Diário de Campo sobre a Comunidade prática de formadores de formador
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Falar da emoção que a leitura traz para nossa vida é fazer uma anamnese de como ela
entrou e se instalou nela, pelos menos para mim foi assim...
Como profissional esse movimento de ler pra mim tem sempre uma intencionalidade:
para estudar, para se informar, para relaxar e especialmente para se emocionar. Essa
relação da leitura dentro da formação vem de encontro de várias perguntas que as vezes
ou na maioria sem respostas. Pensar nesse processo de como nos tornamos leitores faz
esse exercício de mexer com as emoções.
Gosto muito de fazer leitura em voz alta para meus professores e alunos. Esse movimento
começa em o que ler, escolher cada detalhe, será que vão gostar? Será que vou conseguir
chamar a atenção deles?
Independente do público que vamos fazer essa leitura que acolhe, mexe com nossas
escolhas e escolhas podem nos levar as várias emoções: as vezes boas outras não tão
boas assim...
Em uma dessas formações fiquei com a responsabilidade de fazer a leitura em voz alta
para as cursistas e como o curso é formação de leitores a ansiedade fica maior ainda. No
encontro anterior já sabia o escritor que iria ler e o texto também, mas teria que ser
diferente, aí a ideia de fazer em um local diferente.
Na unidade escolar em que trabalho esse movimento acontece com muita tranquilidade
com os alunos, mas com os professores ainda não havia tentado. Mas por que não
experimentar? Foram quinze dias na expectativa, a logística do que eu iria precisar e o dia
chegou.
Iniciamos o encontro com toda organização e carinho como sempre, então na hora da
leitura que acolhe lá vou eu contar um pouquinho da biografia e curiosidades do escritor
escolhido e o convite a todos os presentes para se locomoverem para o lado de fora da
sala, no gramado em frente ao anexo.
Dia lindo que apesar da grama molhada pelo chuvisco do dia anterior, não atrapalhou em
nada, pois o sol nos aquecia diante daquele maravilhoso céu azul.
Todas se acomodaram nos colchonetes que já estavam organizados em uma grande roda
naquele gramado verde.
Fiquei no centro, talvez porque havia deixado uma esteira lá e acabei me acomodando no
centro dessa roda.
Comecei a ler o texto escolhido e em cada linha meu coração acelerava ainda mais até ir
se acalmando e se deliciando com cada frase lida. Ao mesmo tempo estava curiosa por
olhar nos olhos de cada uma para sentir se estavam curtindo ou não.
Terminou a leitura e olhei para elas, cada uma com suas expressões, mas não dava para