38ª Edição_Revista ATRAÇÃO
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Por Euza Missano
PODER
TERAPÊUTICO
DA ORAÇÃO
Aracaju
SERGIPE
BRASIL
Palestrante Espírita, Membro do Núcleo de Estudo e Pesquisa do Evangelho (NEPE) - Bittencourt Sampaio
Todos sabemos a importância da prece como
mecanismo de relacionamento com Deus. Pensamentos
povoam a nossa mente com petitório e considerações
diversas, demorando nas filigranas das palavras
decoradas e esquecendo a robustez do sentimento
que devemos aplicar, enriquecido com a fé que constitui
o nosso entrelaçamento constante com Deus.
Na passagem da mulher hemorroíssa, destacamos
o pedido direcionado a Jesus com força de uma
alma necessitada do lenitivo e cansada dos desacertos
que faziam aquela mulher sangrar, perder vitalidade,
por 12 anos, sem tocar e sem ser tocada, e tão grandiosa
é a sua fidelidade, que do Cristo recebeu a energia
de cura, vez que as comportas do coração estavam
abertas e ampliadas para que o fluxo de amor pudesse
representar agora a sua maior conquista.
No Livro “Boa Nova” , Psicografia de Chico Xavier,
pelo espírito Humberto de Campos, Jesus, na Lição
da Oração Dominical, vai ensinar que a prece deve ser
um impulso natural, portanto, prece não é somente
quando recolhemos os nossos sentidos e voltamos o
nosso pensamento para o amor de Deus articulando
palavras, mas significa ação diária no uso bendito do
tempo, em todas as expressões da nossa vida. Somente
isso fará com que tenhamos um relacionamento sincero
com Deus, capaz de narrar os nossos segredos ao
maior amigo íntimo que possuímos, como movimento
involuntário, semelhante a própria respiração.
A oração é o que nos representa, porque acontece
em todos os atos da nossa vida, revelando nossos
sentimentos. Portanto, necessário o controle dos
pensamentos e ações, estando evidenciado quando o
Cristo diz a Pedro: “Enquanto orares pedindo ao Pai
a satisfação de teus desejos e caprichos, é possível te
retires da prece inquieto e desalentado.” O querer humano
não constitui, na maioria das vezes, a necessidade
do espírito. O que pedimos em oração representa
um “querer” do espírito imperfeito e, portanto, ainda
cego espiritual, porque somos apenas capazes de intuir
os atributos divinos em forma de germe no coração.
Recolhermos fragmentos dos ensinamentos do
Cristo voltados ao bem, constitui a maior dádiva em
resposta a nossas preces. O fortalecimento de nossa
mente, voltada para o amor e a verdade, representa
a grande conquista humana em momentos preciosos
com Deus. Tudo silencia e, ao mesmo tempo, tudo se
transforma em nós quando acionamos o liame maior
com o alto; nenhum ruído acontece, e a alma desvela
a saudade de um tempo em que o espírito livre encontra
repouso.
O recurso da prece constitui o maior desafio na
atualidade. Em tempos de medo e lentidão de avanço
espiritual, não encontramos espaços para o relacionamento
sincero e diário com o Pai, não sentimos
a necessidade de recorrer aos preceitos da lei maior de
amor e deixamos o mar da vida conduzir um barco à
deriva e que carrega, de margem a margem da nossa
existência, um Cristo adormecido.
O valor da prece diária na elevação moral das
atitudes empreendidas muda todo o espaço habitado.
Se transformamos os nossos hábitos em novos conceitos,
seguindo o caminho traçado por Jesus, sempre
prosseguindo para o alvo em busca do tesouro
do Evangelho, a oração passa a ser lenitivo para as
aflições e conquista para a felicidade, condutora da
paz interior.
Os apóstolos eram israelitas, todos sabiam orar e
compreendiam a importância da prece, dando o valor
necessário para a experiência nos detalhes da vida, entretanto,
ao acompanharem a exemplificação de Jesus,
entenderam que somente a fidelidade a Deus consegue
promover vitalidade à fé e transformá-la em recurso
terapêutico indispensável e, assim como eles, nós devemos
igualmente reproduzir a assertiva, perguntando
ao Cristo, diariamente: “Mestre ensina-nos a Orar!”.
1 FRANCO, Divaldo (autor). LOPES, L.F. (org.). Sexo e Consciência. Salvador: Leal, 2016, p. xxx
2 KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. 72. ed. São Paulo: Lake, 2014, p. 407.
16 Atração_fevereiro de 2021