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Eugênio Tadeu, lenda do vale-tudo e da Luta Livre

Apresentamos a nova edição com um dos maiores lutadores do vale-tudo moderno de todos os tempos. Na arte suave: Quênia Victor, a atleta do parajiu-jitsu que vem conquistando medalhas e autoconfiança através do jiu-jitsu. Lee Jung Woo, o sul coreano que trabalhou muito para o desenvolvimento do jiu-jitsu na Coréia do Sul. Marit Tyssedal, faixa roxa da Noruega, conta como se apaixonou pela arte suave. O faixa preta Alexandre Vieira fala sobre sua relação com o jiu-jitsu.

Apresentamos a nova edição com um dos maiores lutadores do vale-tudo moderno de todos os tempos. Na arte suave: Quênia Victor, a atleta do parajiu-jitsu que vem conquistando medalhas e autoconfiança através do jiu-jitsu. Lee Jung Woo, o sul coreano que trabalhou muito para o desenvolvimento do jiu-jitsu na Coréia do Sul. Marit Tyssedal, faixa roxa da Noruega, conta como se apaixonou pela arte suave. O faixa preta Alexandre Vieira fala sobre sua relação com o jiu-jitsu.

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Quênia Victor<br />

A campeã paratleta<br />

Lee Jung Woo<br />

Voos, ao Brasil, para aprimorar técnicas<br />

e se aproximar <strong>da</strong> cultura <strong>do</strong> BJJ<br />

marit<br />

tysse<strong>da</strong>l<br />

Após cinco minutos de<br />

treino de jj, ela se encantou<br />

e apaixonou pela arte suave<br />

alexandre<br />

vieira<br />

Entrevista com o faixa preta que vive o<br />

Lifestyle <strong>do</strong> jiu-jitsu<br />

<strong>Eugênio</strong><br />

tadeu<br />

Len<strong>da</strong> <strong>do</strong> Vale-tu<strong>do</strong><br />

O professor conta to<strong>da</strong> sua trajetória,<br />

desde a consoli<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> <strong>Luta</strong> <strong>Livre</strong> e <strong>do</strong><br />

Jiu-jitu no Rio de Janeiro<br />

COLUNISTAS Carlão Barreto - Artur Mariano - Sylvio Behring


Yasmin Nayara - Atleta Neutro Jiu-Jitsu<br />

*Finalista The Guest Kids 2018<br />

*Campeã Brasileira CBJJE 2019<br />

*Campeã Circuito Paulista FPJJ 2019<br />

*Campeã Argentina Open 2019<br />

*Cinturão Desafio Kids SSJSAF 2019<br />

*Vice-Campeã Sul-Americano CBJJE 2019<br />

*Vice-Campeã Abu Dabhi Tour SP 2019<br />

*Bronze Mundial CBJJE 2019<br />

*Bronze Campeonato Paulista FPJJ 2019<br />

*Bronze Prime Experience 2019<br />

*Vice-Campeã Mundial Nogi CBJJE 2020<br />

*Campeã BJJ Paulista CBJJE 2020


Editor<br />

Oscar Daniotti<br />

Jornalista responsável<br />

Marucha Daniotti<br />

Reportagem<br />

Mariah Carvalho<br />

Colunistas<br />

Ricar<strong>do</strong> Libório<br />

Sylvio Behring<br />

Artur Mariano<br />

Carlão Barreto<br />

Carlos Henrique<br />

Colabora<strong>do</strong>res<br />

Tsuno Kosei<br />

Boyce Edwards<br />

Maggie Left<br />

@rede.fighter<br />

www.redefighter.com<br />

Editorial<br />

Amigos <strong>da</strong> luta, falar <strong>da</strong> <strong>len<strong>da</strong></strong> <strong>Eugênio</strong> <strong>Tadeu</strong> é falar<br />

de uma <strong>da</strong>s pessoas mais importantes <strong>do</strong> Vale-Tu<strong>do</strong><br />

moderno. Na reali<strong>da</strong>de, sem ele e seus companheiros,<br />

de <strong>Luta</strong> <strong>Livre</strong>, na<strong>da</strong> teria aconteci<strong>do</strong>. Em<br />

uma ci<strong>da</strong>de como o Rio de Janeiro, reduto Gracie,<br />

alguém teria que combater a turma mais habili<strong>do</strong>sa<br />

<strong>do</strong> Jiu-Jitsu e coube ao mais leve, protagonizar os<br />

melhores combates.<br />

Esse foi <strong>Eugênio</strong> <strong>Tadeu</strong>, um ver<strong>da</strong>deiro pitbull, fera<br />

braba! O luta<strong>do</strong>r, <strong>do</strong> bairro de Botafogo, saiu na<br />

porra<strong>da</strong> com os melhores luta<strong>do</strong>res <strong>do</strong> jiu-jitsu, na<br />

época. Nomes como Wallid Ismail, Renan Pitangui,<br />

Renzo Gracie e Royler Gracie, em luta de 55 minutos,<br />

na academia Gracie Humaitá.<br />

Sempre desafia<strong>do</strong>r, <strong>Eugênio</strong> fez o Vale-Tu<strong>do</strong>, nos<br />

anos 80, cultuar a rivali<strong>da</strong>de que era necessária<br />

para o crescimento <strong>do</strong> esporte em solo carioca.<br />

Essa rivali<strong>da</strong>de se tornou a maior de to<strong>da</strong>s; o negócio<br />

era sério!<br />

Porém, como o próprio <strong>Eugênio</strong> declarou, sempre<br />

houve muito respeito entre os grande mestres <strong>do</strong><br />

esporte, principalmente, Hélio Gracie e Carlson<br />

Gracie.<br />

Foram alguns anos que ferveram na capital fluminense.<br />

Jovens, de ambas as artes, começaram nas<br />

artes marciais e se tornaram grandes campeões,<br />

em um momento mais cascu<strong>do</strong> <strong>do</strong> Vale-Tu<strong>do</strong>, no<br />

Rio.<br />

Acompanhe a entrevista, na íntegra, <strong>da</strong> edição 03<br />

<strong>da</strong> Revista Faixa Preta Digital.<br />

Divulguem para seus amigos!<br />

Oscar Daniotti<br />

Editor / Professor de jiu-jitsu 4 grau


<strong>Eugênio</strong><br />

tadeu<br />

O luta<strong>do</strong>r que mais enfrentou “feras brabas” <strong>do</strong> jiu-jitsu<br />

Por: Marucha Daniotti<br />

Fotos: Oscar Daniotti<br />

Ícone <strong>da</strong>s artes marciais, em especial <strong>da</strong><br />

luta livre, <strong>Eugênio</strong> <strong>Tadeu</strong> é definitivamente,<br />

um nome de peso, no mun<strong>do</strong> <strong>da</strong> luta. Hoje,<br />

professor renoma<strong>do</strong>, ele trilhou sua história,<br />

que começou na capoeira, depois foi para o<br />

muay thai e fez grandes feitos na <strong>Luta</strong> <strong>Livre</strong>.


Em entrevista, à Revista Faixa Preta Digital, o<br />

mestre declarou que sempre teve muita admiração<br />

por Hélio Gracie e por to<strong>da</strong> a família Gracie,<br />

ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> convi<strong>da</strong><strong>do</strong> pelo próprio Hélio para , na<br />

época, fazer parte <strong>da</strong> equipe de Vale-Tu<strong>do</strong>. Mas a<br />

vi<strong>da</strong> acabou se escreven<strong>do</strong> de uma outra maneira e<br />

ele acabou seguin<strong>do</strong> os passos de uma arte marcial<br />

que rivalizava com a arte suave. De um la<strong>do</strong>, existia<br />

a luta livre, em Botafogo, <strong>do</strong> outro, a academia de<br />

jiu-jitsu <strong>do</strong> Carlson Gracie (Carlson Gracie Team),<br />

em Copacabana , a poucos metros de Botafogo e<br />

a própria academia <strong>do</strong> Hélio, no Humaitá, que também<br />

se localizava a alguns metros <strong>do</strong> bairro, considera<strong>do</strong><br />

o berço <strong>da</strong> <strong>Luta</strong> <strong>Livre</strong>.<br />

No entanto, o que se percebe é que já havia um<br />

respeito pelos mestres Carlson e Hélio Gracie. Tal<br />

sentimento, também era transmiti<strong>do</strong> entre os alunos.<br />

“Muitos alunos, <strong>da</strong> minha<br />

equipe, se tornaram luta<strong>do</strong>res<br />

porque eles eram meu<br />

sparring. Eu os treinava para<br />

que eles se tornassem<br />

melhores que eu. O que eu<br />

pretendia, na reali<strong>da</strong>de, era<br />

que quan<strong>do</strong> fosse treinar,<br />

encontrasse uma dificul<strong>da</strong>de<br />

para eu melhorar. Caso eles<br />

se tornassem luta<strong>do</strong>res, era<br />

uma consequência.”<br />

<strong>Eugênio</strong> <strong>Tadeu</strong> era admira<strong>do</strong> por Hélio Gracie e<br />

essa admiração não veio <strong>do</strong> na<strong>da</strong>. <strong>Tadeu</strong> enfrentou<br />

membros <strong>da</strong> família Gracie, em disputas que provassem<br />

qual arte marcial era mais eficiente: a <strong>Luta</strong><br />

<strong>Livre</strong> ou o Jiu-Jitsu.<br />

<strong>Luta</strong>s que entraram para a história como a luta<br />

contra o Royler Gracie, sem tempo e sem regras,<br />

dentro <strong>da</strong> academia Gracie; enfrentou o Renzo, no<br />

Pentagon Combate, além <strong>do</strong>s faixas preta de jiu-<br />

-jitsu, Wallid Ismail e Renan Pitangui, considera<strong>do</strong>s<br />

nomes de peso na arte suave.<br />

Segun<strong>do</strong> <strong>Eugênio</strong>, a rivali<strong>da</strong>de entre as artes nasceu<br />

de um problema que havia entre seu mestre,<br />

Flávio Molina e Charles Gracie. E devi<strong>do</strong> a essa rivali<strong>da</strong>de,<br />

continuou existin<strong>do</strong><br />

uma rixa pessoal<br />

entre a <strong>Luta</strong> <strong>Livre</strong>, lidera<strong>da</strong> pelo sau<strong>do</strong>so mestre<br />

Flávio Molina e o Jiu-Jitsu.<br />

Tal rivali<strong>da</strong>de acabou fican<strong>do</strong> famosa: pessoas de<br />

fora viam o Rio de Janeiro como um cenário de<br />

guerra. Nesses tempos, a elite praticava jiu-jitsu<br />

enquanto a <strong>Luta</strong> <strong>Livre</strong> era vista como algo <strong>do</strong>s mais<br />

humildes.


“O juiz era tendencioso; ele<br />

nunca era imparcial e sempre<br />

favorecia o jiu-jitsu”.<br />

No entanto, a rivali<strong>da</strong>de pode ser vista como algo<br />

positivo, dentro <strong>do</strong>s tatames e ringues. A competitivi<strong>da</strong>de<br />

falava mais alto, algo enriquece<strong>do</strong>r para o<br />

esporte.<br />

“O Hélio me viu como uma<br />

pessoa que poderia somar<br />

e ser o segun<strong>do</strong> Waldemar<br />

Santana. Ele queria agregar<br />

isso para prosperi<strong>da</strong>de <strong>do</strong><br />

próprio jiu-jitsu. Eu é que<br />

não tive essa visão”.<br />

Tal fato contribuiu e muito para o crescimento <strong>do</strong><br />

Vale Tu<strong>do</strong>, no Brasil. <strong>Eugênio</strong> <strong>Tadeu</strong>, além de ser<br />

um luta<strong>do</strong>r de ponta, mostrou características,<br />

como hombri<strong>da</strong>de e atitude, que fizeram o pessoal<br />

<strong>do</strong> jiu-jitsu o admirar e a considerá-lo um adversário<br />

desafia<strong>do</strong>r. Sempre disposto, ele não escolhia<br />

oponente e sempre enfrentou luta<strong>do</strong>res de alto rendimento.


Lee<br />

Jung<br />

Woo<br />

O professor que faz parte <strong>da</strong><br />

primeira geração <strong>do</strong> jiu-jitsu, na<br />

Coreia <strong>do</strong> Sul, e aju<strong>do</strong>u no<br />

desenvolvimento <strong>do</strong> esporte,<br />

no país asiático.<br />

Atualmente, sua academia Bon<br />

Jiu-Jitsu tem 11 filíais,<br />

nas ci<strong>da</strong>des de Seul e Incheon.<br />

Por: Oscar Daniotti


A Coreia <strong>do</strong> Sul é um ver<strong>da</strong>deiro celeiro para a<br />

prática <strong>do</strong> jiu-jitsu brasileiro e um <strong>do</strong>s países, <strong>da</strong><br />

Ásia, onde mais se desenvolve a arte suave.<br />

Na capital, Seul, encontramos o professor Lee<br />

Jung Woo, líder <strong>da</strong> equipe / academia Bon Jiu-<br />

-Jitsu; ex-presidente <strong>da</strong> Federação Coreana de<br />

jiu-jitsu e organiza<strong>do</strong>r de competições.<br />

Lee empreende na área. Atualmente, lança sua<br />

própria marca de fightwear e já publicou <strong>do</strong>is<br />

livros de posições: um deles com o mestre De La<br />

Riva e o outro com seu irmão, Lee Jung Yong.<br />

São eles: De La Riva Jiu-Jitsu - 170 Techniques<br />

e Brazilian Jiu-Jitsu - Lee Bros 208 Techniques.<br />

Faixa preta <strong>do</strong> mestre Ricar<strong>do</strong> de La Riva, Lee,<br />

gosta de vir ao Brasil, de vez em quan<strong>do</strong>, para<br />

aprimorar suas técnicas e tomar aquele açai!<br />

Para tal, ele enfrenta um voo, de quase 30 horas,<br />

que o faz se aproximar <strong>da</strong> cultura brasileira e <strong>do</strong><br />

Brazilian Jiu-Jitsu.<br />

Sempre participan<strong>do</strong> <strong>da</strong>s competições, <strong>da</strong> IBJ-<br />

JF, no Brasil e na Ásia, ele chegou a ficar com a<br />

me<strong>da</strong>lha de prata, <strong>do</strong> Salva<strong>do</strong>r Open (em 2018),<br />

na categoria leve, uma <strong>da</strong>s mais disputa<strong>da</strong>s <strong>do</strong><br />

jiu-jitsu.<br />

O trabalho realiza<strong>do</strong> com a arte suave é muito bem<br />

feito: excelentes academias; aulas diárias, com<br />

vários horários; alunos motiva<strong>do</strong>s; turmas cheias,<br />

além <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de técnica.<br />

O professor Lee conta com algumas filiais <strong>da</strong><br />

Bon Jiu-Jitsu, em Seul. Uma delas, em uma área<br />

distinta <strong>da</strong> sua, tem a filial <strong>do</strong> seu irmão além de<br />

outras afilia<strong>da</strong>s em uma outra ci<strong>da</strong>de, chama<strong>da</strong><br />

Incheon.<br />

Ao to<strong>do</strong>, são onze academias que levam seu<br />

nome, na região.<br />

Em Seul, o que podemos perceber é que a divisão<br />

nos tatames é bem feita. São homens e mulheres<br />

pratican<strong>do</strong> a luta e dividin<strong>do</strong> o mesmo tatame, em<br />

um ambiente bastante democrático.


“O Jiu-Jitsu é um estilo<br />

que confere profundi<strong>da</strong>de e<br />

significa<strong>do</strong> a ca<strong>da</strong> técnica.<br />

Nosso foco está sempre no<br />

crescimento <strong>do</strong> indivíduo.<br />

Buscamos a perfeição em<br />

ca<strong>da</strong> detalhe”, declarou Lee.<br />

Praticante de artes marciais e judô desde os 15<br />

anos, Lee afirma que quanto menor e mais fraco o<br />

corpo, mais artes marciais devem ser pratica<strong>da</strong>s.<br />

Para aqueles que querem conhecer o país e treinam<br />

jiu-jitsu, a academia <strong>do</strong> professor Lee é uma<br />

excelente escolha.


Alexandre<br />

Vieira<br />

Por: Mariah Carvalho<br />

Faixa preta, 30 anos, cria<strong>do</strong> em Copacabana, sempre que tem<br />

um tempo livre gostar de ir curtir ao “Arpex” (Arpoa<strong>do</strong>r), <strong>do</strong>no de<br />

um estilo de Jiu-Jítsu único, sempre para frente, e buscan<strong>do</strong> a<br />

finalização, há pouco tempo, o luta<strong>do</strong>r mostrou seu la<strong>do</strong> YouTuber,<br />

ao lançar o canal “Do tatame pra vi<strong>da</strong>”.<br />

Coleciona títulos. Porém em 2017, após uma vitória no Grand<br />

Slam de Tóquio, com um belíssimo Loop Choke, os holofotes<br />

se viraram para ele. E assim, começamos falan<strong>do</strong> um pouco <strong>do</strong><br />

peso pena, Alexandre Vieira.<br />

Carismático, sempre de bom humor, alegre e brincalhão, já<br />

conquistou muitos <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de <strong>do</strong> Jiu-Jítsu. Extremamente<br />

foca<strong>do</strong> e disciplina<strong>do</strong>, ele se tornou um <strong>do</strong>s grandes nomes <strong>da</strong><br />

Arte Suave.


Por: Oscar Daniotti<br />

Fotos: Arquivo Pessoal


REVISTA FAIXA PRETA DIGITAL: Antes de tu<strong>do</strong>,<br />

gostaria de agradecer por aceitar esse bate-bola. E<br />

queria te deixar livre para se apresentar.<br />

ALEXANDRE VIEIRA: Queria agradecer o convite<br />

e dizer que estou muito feliz de estar participan<strong>do</strong><br />

desse bate bola<br />

RFPD: Você começou a treinar ce<strong>do</strong> artes marciais.<br />

Aos 5 anos já praticava capoeira. Alguém te<br />

incentivou ou já era algo seu?<br />

AV: Eu comecei com 5 anos, mas antes, meu pai<br />

já me levava em uma ro<strong>da</strong> de Mestres que tinha<br />

na minha rua. Eu lembro de estar ali novinho no<br />

colo <strong>do</strong> meu pai, brincan<strong>do</strong> e ven<strong>do</strong> a ro<strong>da</strong> e ficava<br />

maravilha<strong>do</strong>. Meu pai sempre gostou e acabou me<br />

colocan<strong>do</strong> para fazer no Copa Leme. Meu primeiro<br />

professor, foi o Mestre Tim, <strong>do</strong> Grupo Senzala.<br />

pois tive que sair <strong>do</strong> grupo uma vez por causa <strong>do</strong><br />

horário e depois voltei para a Dias <strong>da</strong> Rocha com o<br />

Mestre Escorpião, que logo se mu<strong>do</strong>u para a Espanha<br />

e isso me desanimou. E eu já era <strong>da</strong> Academia<br />

Carlson Gracie. Na equipe <strong>do</strong> Carlson, entrei com<br />

o Mestre Saporito e com 12 anos comecei a fazer<br />

aula com o Mestre Flavio Nobre (irmão <strong>do</strong> meu<br />

Mestre de Capoeira), que era cria <strong>do</strong> Mestre Paulo<br />

Mauricio Strauch. Quan<strong>do</strong> a academia fechou, eu<br />

fui treinar com o Mestre Strauch.<br />

RFPD: Como foi o seu começo no Kickboxing? Foi<br />

por hobby ou você já mirava em algo no futuro?<br />

AV: Eu comecei o Kickboxing, na Bushidô, porque<br />

me pareceu mais atrativo <strong>do</strong> que a capoeira estava<br />

sen<strong>do</strong>. Desta forma, substitui um treino pelo outro.<br />

Mas não mirava em na<strong>da</strong>.<br />

RFPD: Em 2012, você recebeu o convite para disputar<br />

o WOCS, contra um aluno <strong>do</strong> Alexandre Pimentel,<br />

o Pulga. E conquistou seu primeiro título<br />

ama<strong>do</strong>r no MMA. O que te motivou para aceitar a<br />

luta?<br />

AV: Eu consegui vencer, com uma finalização no<br />

primeiro round. Eu quis lutar pela experiência que<br />

seria, queria saber como era sensação.<br />

Primeiro treino, com seu<br />

pai, na faixa preta.<br />

RFPD: Dos 5 aos 15 você treinou com o Mestre<br />

Rodrigo Escorpião. Porém, aos 7 anos começou o<br />

Jiu-Jítsu. Como foi esse começo, o que te levou aos<br />

tatames?<br />

AV: O escorpião foi meu mestre antes e depois,


RFPD: Pós WOCS, você foi para a BTT. E é onde<br />

você continua até hoje. Essas transições de academia,<br />

com estilos diferentes, te aju<strong>da</strong>ram a aprimorar<br />

seu jogo?<br />

AV: O Pulga me chamou para treinar com ele. To<strong>da</strong><br />

terça e quinta-feira, nós treinávamos Wrestling e assim<br />

ele começou a me introduzir no méto<strong>do</strong> de treinamento<br />

de MMA. Quan<strong>do</strong> cheguei na BTT, tinham<br />

vários atletas profissionais e isso melhorou minha<br />

visão em termos de competição. Lá, eu tinha um<br />

material humano muito bom. Treinar com pessoas,<br />

de vários estilos diferentes, me aju<strong>do</strong>u a aprimorar<br />

minha técnica.<br />

RFPD: Você tem inúmeros títulos. Em 2017, o<br />

Grand Slam, em Tóquio, marcou sua carreira, após<br />

um Loop Choke espetacular. É uma finalização que<br />

você já praticava muito?<br />

AV: O Loop Choke é um estrangulamento que eu<br />

uso há muito tempo. Desde a faixa azul, com estilos<br />

diferentes. E fui desenvolven<strong>do</strong> diferentes meios<br />

para chegar no estrangulamento. Pois como eu fazia<br />

muito, começaram a entender como se defender.<br />

Então comecei a criar armadilhas para chegar<br />

no mesmo ideal. Eu já tinha feito aquela mesma finalização,<br />

em um torneio na Região <strong>do</strong>s Lagos, o<br />

Arena Combat-RJ, que inclusive tinha premiação.<br />

Eu finalizei 4 lutas no absoluto e 2 na categoria. To<strong>da</strong>s<br />

com o Loop Choke, sen<strong>do</strong> uma delas igual a <strong>do</strong><br />

Japão, tiran<strong>do</strong> meu adversário <strong>do</strong> chão.<br />

gar um ônibus para voltar para casa. Então muitas<br />

vezes eu almoçava e ficava na academia. Depois,<br />

voltava a pé ou de bicicleta.<br />

RFPD: Atualmente, vemos você em seminários,<br />

ao re<strong>do</strong>r <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. Tem como conciliar as viagens<br />

com as competições uu você acaba ten<strong>do</strong> que “abrir<br />

mão” de competir?<br />

AV: Eu crio um calendário de competições e depois<br />

começo a montar as <strong>da</strong>tas para seminário. E tento<br />

conciliar com alguma viagem que eu já tenha que<br />

ir para fazer a última luta <strong>do</strong> ano. Por exemplo, se<br />

eu for lutar o Europeu NoGi, depois eu já começo<br />

os seminários. Passo um tempo fora <strong>do</strong> Brasil, de 1<br />

mês e meio a 2 meses. Volto para o Brasil e só descanso.<br />

Depois volto a treinar. Então criei esse ciclo<br />

de descanso, treino intenso, competição, viagem e<br />

depois seminários.<br />

RFPD: To<strong>do</strong>s sabemos que viver de Jiu-Jítsu é<br />

muito complica<strong>do</strong>, principalmente no Brasil. Como<br />

foi no começo, conseguir li<strong>da</strong>r com a parte financeira?<br />

AV: Viver de Jiu-Jítsu é complica<strong>do</strong>. Como em to<strong>da</strong><br />

profissão. Há muito investimento no início. Até que<br />

comecei a <strong>da</strong>r aulas particulares e fazer seminários.<br />

Assim, consegui fazer dinheiro. As premiações <strong>do</strong>s<br />

eventos eram um extra. Os patrocina<strong>do</strong>res também<br />

aju<strong>da</strong>ram. Mas o começo foi bem complica<strong>do</strong>. Eu<br />

lembro que tinha que escolher entre almoçar ou pe-<br />

O luta<strong>do</strong>r com sua mãe<br />

RFPD: E falan<strong>do</strong> em competição, tem alguma ou<br />

mais de uma que te marcaram mais?<br />

AV: Sempre tem alguns títulos que marcam mais na<br />

carreira e nem sempre com a me<strong>da</strong>lha de ouro. Na


minha parede tenho as que marcaram a minha vi<strong>da</strong>.<br />

Tenho a <strong>do</strong> Grand Slam de Tóquio, <strong>do</strong> ACB na Rússia<br />

(foi minha primeira vez na Rússia). Tem <strong>do</strong> Rio<br />

Open, na categoria e no absoluto, quan<strong>do</strong> era faixa<br />

marrom, que foi um divisor na minha carreira, pois<br />

foi quan<strong>do</strong> resolvi ser atleta profissional. O Mundial<br />

NoGi, <strong>da</strong> Califórnia, que eu ganhei também na faixa<br />

marrom. O Brasileiro NoGi, na faixa preta e 2 me<strong>da</strong>lhas,<br />

<strong>da</strong>s seletivas <strong>do</strong> ADCC, que fui bronze no RJ e<br />

prata em SP. Esse foi outro divisor, pois fui convi<strong>da</strong><strong>do</strong><br />

para competir e isso valorizou meu nome.<br />

RFPD: Você sempre entra foca<strong>do</strong>, bem prepara<strong>do</strong>.<br />

Como é a sua preparação física e mental?<br />

AV: Em relação à preparação física, eu tento ter<br />

meus horários certos, para não sair <strong>da</strong> rotina. Assim,<br />

consigo manter quanti<strong>da</strong>de e quali<strong>da</strong>de de treino.<br />

Faço preparação física 2 ou 3x na semana. E<br />

a preparação mental, minha cabeça mu<strong>do</strong>u muito<br />

com o amadurecimento, acho que hoje encontrei o<br />

ideal. No início eu não me preocupava tanto quan<strong>do</strong><br />

ia lutar, mas depois comecei a me cobrar muito.<br />

Busquei um equilíbrio e assim entro bem nas lutas.<br />

Mas tem aquele nervosismo saudável que é eterno.<br />

RFPD: Com a pandemia, o Jiu-Jítsu teve uma pausa<br />

bem grande. Como se manter motiva<strong>do</strong> e em forma,<br />

o que você tem feito?<br />

AV: Para me manter motiva<strong>do</strong>, eu criei dinâmicas<br />

diferentes no meu canal <strong>do</strong> YouTube. Estou estu<strong>da</strong>n<strong>do</strong><br />

mais, ven<strong>do</strong> vídeos e len<strong>do</strong> bastante. Fui<br />

tentan<strong>do</strong> a<strong>da</strong>ptar as coisas. Recentemente, voltei<br />

para a preparação física, mesmo sem eventos em<br />

vista, pois eu já estava sentin<strong>do</strong> muita falta <strong>da</strong> minha<br />

rotina. Treino, com um amigo <strong>do</strong> UFC (Geral<strong>do</strong><br />

Espartano), 2x por semana a parte de chão, e isso<br />

tem si<strong>do</strong> ótimo, pois faço um treino de alto rendimento.<br />

RFPD: Como está sen<strong>do</strong> essa volta aos treinos; o<br />

que você já voltou a fazer e quais cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s?<br />

AV: Está sen<strong>do</strong> ótimo estar fazen<strong>do</strong> preparação física<br />

com Orlan<strong>do</strong> flores, prepara<strong>do</strong>r <strong>do</strong> José Al<strong>do</strong>,<br />

entre outros luta<strong>do</strong>res. Treino, a parte de chão, para<br />

aju<strong>da</strong>r o Geral<strong>do</strong>. Sem previsão de lutas, para mim,<br />

o foco <strong>do</strong> treino tem si<strong>do</strong> para ele.<br />

Nossos treinos são feitos com no máximo 2 duplas,<br />

que são sempre as mesmas.<br />

Treinos na BTT


Por: Mary Holps<br />

Fotos: Oscar D


Parajiu-jitsu para o mun<strong>do</strong><br />

Atletas, <strong>do</strong> paradesporto, têm se destaca<strong>do</strong> ca<strong>da</strong> vez mais no cenário nacional e<br />

internacional. Como exemplo, podemos citar a paratleta, Quênia Victor, que desde<br />

criança tem a superação e o desejo, de vencer, como marcas registra<strong>da</strong>s em sua<br />

trajetória.<br />

Confira, com exclusivi<strong>da</strong>de, a entrevista.<br />

REVISTA FAIXA PRETA DIGITAL: Como ocorreu<br />

sua introdução no esporte ? Você teve influência<br />

<strong>do</strong>s seus parentes; de algum amigo ou de algum<br />

meio de comunicação?<br />

QUÊNIA VICTOR: Sempre tive vontade de fazer<br />

alguma luta, mas não sabia se iria conseguir devi<strong>do</strong><br />

a minha limitação e eu tinha vergonha de perguntar.<br />

Um dia, tive coragem e fui em uma academia, <strong>da</strong><br />

Gracie Barra, e fui muito bem recebi<strong>da</strong>. No outro dia<br />

já comecei a treinar.<br />

RVPD: Quan<strong>do</strong> você começou, como era o cenário<br />

feminino no esporte, haviam muitas barreiras?<br />

QV: Ain<strong>da</strong> existem muitas barreiras. Alguns homens,<br />

por exemplo, não gostam de treinar com<br />

mulheres. Algumas federações exclui categorias femininas<br />

e as premiações são diferentes.<br />

RVPD: Sabemos que vivemos em uma socie<strong>da</strong>de<br />

que ain<strong>da</strong> existe um certo preconceito ou informações<br />

limita<strong>da</strong>s em relação às pessoas com deficiência<br />

física. O esporte é uma grande ferramenta de<br />

inserção. Especificamente, no seu caso, como se<br />

deu essa introdução?<br />

QV: Quan<strong>do</strong> comecei a competir não existia o parajiu-jitsu<br />

portanto participo <strong>da</strong>s duas categorias. O<br />

parajiu-jitsu me aju<strong>do</strong>u muito a me aceitar, a perder<br />

a vergonha em ser deficiente e consegui mostrar e<br />

trazer vários paratletas à prática <strong>do</strong> esporte.<br />

RVPD: Temos conhecimento que vocês, luta<strong>do</strong>res,<br />

grandes atletas de alta performance, têm grande<br />

história de superação e são referências para outros<br />

atletas, sejam crianças e jovens que queiram adentrar<br />

ao esporte . Quais as ferramentas necessárias<br />

utiliza<strong>da</strong>s, por você, para superar seus próprios limites<br />

?<br />

QV: Treinos; ter um bom professor para aju<strong>da</strong>r a<br />

ajustar os golpes e acreditar em si mesmo. Dificul<strong>da</strong>des<br />

e limitações to<strong>do</strong>s têm. A diferença é que uns<br />

desistem e outros alcançam seus sonhos.<br />

RVPD: Na sua opinião, como você tem avalia<strong>do</strong> a<br />

evolução <strong>do</strong> Parajiu-jitsu desde que você começou<br />

até os tempos atuais? Quais foram os pontos positivos<br />

e negativos que devem ser aprimora<strong>do</strong>s ou que<br />

superaram as suas expectativas?<br />

QV: Nós evoluímos muito, em tão pouco tempo,<br />

graças à força de ca<strong>da</strong> paratleta em buscar um lugar<br />

no tatame. Temos regras diferentes e alguns<br />

juízes prepara<strong>do</strong>s para nossos campeonatos. A<br />

UAEJJF aju<strong>do</strong>u muito nesse projeto, no qual fizeram<br />

diversos campeonatos em to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong> e com<br />

premiação no Mundial de Abu Dhabi. Não sei por<br />

qual motivo<br />

pararam repentinamente. Na minha opinião, to<strong>do</strong>s<br />

os campeonatos deveriam ter o parajiu-jitsu, principalmente<br />

a IBJJF. Isso sim seria um grande reconhecimento.


RVPD: Nós costumamos dizer que quan<strong>do</strong> você<br />

tem um contato com o esporte, há mu<strong>da</strong>nça no<br />

mo<strong>do</strong> de pensar; de agir e de proceder. Quais as<br />

mu<strong>da</strong>nças que ocorreram na sua vi<strong>da</strong>?<br />

QV: Hoje sou outra pessoa. Antes, eu me escondia<br />

e hoje, me mostro. Hoje, sou mais objetiva; centra<strong>da</strong>;<br />

menos ansiosa e com hábitos saudáveis. Sinceramente,<br />

uma outra pessoa.<br />

RVPD: Tem alguma forma de incentivo, me refiro<br />

a bolsa ou projeto que auxilia na manutenção <strong>do</strong><br />

atleta?<br />

QV: Infelizmente, não tenho apoio <strong>do</strong> município,<br />

nem <strong>do</strong> governo mineiro e nem <strong>do</strong> governo federal.<br />

A lei de bolsa atleta, de Belo Horizonte, está erra<strong>da</strong><br />

pois onde consta o jiu-jitsu paradesportivo não é<br />

possível finalizar a inscrição. E o governo federal só<br />

apoia esporte olímpico.<br />

e trazer uma me<strong>da</strong>lha. Expandir nosso esporte e<br />

mostrar para o mun<strong>do</strong> que também somos capazes.<br />

RVPD: Com a pandemia, ocorreram algumas alterações<br />

nos projetos, quais?<br />

QV: Sim. To<strong>da</strong>s as academias fecharam. Não tivemos<br />

o campeonato mundial <strong>da</strong> ajptour de Abu<br />

Dhabi e ficamos sem finalizar a edição 2019/2020.<br />

A edição 2020/2021 já começou mas, infelizmente,<br />

não incluíram o parajiu-jitsu e essa federação é a<br />

que mais nos apoiava, em termos de competições.<br />

RVPD: Quan<strong>do</strong> foi disputar, em ABU DHABI, houve<br />

grande valorização <strong>do</strong> jiu- jitsu naquele país?<br />

QV: jiu-jitsu é super valoriza<strong>do</strong> pelo sheik. Em to<strong>da</strong>s<br />

as escolas e no exército é ensina<strong>do</strong> a mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de.<br />

Existem diversos brasileiros lá, trabalhan<strong>do</strong><br />

como professores.<br />

RVPD: Além <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> profissional, quais outros projetos<br />

você participa?<br />

QV: Temos a seleção mineira de parajiu-jitsu. Tentamos<br />

divulgar e trazer mais paratletas e quem<br />

sabe, em um futuro bem próximo, conseguimos<br />

apoio financeiro.<br />

RVPD: Quais as campanhas você participa ou participou?<br />

QV: Para competir, faço vaquinhas virtuais e rifas<br />

que são muito difíceis de conseguir. Fazer um planejamento<br />

e tentar juntar o valor é mais fácil e menos<br />

estressante.<br />

RVPD: Qual registro que mais marcou sua trajetória<br />

?<br />

QV: Sem dúvi<strong>da</strong>, meu primeiro campeonato mundial<br />

de Abu Dhabi em 2018. Foi sensacional!<br />

RVPD: Como funciona a participação <strong>do</strong>s atletas<br />

no parajiu-jitsu? Quais as exigências ou normas estabeleci<strong>da</strong>s?<br />

QV: Estar entre as 21 classificações funcionais,<br />

atesta<strong>da</strong>s por um<br />

médico. Se for competir pela Federação Brasileira<br />

de Jiu Jitsu Paradesportivo é necessário pagar filiação<br />

e seguir as regras de ca<strong>da</strong> federação.<br />

RVPD: Como é fazer parte <strong>da</strong> seleção?<br />

QV: É muito gratificante representar nosso país<br />

RVPD: Como foi disputar em duas mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>des?<br />

QV: Gratificante, cansativo e um ótimo aprendiza<strong>do</strong>.<br />

RVPD: Quais são os planos pós pandemia?<br />

QV: Treinar forte para competir no convencional<br />

uma vez que os campeonatos de parajiu-jitsu ain<strong>da</strong><br />

são uma incógnita. Preten<strong>do</strong> competir este ano<br />

ain<strong>da</strong>.<br />

RVPD: Para a nova geração, qual pensamento ou<br />

conselho gostaria de compartilhar?<br />

QV: Quero deixar um bom lega<strong>do</strong> para a nova turma<br />

que vem chegan<strong>do</strong>. Uma boa estrutura, reconhecimento<br />

político e mostrar que na<strong>da</strong> é impossível,<br />

independente <strong>da</strong> sua limitação. Jiu-jitsu salva.


“O jiu-jitsu salva”<br />

(Quênia Victor)


“Mentali<strong>da</strong>des vence<strong>do</strong>ras<br />

se preocupam muito mais<br />

com elas mesmas <strong>do</strong> que<br />

com adversários”<br />

Características <strong>da</strong> Mentali<strong>da</strong>de vence<strong>do</strong>ra<br />

Por artur Mariano


O esporte sempre viveu um ambiente de grande<br />

disputa e devi<strong>do</strong> à globalização, as informações estão<br />

disponíveis para to<strong>do</strong>s. Dessa forma, quem não<br />

resposta, tanto na vi<strong>da</strong> como no ringue. As fortalezas<br />

de um adversário sempre vão apresentar respostas<br />

para sua vitória, saiba disso.<br />

estiver aberto para constantes mu<strong>da</strong>nças, estu<strong>do</strong><br />

contínuo, ter a mente flexível e estar em busca de<br />

evolução, está fora <strong>do</strong> jogo!<br />

Mentes vence<strong>do</strong>ras são mentes flexíveis, pessoas<br />

que se a<strong>da</strong>ptam às mu<strong>da</strong>nças de ca<strong>da</strong> momento.<br />

Pessoas que sabem trabalhar com suas emoções<br />

e conflitos internos; que mantém o foco no grande<br />

objetivo, seja ele qual for.<br />

Atletas que têm uma mentali<strong>da</strong>de diferencia<strong>da</strong>, tem<br />

segurança na sua capaci<strong>da</strong>de. Um atleta, treina<strong>do</strong>r<br />

ou qualquer pessoa , sem crença, não terá sucesso,<br />

Acredite, fielmente, na sua capaci<strong>da</strong>de; o quanto<br />

pode fazer a diferença. Problemas, dificul<strong>da</strong>des<br />

são bençãos de Deus trazen<strong>do</strong> respostas. Foque<br />

na solução e não no problema ou no adversário.<br />

Qual mentali<strong>da</strong>de você quer ter?<br />

Não ache que é o fim, caso não tenha essa mentali<strong>da</strong>de.<br />

O que você precisa é trabalhar essas limitações<br />

mentais. O treino é capaz de mu<strong>da</strong>r suas<br />

crenças, porque alteran<strong>do</strong> o seu padrão mental ,<br />

você vai para outra vibração.<br />

será apenas mais uma na multidão.<br />

Os tops têm uma crença inabalável <strong>da</strong> sua capaci<strong>da</strong>de<br />

de vencer obstáculos e de chegar ao topo.<br />

Se você não tem essa mentali<strong>da</strong>de, não ache que<br />

terá sucesso!<br />

“Quan<strong>do</strong> há um grande<br />

problema, há uma grande<br />

resposta, tanto na vi<strong>da</strong> como<br />

no ringue”<br />

Eu trabalho nessa área, <strong>do</strong> Mindset , com meus<br />

atletas e ensino os treina<strong>do</strong>res a trabalharem essas<br />

ações para impulsionarem esses atletas com o Méto<strong>do</strong><br />

Direcional (direciona a resulta<strong>do</strong>s).<br />

Ao longo de mais de 30 anos, no esporte, peguei<br />

atletas que não tinham uma mentali<strong>da</strong>de vence<strong>do</strong>ra<br />

e com a Meto<strong>do</strong>logoa Direcional, fui modelan<strong>do</strong><br />

a mente e transforman<strong>do</strong> o mo<strong>do</strong> de pensar desse<br />

atleta.<br />

Crer em você é o primeiro passo!<br />

Mentali<strong>da</strong>des vence<strong>do</strong>ras se preocupam muito mais<br />

com elas mesmas <strong>do</strong> que com adversários. Estas<br />

pessoas trabalham, internamente suas limitações,<br />

dificul<strong>da</strong>des, mas nunca ficam foca<strong>da</strong>s nos adversários<br />

ou nas adversi<strong>da</strong>des.<br />

Instagram: @arturmariano<br />

Facebook: Mariano Artur<br />

Youtube: Artur Mariano<br />

Email: arturmariano@gmail.com<br />

Quan<strong>do</strong> há um grande problema, há uma grande


Aprenden<strong>do</strong> com os próprios erros<br />

e com os erros <strong>do</strong>s outros<br />

Por Sylvio Behring


Eram aproxima<strong>da</strong>mente 3h <strong>da</strong> manhã quan<strong>do</strong> o telefone<br />

tocou; tratava-se de um amigo, Fábio Coruja,<br />

avisan<strong>do</strong> que o Maurição estava muito mal numa<br />

clínica na Barra <strong>da</strong> Tijuca;<br />

“Sylvio, o Maurição acabou de levar <strong>do</strong>is tiros.” –<br />

Arrumei-me rapi<strong>da</strong>mente e fui em direção à clínica.<br />

Ao chegar, me deparei com uma cena sinistra, muito<br />

chocante; Maurição havia leva<strong>do</strong> um tiro e estava<br />

morto. Ao buscar mais informações, soube que<br />

Maurição, num processo de surto, bastante altera<strong>do</strong>,<br />

foi na casa <strong>da</strong> sua ex-namora<strong>da</strong> resgatar uma<br />

televisão que lhe pertencia. Ao recebê-la, <strong>da</strong>s mãos<br />

<strong>da</strong> ex-namora<strong>da</strong>, completamente descompensa<strong>do</strong>,<br />

ergueu-a bem alto e jogou-a com to<strong>da</strong> a força no<br />

chão. Nesse momento, preocupa<strong>do</strong> com a segurança<br />

<strong>da</strong> sua filha, seu sogro, com uma pistola empunha<strong>da</strong><br />

efetuou <strong>do</strong>is disparos, sen<strong>do</strong> que um <strong>do</strong>s<br />

disparos atingiu o Maurição, levan<strong>do</strong>-o a óbito. A<br />

Legítima Defesa foi caracteriza<strong>da</strong> em razão de um<br />

histórico de brigas e violência com a ex-namora<strong>da</strong>.<br />

Havia, portanto, um antecedente com agravante<br />

pois, tratava-se de um faixa preta 5o grau de jiu-jitsu.<br />

Diante <strong>do</strong> fato, viven<strong>do</strong> um terrível momento de angústia<br />

e depressão, questionei o meu conhecimento<br />

sobre as leis:<br />

“Sen<strong>do</strong> eu um luta<strong>do</strong>r, até que ponto a lei me protege?”<br />

– Minha cabeça estava confusa. Precisava<br />

ler mais `a respeito desse tema, precisava estu<strong>da</strong>r<br />

mais, entender mais sobre legítima defesa.<br />

Como Profissionais de Segurança, luta<strong>do</strong>res e especialistas,em<br />

Defesa Pessoal, precisamos desenvolver<br />

quali<strong>da</strong>de de comportamento e equilíbrio<br />

emocional diante uma tentativa de intimi<strong>da</strong>ção. Haven<strong>do</strong><br />

chances de verbalizar, devemos conduzir a<br />

situação com “firmeza de atitude”, “autori<strong>da</strong>de” e,<br />

sobretu<strong>do</strong>, com “inteligência”. Perceba que uma intimi<strong>da</strong>ção<br />

não é suficiente para causarmos entorses<br />

ou fraturas em alguém que esteja se comportan<strong>do</strong><br />

de maneira inconveniente; não é ver<strong>da</strong>de? As nossas<br />

atitudes não podem ser desproporcionais ao<br />

nível de submissão <strong>da</strong>quele indivíduo; precisamos<br />

usar um “nível de força” que seja proporcional ao<br />

“nível de resistência ofereci<strong>do</strong>”. Naquele momento,<br />

percebi minhas limitações e comecei a desenvolver<br />

um trabalho de verbalização e equilíbrio emocional<br />

onde, gra<strong>da</strong>tivamente, a submissão ganhava uma<br />

posição de destaque especial. As técnicas de traumatização<br />

continuavam sen<strong>do</strong> importantes, mas,<br />

definitivamente, verbalizar, imobilizar e <strong>do</strong>minar o<br />

agressor com segurança passou a ser priori<strong>da</strong>de.<br />

Coincidentemente, nessa mesma época, diante to<strong>do</strong>s<br />

os questionamentos, surgiu um seminário <strong>do</strong><br />

Mestre Rickson Gracie.<br />

Especificamente, neste seminário, Rickson focou o<br />

“Jiu-Jitsu invisível” e com grande destaque, as “técnicas<br />

de conexão”. Lembro-me bem de um exercício<br />

de mão no ombro para conectar na mão <strong>do</strong><br />

oponente. Na ver<strong>da</strong>de, era uma pega<strong>da</strong> de gola,<br />

que acabava conectan<strong>do</strong> na defesa pessoal, quan<strong>do</strong><br />

agarra<strong>do</strong>s em combate; conectava assim, assa<strong>do</strong><br />

e eu, super foca<strong>do</strong>, acabei entenden<strong>do</strong>; caiu a<br />

ficha! Até que eu fizesse bem feito, demorou bastante;<br />

precisei derramar muito sangue suor e lágrimas<br />

numa longa e árdua capacitação. Hoje em dia,<br />

obviamente, devi<strong>do</strong> à insistência, à persistência e a<br />

exaustão <strong>do</strong> treinamento, faço com bastante naturali<strong>da</strong>de<br />

to<strong>da</strong>s essas técnicas de conexão, que foi<br />

exatamente o que convenceu o Helder a abraçar<br />

com to<strong>da</strong>s as forças o projeto GPCI.<br />

Agora é contigo meu irmão!<br />

Sylvio Behring


“Se queres conhecer o passa<strong>do</strong>, examina o<br />

presente que é o resulta<strong>do</strong>; se queres<br />

conhecer o futuro, examina o<br />

presente que é a causa. ”<br />

(Confúcio)


Fala galera, boa de luta, liga<strong>da</strong><br />

na Revista Faixa Preta Digital!<br />

Vontade de se testar? Falta de opção? Amor pela<br />

Arte Marcial? Poderia citar mais tantas in<strong>da</strong>gações<br />

sobre o real motivo desses atletas apostarem to<strong>da</strong>s<br />

Durante to<strong>do</strong>s esses anos que venho trabalhan<strong>do</strong><br />

fora <strong>do</strong>s cages, seja como comentarista, seja como<br />

dirigente ou ain<strong>da</strong> produtor de eventos. Tenho percebi<strong>do</strong><br />

como as histórias se repetem: atletas se jogam,<br />

no desconheci<strong>do</strong>, em busca <strong>do</strong> sonho de se<br />

tornarem luta<strong>do</strong>res de sucesso. Muitos deles, sem<br />

a quali<strong>da</strong>de necessária para alcançar seus sonhos,<br />

outros com talento inegável, sem a vontade necessária<br />

para pagar o preço. Alguns perdi<strong>do</strong>s, sem um<br />

norte, uma direção, sen<strong>do</strong> usa<strong>do</strong>s como esca<strong>da</strong><br />

para alavancar a carreira de seus adversários.<br />

suas fichas em um único número. Em vez disso,<br />

prefiro ter uma perspectiva positiva: abrir os olhos<br />

para outras mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>des esportivas e buscar soluções<br />

ou ideias. O que tem <strong>da</strong><strong>do</strong> certo na construção<br />

<strong>da</strong> carreira de atletas de sucesso? Sejam eles tenistas,<br />

na<strong>da</strong><strong>do</strong>res, joga<strong>do</strong>res de futebol, surfistas, etc.<br />

Podemos aprender algo? Lógico que sim! Temos<br />

que ampliar nossos horizontes; ter um olhar mais<br />

clínico sobre nosso merca<strong>do</strong>. Ca<strong>da</strong> esporte tem<br />

suas particulari<strong>da</strong>des, seu mun<strong>do</strong>, suas necessi<strong>da</strong>des.<br />

Mas devemos fazer o dever de casa e estu<strong>da</strong>r<br />

os cases de sucesso de tantos atletas que brilham<br />

em suas respectivas mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>des. To<strong>do</strong>s os setores,<br />

que alimentam e se alimentam nesse ecossistema,<br />

devem discutir o futuro <strong>do</strong> esporte, amplian<strong>do</strong><br />

as chances desses jovens.<br />

Aqueles poucos que conseguem viver <strong>do</strong> esporte,<br />

sentem a pressão de não poder desperdiçar as<br />

poucas oportuni<strong>da</strong>des. O tempo passa e ouço as<br />

mesmas lamentações em relação à falta de oportuni<strong>da</strong>des<br />

nos grandes eventos; de patrocínio; a<br />

escassez de empresários que realmente cuidem <strong>da</strong><br />

carreira desses luta<strong>do</strong>res. Quan<strong>do</strong> olho esse panorama<br />

pouco tenta<strong>do</strong>r, me pergunto: Por que tantos<br />

meninos e meninas, de to<strong>do</strong> o Brasil, continuam insistin<strong>do</strong><br />

nesse sonho???<br />

O que falta para levarmos os atletas de MMA para<br />

outro patamar esportivo? Juro que na época que<br />

o Anderson Silva estava nos comerciais de TV,<br />

programas populares, out<strong>do</strong>ors, enfim, estava no<br />

mainstream. Pensei com meus botões – Agora vai!<br />

Essa exposição to<strong>da</strong>, irá nos trazer muitos bene-


fícios. Outros atletas poderão surfar nessa on<strong>da</strong> e<br />

.Em tempo:<br />

conseguir melhores condições de vi<strong>da</strong>. Pena que<br />

acor<strong>da</strong>mos assusta<strong>do</strong>s desse sonho.<br />

A <strong>len<strong>da</strong></strong>, Jon Jones, ex campeão <strong>do</strong> meio<br />

pesa<strong>do</strong>, <strong>do</strong> UFC, irá lutar pelo cinturão<br />

Voltan<strong>do</strong> para a reali<strong>da</strong>de, uso esse humilde espaço<br />

para provocar o debate. Atletas, treina<strong>do</strong>res, mídia<br />

especializa<strong>da</strong> e empresários devem discutir sobre<br />

a carreira desses meninos e meninas. A carreira é<br />

<strong>do</strong>s pesos-pesa<strong>do</strong>s. E aí, caro leitor? Jones<br />

será campeão <strong>do</strong>s pesos pesa<strong>do</strong>s ou<br />

será empurra<strong>do</strong> de volta para sua categoria<br />

original?<br />

curta, eles (as) precisam ter um plano B, devemos<br />

incentivá-los a estu<strong>da</strong>r, terem outra profissão e até<br />

mesmo aprender a investir o dinheiro que ganham.<br />

O chefão <strong>do</strong> UFC, Dana White, já rechaçou<br />

a possibili<strong>da</strong>de de um confronto entre<br />

os campeões <strong>do</strong> UFC X Bellator. Mas<br />

Atletas <strong>do</strong> ba<strong>da</strong>la<strong>do</strong> futebol, que ganham milhões<br />

durante sua carreira, quebram, ficam sem na<strong>da</strong><br />

para você, fã <strong>do</strong> esporte, qual campeão<br />

<strong>do</strong> Bellator venceria em um hipotético<br />

confronto?<br />

após se aposentarem. Imagina no “pequeno universo”<br />

<strong>do</strong> MMA? O volume de dinheiro envolvi<strong>do</strong> é<br />

bem menor e circula nas mãos de um número muito<br />

menor de atletas.<br />

Pergunta: Quem é seu luta<strong>do</strong>r de MMA<br />

preferi<strong>do</strong> na atuali<strong>da</strong>de? Diz aí!<br />

Pensar em um plano de carreira se faz necessário,<br />

planejamento é primordial. Vamos aprender com o<br />

Boas lutas, grandes vitórias!<br />

passa<strong>do</strong>, planejar no presente, para colher no futuro.<br />

Continuo otimista. O caminho é longo, mas no<br />

que depender de mim e to<strong>da</strong> a equipe <strong>da</strong> CBMMAD<br />

Carlão Barreto<br />

(Confederação de MMA Desportivo), iremos contribuir<br />

sempre para construir uma estra<strong>da</strong> pavimenta<strong>da</strong><br />

para essas centenas de jovens Brasil afora.


Por: Mariah Carvalho<br />

Marit<br />

Tysse<strong>da</strong>l<br />

“A pandemia me deixou mais forte.<br />

Mantive minha disciplina.”


Ela tem 29 anos, é faixa roxa <strong>da</strong> academia Frontline Academy Voss, extremamente<br />

disciplina<strong>da</strong>, dedica<strong>da</strong> e foca<strong>da</strong>. Sempre preocupa<strong>da</strong> em ajustar ca<strong>da</strong><br />

detalhe <strong>do</strong> seu jogo. Marit Tysse<strong>da</strong>l, desde a faixa branca, já chamava a atenção<br />

nas competições. Antes de dedicar sua vi<strong>da</strong>, para o Jiu-Jitsu, ela era levanta<strong>do</strong>ra<br />

de peso; segun<strong>do</strong>-tenente <strong>do</strong> exército norueguês; já tinha trabalha<strong>do</strong><br />

na guar<strong>da</strong> <strong>do</strong> rei e na academia militar <strong>da</strong> Noruega.<br />

O que já deixava rascunha<strong>do</strong> que vinha uma fera para os tatames. Depois de 1<br />

ano ten<strong>do</strong> o BJJ como hobbie, Marit deixou o exército e se mu<strong>do</strong>u para Voss,<br />

sua ci<strong>da</strong>de natal, onde poderia se dedicar ao Jiu-Jitsu. Lá conheceu seu treina<strong>do</strong>r,<br />

Dr. Jason Shields, e mu<strong>do</strong>u sua vi<strong>da</strong> totalmente após se apaixonar pelo<br />

Jiu-Jitsu. De militar para assistente executiva, <strong>da</strong> Go-rillaz Upgrade, empresa<br />

volta<strong>da</strong> para performance de atletas, e Personal Trainer online certifica<strong>da</strong>.<br />

REVISTA FAIXA PRETA DIGITAL: Como você<br />

começou a treinar BJJ? Houve incentivo de alguém?<br />

MARIT TYSSEDAL: Quan<strong>do</strong> íamos para Voss,<br />

minha ci<strong>da</strong>de natal, visitar a família, meu mari<strong>do</strong><br />

treinava na academia, Frontline Academy Voss. Ele<br />

me chamava para conhecer, mas eu não tinha interesse.<br />

Em 2015, perdi minha avó, com quem eu<br />

tinha uma relação muito próxima, e perdi a moti-<br />

vação de continuar meus treinos de levantamento<br />

de peso. Eu treinava 6x na semana e passei a não<br />

treinar nenhum dia. Meu mari<strong>do</strong> me encorajou a<br />

fazer uma aula, mas eu não senti vontade. Porém,<br />

o treina<strong>do</strong>r <strong>da</strong> academia, o Dr. Jason Shields, me<br />

procurou para fazer uma aula experimental. Após<br />

5 minutos, eu já estava completamente encanta<strong>da</strong>!<br />

“Acredito que minhas melhores lutas e campeonatos ain<strong>da</strong><br />

estão por vir devi<strong>do</strong> a to<strong>do</strong> esse trabalho, que estou fazen<strong>do</strong>,<br />

para estar no alto <strong>do</strong> pódio, no próximo Europeu e Mundial.”<br />

(Marit Tysse<strong>da</strong>l)


RFPD: Com quantos você anos você fez sua primeira<br />

competição e o que te motivou?<br />

MT: Eu fazia jiu-jitsu, há 4 meses, quan<strong>do</strong> entrei<br />

pela primeira vez na minha primeira competição, na<br />

Europa, como faixa-branca. Meu treina<strong>do</strong>r, Dr. Jason<br />

Shields, foi maravilhoso e super solidário. Me<br />

aju<strong>do</strong>u montan<strong>do</strong> um plano de jogo e consegui sair<br />

com a me<strong>da</strong>lha de Bronze.<br />

Eu sempre gostei de me testar e temos uma mentali<strong>da</strong>de<br />

e um ambiente de competição muito forte,<br />

em Voss, tanto na academia como na própria cultura<br />

<strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de, então a decisão de competir veio<br />

naturalmente.<br />

RFPD: Quais momentos, em campeonatos, que<br />

mais te marcaram e por quê?<br />

MT: Não consigo dizer exatamente. Mas meu primeiro<br />

Europeu, ain<strong>da</strong> na faixa branca, me acendeu<br />

para competições. Como na faixa azul tive experiências<br />

incríveis, assim como momento muito ruins.<br />

Eu tive que fazer to<strong>do</strong> um trabalho para me encontrar<br />

em como competir. Mas no Europeu, de 2020,<br />

assim que recebi minha faixa roxa eu me senti no<br />

caminho certo. Infelizmente, fiquei com o bronze,<br />

por um desempenho abaixo <strong>da</strong>s lutas anteriores.<br />

Acredito que minhas melhores lutas e campeonatos<br />

ain<strong>da</strong> estão por vir com to<strong>do</strong> trabalho que estou<br />

fazen<strong>do</strong> para estar no alto <strong>do</strong> pódio no próximo Europeu<br />

e Mundial.<br />

RFPD: Qual estilo de jogo você gosta e se identifica?<br />

MT: Eu gosto de fazer o jogo básico. Guar<strong>da</strong> fecha<strong>da</strong>,<br />

meia guar<strong>da</strong> e passagens rápi<strong>da</strong>s e fortes.<br />

Agora, estou trabalhan<strong>do</strong> em integrar meus movimentos<br />

uns aos outros, fazer um jogo flui<strong>do</strong> e fechar<br />

as brechas que posso deixar quan<strong>do</strong> faço minhas<br />

transições. Assim, consigo um jogo onde consigo<br />

trabalhar bem, tanto passan<strong>do</strong>, quanto na guar<strong>da</strong>.<br />

RFPD: Como é a sua preparação física e mental?<br />

MT: Comecei a trabalhar na minha preparação<br />

mental há 3 anos com o Dr. Jason Shields. Eu tive<br />

que me reconstruir, quebrar pensamentos antigos e<br />

restrições que eu colocava, em mim mesma, para<br />

descobrir o que realmente me motiva e como transformar<br />

meus pontos fracos em pontos fortes. Foi<br />

to<strong>do</strong> um processo e devi<strong>do</strong> a to<strong>do</strong> esse acompanhamento<br />

e suporte que tive, hoje me sinto mais<br />

forte emocionalmente como nunca me senti. E estou<br />

ansiosa para voltar aos campeonatos.<br />

Como levanta<strong>do</strong>ra de peso, tinha meu pensamento<br />

e foco volta<strong>do</strong>s para quantos quilos eu conseguiria<br />

levantar. Porém, há um ano e meio estou fazen<strong>do</strong> a<br />

preparação física com a equipe Go-rillaz, onde tem<br />

vários estu<strong>do</strong>s por trás. E isso foi uma vira<strong>da</strong> de<br />

mesa. Hoje, treino de forma específica e direciona<strong>da</strong>.<br />

Isso me levou a outro nível. Minhas <strong>do</strong>res nas<br />

costas, que eram constantes, pararam e consigo<br />

reduzir o risco de lesões. O que fez evoluir muito<br />

meu jogo, principalmente nas passagens de guar<strong>da</strong>,<br />

onde consigo usar minha força de forma efetiva.<br />

RFPD: Para se dedicar a BJJ, você deixou o exército.<br />

Sabemos que financeiramente é muito difícil<br />

viver como atleta, principalmente no início. Como<br />

foi o impacto financeiro com a decisão de viver <strong>do</strong><br />

BJJ?<br />

MT: Comecei a trabalhar como secretária no escritório<br />

<strong>da</strong> Voss Chiropractor, o que me permitiu treinar<br />

e viajar para as competições. Como meu tempo se<br />

divide em trabalho e treino eu não tenho nem tem-


po para gastar dinheiro, então estou bem. Também<br />

consegui alguns patrocínios que me possibilitaram<br />

viajar para competições. E por isso serei eternamente<br />

grata.<br />

e ter seu melhor desempenho. Atletas como Tarik<br />

Hopstock, Samantha Cook, Ffion Davis e Tommy<br />

Langaker são atletas de tão alto nível que deveriam<br />

ser capazes de viver <strong>do</strong> que fazem. Dan<strong>do</strong> aulas e<br />

fazen<strong>do</strong> seminários. Merecem um retorno de acor<strong>do</strong><br />

com a excelência deles.<br />

RFPD: Com a pandemia, campeonatos foram cancela<strong>do</strong>s,<br />

academias fecha<strong>da</strong>s. Muitas ain<strong>da</strong> estão<br />

fecha<strong>da</strong>s. Como você está fazen<strong>do</strong> para manter o<br />

foco e a forma física?<br />

MT: Esse ano está bem diferente de como eu pensei<br />

que fosse ser. Mas, de muitas maneiras, a Covid-19<br />

me tornou mais forte. Tenho trabalha<strong>do</strong> muito<br />

no meu treinamento mental e emocional e manten<strong>do</strong><br />

minhas rotinas. Mantive meu treino de força e<br />

minha quali<strong>da</strong>de de sono. Consigo me exercitar 1<br />

ou 2 vezes ao dia. Embora não tenhamos aulas de<br />

jiu-jitsu na Noruega, ain<strong>da</strong> aproveito o tempo que<br />

normalmente usaria no jiu-jitsu para outras ativi<strong>da</strong>des<br />

como levantamento de peso, movimentos<br />

de luta livre e passear com meu cachorro. Acredito<br />

que agora, mais <strong>do</strong> que nunca, essas rotinas <strong>vale</strong>m<br />

ouro.<br />

RFPD: Hoje você tem patrocínio e trabalha em uma<br />

empresa volta<strong>da</strong> para o esporte. Quais foram seus<br />

primeiros patrocínios?<br />

MT: Os primeiros patrocínios que obtive foram de<br />

uma empresa chama<strong>da</strong> Dalseid og Fløysand e <strong>do</strong><br />

Dr. Jason Shields e sua empresa de quiropraxia.<br />

Tive muita sorte de ter boas pessoas ao meu re<strong>do</strong>r<br />

que acreditaram em mim. Estou muito honra<strong>da</strong> em<br />

trabalhar para a Go-rillaz Upgrade, uma empresa<br />

que realmente se concentra em patrocinar atletas<br />

de BJJ para que eles possam fazer o que amam<br />

RFPD: Com a vi<strong>da</strong> voltan<strong>do</strong> ao “normal”, você já<br />

tem em mente algum campeonato que queira disputar?<br />

MT: Depende de quan<strong>do</strong> voltaremos ao treinamento<br />

e como funcionará com viagens e quarentena.<br />

Mas meu objetivo é ir para o Europeu 2021, caso<br />

não seja possível ain<strong>da</strong>, espero poder competir o<br />

Mundial em Las Vegas.


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