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Sociolinguistica Interacional: perspectivas inspiradoras e desdobramentos contemporâneos

Esta obra traz ao público brasileiro uma riquíssima coletânea de textos teóricos, metodológicos e analíticos sobre o complexo fenômeno da comunicação e da linguagem humana. O convite feito aos leitores é o de investigar o paradigma interacional, entendendo o fenômeno da comunicação e da linguagem como algo extremamente complexo, dinâmico, fluido e imprevisível, pois deriva de entendimentos linguísticos, sociais e culturais. Um livro que contribui para as pesquisas nas áreas da linguística, da comunicação, da antropologia, da sociologia e da história. BRANCA TELLES RIBEIRO

Esta obra traz ao público brasileiro uma riquíssima coletânea de textos teóricos, metodológicos e analíticos sobre o complexo fenômeno da comunicação e da linguagem humana. O convite feito aos leitores é o de investigar o paradigma interacional, entendendo o fenômeno da comunicação e da linguagem como algo extremamente complexo, dinâmico, fluido e imprevisível, pois deriva de entendimentos linguísticos, sociais e culturais. Um livro que contribui para as pesquisas nas áreas da linguística, da comunicação, da antropologia, da sociologia e da história.

BRANCA TELLES RIBEIRO

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“jogos de linguagem”, a valorização da “performance ordinária” nas falas

do dia a dia, as ações linguísticas e sociais improvisadas, a multidimensionalidade

da ação comunicativa são valorizadas, bem como fatores

complicadores próprios da fala em interação, tais como o confronto, a

tensão, a cumplicidade e o conluio, a mudança e a inconstância. Estuda-se

a variabilidade e a diversidade; não cabe a procura do homogêneo ou do

universal, mas sim o esforço de se retratar o particular e específico de

um encontro social.

Finalmente, os textos contemporâneos, contemplados na terceira

parte do livro apresentam estudos inseridos em uma modernidade

fluida, transitória, digital e hipercomunicativa, operando simultaneamente

em múltiplos contextos (virtuais e presenciais, orais e escritos,

e por vezes bidialetais e multilíngues). Os estudos reafirmam de forma

clara a pertinência da Sociolinguística Interacional para a pesquisa em

contextos comunicativos complexos. E frisam a necessidade dos estudos

etnográficos e históricos para uma melhor contextualização dos dados

orais/audiovisuais/escritos. Enquanto reafirmam a interação face a face

como lócus de pesquisa, observam criticamente os posicionamentos e

papéis sociais dos participantes (de que tipo de interação se está tratando

e como as diferenças e/ou desigualdades sociais devem ser analisadas?

— indaga Monica Heller). Nesse sentido, problematizam e ampliam

algumas teorias expostas na primeira parte do volume. De fato, entender

que recursos sociolinguísticos e estratégias discursivas estão presentes

em uma dada interação pressupõe também um entendimento de que tais

recursos são distribuídos de forma desigual, seja pela diferença de classe

social, seja pelo mero acesso a certos recursos discursivos, ou mesmo

pela própria qualidade da (ou falta de) competência comunicativa dos

participantes. Acresce a essa problemática a intensa mobilidade social

da era contemporânea, os deslocamentos migratórios e a aceleração

gerada pelos avanços tecnológicos que certamente impulsionaram uma

mudança no grau ou escala de complexidade da vida social retratados em

cada um desses textos.

Conforme atesta Falabella Fabrício, a sociolinguística já nasce

interdisciplinar. E certamente o desenvolvimento das teorias sociolinguísticas

discutidas neste volume amplia e refina o seu compromisso com

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