Proença em Revista - 1º semestre de 2011

EDITORIAL
João Paulo Catarino
Presidente da Câmara
Há várias décadas que as autarquias viam anualmente aumentadas as suas receitas, que em alguns casos
correspondiam a transferências de novas competências e que implicavam na esmagadora maioria
dos casos aumentos desproporcionados das despesas.
Vivemos desde 2010 a situação inversa, uma redução substancial das receitas directas e indirectas
para as mesmas competências e para outras que, não sendo da competência das autarquias, recaem
sobre elas pela sua proximidade e pela sensibilidade dos seus autarcas.
A continuidade da prestação dos serviços a que estamos obrigados com a qualidade com que o temos
feito, e simultaneamente continuarmos a aposta de modernizar e desenvolver o concelho elevando os
padrões de qualidade para patamares que os proencenses merecem, obriga-nos a fazer opções:
Entregar à iniciativa privada os projectos que ela possa desenvolver de forma mais racional e empresarial,
garantindo a qualidade e os objectivos para que foram criados, e simultaneamente tomar
as rédeas daqueles que possam marcar a diferença no desenvolvimento estratégico do concelho,
nomeadamente na captação e criação de emprego.
Resumindo, transferir para a iniciativa privada projectos que, sendo estratégicos em termos de
desenvolvimento local, atingiram a sua maturidade, como por exemplo o património e a gestão hoteleira,
e concentrarmos grande parte das nossas energias e recursos nos projectos que nos podem
fazer crescer em termos económicos, sociais e populacionais. Movidos por esta estratégia decidimos
alienar a Pousada das Amoras e comprar a totalidade do Parque Empresarial de Proença-a-Nova.
O início da conclusão do IC8, a discussão pública do estudo de impacto ambiental do projecto agro-
-industrial da Derovo SA, o crescimento da empresa OutSystems SA de 6 para mais de 2 dezenas
de engenheiros informáticos e com novas perspectivas de crescimento a curto prazo, estes novos
projectos associados a mais de 1 milhão de euros de fundos comunitários investidos no âmbito do
PRODER em 2 dezenas de empresas do concelho, aliados à situação financeira saudável da autarquia,
tudo isto, e outros tantos projectos em que nos encontramos a trabalhar, leva-nos a pensar que
vale a pena acreditar em nós, no concelho e no País.
As boas decisões políticas, ao contrário das erradas, levam, principalmente para os políticos, demasiado
tempo a tornarem-se visíveis e a produzirem efeitos. Muito embora os projectos a que temos
dedicado grande parte das nossas energias não andem ao ritmo da nossa ansiedade, e da urgência
com que o concelho, a região e o País precisam deles, os seus resultados são já visíveis.
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