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edição de 20 de julho de 2020

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pROdutORAs <strong>de</strong>bAtem<br />

RetORNO e lOw pRice<br />

Retomada em locações<br />

públicas renovou<br />

ânimo do setor. Sérgio<br />

Tikhomiroff, da Mixer,<br />

está otimista. Preço<br />

mais baixo, porém,<br />

preocupa. pág. 24<br />

iNdústRiA <strong>de</strong> limpezA<br />

AmpliA pORtfóliO<br />

Com o aumento dos<br />

cuidados <strong>de</strong> higiene,<br />

marcas lançam produtos<br />

e inauguram categorias,<br />

como OMO, com novos<br />

lenços <strong>de</strong>sinfetantes e<br />

lavan<strong>de</strong>ria. pág. 32<br />

GOOGle cOmpletA<br />

15 ANOs <strong>de</strong> bRAsil<br />

Lauren Pachaly,<br />

head <strong>de</strong> consumer<br />

marketing, relembra<br />

aprendizados com<br />

primeiras campanhas<br />

e explica evolução da<br />

comunicação. pág. 34<br />

propmark.com.br<br />

ANO 56 - Nº 2804 - <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong><strong>20</strong> R$ 15,00<br />

Fotos: Reprodução<br />

pan<strong>de</strong>mia acelera projetos das<br />

montadoras para aluguel <strong>de</strong> carros<br />

O aumento da mobilida<strong>de</strong> individual já era visto como tendência e empresas investiam em<br />

projetos para aten<strong>de</strong>r às novas necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> consumo, com foco no uso e não na posse<br />

do veículo. com a pan<strong>de</strong>mia da covid-19, a busca por mais segurança - seja em veículo<br />

próprio ou alugado - para evitar aglomerações ampliou a <strong>de</strong>manda. Gestão <strong>de</strong> frotas<br />

e serviços com maior conectivida<strong>de</strong> para clientes também ganham atenção. pág. 28<br />

conteúdo esportivo ganha novas<br />

possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> transmissão<br />

experiência do flamengo e fluminense na exibição <strong>de</strong> jogos<br />

em seus canais digitais abre <strong>de</strong>bate sobre profissionalização<br />

do conteúdo dos times. marcas, emissoras <strong>de</strong> tV e rádio<br />

avaliam iniciativas <strong>de</strong> cocriação, como a final do carioca<br />

no sbt e flatV, e apontam <strong>de</strong>safios para o setor. pág. 12


PROTEJA A SI MESMO<br />

E AOS OUTROS.<br />

SEMPRE QUE SAIR,<br />

USE MÁSCARA.<br />

SE TODOS USAREM MÁSCARA, TODOS SE PROTEGEM.<br />

FAÇA SUA PARTE.<br />

Cuidar para flexibilizar: essa é a lição <strong>de</strong> casa.<br />

www.saopaulo.gov.br/coronavírus


editorial<br />

Armando Ferrentini<br />

aferrentini@editorareferencia.com.br<br />

dados animadores na economia<br />

Enquanto na saú<strong>de</strong> o coronavírus prossegue fazendo muitos estragos<br />

em nosso país, na economia a força do brasileiro tem sido<br />

maior, resistindo à gran<strong>de</strong> ameaça da pan<strong>de</strong>mia – apesar <strong>de</strong> milhares<br />

<strong>de</strong> perdas <strong>de</strong> vidas humanas – e conseguindo superar em alguns segmentos<br />

a própria tragédia lá atrás anunciada.<br />

Os jornais <strong>de</strong>ram-nos conta nos últimos dias, por exemplo, da recuperação<br />

do setor imobiliário, cujas vendas em junho (dados do<br />

Secovi-SP) atingiram 85% do esperado para o mês, segundo uma<br />

sondagem preliminar com os associados do Sindicato da Habitação<br />

(dados do Estadão <strong>de</strong> 17/7).<br />

Com a esperada diminuição dos casos fatais em todo o país nas próximas<br />

semanas (previsão <strong>de</strong> cientistas abalizados do setor) e com a <strong>de</strong>scoberta<br />

da vacina que nos imunizará dos efeitos trágicos provocados<br />

pelo atual inimigo nº 1 do planeta, que já matou mais seres humanos<br />

do que muitas guerras travadas entre países (há informações <strong>de</strong> que<br />

até fins <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro teremos a vacina já testada), po<strong>de</strong>mos acreditar<br />

no fim <strong>de</strong>ssa pan<strong>de</strong>mia, que um dia ainda terá <strong>de</strong> ser explicada como<br />

surgiu, envolvendo praticamente todo o nosso planeta.<br />

O importante, porém, é torcermos para que o fim <strong>de</strong>sse drama esteja<br />

realmente próximo, trazendo-nos <strong>de</strong> volta a alegria <strong>de</strong> viver, sem<br />

a preocupação <strong>de</strong> ser alvo <strong>de</strong> um vírus mortal sobre o qual pouco<br />

ainda se conhece.<br />

Quem tem fé que prossiga rezando, pois, além da morte por ele causada,<br />

há um paralelo <strong>de</strong>ntre os humanos mais cuidadosos, ou até<br />

mesmo com maior sorte, uma permanente angústia <strong>de</strong> viver correndo<br />

o risco <strong>de</strong> ser mais uma das milhares <strong>de</strong> vítimas espalhadas pelo<br />

planeta, que não chegaram ao fim, mas sofreram em <strong>de</strong>masia com o<br />

simples contato (?) com essa fera maldita.<br />

***<br />

A boa notícia, para um semanário que cobre o mercado publicitário<br />

brasileiro e algumas vezes ultrapassando esses limites para falar da<br />

ativida<strong>de</strong> praticada lá fora, é que nossos players estão aos poucos retornando<br />

à ativa, um ponto além do home office ao qual seus profissionais<br />

foram con<strong>de</strong>nados.<br />

***<br />

Está em elaboração junto a alguns profissionais que trabalharam com<br />

João Daniel Tikhomiroff, mago da película cinematográfica publicitária<br />

brasileira, equipe a quem o Brasil muito <strong>de</strong>ve dos seus importantes<br />

prêmios publicitários conquistados no Cannes Lions e em outros<br />

importantes festivais do setor, sediados em outras praças do universo<br />

capitalista melhor <strong>de</strong>senvolvido, um projeto <strong>de</strong> documentário contando<br />

a inacreditável evolução da história da propaganda brasileira, a<br />

partir dos anos 1960.<br />

Uma das principais referências será o PROPMARK e o seu diretor, que<br />

já naquela época frequentava esses movimentos <strong>de</strong> valorização da<br />

ativida<strong>de</strong>, procurando balizarem-se na i<strong>de</strong>ia e estrutura <strong>de</strong> Cannes,<br />

na época dividindo a se<strong>de</strong> do evento com Veneza, o que levava o charme<br />

do evento a valores e importâncias incalculáveis.<br />

Muito há que se falar nesse trabalho a ser produzido sob a li<strong>de</strong>rança e<br />

competência profissional <strong>de</strong> João Daniel, um dos gran<strong>de</strong>s artífices da<br />

valorização da propaganda brasileira, junto a uma geração <strong>de</strong> criativos<br />

<strong>de</strong> agências que, somados a ele, tiveram a coragem <strong>de</strong> se perguntar<br />

“E por que não?”, olhando para um produto final publicitário que<br />

já possuía i<strong>de</strong>ias, mas faltava o polimento, a finalização, aquilo que só<br />

os gênios são capazes <strong>de</strong> enxergar e acrescentar.<br />

Voltaremos a esse assunto em edições seguintes a esta no PROPMARK.<br />

***<br />

Po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rar como imperdíveis os seguintes <strong>de</strong>staques <strong>de</strong>sta<br />

edição do PROPMARK:<br />

1. A pan<strong>de</strong>mia acelerou projetos <strong>de</strong> montadoras para o compartilhamento<br />

<strong>de</strong> carros. Marcas investem em soluções como aluguel <strong>de</strong><br />

veículos e gestão <strong>de</strong> frotas, sendo que o receio das pessoas quanto<br />

ao transporte público impulsiona o setor. A matéria assinada pela repórter<br />

Jéssica Oliveira chama a atenção para um ponto <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong><br />

ganhando força também no Brasil: compartilhamento <strong>de</strong> carro e soluções<br />

que colocam o veículo como serviço e não necessariamente<br />

como um bem a ser adquirido.<br />

Logo mais teremos algumas agências reabrindo 100% suas se<strong>de</strong>s,<br />

além <strong>de</strong> o mesmo ocorrer com outras empresas pertencentes a esse<br />

cada vez mais importante setor para o <strong>de</strong>slanche da economia. As casas<br />

<strong>de</strong> mídia, as se<strong>de</strong>s das empresas online, os fornecedores do mercado<br />

e até mesmo escolas como a nossa querida ESPM, que prossegue<br />

formando excelentes profissionais, como formou e consagrou no passado,<br />

hoje ainda fechada em suas unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>vido ao coronavírus.<br />

Se o Cannes Lions <strong>de</strong>u uma excelente <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> criativida<strong>de</strong><br />

este ano, ao não parar <strong>de</strong>vido à pan<strong>de</strong>mia e, ao contrário, inovar com<br />

o uso apropriado dos meios online, consagrando uma vez mais o Brasil,<br />

ao lhe conce<strong>de</strong>r o título <strong>de</strong> Agência da Década através da vitoriosa<br />

e incontestável AlmapBBDO, logo mais teremos o retorno com força<br />

total <strong>de</strong>sse mundo fantástico que é o publicitário, sempre inconformado<br />

com o que acabou <strong>de</strong> concluir hoje, por acreditar que a criativida<strong>de</strong><br />

não tem limite.<br />

2. A pan<strong>de</strong>mia da Covid-19 alterou uma série <strong>de</strong> hábitos dos brasileiros.<br />

Com o isolamento social, as pessoas reduziram a ida aos supermercados<br />

e passaram a adquirir mais produtos, em <strong>de</strong>trimento<br />

<strong>de</strong> outros, por permanecerem mais tempo em casa, por exemplo.<br />

Mas há um comportamento adquirido que veio para ficar, mesmo<br />

após a quarentena: a preocupação maior das pessoas em cuidar <strong>de</strong><br />

si e o aumento dos cuidados em relação a saú<strong>de</strong>, higiene e <strong>de</strong>senvolvimento,<br />

segundo resultados <strong>de</strong> pesquisas e opiniões <strong>de</strong> especialistas.<br />

3. Imperdível também para o leitor a cobertura do evento Live Marketing<br />

pronto para a retomada, realizado pela Ampro, entida<strong>de</strong> do<br />

mercado presidida pelo nosso articulista Alexis Pagliarini.<br />

4. Cobertura da live da ABA com a P&G e Unilever, com <strong>de</strong>bate sobre o<br />

futuro do setor <strong>de</strong> beleza e cosméticos.<br />

4 <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong><strong>20</strong> - jornal propmark


Índice<br />

Montadoras<br />

ampliam serviços<br />

<strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong><br />

Marcas investem em soluções<br />

como aluguel <strong>de</strong> veículos e gestão<br />

<strong>de</strong> frotas. Com a pan<strong>de</strong>mia, receio<br />

das pessoas quanto ao transporte<br />

público impulsiona setor.<br />

Pxhere<br />

cAPA<br />

28<br />

Divulgação<br />

entrevistA<br />

Mastercard observa<br />

adoção <strong>de</strong> tecnologias<br />

Carteiras eletrônicas e pagamentos<br />

por aproximação já são ferramentas<br />

incorporadas na mudança <strong>de</strong> hábitos dos<br />

consumidores. Sarah Buchwitz, VP <strong>de</strong><br />

marketing, fala sobre a importância da<br />

mobilida<strong>de</strong> para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

novos negócios. pág. 18<br />

Un Splash<br />

MercAdo<br />

MÍdiA<br />

Alê Oliveira<br />

covid ameaça carnaval<br />

e cancela Ano novo<br />

MercAdo<br />

Marçal Neto<br />

Calendário <strong>de</strong> <strong>de</strong>sfiles segue in<strong>de</strong>finido.<br />

Autorida<strong>de</strong>s do governo reforçam que as<br />

apresentações no país só vão ocorrer caso<br />

uma vacina seja <strong>de</strong>scoberta. A Prefeitura <strong>de</strong><br />

São Paulo já anunciou o cancelamento do<br />

Ano Novo na Avenida Paulista. pág. 27<br />

evento híbrido da<br />

Ampro estimula setor<br />

A Associação <strong>de</strong> Marketing Promocional,<br />

presidida por Alexis Pagliarini, realizou<br />

o evento O Live Marketing pronto para<br />

a retomada, em São Paulo, com ações<br />

presenciais e virtuais, reunindo mais<br />

<strong>de</strong> 35 executivos. pág. 26<br />

cnn Brasil também<br />

aposta em soft news<br />

Douglas Tavolaro, CEO da CNN Brasil, fala<br />

da aposta do canal em soft news, ou seja,<br />

programas que trazem visões e comentários<br />

mais leves sobre o noticiário. Fazem parte<br />

<strong>de</strong>ssa lista o Mundo Pós-Pan<strong>de</strong>mia, o<br />

Realida<strong>de</strong> CNN, o CNN Séries Originais<br />

e o novo CNN Tonight. pág. 14<br />

editorial ................................................................4<br />

conexões ...............................................................6<br />

curtas ....................................................................8<br />

Agências .............................................................10<br />

Mídia ...................................................................12<br />

inspiração ..........................................................15<br />

storyteller ..........................................................16<br />

entrevista ...........................................................18<br />

Beyond the Line ................................................<strong>20</strong><br />

We Love MKt ......................................................21<br />

opinião ................................................................22<br />

Quem Fez ............................................................23<br />

Produtoras ..........................................................24<br />

Mercado ..............................................................26<br />

digital .................................................................34<br />

Arena do esporte ...............................................36<br />

supercenas .........................................................37<br />

Última Página ....................................................38<br />

jornal propmark - <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong><strong>20</strong> 5


conexões<br />

Linkedin<br />

Post: FCB Brasil traz Paulo Gustavo<br />

em websérie para a Consul<br />

Campanha genial!<br />

Dudi Cotrim<br />

Post: Diageo cria primeira gardorinHo<br />

rafa em papel para Johnnie<br />

Walker<br />

Sensacional, parabéns!<br />

A<strong>de</strong>mir Lima<br />

Post: Google Aca<strong>de</strong>my supera<br />

duas mil horas <strong>de</strong> conteúdo<br />

Gabi Batista, show <strong>de</strong> talento, empatia,<br />

execução e comprometimento.<br />

Simone Rosa<br />

Post: Daniel Martins retorna à<br />

Ogilvy Brasil<br />

Superfeliz lendo essa notícia! Baita<br />

cara e ótima casa!<br />

Marcos Lacerda<br />

Instagram<br />

Post: Campanha da @santiago_<br />

comunicacao: Você po<strong>de</strong> ficar em<br />

casa? Que bom, sua marca, não<br />

Superchamada, parabéns!<br />

@jjacksonhara<br />

Post: Pizza do Subway vira meme<br />

e gera piadas nas re<strong>de</strong>s sociais<br />

Tadinhos, gente! Às vezes foi uma<br />

vez que aconteceu isso.<br />

@vanbarcellini<br />

última Hora<br />

EXPANSÃO<br />

Com passagem pelas<br />

agências Full Jazz, Taterka<br />

e Geometry Global, e<br />

anunciantes como LG<br />

Eletronics e Sony Mobile,<br />

a executiva Thalita<br />

Froes chega à empresa<br />

<strong>de</strong> inteligência <strong>de</strong> dados<br />

Nexxys como head <strong>de</strong><br />

marketing. Ela vai li<strong>de</strong>rar<br />

as áreas <strong>de</strong> branding e<br />

comunicação, inteligência<br />

<strong>de</strong> mercado e parcerias<br />

estratégicas.<br />

INÉDITO<br />

Fundada em 1831, e presente<br />

em 50 países, inclusive<br />

no Brasil, a seguradora<br />

Generalli lançou neste<br />

mês <strong>de</strong> <strong>julho</strong> sua primeira<br />

campanha global. A ação<br />

Lifetime Partner foi criada<br />

pela Dentsu para celebrar<br />

seus mais <strong>de</strong> 150 mil<br />

distribuidores.<br />

CONAR<br />

A Abap indicou para<br />

representar a entida<strong>de</strong> no<br />

colegiado do Conar Priscila<br />

Menezes Menezes (Artplan);<br />

Luciana Rodrigues (Grey);<br />

Carol Escorel (Talent<br />

Marcel); Laura Esteves<br />

(DPZ&T); Andrea Hirata,<br />

(Leo Burnett Tailor<br />

Ma<strong>de</strong>); Priscilla Ceruti<br />

(<strong>de</strong>ntsumcgarrybowen); e<br />

Juliana Nascimento (Fbiz).<br />

Elas se juntam a Adriana<br />

Pinheiro Machado (Tom<br />

Comunicação), Marlene<br />

Bregman (Leo Burnett Tailor<br />

Ma<strong>de</strong>) e Marcia Esteves<br />

(Lew’Lara\TBWA), que<br />

tiveram seus mandatos<br />

renovados até o ano <strong>de</strong> <strong>20</strong>22.<br />

RETORNO<br />

Após longa temporada na<br />

área <strong>de</strong> tra<strong>de</strong> da Ambev,<br />

que <strong>de</strong>ixou há cerca <strong>de</strong><br />

dois anos para comandar<br />

o marketing da calçadista<br />

Usaflex, Oscar Sala Neto<br />

retorna a São Paulo como<br />

CMO da Trizy, startup<br />

do grupo Cosan. A Score<br />

Group conquistou a conta<br />

para as ações <strong>de</strong> tra<strong>de</strong> e<br />

comunicação.<br />

CONCORRÊNCIA<br />

A montadora Toyota está<br />

promovendo concorrência<br />

para contratação <strong>de</strong><br />

agência <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> no<br />

mercado brasileiro. É uma<br />

medida <strong>de</strong> rotina. Mas o<br />

anunciante po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar<br />

a <strong>de</strong>ntsumcgarrybowen<br />

que aten<strong>de</strong> a marca.<br />

Disputam o negócio a<br />

atual fornecedora <strong>de</strong><br />

publicida<strong>de</strong>, Y&R, Africa<br />

e a David. A favorita,<br />

segundo o bastidor da<br />

notícia, é a David.<br />

CONQUISTA<br />

A E/OU-MRM é a nova<br />

agência digital da BR<br />

Distribuidora. Ela foi a<br />

vencedora da concorrência<br />

que ocorreu durante os<br />

meses <strong>de</strong> abril e maio<br />

e será responsável pela<br />

gestão dos canais digitais<br />

da distribuidora <strong>de</strong><br />

combustíveis. “Recebemos<br />

a notícia com satisfação.<br />

Tivemos a experiência <strong>de</strong><br />

participar <strong>de</strong> um processo<br />

<strong>de</strong> concorrência totalmente<br />

a distância bastante<br />

enriquecedor”, afirma o<br />

executivo Fábio Souza,<br />

CEO da agência.<br />

6 <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong><strong>20</strong> - jornal propmark


PARA A SABESP,<br />

A FÓRMULA DA ÁGUA É<br />

HIDROGÊNIO,<br />

OXIGÊNIO E<br />

RESPONSABILIDADE<br />

SOCIOAMBIENTAL.<br />

Des<strong>de</strong> a sua fundação,<br />

a Sabesp traz em seu DNA<br />

a responsabilida<strong>de</strong> social.<br />

Levando água e saneamento<br />

a milhões <strong>de</strong> pessoas,<br />

causando assim<br />

um impacto positivo,<br />

gerando benefícios sociais<br />

e ambientais.<br />

É assim que aten<strong>de</strong>mos<br />

a 60% da população do estado<br />

<strong>de</strong> São Paulo, em 375 municípios.<br />

É assim que nos tornamos<br />

a 3ª maior empresa<br />

<strong>de</strong> saneamento do mundo.<br />

sabesp.com.br


curtas<br />

Peugeot e Fiat apresentam nome<br />

corporativo do seu novo grupo<br />

Marcas que compõem grupo seguem separadas, como Fiat<br />

A Peugeot SA e a Fiat Chrysler<br />

Automobiles anunciaram<br />

semana passada o nome corporativo<br />

do grupo: Stellantis.<br />

O passo é um avanço na sua<br />

fusão 50:50, conforme <strong>de</strong>finido<br />

no Acordo <strong>de</strong> Combinação revelado<br />

em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> <strong>20</strong>19.<br />

Stellantis será usado apenas<br />

para se referir ao grupo, como<br />

marca corporativa. A próxima<br />

ação será mostrar logotipo.<br />

Marcas que compõem o grupo<br />

seguem inalteradas. Até a<br />

conclusão da fusão, empresas<br />

continuam com estruturas<br />

separadas, inclusive como concorrentes.<br />

Stellantis tem raiz<br />

no verbo latino stello, que significa<br />

“iluminar com estrelas”.<br />

Estadão e Honda Motos lançam<br />

projeto para <strong>de</strong>stacar motociclista<br />

Estadão e Honda Motos se<br />

uniram em torno do projeto<br />

Mobilida<strong>de</strong> Estadão Delivery.<br />

É uma campanha sob o mote<br />

O Brasil não parou, ele anda<br />

em duas rodas. A ação tem<br />

duração <strong>de</strong> dois meses e conta<br />

com produção e distribuição<br />

<strong>de</strong> conteúdo pelos canais do<br />

Estadão, com podcasts, matérias<br />

especiais publicadas<br />

na editoria <strong>de</strong> Economia e no<br />

Ca<strong>de</strong>rno Mobilida<strong>de</strong>, além <strong>de</strong><br />

ví<strong>de</strong>os e mídia impressa. O<br />

objetivo é <strong>de</strong>stacar a importância<br />

dos motociclistas, no<br />

período <strong>de</strong> isolamento social.<br />

Segundo a Prefeitura, a capital<br />

possui <strong>20</strong>0 mil motociclistas e<br />

entregadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>livery. Durante<br />

a pan<strong>de</strong>mia, o número <strong>de</strong><br />

pedidos para entrega aumentou<br />

muito. “Em um momento<br />

Fotos: Divulgação<br />

Capa do Mobilida<strong>de</strong> Estadão Delivery<br />

tão importante para o mercado,<br />

é fundamental que nossas<br />

ações estejam alinhadas com<br />

as necessida<strong>de</strong>s dos parceiros.<br />

Oferecemos às agências e anunciantes<br />

parcerias focadas em<br />

resultados”, diz Paulo Pessoa,<br />

diretor comercial do Estadão.<br />

edição <strong>20</strong><strong>20</strong> do ccxP Será virtuAl<br />

Morre JoSé PAulo <strong>de</strong> AndrA<strong>de</strong><br />

hAckerS invA<strong>de</strong>M twitter<br />

CCXP promete ser um megaevento global<br />

A CCXP anunciou semana passada que<br />

sua edição <strong>20</strong><strong>20</strong> será 100% virtual. Após<br />

a edição <strong>de</strong> <strong>20</strong>19, que contou com 280 mil<br />

visitantes em quatro dias, a organização<br />

do evento previa uma edição histórica este<br />

ano. No entanto, a pan<strong>de</strong>mia do coronavírus<br />

impôs novos <strong>de</strong>safios. Por enten<strong>de</strong>r<br />

que o evento traz visitantes <strong>de</strong> todo o Brasil<br />

e seria impru<strong>de</strong>nte reunir um número<br />

tão gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> pessoas diante da situação<br />

atual, a CCXP fará um evento digital e<br />

global, que ganhou um nome e sobrenome<br />

especiais: CCXP Worlds: A Journey of Hope.<br />

O CEO da CCXP, Pierre Mantovani, afirma<br />

que “não será uma simples live”.<br />

Jornalista somava 57 anos na rádio Ban<strong>de</strong>irantes<br />

O jornalista e radialista José Paulo <strong>de</strong><br />

Andra<strong>de</strong>, da rádio Ban<strong>de</strong>irantes, faleceu<br />

na última sexta-feira (17) vítima <strong>de</strong> Covid-19.<br />

Ele estava internado no Hospital<br />

Albert Einstein <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o último dia 7, mas<br />

não resistiu às complicações da doença e<br />

morreu aos 78 anos. O jornalista era casado<br />

e pai <strong>de</strong> dois filhos. Em 1973, José Paulo <strong>de</strong><br />

Andra<strong>de</strong> estreou no comando do programa<br />

O Pulo do Gato, consi<strong>de</strong>rado o mais importante<br />

trabalho <strong>de</strong> sua carreira e uma das<br />

atrações <strong>de</strong> maior audiência do rádio brasileiro.<br />

A atração era apresentada ininterruptamente<br />

por ele <strong>de</strong> lá para cá. O jornalista<br />

somava 57 anos na Ban<strong>de</strong>irantes.<br />

Twitter sofre maior ataque <strong>de</strong> sua história<br />

Uma série <strong>de</strong> contas no Twitter <strong>de</strong><br />

personalida<strong>de</strong>s como Barack Obama e<br />

Joe Bi<strong>de</strong>n, além <strong>de</strong> marcas como Apple<br />

e Uber, foram invadidas por hackers<br />

semana passada. O ataque utilizou perfis<br />

verificados para publicar um golpe envolvendo<br />

criptomoedas. Outras contas<br />

invadidas foram <strong>de</strong> Kanye West, Kim<br />

Kardashian, Warren Buffett, Jeff Bezos e<br />

Mike Bloomberg. Todas postaram tweets<br />

semelhantes solicitando doações via<br />

Bitcoin aos perfis. O gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong><br />

contas impactadas tornou o ataque o<br />

maior inci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> segurança da história<br />

do Twitter.<br />

Diretor-presi<strong>de</strong>nte e jor na lis ta<br />

res pon sá vel<br />

Ar man do Fer ren ti ni<br />

Editora-chefe: Kelly Dores<br />

Editores: Neu sa Spau luc ci, Paulo<br />

Macedo e Alê Oliveira (Fotografia)<br />

Editores-assistentes: Danúbia<br />

Paraizo e Leonardo Araujo<br />

Repórteres: Alisson Fernán<strong>de</strong>z e<br />

Jéssica Oliveira<br />

Revisor: José Carlos Boanerges<br />

Arte: Adu nias Bis po da Luz, Anilton<br />

Rodrigues Marques e Lucas Boccatto<br />

Departamento Comercial<br />

Gerentes: Mel Floriano<br />

mel@editorareferencia.com.br<br />

Tel.: (11) <strong>20</strong>65-0748<br />

Monserrat Miró<br />

monserrat@editorareferencia.com.br<br />

Tel.: (11) <strong>20</strong>65-0744<br />

Diretor Executivo: Tiago A. Milani<br />

Ferrentini<br />

tferrentini@editorareferencia.com.br<br />

Departamento <strong>de</strong> Assinaturas<br />

Coor<strong>de</strong>nadora: Regina Sumaya<br />

regina-sumaya@editorareferencia.com.br<br />

Assinaturas/Renovação/<br />

Atendimento a assinantes<br />

assinatura@editorareferencia.com.br<br />

São Paulo (11) <strong>20</strong>65-0738<br />

Demais estados: 0800 704 4149<br />

Site: propmark.com.br<br />

Redação: Rua Fran çois Coty, 228<br />

CEP 01524-030 – São Pau lo-SP<br />

Tels: (11) <strong>20</strong>65-0772 e <strong>20</strong>65-0766<br />

e- mail: re da cao@prop mark. com.br<br />

O PrO PMar k é uma pu bli ca ção da Edi to ra re fe rên cia Ltda.<br />

rua Fran çois Coty, 228 - São Pau lo - SP<br />

CEP: 01524-030 Tel.: (11) <strong>20</strong>65-0766<br />

as ma té rias as si na das não re pre sen tam ne ces sa ria men te a<br />

opi nião <strong>de</strong>s te jor nal, po <strong>de</strong>n do até mes mo ser con trá rias a ela.<br />

IMPRESSO EM CASA<br />

8 <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong><strong>20</strong> - jornal propmark


Rua Pereira Leite, 55<br />

(11) 3032 3339<br />

eou-mrm.com.br<br />

ADITIVADOS<br />

PARA IR<br />

MAIS LONGE.<br />

E/OU-MRM. A nova agência <strong>de</strong> Digital e CX da BR Distribuidora.


AgênciAS<br />

Após a compra da W3haus, Stefanini<br />

preten<strong>de</strong> realizar novas aquisições<br />

Multinacional brasileira conhecida pelos projetos <strong>de</strong> inteligência artificial,<br />

automação e IoT quer gerar sinergias e ampliar atuação em publicida<strong>de</strong><br />

Paulo Macedo<br />

aquisição da holding Haus,<br />

A que tem na sua estrutura as<br />

marcas W3haus, Huia, Caps e<br />

Now 3, pelo Stefanini foi o primeiro<br />

passo para a formalização<br />

<strong>de</strong> novos negócios na área<br />

<strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> que a multinacional<br />

brasileira presente em 41<br />

países preten<strong>de</strong> realizar.<br />

“Não basta ter um bom produto<br />

do ponto <strong>de</strong> vista tecnológico.<br />

É necessário inspirar<br />

pessoas. Precisamos ter uma<br />

comunicação direta com o mercado<br />

para atrair fluxo <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda,<br />

pois o objetivo é entregar<br />

resultados <strong>de</strong> negócios para<br />

os nossos clientes e sabemos<br />

que o produto é um caminho,<br />

mas a publicida<strong>de</strong> e a comunicação<br />

são ativos superimportantes<br />

para se fazer isso”,<br />

esclarece Guilherme Stefanini,<br />

diretor <strong>de</strong> novos negócios do<br />

Grupo Stefanini, fundado há 32<br />

anos.<br />

“Seguimos avaliando alguns<br />

pipelines, numa linha complementar<br />

ao que já temos no grupo.<br />

Ainda estamos estudando o<br />

que será necessário após a compra<br />

do ecossistema W3haus.<br />

Vamos trabalhar sempre em<br />

conjunto com as ventures que<br />

já existem aqui, avaliando o<br />

caminho que <strong>de</strong>vemos trilhar.<br />

Devem surgir novas aquisições,<br />

mas o foco, nesse momento, é<br />

fazer e acontecer com o que temos<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> casa”, acrescentou<br />

Stefanini.<br />

Trazer novas competências<br />

para a comunicação e marketing<br />

no ambiente digital amplia<br />

as entregas e possibilita<br />

sinergias. “Não vamos na linha<br />

<strong>de</strong> trazer agências e empresas<br />

para competirem entre si pela<br />

mesma conta. Com a chegada<br />

da holding Haus, vamos trazer<br />

ainda mais competência e criar<br />

um ecossistema bem maior <strong>de</strong><br />

comunicação digital. Um exemplo<br />

é a nossa plataforma <strong>de</strong> inteligência<br />

artificial, a Sophie,<br />

que po<strong>de</strong>rá auxiliar na criação<br />

Guilherme Stefanini quer agregar expertises do grupo para reforçar a criativida<strong>de</strong> dos projetos e gerar mais engajamento das pessoas<br />

<strong>de</strong> campanhas e experiências.<br />

Também temos a plataforma<br />

da Inspiring para automação <strong>de</strong><br />

marketing e campanhas personalizadas.<br />

Assim, conseguimos<br />

apresentar as melhores ofertas<br />

para os clientes, as campanhas<br />

ganham mais robustez. O grupo<br />

tem a Gauge, com expertise<br />

em web analytics, UX research<br />

e social listening, para reforçar<br />

a parte <strong>de</strong> comunicação e criação”,<br />

<strong>de</strong>stacou o executivo.<br />

O Stefanini já prestou serviços<br />

pontuais para agências,<br />

mas nada substancial. “Já apresentamos<br />

soluções <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

e robotização para<br />

agências, mas não era um nicho<br />

forte; não era nosso target.”<br />

A tecnologia IoT, nas palavras<br />

<strong>de</strong> Stefanini, vai eliminar<br />

vícios e erros. “A i<strong>de</strong>ia é que a<br />

automação seja utilizada em<br />

ativida<strong>de</strong>s que agregam pouco<br />

valor, liberando as pessoas para<br />

atuar em projetos mais estratégicos.<br />

A inteligência artificial é<br />

uma tendência, pois consegue<br />

“Acredito muito<br />

nessA sinergiA<br />

entre As empresAs<br />

do grupo”<br />

Divulgação<br />

realizar as tarefas <strong>de</strong> forma mais<br />

rápida e eficiente. A tecnologia<br />

chegou para complementar o<br />

trabalho das pessoas. E, para<br />

isso, os profissionais também<br />

precisam ser qualificados para<br />

atuar com IA. A América Latina<br />

tem um gran<strong>de</strong> potencial para<br />

se tornar um hub <strong>de</strong> talentos<br />

em inteligência artificial e outras<br />

tecnologias.”<br />

E o ambiente programático?<br />

Stefanini respon<strong>de</strong>: “É essencial<br />

que as marcas invistam em<br />

segurança para que os clientes<br />

realizem suas compras sem riscos.<br />

Na Stefanini, temos uma<br />

venture especializada em soluções<br />

avançadas <strong>de</strong> inteligência<br />

e cyber <strong>de</strong>fense, a Stefanini Rafael,<br />

direcionada para proteção<br />

<strong>de</strong> operações e projetos mais<br />

amplos <strong>de</strong> IoT. Por enquanto,<br />

a Stefanini Rafael não tem<br />

algo específico para mídia programática,<br />

mas é algo que po<strong>de</strong>mos<br />

trabalhar em conjunto<br />

para aten<strong>de</strong>r às <strong>de</strong>mandas <strong>de</strong><br />

mercado”, finalizou Stefanini.<br />

10 <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong><strong>20</strong> - jornal propmark


mídia<br />

Clubes testam mo<strong>de</strong>los híbridos<br />

<strong>de</strong> produção e distribuição <strong>de</strong> jogos<br />

Experiência do Flamengo no Campeonato Carioca abre discussões<br />

sobre oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> monetização <strong>de</strong> conteúdo na TV e streaming<br />

Reprodução/FlaTV<br />

Conquista do Flamengo contra o Fluminense na final do Campeonato Carioca, na semana passada, foi transmitida pelo SBT na TV aberta e na FlaTV no digital<br />

Danúbia Paraizo<br />

Campeonato Carioca <strong>20</strong><strong>20</strong> acelerou uma<br />

O série <strong>de</strong> tendências e transformações<br />

no mercado esportivo <strong>de</strong> mídia. O retorno<br />

da competição em meio à pan<strong>de</strong>mia da Covid-19<br />

exigiu protocolos <strong>de</strong> segurança rígidos,<br />

inviabilizando o público nos estádios.<br />

A experiência do torcedor, inegavelmente,<br />

precisou ser ressignificada. A começar, pela<br />

ampliação da oferta <strong>de</strong> conteúdo das partidas<br />

no digital.<br />

Fora dos gramados, a situação foi igualmente<br />

atípica. A criação da Medida Provisória<br />

984, pelo presi<strong>de</strong>nte Jair Bolsonaro, em<br />

18 <strong>de</strong> junho, trouxe mudanças na legislação<br />

a respeito dos direitos <strong>de</strong> transmissão dos jogos.<br />

O cenário culminou na rescisão <strong>de</strong> acordos<br />

entre clubes cariocas e a Globo, <strong>de</strong>ixando<br />

incertezas sobre o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> transmissão do<br />

torneio a partir do ano que vem. Por outro<br />

lado, a MP possibilitou que os times assumissem<br />

novos papéis enquanto produtores <strong>de</strong><br />

conteúdo e distribuidores das próprias transmissões.<br />

Foi aberto também espaço para que<br />

veteranos no esporte, como o SBT, pu<strong>de</strong>ssem<br />

retornar ao segmento <strong>de</strong> transmissões após<br />

quase <strong>20</strong> anos.<br />

Em apenas dois meses, os <strong>de</strong>bates sobre<br />

a força do streaming no esporte se intensificaram,<br />

bem como outras questões como a<br />

popularida<strong>de</strong> dos canais sociais dos clubes<br />

e possíveis mo<strong>de</strong>los para sua monetização.<br />

O jogo entre Flamengo e Fluminense pela<br />

final da Taça Rio, no último dia 8 <strong>de</strong> <strong>julho</strong>,<br />

por exemplo, <strong>de</strong>tém o título <strong>de</strong> live mais vista<br />

da história do YouTube globalmente, com<br />

mais <strong>de</strong> 3,5 milhões <strong>de</strong> views simultâneos no<br />

Gabriel Cardoso/ Divulgacão<br />

Müller, do SBT: força da complementarieda<strong>de</strong> dos meios<br />

canal FluTV. O marco, sem dúvida, po<strong>de</strong> <strong>de</strong>spertar<br />

interesse <strong>de</strong> patrocinadores. A partir<br />

<strong>de</strong> experiências bem-sucedidas como essa,<br />

como tornar o formato sustentável do ponto<br />

<strong>de</strong> vista comercial? E quanto aos <strong>de</strong>mais<br />

players, como canais <strong>de</strong> TV, streaming e rádio?<br />

Quais são seus novos papéis e <strong>de</strong>safios<br />

nessa dinâmica? A resposta po<strong>de</strong> estar em<br />

uma palavra-chave: colaboração.<br />

A parceria entre SBT e Flamengo para a final<br />

do Carioca no último dia 15 <strong>de</strong> <strong>julho</strong> po<strong>de</strong><br />

ser um exemplo <strong>de</strong> ganha-ganha. A partida<br />

contra o Fluminense no Maracanã foi transmitida<br />

pela emissora em TV aberta e alcançou<br />

números recor<strong>de</strong>s <strong>de</strong> audiência. O SBT<br />

marcou 27,7 pontos <strong>de</strong> média no Rio <strong>de</strong> Janeiro,<br />

conquistando o primeiro lugar isolado<br />

com 3% <strong>de</strong> vantagem em relação à Globo, em<br />

segundo lugar, <strong>de</strong> acordo com dados da Kantar<br />

Ibope, das 21h às 22h58. A emissora também<br />

comercializou todas as cotas <strong>de</strong> patrocínio<br />

disponíveis no valor <strong>de</strong> R$ 9,8 milhões<br />

cada para Ambev (Brahma Duplo Malte),<br />

Estácio, Havan, Hypera Pharma (Miorrelax),<br />

PicPay e Unilever (Shampoo Clear).<br />

O Flamengo, por sua vez, além <strong>de</strong> ter obtido<br />

receita fruto do acordo com SBT, manteve<br />

transmissão própria pela FlaTV, on<strong>de</strong> obteve<br />

pouco mais <strong>de</strong> um milhão <strong>de</strong> views simultâneos.<br />

Para Fred Müller, diretor <strong>de</strong> negócios e<br />

marketing do SBT, a complementarida<strong>de</strong> dos<br />

12 <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong><strong>20</strong> - jornal propmark


Fotos: Divulgsção<br />

meios tem sido a estratégia utilizada pela<br />

emissora, logo, dividir a transmissão com o<br />

Flamengo não foi vista como concorrência.<br />

“Nosso conteúdo está no YouTube com a<br />

mesma programação da TV e já ultrapassamos<br />

essa curva <strong>de</strong> aprendizado enten<strong>de</strong>ndo<br />

que os comportamentos em cada plataforma<br />

são diferentes. A TV aberta é po<strong>de</strong>rosa tanto<br />

em alcance como em cobertura”, avalia.<br />

Na visão dos patrocinadores, a supremacia<br />

da TV na entrega massiva <strong>de</strong> audiência<br />

segue como principal valor, como <strong>de</strong>staca<br />

Armando Areias, CMO do PicPay. “Des<strong>de</strong> o<br />

ano passado, temos investido em TV aberta,<br />

com estratégia <strong>de</strong> merchandising no Big Brother<br />

Brasil, patrocínio a jogos pontuais da seleção<br />

brasileira, além <strong>de</strong> ativações em outros<br />

programas, como Encontro com Fátima Bernar<strong>de</strong>s<br />

e Domingão do Faustão. O patrocínio à<br />

final do Campeonato Carioca é a continuação<br />

<strong>de</strong>ssa estratégia, queremos que um gran<strong>de</strong><br />

número <strong>de</strong> telespectadores esteja em contato<br />

com a marca simultaneamente e o futebol<br />

é uma ótima aposta”.<br />

Se por um lado, a TV mantém seu papel,<br />

o interesse crescente <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s marcas em<br />

patrocínios no digital, como em torneios <strong>de</strong><br />

eSports, por exemplo, indica um caminho<br />

interessante para os clubes. A Mastercard é<br />

tradicionalmente conhecida pelo patrocínio<br />

da Copa América, Libertadores e seleção brasileira,<br />

mas este ano anunciou parceria global<br />

com a Riot, <strong>de</strong>tentora do game League of<br />

Legends (Lol), um dos mais jogados no Brasil<br />

e no mundo. O time <strong>de</strong> Lol do Flamengo, inclusive,<br />

foi campeão brasileiro do torneio em<br />

<strong>20</strong>19. “Para nosso atual momento <strong>de</strong> marca,<br />

os patrocínios não representam somente a<br />

oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gerar brand awareness. O<br />

objetivo maior é criar conexões reais e verda<strong>de</strong>iras<br />

com nosso público.<br />

Um dos gran<strong>de</strong>s propósitos<br />

ao apoiar uma nova iniciativa<br />

é, justamente, gerar engajamento<br />

e conversa, além<br />

<strong>de</strong> aflorar novas paixões”,<br />

<strong>de</strong>staca Sarah Buchwitz, VP<br />

<strong>de</strong> marketing e comunicação<br />

da Mastercard Brasil e<br />

Cone Sul.<br />

“falta olhar para<br />

o legado, para<br />

quanto a marca<br />

vale. o mo<strong>de</strong>lo não<br />

<strong>de</strong>veria ser só o<br />

jogo ao vivo”<br />

Documentário Last Dance, da Netflix, ESPN e NBA, narra a era <strong>de</strong> ouro do Chicago Bulls sobre a li<strong>de</strong>rança <strong>de</strong> Michael Jordan<br />

Dare to Play, no BarçaTV+, mostra a visão das jogadoras do clube a respeito dos <strong>de</strong>safios no futebol<br />

NegóCios No digital<br />

Para Amir Somoggi, CEO da consultoria<br />

Sports Value, a crise da Covid-19 acelerou os<br />

processos, mas a transformação digital dos<br />

clubes é uma tendência nos últimos anos.<br />

Mas para que ela se intensifique, o olhar em<br />

relação ao marketing e principais fortalezas<br />

do clube precisa mudar. “Não dá para imaginar<br />

que o clube só funciona em dia <strong>de</strong> jogo.<br />

O <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> marketing não po<strong>de</strong> trabalhar<br />

apenas <strong>de</strong> quarta a domingo. Parece<br />

que nada acontece nos dias que antece<strong>de</strong>m o<br />

jogo. É preciso criar oportunida<strong>de</strong>s em patrocínios,<br />

não po<strong>de</strong> ser só marca no uniforme”.<br />

Em sua visão, <strong>de</strong>vem se sair melhor os<br />

clubes que souberem aproveitar conteúdos<br />

exclusivos para atrair audiência. E isso in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong><br />

das transmissões dos jogos ao vivo.<br />

Não à toa, há times no exterior com receitas<br />

cada vez mais sólidas<br />

com mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> vi<strong>de</strong>o on<br />

<strong>de</strong>mand. O Barcelona, por<br />

exemplo, lançou em junho<br />

<strong>de</strong>ste ano o Barça TV+, plataforma<br />

<strong>de</strong> streaming com<br />

mais <strong>de</strong> mil horas com documentários,<br />

séries originais<br />

e outros conteúdos <strong>de</strong><br />

bastidor. A assinatura custa<br />

4,99 euros. “No Brasil, falta olhar para o<br />

legado do clube, para quanto a marca vale.<br />

O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócio não <strong>de</strong>veria ser só o<br />

jogo ao vivo, há muito mais a ser consumido,<br />

como noticiário, newsletter etc.”, avalia.<br />

Como exemplo, Somoggi <strong>de</strong>staca o documentário<br />

Last Dance, da NBA, ESPN e Netflix<br />

sobre a era <strong>de</strong> ouro do Chicago Bulls na liga.<br />

“Apenas com imagens <strong>de</strong> arquivo, produziram<br />

um material <strong>de</strong> excelente qualida<strong>de</strong> que<br />

fez a busca por produtos do time e da liga<br />

multiplicar no Brasil”.<br />

Para Paulo Calça<strong>de</strong>, comentarista do<br />

canal ESPN Brasil, há inúmeras oportunida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> conteúdo que os clubes po<strong>de</strong>m<br />

aproveitar. “Os treinamentos são em sua<br />

maioria fechados para a imprensa, mas a TV<br />

do clube tem acessos privilegiados, exclusivos.<br />

Isso tem valor, dá para ven<strong>de</strong>r. Há uma<br />

série <strong>de</strong> produtos e proprieda<strong>de</strong>s, como entrevistas<br />

coletivas e conteúdos <strong>de</strong> bastidor<br />

que geram valor”.<br />

Se do ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> conteúdo, os clubes<br />

estão muito bem servidos, há um ponto<br />

crítico <strong>de</strong> atenção na entrega. Para E<strong>de</strong>r Luiz,<br />

diretor <strong>de</strong> esportes e narrador da Transamérica<br />

São Paulo, o movimento dos clubes no<br />

digital é válido e legítimo, mas a proposta<br />

é diferente dos meios tradicionais. “Os<br />

clubes estão procurando novos caminhos,<br />

se profissionalizando na comunicação, no<br />

entanto, essas transmissões têm formatos<br />

diferentes das realizadas pelas emissoras,<br />

on<strong>de</strong> o objetivo é uma cobertura ampla <strong>de</strong><br />

todos os clubes e com isenção”.<br />

Calça<strong>de</strong>, da ESPN Brasil, reforça a opinião<br />

do colega. Para ele, a mistura entre<br />

entretenimento e jornalismo é uma questão<br />

que <strong>de</strong>ve ser observada pelos clubes.<br />

“Mesmo no chamado jornalismo profissional,<br />

vemos reclamações sobre a falta <strong>de</strong><br />

isenção no futebol. Mas existe a busca pelo<br />

equilíbrio no conteúdo. Já nas produções<br />

dos clubes, a paixão toma todo o espaço.<br />

Alguns clubes optaram até por não falar<br />

os nomes do jogadores adversários. Para o<br />

torcedor, essa paixão faz sentido, mas ela é<br />

sustentável para o negócio?”.<br />

jornal propmark - <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong><strong>20</strong> 13


mídia<br />

CNN Brasil abre espaço para soft<br />

news com programas <strong>de</strong> varieda<strong>de</strong>s<br />

Canal estreou na última semana o talk show CNN Tonight; o CEO<br />

Douglas Tavolaro fala que i<strong>de</strong>ia é trazer visões mais leves sobre noticiário<br />

KELLY DORES<br />

Na semana passada, a CNN<br />

Brasil estreou o programa<br />

CNN Tonight, um talk show que<br />

reúne jornalismo e varieda<strong>de</strong>s.<br />

Com exibição <strong>de</strong> segunda a<br />

quinta-feira, a nova atração vai<br />

abordar um assunto diferente<br />

a cada dia. A apresentação é da<br />

advogada e comentarista Gabriela<br />

Prioli, da jornalista Mari<br />

Palma e do historiador Leandro<br />

Karnal, recém-contratado pelo<br />

canal. O talk show faz parte da<br />

vertente que a emissora chama<br />

<strong>de</strong> soft news para complementar<br />

a aposta no hard news.<br />

“A CNN aposta no hard news<br />

ao longo da maior parte da sua<br />

programação. Do Agora CNN,<br />

que começa às 4h da manhã,<br />

ao Jornal da CNN, que termina<br />

às 22h30, esse é o foco da programação.<br />

Em outra vertente,<br />

temos aberto espaço também<br />

ao chamado soft news, ou seja,<br />

programas que trazem visões e<br />

comentários mais leves sobre o<br />

noticiário. Fazem parte <strong>de</strong>ssa<br />

lista o Mundo Pós-Pan<strong>de</strong>mia,<br />

o Realida<strong>de</strong> CNN, o CNN Séries<br />

Originais e outros produtos”,<br />

conta Douglas Tavolaro, CEO e<br />

foun<strong>de</strong>r da CNN Brasil.<br />

A expectativa é criar uma<br />

marca forte no fim da noite,<br />

com um programa divertido,<br />

inteligente, leve e agradável, e<br />

dar à audiência uma opção <strong>de</strong><br />

talk show que estimule a reflexão<br />

sobre temas importantes<br />

da nossa vida, com apresentadores<br />

marcantes, diz Tavolaro.<br />

Sobre a contratação <strong>de</strong> Leandro<br />

Karnal, o executivo ressalta<br />

que o talento do historiador<br />

dispensa apresentações.<br />

“Karnal é um professor, um dos<br />

gran<strong>de</strong>s intelectuais brasileiros,<br />

dono <strong>de</strong> cultura vastíssima<br />

e <strong>de</strong> carisma inegável. Ele tem<br />

se <strong>de</strong>stacado com seus livros,<br />

palestras e em entrevistas nos<br />

últimos anos. Já estava mais<br />

do que na hora <strong>de</strong> o Karnal ter<br />

uma participação fixa em um<br />

programa <strong>de</strong> TV. Na companhia<br />

O talk show CNN Tonight, que reúne jornalismo e varieda<strong>de</strong>s, tem apresentação <strong>de</strong> Gabriela Prioli, Mari Palma e Leandro Karnal<br />

<strong>de</strong> Mari Palma e Gabriela Prioli,<br />

po<strong>de</strong>rá mostrar todo o seu talento<br />

e saber”. Tavolaro afirma<br />

que muitas novida<strong>de</strong>s e contratações<br />

estão previstas para o<br />

segundo semestre e, em breve,<br />

serão anunciadas.<br />

Segundo ele, por conta da<br />

quarentena e do isolamento, a<br />

“Temos fi<strong>de</strong>lizado<br />

uma audiência<br />

qualificada e<br />

exigenTe”<br />

Douglas Tavolaro: “Em pouco mais <strong>de</strong> 100 dias, já causamos muito barulho”<br />

Fotos: Alê Oliveira e Divulgação<br />

audiência da TV, <strong>de</strong> modo geral,<br />

aumentou, e da TV paga também.<br />

“A procura por notícias<br />

aumentou. Este é o momento<br />

atual. No futuro, é possível que<br />

o home office ganhe mais espaço,<br />

reforçando essa tendência,<br />

mas ainda é preciso aguardar<br />

para ver como a socieda<strong>de</strong> vai<br />

se adaptar aos novos tempos”.<br />

O executivo <strong>de</strong>staca que os<br />

números <strong>de</strong> audiência da CNN<br />

são consistentes. “Temos fi<strong>de</strong>lizado<br />

uma audiência qualificada<br />

e exigente. Temos mais<br />

<strong>de</strong> 80% <strong>de</strong> nossa audiência no<br />

público AB. Esse é um número<br />

mais alto do que todos os<br />

canais do segmento news, da<br />

nossa concorrência direta. Nossos<br />

números no digital também<br />

são muito animadores. Competimos<br />

com canais que estão há<br />

décadas no ar. Em pouco mais<br />

<strong>de</strong> 100 dias, já causamos muito<br />

barulho. Acreditamos que o trabalho<br />

terá cada vez mais amplitu<strong>de</strong><br />

ao logo do tempo”, avalia.<br />

14 <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong><strong>20</strong> - jornal propmark


inspiração<br />

Fake news<br />

“Atualmente, é impossível monitorar manualmente todos os sites<br />

quando compramos mídia utilizando blocklist em leilão aberto”<br />

AdriAno Antonio MArques<br />

especial para o ProPMArK<br />

Estamos percebendo nas últimas semanas<br />

uma onda <strong>de</strong> discussões acerca das fake<br />

news, da responsabilização <strong>de</strong> empresas que<br />

anunciam em sites duvidosos e da mídia<br />

programática. Eu já trabalho com publicida<strong>de</strong><br />

e com ferramentas <strong>de</strong> anúncios há anos e,<br />

por isso, o objetivo <strong>de</strong>sse artigo é esclarecer<br />

alguns pontos sobre o tema e colaborar na<br />

discussão.<br />

Quando falamos especificamente sobre<br />

brand safety (que seria a segurança da marca)<br />

e brand suitability (que seria o local i<strong>de</strong>al<br />

para a marca estar), ainda não é uma tarefa<br />

tão fácil para os compradores <strong>de</strong> mídia garantirem<br />

que todas as políticas das marcas<br />

sejam seguidas quando estão comprando em<br />

leilão aberto. São centenas <strong>de</strong> milhares <strong>de</strong><br />

sites e, portanto, uma verificação manual é<br />

inviável.<br />

Não entendo como “culpa” <strong>de</strong>sses anunciantes<br />

- o mais a<strong>de</strong>quado seria chamarmos<br />

<strong>de</strong> negligência ou incapacida<strong>de</strong> (calma, eu<br />

vou explicar). A tecnologia ainda não cobre<br />

100% da necessida<strong>de</strong>, e os <strong>de</strong>tentores <strong>de</strong><br />

plataformas dizem que os anunciantes têm<br />

todo o controle e po<strong>de</strong>m criar todos os tipos<br />

<strong>de</strong> bloqueios. Na prática, eles estão apenas<br />

transferindo a responsabilida<strong>de</strong> ou se isentando.<br />

A meu ver, essa responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve<br />

ser compartilhada entre plataformas, publishers,<br />

agências e anunciantes. Atualmente,<br />

é impossível monitorar manualmente todos<br />

os sites quando compramos mídia utilizando<br />

blocklist em leilão aberto, pois a cada dia<br />

aparece um website novo ou o mesmo website<br />

troca <strong>de</strong> en<strong>de</strong>reço várias vezes. Para isso,<br />

seria necessário um batalhão <strong>de</strong> pessoas. Por<br />

outro lado, não há tecnologia eficiente para<br />

garantir a veracida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 100% dos websites,<br />

longe disso.<br />

Há mais nuances: jornalistas po<strong>de</strong>m cometer<br />

enganos. E, quando é um jornalista<br />

sério, há uma retratação. Isso é fake news?<br />

Claro que não! Até para humanos po<strong>de</strong> ser<br />

difícil <strong>de</strong>tectar algumas nuances do conceito<br />

<strong>de</strong> fake news.<br />

Claro que todos enten<strong>de</strong>m que as fake<br />

news procuram obter alguma vantagem com<br />

a propagação <strong>de</strong> uma mentira. A complexida<strong>de</strong><br />

para uma máquina com toda evolução <strong>de</strong><br />

IA conseguir enten<strong>de</strong>r essas sutilezas ainda<br />

não é uma tarefa fácil. Gran<strong>de</strong>s empresas <strong>de</strong><br />

tecnologia que levantam a ban<strong>de</strong>ira contra as<br />

fake news pe<strong>de</strong>m ajuda para empresas <strong>de</strong> jornalismo<br />

para executar verificações com mais<br />

precisão – a boa e velha verificação humana.<br />

O princípio da boa compra é saber o que<br />

se está comprando – qualida<strong>de</strong> do produto,<br />

procedência, falar com o ven<strong>de</strong>dor, ter um<br />

histórico <strong>de</strong> utilização, conhecer a marca e<br />

muito mais. Isso vale para qualquer tipo <strong>de</strong><br />

produto ou serviço, da manutenção da sua<br />

casa ao biscoito, automóvel, qualquer coisa.<br />

Se você não sabe muita coisa sobre o que está<br />

comprando é muito provável que você faça<br />

uma compra ruim – e não seria diferente com<br />

a compra <strong>de</strong> anúncios. Ter acordos diretos<br />

com publishers <strong>de</strong> confiança é primordial<br />

para uma boa qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> entrega, alinhamento<br />

aos objetivos da campanha e proteção<br />

da marca.<br />

Quando passamos por instabilida<strong>de</strong>s e<br />

mudanças, sejam na economia, no posicionamento<br />

<strong>de</strong> marcas ou qualquer questão <strong>de</strong><br />

credibilida<strong>de</strong>, em um primeiro momento o<br />

i<strong>de</strong>al é procurar um porto seguro. Temos visto<br />

anunciantes com estratégias diferentes,<br />

como garimpar entre centenas <strong>de</strong> milhares<br />

<strong>de</strong> sites e criar blocklists imensas, ou criar<br />

wishlists <strong>de</strong> sites e crescer conforme houver<br />

segurança e credibilida<strong>de</strong> em mais websites.<br />

Começar com uma wishlist <strong>de</strong> domínios com<br />

maior audiência, por exemplo, os top ranking<br />

da Comscore, po<strong>de</strong> ser uma boa estratégia<br />

para não per<strong>de</strong>r alcance nas campanhas.<br />

Destaco a importância dos anunciantes<br />

nesse ecossistema <strong>de</strong> fake news. Eles precisam<br />

enten<strong>de</strong>r que na melhor hipótese estão<br />

financiando projetos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sinformação,<br />

eventualmente po<strong>de</strong>ndo financiar grupos <strong>de</strong><br />

guerrilha, racistas, fanatismo ou terroristas.<br />

Entendo que todos precisam entregar seus<br />

resultados, mas qual o custo disso?<br />

Também a importância <strong>de</strong> veículos com<br />

credibilida<strong>de</strong> na informação está cada vez<br />

mais clara para todos: precisamos <strong>de</strong> fontes<br />

seguras em um momento <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>sinformação.<br />

Adriano Antonio Marques é AdTech and Data<br />

Director na divisão <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> do UOL<br />

jornal propmark - <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong><strong>20</strong> 15


STORYTELLER<br />

Unsplash<br />

Pedaços <strong>de</strong> ontens<br />

O estabelecimento vivia na maior<br />

pindaíba, <strong>de</strong>vendo a todo mundo e com<br />

o risco <strong>de</strong> sofrer uma ação <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejo<br />

LULA VIEIRA<br />

Eu e todos meus amigos e amigas confinados<br />

e confinadas estamos procurando<br />

sarna para se coçar. Ou seja: ocupar<br />

dignamente as horas que ganhamos. O que<br />

fazer do tempo que perdíamos no ir e vir<br />

do trabalho. No meu caso, estou gastando<br />

exatamente 30 segundos para sair <strong>de</strong> casa<br />

e chegar no escritório. Como utilizar com<br />

um mínimo <strong>de</strong> proveito estas horas que<br />

surgiram do nada? Eu <strong>de</strong>cidi arrumar os<br />

arquivos <strong>de</strong> textos que cometi ao longo da<br />

vida. É uma quantida<strong>de</strong> fantástica, mesmo<br />

em se tratando <strong>de</strong> inutilida<strong>de</strong>s. Claro que<br />

os milhares <strong>de</strong> páginas que guar<strong>de</strong>i não<br />

significam nada diante <strong>de</strong> um único poema<br />

<strong>de</strong> Drummond. Mas é minha vida transformada<br />

em prosa. E, pelo menos para mim,<br />

relembrar-me tem sido uma diversão. Ainda<br />

hoje achei um texto que escrevi há tempos<br />

contando uma passagem com Miele,<br />

<strong>de</strong> quem tive a honra <strong>de</strong> editar e <strong>de</strong> quem<br />

tenho muita sauda<strong>de</strong>. A história é a seguinte.<br />

Miele foi dono <strong>de</strong> uma boate chamada<br />

Monsieur Pujol, que fez algum sucesso na<br />

década <strong>de</strong> 1970. Sucesso <strong>de</strong> público e <strong>de</strong> crítica,<br />

já que era um en<strong>de</strong>reço badalado e estava<br />

sempre cheia, mas um tremendo fracasso<br />

financeiro, eventualmente porque os<br />

donos e os amigos dos donos eram os maiores<br />

consumidores da casa e não tinham o<br />

saudável hábito <strong>de</strong> pagar a conta.<br />

Em outras palavras, o estabelecimento<br />

vivia na maior pindaíba, <strong>de</strong>vendo a todo<br />

mundo e sempre com o risco <strong>de</strong> sofrer uma<br />

ação <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejo. Vai daí que num <strong>de</strong>terminado<br />

dia ocorre no Rio <strong>de</strong> Janeiro um casamento<br />

<strong>de</strong> arromba, nível internacional,<br />

daqueles <strong>de</strong> sair semanas a fio nas colunas<br />

sociais. Veio gente do mundo inteiro para<br />

prestigiar a festa, um escândalo <strong>de</strong> iates e<br />

jatinhos particulares. No dia seguinte da<br />

festança os pais da noiva resolvem levar alguns<br />

convidados internacionais para jantar<br />

e escolhem justamente o Monsieur Pujol,<br />

que tinha no começo da madrugada um belo<br />

show com algum artista famoso. Fizeram<br />

uma mesa gigantesca e mandaram ver no<br />

champanhe e no caviar, gastando uma verda<strong>de</strong>ira<br />

fortuna a cada minuto, para total<br />

felicida<strong>de</strong> do Miele, que ia fazendo contas<br />

mentalmente. A cada rodada <strong>de</strong> champanha,<br />

<strong>de</strong> uísque 24 anos ou <strong>de</strong> caviar beluga,<br />

o Miele raciocinava: está salvo o aluguel,<br />

aí vai o papagaio do banco, amanhã tem<br />

festa no açougue e assim por diante. Lá pelas<br />

quatro da madrugada pe<strong>de</strong>-se a conta.<br />

Foi mais ou menos por estimativa, já que à<br />

certa altura não <strong>de</strong>u mais para controlar. O<br />

freguês, sem ao menos conferir sacou um<br />

talão <strong>de</strong> cheque do banco que ele era dono<br />

(o que afastaria a hipótese <strong>de</strong> qualquer problema<br />

com ausência <strong>de</strong> fundos) e arredondou<br />

o valor. Só a arredondada já dava para<br />

fechar a folha <strong>de</strong> pagamento do mês inteiro.<br />

Miele estava aos prantos. Tanto ele quanto<br />

o maître foram levar os ilustres convidados<br />

até a saída da boate, que tinha uma bela escadaria<br />

<strong>de</strong> mármore <strong>de</strong>scendo para a rua.<br />

Estavam trocando amabilida<strong>de</strong>s quando lá<br />

do fundo vem uma vozinha: “hei, mister,<br />

psiu!” Era um garçom balançando um papelzinho.<br />

Fez se silêncio, na expectativa <strong>de</strong><br />

se <strong>de</strong>scobrir o que estava acontecendo. O<br />

cara abre espaço entre as pessoas, mostra o<br />

papelucho para o milionário e diz: “doutor,<br />

o cigarro não está incluído!” Miele afasta<br />

o inoportuno dizendo entre<strong>de</strong>ntes que ele<br />

pagaria. Mas o fulaninho não enten<strong>de</strong>u direito<br />

o recado e continuou: “o cigarro é por<br />

fora, é uma gentileza da moçada aí pros fregueses,<br />

tá me enten<strong>de</strong>ndo?”<br />

Miele no <strong>de</strong>sespero dá um empurrão no<br />

infeliz para se livrar do mal-estar. Mas calculou<br />

mal a força, ou a raiva <strong>de</strong>u uma turbinada<br />

e o resultado foi que o pobre garçom<br />

<strong>de</strong>sabou escadaria abaixo, catando cavaco.<br />

Pior: foi levando as pessoas, num festival<br />

<strong>de</strong> peles, bolsas <strong>de</strong> grife, sapatos <strong>de</strong> crocodilo.<br />

A porta que dava para a rua era <strong>de</strong><br />

vidro, não resistiu às trombadas e ruiu. O<br />

bolo <strong>de</strong> gente se esparramou pela calçada.<br />

Miele no topo da escada, vendo aquela zona<br />

toda, aquela barulheira imensa, tentou<br />

manter sua fleuma e acenava para as pessoas<br />

como se nada tivesse acontecido, como<br />

se aquela fosse a mais natural maneira <strong>de</strong><br />

se sair <strong>de</strong> uma boate. “Apareçam sempre,<br />

apareçam sempre!” Não foi por isso que o<br />

Monsieur Pujol fechou.<br />

PS.: eu sei que não se escreve “ontens”. Mas a<br />

culpa é da língua. Há muitos ontem na vida.<br />

Lula Vieira é publicitário, diretor do Grupo Mesa<br />

e da Approach Comunicação, radialista, escritor,<br />

editor e professor<br />

lulavieira.luvi@gmail.com<br />

16 <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong><strong>20</strong> - jornal propmark


entreviSta<br />

Sarah Buchwitz<br />

vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> marketing e comunicação<br />

Brasil e Cone Sul da Mastercard<br />

O BraSileirO<br />

adOta rápidO<br />

aS tecnOlOgiaS<br />

cOm SentidO<br />

para ele<br />

O<br />

isolamento social, causado pela Covid-19,<br />

trouxe novos comportamentos para o<br />

consumidor. Uma <strong>de</strong>ssas mudanças foi<br />

a adoção <strong>de</strong> novos meios <strong>de</strong> pagamento,<br />

como transações por aproximação e carteiras<br />

eletrônicas, que diminuem o risco <strong>de</strong> contaminação.<br />

Nesta entrevista, Sarah Buchwitz, vice-presi<strong>de</strong>nte<br />

<strong>de</strong> marketing e comunicação Brasil e Cone Sul da<br />

Mastercard, fala sobre os principais impactos que<br />

a companhia sentiu nos últimos meses, sobre o<br />

processo <strong>de</strong> adaptação das campanhas e ações, e o<br />

que mudou na relação com os consumidores. Além<br />

disso, a executiva comenta sobre a parceria com<br />

o Facebook, para a realização <strong>de</strong> pagamentos via<br />

WhatsApp, e sobre a importância da mobilida<strong>de</strong> para<br />

o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> negócios.<br />

Alisson Fernán<strong>de</strong>z<br />

Que balanço a Mastercard faz <strong>de</strong>stes<br />

últimos meses em que o país enfrenta<br />

o isolamento social?<br />

Todos nós tivemos <strong>de</strong> nos<br />

adaptar, né? Tenho muita sorte<br />

<strong>de</strong> trabalhar na Mastercard, uma<br />

empresa que já adotava o sistema<br />

<strong>de</strong> home office. Então, isso já fazia<br />

parte do nosso dia a dia e as nossas<br />

equipes e agências se adaptaram<br />

muito rápido com esse novo<br />

sistema. Sobre a nossa estratégia<br />

<strong>de</strong> marca, ela não mudou. A linha<br />

estratégica continua a mesma, o<br />

que mudou foram as ações. Por<br />

exemplo, o nosso foco para o público<br />

portador dos cartões Black e<br />

Platinum era o das viagens e o da<br />

gastronomia. Viagens, agora, não<br />

dá para falar, não faz sentido. Então,<br />

adaptamos o que havíamos<br />

planejado e trouxemos a websérie<br />

Crie novos hábitos, comece o que<br />

não tem preço, com o chef Alex<br />

Atala, para falar mais <strong>de</strong>ste novo<br />

momento do consumidor. Outro<br />

<strong>de</strong>staque foi o movimento Faça<br />

parte, comece o que não tem preço,<br />

que é o nosso compromisso <strong>de</strong><br />

doação <strong>de</strong>, no mínimo, dois milhões<br />

<strong>de</strong> pratos <strong>de</strong> alimentos. Nós<br />

já anunciamos uma parceria com<br />

iFood e Recarga Pay, e fizemos<br />

uma live com os cantores Gilberto<br />

Gil e Iza para também arrecadar<br />

fundos para a ONG Ação da Cidadania.<br />

O fato <strong>de</strong> a Mastercard ser uma companhia<br />

global ajudou na adaptação<br />

das ações no país?<br />

Sem dúvida, nos ajudou muito. Já<br />

estávamos acompanhando, não<br />

só os resultados <strong>de</strong> negócios, mas<br />

como os consumidores, clientes e<br />

o mercados estavam agindo nessas<br />

ondas da pan<strong>de</strong>mia. Então,<br />

antes mesmo <strong>de</strong> ela chegar com<br />

força no Brasil, nós já estávamos<br />

pensando no que fazer, como<br />

adaptar as nossas estratégias e<br />

como passar essas informações<br />

para os nossos clientes.<br />

O esporte e a música são pilares que<br />

fazem parte da estratégia <strong>de</strong> comunicação<br />

da marca há algum tempo.<br />

Como você adaptou o seu planejamento<br />

já que eventos que envolvem<br />

essas áreas foram suspensos?<br />

A incerteza é o que mais nos<br />

<strong>de</strong>ixa tensos. A UEFA, por exemplo,<br />

anunciou que vai ter alguns<br />

jogos finais <strong>de</strong> portões fechados.<br />

Então, além <strong>de</strong> uma mudança<br />

drástica das ações, existe também<br />

uma incerteza muito gran<strong>de</strong> do<br />

que está acontecendo e como trabalhar<br />

com ela. Nossa estratégia<br />

<strong>de</strong> patrocínio é focada em paixões<br />

e, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>la, temos alguns territórios<br />

como arte, gastronomia e<br />

esporte. Dentro <strong>de</strong> esportes temos<br />

um portfólio muito rico como, por<br />

exemplo, o campeonato <strong>de</strong> games<br />

League of Legends. Então, apesar<br />

<strong>de</strong> o futebol estar parado, fizemos<br />

uma concentração no que está<br />

acontecendo. Em três semanas, o<br />

campeonato brasileiro <strong>de</strong> League<br />

of Legends se adaptou, porque ele<br />

acontecia em gran<strong>de</strong>s estúdios,<br />

voltou em um novo formato e nós<br />

aproveitamos este momento para<br />

não <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> nos conectar com o<br />

consumidor. Sobre a UEFA, este<br />

ano não vamos ter um evento ao<br />

vivo para levar os consumidores,<br />

mas já estamos pensando em<br />

como trazer essas experiências<br />

para o digital.<br />

A marca apostou no ‘boom’ das lives<br />

e patrocinou o show do cantor Gilberto<br />

Gil com a Iza. Teremos outras<br />

novida<strong>de</strong>s neste segmento?<br />

Acredito que fomos muito felizes<br />

com a live do Gil e da Iza. O resultado<br />

foi uma gran<strong>de</strong> surpresa.<br />

Agora, estamos buscando quais<br />

serão as próximas novida<strong>de</strong>s, não<br />

só <strong>de</strong> música, mais <strong>de</strong> games e <strong>de</strong><br />

todos os outros territórios que<br />

nós já somos proprietários. Para<br />

a Mastercard precisa ser algo que<br />

realmente não tem preço, uma experiência<br />

priceless. Então, po<strong>de</strong><br />

ser <strong>de</strong>s<strong>de</strong> um encontro inusitado,<br />

uma experiência gastronômica<br />

com um chef ou, até mesmo, uma<br />

mistura <strong>de</strong> sentidos. Precisamos<br />

ser ainda mais criativos, mas<br />

sempre se atentando à essência<br />

da marca. Este é o gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio.<br />

A pan<strong>de</strong>mia acelerou a introdução da<br />

tecnologia na vida <strong>de</strong> muitas pessoas.<br />

Como a Mastercard analisa a mudança<br />

<strong>de</strong> hábitos dos consumidores?<br />

Neste caso, houve um impacto<br />

positivo para o nosso negócio. As<br />

transações, que nós chamamos<br />

<strong>de</strong> cartão não presente, ou seja,<br />

todas as transações online, cresceram<br />

bastante neste momento.<br />

Apesar da recessão e da crise econômica,<br />

houve um crescimento<br />

muito gran<strong>de</strong> das transações online<br />

e também dos pagamentos por<br />

aproximação. O brasileiro adota<br />

muito rápido as tecnologias que<br />

fazem sentido para a vida <strong>de</strong>le.<br />

Essa mudança fortalece a tecnologia<br />

<strong>de</strong> pagamento por aproximação?<br />

Você acredita que o consumidor já<br />

está mais acostumado?<br />

Sim, ele está mais acostumado.<br />

Realizamos uma pesquisa sobre<br />

o pagamento por aproximação e<br />

observamos que 69% dos brasileiros<br />

entrevistados dizem que<br />

a Covid-19 os incentivou a fazer<br />

pagamentos por aproximação. Já<br />

80% das pessoas enten<strong>de</strong>m que o<br />

dinheiro po<strong>de</strong> gerar mais risco <strong>de</strong><br />

contaminação. E outros 14% <strong>de</strong>ixaram<br />

<strong>de</strong> usar dinheiro durante a<br />

pan<strong>de</strong>mia. Para um país que ainda<br />

usa muito dinheiro, este é um<br />

dado bastante relevante. Além<br />

disso, 78% dizem que o método<br />

é seguro. Não só <strong>de</strong> segurança<br />

transacional, mas <strong>de</strong> carregar o<br />

dinheiro e <strong>de</strong> limpeza. Outros fatores<br />

que agora também fazem<br />

parte das nossas preocupações.<br />

O smartphone é praticamente uma<br />

extensão da vida do usuário. Você<br />

acredita que a mobilida<strong>de</strong> é uma<br />

peça importante para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> novos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> negócios?<br />

Costumo dizer que o consumidor<br />

está acostumado a fazer<br />

tudo pelo telefone. Seja assistir a<br />

sua novela favorita, fazer um pa-<br />

18 <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong><strong>20</strong> - jornal propmark


gamento no banco online, falar<br />

com os parentes e, hoje, até festas<br />

acontecem. Então, ele espera<br />

o mesmo comportamento no que<br />

diz respeito ao meio <strong>de</strong> pagamento.<br />

Em uma das pesquisas que<br />

realizamos, 75% dos entrevistados<br />

informaram que querem realizar<br />

pagamentos via celular <strong>de</strong><br />

uma forma rápida. Então, não é<br />

só a indústria, este é um <strong>de</strong>sejo<br />

do consumidor. Ele espera mandar<br />

dinheiro com a mesma rapi<strong>de</strong>z<br />

que manda uma mensagem<br />

<strong>de</strong> voz. Estamos trabalhando em<br />

uma série <strong>de</strong> soluções e tecnologias<br />

<strong>de</strong> meios <strong>de</strong> pagamentos para<br />

aten<strong>de</strong>r essa necessida<strong>de</strong> do consumidor.<br />

Falando em novos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> negócios,<br />

recentemente, a Mastercard<br />

anunciou uma parceria com o Facebook<br />

para a realização <strong>de</strong> pagamentos<br />

via WhatsApp. Como isso vai funcionar?<br />

Foi uma gran<strong>de</strong> parceria. O<br />

Brasil foi o primeiro país a receber<br />

essa novida<strong>de</strong>. A experiência <strong>de</strong><br />

consumo é muito fácil e simples.<br />

Lançamos inicialmente com duas<br />

fintechs, mas essa iniciativa no<br />

momento está parada. O Banco<br />

Central do Brasil emitiu uma nova<br />

regra relacionada ao ecossistema<br />

<strong>de</strong> pagamentos no país e exigiu<br />

a suspensão do serviço <strong>de</strong> pagamentos<br />

via WhatsApp. Vamos<br />

aten<strong>de</strong>r à solicitação do Banco<br />

Central e continuaremos focados<br />

no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um ambiente<br />

<strong>de</strong> pagamentos mais inovador,<br />

inclusivo, seguro e competitivo<br />

para consumidores e empresas<br />

brasileiras. O importante, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />

do parceiro, da<br />

tecnologia, da plataforma, é a experiência<br />

do consumidor. Nosso<br />

foco é com a inovação. Queremos<br />

trazer para o consumidor o que<br />

ele quer, que é uma transação instantânea<br />

para fazer pagamentos<br />

rápidos e <strong>de</strong> uma forma segura.<br />

Essa iniciativa em outros países já<br />

está mais avançada ou não?<br />

Com o Facebook, temos nos<br />

Estados Unidos uma ferramenta<br />

<strong>de</strong>ntro do Messenger. Mas no<br />

WhatsApp, somente no Brasil.<br />

“Precisamos<br />

ser ainda<br />

mais<br />

criativos,<br />

mas semPre<br />

se atentando<br />

à essência<br />

da marca”<br />

Divulgação<br />

Muitos anunciantes vão <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong><br />

anunciar no Facebook por conta <strong>de</strong><br />

movimentos políticos, raciais e fake<br />

news. Qual a posição da Mastercard?<br />

Os <strong>de</strong>safios crescentes em<br />

nossa socieda<strong>de</strong> persistem e, em<br />

alguns casos, estão se intensificando.<br />

Mas racismo, violência e<br />

discurso <strong>de</strong> ódio não têm lugar<br />

em nosso mundo. Estamos trabalhando<br />

com nossos parceiros<br />

e com o Facebook para enten<strong>de</strong>r<br />

os compromissos e as medidas<br />

que serão tomadas para lidar com<br />

as acusações levantadas. No momento,<br />

não tomamos nenhuma<br />

<strong>de</strong>cisão sobre a nossa publicida<strong>de</strong><br />

nessas plataformas, mas continuaremos<br />

avaliando a situação em<br />

relação aos padrões estabelecidos<br />

por nós.<br />

Que aprendizado a pan<strong>de</strong>mia po<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ixar para a indústria?<br />

A pan<strong>de</strong>mia tem nos <strong>de</strong>ixado<br />

mais humanos. Então, neste dia<br />

a dia em casa, on<strong>de</strong> todos estão<br />

mais expostos, vulneráveis, preocupados<br />

com a saú<strong>de</strong> do corpo e<br />

da mente, tudo isso tem nos <strong>de</strong>ixado<br />

mais conscientes <strong>de</strong> que existem<br />

pessoas por trás das marcas<br />

e instituições. Outro aprendizado<br />

é a aceleração da digitalização. A<br />

gente fala muito <strong>de</strong> transformação<br />

e, no final, ela veio como uma avalanche.<br />

Falamos muito do processo<br />

<strong>de</strong> inovação, mas quando o consumidor<br />

tem a necessida<strong>de</strong>, a marca<br />

precisa estar mais preparada. O<br />

papel da marca com a socieda<strong>de</strong><br />

também é um outro aprendizado.<br />

Há muitos anos se fala em propósito,<br />

mas agora é a hora da verda<strong>de</strong>.<br />

É a hora em que eles precisam sair<br />

do power point e virar realida<strong>de</strong> e<br />

se transformar em ação. Este é um<br />

momento muito importante para<br />

as marcas colocarem seus propósitos<br />

em prática, como a Mastercard<br />

fez colocando o movimento Faça<br />

parte, comece o que não tem preço,<br />

que não é um movimento <strong>de</strong> um<br />

dia, <strong>de</strong> um mês, mas sim <strong>de</strong> um<br />

“14%<br />

<strong>de</strong>ixaram<br />

<strong>de</strong> usar<br />

dinheiro<br />

durante a<br />

Pan<strong>de</strong>mia”<br />

período on<strong>de</strong> estamos <strong>de</strong>volvendo<br />

algo para a socieda<strong>de</strong>. Falando<br />

sobre o futuro, sim, nós estamos<br />

mais humanos e não po<strong>de</strong>mos<br />

esquecer que vamos passar por<br />

uma gran<strong>de</strong> recessão econômica.<br />

Os próximos meses serão muitos<br />

difíceis, mas vamos continuar focando<br />

na nossa estratégia e conversando<br />

com o nosso público <strong>de</strong><br />

uma forma que seja relevante com<br />

o contexto.<br />

jornal propmark - <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong><strong>20</strong> 19


eyond the line<br />

Divulgação<br />

Just do it!<br />

Para nós, era o momento <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrar ao<br />

mercado que dá pra fazer! O evento foi ótimo<br />

Alexis Thuller PAgliArini<br />

Tomei emprestado um dos – na minha<br />

opinião – melhores slogans da atualida<strong>de</strong><br />

para me inspirar neste texto. Just do<br />

it! Isso simboliza para mim, <strong>de</strong> forma clara<br />

e objetiva, qual <strong>de</strong>ve ser a atitu<strong>de</strong> nesse<br />

momento tão conturbado das nossas vidas.<br />

Faça! Tem muita gente por aí que está confundindo<br />

distanciamento social e resguardo<br />

com imobilismo.<br />

Chegamos a quatro meses <strong>de</strong> quarentena,<br />

em função <strong>de</strong> uma pan<strong>de</strong>mia sem prece<strong>de</strong>ntes.<br />

O que você fez neste período?<br />

Teve gente que travou! É natural: é uma<br />

situação totalmente nova e impactante. De<br />

repente, nossas vidas foram mudadas, sem<br />

que tivéssemos optado por isso.<br />

Seus efeitos foram – e continuam sendo –<br />

<strong>de</strong>vastadores. Negócios foram zerados em<br />

alguns setores. Empregos foram ceifados e<br />

há muita gente <strong>de</strong>sesperada perante essa<br />

situação angustiante. Noticiários diários<br />

dão um clima ainda mais macabro, expondo<br />

gráficos com mortes e dramas <strong>de</strong> famílias<br />

que per<strong>de</strong>ram seus entes.<br />

Uma tragédia! Mas, para nós, que felizmente<br />

ainda estamos passando incólumes,<br />

o que nos resta? Eu diria: ajudar no que for<br />

possível e... fazer!<br />

Passo um testemunho pessoal: neste<br />

período, como lí<strong>de</strong>r <strong>de</strong> uma instituição<br />

representativa <strong>de</strong> um setor, procurei me<br />

resguardar (como todo mundo <strong>de</strong>ve fazer),<br />

mas também enxergar que tipos <strong>de</strong> ações<br />

seriam cabíveis nesse quadro <strong>de</strong> limitações.<br />

Logicamente que partimos para o home<br />

office – como quase todo mundo –, mas<br />

não paramos um dia sequer.<br />

Mantivemos o time <strong>de</strong> colaboradores,<br />

que está trabalhando como nunca, e tomamos<br />

uma atitu<strong>de</strong> radical: <strong>de</strong>ixamos nossa<br />

se<strong>de</strong> física e adotamos o regime home office<br />

para sempre (ou pelo menos sem data<br />

para reverter). É um home office <strong>de</strong>finitivo!<br />

Ou melhor anywhere office. O colaborador<br />

<strong>de</strong>cidirá on<strong>de</strong> quer trabalhar.<br />

Nós provemos ca<strong>de</strong>iras ergonômicas e<br />

ajuda <strong>de</strong> custo para criar um ambiente <strong>de</strong><br />

trabalho a<strong>de</strong>quado nas suas casas, mas<br />

se a opção for ir para um café ou para um<br />

parque ou ainda qualquer outro ambiente,<br />

tudo bem. O importante é manter as entre-<br />

gas e a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalho. Apesar das<br />

múltiplas reuniões virtuais, não abandonaremos<br />

os encontros presenciais. Agora que<br />

já há a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se frequentar bares<br />

e restaurantes, além <strong>de</strong> outros espaços, a<br />

i<strong>de</strong>ia é que nos reunamos presencialmente<br />

uma vez por semana, num local escolhido<br />

pelos colaboradores – cada semana um dos<br />

colaboradores escolhe o local.<br />

Também contaremos com parceiros para<br />

usar espaços físicos para reuniões <strong>de</strong> maior<br />

importância. Uma nova fase, <strong>de</strong> flexibilida<strong>de</strong><br />

e compartilhamento. Conto toda essa<br />

história para exemplificar o tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão<br />

que tomamos no meio da pan<strong>de</strong>mia.<br />

Depois <strong>de</strong> 27 anos, a Ampro <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ter<br />

uma se<strong>de</strong>. E tudo bem! Dá pra fazer assim!<br />

Continuando o testemunho pessoal, divido<br />

com você mais um exemplo <strong>de</strong> “fazer”.<br />

Na semana passada, realizamos um<br />

gran<strong>de</strong> evento para discutir o live marketing<br />

por inteiro. Entre palestrantes e <strong>de</strong>batedores,<br />

foram 35 lí<strong>de</strong>res mobilizados! Alguns<br />

tiveram um belo palco à disposição,<br />

no Teatro WTC, e outros pu<strong>de</strong>ram participar<br />

remotamente, online.<br />

Logicamente, o público (aproximadamente<br />

300 pessoas) acompanhou remotamente,<br />

das suas casas, mas tivemos experiências<br />

presenciais, como um almoço oferecido<br />

a jornalistas e convidados, no local<br />

do evento, no L’Atelier. Será que <strong>de</strong>víamos<br />

fazer?<br />

Para alguns, há muitos motivos para não<br />

fazer. Para nós, era o momento <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrar<br />

ao mercado que dá pra fazer! Com todo<br />

o cuidado, seguindo rígidos protocolos,<br />

mas optando por fazer. O evento foi ótimo,<br />

repleto <strong>de</strong> experiências híbridas e ninguém<br />

se sentiu ameaçado.<br />

Até porque tomamos todas as precauções.<br />

Desculpe ocupar este espaço para<br />

esse relato pessoal, mas o faço pensando<br />

em estimular a ação. Sabemos que ainda há<br />

muito receio <strong>de</strong> se romper o retiro que nos<br />

foi imposto. Mas as próprias autorida<strong>de</strong>s<br />

estão flexibilizando.<br />

A partir do dia 27/7, já serão permitidos<br />

eventos com público sentado em São Paulo.<br />

Vamos retomar! Com todo o cuidado, respeitando<br />

a pan<strong>de</strong>mia, seguindo protocolos.<br />

Mas vamos fazer!<br />

Alexis Thuller Pagliarini é presi<strong>de</strong>nte-executivo da<br />

Ampro (Associação <strong>de</strong> Marketing Promocional)<br />

alexis@ampro.com.br<br />

<strong>20</strong> <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong><strong>20</strong> - jornal propmark


We<br />

mkt<br />

Max Rovensky/Unsplash<br />

What a difference<br />

a day makes...<br />

“Tudo o que se vê não é igual ao<br />

que a gente viu há um segundo”<br />

Nelson Motta, Lulu Santos<br />

Francisco alberto Madia <strong>de</strong> souza<br />

Na canção magistralmente imortalizada<br />

por Dinah Washington, a diferença<br />

que faz um único dia - “twenty-four little<br />

hours...”. Na canção <strong>de</strong> Lulu Santos e Nelson<br />

Motta, “um segundo...”. Montadoras<br />

<strong>de</strong> automóveis e seus reven<strong>de</strong>dores eram<br />

amigos fraternos e inseparáveis. E assim<br />

caminharam na vida e nos negócios durante<br />

décadas. Montadoras fabricando e<br />

ven<strong>de</strong>ndo através <strong>de</strong> seus queridos e leais<br />

reven<strong>de</strong>dores. Mas, e como nada é para<br />

sempre, os ventos da mudança obrigam reconsi<strong>de</strong>rações.<br />

E assim, anos atrás, surgiram<br />

as primeiras locadoras <strong>de</strong> automóveis,<br />

que só podiam comprar seus carros em<br />

reven<strong>de</strong>doras. As montadoras recusavam-<br />

-se a recebê-las. Mais adiante, cresceram<br />

e, diante do volume, para não furar as reven<strong>de</strong>doras,<br />

as locadoras converteram-se,<br />

também, em reven<strong>de</strong>doras, e assim passaram<br />

a ter direito aos mesmos <strong>de</strong>scontos das<br />

reven<strong>de</strong>doras. E, pelo volume comprado,<br />

<strong>de</strong>scontos adicionais...<br />

Seguiu a vida, as locadoras foram ganhando<br />

importância até mergulharmos na<br />

crise estrutural, na disrupção dos mo<strong>de</strong>los,<br />

e as pessoas caminhando cada vez mais<br />

para usar, em vez <strong>de</strong> ter. Alugar e não mais<br />

comprar. A importância das locadoras cresceu,<br />

e ainda com a vantagem <strong>de</strong> que não<br />

pagam o ICMS, mais todos os <strong>de</strong>scontos<br />

substanciais que passaram a receber pelo<br />

volume das compras. Conclusão, no fim do<br />

ano passado, 49% <strong>de</strong> todas as vendas da<br />

indústria automobilística brasileira concentraram-se<br />

nas locadoras. A bem da verda<strong>de</strong>,<br />

em apenas 3, mais <strong>de</strong> 80% <strong>de</strong> todas<br />

essas vendas. E aí, e com essa vantagem e<br />

por <strong>de</strong>corrência, as locadoras converteram-<br />

-se nas maiores reven<strong>de</strong>doras <strong>de</strong> carros<br />

usados do país. Conclusão, as três viraram<br />

as donas do negócio <strong>de</strong> automóveis no Brasil!<br />

Até o Carnaval <strong>de</strong>ste ano, as locadoras<br />

estavam matando as reven<strong>de</strong>doras. E passaram<br />

a mandar no jogo. E aí as reven<strong>de</strong>doras<br />

se mobilizaram e tramitava um projeto<br />

<strong>de</strong> lei na Câmara dos Deputados regulando<br />

as compras das locadoras direto nas<br />

montadoras. De número 3.844, <strong>de</strong> autoria<br />

do <strong>de</strong>putado Mario Henrique, do PDT-MG,<br />

estabelecendo que as locadoras só po<strong>de</strong>m<br />

ven<strong>de</strong>r seus automóveis 24 meses <strong>de</strong>pois<br />

da compra. Quando, <strong>de</strong> repente, não mais<br />

que <strong>de</strong> repente, Covid-19! Mas, e antes, um<br />

registro. De como o comportamento dos<br />

proprietários <strong>de</strong> automóveis vem mudando,<br />

e redirecionando a ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> valor. Lá<br />

atrás, virada do milênio, menos <strong>de</strong> 10% das<br />

vendas das montadoras eram as chamadas<br />

vendas diretas. A participação das locadoras<br />

inexpressiva. Em <strong>20</strong>14, as vendas diretas<br />

saltaram para 28%; 33%, em <strong>20</strong>16; 39%,<br />

em <strong>20</strong>17; 42%, em <strong>20</strong>18; e no mês <strong>de</strong> setembro<br />

<strong>de</strong> <strong>20</strong>19, 49%! Em síntese, a indústria<br />

caminhava para fechar a década ven<strong>de</strong>ndo<br />

<strong>de</strong> forma indireta apenas meta<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua<br />

produção. A outra meta<strong>de</strong>, para as locadoras...<br />

Três... Meses atrás, tão importante<br />

para essas três maiores locadoras quanto<br />

a locação, era o negócio <strong>de</strong> venda <strong>de</strong> usados.<br />

Localiza, Movida e Unidas, no segundo<br />

trimestre <strong>de</strong> <strong>20</strong>19, por exemplo, tinham,<br />

respectivamente, 58%, 65% e 55% <strong>de</strong> suas<br />

receitas <strong>de</strong>correntes da venda <strong>de</strong> usados. E<br />

aí veio a Covid-19. Apaga tudo.<br />

“Tudo o que se viu não foi”, ou “what a<br />

difference a day ma<strong>de</strong>”. Em menos <strong>de</strong> 90<br />

dias a situação das locadoras, prósperas<br />

e vitoriosas até ontem, é <strong>de</strong> causar pena.<br />

Mergulham em direção ao caos e a miséria!<br />

Mais <strong>de</strong> 80% dos motoristas <strong>de</strong> Uber<br />

e assemelhados <strong>de</strong>volveram seus carros.<br />

Neste momento, as três locadoras passam<br />

o tempo todo tentando convencê-los a<br />

continuar com os carros. Não é que ficaram<br />

“boazinhas”. Apenas não têm o que<br />

fazer e muito menos on<strong>de</strong> guardar os mais<br />

<strong>de</strong> <strong>20</strong>0 mil carros <strong>de</strong>volvidos. O valor da<br />

locação, que meses atrás era <strong>de</strong> uma diária<br />

entre R$ 80 a R$ <strong>20</strong>0, hoje é... Menos<br />

<strong>de</strong> R$ 50... E com um, dois, ou três dias da<br />

semana <strong>de</strong> bonificação... Qual a solução?<br />

Não Tem! Os chamados “Acts of God, ou<br />

Força Maior, quando acontecem, só reza.<br />

Lembram da música que a Doris Day – que<br />

por sinal não se encontra mais por aqui –<br />

cantava? “Que será, será / Whatever will<br />

be will be / The future´s not ours to see /<br />

Que será, será / What will be will be...”.<br />

What will be will bee...<br />

Francisco Alberto Madia <strong>de</strong> Souza<br />

é consultor <strong>de</strong> marketing<br />

famadia@madiamm.com.br<br />

jornal propmark - <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong><strong>20</strong> 21


opinião<br />

John Schnobrich/Unsplash<br />

prontidão para a<br />

nova era do consumo<br />

TaTiana Souza<br />

tecnologia é parte integral <strong>de</strong> nossas<br />

A vidas. Está presente em nosso cotidiano,<br />

sendo cada vez mais essencial para<br />

diferentes ativida<strong>de</strong>s. Principalmente<br />

no cenário atual, em que os processos <strong>de</strong><br />

transformação digital e novos hábitos <strong>de</strong><br />

consumo, acelerados pela pan<strong>de</strong>mia, fazem<br />

nossas rotinas muito mais <strong>de</strong>safiadoras.<br />

Um novo ambiente em que pessoas<br />

mais conectadas e exigentes buscam por<br />

marcas inovadoras no relacionamento<br />

com os consumidores - fazendo da tecnologia<br />

fator extremamente relevante<br />

para geração <strong>de</strong> negócios. Nesse contexto,<br />

cresce a busca por métricas ágeis, que<br />

apresentem visões parciais<br />

e atuais para embasar tanto<br />

a otimização <strong>de</strong> resultados<br />

quanto mudança <strong>de</strong> estratégia<br />

a cada ação. É uma evolução<br />

importante no mercado<br />

<strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>, que se inicia<br />

numa cultura mais digital e<br />

traz muitos aprendizados para<br />

toda ca<strong>de</strong>ia.<br />

Criar projetos capazes <strong>de</strong><br />

elevar a consi<strong>de</strong>ração pelas<br />

marcas, gerando melhores resultados,<br />

é um esforço conjunto entre anunciantes,<br />

agências e veículos. Nunca foi tão<br />

importante alimentar o relacionamento<br />

para enten<strong>de</strong>r o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> cada negócio<br />

e buscar a melhor solução. Nesse processo,<br />

parcerias ganham status ainda mais<br />

estratégicos.<br />

Estamos testando muito mais e isso é importante<br />

no processo <strong>de</strong> inovação. Temos<br />

apostado em caminhos inéditos, buscando<br />

soluções customizadas e os melhores resultados<br />

para nossos parceiros varejistas.<br />

Temos, também, <strong>de</strong>senvolvido mo<strong>de</strong>los<br />

<strong>de</strong> atribuição que conversam diretamente<br />

com as estratégias <strong>de</strong> nossos clientes. Com<br />

isso, já é possível afirmar que a tecnologia<br />

“O<br />

cOnsumidOr<br />

exige uma<br />

pOstura<br />

ágil para<br />

aten<strong>de</strong>r<br />

suas nOvas<br />

escOlhas”<br />

tem bastante a oferecer para transformar<br />

pontos <strong>de</strong> contato em vendas. E, para que<br />

isso aconteça, o trabalho em conjunto precisa<br />

ser protagonista. Compartilhar dados<br />

e informações com parceiros confiáveis e<br />

estratégicos, garantindo também a transparência,<br />

a privacida<strong>de</strong> e a autonomia do<br />

usuário, é essencial para o monitoramento<br />

das ações. Um acompanhamento que tem<br />

como diferencial importante a maturida<strong>de</strong><br />

em tecnologia dos envolvidos.<br />

Ao uso <strong>de</strong> ferramentas já bastante difundidas<br />

como QR Co<strong>de</strong> e entregas segmentadas<br />

serão incluídos novos serviços, conforme<br />

as soluções tecnológicas evoluem. Elas<br />

po<strong>de</strong>m ser criadas para aten<strong>de</strong>r <strong>de</strong>safios específicos<br />

<strong>de</strong> uma marca ou po<strong>de</strong>m<br />

surgir em resposta a necessida<strong>de</strong>s<br />

dos consumidores. Na televisão,<br />

por exemplo, em pouco tempo teremos<br />

a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> entregas<br />

dinâmicas, com capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

segmentação, além do uso <strong>de</strong> evoluções<br />

tecnológicas em projetos <strong>de</strong><br />

conteúdo. Aliar criativida<strong>de</strong>, interpretação<br />

<strong>de</strong> dados e tecnologia<br />

será cada vez mais essencial para<br />

profissionais e empresas se <strong>de</strong>stacarem<br />

no mercado, entre concorrentes<br />

e consumidores.<br />

E manter a tecnologia permeada às estratégias<br />

<strong>de</strong> comunicação é diferencial<br />

competitivo no mercado. Ajuda não apenas<br />

a alcançar os melhores resultados,<br />

mas também a fazer as perguntas corretas,<br />

competência capaz <strong>de</strong> virar o jogo e <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senhar novos cenários. Essa nova visão<br />

sobre comunicação nasce da curiosida<strong>de</strong><br />

e interesse genuíno em conhecer o consumidor,<br />

mantendo o foco em seus <strong>de</strong>sejos e<br />

necessida<strong>de</strong>s. E promete levar o mercado<br />

a outro patamar, fortalecendo os vínculos<br />

entre pessoas e marcas. E, seja qual for a<br />

plataforma, <strong>de</strong>vemos estar sempre preparados<br />

para rápidas transformações, acompanhando<br />

esta nova era do consumo.<br />

Tatiana Souza, diretora comercial para o<br />

segmento <strong>de</strong> Comércio da Globo<br />

tatiana.souza@g.globo<br />

22 <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong><strong>20</strong> - jornal propmark


quEm fEz<br />

Paulo Macedo paulo@propmark.com.br<br />

aUTocUiDaDo<br />

Bater na tecla da proteção à pele é recorrente<br />

no discurso <strong>de</strong> Nivea. Sob o conceito Seu rosto<br />

diz muito sobre você, a marca está mais uma<br />

vez nos canais <strong>de</strong> mídia para atualizar seu<br />

mantra mercadológico. O filme criado pela<br />

One Touch, hub do Publicis para o anunciante<br />

que no Brasil é representado pela LBTM, <strong>de</strong>staca<br />

o carinho com a pele.<br />

LEO BURNETT TAILOR MADE<br />

NIVEA<br />

Fotos: Divulgação<br />

Título: Rostos; CCO: Marcelo Reis; ECD: Pedro Prado;<br />

diretora <strong>de</strong> criação: Alessandra Sadock; redatora:<br />

Ligia Men<strong>de</strong>s; diretor <strong>de</strong> arte: Fernando Patuco;<br />

produção: Mo<strong>de</strong>rnista; direção: Camila Falis; som:<br />

Tesis; aprovação: Andrea Bó, Marcela Falconti, Rachid<br />

Antun, Elisa Sister e Bruno Narchi.<br />

EXpoSiÇÃo<br />

O isolamento social po<strong>de</strong> gerar tensão na<br />

intimida<strong>de</strong> do lar. Esse excesso <strong>de</strong> exposição<br />

está na estrutura da nova campanha da<br />

Lacta. Mas será que um chocolatinho po<strong>de</strong><br />

fazer uma aproximação emocional? Para a<br />

marca, certamente que sim. A compra <strong>de</strong><br />

mídia foi conduzida pela David, que conquistou<br />

o negócio por alinhamento global.<br />

WIEDEN+KENEDDY<br />

MONDELEZ<br />

Título: ‘Amigas’ e ‘Pai’; ECDs: Renato Simões e<br />

Edu Lima; redatores: Daniel Neme, Luz Arroyo e<br />

Lucas Antunes; diretor <strong>de</strong> arte: Andriws Vilela;<br />

produção: Vetor Zero; direção: Fabio Acorsi; áudio:<br />

Loud; aprovação: Paloma Di Santo, Isabela<br />

Elias e Jaqueline Gimenes.<br />

panorâmica<br />

Com plano <strong>de</strong> mídia que contempla as TVs<br />

abertas e as fechadas CNN, Globonews e GNT,<br />

além da rádio Jovem Pan, a Trisul quer promover<br />

os features <strong>de</strong> novo projeto no tradicional<br />

bairro da Vila Madalena, em São Paulo.<br />

Especialmente a vista panorâmica. O anunciante<br />

fala que o segmento está recuperando<br />

fôlego, com base em dados do Secovi/SP.<br />

SAGRADA COMUNICAÇÃO<br />

TRISUL<br />

Título: Mirant Vila Madalena; produto: empreendimento<br />

imobiliário; direção geral <strong>de</strong> criação: Renato<br />

Bruchmann; criação: Tomas Tolosa e Beto Shintate;<br />

direção executiva: Denise Petrone; produção:<br />

Pontual Filmes; aprovação: Lucas Araujo e<br />

Luan Cunha.<br />

jornal propmark - <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong><strong>20</strong> 23


produtoraS<br />

Setor tem impacto financeiro com<br />

produções remotas e teme mo<strong>de</strong>lo<br />

Orçamentos mais reduzidos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> início da pan<strong>de</strong>mia geram apreensão<br />

no segmento que teme que mo<strong>de</strong>lo prevaleça com liberação do live action<br />

Paulo Macedo<br />

Luz, câmera, ação! Será?<br />

Apesar da assinatura do<br />

protocolo para a retomada das<br />

produções <strong>de</strong> filmes publicitários<br />

em locações públicas e<br />

estúdios, algumas produtoras<br />

estão temerosas <strong>de</strong>vido à prática<br />

<strong>de</strong> preços menores nesse<br />

período no qual prevaleceram<br />

as produções remotas, o uso <strong>de</strong><br />

banco <strong>de</strong> imagens, letterings e<br />

animação.<br />

Preço, porém, está na pauta.<br />

Nas concorrências o sentimento<br />

é que o valor a ser pago<br />

fique alinhado com o mo<strong>de</strong>lo<br />

usado na pan<strong>de</strong>mia, que diminuiu<br />

radicalmente o valor dos<br />

filmes. Na fase 2 da flexibilização,<br />

acordada entre a Prefeitura<br />

<strong>de</strong> São Paulo e entida<strong>de</strong>s setoriais<br />

como a Apro (Associação<br />

Brasileira da Produção <strong>de</strong> Obras<br />

Audiovisuais), a exigência <strong>de</strong><br />

higienização exige um custo<br />

mínimo <strong>de</strong> R$ 15 mil.<br />

“Não sou contra esse gasto,<br />

mas os anunciantes querem pagar<br />

pouco. O custeio razoável<br />

<strong>de</strong> uma produção com 15 profissionais<br />

é <strong>de</strong> R$ 150 mil. E <strong>de</strong>sse<br />

valor temos <strong>de</strong> <strong>de</strong>duzir <strong>20</strong>% <strong>de</strong><br />

impostos e aguardar dois meses<br />

para receber. Temos <strong>de</strong> nos<br />

a<strong>de</strong>quar, mas muitas produtoras<br />

não estão aguentando”, diz<br />

Antonio Carlos Accioly, sócio da<br />

Square Pixel. “Algumas marcas<br />

são mais sensíveis. Meu sócio<br />

Raphael Dias, que dirigiu The<br />

Refugee Nation para a Anistia<br />

Internacional, tem conseguido<br />

fazer bons trabalhos <strong>de</strong> forma<br />

remota como o que a Coca-Cola<br />

se compromete a zerar resíduos<br />

até <strong>20</strong>30. Momento <strong>de</strong> atenção”,<br />

recomenda Accioly.<br />

Armando Ruivo, sócio da<br />

Trator 232, ainda vê timi<strong>de</strong>z.<br />

“Vão ter picos e vales. Mas não<br />

dá para fazer uma entrega pagando<br />

menos. Em muitos casos,<br />

é melhor não aceitar. Filme<br />

precisa gerar lucro. O aprendizado<br />

envolve toda a ca<strong>de</strong>ia,<br />

inclusive sindicatos. Muita gen-<br />

Cena da campanha da AlmapBBDO para o WhatsApp que materializa o novo jeito <strong>de</strong> realização entre as agências e seus fornecedores<br />

Diego Villas Bôas, head <strong>de</strong> produção audiovisual da AlmapBBDO: versatilida<strong>de</strong><br />

Fotos: Divulgação<br />

te está pegando e aceitando as<br />

condições. Mas temos <strong>de</strong> ser<br />

racionais”, pon<strong>de</strong>rou Ruivo.<br />

Apesar <strong>de</strong> estar sendo veiculado<br />

neste mês <strong>de</strong> <strong>julho</strong>, o<br />

comercial A lenda se superou,<br />

para o lançamento do novo Fiat<br />

Strada, a Alice Filmes produziu<br />

o trabalho em fevereiro, antes<br />

da Covid-19, mas a finalização<br />

ocorreu no fim <strong>de</strong> junho. E com<br />

cuidado, como explica o sócio<br />

Wal Tamagno. A operação exigiu<br />

o fechamento <strong>de</strong> um andar<br />

<strong>de</strong> hotel no interior <strong>de</strong> São<br />

Paulo para abrigar os 32 profissionais<br />

envolvidos, todos em<br />

quartos individuais. A logística,<br />

que envolveria três vans, contemplou<br />

10 carros com três pessoas<br />

a bordo. O custo adicional<br />

<strong>de</strong> R$ 75 mil foi pago pela Fiat e<br />

Leo Burnett Tailor Ma<strong>de</strong>.<br />

“Negociar é preciso. É hora<br />

<strong>de</strong> transparência e <strong>de</strong> dar as<br />

mãos. Aumentar a velocida<strong>de</strong><br />

para reduzir custo não é a melhor<br />

opção. Não entramos em<br />

24 <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong><strong>20</strong> - jornal propmark


Egisto Betti, da Paranoid, vê mais dificulda<strong>de</strong> na a<strong>de</strong>quação da ações <strong>de</strong> entretenimento<br />

Daniel Soro, da Piloto, fala que produtora já realizou primeiro trabalho com novas regras<br />

Alê Oliveira<br />

Marianna Souza, presi<strong>de</strong>nte da Apro, afirma que, gran<strong>de</strong>s produções, só a partir <strong>de</strong> <strong>20</strong>21<br />

Sérgio Tikhomiroff, sócio da Mixer Filmes, acredita que o mercado publicitário terá boom<br />

Markinhos Fagun<strong>de</strong>s, da PBA Cinema, pe<strong>de</strong> que agências confiem mais em fornecedores<br />

projetos que <strong>de</strong>ixem <strong>de</strong> levar<br />

em consi<strong>de</strong>ração a segurança<br />

das pessoas. Precisamos viabilizar,<br />

mas não a qualquer custo”,<br />

prosseguiu Wal.<br />

A Apro vê mais movimentação.<br />

“As concorrências estão<br />

voltando. Mas as gran<strong>de</strong>s produções,<br />

só em <strong>20</strong>21”, sintetiza<br />

Marianna Souza, presi<strong>de</strong>nte da<br />

entida<strong>de</strong>. “Preço é do tamanho<br />

do projeto”, ela acrescenta.<br />

“Estamos retomando gradualmente.<br />

Já realizamos a<br />

primeira filmagem <strong>de</strong>ntro do<br />

protocolo. Enten<strong>de</strong>mos que é<br />

muito importante voltar a filmar.<br />

É a essência do negócio”,<br />

relata Daniel Soro, sócio e diretor<br />

<strong>de</strong> cena da Piloto. “Esse recomeço<br />

está sendo promissor.<br />

Aumentou a procura por orçamentos.<br />

Ainda que tímida, mas<br />

acreditamos que haverá um<br />

boom no mercado publicitário”,<br />

prevê Sérgio Tikhomiroff,<br />

sócio da Mixer.<br />

Egisto Betti, sócio e produtor<br />

da Paranoid, observa que a<br />

adaptação precisa ser <strong>de</strong>ntro do<br />

possível. “Temos vários projetos<br />

<strong>de</strong> entretenimento on hold,<br />

alguns interrompidos na pré-<br />

-produção e outros que iriam<br />

começar a pré. Entretenimento<br />

vai ser mais complicado e temos<br />

estudado bastante os protocolos<br />

internacionais para nos<br />

preparar para a retomada das<br />

produções. Os sets são maiores.<br />

As filmagens são extensas<br />

e existe a <strong>de</strong>pendência dos protagonistas,<br />

cabeças <strong>de</strong> equipe,<br />

além <strong>de</strong> outros fatores.”<br />

Na visão <strong>de</strong> Ingrid Raszl, da<br />

Stink Films, a integrida<strong>de</strong> física<br />

é prepon<strong>de</strong>rante. “Já po<strong>de</strong>mos<br />

abrir câmera, mas não po<strong>de</strong>mos<br />

<strong>de</strong>scuidar. O set mudou.<br />

Todo processo <strong>de</strong> produção<br />

foi impactado. Temos <strong>de</strong> fazer<br />

tudo com cautela e segurança.”<br />

Markinhos Fagun<strong>de</strong>s, head of<br />

sales da PBA Cinema, segue<br />

essa mesma diretriz. “Passamos<br />

a oferecer soluções práticas<br />

para processos que eram<br />

consi<strong>de</strong>rados mais complicados.<br />

Os processos foram objetivados<br />

e as agências precisaram<br />

confiar muito mais nos seus<br />

fornecedores.”<br />

Por outro lado, Diego Villas<br />

Bôas, head <strong>de</strong> produção audiovisual<br />

da AlmapBBDO, fala que<br />

a marca <strong>de</strong>sse período é versatilida<strong>de</strong><br />

e trabalho conjunto<br />

entre agência e produtora. “O<br />

momento para o live action<br />

continua sendo <strong>de</strong> adaptação<br />

das i<strong>de</strong>ias e formas <strong>de</strong> realizá-<br />

-las”, afirma.<br />

jornal propmark - <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong><strong>20</strong> 25


mercAdo<br />

Ampro <strong>de</strong>bate retomada gradual do<br />

live marketing e eventos presenciais<br />

Além <strong>de</strong> apresentar cases, programação tratou <strong>de</strong> normas e <strong>de</strong>fesa<br />

<strong>de</strong> ações com responsabilida<strong>de</strong>; parte dos palestrantes estava no local<br />

JÉSSICA OLIVEIRA<br />

Um evento presencial e digital,<br />

com executivos no<br />

palco e nas telas, audiência na<br />

plateia e em casa. Foi assim<br />

que a Associação <strong>de</strong> Marketing<br />

Promocional (Ampro) fez o Live<br />

Marketing Pronto para Retomada,<br />

nos últimos dias 14 e 15, no<br />

WTC, em São Paulo.<br />

Para Alexis Pagliarini, presi<strong>de</strong>nte-executivo<br />

da Ampro,<br />

o evento marca um novo momento<br />

para o mercado. “Será<br />

uma retomada gradual e responsável,<br />

caracterizada por<br />

novas formas <strong>de</strong> se fazer ações<br />

eficazes. Mostramos o local<br />

preparado com todos os protocolos<br />

e queremos provocar uma<br />

experiência completa. Mandamos<br />

kits <strong>de</strong> coffee break e cervejas<br />

para o happy hour virtual<br />

<strong>de</strong> encerramento. A experiência<br />

po<strong>de</strong> ser remota. Queremos<br />

mostrar que dá para começar a<br />

fazer eventos seguindo rigorosas<br />

recomendações. É possível<br />

levantar a cabeça e ver no horizonte<br />

possíveis realizações”.<br />

Com os blocos Promo &<br />

Ativação, Eventos, Incentivo<br />

e Tra<strong>de</strong> Marketing, Relações<br />

Sustentáveis e Phygital, a programação<br />

reuniu mais <strong>de</strong> 30<br />

executivos <strong>de</strong> empresas como<br />

Coca-Cola, Globo, Nestlé, RD,<br />

Whirlpool, Pfizer e Diageo. Em<br />

Eventos, Alexandre Mutran,<br />

gerente <strong>de</strong> comunicação regional<br />

da TV Globo e professor<br />

<strong>de</strong> pós-graduação na ESPM,<br />

contou como a emissora levou<br />

programações presenciais para<br />

o digital. “Temos eventos em<br />

que colocamos o público como<br />

Paulo Focaccia, Maria Assad e Vanessa Macarrão (FAS Advogados); na tela, Roberta Brunharo (Coca-Cola) e Adaura Martins (Secap)<br />

“eventos estão<br />

em evolução na<br />

digitalização, mas<br />

não significa que<br />

vão substituir o<br />

face to face”<br />

tiva distribui mudas e convida<br />

as pessoas a plantarem árvores,<br />

participarem <strong>de</strong> multirões.<br />

“Criamos conteúdos para re<strong>de</strong>s<br />

sociais e resgatamos uma ferramenta<br />

quase esquecida do nosso<br />

portfólio <strong>de</strong> comunicação, o<br />

marketing direto. Mandamos<br />

kits para as pessoas. Em 5 <strong>de</strong><br />

junho, Dia do Meio Ambiente,<br />

houve um plantio simultâneo<br />

com a #ver<strong>de</strong>jandoemcasa.”<br />

Paulo Octávio Pereira <strong>de</strong> Almeida,<br />

consultor na área <strong>de</strong><br />

entretenimento ao vivo, live<br />

Fotos: Marçal Neto<br />

protagonistas da ativida<strong>de</strong> para<br />

que ela seja realizada com e pelas<br />

pessoas. É diferente <strong>de</strong> um<br />

show, em que a ativida<strong>de</strong> é feita<br />

pelo artista. Na pan<strong>de</strong>mia fizemos<br />

essa transição”, disse.<br />

Entre os cases, ele citou o Expedição<br />

Fotográfica Globo, em<br />

que centenas <strong>de</strong> pessoas vão<br />

conhecer locais pouco conhecidos<br />

da cida<strong>de</strong> acompanhadas<br />

por arquiteto, historiador<br />

ou botânico. “Esse evento só<br />

é realizado porque as pessoas<br />

saem <strong>de</strong> casa para fotografar<br />

e porque geram conteúdo que<br />

vai reverberar. Como não dava<br />

para sair, criamos a Expedição<br />

Fotográfica Globo da Janela.<br />

Convidamos as pessoas para<br />

fotografarem o seu dia a dia e<br />

o que viam. Foram mais <strong>de</strong> 37<br />

imagens compartilhadas”.<br />

Ele também falou sobre o<br />

projeto Ver<strong>de</strong>jando, feito em<br />

parceria com a SOS Mata Atlântica<br />

e o Green Nation. A iniciamarketing<br />

e brand activation<br />

na Live Marketing Consultoria,<br />

fala que o presencial segue<br />

fundamental. “Des<strong>de</strong> que Steve<br />

Jobs lançou o iPhone, em <strong>20</strong>07,<br />

é praticamente impossível um<br />

evento não ter o digital na jornada.<br />

Os eventos estão em evolução<br />

na digitalização, mas não<br />

significa que vão substituir o<br />

face to face, que é uma característica<br />

humana.”<br />

Juan Pablo <strong>de</strong> Vera, CEO do<br />

Grupo R1, que está coor<strong>de</strong>nando<br />

os trabalhos do Go Live<br />

Brasil – Juntos Pelos Eventos,<br />

comentou os próximos passos<br />

do projeto. “Estamos há três<br />

meses promovendo a conscientização<br />

do setor, principalmente<br />

no que se refere a protocolos<br />

<strong>de</strong> segurança. A segunda fase é<br />

agora, nesse momento especial<br />

<strong>de</strong> entrar em uma campanha<br />

<strong>de</strong> gerar confiança e recuperar<br />

a participação <strong>de</strong> todos nós em<br />

eventos no país.”<br />

Entre os participantes, Paulo Octávio (Live Marketing Consultoria), Juan Pablo <strong>de</strong> Vera (Go Live Brasil), Paulo M. Focaccia (FAS Advogados) e Alexandre Mutran (Globo)<br />

26 <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong><strong>20</strong> - jornal propmark


MerCado<br />

Carnaval presencial só ocorrerá após a<br />

<strong>de</strong>scoberta da vacina contra Covid-19<br />

Decisão sobre mudanças no calendário <strong>de</strong>ve ser tomada ainda este ano;<br />

outras festas, como o Ano Novo na Avenida Paulista, já foram canceladas<br />

Alisson Fernán<strong>de</strong>z<br />

Consi<strong>de</strong>rada a maior festa<br />

popular do Brasil, o Carnaval<br />

corre o risco <strong>de</strong> não ser<br />

realizado em <strong>20</strong>21. As <strong>de</strong>clarações<br />

da última semana, dadas<br />

pelos prefeitos Bruno Covas, <strong>de</strong><br />

São Paulo; ACM Neto, <strong>de</strong> Salvador;<br />

e pela Liga In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />

das Escolas <strong>de</strong> Samba do Rio<br />

(Liesa) chamaram a atenção<br />

do público e das empresas que<br />

trabalham no setor. Segundo<br />

as autorida<strong>de</strong>s, os calendários<br />

para os <strong>de</strong>sfiles e blocos <strong>de</strong> rua<br />

para o próximo ano seguem in<strong>de</strong>finidos<br />

e as apresentações só<br />

<strong>de</strong>vem ocorrer caso uma vacina<br />

seja <strong>de</strong>scoberta. Cada cida<strong>de</strong><br />

estipulou uma data para a sua<br />

<strong>de</strong>cisão final, que <strong>de</strong>ve ser tomada<br />

a partir <strong>de</strong> setembro.<br />

Em coletiva <strong>de</strong> imprensa,<br />

Jorge Castanheira, presi<strong>de</strong>nte<br />

da Liesa, fala que só imagina o<br />

<strong>de</strong>sfile com uma vacina. “Não<br />

conseguindo uma vacina ou<br />

plano <strong>de</strong> atuação que garanta<br />

a segurança para todos até meados<br />

<strong>de</strong> setembro, será difícil<br />

apresentar no mol<strong>de</strong> atual. Depois<br />

disso po<strong>de</strong> ser que fique<br />

inviável apresentar o Carnaval<br />

da forma que é conhecido hoje.<br />

Na condição <strong>de</strong> hoje é eticamente<br />

improvável ter o <strong>de</strong>sfile”,<br />

afirma.<br />

Responsável por um dos<br />

maiores camarotes do Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro, o Camarote Nº 1, que<br />

só em <strong>20</strong><strong>20</strong> recebeu mais <strong>de</strong><br />

2.500 pessoas por dia, a Holding<br />

Clube ressalta que a história<br />

do Carnaval e da empresa se<br />

misturam e que são otimistas<br />

por natureza.<br />

“São 30 anos juntos na Sapucaí.<br />

Estamos trabalhando com<br />

todo planejamento e estratégia<br />

para entregar mais um ano do<br />

inesquecível do Camarote Nº<br />

1. Torcemos para que o Carnaval<br />

ocorra em fevereiro, mas,<br />

caso isso não seja possível, estaremos<br />

prontos para realizá-lo<br />

da melhor maneira quando for<br />

seguro para toda a população.<br />

Blocos <strong>de</strong> rua em São Paulo movimentaram mais <strong>de</strong> R$ 2,6 bilhões em <strong>20</strong><strong>20</strong><br />

Além disso, enten<strong>de</strong>mos que<br />

qualquer evento pós-pan<strong>de</strong>mia<br />

precisará ocorrer fisicamente,<br />

mas com muitas experiências<br />

digitais. Apesar <strong>de</strong> todas as dificulda<strong>de</strong>s<br />

pós Covid-19, estamos<br />

animados para tornar esse<br />

momento, seja lá qual for ele,<br />

inesquecível”, comenta Ju Ferraz,<br />

diretora-comercial da Holding<br />

Clube.<br />

Para os anunciantes, este<br />

também é um momento <strong>de</strong> incerteza,<br />

que <strong>de</strong>ve ser observado<br />

com cautela. O executivo<br />

Guilherme Bailão, head <strong>de</strong> patrocínios<br />

e experiência do Grupo<br />

Heineken no Brasil, prefere<br />

observar uma nova forma <strong>de</strong><br />

festejar, do que falar em cancelamento.<br />

“Marcas como Amstel<br />

e Devassa têm protagonizado,<br />

nos últimos anos, ações durante<br />

o período em diferentes<br />

regiões do país. No entanto,<br />

enten<strong>de</strong>mos que <strong>20</strong>21 será um<br />

ano <strong>de</strong>safiador, mas que ainda<br />

é cedo para falar sobre qualquer<br />

cenário. Nossa posição<br />

será sempre a <strong>de</strong> colocar a segu-<br />

rança das pessoas em primeiro<br />

lugar. O Carnaval é a maior festa<br />

popular do país e preferimos<br />

olhar em direção a uma nova<br />

forma <strong>de</strong> festejar, do que falar<br />

em cancelamento. Assim como<br />

estamos trabalhando <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

o início da pan<strong>de</strong>mia, nosso<br />

foco é fazer diferente, inovar<br />

na comunicação com os nossos<br />

consumidores, e pensar a experiência<br />

<strong>de</strong> marca com base em<br />

uma nova realida<strong>de</strong>, proporcionando<br />

momentos únicos”, diz.<br />

Os blocos <strong>de</strong> rua, que ganhavam<br />

cada vez mais força pelas<br />

cida<strong>de</strong>s do país, também vivem<br />

uma realida<strong>de</strong> incerta, já que<br />

criam uma gran<strong>de</strong> aglomeração.<br />

Vale lembrar que em <strong>20</strong><strong>20</strong>,<br />

o Carnaval na capital paulista<br />

bateu recor<strong>de</strong> com o <strong>de</strong>sfile <strong>de</strong><br />

865 blocos e movimentou mais<br />

<strong>de</strong> R$ 2,6 bilhões.<br />

“O Acadêmicos do Baixo Augusta<br />

está aguardando o <strong>de</strong>correr<br />

da pan<strong>de</strong>mia no país para<br />

tomar qualquer tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão<br />

sobre o Carnaval do ano que<br />

vem. O bloco, que ao longo <strong>de</strong><br />

Ferran Feixas/Unsplash<br />

11 anos promove o entretenimento<br />

e lazer na cida<strong>de</strong>, também<br />

ressalta a importância com<br />

a saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> todos. Enten<strong>de</strong>mos<br />

que para um Carnaval alegre e<br />

sadio, acima <strong>de</strong> tudo, é importante<br />

o bem-estar e a segurança<br />

<strong>de</strong> todos. Por isso, iremos<br />

respeitar todas as <strong>de</strong>cisões da<br />

Prefeitura e os protocolos que<br />

estiverem valendo na ocasião.<br />

Ficamos no aguardo <strong>de</strong> como<br />

seguirá a situação da Covid-19<br />

e esperamos que a situação melhore<br />

ainda neste ano”, ressalta<br />

Alê Natacci, presi<strong>de</strong>nte do bloco<br />

Acadêmicos do Baixo Augusta.<br />

Além do Carnaval, as celebrações<br />

do Ano Novo também<br />

preocupam as autorida<strong>de</strong>s. O<br />

governador <strong>de</strong> São Paulo, João<br />

Doria, reforçou que as festas<br />

não vão ocorrer sem a aplicação<br />

da vacina. Na última sexta-<br />

-feira (17), o prefeito Bruno Covas<br />

anunciou que o Réveillon<br />

na Avenida Paulista não vai ser<br />

realizado. “O impacto na saú<strong>de</strong><br />

é maior que o econômico”, ressaltou<br />

o governante.<br />

jornal propmark - <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong><strong>20</strong> 27


mercado<br />

Tim Foster / Unsplash<br />

Pan<strong>de</strong>mia acelera projetos <strong>de</strong> marcas<br />

para o compartilhamento <strong>de</strong> carros<br />

Montadoras investem em soluções como aluguel <strong>de</strong> veículos e gestão <strong>de</strong><br />

frotas; receio das pessoas quanto ao transporte público impulsiona setor<br />

JÉSSICA OLIVEIRA<br />

Que as montadoras investem<br />

dinheiro e tempo em tecnologia,<br />

evolução em eficiência<br />

e <strong>de</strong>sign, ninguém duvida.<br />

Que os temas eletrificação e<br />

mobilida<strong>de</strong> estão na cabeceira<br />

das empresas, também não. E<br />

sobram exemplos mundo afora.<br />

No entanto, há um ponto<br />

da mobilida<strong>de</strong> ganhando força<br />

também no Brasil: compartilhamento<br />

<strong>de</strong> carro e soluções<br />

que colocam o veículo como<br />

serviço, e não necessariamente<br />

como um bem a ser adquirido.<br />

Aos poucos começam a ganhar<br />

voz e i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> iniciativas<br />

nesse sentido e a mais<br />

recente é da Toyota, que apresentou<br />

a Kinto Brasil. A empresa<br />

<strong>de</strong> soluções <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong><br />

busca novas categorias <strong>de</strong> usuários,<br />

entre indivíduos e corporações.<br />

De acordo com a empresa, no<br />

período pós-pan<strong>de</strong>mia, há uma<br />

tendência <strong>de</strong> parte da população<br />

evitar o transporte público,<br />

<strong>de</strong>vido à aglomeração. Neste<br />

sentido, a <strong>de</strong>manda pelo uso <strong>de</strong><br />

carros, mais do que a proprieda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>le, <strong>de</strong>ve crescer.<br />

Além disso, a nova marca integra<br />

a visão estratégica global<br />

da Toyota em se tornar uma<br />

empresa <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong>. Ela<br />

chega à América Latina, começando<br />

por Brasil e Argentina, e<br />

foi criada como uma joint venture<br />

entre a Toyota Financial<br />

Services Corporation (TFS) e a<br />

Mitsui & Co, um conglomerado<br />

japonês focado em investimentos<br />

e operações estratégicas.<br />

A Kinto Brasil começa este<br />

mês com compartilhamento<br />

<strong>de</strong> carros. Ela assume o Toyota<br />

Mobility Services (TMS), que<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> seu lançamento, em setembro<br />

<strong>de</strong> <strong>20</strong>19 no Brasil, teve<br />

mais <strong>de</strong> 65 mil downloads do<br />

aplicativo, 18 mil usuários registrados<br />

e mil carros alugados.<br />

Agora o TMS passa a se chamar<br />

Kinto Share. A partir <strong>de</strong> um<br />

aplicativo para smartphone,<br />

ele oferece seguro, veículos conectados<br />

com telemática, acessórios<br />

e valet. Os usuários têm<br />

o suporte da Re<strong>de</strong> Toyota <strong>de</strong><br />

Concessionárias durante o processo,<br />

e po<strong>de</strong>m ter acesso aos<br />

híbridos da Toyota e da Lexus.<br />

Além <strong>de</strong>sta migração, até<br />

o fim do ano a marca lança o<br />

Kinto One, serviço <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong><br />

frotas corporativas. Ele propõe<br />

redução <strong>de</strong> custos e o aumento<br />

da eficiência na operação dos<br />

clientes, aplicando conceitos<br />

do TPS (Sistema <strong>de</strong> Produção<br />

Toyota) para gestão em áreas<br />

como segurança, logística e gerenciamento<br />

<strong>de</strong> processos.<br />

Roger Armellini é diretor <strong>de</strong><br />

mobilida<strong>de</strong> e transformação <strong>de</strong><br />

negócios da Toyota na América<br />

Latina e Caribe. Com mais <strong>de</strong> <strong>20</strong><br />

anos <strong>de</strong> experiência na indústria<br />

automotiva, ele conta que o<br />

projeto já estava <strong>de</strong>senvolvido<br />

e a pan<strong>de</strong>mia apenas acelerou<br />

a <strong>de</strong>manda por mobilida<strong>de</strong> individual.<br />

“É uma tendência já<br />

observada lá fora e <strong>de</strong>ve chegar<br />

“em algum<br />

momento a<br />

mobilida<strong>de</strong> ten<strong>de</strong><br />

a ser o principal<br />

negócio da<br />

indústria”<br />

no Brasil: as pessoas ficaram<br />

receosas quanto ao transporte<br />

público e estão procurando<br />

alternativas como o carro, seja<br />

para comprar ou para usar. Não<br />

acreditamos que o mo<strong>de</strong>lo tradicional<br />

vá <strong>de</strong>saparecer, mas<br />

que em algum momento e ninguém<br />

sabe dizer quando a mobilida<strong>de</strong><br />

ten<strong>de</strong> a ser o principal<br />

negócio da indústria automotiva”,<br />

afirma.<br />

Outra iniciativa recente que<br />

po<strong>de</strong> crescer em breve é a do<br />

28 <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong><strong>20</strong> - jornal propmark


Groupe PSA. A empresa tem a<br />

Free2Move, marca <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong><br />

com produtos para público<br />

B2C e B2B. O portfólio B2C tem<br />

car sharing, aluguel <strong>de</strong> curta,<br />

média e longa duração, reserva<br />

<strong>de</strong> vagas e carregamento <strong>de</strong><br />

veículos elétricos. Já no campo<br />

B2B, além das ofertas anteriores<br />

customizadas, a empresa<br />

adicionou consultoria ligada à<br />

transição energética das frotas<br />

(em forte ascensão no mercado<br />

europeu), bem como o Connect<br />

Fleet, solução <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> frotas<br />

e telemetria. Este último<br />

foi a porta <strong>de</strong> entrada da marca<br />

Free2Move nos mercados brasileiro<br />

e mexicano em <strong>20</strong>19.<br />

Mesmo a chegada do Connect<br />

Fleet ao Brasil, no Salão<br />

Internacional do Transporte<br />

Rodoviário <strong>de</strong> Cargas (Fenatran),<br />

em outubro do ano passado,<br />

seguiu um passo anterior: o<br />

C-Seguro - seguro conectado<br />

baseado no uso do cliente -,<br />

no lançamento do Novo SUV<br />

Citroën C4 Cactus, em <strong>20</strong>18,<br />

no Brasil e na Argentina. Pablo<br />

Averame, vice-presi<strong>de</strong>nte<br />

<strong>de</strong> marketing, produto, mobilida<strong>de</strong><br />

e serviços conectados<br />

América Latina do Groupe PSA,<br />

afirma que houve retornos positivos<br />

dos clientes. “Temos a<br />

convicção <strong>de</strong> que estamos no<br />

caminho certo, por isso continuamos<br />

avaliando quais são as<br />

soluções que po<strong>de</strong>riam ser lançadas<br />

no Brasil e em outros países<br />

da América Latina a curto e<br />

médio prazo”, comenta.<br />

Edmar Lopes, CFO da Movida: movimentos das montadoras são naturais e fazem parte do <strong>de</strong>senvolvimento do mercado <strong>de</strong> locação<br />

“continuamos<br />

avaliando quais<br />

são as soluções<br />

que po<strong>de</strong>riam<br />

ser lançadas<br />

no brasil”<br />

consumidor no comando<br />

Engana-se quem pensa que<br />

a Free2Move, criada em <strong>20</strong>16,<br />

que começa a dar as primeiras<br />

voltas no Brasil, é algo exclusivo<br />

da companhia. A iniciativa nasceu<br />

multimarcas para abranger<br />

toda a frota <strong>de</strong> veículos, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />

da marca.<br />

“Quando <strong>de</strong>senvolvemos uma<br />

solução <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong>, colocamos<br />

a necessida<strong>de</strong> do cliente<br />

em primeiro lugar. Temos<br />

clientes que estão utilizando a<br />

solução em mo<strong>de</strong>los que são e<br />

não são do Groupe PSA ao mesmo<br />

tempo, tendo a informação<br />

em um painel <strong>de</strong> gerenciamento,<br />

o que eleva a produtivida<strong>de</strong><br />

operacional.”<br />

Para o executivo, a pan<strong>de</strong>mia<br />

trará impactos significativos<br />

em como o consumidor utilizará<br />

os veículos e outros modais.<br />

São dois olhares: a posse<br />

ganhando relevância por projetar<br />

segurança ao consumidor<br />

<strong>de</strong> não compartilhar o carro, e<br />

o veículo compartilhado oferecendo<br />

uma sensação <strong>de</strong> maior<br />

segurança quando comparado<br />

ao transporte público. “Adicionalmente,<br />

imaginando um mo<strong>de</strong>lo<br />

<strong>de</strong> utilização rotativa, seguramente<br />

a higienização dos<br />

veículos será um critério muito<br />

importante no processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão<br />

do consumidor por utilizar<br />

um serviço. Porém, ainda é<br />

cedo para darmos uma reposta<br />

<strong>de</strong>finitiva, por isso estamos<br />

atentos às mudanças <strong>de</strong> comportamento<br />

dos consumidores,<br />

uma vez passado este período”,<br />

diz Averame, do Groupe PSA.<br />

cauTeLa e <strong>de</strong>saFios<br />

A Volkswagen também estuda<br />

ampliar suas iniciativas em<br />

mobilida<strong>de</strong>. Na Europa, ela tem<br />

a Moia, empresa <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong><br />

com conceito similar ao Uber,<br />

mas só com veículos elétricos<br />

que locomovem mais <strong>de</strong> uma<br />

pessoa. Já no Brasil, ela lançou<br />

em <strong>20</strong>19 o VW Move, serviço <strong>de</strong><br />

aluguel <strong>de</strong> carros em parceria<br />

com a Fleet Solutions, da VW<br />

Financial Services. O projeto<br />

permite alugar o veículo no<br />

momento que o cliente <strong>de</strong>ixa<br />

seu carro para as três primeiras<br />

revisões, po<strong>de</strong> ser usado se ele<br />

<strong>de</strong>seja esticar o test drive e <strong>de</strong>ixar<br />

seu carro por mais tempo na<br />

concessionária. A empresa tem<br />

um projeto-piloto em dois <strong>de</strong>alers<br />

(Faria e Caraigá/SP) e <strong>de</strong>ve<br />

ter mais um no interior ainda<br />

no primeiro semestre.<br />

Fábio Rabelo, gerente-executivo<br />

<strong>de</strong> digitalização e no-<br />

Criado em <strong>20</strong>16 pelo Groupe PSA, o Free2Move, que oferece um leque <strong>de</strong> soluções B2C e B2B, começa a chegar ao Brasil<br />

Fotos: Divulgação<br />

jornal propmark - <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong><strong>20</strong> 29


mercado<br />

Fotos: Divulgação<br />

Kinto Brasil inicia ativida<strong>de</strong>s este mês, primeiro com o Kinto Share assumindo o Toyota Mobility Services, e até o fim do ano com o Kinto One, serviço <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> frotas corporativas<br />

vos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> negócio da<br />

Volkswagen América Latina,<br />

explica que a pan<strong>de</strong>mia não<br />

alterou a estratégia, porque a<br />

empresa já estava trabalhando<br />

na digitalização e se preparando<br />

para um mundo mais conectado.<br />

Além <strong>de</strong> testar carros<br />

compartilhados, a companhia<br />

não comenta os próximos passos<br />

no Brasil, apenas que está<br />

trabalhando em criar “soluções<br />

para o cliente que surpreendam<br />

o mercado positivamente”.<br />

Para o executivo, o cenário<br />

é <strong>de</strong> transformações e <strong>de</strong> cautela<br />

porque o consumidor <strong>de</strong><br />

carro hoje no Brasil é o mesmo<br />

consumidor do passado. “As<br />

pessoas que antes gostariam<br />

<strong>de</strong> comprar carro, hoje continuam<br />

querendo adquirir um<br />

automóvel. Com a pan<strong>de</strong>mia,<br />

muitas viram a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

ter um carro próprio e não ficar<br />

entrando em carro compartilhado,<br />

tanto que as empresas<br />

<strong>de</strong> aplicativo estão investindo<br />

em comunicação para reforçar<br />

que o carro é seguro e protege o<br />

cliente. Não há como assegurar<br />

que a pessoa que andou antes<br />

no veículo não tinha o vírus assintomático.<br />

Então, as pessoas<br />

começam a repensar que num<br />

momento <strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong> é importante<br />

ter a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> possuir<br />

o carro próprio”, pon<strong>de</strong>ra.<br />

Isso não significa que serviços<br />

<strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong> não vão<br />

ganhar força, apenas que o<br />

cenário, apesar <strong>de</strong> ter muita<br />

mudança, não será alterado<br />

da noite para o dia. “Estratégias<br />

<strong>de</strong> uma empresa como a<br />

Volkswagen são construídas<br />

no longo prazo e não <strong>de</strong> hoje<br />

para amanhã, pois isso seria<br />

insustentável. As montadoras<br />

po<strong>de</strong>m evoluir mais neste negócio,<br />

mas tudo vai <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r<br />

“não diria que<br />

hoje é uma<br />

aspiração das<br />

montadoras<br />

mudar o foco<br />

atual do negócio”<br />

da maturação <strong>de</strong> mercado. Não<br />

diria que hoje é uma aspiração<br />

das montadoras mudar o foco<br />

atual do negócio”, observa. Por<br />

esse contexto, em sua avaliação,<br />

pelo menos por enquanto<br />

o compartilhamento <strong>de</strong> carros<br />

ainda não po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado<br />

um novo gran<strong>de</strong> negócio. “É<br />

necessário enten<strong>de</strong>r como será<br />

o comportamento do consumidor,<br />

a aceitação do mercado<br />

e como será implementado. É<br />

um <strong>de</strong>safio no qual as monta-<br />

VW Move tem projetos-piloto em duas cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> SP e <strong>de</strong>ve ter mais um em breve<br />

doras estão avaliando os cases<br />

bem-sucedidos ou não. E é um<br />

segmento a ser explorado com<br />

muita prudência”, diz.<br />

Uma das três maiores locadoras<br />

<strong>de</strong> carros no Brasil, a Movida<br />

avalia as iniciativas como<br />

movimentos naturais e não vê<br />

motivos para se preocupar. Edmar<br />

Lopes, CFO da empresa,<br />

acredita que os <strong>de</strong>safios fazem<br />

parte do <strong>de</strong>senvolvimento do<br />

mercado. “Sempre dissemos<br />

que o mercado <strong>de</strong> locação era<br />

muito gran<strong>de</strong>. Tudo que ajuda a<br />

dar visibilida<strong>de</strong> à locação ajuda<br />

o mercado como um todo. Isso<br />

sempre esteve no nosso cenário<br />

como algo possível <strong>de</strong> ocorrer.<br />

Elas vão atuar em nichos específicos<br />

e não têm a escala que<br />

temos. Vemos como algo natural,<br />

uma vez que é um mercado<br />

que cresce, há mudança no perfil<br />

<strong>de</strong> consumidor e a experiência<br />

melhorou”, comenta.<br />

Enquanto empresas testam<br />

iniciativas, a Associação Nacional<br />

dos Fabricantes <strong>de</strong> Veículos<br />

Automotores (Anfavea)<br />

mostrou no balanço do primeiro<br />

semestre que as transformações<br />

vão dividir a atenção com<br />

a recuperação do “fortíssimo<br />

impacto” da pan<strong>de</strong>mia. A produção<br />

acumulada <strong>de</strong> 729,5 mil<br />

veículos representa queda <strong>de</strong><br />

50,5% na comparação com o<br />

primeiro semestre <strong>de</strong> <strong>20</strong>19. Em<br />

junho, apesar <strong>de</strong> a produção <strong>de</strong><br />

98,7 mil unida<strong>de</strong>s ser 129,1% superior<br />

à <strong>de</strong> maio, foi 57,7% inferior<br />

à <strong>de</strong> junho do ano passado.<br />

Com esses dados e baseado nas<br />

expectativas econômicas do<br />

país para o segundo semestre,<br />

a projeção é <strong>de</strong> 1,630 milhão <strong>de</strong><br />

automóveis, comerciais leves,<br />

caminhões e ônibus em <strong>20</strong><strong>20</strong>,<br />

volume 45% inferior ao <strong>de</strong> <strong>20</strong>19.<br />

Luiz Carlos Moraes, presi<strong>de</strong>nte<br />

da associação, <strong>de</strong>stacou<br />

que a situação é <strong>de</strong> uma crise<br />

maior que as enfrentadas nos<br />

anos 1980, 1990, em <strong>20</strong>15/16, e<br />

ocorre num momento em que<br />

as empresas projetavam um<br />

crescimento anual <strong>de</strong> quase<br />

10%. “Um recuo <strong>de</strong>ssa magnitu<strong>de</strong><br />

no ano terá impactos duradouros,<br />

infelizmente. Nossa<br />

expectativa é que apenas em<br />

<strong>20</strong>25 o setor retorne aos níveis<br />

<strong>de</strong> <strong>20</strong>19, ou seja, com atraso <strong>de</strong><br />

seis anos”, avaliou.<br />

De acordo com outras fontes<br />

do mercado, ainda é muito<br />

cedo para dizer se os novos<br />

caminhos percorridos pelas<br />

montadoras <strong>de</strong>vem impactar<br />

positivamente nesse cenário <strong>de</strong><br />

recuperação. No entanto, todos<br />

avaliam que os avanços já existentes<br />

e em <strong>de</strong>senvolvimento<br />

serão “essenciais”.<br />

30 <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong><strong>20</strong> - jornal propmark


mercado<br />

P&G e Unilever discutem <strong>de</strong>safios<br />

do setor da beleza na pan<strong>de</strong>mia<br />

Série Perspectivas, promovida pela ABA e grupo Croma, reuniu lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong><br />

marketing para analisar cenário futuro, propósito e recuperação econômica<br />

Danúbia Paraizo<br />

Para discutir as perspectivas<br />

do segmento <strong>de</strong> beleza<br />

e cosméticos para o segundo<br />

semestre, bem como para analisar<br />

aprendizados dos dois<br />

principais players do mercado,<br />

a série Perspectivas – uma visão<br />

setorizada da inovação recebeu<br />

na última quarta-feira (15)<br />

lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong> marketing da P&G<br />

e Unilever. O encontro online<br />

promovido pela ABA (Associação<br />

Brasileira <strong>de</strong> Anunciantes)<br />

e Grupo Croma teve apresentação<br />

<strong>de</strong> Sandra Martinelli,<br />

presi<strong>de</strong>nte-executiva da ABA,<br />

e mo<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> Edmar Bulla,<br />

CEO do Grupo Croma, que conversou<br />

ao vivo com Isabella<br />

Zakzuk, diretora <strong>de</strong> Beauty na<br />

P&G e conselheira da ABA, e<br />

Série <strong>de</strong> lives discutiu <strong>de</strong>manda reprimida e inovação no segmento <strong>de</strong> beleza<br />

Reprodução<br />

Eduardo Campanella, VP <strong>de</strong><br />

marketing da Unilever Brasil e<br />

Latam.<br />

Questões como <strong>de</strong>manda reprimida,<br />

recuperação e propósito<br />

orientaram a conversa com<br />

os executivos. “A casa passou<br />

a ser extensão da própria beleza.<br />

Até mesmo a higiene do lar<br />

mudou. É uma evolução, é um<br />

momento <strong>de</strong> potencializar novas<br />

rotinas <strong>de</strong> beleza”, avaliou<br />

Campanella, sobre novas oportunida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> consumo.<br />

“Com toda essa crise, mudaram<br />

vários hábitos. E eles estão<br />

abrindo janelas <strong>de</strong> inovação.<br />

Existe uma <strong>de</strong>manda reprimida<br />

para voltar para os salões,<br />

mas po<strong>de</strong> ser que a frequência<br />

diminua. E manter os cuidados<br />

em casa, po<strong>de</strong> alavancar nossas<br />

marcas”, aposta Isabella.<br />

Prefeitura <strong>de</strong> SP aumenta verba<br />

para publicida<strong>de</strong> <strong>de</strong>vido à covid-19<br />

Lua Propaganda e nova/sb passam a gerenciar acordo <strong>de</strong> R$ 125 milhões;<br />

ajuste <strong>de</strong> 25% é <strong>de</strong>vido ao aumento <strong>de</strong> campanhas sobre conscientização<br />

comunicação <strong>de</strong> interesse<br />

A público precisou ser intensificada<br />

durante o período<br />

<strong>de</strong> pan<strong>de</strong>mia na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São<br />

Paulo, o que levou a prefeitura<br />

da capital paulista a aumentar<br />

em 25% a verba <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong><br />

para o município. A Secretaria<br />

<strong>de</strong> Comunicação publicou a<br />

<strong>de</strong>cisão no Diário Oficial do último<br />

dia 10 <strong>de</strong> <strong>julho</strong>, acrescentando<br />

R$ 25 milhões no contrato<br />

com as agências Lua Propaganda<br />

e nova/sb.<br />

Des<strong>de</strong> <strong>20</strong>17 as agências prestam<br />

serviços para a Prefeitura<br />

após vencerem concorrência<br />

para contrato no valor <strong>de</strong> R$ 100<br />

milhões. Com o aumento, cada<br />

uma das agências receberá valor<br />

adicional <strong>de</strong> R$ 12,5 milhões por<br />

Reprodução<br />

Campanha da Prefeitura com Thelma <strong>de</strong> Assis, vencedora do bbb<strong>20</strong>, criada pela Lua<br />

seus serviços. Procurada pela<br />

reportagem sobre a justificativa<br />

para o aumento da verba, a Prefeitura<br />

<strong>de</strong> São Paulo esclareceu<br />

que “a reestruturação orçamentária<br />

foi necessária para fazer<br />

frente à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> informação,<br />

orientação e prestação <strong>de</strong><br />

serviço <strong>de</strong> interesse público em<br />

função da pan<strong>de</strong>mia”.<br />

Segundo levantamento do<br />

PROPMARK, a campanha Coronavírus<br />

foi dividida em seis<br />

linhas: Prevenção, Realida<strong>de</strong>,<br />

Realida<strong>de</strong> Mundial, Lógica, Celebrida<strong>de</strong><br />

e Máscara. O plano <strong>de</strong><br />

mídia contempla filmes, spots<br />

<strong>de</strong> rádio, impresso, digital, flyers<br />

e até carro <strong>de</strong> som, totalizando<br />

mais <strong>de</strong> 160 peças produzidas<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> março <strong>de</strong>ste ano. DP<br />

jornal propmark - <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong><strong>20</strong> 31


mercado<br />

Brasileiros aumentam cuidados com<br />

higiene e marcas ampliam portfólio<br />

Segundo a Kantar, 63% das pessoas vão manter hábitos adquiridos<br />

durante a pan<strong>de</strong>mia após a quarentena; OMO lançou uma linha completa<br />

KELLY DORES<br />

pan<strong>de</strong>mia da Covid-19 alterou<br />

uma série <strong>de</strong> hábitos<br />

A<br />

dos brasileiros. Com o isolamento<br />

social, as pessoas reduziram<br />

a ida aos supermercados<br />

e passaram a adquirir mais produtos,<br />

em <strong>de</strong>trimento <strong>de</strong> outros,<br />

por estarem mais tempo<br />

em casa, por exemplo. Mas um<br />

comportamento adquirido que<br />

veio para ficar, mesmo após a<br />

quarentena, é a preocupação<br />

maior das pessoas em cuidar<br />

<strong>de</strong> si e o aumento dos cuidados<br />

em relação a saú<strong>de</strong>, higiene e<br />

<strong>de</strong>senvolvimento, apontam<br />

pesquisas e especialistas.<br />

Na onda mais recente do Barômetro<br />

Covid-19, pesquisa da<br />

Kantar realizada online <strong>de</strong> março<br />

a junho com 500 brasileiros<br />

<strong>de</strong> 18 anos ou mais, a maioria<br />

das pessoas <strong>de</strong>clarou que vai<br />

cuidar mais <strong>de</strong> si mesmo, sendo<br />

que 63% afirmaram que vão<br />

manter e/ou aumentar os cuidados<br />

com a higiene. “Esse é o<br />

principal hábito adquirido na<br />

quarentena e vai ser mantido<br />

<strong>de</strong>pois”, diz Ana Simões, gerente<br />

<strong>de</strong> Contas da Kantar.<br />

Em higiene e beleza, houve<br />

um crescimento <strong>de</strong> consumo e<br />

mudança em dinâmica <strong>de</strong> categorias,<br />

como papel higiênico,<br />

fraldas <strong>de</strong>scartáveis, absorventes,<br />

sabonetes, que li<strong>de</strong>ram o<br />

aumento do ranking e cresceram<br />

acima <strong>de</strong> 3%, na comparação<br />

com o mesmo período do<br />

ano anterior. No entanto, há<br />

produtos que foram <strong>de</strong>spriorizados<br />

nesse momento, como<br />

protetor solar, lâmina <strong>de</strong> barbear<br />

e tintura para cabelos, que<br />

estão no topo da retração.<br />

Entre os produtos <strong>de</strong> limpeza,<br />

os que mais cresceram<br />

foram cloro, <strong>de</strong>tergente para<br />

louça, <strong>de</strong>tergente líquido para<br />

roupas e <strong>de</strong>sinfetantes. Todas<br />

essas categorias cresceram acima<br />

<strong>de</strong> 5%. “As pessoas buscam<br />

esses produtos para matar germes,<br />

sentir-se limpo e sentir-<br />

-se fresco. Essas preocupações<br />

Além <strong>de</strong> lançamentos e reposicionamento da marca com O Po<strong>de</strong>r do SOMOS, OMO entrou na categoria <strong>de</strong> lavan<strong>de</strong>ria<br />

acabam impactando não só no<br />

consumo <strong>de</strong> produtos para higiene<br />

pessoal como também os<br />

<strong>de</strong> limpeza”, afirma Ana.<br />

Nesse sentido, o aumento<br />

em produtos <strong>de</strong> limpeza para as<br />

mãos e para a casa em volume<br />

<strong>de</strong>ve permanecer após a pan<strong>de</strong>mia.<br />

Sobre os novos produtos<br />

que po<strong>de</strong>m surgir diante <strong>de</strong>sse<br />

cenário, ela observa que já temos<br />

visto a indústria lançando<br />

algumas variantes com foco<br />

em sanitização, e falando um<br />

pouco sobre matar o vírus. Para<br />

Ana, sem dúvidas, surgirão novos<br />

produtos enquanto a Covid<br />

e a quarentena perdurarem.<br />

“O LençO<br />

Desinfetante OMO<br />

é O 1º prODutO<br />

DO BrasiL<br />

cOM eficácia<br />

cOMprOvaDa<br />

cOntra O vírus<br />

Da cOviD-19”<br />

Mariana Gonçalo: “OMO visa aten<strong>de</strong>r às necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sse ‘novo normal’”<br />

Fotos: Divulgação<br />

A gerente da Kantar afirma<br />

que as marcas precisam ter<br />

em mente também que há um<br />

consumidor com novas necessida<strong>de</strong>s<br />

e muito mais atento em<br />

relação à equação custo e benefício.<br />

“Essas mudanças também<br />

passam por um consumidor<br />

que está com o bolso mais comprometido,<br />

tem menos <strong>de</strong> ocasiões<br />

<strong>de</strong> compra, tem uma nova<br />

rotina e, por outro lado, busca<br />

novas experiências. Essas mudanças<br />

também vão passar por<br />

tamanhos <strong>de</strong> embalagens, tipo<br />

<strong>de</strong> promoção com <strong>de</strong>sconto...”,<br />

<strong>de</strong>staca a especialista.<br />

Marca top of mind entre os<br />

brasileiros e lí<strong>de</strong>r em sabão<br />

para lavar roupas, OMO agiu rápido<br />

e ampliou o portfólio com<br />

o lançamento <strong>de</strong> uma linha<br />

completa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sinfetantes para<br />

cuidado com a casa nos formatos<br />

líquidos e lenços, reformulou<br />

seu posicionamento <strong>de</strong><br />

marketing com o slogan O Po<strong>de</strong>r<br />

do SOMOS (com campanha criada<br />

pela MullenLowe) e entrou<br />

numa nova categoria, lançando<br />

a OMO Lavan<strong>de</strong>ria durante este<br />

período <strong>de</strong> pan<strong>de</strong>mia.<br />

“OMO é uma marca que as<br />

pessoas confiam. Sempre escutamos<br />

o consumidor para <strong>de</strong>senvolver<br />

produtos <strong>de</strong> acordo<br />

com suas necessida<strong>de</strong>s e anseios,<br />

e nesse caso não foi diferente.<br />

A campanha O Po<strong>de</strong>r do<br />

SOMOS veio para <strong>de</strong>stacar o po-<br />

32 <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong><strong>20</strong> - jornal propmark


FreeCô fez testes para comprovar<br />

sua eficácia em eliminar bactérias<br />

Gabriela Pontin: “Ypê manteve os lançamentos do ano”<br />

“as pessOas<br />

BuscaM esses<br />

prODutOs para<br />

Matar gerMes,<br />

sentir-se LiMpO e<br />

sentir-se frescO”<br />

nha com <strong>20</strong>0 itens em limpeza<br />

e higiene e está presente em<br />

91% dos lares brasileiros (é a<br />

segunda marca mais escolhida<br />

no país, segundo a Kantar),<br />

informa que não foi necessário<br />

nenhum <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

produto específico, uma vez<br />

que o portfólio contempla produtos<br />

importantes para limpeza<br />

e higiene durante o período<br />

da pan<strong>de</strong>mia, mas manteve os<br />

lançamentos programados.<br />

“A Ypê manteve os lançamentos<br />

do ano, trazendo para<br />

o mercado o inédito amaciante<br />

concentrado Ypê Essencial, um<br />

amaciante translúcido, livre <strong>de</strong><br />

corantes, com tratamento micelar,<br />

que é um complexo ativo<br />

que age sobre as fibras do<br />

tecido proporcionando mais<br />

cuidado e mais maciez para as<br />

roupas. Trouxe também o sabão<br />

em barra Ypê Natural, que<br />

é <strong>de</strong> origem 100% vegetal, sem<br />

corantes e perfumes, com óleo<br />

essencial”, conta Gabriela Pontin,<br />

vice-presi<strong>de</strong>nte comercial e<br />

<strong>de</strong> marketing da Ypê.<br />

Nesse período, em conjunto<br />

e com os esforços <strong>de</strong> parceiros,<br />

a Ypê conseguiu montar uma<br />

linha <strong>de</strong> produção para fabricar<br />

álcool em gel e envasar álcool<br />

líquido 70%, totalizando mais<br />

<strong>de</strong> 3 milhões <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s, os<br />

quais foram <strong>de</strong>stinados a do<strong>de</strong>r<br />

do coletivo nesse momento<br />

que estamos vivendo, que, apesar<br />

<strong>de</strong> ser tão <strong>de</strong>licado, mostrou<br />

que ao fazer juntos, po<strong>de</strong>mos<br />

fazer mais. A campanha evi<strong>de</strong>ncia<br />

também o crescimento<br />

do portfólio <strong>de</strong> OMO para<br />

aten<strong>de</strong>r às necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sse<br />

‘novo normal’. A marca traz novida<strong>de</strong>s<br />

em produtos e serviços<br />

<strong>de</strong> cuidados com as roupas e a<br />

nova linha <strong>de</strong> <strong>de</strong>sinfetantes,<br />

que já era prevista este ano”,<br />

conta Mariana Gonçalo, gerente<br />

<strong>de</strong> marketing OMO.<br />

Segundo a executiva, a ampliação<br />

no portfólio <strong>de</strong> OMO<br />

chega como uma solução para<br />

esse período on<strong>de</strong> as pessoas<br />

estão lavando as peças com<br />

mais frequência como medida<br />

<strong>de</strong> proteção. “Por isso a marca<br />

aumentou a família em abril<br />

<strong>de</strong>sse ano e lançou uma linha<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sinfetantes para cuidado<br />

com a casa nos formatos líquidos<br />

e lenços. O Lenço Desinfetante<br />

OMO é o 1º produto do<br />

Brasil com eficácia comprovada<br />

contra o vírus da Covid-19”.<br />

Maria Eugênia, gerente <strong>de</strong><br />

marketing OMO Lavan<strong>de</strong>ria,<br />

explica que a novida<strong>de</strong> se trata<br />

<strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> franquias para<br />

um público que busca o cuidado<br />

com suas roupas e da sua<br />

família fora <strong>de</strong> casa. Ela nasceu<br />

da aquisição das operações do<br />

Grupo Acerte. “O objetivo é oferecer<br />

um cuidado especialista<br />

para as roupas especiais ou do<br />

dia a dia que o consumidor não<br />

sabe como lavar ou tem medo<br />

<strong>de</strong> danificar”.<br />

Já a Ypê, que possui uma liação<br />

para entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>,<br />

caminhoneiros, entre outros.<br />

A empresa direcionou o foco<br />

da comunicação em campanhas<br />

educativas, com caráter<br />

social e com o objetivo <strong>de</strong> levar<br />

informação para as pessoas,<br />

como, por exemplo, dicas <strong>de</strong><br />

como limpar e fazer a higiene<br />

dos ambientes.<br />

Salto naS vendaS<br />

A FreeCô informa que as vendas<br />

<strong>de</strong>ram um salto e, em junho,<br />

foram 25% superiores em<br />

relação a maio <strong>de</strong>ste ano. Já o<br />

Free Wipes, lenços ume<strong>de</strong>cidos<br />

antissépticos que substituem<br />

o álcool em gel lançados em<br />

janeiro, cresceu 903% em março<br />

logo no início da pan<strong>de</strong>mia,<br />

60% em abril e 74% em maio.<br />

Rafael Nasser, sócio-fundador<br />

da FreeCô, afirma que a empresa<br />

planeja lançar novos produtos<br />

para aten<strong>de</strong>r essa nova<br />

realida<strong>de</strong>. “Fizemos evoluções<br />

da formulação e testes oficiais<br />

com o FreeCô para comprovar<br />

sua eficácia em eliminar bactérias.<br />

Ou seja, além <strong>de</strong> bloquear o<br />

mau odor do N2 (principal feature<br />

do produto), agora po<strong>de</strong>mos<br />

abordar que o mesmo também<br />

elimina 99,9% das bactérias do<br />

local da aplicação, nesse caso<br />

é o vaso sanitário. Além disso,<br />

estamos planejando lançar, sim,<br />

novos produtos para essa nova<br />

realida<strong>de</strong>, mas não po<strong>de</strong>mos<br />

ainda divulgar”, ressalta.<br />

O executivo revela também<br />

que, tanto para FreeCô quanto<br />

para Free Wipes, foram adotadas<br />

medidas para <strong>de</strong>ixar mais<br />

claras as aplicações dos produtos<br />

durante esse momento <strong>de</strong><br />

pan<strong>de</strong>mia. Além disso, a comunicação<br />

começou a exaltar<br />

features e modos <strong>de</strong> uso mais<br />

Ana Simões: “Há um consumidor com novas necessida<strong>de</strong>s”<br />

a<strong>de</strong>quados ao comportamento<br />

das pessoas diante do distanciamento<br />

social, além <strong>de</strong> abrir<br />

novos canais <strong>de</strong> vendas.<br />

“Para FreeCô, estamos explorando<br />

o ponto <strong>de</strong> que ficando<br />

em quarenta sozinho ou em<br />

grupos o mau odor do ambiente,<br />

no caso o banheiro, é uma<br />

preocupação ainda mais constante.<br />

Já para Free Wipes, manter<br />

a higiene das mãos, objetos<br />

e superfícies é a preocupação<br />

número 1 da população e nosso<br />

produto é perfeito para isso. E<br />

para facilitar o acesso aos produtos,<br />

iniciamos campanhas<br />

<strong>de</strong> frete grátis via nosso e-commerce<br />

próprio, abrimos canais<br />

<strong>de</strong> vendas novos através <strong>de</strong><br />

marketplaces como Mercado<br />

Live, Carrefour, Olist, Elo7 e<br />

iniciamos ações promocionais<br />

com <strong>de</strong>scontos mais agressivos<br />

para facilitar a experimentação<br />

aos produtos”, revela Nasser.<br />

As vendas dos<br />

lenços ume<strong>de</strong>cidos<br />

Free Wipes<br />

dispararam durante<br />

a pan<strong>de</strong>mia<br />

jornal propmark - <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong><strong>20</strong> 33


diGital<br />

Google faz 15 anos no Brasil com<br />

marketing mixando arte e ciência<br />

Lauren Pachaly, head da área para o consumidor final, relembra cases<br />

marcantes e revela os <strong>de</strong>talhes do processo criativo da companhia<br />

Fotos: Divulgação<br />

Além <strong>de</strong> Caju e Castanha, protagonistas <strong>de</strong> uma das primeiras campanhas envolvendo buscas, Google aposta em imagens <strong>de</strong> internet para compor os filmes, além <strong>de</strong> casting diverso<br />

leonardo araujo<br />

Quando começou no Google, em <strong>20</strong>08, a<br />

gaúcha Lauren Pachaly trabalhava em<br />

vendas. Além do cargo da executiva, que<br />

hoje li<strong>de</strong>ra o marketing dos produtos para<br />

consumidor final, o mundo também era<br />

muito diferente. O Orkut estava em alta, o<br />

<strong>de</strong>sktop ainda ditava as regras <strong>de</strong> uma campanha<br />

e o mobile era um sonho distante.<br />

Passados 12 anos, a profissional segue<br />

na empresa e, <strong>de</strong> maneira emblemática,<br />

falou ao PROPMARK durante uma call no<br />

Google Meet. “Meu projeto inaugural foi<br />

a primeira transmissão ao vivo do You-<br />

Tube na América Latina, foi em <strong>20</strong>10. Estamos<br />

fazendo uma transmissão agora,<br />

mas naquela época era uma coisa muito<br />

gran<strong>de</strong>”, contextualiza.<br />

No Brasil, Lauren cuida do marketing<br />

para Busca e Assistente. A empresa, conta<br />

a executiva, utiliza três pilares para criar<br />

suas campanhas: “Know the user, Know<br />

the magic e Connect the two”. “Toda campanha<br />

começa por enten<strong>de</strong>r quem é o nosso<br />

usuário, quem é o target que a gente quer<br />

Lauren: marketing muticultural é receita do sucesso<br />

falar. O segundo passo é conhecer a mágica,<br />

que significa que nós temos <strong>de</strong> ser os que<br />

mais conhecem o nosso produto, mais do<br />

que qualquer um, simples assim. Conhecer<br />

profundamente do que a gente for falar. O<br />

terceiro passo é conectar os dois, entregar<br />

os produtos <strong>de</strong> uma forma que seja relevante<br />

para esse usuário. Eu sei que parece<br />

meio óbvio, mas o nosso briefing é escrito<br />

assim. É a forma que a gente monta e estrutura<br />

as campanhas. Tem uma frase que<br />

nossa CMO fala que é: pra fazer marketing<br />

no Google, é uma mistura <strong>de</strong> arte e ciência,<br />

tu precisa ser um pouco Frida Kahlo e um<br />

pouco Albert Einstein”, brinca.<br />

Outro componente do marketing da empresa<br />

é se acostumar às mudanças. “Em<br />

<strong>20</strong>11, o Google lançou uma funcionalida<strong>de</strong><br />

chamada Instant Search. Tu começava<br />

a escrever e ele já carregava a página. Para<br />

lançar no Brasil, convidamos uma dupla <strong>de</strong><br />

repentistas, Caju e Castanha, para <strong>de</strong>safiar<br />

a busca. Eu amo essa peça, ela ainda está no<br />

ar. Veja como é evolutivo: seis anos <strong>de</strong>pois<br />

esse recurso foi <strong>de</strong>sativado. Ele era muito<br />

relevante para o <strong>de</strong>sktop. O marketing do<br />

34 <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong><strong>20</strong> - jornal propmark


Google muda muito rápido. Quem trabalha<br />

no nosso time tem <strong>de</strong> amar mudança. Se<br />

você for muito apegado, vai surtar. As coisas<br />

mudam muito rápido. O ouvido no usuário<br />

é o mais importante”, afirma.<br />

Ouvir o usuário é essencial para obter<br />

êxito. “Os marqueteiros sempre foram<br />

conhecidos como pessoas que criam boas<br />

narrativas. Acho que o marqueteiro <strong>de</strong><br />

<strong>20</strong><strong>20</strong> cria boas narrativas e tem boa escuta,<br />

porque se não a narrativa que ele criar<br />

não vai ser relevante, não vai ressoar. O<br />

tanto que ele fala ele tem <strong>de</strong> escutar também”,<br />

afirma.<br />

Lauren presenciou períodos importantes<br />

para o marketing da empresa, como a<br />

comunicação para Copa e Olimpíadas no<br />

Brasil e, é claro, a crise da Covid-19. Entretanto,<br />

para ela, fazer campanhas especificamente<br />

para a busca é um dos gran<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong>safios. “Porque todo mundo busca no<br />

Google, né? Fazer marketing para quê? Mas<br />

o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> fazer o marketing para a busca<br />

do Google vem junto com o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong><br />

influenciar produto”, explica. Segundo a<br />

executiva, ao ouvir os usuários, há a possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> trazer insights e ajudar o time<br />

<strong>de</strong> engenharia a melhorar as ferramentas.<br />

Há outro <strong>de</strong>safio: criar para um país <strong>de</strong><br />

dimensões e comportamentos continentais.<br />

“O Brasil é muito gran<strong>de</strong> e as coisas<br />

são centralizadas aqui no Su<strong>de</strong>ste, então,<br />

a gente acaba se vendo numa bolha.<br />

Teve um momento no nosso time que foi<br />

meio assim: ‘não dá, a gente precisa fazer<br />

marketing no Brasil inteiro’”, relata. Foi<br />

preciso “fazer um marketing multicultural<br />

<strong>de</strong>ntro do Brasil”. “Dá muito trabalho,<br />

é difícil, tu tem <strong>de</strong> querer genuinamente<br />

fazer”, revela.<br />

Para acertar a comunicação Brasil afora,<br />

é preciso testar. “A gente testa nossos criativos<br />

muito antes <strong>de</strong> ir pra rua. E não testa<br />

só na bolha. Testamos no Brasil e é surreal<br />

o que se apren<strong>de</strong>. A peça que funciona aqui<br />

em São Paulo, não funciona em Recife, não<br />

funciona no Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, não funciona<br />

no Pará... A gente testa tudo. Eu sou<br />

a louca dos testes. Marketing não dá mais<br />

para ser subjetivo. Teve sua época do gosto<br />

ou não gosto. Não dá. Acabou”, diz.<br />

O multiculturalismo passa também pela<br />

diversida<strong>de</strong> nas campanhas. “Para o Google<br />

e para toda marca que faz uma campanha<br />

com um alcance muito gran<strong>de</strong>, a<br />

diversida<strong>de</strong> vira uma questão <strong>de</strong> impacto<br />

social. Porque o alcance é muito gran<strong>de</strong>,<br />

então, é uma responsabilida<strong>de</strong>”, revela.<br />

Para exemplificar, ela menciona a participação<br />

da fashion criativa Maiwsi Ayana na<br />

campanha que divulgava a feature da busca<br />

por empregos no site.<br />

“A gente enten<strong>de</strong>u que nossa comunicação<br />

é um espaço pra dar visibilida<strong>de</strong> para<br />

<strong>de</strong>terminados grupos. Fazer com que esses<br />

grupos ganhem atenção e passem a ser <strong>de</strong>vidamente<br />

reconhecidos e respeitados. As<br />

marcas precisam ter essa consciência da<br />

responsabilida<strong>de</strong>”, argumenta.<br />

Outra característica das campanhas da<br />

empresa é a criação colaborativa. “Eu gosto<br />

<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ia que não sei te dizer quem <strong>de</strong>u. Tenho<br />

pavor <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ia com nome”, diz Lauren.<br />

“Meu briefing não é um documento que eu<br />

envio, é uma sessão. Segunda-feira brifamos<br />

uma nova campanha numa vi<strong>de</strong>ocon-<br />

Histórias reais compõem as peças da companhia, como no filme estrelado pela fashion criativa Maiwsi Ayana<br />

“Marketing não dá Mais<br />

para ser subjetivo. teve<br />

sua época do gosto ou não<br />

gosto. não dá. acabou”<br />

ferência <strong>de</strong> três horas maravilhosa, não foi<br />

chata, foi megadivertida. Estavam todos os<br />

parceiros ao mesmo tempo. Não existe brifar<br />

só agência <strong>de</strong> mídia, <strong>de</strong>pois brifar criativos,<br />

<strong>de</strong>pois social... Gente, todo mundo vai<br />

receber a mesma informação e todo mundo<br />

vai ouvir juntos”, explica.<br />

madia.<br />

40 anos<br />

EXPERIÊNCIA SUPERA<br />

CRISES E CONSTRÓI CAMINHOS<br />

Há 40 anos, orientando empresas<br />

a encontrar o caminho certo para<br />

o sucesso e sustentabilida<strong>de</strong>.<br />

+ <strong>de</strong> 500<br />

empresas<br />

Para o futuro, Lauren está curiosa em<br />

saber como o processo criativo vai funcionar<br />

com a quarentena. O briefing via<br />

call foi uma novida<strong>de</strong>. “Normalmente,<br />

a gente leva todo mundo para um lugar.<br />

Quando brifamos para a campanha <strong>de</strong><br />

soccer, fomos todos ao Museu do Futebol.<br />

No outro ano, fomos ao Morumbi. Fazer<br />

isso por hangout? Que baixo astral. Então,<br />

o processo criativo é o que estou mais<br />

ansiosa para ver”, diz. Especificamente<br />

para seu grupo <strong>de</strong> produtos, a executiva<br />

costuma trabalhar com AKQA, MESA,<br />

Wun<strong>de</strong>rman Thompson para a mídia, entre<br />

outros parceiros.<br />

+ <strong>de</strong> 1<strong>20</strong>0<br />

trabalhos<br />

+ 3000<br />

marcas<br />

(11) 98990-0346<br />

jornal propmark - <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong><strong>20</strong> 35


arena do esporte<br />

Danúbia Paraizo danubia@propmark.com.br<br />

Reprodução/Instagram<br />

Divulgação<br />

Campeões<br />

O retorno da Champions League, a partir da primeira semana <strong>de</strong> agosto, promete recor<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> audiência para a Turner no Brasil. Após o torneio ficar interrompido por 150 dias<br />

<strong>de</strong>vido à pan<strong>de</strong>mia da Covid-19, os torcedores po<strong>de</strong>rão acompanhar em apenas um mês as<br />

oitavas, quartas, semifinais e final do campeonato. Juventus (foto) e Lyon abrem as competições,<br />

no dia 7 <strong>de</strong> agosto. As transmissões serão pelos canais TNT, na TV paga, e Esporte<br />

Interativo, no serviço <strong>de</strong> streaming EI+ ou Facebook. Na temporada <strong>20</strong>19/<strong>20</strong><strong>20</strong>, mais <strong>de</strong><br />

9,3 milhões <strong>de</strong> pessoas passaram pelos canais da Turner para assistir aos jogos. Para esta<br />

temporada, estão confirmados entre os patrocinadores das transmissões Claro, Heineken,<br />

Nissan, Santan<strong>de</strong>r e SportingBet. Também apoiam os jogos Amazon Prime Vi<strong>de</strong>o, Gillette,<br />

Hoteis.com e Motorola. O pacote comercial da Turner ainda tem oportunida<strong>de</strong>s abertas<br />

para empresas interessadas.<br />

Volta 1<br />

Questões ligadas à mobilida<strong>de</strong> urbana <strong>de</strong>vem ganhar mais atenção nos próximos anos. Isso<br />

porque a pan<strong>de</strong>mia da Covid-19 acelerou algumas tendências e oportunida<strong>de</strong>s. Dados da Associação<br />

Brasileira do Setor <strong>de</strong> Bicicletas (Aliança Bike) indicam aumento <strong>de</strong> 50% nas vendas<br />

<strong>de</strong> bicicletas em maio no país, na comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo<br />

o estudo Mobility Futures, da Kantar, é esperado um crescimento <strong>de</strong> 47% no uso das bikes em<br />

São Paulo nos próximos 10 anos. Essa aceleração durante a quarentena é reflexo das orientações<br />

<strong>de</strong> órgãos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública em relação<br />

ao isolamento social. Como forma <strong>de</strong> evitar o<br />

contato social no transporte público, muitas<br />

pessoas adotaram a bike como alternativa.<br />

Cinema ao ar liVre<br />

Com previsão <strong>de</strong> retorno para o dia 8 <strong>de</strong><br />

agosto, o Campeonato Brasileiro será<br />

transmitido ao vivo em arenas drive-in<br />

em cinco cida<strong>de</strong>s. A iniciativa faz parte <strong>de</strong><br />

um projeto da Globo, que começa a testar<br />

novos formatos para a transmissão <strong>de</strong><br />

seus conteúdos fora da casa das pessoas.<br />

A iniciativa é resultado <strong>de</strong> parceria com a<br />

Go Dream, re<strong>de</strong> <strong>de</strong> arenas drive-in criada<br />

pela Dream Factory, que estará em operação<br />

<strong>de</strong> 23 <strong>de</strong> <strong>julho</strong> a <strong>20</strong> <strong>de</strong> setembro. Em<br />

um momento em que as pessoas retornam<br />

gradualmente às suas rotinas, os espaços<br />

drive-in têm se popularizado pela conveniência<br />

<strong>de</strong> misturar entretenimento em<br />

um local que respeita o distanciamento<br />

social necessário durante a pan<strong>de</strong>mia da<br />

Covid-19. Com o projeto, o Brasileirão será<br />

transmitido nas arenas drive-in em São<br />

Paulo (SP), Rio <strong>de</strong> Janeiro (RJ), Fortaleza<br />

(CE), Nova Lima (MG) e Recife (PE).<br />

Vida saudáVel<br />

O Pão <strong>de</strong> Açúcar aproveitou o momento <strong>de</strong><br />

reabertura dos parques da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São<br />

Paulo, na semana passada, para promover<br />

ativação que integra a nova campanha Felicida<strong>de</strong><br />

po<strong>de</strong> ser tanta coisa, criada pela agência<br />

BETC/Havas. A marca <strong>de</strong>marcou espaços seguros<br />

nos gramados <strong>de</strong> alguns dos principais<br />

parques para manter o afastamento social, e<br />

também disponibilizou dispositivos <strong>de</strong> álcool<br />

em gel para a população. As <strong>de</strong>limitações<br />

em formatos esféricos po<strong>de</strong>m ser vistas nos<br />

gramados do Parque do Ibirapuera, Parque<br />

Burle Marx e Parque do Carmo. O objetivo<br />

do projeto em parceria com a Prefeitura é<br />

contribuir e preparar a cida<strong>de</strong> para a volta<br />

gradual do convívio em socieda<strong>de</strong>.<br />

Divulgação<br />

Volta 2<br />

Para Luciana Pepe, diretora <strong>de</strong> contas da<br />

Kantar no setor automotivo, o momento<br />

<strong>de</strong> crise e isolamento é uma boa oportunida<strong>de</strong><br />

para governos e empresas repensarem<br />

a relação com os meios <strong>de</strong> transporte<br />

e a infraestrutura das suas cida<strong>de</strong>s.<br />

Segundo o Mobility Futures, 40% das<br />

pessoas em todo o mundo estão abertas a<br />

adotar soluções inovadoras <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong>,<br />

abrindo oportunida<strong>de</strong>s e caminhos para<br />

novos negócios.<br />

36 <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong><strong>20</strong> - jornal propmark


supercenas<br />

Paulo Macedo paulo@propmark.com.br<br />

RAP<br />

A dupla <strong>de</strong> diretores Angry, que i<strong>de</strong>ntifica<br />

o trabalho conjunto <strong>de</strong> Gabe Maruyama e<br />

Bruninho, se uniu ao produtor Fa<strong>de</strong>l Debian,<br />

da Hogarth Brasil, para viabilizar o<br />

ví<strong>de</strong>o Xondaro Ka’aguy Reguá (Forest Warrior),<br />

um rap cantado em guarani e recém-<br />

-lançado por Kunumi MC, pseudônimo <strong>de</strong><br />

Jeguaka Mirim. O rapper é da al<strong>de</strong>ia Krukutu,<br />

localizada no bairro <strong>de</strong> Parelheiros, zona<br />

sul <strong>de</strong> São Paulo. O vi<strong>de</strong>oclipe foi selecionado<br />

entre os finalistas no New York Lift-<br />

-Off Film Festival, que celebra o cinema<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte. As inscrições são abertas<br />

para trabalhos <strong>de</strong> todo o mundo em todos<br />

os formatos e linguagens. “Foi um processo<br />

que eu nunca tinha feito antes, ainda mais<br />

no idioma guarani. O que me chamou mais<br />

a atenção. Geralmente você faz um beat e<br />

o MC canta em cima <strong>de</strong>le, mas, <strong>de</strong>ssa vez,<br />

toda a composição musical foi construída<br />

em cima das vozes gravadas soltas, antes da<br />

batida. Procurei produzir a música utilizando<br />

sons indígenas antigos e misturar com<br />

elementos atuais do rap, trap e ragga para<br />

criar uma sonorida<strong>de</strong> bem original. Foi um<br />

<strong>de</strong>safio interessante”, <strong>de</strong>screveu Dabien. O<br />

rapper Kunumi MC <strong>de</strong>staca na letra que há<br />

um guerreiro que vai libertar seu povo.<br />

Fotos: Divulgação<br />

Cena do vi<strong>de</strong>oclipe Xondaro Ka’aguy Reguá, do rapper indígena Kunumi MC, finalista do New York Lift-Off Film Festival<br />

ESPETACULAR<br />

A Record TV recuperou a veia jornalística <strong>de</strong> Carolina Ferraz, iniciada no Programa <strong>de</strong> Domingo,<br />

da extinta TV Manchete, antes <strong>de</strong> ingressar na vitoriosa carreira <strong>de</strong> atriz. Após a saída da TV Globo,<br />

on<strong>de</strong> interpretou personagens como Penélope, <strong>de</strong> Haja Coração, ela divi<strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o último dia<br />

12 a bancada do Domingo Espetacular com Eduardo Ribeiro. Carolina também vai fazer reportagens<br />

com pautas <strong>de</strong> assuntos gerais e <strong>de</strong> culinária, tema que lhe motivou a escrever dois livros. A<br />

nova atração do elenco da Record TV apresentou o programa Receitas da Carolina no canal pago<br />

GNT. “Em todas as emissoras em que trabalhei comecei sempre como apresentadora”, disse.<br />

A atriz Carolina Ferraz é<br />

a nova apresentadora da<br />

Record TV<br />

Na foto <strong>de</strong> Joice Men<strong>de</strong>s, Andi Pereira, diretor da Profana, com parte do elenco da agência<br />

REPRESENTATIVIDADE<br />

Especializada na produção <strong>de</strong> eventos <strong>de</strong> moda, entretenimento e publicida<strong>de</strong>, a Agência<br />

Profana tem com propósito quebrar estereótipos por meio do estímulo à inclusão e representativida<strong>de</strong><br />

para o público LGBTQIA+. Da formação <strong>de</strong> casting à gestão <strong>de</strong> brand content.<br />

Criada há três anos pelo publicitário Andi Pereira, que atuou como criativo em projetos<br />

para Samsung, Schin, Bra<strong>de</strong>sco e Knorr, em parceria com a Cubocc, Casa JWT, Leo<br />

Burnett Tailor Ma<strong>de</strong> e One Digital, tem entre seus cases a ação digital Minha Drag Secreta,<br />

para a marca <strong>de</strong> óculos Opaloka. Também faz intervenções no São Paulo Fashion<br />

Week e teve participação na festa <strong>de</strong> 13 anos da Revista JP, da jornalista Joyce Pascowitch.<br />

“Essas experiências <strong>de</strong> vida e profissionais com a comunida<strong>de</strong> LGBTQIA+, em<br />

especial, pessoas trans e travestis, me modificaram completamente, como pessoa e<br />

como profissional”, explicou Andi, que se diz atento às mulheres negras. Elas estão<br />

no elenco do catálogo da Opaloka ao lado <strong>de</strong> drag queens, casais gays e trans.<br />

jornal propmark - <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong><strong>20</strong> 37


última página<br />

Sarah Kilian/Unsplash<br />

adriana<br />

mentirosa<br />

e dona nair<br />

Stalimir Vieira<br />

Ando fugindo <strong>de</strong> lives como o diabo da<br />

cruz, sobretudo daquelas <strong>de</strong> publicitários<br />

em entrevistas <strong>de</strong> cunho autoapologético. É<br />

curioso o efeito <strong>de</strong>ssa epi<strong>de</strong>mia, mundialmente<br />

paralisante, sobre o ego <strong>de</strong> algumas<br />

pessoas. Parece que potencializa a angústia<br />

com a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>saparecerem. Não<br />

no sentido <strong>de</strong> morrerem, mas <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixarem <strong>de</strong><br />

ser percebidas por conta <strong>de</strong> uma reviravolta<br />

nos interesses dos outros. Mas, enfim, cada<br />

um sabe on<strong>de</strong> lhe aperta o calo.<br />

mãe, que a tudo assiste, é solicitada pela filha<br />

a confirmar o que é dito e tem reações hilárias.<br />

Assisti a <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong>les, sem cansar e sempre<br />

rindo muito. Impressiona como a “fórmula”,<br />

tão básica, resista há tanto tempo e os episódios<br />

consigam surpreen<strong>de</strong>r. Numa palavra, eu<br />

diria que é viciante. Inclusive, porque faz um<br />

contraponto saudável à avalanche <strong>de</strong> iniciativas<br />

“elaboradas para o sucesso” que polui as<br />

re<strong>de</strong>s sociais. O que me leva à refletir sobre o<br />

conceito que está na moda: o “novo normal”.<br />

Não será o “novo normal”, simplesmente um<br />

retorno ao normal?<br />

Na fuga a que me referi no início, encontrei,<br />

por puro acaso, um ví<strong>de</strong>o que me fez<br />

dar gargalhadas como há um bom tempo<br />

não dava. Não, não foi nenhum<br />

humorista, nenhum “influencer”,<br />

nenhum imitador, nada<br />

<strong>de</strong> que eu tivesse qualquer indicação<br />

ou referência.<br />

Aliás, se eu fosse dar algum<br />

pitaco aos criativos, hoje, diria:<br />

<strong>de</strong>em uma oportunida<strong>de</strong> ao<br />

acaso, parem <strong>de</strong> procurar pelo<br />

específico, abandonem as referências,<br />

percam o rumo, <strong>de</strong>sfoquem, não<br />

saibam o que querem...<br />

O tal ví<strong>de</strong>o tem duas características que me<br />

pren<strong>de</strong>ram imediatamente: a simplicida<strong>de</strong> e a<br />

naturalida<strong>de</strong>. Atenção: não confundir simplicida<strong>de</strong><br />

e naturalida<strong>de</strong> com a breguice tosca<br />

das “obras” bolsonaristas. Estou falando <strong>de</strong><br />

beleza, no mais humano dos sentidos.<br />

Resumindo: uma filha, ao saber que a mãe<br />

começou a <strong>de</strong>monstrar sinais <strong>de</strong> Alzheimer,<br />

teve a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> “provocá-la”, como estímulo à<br />

sua ativida<strong>de</strong> cerebral. E passou a gravar ví<strong>de</strong>os<br />

curtos com o celular, em sua casa, no interior<br />

da Bahia, improvisando falas com as mais<br />

<strong>de</strong>slavadas mentiras sobre suas posses. A<br />

“Talvez, resida<br />

nesse ‘novo’<br />

normal apenas<br />

o reTorno<br />

à lógica da<br />

busca da<br />

originalida<strong>de</strong>”<br />

Ou seja, o fim da anormalida<strong>de</strong> equivocadamente<br />

entendida como normal? Não me refiro<br />

ao simplismo <strong>de</strong> questionarmos se vamos<br />

trabalhar em casa ou num escritório,<br />

por exemplo. Algumas<br />

formas <strong>de</strong> viver provavelmente<br />

vão mudar.<br />

Mas quero tratar <strong>de</strong> conteúdo,<br />

do resgate da in<strong>de</strong>pendência<br />

intelectual, da liberda<strong>de</strong> dos sentimentos,<br />

do direito à emoção<br />

com a mais completa diversida<strong>de</strong>.<br />

Eu vejo uma gran<strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong><br />

para “<strong>de</strong>scatalogarmo-nos”, <strong>de</strong> “não<br />

ter que nada”, mas <strong>de</strong> se sentir à vonta<strong>de</strong> para<br />

“po<strong>de</strong>r tudo”.<br />

Talvez, resida nesse “novo” normal apenas<br />

o retorno à lógica da busca da originalida<strong>de</strong>,<br />

isto é, do verda<strong>de</strong>iro processo criativo. Sim,<br />

aquele que brilha num raciocínio “ao contrário”.<br />

Aplicado a uma nova realida<strong>de</strong>, fatalmente<br />

vai gerar resultados inéditos.<br />

Não foi a pan<strong>de</strong>mia quem nos paralisou, já<br />

vínhamos criativamente paralisados há bastante<br />

tempo, atados por um processo inibidor<br />

da espontaneida<strong>de</strong>. É hora, portanto, <strong>de</strong> aproveitar<br />

que as cordas afrouxaram e nos soltarmos<br />

<strong>de</strong> uma vez.<br />

Stalimir Vieira é diretor da Base Marketing<br />

stalimircom@gmail.com<br />

38 <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong><strong>20</strong> - jornal propmark


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