possuem
renda entre dois e cinco salários mínimos. O restante
da população se divide entre os mais ricos e mais pobres
da cidade: enquanto 30% têm renda de até dois
salários mínimos, 31% afirmaram ganhar acima de
cinco salários.
Benfica e adjacências têm maior
número de consumidores
A região que compreende Benfica e os bairros adjacentes
é a que possui maior número de consumidores,
um total de 105.409, o que corresponde a 18,8% dos residentes
no município. Em seguida aparece a área de
Manoel Honório e adjacências, somando 73.816 habitantes,
o que representa 13,2%. Com um total de 59.325
residentes, a região que engloba Santa Luzia e os bairros
do entorno é a terceira mais populosa, concentrando
10,6% dos consumidores juiz-foranos.
DOMINGO, 1 º DE DEZEMBRO DE 20
DiA A DiA
rfil do
uiz-forano
‘O objetivo
da pesquisa
é conhecer
o perfil do
consumidor com
base em quatro
informações
principais: quem
é, quais são os
hábitos, quais
são as posses de
bens e serviços e
se possui animais
de estimação’
Antônio Carlos
Vandanezi Alvim,
economista e diretor da Sieg
EDUARDO VALENTE
Primeira etapa do estudo apresenta
dados sobre sexo, idade, religião,
renda familiar e região em que moram
aqueles que compram na cidade
Terceira idade tem
maior presença
na região central
Na análise regional dos dados, o estudo mostrou
que a região central - com extensão do
Bairro Granbery até o Mariano Procópio - possui
a maior concentração de idosos: 22% dos
moradores têm 60 anos ou mais.
Segundo Vandanezi, isto pode ser explicado
pelas facilidades que a região oferece. “É uma
área que não exige grande deslocamento para
o acesso a vários serviços”, avalia. “Além disso,
a própria história de como foi a ocupação do
município contribui para que as famílias mais
antigas ainda estejam presentes nesta região.”
Ao contrário do que foi observado no perfil
geral do município, que revelou que o público
de até 39 anos é maioria em Juiz de Fora (59%),
a região central é a única em que a presença de
moradores desta faixa etária é igual (50%) a daqueles
com 40 anos ou mais.
O estudou mostrou, ainda, que a região
que compreende os bairros entre São Mateus,
Mundo Novo e Bom Pastor é a segunda
com maior presença de idosos, um total
de 18%. “Também são bairros que oferecem
muitas facilidades de acesso aos serviços.
Além disso, tanto nesta área, quanto na região
central, temos a presença de famílias
com maior poder aquisitivo, o que contribui
para a longevidade.”
Região de
São Pedro é a
mais eclética
Quando o assunto é religião, apenas a região
do Bairro São Pedro e adjacências apresenta
dados mais diversificados em comparação
com o perfil geral do município. Nesta
localidade, embora o catolicismo seja a principal
crença, ele não é praticado pela maioria
dos moradores, o que torna a margem de diferença
entre as outras religiões menor.
Desta forma, a área é a que se apresenta de
forma mais eclética, em que 39% são católicos;
26% evangélicos; 19% não têm religião;
13% espíritas; e 3% são praticantes de outras
religiões. “Esta é uma área que tem um público
bem heterogêneo, e este resultado exemplifica
bem esta característica”, diz Vandanezi.
Estratégias e
próxima edição
Para o pesquisador, a base de dados oferecida
pela pesquisa “Perfil do Consumidor Juizforano”
pode auxiliar futuros empreendedores
na abertura de novos negócios, assim como, na
criação de estratégias de vendas e posicionamento
no mercado das empresas já existentes.
“É um estudo que mostra quem é o consumidor
de Juiz de Fora. A partir deste conhecimento,
que foi estratificado também pelas regiões,
qualquer negócio poderá nortear suas ações.”
No próximo domingo (8), a Tribuna irá divulgar
os resultados da segunda etapa do estudo,
quando serão apresentadas a rotina e os
hábitos dos consumidores. Nesta etapa, foram
levantadas informações como atividade principal,
meios de transporte que utiliza, esporte
que pratica e como aproveita o tempo de lazer.
19 | tribunademinas.com.br | • PÁGINAS 6 E 7
consumid
ECONOMIA | SEGUNDA ETAPA
Estudo apresenta ro
Informações
sobre atividade
principal, meio
de transporte
mais usado
e realização
de práticas
esportivas
foram alguns
dos temas
abordados no
levantamento
Gracielle Nocelli Repórter
A segunda etapa da pesquisa
“Perfil do Consumidor
Juiz-forano”, realizada
pela Sieg Informação e Pesquisa
em parceria com o
Grupo Solar Comunicação,
revelou a rotina e os hábitos
dos moradores da cidade.
Além de conhecer a atividade
que desempenham
e a principal forma usada
para deslocamento, foram
perguntadas questões sobre
práticas esportivas, lazer e
frequência de compras no
supermercado.
Os resultados apresentaram
um perfil geral do município
e, também, as especificidades
das dez regiões
analisadas. Para a divisão
destas áreas, o levantamento
considerou a presença
de bairros que polarizam o
consumo (ver quadro).
Conhecer mais sobre o
cotidiano dos consumidores
contribui para a compreensão
de quem é o público
das empresas e qual é
a melhor forma de chegar
até ele, conforme explica
o economista e diretor da
Sieg Informação e Pesquisa,
Antônio Carlos Vandanezi
Alvim. “Este trabalho
é uma oportunidade para
o pequeno comerciante e
prestador de serviços ter
informações sobre quem é
o consumidor da região em
que ele atua e, assim, direcionar
melhor a oferta de
produtos.”
METODOLOGIA
Para a realização do estudo,
foram considerados os
dados oficiais do Instituto
Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), do plano
diretor municipal e a base
de dados da própria empresa.
A equipe de pesquisa foi
a campo entre os dias 12 e
20 de outubro, quando entrevistou
2.466 famílias. Os
entrevistados tinham idade
a partir de 15 anos.
DOMINGO, 8 DE DEZEMBRO DE 2019
DiA A DiA
tina e hábitos de
ores de JF
• TRABALHADORES SÃO MAIORIA
NA CIDADE
O universo da pesquisa foi a população residente
na sede do município, estimada em
560.909 habitantes pelo IBGE. Deste total, 58%
têm o trabalho como principal atividade. Este
percentual só não é maior porque, apesar de
integrarem a população economicamente ativa
(PEA) da cidade, outros 10% afirmaram estar
desempregados.
Os aposentados integram o segundo principal
grupo consumidor, somando 15%. Estudantes
e donas de casa correspondem a 9% e
8%, respectivamente.
• REGIÕES DE SÃO MATEUS E
BENFICA CONCENTRAM MAIS
TRABALHADORES
Na análise de regiões, a concentração dos
trabalhadores juiz-foranos é maior na área de
São Mateus e adjacências, chegando a 63%. Na
avaliação de Vandanezi, esta informação pode
ser explicada a partir do cruzamento de dados
apresentados na primeira etapa da pesquisa.
“Lembrando a correlação com a faixa etária e
a renda verificadas nesta área, podemos fazer
a leitura de que temos a presença de pessoas
que já teriam chegado na idade de se aposentarem,
mas continuam trabalhando. Neste perfil,
podemos identificar empresários e donos
do próprio negócio.”
A região de Benfica e bairros do entorno
também apresentaram percentual de trabalhadores
acima do verificado na média geral da
cidade, um total de 62%. Para o pesquisador,
o resultado era esperado pela própria história
local. “A ocupação da Zona Norte começou
pelas empresas, com o Distrito Industrial, que
atraiu os operários para morarem mais perto
do local de trabalho, o que pode ser uma justificativa
para esta concentração.”
• ÁREA CENTRAL TEM MAIOR
PÚBLICO ESTUDANTIL
Ainda de acordo com a análise regional, a
presença dos estudantes tem destaque na área
central, com extensão do Bairro Granbery até
o Mariano Procópio. Nesta faixa, o público estudantil
chega a 15%. “Também é o local onde
está presente a maior parte das escolas. Muitas
famílias optam por morar perto de onde os filhos
estudam para facilitar o deslocamento no
dia a dia”, analisa Vandanezi.
Ele destaca a importância deste resultado
para a ótica de diferentes setores. “Esta é uma
informação importante, pois pode nortear
muitos tipos de negócio. Os estudantes são
público-alvo de uma série de produtos e serviços.”
SEGUE P8 >>>>
| tribunademinas.com.br | • PÁGINAS 6 E 7
DiA A DiA
ECONOMIA | “CENSO PET”
JF possui 194 mil animais de estimação
Terceira etapa
da pesquisa
“Perfil do
Consumidor
Juiz-forano”
traz número
inédito da
população
pet na cidade
e aponta
características
da relação
das famílias
com as
criações
Gracielle Nocelli Repórter
Companheiros fofinhos e afetuosos, os animais de estimação
vem ganhando cada vez mais espaço nas famílias.
O aumento desta presença e o estreitamento do relacionamento
entre donos e bichinhos têm impactado
as formas de consumo. O mercado pet está em franca
expansão e, no ano passado, movimentou R$ 20,3 bilhões
no país, conforme dados da Associação Brasileira
da Indústria de Produtos para Animais de Estimação
(Abinpet). Além disso, outros segmentos de negócio
também sofrem interferência desta mudança de comportamento
das famílias. Por isso, a terceira etapa da
pesquisa “Perfil do Consumidor Juiz-forano”, realizada
pela Sieg Informação e Pesquisa em parceria com o
Grupo Solar Comunicação, foi dedicada a conhecer as
características desta relação.
Os resultados permitiram criar um “Censo Pet”, que
apresenta a estimativa da população de animais por
domicílio na cidade e detalha os números por espécie.
Também foram apresentadas questões sobre o relacionamento
com o pet e as mudanças na forma de
consumo em função dele. “Percebemos que as famílias
reduziram de tamanho e a presença do animais de estimação
aumentou. É comum vermos casais que não
querem ter filhos, mas têm o pet. Também há casais
com filhos que, quando estes saem de casa, acabam optando
por ter um animalzinho para fazer companhia.
Em muitos destes casos, os pets não são tratados apenas
como criação, mas como membros da própria família”,
avalia o economista e diretor da Sieg Informação e Pesquisa,
Antônio Carlos Vandanezi Alvim.
O especialista destaca que esta nova relação afeta diretamente
o mercado, e apresenta a necessidade das
empresas, de forma geral, se adaptarem a esta realidade.
“Além do impacto direto, que faz com o que o mercado
pet seja um dos que mais cresça no país e tenha
uma participação interessante na nossa economia, há
também o indireto, que é o direcionamento do consumo
destas famílias para locais que sejam receptivos aos
animais de estimação.”
EDUARDO VALENTE
“PERCEBEMOS
QUE AS FAMÍLIAS
reduziram de
tamanho, e a
presença do
animais de
estimação
aumentou”, avalia
o economista e
diretor da Sieg,
Antônio Carlos
Vandanezi Alvim
Pesquisa
O universo da pesquisa foi a população residente na
sede do município, estimada em 560.909 habitantes
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IB-
GE). Os pesquisadores foram a campo entre os dias 12 e
20 de outubro, quando entrevistaram uma amostra de
2.466 famílias. Os entrevistados tinham idade a partir de
15 anos e eram residentes de todas as regiões da cidade.
Para a realização do estudo, foram considerados, também,
os dados do plano diretor municipal e a base de
dados da Sieg Informação e Pesquisa.
SEGUE P5 >>>>
DOMINGO, 15 DE DEZEMBRO DE 2019 | tribunademinas.com.br | • PÁGINA 4
DiA A DiA
Continuação da página 4
•PETS ESTÃO PRESENTES
EM 95.400 FAMÍLIAS
O estudo identificou que em Juiz de Fora há
aproximadamente 180 mil famílias. Deste total,
53% possuem, pelo menos, um animal de estimação,
o que em números absolutos corresponde a
95.400. Entre os 47% que não possuem, 8% disseram
que ainda pretendem adquirir, o que significa
que outras 14.400 residências estão dispostas a
ter um pet.
Para Vandanezi, os números são muito expressivos.
“Mais da metade das famílias da cidade têm
algum tipo de animal doméstico. É um número
muito significativo e que tende a aumentar, tendo
em vista que uma parcela pretende adquirir. Este
levantamento é importante para empresários
terem a dimensão da presença dos pets e conhecerem
a participação deles na rotina dos consumidores.”
•CACHORRO ESTÁ EM MAIS
DE 78% DAS RESIDÊNCIAS
QUE TÊM ANIMAIS
A maior parte das famílias que possui animal
de estimação opta pelo cachorro, mais de 78%.
Enquanto em 70% das casas, esta é a única espécie
presente, em outros 8% os cães dividem
espaço com os gatos. Os felinos, aliás, são a segunda
principal escolha dos juiz-foranos, estando
em 18% destes lares, sendo que em 10%
são presença exclusiva. “Uma informação interessante
que a pesquisa nos mostrou é que
quem cria gatos costuma ter mais de um em casa.
Com relação aos cachorros, é mais comum
ver apenas um por residência”, diz Vandanezi.
Em seguida, o levantamento apontou pássaros
(7%), outros animais (2%) e vários animais
(2%), quando há mais de uma espécie na residência.
• POPULAÇÃO PET É DE
194 MIL NA CIDADE
A residências juiz-foranas somam uma população
de 194 mil pets. “Junto às famílias que afirmaram
ter animais de estimação, levantamos a
quantidade de cada um deles. Assim, conseguimos
calcular a média de animais por domicílio e,
posteriormente, estimar o número total”, explica o
pesquisador.
A população canina é a maior na cidade, somando
121 mil cães. Em seguida estão os gatos, que
chegam a 45 mil; os pássaros, que totalizam 24 mil;
e outros animais, 4 mil.
• PARA 85%, O ANIMAL
É MEMBRO DA FAMÍLIA
Para saber como é a relação dos donos com os
animais de estimação, a pesquisa perguntou se os
entrevistados consideravam o pet “como se fosse
da família”. Para 85%, a resposta foi positiva. “O
curioso é que muitas pessoas se ofenderam com
o questionamento. Uma das respostas mais comuns
recebidas por nós foi: “ como se fosse não,
ele é.’ Isto revela o espaço e a importância que as
criações ganharam nestas famílias. Com certeza,
o consumo delas também sofre influência deste
comportamento.”
A RESIDÊNCIA DA
JORNALISTA JÉSSICA
PEREIRA DE MIRANDA,
27 anos, está entre
as 53% da cidade
que possuem pet.
Em 2012, ela adotou
a cachorrinha Nina
(primeiro plano). Desde
então, o número de
bichinhos cresceu
e se igualou ao dos
donos da casa. No
local moram a mãe, o
pai e a irmã de Jéssica,
além dos cachorrinhos
Bryan (à direita) e
Rayca (à esquerda) e
do coelho Valentin, que
não quis aparecer na
foto
• INTERFERÊNCIA NA ESCOLHA DOS
LOCAIS COMERCIAIS AFETA 16%
Os pesquisadores também questionaram se os entrevistados já deixaram
de ir ou passaram a frequentar menos um estabelecimento comercial
que não permite a entrada dos pets. “A maioria não mudou o
comportamento por isso (84%), mas 16% sim. Em números, isto representa
em torno de 15 mil famílias. Este é um número expressivo para
os negócios.”
Vandanezi acredita que a pesquisa deixa claro que as empresas, independente
do segmento, deverão se adaptar. “É uma realidade e não
tem como fugir. Já temos empreendimentos que aceitam a presença
dos pets, imobiliária que oferece spa para o bichinho no dia da mudança.
A própria cidade está se adaptando, quando vemos que agora nas
praças públicas há o ParCão”, exemplifica. “É necessário compreender
esta nova realidade. Além de oferecer muitas oportunidades de novos
negócios, para os outros segmentos é uma chance de fidelizar clientes.”
• PRÓXIMA EDIÇÃO
No próximo domingo (22), a Tribuna irá divulgar os resultados da
quarta etapa do estudo, quando serão apresentadas as posses dos
consumidores. Nesta etapa, foram levantadas informações sobre bens
que as famílias possuem.
>>>>
FERNANDO PRIAMO
DOMINGO, 15 DE DEZEMBRO DE 2019 | tribunademinas.com.br | • PÁGINA 5
ECONOMIA | BENS E SERVIÇOS
Maior parte das fa
Juiz de Fora te
Perfil do Consumidor
Juiz-forano mapeou
as posses de
imóvel, veículo
e serviço de
assistência
médica particular
Gracielle Nocelli Repórter
A posse de bens e serviços
das famílias da cidade foi o
tema abordado na quarta
etapa da pesquisa Perfil do
Consumidor Juiz-forano, realizada
pela Sieg Informação
e Pesquisa em parceria com
o Grupo Solar Comunicação.
Desta forma, foi possível
identificar a parcela do público
que possui casa própria,
veículo e assistência médica
particular. Os resultados ofereceram
uma média geral do
município e, também, dados
estratificados para cada uma
das dez regiões analisadas.
A partir do levantamento
destas informações e do cruzamento
com os dados fornecidos
nas etapas anteriores
do estudo, é possível compreender
melhor o poder de
compra destas famílias, conforme
explica o economista
e diretor da Sieg Informação
e Pesquisa, Antônio Carlos
Vandanezi Alvim. “Os três
itens abordados interferem
diretamente na vida do consumidor.
Quando analisamos
a questão da moradia, por
exemplo, podemos identificar
uma região que apresenta
renda mais baixa e alto percentual
de casas próprias, o
que revela que aqueles moradores
têm um poder de consumo
maior do que se imaginava
a princípio, pois não
há comprometimento com
aluguel.”
METODOLOGIA
Para a realização da pesquisa,
foram considerados
os dados oficiais do Instituto
Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), do plano
diretor municipal e a base
de informações da própria
empresa. A cidade foi segmentada
em dez regiões,
conforme o limite geográfico
e a presença de bairros
que polarizam o consumo.
Os pesquisadores foram a
campo entre os dias 12 e 20
de outubro, quando entrevistaram
2.466 famílias. Os
entrevistados tinham idade
a partir de 15 anos.
69% das famílias não vivem de aluguel
O universo da pesquisa foi
a população residente na sede
do município, estimada
em 560.909 habitantes pelo
IBGE. A partir deste número,
os pesquisadores identificaram
a presença de, aproximadamente,
180 mil famílias.
Deste total, 69% possuem
casa própria; 27% pagam aluguel;
e 4% moram em imóveis
cedidos ou emprestados
por terceiros.
Na análise estratificada, é
observado que três regiões
possuem percentual de imóveis
alugados acima da média
geral da cidade. A área
central - que engloba a extensão
do Bairro Granbery até
o Mariano Procópio - possui
o maior índice: 35%. Em seguida
estão as regiões de São
Mateus e adjacências (32%) e
São Pedro e bairros do entorno
(31%).
“Isto pode ser explicado
pela própria demanda por
imóveis nestas áreas, como
estudantes que vêm de fora e
querem morar na Cidade Alta,
por conta da proximidade
com a universidade”, avalia
Vandanezi. Nas outras duas
regiões, as facilidades para a
locomoção e o acesso a serviços
são apontadas como atrativos.
“Existe esta procura,
por isso, é comum proprietários
colocarem os imóveis
localizados nestas áreas para
alugar, como uma forma de
geração de renda.”
O especialista destaca,
ainda, que estas regiões receberam
empreendimentos
imobiliários recentemente.
“Muitas destas novas unidades
também foram direcionadas
para locação.” Em
contrapartida, a região de Vila
Ideal e adjacências é a que
possui maior percentual de
moradias próprias (76%). “Ali
percebemos que é uma área
mais consolidada e que recebeu
menos investimentos do
setor imobiliário nos últimos
anos por apresentar menor
demanda.”
DOMINGO, 22 DE DEZEMBRO DE 2019
DiA A DiA
mílias de
m casa própria
Maioria
não tem
carro
A pesquisa mapeou o total
de famílias juiz-foranas com
automóvel. O resultado mostrou
que a maioria (60%) não
possui este bem. A inclusão
deste questionamento está diretamente
ligada ao poder de
compra dos consumidores, afinal,
o veículo próprio também
representa uma parcela de
custos no orçamento familiar.
“Vale ressaltar que dentro do
percentual de famílias que possui
(40%), há aquelas que têm
mais de um veículo. Isto pode
ser explicado pelo poder aquisitivo”,
avalia Vandanezi.
As regiões central e de São
Mateus e bairros adjacentes
foram as únicas que apresentaram
uma composição diferente
da média municipal. Nesta localidades,
há maior equilíbrio entre
domicílios com e sem carro
próprio. Enquanto na primeira
52% das famílias possuem, pelo
menos, um veículo, na segunda,
o percentual é de 50%.
O resultado gera curiosidade,
tendo em vista que, na segunda
etapa da pesquisa, quando
foram analisados a rotina e os
hábitos dos consumidores juiz-foranos,
as informações mostraram
que quem mora nestas
áreas faz mais uso dos transportes
por aplicativo do que os
moradores das demais regiões.
Outro dado sobre deslocamento
apresentado foi que 22% das
pessoas quem moram na área
central andam a pé.
Para Vandanezi, a maior presença
dos carros nestas regiões
evidencia o poder aquisitivo
mais alto das famílias. “Pode
ser que muitas delas tenham
o carro, mas não o utilizam no
dia a dia. É mais uma aquisição
que o poder de consumo propicia
do que uma necessidade
de uso.”
PESQUISA PERMITE COMPREENDER
melhor o poder de compra das
famílias, explica o diretor da Sieg,
Antônio Carlos Vandanezi Alvim
Mais da metade
possui assistência
médica particular
Do total de 560.909 juiz-foranos, 51%
possuem plano de saúde ou convênio.
O percentual está acima do índice nacional
de 31%, verificado em 2018 na
pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção
ao Crédito (SPC) em parceria com
a Câmara Nacional de Dirigentes Lojistas
(CNDL).
De acordo com Vandanezi, o percentual
acima da média nacional pode ser
justificado pela oferta do serviço na cidade.
“Juiz de Fora possui operadoras
com nomes fortes.” Novamente as regiões
central e de São Mateus e adjacências
se destacaram na pesquisa. Dentre
os residentes da área central, 67% possui
assistência médica particular. Já na
abrangência de São Mateus, o percentual
é de 68%.
PRÓXIMA EDIÇÃO
No próximo domingo (29), a Tribuna
irá apresentar os dados da pesquisa
relativos à região 1 do estudo, que
compreende Benfica e os bairros do
entorno. Esta área é a que possui maior
número de consumidores, um total de
105.409, o que corresponde a 18,8% dos
residentes no município.
EDUARDO VALENTE
| tribunademinas.com.br | • PÁGINAS 8 E 9
DiA A DiA
ECONOMIA | LEVANTAMENTO
Pesquisa revela perfil do
consumidor da Zona Norte
Análise
estratificada
apresenta
informações
sobre
moradores
da região mais
populosa
da cidade
Gracielle Nocelli Repórter
Dentre as dez áreas da cidade analisadas
pela pesquisa Perfil do Consumidor Juizforano,
realizada pela Sieg Informação e
Pesquisa em parceria com o Grupo Solar
Comunicação, a “região 1” chama a atenção
por diversas peculiaridades. Na divisão
do estudo, esta localidade compreende os
bairros da Zona Norte até o Francisco Bernardino,
e tem em Benfica o principal polo
de consumo. Nela se concentra o maior
número de habitantes, um total de 105.409,
o que corresponde a 18,8% da população
total que reside na sede do município, estimada
em 560.909 pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE).
O economista e diretor da Sieg Informação
e Pesquisa, Antônio Carlos Vandanezi
Alvim, explica que a divisão das dez
áreas estabelecidas na pesquisa obedeceu
a critérios de limite geográfico e presença
de bairros que polarizam o consumo
dos moradores. Por isso, a Zona Norte
aparece segmentada. “Identificamos que,
atualmente, Benfica é o principal ponto
comercial da Região 1, mas investimentos
recentes no Bairro Francisco Bernardino
tendem a criar um novo polo comercial
para aquela área. Já os moradores de Carlos
Chagas, Cerâmica, Monte Castelo e
entorno têm o Bairro Fábrica como polo
de consumo, a chamada região 2.”
Por ser a mais populosa entre as dez
áreas, a região de Benfica e adjacências
merece destaque sob o ponto de vista econômico.
“Temos ali um grande público, e
é preciso conhecê-lo para poder identificar
demandas, oportunidades, direcionar
investimentos e, também, políticas públicas.
É uma área com grande potencial de
consumo e desenvolvimento. Se analisarmos
as cidades de Minas Gerais, veremos
que muitas delas possuem população inferior
a desta região de Juiz de Fora”, pontua
Vandanezi.
De acordo com o levantamento sobre
estimativa populacional feito pelo IBGE,
do total de 853 municípios mineiros apenas
33 possuem mais de cem mil habitantes.
Nesta lista estão três cidades que apresentam
número de moradores menor do
que Benfica e adjacências, são elas: Ituiutaba
(104.671), Lavras (103.773) e Nova Serrana
(102.693).
IDENTIDADE
Vandanezi avalia que a identificação dos
moradores da Zona Norte com a região é
outra particularidade que deve ser destacada.
“O sentimento de pertencimento
das pessoas com o lugar em que moram
é algo que não vemos em outras regiões.
Esta identificação é extremamente importante
quando fazemos uma análise comercial.
Estes consumidores estão dispostos a
comprar perto das suas casas e, por outro
lado, quem vende para eles não precisa
se preocupar em atender outros públicos,
pois a demanda é grande.”
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• PÚBLICO
FEMININO É
MAIORIA
A distribuição de homens e
mulheres na área de Benfica e
bairros do entorno é semelhante
a verificada no perfil geral do
município. O público feminino
corresponde a 52% do total de
moradores da região, enquanto
o masculino soma 48%. Na cidade,
as mulheres também são
maioria, totalizando 53% da população
residente, e os homens
representam 47%.
• PRESENÇA
DE IDOSOS É
MENOR NA
ZONA NORTE
Com relação à faixa etária, os
moradores de Benfica e bairros
adjacentes são mais jovens do
que a média do município. O
percentual de pessoas com até
39 anos é de 66%. No perfil geral,
esta parcela da população é
de 59%.
A presença de idosos na região
também é menor, quando
comparada à média geral
da cidade. A população com
mais de 60 anos corresponde
a 10% dos moradores da Zona
Norte, enquanto no município
chega a 14%. “As maiores
concentrações de idosos estão
na área central e na região de
São Mateus e adjacências, por
conta da facilidade para deslocamento.
A região 1 cresceu
muito nos últimos anos, mas
ainda exige que os moradores
se desloquem para ter acesso a
determinados serviços”, analisa
Vandanezi.
• CATOLICISMO
É A PRINCIPAL
RELIGIÃO
Os pesquisadores coletaram
informações sobre a religião dos
moradores da cidade por conta
do entendimento de que este é
um dos fatores que norteiam o
consumo. Os resultados da região
1 seguem proporção semelhante
ao que foi verificado no
perfil geral do município. O catolicismo
é predominante, sendo
praticado por 58% dos moradores
de Benfica e entorno. Em
seguida estão evangélicos (29%),
espíritas (4%) e praticantes de
outras religiões (1%). O percentual
de entrevistados que informou
não seguir nenhuma crença
foi de 8%.
• RENDA FAMILIAR:
45% GANHAM
ENTRE DOIS E
CINCO SALÁRIOS
Na análise da renda familiar, foi observado
que uma parcela significativa dos
moradores ganha entre dois e cinco salários
mínimos (45%). “É um público que
não possui alto poder aquisitivo, mas tem
acesso ao consumo. Em termos comerciais
isto é muito significativo”, afirma
Vandanezi.
Outros 38% dos moradores recebem até
dois salários mínimos, e 17% recebem acima
de cinco salários. “A Zona Norte possui
uma forte demanda de consumo. Ali
temos uma grande quantidade de pessoas
com poder de compra e, por isso, o potencial
para novos negócios também é grande.
É necessários que os empreendedores
conheçam estes moradores para poderem
ofertar produtos e serviços compatíveis
com o que eles buscam.”
• TRABALHADORES
SOMAM 62%
Quando perguntados sobre a principal
atividade que desempenham, 62% dos
entrevistados afirmaram que trabalham.
“A ocupação da Zona Norte começou pelas
empresas, com o Distrito Industrial,
que atraiu os operários para morarem
mais perto do local de trabalho, o que
pode ser uma justificativa para esta concentração”,
analisa Vandanezi. Em seguida
estão aposentados (13%), donas de
casa (11%), desempregados (10%) e estudantes
(5%).
• ÔNIBUS É O
PRINCIPAL MEIO
DE TRANSPORTE
Para os moradores da Zona Norte,
o ônibus urbano ainda é o principal
meio de transporte utilizado
para o deslocamento, sendo apontado
por 69% dos entrevistados.
“Vale destacar que não se trata de
análise de fluxo diário, nem de
uma estimativa de número de viagens
por cada meio de transporte.
O levantamento mostra o percentual
da população que utiliza cada
meio de transporte com maior frequência”,
alerta o especialista.
O percentual é superior à média
encontrada no perfil geral da cidade,
que apontou o ônibus urbano
como o meio mais utilizado por
57% dos juiz-foranos. “Nós vemos
que, quanto mais distante a região,
maior é o uso deste meio de
transporte. No caso da Zona Norte,
apesar do crescimento nos últimos
anos, vemos que muitos moradores
ainda precisam se deslocar para
o Centro para ter acesso a alguns
produtos e serviços. Na medida em
que esta oferta for realizada na região,
a tendência é que estes deslocamentos
diminuam.”
O automóvel particular é a opção
mais usada por 17% dos moradores.
Em seguida estão bicicleta (3%);
transporte por aplicativo (2%); e
ônibus da empresa (2%). Outros 3%
dos moradores afirmaram que se
deslocam a pé.
• POSSES DE
BENS E SERVIÇOS:
70% POSSUEM
CASA PRÓPRIA
Com relação à posse de bens e serviços,
foi observado que 70% dos moradores
de Benfica e adjacências possuem
casa própria. “Quando fazemos correlação
com a renda das famílias, vemos
que o poder de compra deste consumidor
é ainda maior, já que ele não
tem o orçamento comprometido com o
aluguel”, diz Vandanezi. Na região, 27%
moram em residências alugadas e 3%
em imóveis cedidos ou emprestados.
No que diz respeito ao automóvel,
63% das famílias não possuem este
bem. Com relação a assistência médica
particular, o público é dividido: 50%
possuem plano de saúde ou convênio.
“São informações que nos permitem
compreender melhor como estes consumidores
gastam.”
Segundo o especialista, a pesquisa
permitiu identificar que a Zona Norte
possui um número significativo de consumidores
com poder de compra e que
demandam uma série de produtos e serviços.
“Vale ressaltar que a maior parte
desta população tem a garantia da casa
própria, o que a deixa mais disponível
para suprir as demandas que se apresentam.
É uma área que já recebeu investimentos
recentes, mas ainda tem espaço
para receber mais. O potencial econômico
desta região é muito grande.”
PESQUISA E METODOLOGIA
A pesquisa Perfil do Consumidor
Juiz-forano levantou informações sobre
quem mora e consome na cidade.
Os resultados foram apresentados em
quatro etapas, conforme as publicações
feitas nas edições da Tribuna de
Minas dos últimos domingos. Foi apresentado
um perfil geral do município e
dados estratificados para cada uma das
dez regiões.
A primeira etapa buscou identificar
“quem é” o consumidor juiz-forano a
partir de informações sobre sexo, faixa
etária, religião, renda da família e região
em que mora. Na segunda etapa foram
apresentados a rotina e os hábitos dos
moradores. Já a terceira fase foi direcionada
à realização de um “Censo Pet”,
que revelou dados sobre a população de
animais de estimação em Juiz de Fora.
Por fim, a quarta etapa mostrou a posse
de bens e serviços dos juiz-foranos.
Para a realização do estudo, a equipe
de pesquisadores foi a campo entre os
dias 12 e 20 de outubro. Foram entrevistadas
2.466 famílias. Os entrevistados tinham
idade a partir de 15 anos e eram
residentes de todas as regiões da cidade.
A pesquisa considerou, ainda, informações
do IBGE, do plano diretor municipal
e a base de dados da Sieg Informação
e Pesquisa.
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