Sociolinguistica Interacional: perspectivas inspiradoras e desdobramentos contemporâneos
Esta obra traz ao público brasileiro uma riquíssima coletânea de textos teóricos, metodológicos e analíticos sobre o complexo fenômeno da comunicação e da linguagem humana. O convite feito aos leitores é o de investigar o paradigma interacional, entendendo o fenômeno da comunicação e da linguagem como algo extremamente complexo, dinâmico, fluido e imprevisível, pois deriva de entendimentos linguísticos, sociais e culturais. Um livro que contribui para as pesquisas nas áreas da linguística, da comunicação, da antropologia, da sociologia e da história. BRANCA TELLES RIBEIRO
Esta obra traz ao público brasileiro uma riquíssima coletânea de textos teóricos, metodológicos e analíticos sobre o complexo fenômeno da comunicação e da linguagem humana. O convite feito aos leitores é o de investigar o paradigma interacional, entendendo o fenômeno da comunicação e da linguagem como algo extremamente complexo, dinâmico, fluido e imprevisível, pois deriva de entendimentos linguísticos, sociais e culturais. Um livro que contribui para as pesquisas nas áreas da linguística, da comunicação, da antropologia, da sociologia e da história.
BRANCA TELLES RIBEIRO
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SOCIOLINGUíSTICA
INTERACIONAL
PERSPECTIVAS INSPIRADORAS E
DESDOBRAMENTOS CONTEMPORÂNEOS
BRANCA FALABELLA FABRÍCIO [ORG.]
Reunindo nove textos que traçam o
percurso da construção do campo da
sociolinguística interacional, este livro
tem sua estruturação em três seções que
mostram já sua primeira qualidade: o
equilíbrio entre a fundação do campo, seu
processo de consolidação e sua abertura
para a incorporação, como objetos de
análise, de fenômenos contemporâneos.
A sociolinguística interacional, como
discute a organizadora em sua lúcida e
densa introdução, é um campo vocacionado
para a interdisciplinaridade já desde sua
fundação, derivada do encontro entre
linguística, antropologia e sociologia personificado
pelo trabalho conjunto de Erving
Goffman, Dell Hymes e John Gumperz.
Desse encontro, saem fortalecidos dois
princípios que servem como alicerces da
área: a indissociabilidade intelectual entre
os estudos da linguagem e os estudos da
sociedade e da cultura e a importância da
articulação entre os níveis micro e macro
da vida social (construindo assim pontes
que permitem observar a política em ação
no cotidiano).
Este tipo de iniciativa é extremamente
bem-vinda, na medida em que a acoplagem
entre o trabalho de tradução — realizado
aqui por um grupo de pesquisadores
brasileiros — e o esforço intelectual de
seleção e apresentação de textos clássicos e
contemporâneos têm um duplo resultado:
facultar o acesso aos textos e, não apenas
em decorrência, mas principalmente,
concorrer para a própria consolidação do
campo no Brasil.
BRANCA FALABELLA FABRÍCIO [ORG.]
SOCIOLINGUíSTICA
INTERACIONAL
PERSPECTIVAS INSPIRADORAS E
DESDOBRAMENTOS CONTEMPORÂNEOS
Todos os direitos desta edição reservados
à MV Serviços e Editora Ltda.
revisão
Milene Couto
capa (foto)
Eric Fischer | Flickr
projeto gráfico e diagramação
Patrícia Oliveira
cip-brasil. catalogação na publicação
sindicato nacional dos editores de livros, rj
Elaborado por Leandra Felix da Cruz Candido – crb 7/6135
S662o
Sociolinguística interacional : perspectivas inspiradoras e
desdobramentos contemporâneos / organização Branca Falabella
Fabrício. – 1. ed. – Rio de Janeiro : Mórula, 2020.
336 p. ; 21 cm.
Inclui bibliografia e índice
ISBN 978-65-86464-01-6
1. Sociolinguística. 2. Linguagem e línguas. 3. Linguagem e
cultura. I. Fabrício, Branca Falabella.
20-64571 CDD: 306.44
CDU: 81'27
R. Teotônio Regadas, 26/904 – Lapa – Rio de Janeiro
www.morula.com.br | contato@morula.com.br
Ao meu pai, João, in memoriam, por sua aptidão
para a alegria e fascinação genuína com
as insignificâncias cotidianas.
a g r a d e c i m e n t o s
A ideia desta obra surgiu de um convite de Maria Claudia Coelho, no
início de 2014, para a elaboração de um projeto de livro que reunisse
textos na área da Sociolinguística Interacional ainda sem tradução para
o português. Entre essa situação inspiradora inicial e a sua concretização
em 2020, vivi um período de profundo luto pelo falecimento repentino
de meu pai, grande amigo, a quem dedico este livro. Foi preciso tempo
para transvalorar a dor em memória alegre. Por alguns anos, assim, este
projeto ocupou um lugar secundário nas minhas atividades de pesquisa,
até ser retomado.
Para elaborá-lo, contei com o apoio de inúmeras pessoas. O incentivo
de meu companheiro, familiares, amigos e amigas me ajudou a prosseguir.
As conversas com Ricardo Frenzel, meu leitor-crítico improvisado,
também me auxiliaram a manter o foco.
Da mesma forma, o amparo incondicional de colegas do PIPGLA,
programa de pós-graduação no qual atuo, me reergueu. Em especial,
agradeço o imenso afeto de Luiz Paulo da Moita-Lopes e Marlene Soares
dos Santos. Ele me deu segurança e fez toda a diferença na transformação
do meu desassossego. O carinho de vocês nunca me abandona. Quero
também expressar minha gratidão ao Paulo Gago, pelo aconchego da
amizade, e à Maria Claudia, por me ouvir, me aconselhar e me ajudar a
lidar com a aflição. Sua indicação da leitura de Freud, Luto e Melancolia,
foi muito importante.
Além disso, devo meus sinceros agradecimentos ao grupo de tradutores/as,
colegas queridos/as, que abraçou o projeto com entusiasmo
e aceitou dividir comigo o trabalho de tradução. Sem a colaboração de
vocês e o respeito pelo meu abatimento, eu teria desistido. Obrigada
pela paciência, pelo tempo de espera, e, sobretudo, pela qualidade do
trabalho que realizaram.
Gostaria ainda de salientar meu reconhecimento pelo incentivo que
algumas professoras, mesmo sem sabê-lo, deram à execução deste trabalho,
pois são parte significativa da minha formação docente. Como aluna de
mestrado, fui introduzida à área da Sociolinguística Interacional (SI) por
Branca Telles Ribeiro, a quem sou grata pelo conhecimento partilhado
com tanta maestria e pela escritura do generoso prefácio. Depois, já como
aluna de doutorado, tive a oportunidade de aprofundar os fundamentos
da SI em cursos, discussões e grupos de estudo na PUC-Rio com Liliana
Cabral Bastos, minha orientadora, Maria das Graças Dias Pereira e Maria
do Carmo Leite de Oliveira, especialistas na área a quem carinhosamente
chamo de “meninas da PUC”.
E não posso deixar de manifestar minha eterna divída com o Núcleo
de Estudos em Discursos e Sociedade (NUDeS) do qual faço parte. O
estímulo propiciado pelas discussões sobre alguns dos textos e autores
aqui incluídos foi de grande valia. Sublinho, particularmente, o diálogo
constante com Luiz Paulo da Moita-Lopes, meu interlocutor-parceiro
acadêmico de todas as horas, e o conjunto de discentes com quem troquei
ideias em múltiplas disciplinas e reuniões de pesquisa.
Finalmente, três formas de apoio institucional tornaram possível esta
publicação: o auxílio financeiro recebido pelo Programa Interdisciplinar
de Linguística Aplicada (PIPGLA); a bolsa de produtividade em pesquisa
concedida pelo CNPq (Processos 307157/2013-0 e 302935/2017-7); e a
licença de Capacitação Docente aprovada pela Faculdade de Letras da
UFRJ, no período de agosto a outubro de 2019.
s u m á r i o
9 prefácio
branca telles ribeiro
13 apresentação
branca falabella fabrício
RAÍZES TEÓRICAS E FONTES INSPIRADORAS
DA SOCIOLINGUÍSTICA INTERACIONAL
39 Para uma etnografia da comunicação
dell hymes
79 Sobre o Método Sociolinguístico Interacional
john j. gumperz
105 A ordem interacional
erving goffman
DESENVOLVIMENTO DA SOCIOLINGUÍSTICA INTERACIONAL
149 Etnografia da Fala: por uma linguística da práxis
alessandro duranti
177 Microanálise Etnográfica
frederick erickson
211 Etnografia linguística neohymesiana no Reino Unido
ben rampton
7
DESDOBRAMENTOS CONTEMPORÂNEOS
249 Gumperz e justiça social
monica heller
263 Indexicalidades de línguas em contato em tempos de globalização:
diálogos com o legado de John Gumperz
james collins
295 Goffman e globalização: enquadres de participação e projeções
escalares espaçotemporais em contextos multilíngues
de base migratória
james collins • stef slembrouk
333 referências das traduções
p r e f á c i o
branca telles ribeiro
Na linguagem e na comunicação nada é estático. Esse é o ponto de partida
para o/a analista do discurso no viés da Sociolinguística Interacional.
Em qualquer comunicação opera-se a partir da possibilidade, da variabilidade
e do acaso. Nem as estruturas sociais e históricas — inseridas
em dinâmicas complexas próprias — funcionam na fixação do sujeito ou
no seu condicionamento. As relações sociais costuradas no discurso e na
interação serão sempre “construídas, sustentadas, desestabilizadas ou
transformadas na política da vida diária e suas atividades corriqueiras”
(Falabella Fabrício, neste volume).
O livro Sociolinguística Interacional. Perspectivas Inspiradoras &
Desdobramentos Contemporâneos, organizado pela professora Branca
Falabella Fabrício, traz ao público leitor brasileiro uma riquíssima coletânea
de textos teóricos, metodológicos e analíticos voltados para o complexo
fenômeno da comunicação e da linguagem humana. O convite feito ao
leitor/a é o de investigar o paradigma interacional, o que significa abraçar
o fenômeno da comunicação e da linguagem como algo extremamente
complexo, dinâmico, fluido e muitas vezes imprevisível, pois deriva de
entendimentos linguísticos, sociais e culturais.
Apresentado em três sequências claramente demarcadas no volume,
os textos de abertura, agora já tidos como clássicos no campo dos estudos
interacionais, propõem teorias sociais e linguísticas que transformaram
radicalmente modelos tradicionais mais estáticos de comunicação; introduzem
a centralidade da construção do significado em situação interacional
9
como o lócus de pesquisa, não se tratando mais, portanto, da produção de
significado por parte do falante, ou mesmo de sua compreensão por parte
da ouvinte, mas sim do que ocorre de fato na coconstrução do significado
entre todos os participantes, inclusive aqueles que só participam indiretamente;
problematizam a noção de papéis sociais e conversacionais dos/
as participantes (interessando-se pelos vários traços sociolinguísticos e
culturais que são evocados na performance interacional); e investigam
detalhadamente a noção de ratificação (indexadora de poder) nas relações
interacionais (quem ratifica quem, de que forma e por quê). Dessa
forma, a Sociolinguística Interacional emerge no âmbito das ciências
sociais voltada para a comunicação, advogando o olhar para a inserção
da linguagem na conversa cotidiana, privilegiando a fala em todas as suas
modalidades, e quaisquer outras informações semióticas a ela veiculada.
Central nos textos contemplados neste volume é a noção de contexto,
o aqui e agora de uma interação, sua fluidez e dinâmica, segundo Erving
Goffman, bem como os processos sutis de contextualização sinalizados
pelos participantes, segundo John Gumperz, como também o estudo
da linguagem enquanto fenômeno social e cultural, defendido por Dell
Hymes, propondo o que Falabella Fabrício denominou “uma linguística
das práticas interacionais”.
O segundo conjunto de textos aprofunda as teorias propostas,
esclarecendo e ampliando problemáticas analíticas, que pressupõem
a inserção do indivíduo no grupo, o que Erving Goffman denominou de
“encontro social”, lócus onde os participantes cocontroem um sistema
sutil de ratificação de si e do outro. Esse relevante jogo interacional de
ratificação possui regras culturais implícitas em que afloram o poder, a
camaradagem, a inconstância, a mudança, o imprevisível. Tal como nos
alerta Alessandro Duranti (neste volume), as práticas performativas de
construção do discurso são “constitutivas e transformadoras do mundo
social”. Os autores selecionados no volume reconhecem de forma clara
os desafios propostos pelo novo paradigma da sociolinguística (Frederic
Erickson alerta para a natureza multifacetada e incompleta dos processos
comunicativos; Ben Rampton discute a tensão do olhar etnográfico frente
aos postulados linguísticos), refinando conceitos e melhor qualificando
metodologias de pesquisa. Aspectos sociolinguísticos advindos dos ditos
10
“jogos de linguagem”, a valorização da “performance ordinária” nas falas
do dia a dia, as ações linguísticas e sociais improvisadas, a multidimensionalidade
da ação comunicativa são valorizadas, bem como fatores
complicadores próprios da fala em interação, tais como o confronto, a
tensão, a cumplicidade e o conluio, a mudança e a inconstância. Estuda-se
a variabilidade e a diversidade; não cabe a procura do homogêneo ou do
universal, mas sim o esforço de se retratar o particular e específico de
um encontro social.
Finalmente, os textos contemporâneos, contemplados na terceira
parte do livro apresentam estudos inseridos em uma modernidade
fluida, transitória, digital e hipercomunicativa, operando simultaneamente
em múltiplos contextos (virtuais e presenciais, orais e escritos,
e por vezes bidialetais e multilíngues). Os estudos reafirmam de forma
clara a pertinência da Sociolinguística Interacional para a pesquisa em
contextos comunicativos complexos. E frisam a necessidade dos estudos
etnográficos e históricos para uma melhor contextualização dos dados
orais/audiovisuais/escritos. Enquanto reafirmam a interação face a face
como lócus de pesquisa, observam criticamente os posicionamentos e
papéis sociais dos participantes (de que tipo de interação se está tratando
e como as diferenças e/ou desigualdades sociais devem ser analisadas?
— indaga Monica Heller). Nesse sentido, problematizam e ampliam
algumas teorias expostas na primeira parte do volume. De fato, entender
que recursos sociolinguísticos e estratégias discursivas estão presentes
em uma dada interação pressupõe também um entendimento de que tais
recursos são distribuídos de forma desigual, seja pela diferença de classe
social, seja pelo mero acesso a certos recursos discursivos, ou mesmo
pela própria qualidade da (ou falta de) competência comunicativa dos
participantes. Acresce a essa problemática a intensa mobilidade social
da era contemporânea, os deslocamentos migratórios e a aceleração
gerada pelos avanços tecnológicos que certamente impulsionaram uma
mudança no grau ou escala de complexidade da vida social retratados em
cada um desses textos.
Conforme atesta Falabella Fabrício, a sociolinguística já nasce
interdisciplinar. E certamente o desenvolvimento das teorias sociolinguísticas
discutidas neste volume amplia e refina o seu compromisso com
11
a interdisciplinaridade. Advém de inúmeros cruzamentos e interseções
próprias do esforço de se entender a fala, a língua e a comunicação, não
como uma abstração, mas sim como sistemas linguísticos (fonético,
morfológico, sintático, semântico, pragmático) inseridos em sistemas
sociais e culturais altamente complexos. Não foi à toa que Gregory Bateson,
há mais de meio século, elaborou a teoria dos enquadres comunicativos a
partir de observações de natureza etnográfica dos jogos de comunicação
(intenção e efeito), tanto entre símios (no zoológico de São Francisco)
como entre pacientes psiquiátricos (quando indagava: “trata-se de uma
brincadeira ou de uma disputa?”). Bateson, advindo da antropologia
cultural, propôs a teoria dos enquadres psicológicos na comunicação,
teoria posteriormente desenvolvida na linguística, sociologia, psicologia
e psiquiatria. Igualmente, a seleção de autores contemplados no
presente volume representa (e dialoga com) vários campos disciplinares
(entendidos como “singularidades” ou “regiões”, segundo Bernstein),
os enriquecendo e problematizando, conforme aponta a organizadora.
Branca Falabella Fabrício nos presenteia com um livro de excelência
acadêmica que reúne textos seminais e críticos, e que em muito contribuem
para as pesquisas nas áreas da linguística e da comunicação, bem
como nas áreas correlatas da antropologia, sociologia e história. E, como
nos alertava Erving Goffman com certa malícia, uma vez cruzada a ponte
entre os estudos da fala e os da conduta social, nos tornaremos todos por
demais ocupados para voltar atrás.
O prefácio permaneceria deveras incompleto caso não registrasse o
exímio trabalho desenvolvido na seleção primorosa dos textos apresentados,
o esforço hercúleo de organizar e supervisionar um volume desta
qualidade (que exige a cessão de direitos autorais, seleção de tradutores,
inúmeras revisões de texto e padronização, entre outros processos).
Enquanto leitores, resta-nos um grande apreço pela feliz consecução
desta estimada obra que, sem dúvida, permanecerá como referência nas
ciências humanas e sociais no Brasil.
12
1ª edição agosto 2020
impressão rotaplan
papel miolo pólen soft 80g/m 2
papel capa cartão supremo 300g/m 2
tipografia gt america e freight
Os estudos da Linguagem, aqui, se encontram
com as Ciências Sociais, colocando
em xeque a artificialidade de sua separação
nos desenhos institucionais. É por essa
razão que este volume interessará a diversas
áreas: Linguística, Antropologia e Sociologia,
por seu posicionamento disciplinar;
Comunicação, Psicologia e Filosofia, por
suas afinidades intelectuais; e Educação e
Direito, pelas possibilidades de aplicação
de sua conceituação a um sem-fim de
dramas e dilemas contemporâneos em
diversos contextos, como a sala de aula e os
múltiplos espaços do universo legal.
MARIA CLAUDIA COELHO
Instituto de Ciências Sociais – ICS/UERJ
Esta obra traz ao público brasileiro uma riquíssima
coletânea de textos teóricos, metodológicos e analíticos
sobre o complexo fenômeno da comunicação e da
linguagem humana. O convite feito aos leitores é o de
investigar o paradigma interacional, entendendo o
fenômeno da comunicação e da linguagem como algo
extremamente complexo, dinâmico, fluido e imprevisível,
pois deriva de entendimentos linguísticos, sociais e
culturais. Um livro que contribui para as pesquisas nas
áreas da linguística, da comunicação, da antropologia,
da sociologia e da história.
BRANCA TELLES RIBEIRO
ISBN 978658646401-6
9 78 6 5 8 6 4 6 4 0 1 6