RVPD: Nós costumamos dizer que quan<strong>do</strong> você tem um contato com o esporte, há mu<strong>da</strong>nça no mo<strong>do</strong> de pensar; de agir e de proceder. Quais as mu<strong>da</strong>nças que ocorreram na sua vi<strong>da</strong>? QV: Hoje sou outra pessoa. Antes, eu me escondia e hoje, me mostro. Hoje, sou mais objetiva; centra<strong>da</strong>; menos ansiosa e com hábitos saudáveis. Sinceramente, uma outra pessoa. RVPD: Tem alguma forma de incentivo, me refiro a bolsa ou projeto que auxilia na manutenção <strong>do</strong> atleta? QV: Infelizmente, não tenho apoio <strong>do</strong> município, nem <strong>do</strong> governo mineiro e nem <strong>do</strong> governo federal. A lei de bolsa atleta, de Belo Horizonte, está erra<strong>da</strong> pois onde consta o jiu-jitsu paradesportivo não é possível finalizar a inscrição. E o governo federal só apoia esporte olímpico. e trazer uma me<strong>da</strong>lha. Expandir nosso esporte e mostrar para o mun<strong>do</strong> que também somos capazes. RVPD: Com a pandemia, ocorreram algumas alterações nos projetos, quais? QV: Sim. To<strong>da</strong>s as academias fecharam. Não tivemos o campeonato mundial <strong>da</strong> ajptour de Abu Dhabi e ficamos sem finalizar a edição 2019/2020. A edição 2020/2021 já começou mas, infelizmente, não incluíram o parajiu-jitsu e essa federação é a que mais nos apoiava, em termos de competições. RVPD: Quan<strong>do</strong> foi disputar, em ABU DHABI, houve grande valorização <strong>do</strong> jiu- jitsu naquele país? QV: jiu-jitsu é super valoriza<strong>do</strong> pelo sheik. Em to<strong>da</strong>s as escolas e no exército é ensina<strong>do</strong> a mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de. Existem diversos brasileiros lá, trabalhan<strong>do</strong> como professores. RVPD: Além <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> profissional, quais outros projetos você participa? QV: Temos a seleção mineira de parajiu-jitsu. Tentamos divulgar e trazer mais paratletas e quem sabe, em um futuro bem próximo, conseguimos apoio financeiro. RVPD: Quais as campanhas você participa ou participou? QV: Para competir, faço vaquinhas virtuais e rifas que são muito difíceis de conseguir. Fazer um planejamento e tentar juntar o valor é mais fácil e menos estressante. RVPD: Qual registro que mais marcou sua trajetória ? QV: Sem dúvi<strong>da</strong>, meu primeiro campeonato mundial de Abu Dhabi em 2018. Foi sensacional! RVPD: Como funciona a participação <strong>do</strong>s atletas no parajiu-jitsu? Quais as exigências ou normas estabeleci<strong>da</strong>s? QV: Estar entre as 21 classificações funcionais, atesta<strong>da</strong>s por um médico. Se for competir pela Federação Brasileira de Jiu Jitsu Paradesportivo é necessário pagar filiação e seguir as regras de ca<strong>da</strong> federação. RVPD: Como é fazer parte <strong>da</strong> seleção? QV: É muito gratificante representar nosso país RVPD: Como foi disputar em duas mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>des? QV: Gratificante, cansativo e um ótimo aprendiza<strong>do</strong>. RVPD: Quais são os planos pós pandemia? QV: Treinar forte para competir no convencional uma vez que os campeonatos de parajiu-jitsu ain<strong>da</strong> são uma incógnita. Preten<strong>do</strong> competir este ano ain<strong>da</strong>. RVPD: Para a nova geração, qual pensamento ou conselho gostaria de compartilhar? QV: Quero deixar um bom lega<strong>do</strong> para a nova turma que vem chegan<strong>do</strong>. Uma boa estrutura, reconhecimento político e mostrar que na<strong>da</strong> é impossível, independente <strong>da</strong> sua limitação. Jiu-jitsu salva.
“O jiu-jitsu salva” (Quênia Victor)