25ª Edição_Revista ATRAÇÃO
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TRANSTORNOS PSÍQUICOS EMOCIONAIS
O equilíbrio do eu interior gerando paz e SAÚDE
Traumas na Gestação e
Impacto no Psiquismo
Por Dra Norma A. de Oliveira
Aracaju - SERGIPE - BRASIL
Médica Psiquiatra (RQE: 2898), Mestre em Ciências da Saúde (UFS), Pós graduação em Psicologia
Transpessoal e em Terapia Regressiva; Membro da Associação Brasileira de Psiquiatria, da
Associação Médico-Espírita do Brasil e da Academia de Letras Espíritas de Sergipe. Presidente da
Associação Sergipana de Psiquiatria. Autora dos livros Transtorno Mental sob um Novo Prisma,
Associação entre Depressão e Síndrome Coronariana Aguda e Psicanálise Transpessoal e Terapia
de Vivências Passadas.
Um dos capítulos negligenciados pela medicina
e ciências psicológicas refere-se à importância do desenvolvimento
do bebê dentro do útero materno, as
condições psicossociais a que ele se submete e o impacto
na formação da sua personalidade e os padrões
de comportamento que ele apresentará no decorrer da
sua existência.
Stanislav Grof (2000), psiquiatra, um dos fundadores
da psicologia transpessoal, a partir de pesquisas
em que o ser regride à fase gestacional, desenvolveu,
aprofundou e sinalizou a importância de estarmos atentos,
uma vez que traumas na gestação têm impactos
na construção do psiquismo. Ele aprofundou seus estudos
nos possibilitando uma compreensão de forma
didática, separando a vida intrauterina em quatro fases,
denominando-as matrizes perinatais I, II, III e IV (GROF,
2009). Como o bebê vivencia cada fase, terá reflexos no
decorrer do desenvolvimento da sua personalidade, que
serão manifestados no ambiente psicossocial ao qual
ele se inseriu desde o início da concepção. Teceremos
aqui algumas reflexões sobre a matriz perinatal I e seu
impacto no psiquismo.
A matriz perinatal I inicia com a concepção
e vai até o início das contrações uterinas. Durante
essa fase, há um processo de simbiose entre
o bebê e a mãe, havendo uma profunda ligação
emocional e biológica, como se ambos formassem
apenas um corpo. Se as condições da gestação são
boas, esse é um período favorável para o bebê.
No entanto, sofrimento psíquico, ambientes
barulhentos, uso de álcool, fumo e outras
drogas, doenças metabólicas e infecciosas afetam
o feto, que está sendo inserido em um ambiente
hostil (GROF, 2000).
Os sentimentos e sensações vividas
pela mãe refletem nitidamente no bebê, podendo
aí terem início conflitos existenciais, padrões de
comportamentos repetitivos, transtornos de ansiedade,
fobias, transtornos depressivos, psicoses,
etc. Pessoas que têm dificuldade de sustentar seus
projetos existenciais, que vivem alheias ao que acontece
ao seu redor, que se exaurem facilmente,
estão sempre indispostas, sonham mas não realizam,
podem ter vivenciado experiências dolorosas
nessa fase, como sofrimento físico e psíquico da
mãe, sentimento de rejeição e abandono, tentativas
de aborto, ambiente familiar hostil, etc (GROF,
1997).
Portanto, desde o início da concepção, precisamos
cuidar das necessidades físicas, emocionais, mentais e
espirituais da gestante para que possibilitemos uma
base psicológica saudável e segura para o ser que está
reiniciando mais um ciclo evolutivo.
REFERÊNCIAS:
GROF, Stanislav. A Mente Holotrópica 3. ed. Niterói: Ed Rocco, 2009.
GROF, Stanislav. Psicologia do futuro: lições das pesquisas modernas da consciência. 1. ed. Niterói: Heresis,
2000.
GROF, Stanislav. A Aventura da Autodescoberta 1. ed. Niterói: Summus Editorial, 1997.
8 Atração_janeiro de 2020