25ª Edição_Revista ATRAÇÃO
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BUSCANDO CAMINHOS NA EFETUAÇÃO DE RESGATES
Compromissos de todos que estagiam na Terra
Como lês o
EVANGELHO?
Parte 9
Por Silvan Aragão
Aracaju - SERGIPE - BRASIL
Formado em Administração.
Funcionário aposentado do Banco Brasil. Maricultor.
Membro do Núcleo de Estudo e Pesquisa do Evangelho (NEPE) -
Bittencourt Sampaio
“Que está escrito na Lei? Como lês?”
Jesus (Lucas 10:25-37)
Em Mateus 3:11 consta que João Batista, referindo-se
a Jesus, disse aos que o circundavam: “Eu vos
mergulho na água para o arrependimento, mas o que
vem depois de mim... vos mergulhará no Espírito Santo
e no fogo.”.
O episódio pode ser estudado sob o aspecto
histórico, o cultural, dentre outros. Sob o viés religioso,
há os que nele veem um ritual necessário à inclusão
de uma pessoa numa religião, numa seita, numa ordem,
etc – por trás do rito pode estar interesse material
na cobrança pecuniária pelo serviço prestado.
Outros entendem que a água tem o poder de lavar,
milagrosamente, pecado(s) cometido(s). Nesse caso,
para os que acreditam ser a alma criada ao mesmo
tempo que o corpo físico, no útero materno, que pecado
teria cometido um bebê? O original, respondem,
referindo-se ao cometido por Adão e Eva por terem
comido do fruto do conhecimento. Esses são os que
tomam o episódio da criação registrado no Gênesis 3
como fato real, histórico (o que é um equívoco), e admitem
que uma pessoa possa pagar pelo erro de outra,
acreditando em um Deus parcial.
Os primeiros cristãos não deram continuidade ao
batismo criado por João. Somente no ano de 553 o
Imperador romano Justiniano o instituiu no seio
da Igreja Católica. O que o cristianismo tem a ver com
isso?
Vale observar, ainda, que João batizava as pessoas
que se arrependiam de seus pecados. E Jesus,
não tendo do que se arrepender, apenas se submeteu
àquela prática para “cumprir toda a justiça” conforme
ele próprio disse (Mateus 3:15), ou seja, para que fosse
concluído o período mosaico (Lei de Justiça) e iniciado o
cristão (Lei de Amor).
Para nós, espíritas, João Batista estava, simbolicamente,
propondo-nos o início de uma nova fase: assumir
uma nova personalidade, um novo “ego”, uma vez que
a água apenas lava corpos, o exterior. Uma vez nos arrependendo,
de alma “lavada”, iniciaríamos uma nova
fase, a do Homem Novo de que nos falam os Evangelhos.
Já o batismo de Jesus é “no Espírito Santo”, quer dizer,
na harmonização com as Leis de Deus, e “no fogo”, ou
seja, no sacrifício, na expiação, na repetição da tarefa ou
missão mal executada, que gera carma, que exige nova
encarnação que, para o Espírito, é a morte, enquanto o
desencarne é a ressurreição, o recobrar da liberdade, o
ressurgimento para a vida espiritual, a verdadeira. Assim,
trata-se de um mergulho dentro de nós mesmos,
no nosso “eu” profundo, em nosso “self”, ou seja, em
nossa verdadeira essência que é o Espírito, o qual já teve
inúmeras encarnações (outras personalidades = egos) e
que, naturalmente, muito errou, muitos equívocos cometeu,
transgredindo as Leis Divinas ou, se desejarmos,
pecando.
É assim que nós lemos o Evangelho.
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Atração_janeiro de 2020