Diário de Campo sobre a Comunidade prática de formadores de formador
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Movimento de elaboração Comunidade prática de formadores de formador
https://www.facebook.com/groups/2253484824973110/
Capa inaugural da comunidade
Uma das ações que pensei a partir do movimento iniciado com a pesquisa foi de criar no face
um grupo fechado que funcionasse como uma comunidade prática de formadores de
formador. Pensei que seria uma forma de colocar muitos formadores de formador que atuam
em diferentes contextos e realizando diversas ações em interação fazendo uso de um
instrumento que é potencializador nesse sentido.
Criei a comunidade em 10 de fevereiro de 2019. Convidei algumas pessoas entre os meus
amigos de face que são formadores de formador para participarem do grupo. O movimento
de adesão foi muito rápido e fiquei bastante feliz e satisfeita com a receptividade a ideia que
os membros demonstraram. Após 9 dias de criação o grupo já contém 69 membros, alguns
convidados por participantes da comunidade.
Por se tratar de um grupo fechado os convites para participação precisam da minha
autorização, o que faz com que me certifique e busque mais informações sobre os novos
membros. Expliquei em uma postagem que nosso cuidado deve ser em focar em formadores
de formador, por isso a ideia não é abrir aleatoriamente a qualquer um que deseje participar.
Na descrição do grupo escrevi: Este é um grupo fechado que nasce pelo desejo de criar um canal
para troca de experiências entre formadores de formador. Em minha trajetória como formadora de
formador tenho encontrado muitas(os) formadoras(es) e elas/eles sempre têm boas histórias para contar,
mas nem sempre as registram. Já ouvi histórias inspiradoras e felizes; outras inspiradoras e tristes; algumas
nada inspiradoras, mas muito potentes para se refletir sobre a nossa atuação e as condições de trabalho
oferecidas. Histórias divertidas, inusitadas, comuns... enfim há um mundo a se descobrir pela voz dos
formadores. Meu convite é a escrita de uma experiência, ou uma memória, ou um fragmento de um
acontecimento ocorrido durante um encontro de formação, preparação para o encontro, visita a escola
por exemplo... Enfim gostaria muito de ouvir a sua história e assim organizar uma coleção de histórias de
formadores de formador: se você tivesse que narrar uma experiência sua como formadora ou formador,
qual seria? Esse projeto faz parte da minha pesquisa de doutorado intitulada até o momento: De estrelas
a constelação ou Uma comunidade de prática formativa de formadores de formador. Para preservar a
questão da privacidade e ética sugiro que você utilize em sua postagem um nome fictício ao se referir aos
locais, instituições, pessoas. Mais um ponto que considero fundamental, esses registros somente serão
utilizados na pesquisa mediante sua autorização do autor. Desde já agradeço a sua atenção e,
ansiosamente, aguardo sua colaboração! Vamos juntos fortalecer esse nosso trabalho e campo de atuação
na educação criando uma comunidade prática de formadores de formador.
(esse texto foi adaptado da carta convite a participação na pesquisa)
Movimento na Comunidade
(19/02/2019)
Confesso que o movimento é bem mais lento do que gostaria e bem menos interativo do que
supus. Talvez ainda haja uma certa resistência do formador escrever, ou dificuldade ou falta
de interesse? A comunidade recebeu inicialmente duas postagens espontâneas de membros
e uma minha. Talvez as pessoas ainda não saibam bem como interagir – apesar de eu ter
também sugerido que curtam, comentem as postagens. O máximo de interação até o momento
tem sido apenas curtidas, e visualização.
A fim de animar o grupo fiz uma postagem de uma narrativa que faz parte da minha
dissertação, e hoje dia 19 de fevereiro postei uma provocação para o grupo. Lancei a questão:
o formador e de formador o que já se sabe sobre esse profissional ?
Fiz esse movimento porque fiquei pensando que ela é formada por diferentes formadores de
formador que atuam em diferentes instâncias e contextos, e o quanto essa definição do que é
formador de formador ainda não é clara. O quadro compartilhado tb se apresenta como uma
referência para apoiar a reflexão.
O formador de formador – o que já se sabe sobre esse profissional?
O formador de formador – o que já se sabe sobre esse profissional?
Essa pergunta durante o processo de auto investigação realizado no mestrado me angustiou bastante,
porque atinei que essa definição não era precisa e que havia pouca literatura sobre esse tema. Isto gerou
naquele momento, uma crise de identidade profissional, por perceber que não era ainda uma atividade
socialmente reconhecida. Comecei a pensar nas tantas vezes que me perguntam o que faço e, diante da
minha resposta, “sou formadora de formadores”, recebo a pergunta: “certo, mas o que você faz?”. Ou
quando começo a explicar, e em pouco tempo eu noto que o meu ouvinte já está com o pensamento há
léguas de distância. Ou ainda, quando tenho que preencher um formulário e no campo profissão fico algum
tempo refletindo sobre o que devo escrever (hoje em dia resolvi meu dilema e escrevo professora. Por que
isso eu sou, e sempre serei!).
Penso que toda essa confusão e falta de clareza vêm coladas a transformações sofridas pela concepção
de formação continuada, e as diferentes denominações que esse profissional recebe: assessor, formador,
consultor, supervisor, professor-formador, orientador. Claro que não se trata de uma simples variação de
nomes, mas de ações bem específicas que mudam conforme o programa, o contexto, a condição de
produção, o processo de formação vivido pelos sujeitos da formação entre outras variáveis.
Assim partir das produções escritas que encontrei, organizei um quadro que compartilho aqui, em que uno
as informações de diferentes pesquisadores sobre as denominações, ações, contextos de atuação, desse
profissional. Na época lembro que me ajudou muito a me encontrar, mesmo que parcialmente. Entendo que
também poderá ajudar outros formadores a se reconhecerem em algum ou alguns dos cargos, ou incluir
outros que aqui não apareceram, ou não.
Essa reflexão faz parte da minha dissertação: A voz de uma professora formadora que se inventa e se
reinventa a partir da/na/com a escola, assim como o quadro elaborado.
Anexo: Panorama atual da variação de denominação de cargo, contexto de formação, sujeito da
formação e atuação do formador de formador elaborado por Renata B.S. Frauendorf para Dissertação
de Mestrado – Faculdade de Educação – Unicamp - 2016
Vamos aguardar o movimento da comunidade!
Esta provocação gerou 58 visualizações, dois comentários de membros, uma réplica – minha,
e uma tréplica e 4 curtidas.
Esperava mais! Talvez ainda não tenha acertado a mão como se diz. Será que a
consigna/comanda não é convidativa?
Em junho 64 visualizações e 7 curtidas
27 de fevereiro
Diante do silêncio e/ou pouca interação com a postagem do quadro, resolvi escrever um novo
convite/intimação aos membros de forma a recuperar o objetivo da comunidade que é o de
partilha de experiências.
Olá queridos formadores e formadoras desta comunidade, nosso espaço de partilha de
experiências, está aberto e aguardando contribuições! Todos nós temos uma vida intensa de
atribuições como: preparação de pauta, escrita de devolutivas, viagens, realização de encontros,
acompanhamentos às escolas, organização de ppt, seleção de textos para estudo e/ou para
leitura literária, entre outras tantas coisas, não, é? Então, que tal contar para nós um pouquinho
do seu cotidiano como formador(a) de formador(a)!
A postagem foi visualizada por 55 membros (em junho/19- 62), recebeu 8 reações sendo 7
curtidas e 1 amei e 1 comentário/pergunta: Onde postar? Eu respondi diretamente ao membro
orientando o que fazer.
Talvez em resposta a essa provocação a comunidade recebeu uma postagem de uma narrativa
da Dilza em que ela conta sobre a experiência dela como coordenadora pedagógica em uma
escola e foca em sua rotina de dar devolutiva aos registros das professoras.
A postagem recebeu 8 reações sendo 8 curtidas e foi visualizada por 38 membros.
Em junho/19 – 9 reações sendo 9 curtidas , 1 comentário e 48 visualizações.
No dia 28, também sentindo-se talvez provocada, Rafaela posta a sua narrativa: Uma escola
sem livros. Rafa já havia me dado sua narrativa e ela foi a primeira da coleção. Até então a
coleção era restrita as minhas narrativas. Quando Rafa leu sua narrativa num encontro do
Grupad, e eu já tendo a intenção de organizar uma coleção, nem esperei e pedi que caso
concordasse me enviasse.
Uma escola sem livros
Desenvolvendo um trabalho de formação em outras escolas, não na que atuo como Professora
Coordenadora vivenciei um momento que venho compartilhar neste grupo, através desta
narrativa.
No encontro planejado para a semana, a proposta era estudar com os professores
alfabetizadores, leitura. O objetivo era dar luz às concepções de leitura subjacentes das práticas
pedagógicas, e juntos pensarmos como a escola pode se reinventar, partindo da análise dos seus
indicadores internos e externos, para então, realizar um Plano de Ação que apresente uma
proposta de intervenção por parte da equipe escolar, em especial dos professores e da
professora coordenadora, com o intuito de fazer os alunos avançarem na construção dos
conhecimentos esperados para o ano, principalmente com relação a leitura. Por fim, faz - se
indicações para construção de efetivo trabalho coletivo.
Pauta formativa pronta. Fiz uma reunião prévia com a professora coordenadora, visando traçar
juntas, um caminho para a proposta de uma ação na escola em relação a leitura. Tal foi a minha
surpresa, quando ela me disse que a escola não possui acervoliterário. Nenhum livro, nada!
Fiquei paralisada e pensando “como pode uma escola não ter livros?”. A ideia principal da
formação era propor uma roda de indicação literária... E agora José? O livro “Leitura e Escrita
na Escola e na Formação Docente: experiências, políticas e práticas” (2017), contribuiu
significativamente para minhas reflexões, pois, a partir da conversa inicial com a PC até o dia
da formação no chão da escola, acreditando na concepção da escola como espaço de produção e
apropriação da leitura, que ler exige atos comprometidos; fui tomada pela inquietação que se
faz na proposta prática e de políticas fundamentais para o trabalho. Quis entender como estes
professores trabalham, como lidam no seu dia a dia com a ausência de livros... Em
contrapartida, entrei em contato com a Diretoria de Ensino para saber os motivos da escola não
ter acervo e quais possibilidades eu teria. No impasse do “não temos o que fazer”, fui sozinha,
procurar mudar este quadro. Todavia, me atormento em indagações: É sabido que a escola está
sem acervo? Ninguém fez nada? Minha intervenção nesta escola era maior do que eu poderia
imaginar. Fui buscar ajuda e consegui um acervo para revezamento.
Na escola, os alunos do 9º ano me ajudaram a carregar as caixas. As mesas, ficaram cheias de
livros. Consegui realizar a proposta, deixar as ações encaminhadas e o melhor de tudo, pude ver
os professores com os olhos brilhando em tocar, sentir, apreciar, ter, ver, ler e poder
compartilhar com seus alunos obras que encantam. Me move. Nossas intervenções são
realizadas com a intenção de estimular a leitura (p 49) “ Na sala de aula, neste contexto,
devemos assegurar a realização de práticas reais de leitura...proporcionando as nossas crianças
atividades realizadas dentro e fora da escola...Para alfabetizar as crianças é necessário
democratizar a vivência de práticas do uso da leitura elaborando a rotina semanal da classe
tendo clareza de que itens devem ser combinados e a regularidade devem ser praticados para
permitir as crianças entenderem em que situações se lê, pra que se lê e quem lê. (p51) . Que
este “Pulsar Pedagógico” pela literatura esteja sempre nos corações de quem escolhe para
trabalhar a escola, e que nela, se constitui como ser integrante de corpo, alma e coração, numa
dialética constante de reflexões. Que o meu olhar transforme o seu, o seu o meu e vice-versa na
dialética constante da prática docente, que nos move com amorosidade a toda e qualquer
investigação que possibilite ampliar os saberes dos que se propõem pesquisar a prática e se
formar nela.
Esta postagem gerou 10 reações sendo 9 curtidas e 1 amei. Foi visualizada por 43 membros.
Em junho/19 – 11 reações – 10 curtidas e 1 amei e visualizada por 53 membros
Recebeu meu comentário na perspectiva de ampliar o diálogo.
Renata Frauendorf: Acho essa sua narrativa tão forte, Rafaela! Ela me faz pensar nas tantas vezes
q fiz todo um planejamento partindo de algo que achava ser um fato e no momento real me deparar
com outra realidade. Penso que aprender a lidar com isso e passar a considerar nos momentos de
planejar um saber de formador.
Esse meu comentário gerou 2 reações: 1 curtida e 1 amei – sendo este da própria autora
Vejo que tenho algo a aprender sobre esse movimento. Inicialmente a impressão que tive foi
do silêncio, mas ao refletir e recuperar esse movimento consigo perceber que a minha
provocação gerou um movimento reflexivo, encorajou duas participantes a escreverem,
gerou reações diferentes.
Novo silêncio
21 de março
Quase um mês se passou sem que ninguém postasse, comentasse ou mesmo reagisse na
plataforma. Tive também um mês puxado, com muitas viagens e fico imaginando o quanto
isso é rotineiro em nossas vidas de formador de formador.
Me coloquei no lugar dos formadores da comunidade e fiquei pensando se espero que eles
postem algo após uma formação, por que eu não posto? Diante dessa minha constatação, fiz
uma publicação em tom de desabafo diante do que havia observado numa dada realidade
Estive fora vários dias fazendo formação. Fui a Bahia, passei por SP e dei uma chegada em Sergipe, isso
em duas semanas! Apesar do cansaço e da vontade de voltar para casa penso que essa é uma das minhas
grandes alegrias como formadora. A possibilidade de circular pelo Brasil, conhecer diferentes realidades,
relacionar-me com pessoas distintas que ao revelar diferentes experiências contam as dores e os encantos
do dia a dia da escola. Por outro lado, nesse trajeto me deparo, muitas vezes, com situações tão
desafiadoras e assustadoras, que me sinto tão impotente e frágil que preciso encontrar coragem para
seguir adiante. E a coragem vem do desejo de transformar o espaço da escola como um lugar de vida e
aprendizagem e não reprodutor de exclusão.
(03/2019)
Essa postagem gerou muitas reações! Ou melhor acima das demais. Foram 24 reações sendo
18 curtidas e 8 amei. Gerou 3 comentários e com eles minhas respostas. E 67 visualizações
Em junho ampliou para 77 visualizações
Wania Maria Previattelli - Formar, formando-se e transformando-se para a construção desse
espaço de reconstrução desse lugar de vida! Um presente, ganho, não. Conquistado! Grande e
generosa parceira!
Miriam Orensztejn - É remar contra a maré parceira. Sobre remar contra a maré já aprendendos
um pouco não é?
Renata Frauendorf: Ao qual comentei:
com certeza Mi! Remar contra muitas marés às vezes num mesmo espaço de tempo e lugar. E a
gente sai com coração apertado vendo o tanto q precisa ser feito. Por isso trabalhar em parceria é
o q pode dar sentido e nos fortalecer!
Fátima Fonseca
Eu também estive imersa em uma formação na semana passada e na sexta pensava, apesar
de muito cansada e querendo voltar para casa, o quanto amo tudo isso! Conhecer as
pessoas, aprender com elas quando pensamos e refletimos sobre os conteúdos da formação
é algo incrível para mim! Sempre vou às escolas para me aproximar das realidades locais e
manter minha conexão do porquê estamos ali, a razão de todo nosso trabalho: a garantia
das aprendizagens das crianças! São elas a razão de tudo.
Essa postagem provocou uma curtida de outro membro
O que comentei:
Renata Frauendorf Fico pensando o quanto essa conexão é fundamental para não perdermos o
pé da realidade e nos ajuda a não cairmos na armadilha fácil de transformar os nossos dizeres em
apenas mais dizeres e discursos que nada agregam de fato as aprendizagens das crianças.
E gerou a reação da autora do comentário.
31 de março
Estava passeando pelo face quando me deparei com uma postagem de uma colega formadora
em seu mural. Uma imagem sensível e poética de uma borboleta pousada no vidro de uma
janela de sala de aula apresentada pela poesia.
A borboleta pousada
ou é Deus...
Na mesma hora pensei que poderia compartilhar a postagem na comunidade. Escrevi então
uma mensagem pelo whatsapp para Lili e pedi a sua permissão, o que ela prontamente me
deu e então ela me contou:
Estava em São Luiz de Paraitinga fazendo um trabalho de campo com diretores em uma
escola rural. E aí, encontrei essa borboleta. Um olhar para os detalhes belos do cotidiano.
Isso também faz parte da formação, né?
Então respondi: Sim Lili! Pensei exatamente nisso e o quanto nos forma em nossas
sensibilidades.
Compartilhei a postagem de Lili inaugurando uma nova coleção que batizei em homenagem
a nossa reflexão de: Olhar para os detalhes belos do cotidiano do formador.
Postagem que recebeu 11 reações 5 amei e 6 curtir e 61 visualizações.dados atualizados em
junho/19
1 de abril
A beleza estética da postagem da Lili em que imagem e linguagem me provocaram me fez
trazer a memória, rememorar uma foto que eu tinha de uma copa de árvore que ficava na
entrada de uma escola de rede municipal em SP e que tirei durante um trabalho voluntário de
mediação de leitura que realizava naquele espaço.
Fui buscar em meus arquivos e lá estava a foto! Tirei da dispersão, do abandono e dei um
novo sentido a ela. Agora fazia parte da coleção: Olhar para os detalhes belos do cotidiano
do formador. Batizei a foto: Leitura entre linhas.
Inspirada pela postagem da Lili (Ana Carolina) fui aos meus guardados de formadora em
busca de uma imagem que revelasse um pouco do que encontro no meu cotidiano de
formadora.
Leitura entre linhas!
Entrada de uma escola municipal de SP em que desenvolvi um projeto de formação de
leitores ano passado (2018). Algumas vezes nós (eu e o aluno participante) desviávamos
nosso olhar das linhas do livro para olhar as linhas da vida!
E você participante dessa comunidade, qual imagem revela um pouco do seu cotidiano
de formador(a)?
Coleção: Olhar para os detalhes belos do cotidiano do formador.
A postagem recebeu 6 reações e foi visualizada por 62 pessoas. (junho2019)
12 de abril
Dilza deseja compartilhar uma notícia sobre: Ensino domiciliar às vias de regulamentação no
Brasil deve aumentar desigualdades entre classes. Deseja porque as postagens não estão
liberadas precisam ser autorizadas por mim. Esse é um procedimento que gera desconforto,
parece que é o desejo do poder. Não sei bem ainda como lidar com isso porque a minha
preocupação é o espaço perder a essência para o qual foi criado e apesar de pedidos, os
membros começarem a postar divulgação de cursos, assuntos que não se relacionam ao
propósito da comunidade e da pesquisa.
Enquanto não resolvo esse sentimento ambíguo - controlar ou não, eis a questão – as pessoas
que desejam postar aguardam a minha autorização.
Achei que mesmo não sendo uma narrativa de formador a temática da notícia – e a narrativa
apresentada tinha relação com a nossa ação, porque o que nos une ( no meu imaginário) é a
ideia da importância da formação dos professores, a função da escola para além de espaço de
aprendizagem ser espaço de vida como diz Novoa e o quanto tudo isso é caro ao formador.
Faz parte da nossa essência fiquei pensando. Assim liberei a postagem e fiz um comentário:
Pensando na nossa tarefa de formar formadores, e no quanto temos lutado em diferentes frentes
e espaços para contribuir e apoiar o trabalho de professores, coordenadores, diretores em prol de
uma escola pública de qualidade, essa notícia nos mobiliza e nos faz refletir: qual o sentido de
nossa atuação? O que podemos fazer diante dessa situação?
O que Dilza respondeu:
Renata Siqueira Frauendorf , a escolha não é pelo ensino público, aliás, nunca foi, tudo que
conquistamos foi por meio de lutas....
E Wania comentou: O país quer mesmo uma educação delivery?
Em medicina, chamaríamos de automedicação, certo?
Onde fica a especificidade da didática? O ofício de professor o qualifica para atuar na interação do sujeito
com o objeto de conhecimento. É muito difícil para as famílias entenderem isso?
Essa postagem recebeu uma reação – triste , 3 comentários e foi visualizada por 40 pessoas.
17 de abril
Recebi por email uma narrativa intituladas professoras parceiras escritas pela Lele. Iniciamos
um diálogo na troca de mensagens, pois respondi em que havia me tocado a sua escrita. Ela
rapidamente retornou dando continuidade ao diálogo. Perguntei se podia postar na
comunidade e ela concordou. Inclusive pediu para fazer parte.
Levei para a comunidade!
Professoras Parceiras por Lelê
Entre os anos de 2013 à 2016 fui formadora, por uma OSCIP, em uma Secretaria
Municipal na região de Campinas. Trabalhamos com a educação infantil, de 0 a 3 e de 4 e
5. Tive algumas professoras que me marcaram neste período, foram muitos encontros e
diferentes temáticas.
Uma delas tinha 70 anos, estava no berçário, se aposentando pela segunda vez como
professora. Já havia se aposentado pelo Estado e ia se aposentar naquele ano pela
prefeitura. Ela começou barulhenta e eu pensei que seria uma destas professoras que diz que já sabe
tudo e não topa fazer nada. Mas não! Ela continuou barulhenta, até o último dia. Mas ela topava tudo e
embora soubesse um tanto de coisas, estava sempre disponível a aprender novas. Era destas professoras
que abraçam, que acolhem, que sabem sempre comentar algo bonito de seus alunos.
Ela se aposentou um ano antes da formação acabar e depois das duas aposentadorias como professora,
passou a fazer artesanato.
A segunda professora que quero comentar, deste mesmo processo formativo, também topava tudo. Foi
dentre todo o grupo, a que mais descobriu maneiras de incorporar o que era proposto. Trabalhou com
registros, criando cadernos da turma, assim que foi apresentada a eles, pois reconheceu a qualidade da
proposta e não quis perder a chance de oferecer isto para seus alunos e para ela mesma. Foi uma
professora que fez com que suas colegas não pudessem usar a desculpa de que não dava nem para
tentar.
São professoras-parceiras, como esta, que tornam o espaço da formação docente em momentos de
prazer, de acreditarmos que vale a pena, que mudanças ocorrem.
Esta também saiu no meio da formação, pois foi convidada para ser coordenadora de uma escola de
Fundamental 1. Explicou que apesar da tentativa, reconhecia que era melhor no trabalho com
fundamental.
Foram duas pessoas que passaram pelo mesmo grupo, que conviveram comigo como formadora e que
me deram de presente a confirmação do quanto pode ser prazeroso trabalhar com professoras.
Wania Maria Previattelli Que relato sensível, o qual me fez lembrar de uma certa professora coordenadora
de um núcleo pedagógico do Estado de São Paulo, que nas minhas formações, a tudo questionava, discordava,
contestava. Em princípio, acreditei ser resistência. Porém, para minha alegria, ela buscava fundamentação
para lidar com o grupo de professoras que trabalhava. Desenvolveu uma sequência didática fantástica em uma
escola, junto à equipe e professora, a qual houve um avanço surpreendente, tanto da professora, quanto dos
alunos e , é claro, meu , enquanto formadora, que nunca desisti dela!! Gratidão eterna!
Renata Siqueira Frauendorf Wania Maria Previattelli essa narrativa da Lelê
também me tocou e provocou tantas reflexões!! Eu fiquei aqui matutando um tanto
de professoras/ coordenadoras/ formadoras de eq. técnica - parceiras, que no
caminho saem do processo, ou nós que ao finalizarmos a formação e darmos rumo
às nossas vidas, tb deixamos o espaço. O que acontece com essas pessoas, não é
mesmo? Não só profissionalmente como pessoalmente… Me perguntei o quanto a
formação precisa ser vista tb de certo modo como algo transitório não no sentido
de descartável, superficial, mas como algo fluido, que se move, por que tb somos
assim. Algo que pode deixar marcas tanto em quem oferece como em quem
participa para além dos espaços de formação. Faz sentido?
Wania Maria Previattelli - Renata Siqueira Frauendorf Faz todo sentido, na medida que as pessoas criam
espaços na interação e, quando na sua ausência, deixamos e saímos pessoas diferentes. Ciclo da vida! Mas,
que seja para uma evolução coletiva do ser, humano.
Recebeu 7 reações, 3 comentários e foi visualizado por 54 pessoas ( 68 atualizado em 22 de
junho)
18 de abril
Estive em Porto Velho realizando uma formação com equipe técnica, coordenadores
pedagógicos e professores, além da oportunidade de ir a duas escolas da rede municipal.
Essas viagens são sempre corridas, pouco temos tempo para aproveitar e conhecer os
lugares, pessoas e cultura local. Já aprendi que tenho que aproveitar os momentos que vão
se apresentando no cotidiano.
E lá estava eu de volta para o quarto de hotel, cansada de um dia de formação e uma noite
pouco dormida, quando resolvi abrir a janela do quarto totalmente fechada por conta do ar
condicionado. Abri e me surpreendi com a imagem que se descortinou para mim!
Tirei uma primeira foto.
E lá fiquei um tempo, a espera do por do sol. Como ele não é prisioneiro da rapidez da
modernidade, nem foi capturado pela noção de tempo imposta pelas redes sociais levou seu
tempo para pintar o céu com as cores alaranjadas. Eu ia e voltava para a janela numa
atenção : leve e dedicada; distraída e focada, vivida com uma forma de consciência (
anotações seminário narrativas Adriana Koyama, salão nobre 2019)
até que achei o momento da imagem que queria preservar.
A foto era intencional, pois ao olhar para cena rememorei a borboleta da Lili, a copa da
árvore e pensei que ela poderia fazer parte da coleção na comunidade. O sentimento de
ambiguidade volta a força total, pois de certa forma é a imagem para ser exposta, ser
espetáculo!
Para Benjamin a memoria é meio para a gente acessar a experiencia – vc vai adensar a
experiencia a partir da lembrança
Postei na comunidade sem explicações apenas a indicação que era parte da coleção e a
informação do contexto em que foi tirada.
A postagem recebeu 17 reações e foi visualizado por 73 pessoas.
25 de abril
Publiquei a narrativa
Aplicar
Aplicar, reproduzir, verificar, controlar, corrigir, tecnologia, evidências explicitas,
informações:
Palavras que me remetem a uma racionalidade técnica, a uma forma de pensamento que
flerta mais com uma ideia de conhecimento positivista.
Desenvolver, realizar, encaminhar, acompanhar, artesanal, improvisar, experiências:
Palavras que me remetem a uma racionalidade estética, a uma forma de pensamento que flerta menos
com uma ideia de conhecimento positivista.
Será?
Formação como reprodutibilidade técnica,
Em nome do progresso, da modernidade, o outro e sua singularidade vai ficando de lado, soterrado.
(Dezembro 2018)
A postagem recebeu 4 reações e foi visualizado por 54 pessoas
27 de abril
Mudei a imagem de capa. Agora noite estrelada de Van Gogh e deixei essa mensagem:
imagem recebeu 8 reações e foi visualizado por 59 pessoas ( junho/2019)
Olá membros dessa comunidade! Já faz 77 dias que essa comunidade foi criada, e estamos
atualmente com 78 participantes. Um grupo constituído por formadores de formador que por
meio da escrita de algumas experiências partilhadas tem me ajudado a refletir sobre muitas
coisas relacionadas a nossas ações, desafios, limites e alegrias. Narrativas que de alguma
forma tem provocado algum tipo de reação ou mesmo despertado o desejo de dialogar entre
os participantes. Para Walter Benjamin ai está o poder das narrativas que ao serem
compartilhadas no grupo ao qual pertenço transforma uma simples vivência em experiência.
E é essa a finalidade de uma comunidade de prática: informar, comunicar experiências e
compartilhar aprendizagens baseadas na reflexão. Interessante pensar nisso!
Então que venham mais narrativas, imagens, diálogos e reações pelos próximos 77 dias.
E termino com um convite para que você passeie, despretensiosamente, sem rumo
determinado, deixe-se perder no labirinto dos comentários, postagens desta comunidade e
acaso se depare com algum escrito, imagem, comentário que de alguma forma te provoque,
ou te atravesse de algum modo, deixe uma marca que por ali passou. Que tal?
'Eu confesso não saber a razão, mas olhar as estrelas sempre me faz sonhar.’
Van Gogh
A postagem recebeu 14 reações ; 2 amei e 12 curtidas e foi visualizado por 76 pessoas.(
atualizado em junho/2019)
Recebeu 2 comentários
Lucinha Magalhães Renata, pode deixar que deixarei minha marca. Não consegui ainda!
Maria Teresa –abril 2019
Postagem gerou 6 reaçoes : 3 curtidas e 3 amei. Foi visualizada por 56 pessoas (
junho/2019) e gerou 2 comentários:
Meu:
Maria Teresa Cruz de Moraes eu diria q é uma bela imagem do cotidiano do formador! Super
vale!
E que o encanto por essas pequenas mais tão significativas situações, achados, possam
transformar e enriquecer nossas experiências sensíveis como formadores na/com a escola.
E
Rogéria Nicoletti Parabéns pela sensibilidade em utilizar uma situação do dia-a-dia para ilustrar, tão bem,
a função social da escrita! Adoreiiii!!! Bj
Cada um deles uma reação
21 de maio
Quase um mês de novo silêncio que foi quebrado pela minha postagem:
Para quem está chegando recupero aqui um pouco do propósito desta comunidade:
Este é um grupo fechado que nasce pelo desejo de criar um canal para troca de
experiências entre formadores de formador. Em minha trajetória como formadora de
formador tenho encontrado muitas(os) formadoras(es) e elas/eles sempre têm boas
histórias para contar, mas nem sempre as registram. Já ouvi histórias inspiradoras e
felizes; outras inspiradoras e tristes; algumas nada inspiradoras, mas muito potentes para se
refletir sobre a nossa atuação e as condições de trabalho oferecidas. Histórias divertidas, inusitadas,
comuns... enfim há um mundo a se descobrir pela voz dos formadores.
Meu convite é a escrita de uma experiência, ou uma memória, ou um fragmento de um acontecimento
ocorrido durante um encontro de formação, preparação para o encontro, visita a escola por exemplo...
Enfim gostaria muito de ouvir a sua história e assim organizar uma coleção de histórias de formadores
de formador: se você tivesse que narrar uma experiência sua como formadora ou formador, qual seria?
Esse projeto faz parte da minha pesquisa de doutorado intitulada até o momento: De estrelas a
constelação ou Uma comunidade de prática formativa de formadores de formador.
Para preservar a questão da privacidade e ética sugiro que você utilize em sua postagem um nome
fictício ao se referir aos locais, instituições, pessoas.
Mais um ponto que considero fundamental, esses registros somente serão utilizados na pesquisa
mediante sua autorização do autor.
Desde já agradeço a sua atenção e, ansiosamente, aguardo sua colaboração! Vamos juntos fortalecer
esse nosso trabalho e campo de atuação na educação criando uma comunidade prática de formadores
de formador.
Essa postagem foi feita logo após um encontro de formação de formadores de formador que
realizei em Salvador. O encontro contou com um grupo de aproximadamente 20 pessoas
que foram convidadas a participar de uma roda de conversa após nosso trabalho. Nem todos
puderam ficar, mas um outro grupo que participava de uma formação de E.I no mesmo
molde que a minha, tb foi convidado a participar da roda. No final havia 18 pessoas.
Socializei o endereço da comunidade com este grupo e muitos solicitaram aprovação para
integrar a comunidade. Diante disso achei que valeria recuperar o propósito da comunidade.
Essa postagem gerou 6 reações e 60 visualizações ( junho/19).
Nesta data após aceitar os novos membros fiz uma postagem de boas vindas que recebeu 19
reaçoes: 15 curtidas e 4 amei. Foi visualizado por 73 pessoas e gerou 6 comentários (
junho/2019)
Entre os comentários de agradecimento destaco o de Ildene Paiva
Ildene Paiva Renata (pró), estou grata com tudo que promoveu em conhecimento para mim e demais
colegas. Neste seu percurso de pesquisar sobre a formação do formador, me deixou a primeira grande lição:
aliar conteúdos da formação a estratégias formativas de maneira progressivas, e tudo isso com a grande calma
pedagógica, necessária à quem está no processo formativo.
Renata Siqueira Frauendorf Ildene Paiva que gostoso seu retorno sobre nosso
encontro e o quanto ele pode contribuir no seu processo de formação de
formador. Gostei da expressão calma pedagógica! O que seria essa calma
pedagógica para você? O que a constitui?
Minha provocação não teve nenhuma reação, comentário até 9 de junho.
22 de maio
Lucilene Noronha novo membro da comunidade postou:
Meu dia de formadora hoje...Seguir qualificando o fazer pedagógico em parceria com os
professores.
E a foto:
Foi uma postagem espontânea que me deixou bastante feliz.
Gerou 8 reações e 46 visualizações ( junho/2019)
Nesse mesmo dia resolvi organizar as imagens dispersas na comunidade relacionadas a
coleção: Olhares para os belos detalhes do cotidiano do formador em um álbum.
Além das imagens fiz a seguinte postagem:
Olá pessoal organizei um álbum com as imagens sobre os belos detalhes do cotidiano do formador que já
postei na comunidade. A ideia é reunir aqui essa coleção e você também pode contribuir para ampliá-la.
Qual imagem revela um pouco de seu cotidiano de formador(a) de formador(a)?
A ideia é ir alimentando essa coleção com olhares meu e de membros da comunidade
Cada foto é acompanhada por uma mini narrativa:
https://www.facebook.com/media/set/?set=oa.2321472881507637&type=3
A coleção recebeu a contribuição da Fabiane Cristine.
Postagem recebeu 15 reações sendo: 14 curtidas e 1 amei. E 65 visualizações ( junho/2019)
28 de maio
Rosaura partilhou notícia sobre inscrição no premio professor nota10.Toda postagem de
membro precisa de minha aprovação e confesso que fiquei na dúvida. Já não era a primeira
vez. Minha dúvida era abrir um tipo de postagem que não se adequava ao propósito inicial.
Mas resolvi aceitar e no comentário incluir a divulgação do Fala outra escola explicitando
um papel do formador que julgo relevante que é a divulgação de eventos, incentivar a
participação em seminários....
A postagem recebeu 4 reações: 2 curtidas e2 amei. Foi visualizado por 57 pessoas (
junho/2019)
Olha só pessoal essa dica da Rosaura Soligo! Penso que reconhecer boas práticas nas redes, escolas é uma
importante ação do formador de formador. Além de reconhecer, está em nossas mãos apoiar os docentes, cps ,
diretores a se reconhecerem como autores dessas boas práticas e com isso compartilhar em ouros espaços,
para além de sua rede. Aproveito e compartilho outro evento em que esses profissionais com quem atuamos
também podem partilhar suas experiências. E o IX Fala outra Escola - de 10 a 12 de julho na Unicamp!
Ainda nessa data Lucelia Noronha faz mais uma postagem:
Recebi essa foto de um amigo...Ao enviar ele pede para pensar sobre...É este o nosso cotidiano como
formador.Pensar a direção.Hoje, depois de 2 meses de atuação em um Centro de Educação Profissional
que, além de cursos técnicos, abrange o Ensino Regular e a EJA, me deparo com alguns problemas
quanto a aceitação da figura do formador mais jovem...Qual seria mesmo a pedagogia da idade?Pergunta
bem interessante.Penso que a resposta inicial seria...A HUMILDADE PEDAGÓGICA...RETRATOS
DE UMA FORMADORA "MAIS NOVA."DESAFIO DO COTIDIANO EM PROCESSO DE
FORMAÇÃO DE PROFESSORES EXPERIENTES.
Mais uma postagem espontânea da Lucelia o que me encantou afinal era um membro recém
chegado.
Logo comentei:
E que belo desafio Lucelia Noronha! Acho que todas nós já enfrentamos isso de alguma forma e
continuaremos sempre a enfrentar. É olhar desconfiado para o mais jovem, para o que vem de fora, para o que
atua em determinado programa...Esse estranhamento circula, penso eu, os espaços de formação. Essa sua
narrativa me fez lembrar a da professoras parceiras postada aqui também e que li em nossa roda de conversa
em Salvador. Caminhos possíveis há. As brechas estão em nossas mãos!
Logo veio sua resposta:
Verdade vamos trilhando
Num segundo momento me dediquei a olhar para a imagem e para a frase. Em seguida para o autor e confesso
que achei estranho ser de Clarice Lispector. Não que seja uma entendida de Clarice apenas desconfiei.
Fui então procurar na internet e logo encontrei que de fato a frase não era de Clarice. O que fazer nessa hora.
Avisar a Lucelia no individual? Informar no grupo como comentário? Difícil decisão? Afinal qual o meu
papel nessa comunidade fiquei me questionando.
Lucelia Noronha há um detalhe na foto que me chamou atenção que é a autoria da frase
como de Clarice Lispector. Fiquei intrigada aqui e fui verificar. É de Edson Marques, só como
uma curiosidade.
Resolvi avisar no grupo que a autoria não estava correta. Achei que não era algo que serviria somente para
ela, mas poderia ser formativo a outros membros que por muitas vezes partilham informações, frases sem
checar a veracidade. Claro que no caso de um autor você só desconfia se minimamente conhece seu estilo,
suas obras. Aqui minha formação leitora falou mais alto!
Lucelia então responde:
Renata Siqueira Frauendorf oh, só repassei. Nem notei ou tive a curiosidade.Rss.Vou repassar
ao amigo a correção. Grata Professora.
O que comentei: Lucelia Noronha eu achei que não tinha cara de Clarice kk. bjs!!
A postagem recebeu 3 curtidas e foi visualizada por 52 pessoas ( junho 2019)
Ainda no dia 28 fiz uma última postagem fruto de minha viagem a Salvador.
Leitura pelo formador
Sempre li no início dos meus encontros de formação. Às vezes um conto, ou crônica,
poema, um trecho de um diário, outras vezes de uma biografia. Textos de diferentes
autores com a finalidade de provocar no ouvinte o encantamento, a “fome” de ler. Em
muitos momentos fui desencorajada pelos que participavam da formação a realizar essa
leitura, em alguns confesso que titubei. Certas vezes esse desencorajar, vinha (e ainda
vem) do parceiro financeiro do programa, das próprias secretarias de educação.
Entendiam ( e ainda entendem) que era perda de tempo, algo sem sentido, talvez para
alguns um investimento mal feito. Para outros, um tédio, como já ouvi. Mas jamais abri
mão dessa ação herdada do PROFA. Lá conhecida como leitura compartilhada. Para mim
leitura pela formadora. Nesses anos de prática como formadora de formador fui
buscando caminhos, fazendo escolhas cada vez mais ajustadas ao leitor/ouvinte. Fui me
tornando uma melhor leitora! Hoje essa leitura inicial também funciona para mim como
um ritual, algo que me transporta para o mundo da formação, que me desloca das
loucuras do dia a dia e me faz mergulhar no encontro, e a me encontrar com o meu eu
formadora. Num recente encontro para formadores de formador, essa ação ler para o
outro, que julgava ser algo já dado e nem imaginava problematizar, gerou boas
conversas, reflexões e constatações. Um retorno sobre o quanto meu jeito de ler havia
impactado o grupo, despertado a “fome” de ler. Se em algum momento eu tinha
dúvidas quanto a realizar isso, agora tenho uma certeza não só pelo que provoca no
outro, mas o que provoca em mim e que transborda para tantos outros.
maio 2019
Essa postagem recebeu 18 reações sendo 10 amei e 8 curtidas. Foi visualizada por 83
pessoas ( junho/2019) e recebeu 12 comentários – Até o momento é a recordista da
comunidade - o que a fez gerar esse movimento?
Maria Assunta Della Colleta Uma delícia o momento da leitura pela formadora Renata. Meu acervo
literário e minha "fome de ler" sofreram muita sua influência. Uma deliciosa tentação. Sinto falta. ❤️
- 2 curtidas
Yara Maria Miguel Parar de realizar a leitura em voz alta no contexto de formação de profissionais da
educação, jamais. Criamos vínculos importantes com e a partir dela. Nos aproximamos do grupo, Abrimos
nossos corações e mentes para o outro, para o grupo. Nos emocionamos, rimos, nos indignamos, temos a
oportunidade de enxergar diferentes perspectivas por meio da arte da palavra. Deixar de ler durante as
formações, jamais! É nesse lugar que temos a oportunidade de nos revelerarmos mais humanos. E como essa
leitura funciona para nós também, formadoras, concordo plenamente com você Renata Siqueira Frauendorf.
- 2 curtidas
Ana Gomyde de Oliveira Que lindo, Rê! Me vi um pouco nesse relato... vez ou outra penso "será"? E
persevero nesse caminho... Foi bom ter lido isso no dia de hj, precisava... 1 curtida
Sonia Domingues – 1 curtida
Pés sobre a mesa
Lá estava eu para meu primeiro encontro. Pouco à vontade eu confesso, porque era a
primeira vez que iria trabalhar com diretores de anos iniciais. Apresentei a pauta ao grupo
que me olhava meio de lado e desconfiado e dei início então, a leitura pela formadora.
Fazia a leitura quando vi entrar uma diretora, pisava firme, cara de poucos amigos. Ela cruzou,
lentamente toda a sala. O ar pareceu ficar suspenso! Enquanto ela andava, eu mantinha um olho no texto
e outro nela. Engoli seco! Notei que segurava uma caixa de Mac lanche feliz. Chegou em seu lugar,
puxou a cadeira, sentou-se e colocou os pés sobre a mesa. Num visível deboche a minha pessoa e ao que
imaginava que eu representava naquele espaço. Eu continuei a leitura, um olho no texto e outro nela.
Então, ela me interrompeu e disse: “vida de diretor é assim: sem tempo de almoçar” e por fim
comunicou que iria fazê-lo por lá, o que concordei e timidamente, com o coração acelerado respondi:
fique à vontade.
Retomei a leitura! Agarrada ao livro e ao texto.
Canetti foi minha fortaleza. Ao recuperar meus guardados vi que havia escolhido para aquele encontro
um trecho do livro A língua absolvida de Elias Canetti. Isso foi em 2009.
Postagem que gerou 8 reações – 8 curtidas e 58 visualizações ( junho 2019)
02 de junho
Rosaura faz uma nova partilha na comunidade. Agora um manifesto elaborado por ela e
membros de seus grupos de formação. Inicia com este convite:
Caros colegas
Segue um texto publicado hoje.
Esperamos que vocês gostem e que seja útil.
Saudações pedagógicas
Rosaura Soligo
A postagem gerou 7 reações : 6 curtidas e 1 amei e 55 visualizações ( junho/2019)
E meu comentário
Acabei de ler o manifesto e gostei muito dos aspectos levantados por vcs, tanto
referente ao perfil do formador como as ações e estratégias sugeridas q envolvem
esse nosso fazer.
Com certeza um ótimo material que pode contribuir bastante com a formação de
formadores de formador.
Recomendo a leitura!
Nesse mesmo dia Rose Souto fez uma postagem após meus incentivos
Falar da emoção que a leitura traz para nossa vida é fazer uma anamnese de como ela
entrou e se instalou nela, pelos menos para mim foi assim...
Como profissional esse movimento de ler pra mim tem sempre uma intencionalidade:
para estudar, para se informar, para relaxar e especialmente para se emocionar. Essa
relação da leitura dentro da formação vem de encontro de várias perguntas que as vezes
ou na maioria sem respostas. Pensar nesse processo de como nos tornamos leitores faz
esse exercício de mexer com as emoções.
Gosto muito de fazer leitura em voz alta para meus professores e alunos. Esse movimento
começa em o que ler, escolher cada detalhe, será que vão gostar? Será que vou conseguir
chamar a atenção deles?
Independente do público que vamos fazer essa leitura que acolhe, mexe com nossas
escolhas e escolhas podem nos levar as várias emoções: as vezes boas outras não tão
boas assim...
Em uma dessas formações fiquei com a responsabilidade de fazer a leitura em voz alta
para as cursistas e como o curso é formação de leitores a ansiedade fica maior ainda. No
encontro anterior já sabia o escritor que iria ler e o texto também, mas teria que ser
diferente, aí a ideia de fazer em um local diferente.
Na unidade escolar em que trabalho esse movimento acontece com muita tranquilidade
com os alunos, mas com os professores ainda não havia tentado. Mas por que não
experimentar? Foram quinze dias na expectativa, a logística do que eu iria precisar e o dia
chegou.
Iniciamos o encontro com toda organização e carinho como sempre, então na hora da
leitura que acolhe lá vou eu contar um pouquinho da biografia e curiosidades do escritor
escolhido e o convite a todos os presentes para se locomoverem para o lado de fora da
sala, no gramado em frente ao anexo.
Dia lindo que apesar da grama molhada pelo chuvisco do dia anterior, não atrapalhou em
nada, pois o sol nos aquecia diante daquele maravilhoso céu azul.
Todas se acomodaram nos colchonetes que já estavam organizados em uma grande roda
naquele gramado verde.
Fiquei no centro, talvez porque havia deixado uma esteira lá e acabei me acomodando no
centro dessa roda.
Comecei a ler o texto escolhido e em cada linha meu coração acelerava ainda mais até ir
se acalmando e se deliciando com cada frase lida. Ao mesmo tempo estava curiosa por
olhar nos olhos de cada uma para sentir se estavam curtindo ou não.
Terminou a leitura e olhei para elas, cada uma com suas expressões, mas não dava para
saber o que realmente aconteceu naquele momento. Será que a minha intenção de
emocionar foi alcançada? Será que esse movimento feito em sala de aula também
conseguimos tocar os corações de nossos alunos? Perguntas que as vezes são
respondidas de imediato e outras que chegam tempos depois para tocar o nosso
coração.
Acredito que esse planejamento sempre tem que existir seja qual espaço estejamos: de
alunos, formadores ou formador de formadores. Me deliciei com cada palavra nas
narrativas lidas no encontro seguinte, a intenção da leitura era emocionar, mas, mais
ainda que emocionar foi saber o impacto dessa leitura, o que aconteceu com cada uma
que estava naquele local e com tantas energias que fazem a diferença em nossas vidas
todos os dias. Leitura tem esse poder: emocionar!
Postagem gerou 4 reações – 36 visualizaçoes e meu comentário
Bacana Rose pensar o quanto na formação muitas vezes temos um discurso mas nem sempre
atuamos em sintonia a ele. Essa sua narrativa revela a potencia de tb realizar na formação a
leitura em diferentes espaços como tanto defendemos q ocorra na escola. Inspirador esse
relato! – recebeu 1 curtida da autora
02 de junho
A provocações feita na postagem de Ildene Paiva em 21 de maio de 2019 veio em forma de
narrativa. Fiquei maravilhada. Ela me enviou por email como que aguardando uma aprovação.
Após a minha leitura propus que ela publicasse na comunidade.
CALMA PEDAGÓGICA
No exercício da função, tomados por metas a alcançar, o formador de pessoas formadas,
incorre quase sempre em um movimento comum. O de trazer a realidade de
aprendizagem dos alunos, mediante números, não menos importante; tematizar as
aprendizagens dos estudantes garantidas ou não, fazer uso da homologia dos processos,
etc., e desta maneira segue o processo da formação, porém, nem sempre este caminho
tomado, atinge os propósitos do formador.
É preciso navegar?! E diante da dualidade, aferida em Fernando Pessoa, questiono se o
que tenho feito nos espaços de formação tem de fato contribuído para uma precisão nas
minhas ações formativas, da mesma maneira que me questiono sobre a necessidade
dessas ações.
Formar pessoas formadas, implica na sutil presunção de acreditar que discute-se o óbvio.
No entanto, a realidade encontrada as vezes, nos apresenta um cenário ainda desprovido
de algum entendimento lógico acerca daquilo que se julgava próximo, e destaco isso,
observando municípios que empreenderam na formação continuada de suas redes há
dez, ou mais anos.
Onde estariam ai os desvios, as curvas do caminho deste processo? Para responder a
estas indagações cabe ao formador uma paciência reflexiva, ruminar cada estratégia
colocada no espaço formativo, tomando distância dela para melhor observá-la. Esta ação,
implica em uma calma pedagógica, que não desprovida do compromisso e da
responsabilidade, deve acentuar seu olhar para a própria ação. Para isso, o formador tem
como instrumento a seu favor a escrita profissional – pauta.
Elaborar pautas, implica em desenvolver uma tecnologia de formação, necessita de uma
pesquisa intensa por parte do formador, ao considerar o contexto em que se insere o
grupo em formação. Ao escrevê-la, esta realidade é presumida, ainda não chegou. É na
execução do trabalho que toda esta engenhosidade planejada acontece, ou não
acontece!
Volto à calma pedagógica, pois a pauta exige mais que lançar questões, estudos,
formação de grupo, elaboração de proposições. Exige o diálogo pedagógico, imersão do
formador junto e com o grupo, retomado, registrando pontos de entendimento,
apresentado pontos que causariam obstáculos a compreensão naquilo que se espera. A
pauta não é mais do formador, tampouco dos formandos, passa a ser um instrumento de
aprendizagem para todos! Ao formar, o formador aprende, se questiona, oferece mais ou
menos ajuda, se movimenta, coloca questões, que contribui para o alinhamento no
entendimento de pares que trabalham em grupos e a partir desse movimento dinâmico,
faz a grande mágica, pois retoma o que cada um compreendeu, pontua na lousa,
esquematiza. E por meio dessas sínteses generosas, vai costurando no entendimento de
todos alguns aspectos que tenham ficado fragilizados.
A pauta do formador se constitui no uso de estratégias de formação que dialogam
diretamente com a condição de cada um em aprender, considera o movimento
metodológico (coletivo, grupo, dupla, individual), tendo no formador o grande mestre
para alinhar tudo isso em um movimento coletivo e dialógico. A calma pedagógica assim
constituída terá o poder de transformar concepções equivocadas, mediante um
conhecimento que atravessa o corpo daquele que se coloca na formação, não apenas
passar por ele.
Daí tirei a expressão calma pedagógica, pois foi o que vi e senti na tua formação
Professora Renata.
Grande abraço!
Postagem recebeu 9 reações: 1 amei e 8 curtidas. Foi visualizado por 50 membros.
Recebeu meu comentário:
Sua narrativa me fez refletir sobre vários aspectos. Talvez essa ideia de calma pedagógica ( expressão
cunhada por você) se relaciona a uma prática de formação que olha não só para o objeto de estudo, mas
também para o sujeito em formação. Uma formação para as sensibilidades! A relação se constitui primeiro
com o sujeito, com a pessoa para então dialogarmos sobre algo em comum, no caso o objeto de estudo da
formação e a partir dai juntos construirmos conhecimento.
- 3 curtidas
e da Rose Souto:
Estou nesse processo revendo as pautas que planejava no início da função no ano 2000, lá o
registro de todo o processo de formação, como pensava as pautas, os registros e hoje o
quanto avancei nas minhas reflexões e o quanto preciso avançar... – 1 curti e 1 amei
09 de junho
Para acolher novos participantes que haviam chegado na comunidade fiz a seguinte postagem:
Nesse final de maio e início de junho, nossa comunidade recebeu contribuições de
diferentes membros além das minhas postagens. Reafirmo aqui o desejo de que essas
experiências postadas possam instigar reflexões, disparar conversas, provocar o desejo
em escrever, pois entendo que esse é um, entre outros, poder das narrativas no contexto
de formação. Experiência incrível que vivi recentemente ao colocar em diálogo
formadores de formador com as narrativas Professoras Parceiras - Lelê, Uma escola sem
livros - Rafaela Martins, Ledo Engano - Renata.
Postagem gerou 5 reações: 4 curtidas e 1 amei. E foi visualizado por 56 pessoas
Wania posta um comentário narrativa. Então no particular propus que postasse como
publicação e desse um título. As publicações têm mais visualizações que os comentários.
11 de junho
Atendendo a minha sugestão Wania postou a narrativa:
Saia justa!!!
Três formadores que acabaram de se conhecer, dentro de um carro a caminho de um encontro com
professores numa cidade próxima de São Paulo. Um deles relata experiências formativas com as
quais não concordava e se diz não reconhecido quando atuava como coordenador. Então cita o
nome de uma formadora que eu conhecia muito bem. Parceira, ética e comprometida com as
práticas pedagógicas. Reclama e critica encaminhamentos realizados na época. Meu incômodo
cresce e decido falar que eu também faço parte dessa equipe e que os encaminhamentos são
planejados e refletidos considerando a cultura local, os professores e equipes das escolas. Então, o
professor muda totalmente o discurso e começa a elogiar a formadora em questão. A partir daí faz
muitas perguntas sobre as estratégias de formação e como o trabalho está sendo proposto na
cidade para a qual nos dirigíamos. Saí pensando e buscando explicações que me ajudassem a
compreender melhor a natureza do trabalho do formador. Tentava compreender o que acabara de
ouvir e viver naquele carro, que naquele momento me parecia enorme e meio sem destino. Muitas
perguntas invadiram todo meu ser, pois, somos profissionais que, se por um lado buscamos
valorizar, fortalecer e potencializar as experiências dos educadores, incentivando-os a narrá-las por
escrito como puderem, também, propomos questionamentos e reflexões que possam desconstruir
práticas que não consideram os alunos como sujeitos da sua aprendizagem. Nesse sentido, por mais
cuidados que tenhamos na problematização dessas práticas, ainda estaremos mexendo com a
autoria dos professores que acreditam estar fazendo o melhor para seus alunos, e, isso não é nada
fácil. Assumir que precisamos alterar o rumo do trabalho pedagógico na sala de aula demanda uma
atitude generosa de socializar os saberes e os não saberes e, sobretudo, a vontade legítima de
colocar a necessidade de aprendizagem de nossos alunos como a questão mais importante que
teremos que lidar. Como formadora externa à instituição eu me identifiquei com a situação do outro
formador e busquei estabelecer o diálogo entre as intenções da formação e os profissionais da
escola, ainda que, superficialmente, pois, o contexto vivido naquele momento era outro, diferente
ao do relato. Ainda hoje, me pego pensando muito sobre esse encontro e nos meus des encontros...
Eu postei o seguinte comentário:
Essa narrativa revela um pouco dos bastidores da formação né Wania Maria Previattelli? Com
tantos programas acontecendo nas redes, aliados a tantos parceiros que nem sempre partem
de uma mesma concepção de ensino e de aprendizagem, não é difícil e nem improvável
passarmos por saias justas como essa.
A que ela respondeu:
É nesse momento que acionamos tudo o que sabemos para entender e desvelar o que é
sombra, o que ainda não sabemos e, de repente, avançar. Desafios do formador
Recentemente a comunidade tem recebido solicitações de pessoas para participar sem uma
indicação de algum membro. Eu tenho enviado uma mensagem no particular perguntando
como essas pessoas chegaram a comunidade e se são formadores de formador ou já foram.
As que me responderam disseram que foi uma sugestão do facebook devido aos interesses
da pessoa. Aceitei 3 membros nessa condição.
Em 22 de junho a comunidade chegou a 101 membros!
23 de junho
Compartilhei na comunidade o Blog da Lucianna Magri com as obras do Freinet com o
seguinte convite/postagem
Para formadores de formadores uma ótima dica! Textos de Freinet traduzidos do francês para o
português prontos para download.
A postagem tinha recebido até final do dia 12 reações sendo: 8 curtidas, 4 amei. Recebeu 1
comentário e foi visualizada por 70 pessoas.
O comentário foi a marcação de outra formadora a essa postagem.
26 de junho
No dia 26, eu flanava pelo face quando fui surpreendida por uma postagem que trazia uma
entrevista com Valter Hugo Mae, um escritor português, que gosto bastante. A entrevista
abordava a temática: para que serve a literatura, um tema que tenho especial apreço. Depois
de ouvir pensei que poderia ser um material interessante também de ser compartilhado na
Comunidade, uma vez que muitos formadores que por lá circulam revelam interesse nesse
assunto sendo assim mais uma forma de ampliar o diálogo ao trazer outras vozes e
contextos. Aliás a leitura está entre os temas que mais tem reações dos participantes. Então
compartilhei a entrevista a partir da seguinte postagem:
Um dos posts que rendeu mais comentários aqui em nossa comunidade foi referente a
importância da leitura no contexto de formação.
Nessa entrevista dada ao Nexo jornal, Valter Hugo Mae nos presenteia com ideias,
provocações e pensamentos de forma sensível e carregada de poesia.
Vale assistir e pensar em nosso papel como formadores de formador! Assim como ele
não podemos perder a esperança nos livros.
https://www.nexojornal.com.br/video/video/Para-que-serve-a-literatura-Uma-entrevista-com-Valter-
Hugo-Mãe?utm_medium=Social&utm_campaign=Echobox&utm_source=Facebook&fbclid=IwAR2-
pdiu9AKD9UY8tAWxmWf6wy2KLh3F48tRodP79CfME_3qduc6kBEde0I#Echobox=1561412271?ut
m_source=socialbttns&utm_medium=article_share&utm_campaign=self?utm_source=Twitter&utm_me
dium=Social&utm_campaign=socialbttns
A postagem teve 12 reações sendo 10 curtidas e 2 amei , não recebeu comentário e foi
visualizada por 75 pessoas.
06 de julho
No dia 6 de julho Rosaura Soligo, publicou um texto de Jorge Larrosa na comunidade.
Trouxe para nós a possibilidade de dialogar sobre Paulo Freire e reafirmar a importância
desse educador em sua vida.
A escolha de Rosaura certamente foi movida pelo contexto pelo qual estávamos passando.
Estávamos nesse momento sobre um forte ataque conceitual, vindo da equipe do MEC e do
governo, que no lugar de valorizar as ideias de Freire, questionava sua atuação e produção
de conhecimento reduzindo e desqualificando toda sua contribuição em nome de um viés
ideológico outro. O ataque as ideias de Freire era sem dúvida um ataque a nós educadores e
formadores de formador.
"Li Paulo Freire quando estava na Faculdade. Estávamos em 1975 e eu tinha 17 anos. Quando terminei a
graduação me dediquei vários anos à educação popular, à alfabetização de adultos e Freire estava
sempre com a gente. Agora, passados tantos anos, Freire continua presente, de maneiras distintas. Em
novembro de 2012 no Rio, na UERJ, tive a oportunidade de mostrar, a alguns colegas belgas, uma
exposição fotográfica das campanhas de alfabetização na qual aparecia, às vezes, a figura de Freire.
Naturalmente, foi uma boa oportunidade para discutir alguns aspectos da sua obra e da sua enorme
influência na nossa geração, não só na América Latina, inclusive. Faz poucos meses, na minha casa em
Barcelona, lendo algumas entrevistas com Ivan Illich, a amizade entre Ivan e Freire, apesar das diferenças,
me fez pensar outra vez nesta época maravilhosa em que pensamento, militância e a capacidade de
experimentação caminhavam numa só direção – aquela época de mulheres e de homens valentes e
generosos, que se atreviam. Recentemente em São Paulo, conversando com Madalena Freire, lhe falei do
que para mim continua vivo da obra de seu pai, o pensamento profundo das relações entre a linguagem
e as formas de 'fazer mundo' e, sobretudo, de 'ampliar possibilidades do mundo'. Também o modo
como a língua constitui subjetividades e formas de vida. As relações entre linguagem, experiência e
subjetividade, que tenho trabalhado, foram pensadas seriamente por Paulo Freire. E agora que percebo,
cada vez com mais clareza, que estamos assistindo o final da era alfabética, portanto, o final da utopia
ilustrada de uma sociedade de leitores e, por isso mesmo, o fim da instituição que se encarregou – ou se
pretendia que se encarregasse – desta utopia, o fim da escola – da escola pública – e o fim também da
educação popular, a figura de Freire se dilui e se engrandece a um só tempo. Não só foi, quem sabe, o
último pedagogo de raça (antes que os discursos educativos caíssem nas mãos dos experts, especialistas
e professores; antes que a experimentação se convertesse em inovação e, portanto em mercadoria; antes
que a questão política, em educação, se desvirtuasse em educação para a cidadania e, portanto se
anunciasse a partir do Estado), mas também foi o último para o qual a leitura e escrita constituíam ainda
o cerne de uma aposta política, uma aposta vital e uma aposta, definitivamente, humana. Existe uma
parte da obra de Paulo Freire que está completamente datada e que, por isso, está desgastada. Já é,
claramente, histórica. Mas existe outra parte, provavelmente mais nobre, que continua sendo jovem,
inteligente, sensível, generosa, corajosa, e felizmente inspiradora. É preciso voltar a ler Paulo Freire!
Melhor dizendo, e mais humildemente, é preciso colocar-se em condições de voltar a compreender
Paulo Freire! Ainda que eu duvide que estejamos à altura."
Jorge Larrosa, 2013 (texto escrito para o "Seminário Fala OUTRA Escola" que homenageou Paulo Freire)
A postagem provocou 6 reações, sendo 4 curtidas e 2 amei. Teve 2 comentários e foi
visualizada por 51 pessoas.
Recebeu meu comentário: E viva Paulo Freire!
E de Claudia Ortolan: Viva!
18 de julho
Na Sessão de Diálogo do IX Seminário Fala Outra Escola - no início deste mês- contei sobre nossa
comunidade. Narrei a nossa história que está sendo tecida, a razão da criação, como foi sendo chegada
dos membros iniciais e a incorporação de outros membros, como tem sido o movimento deste grupo.
Falei dos silêncios, das postagens, das reações, minhas percepções e reflexões.
Gostei de ter conversado sobre nós. E sai pensando na seguinte questão inspirada em Larrosa:
Quais experiências de linguagem, de pensamento , de sensibilidade, afetam o formador de
formador? O que te afeta?
A postagem provocou 13 reações, sendo 11 curtidas e 2 amei. Foi visualizada por 70
pessoas e não teve comentários.
A minha expectativa ao lançar a questão era a de receber respostas a reflexão sugerida. Não
sei como as questões chegaram aos participantes da comunidade, em que medida ao lerem
pensaram e/ou refletiram sobre a provocação. A ausência de resposta me deixou novamente
no ar! A inquietação se reapresentou: Por que ninguém se sentiu tocado a responder a
provocação? Será que o convite precisava ser mais direto e explícito?
Entre período de férias, desencorajamento para realizar novas publicações passou-se
praticamente 1 mês sem que entrasse qualquer postagem.
13 de agosto
Recebi uma notificação do Face nesse dia de que havia uma postagem aguardando liberação. Corri para
ver o que era e me encantei ao ler uma pequena narrativa sobre o cotidiano do formador que Veridiana
Santos Alemida havia postado. Chegou como um presente, o encorajamento que eu precisava para levar
adiante o propósito de compartilhar experiências do formador de formador.
Estou a caminho... Primeiro māe, filhas na escola mais cedo, pauta e salto alto na mochila. Correndo pra
não perder o ônibus. Seminário de mobilização, município novo, início de namoro. O que esperar? Me
resta apenas pensar nas possibilidades. O que me afeta? Não saber exatamente o que me espera!
A caminho...
Veridiana depois de praticamente um mês trazia em sua escrita a resposta ao que lhe
afetava como formadora. A desconstrução desse tempo cronológico ainda é um
aprendizado a ser perseguido por mim enquanto pesquisadora, pessoa. A ideia positivista da
ação/reação; pergunta/resposta; que tanto reluto e explicito em meu discurso, se desvela na
minha expectativa e sentimento de frustração ainda que não totalmente consciente. Sob à
tona na forma de incomodo causado pelo silêncio à minha provocação. Algo que só é
revelado para mim mesma no momento de escrita do diário de campo. Ao ler a narrativa de
Veridiana, me encantei com o conteúdo de seu texto, com a forma simples de narrar um
momento tão comum em nosso cotidiano de formadora de formador em que a figura de
mulher, mãe e profissional se misturam, que nem me atentei que me respondia sobre o que
lhe afetava.
A postagem provocou 6 reações, sendo 5 curtidas e 1 amei. Teve um comentário – meu e
Foi visualizada por 41 pessoas.
Renata: Desde q li mais cedo estou aqui a pensar em suas palavras Veridiana Santos Alemida e
no quanto esse desconhecido ronda nosso trabalho de formador de formadores. Por mais q
façamos um exercício de antecipação, essa ideia de estar com tudo em mãos é uma
fantasmagoria. O q existe são possibilidades! Tb me sinto afetada por nunca saber exatamente
o q me espera.
A segunda roda de conversa com formador de formadores aconteceu no dia 21 de agosto
em SP. Nessa roda as participantes eram colegas de trabalho em programas de formação
continuada distintos. No dia 22 eu postei a minha narrativa sobre esta experiência vivida.
Uma narrativa da pesquisadora formadora.
Quando um grupo de formadoras de formadores senta para conversar muitas histórias são partilhadas,
regadas a muita emoção, afetividade e sensibilidade.
Nós nos constituímos pela presença do outro e de tantos outros q passaram em nossas vidas e formações.
Nós nos formamos com o outro e pelas mãos de outros q de uma forma nos impactam e nos
transformam.
Gratidão a essas parceiras e tantas outras q me constituem, me complementam em minha total
incompletude.
A postagem provocou 20 reações, sendo 14 curtidas, 6 amei. Foi visualizada por 75 pessoas
e não obteve comentários.
25 de agosto
Logo em seguida a roda de conversa que realizei em SP viajei para uma formação em Aracaju.
Diferentemente do que costuma acontecer, fiquei um dia a mais na cidade e pude conhecer um pouco
mais daquela cultura, povo... Narrei esse momento por escrito e com imagens. As imagens passaram a
fazer parte da coleção: Olhares para o cotidiano do formador.
Passear pelo Mercado Municipal, conversar com pessoas da terra, procurar artesanato característico do
local, deparar-se com cores, aromas e sabores, ouvir expressões e jeitos tão próprios de se comunicar.
Amanhecer num ritmo outro, assistir à chegada e despedida do sol emoldurado por uma paisagem
diferente ao que estou habituada. Isso, para mim é sem dúvida um privilégio do cotidiano de um
formador externo.
Imagens que ja fazem parte da coleção: Olhares para os detalhes do cotidiano do formador.
Aracaju agosto 2019
A postagem provocou 20 reações, sendo 15 curtidas e 5 amei. Foi visualizada por 82
pessoas e obteve 1 comentário.
Denise Dias comenta: Belo texto, Rê! O que eu curti.
25 de agosto
Maria Teresa postou em nossa comunidade uma narrativa relacionada ao nosso papel como
formador de leitores
Uma das principais dúvidas e queixas dos professores atualmente, diz respeito a como fazer para
incentivar os alunos a ler mais e tomar gosto pela leitura. Isso porque os estudantes da atualidade por
conta da era tecnológica estão se distanciando cada vez mais dessa atividade. (Será?)
É comum que os alunos busquem informações mais rápidas e acessíveis no uso dessas ferramentas, que
acaba fazendo com que pensem que ler é uma tarefa chata ou perda de tempo. (Qual será nosso papel
frente a essa constatação?)
Iniciamos um trabalho na escola de preparar um espaço que seria nossa biblioteca e envolvemos os
alunos, nessa tarefa. Adoraram a experiência e estão sempre envolvidos querendo visitar e utilizar o
espaço que de alguma forma sentem que é deles (o que é ótimo)
Num dos dias em que estavam me ajudando a selecionar livros para as estantes uma dupla conversava:
-Veja, achei esse livro de conto de mistérios!-disse todo entusiasmado
No que a outra respondeu:
- Psiu fica quieto, chega!A professora já leu demais isso, vamos procurar outras coisas... Chega de conto
de assombração e mistérios, tô cansada disso - deu uma gargalhada e seguiu com seu trabalho. Achou
um livro de Clarice Lispector-Vida intima de Laura e disse:
-Veja esse, gostei do nome, vamos falar pra professora que tem mais coisas bacanas por aqui! Pegou o
celular e pesquisou falando baixinho: “Clarice Lispector... O caso do coelho pensante... Quase de
verdade”... Ahhh tem um monte de livros dela!Vou guardar esse pra mostrar, veja se tem mais! foi
falando os nomes para ele pesquisar na pilha de livros.
Ai sim,percebe-se com clareza o nosso papel de formar leitores!
A postagem provocou 08 reações, sendo 5 curtidas e 3 amei. Foi visualizada por 44 pessoas
e obteve 2 comentários. Um comentário meu e de Claudia Ortolan.
Claudia
Renata: Sua narrativa é um convite para jamais desistirmos dessa nossa tarefa!
29 de agosto
Rosaura publicou uma síntese sobre a ação de elaborar pautas, que faz parte de nosso
contexto de trabalho como formadora de formador. Não é uma narrativa sobre a sua
experiência vivida, mas reveladora de seus saberes construídos na ação de formar
formadores como também formar-se formadora. A fim de preservar o princípio desta
comunidade em compartilhar narrativas de experiências vividas por formadoras inclui no
inicio da postagem de Rosaura, uma narrativa minha:
Eu aprendi a fazer pautas de formação, fazendo pautas de formação sempre em interação
com parceiras. Aprendi que elas [as pautas] ajudam a ter um bom encontro, no entanto
está no plano das ideias. É na ação e interação do encontro, que ela ganha potência e
sentido. Acho que os momentos mais difíceis para mim, foram aqueles que por alguma
razão estava sozinha na ação de formação e não tinha um interlocutor direto para me
ajudar a olhar enquanto planejava o encontro.
Inspirada pela postagem da Rosaura Soligo!
A postagem provocou 17 reações, sendo 12 curtidas e 5 amei. Foi visualizada por 80
pessoas e obteve 2 comentários sendo de Rogeria Nicoletti e Wania Previatelli.
Rogéria Nicoletti: Muito verdadeiro!
Wania Maria Previattelli: Verdade, o olhar do outro me permite antecipar, rever, ajustar,
mudar!!! Grata por todas parceiras de minha vida na educação.
11 de setembro
Olá membros dessa comunidade!
Completamos 7 meses de existência e estamos em 105 participantes. Para comemorar
esse marco, escolhi uma nova imagem para ilustrar nossa página.
Cada postagem, comentário, reação, não reação, visualização me instigam a pensar e a
refletir não só como formadora, mas também como pesquisadora.
Como pesquisadora, estou aprendendo a narrar a minha experiência em relação a
experiência de tantos outros que, de forma explícita ou implícita, circulam e constroem
este coletivo ainda que virtualmente..
A postagem provocou 14 reações, sendo 11 curtidas e 3 amei. Foi visualizada por 77
pessoas e não recebeu comentários.
12 de setembro
Helô – parceira de grupo de pesquisa e também formadora fez sua postagem hoje. Ela
compartilhou uma publicação que havia feito em sua página relacionada a defesa do bom
trabalho realizado nas redes públicas e que muitas vezes ficam invisíveis diante do
predomínio de notícias que retratam problemas. Além da narrativa escrita incluiu algumas
imagens de seu cotidiano.
A experiência na formação tem me possibilitado dar visibilidade para o trabalho de muitos
educadores que dão a vida pela escola. Aprendo a cada dia que é necessário reconhecer,
valorizar, compartilhar tudo isso que é produzido nos cotidianos escolares e que é tão
pouco acessado.
São experiências invisibilizadas e escondidas atrás de discursos sobre inovação,
mercantilização e comercialização educacional.
Muitas vezes me pergunto: E os educadores que fazem a escola todos os dias em nosso
país? Onde estão? Quando vão aparecer nas mídias como produtores de saberes na escola,
sem que seja em experiências isoladas que servem para alimentar o consumo de matérias e
reportagens midiáticas?
Há muita vida nas escolas desse nosso Brasil. Tem muita coisa boa acontecendo e muitas
vidas transformadas.
A postagem provocou 9 reações, sendo 8 curtidas e 1 amei. Foi visualizada por 42 pessoas e
recebeu meu comentário.
Renata Siqueira Frauendorf : É isso ai Helô! Circular por esse Brasil nos permite acessar
uma realidade q está longe do que é reconhecido e visto. Acho q esse é nosso papel tb, dar
luz e validar o q acontece apesar de todas as contradições e falta de condições.
12 de setembro
Lucélia formadora da Bahia postou no dia 12 de setembro sua contribuição fazendo
referência ao trabalho nas madrugadas que muito de nós formadoras realizamos. A grande
maioria das formadoras, assim como eu, trabalha para diferentes programas de formação
continuada ao mesmo tempo, ou além da formação continua atuando na escola como diretora,
CP, professora. Isso faz com que o tempo de trabalho do formador aconteça nas brechas, seja
finais de semana, a noite, ou madrugadas. Lucélia flagrou esse momento e dividiu conosco
na comunidade. Essa imagem passou a fazer parte do álbum Olhar para os detalhes do
cotidiano do formador
Passando para registrar mais um momento do cotidiano do formador de formadores...Rss.Boa
madrugada colegas...A minha encerra assim...
A postagem provocou 06 reações, sendo 05 curtidas e 1 amei. Foi visualizada por 53 pessoas
e recebeu 3 comentários.
Um meu, a resposta de Lucelia e o comentário de Marcia Idalino
Comentário Renata : vou incluir la no álbum de imagens, tá?
Lucelia: certo
Marcia Idalino: A avaliação.....(re)planejamento......crucial para a gestão dos Processos
educativos. Parabéns ...
12 de setembro
Depois de praticamente 1 mês consegui escrever a narrativa sobre a experiência com a roda
de conversa com formadoras de formador em SP e que anunciei a realização na comunidade
no dia 22 de agosto.
Ao redor da mesa
13 foram convidadas! 9 conseguiram participar. Sentadas em cadeiras coloridas ao redor da mesa de
uma sala de reunião, ficamos tão próximas e conectadas que era como se estivéssemos na sala de jantar
de minha casa, ou no lugar que ainda hoje é o espaço de encontros e diálogos em minha família - a
cozinha. Cavamos o tempo, paramos o tempo, e nos dedicamos a conversar, a lembrar e a sentir, tal
como acontecia nas comunidades de cidades pacatas nos tempos dos nossos avós, em que a grande
inovação tecnológica era o rádio, em que o leiteiro entregava o leite todas as manhãs, sem que se
precisasse recorrer a algum tipo de aplicativo .
Uma lupa, livros, mapa, máscaras, provérbios chineses, ditos populares, cadernos de registros, coleções,
ilustrações, lembranças, reminiscências, gratidão e afeto foram como alimentos partilhados sobre a mesa.
Objetos-imagens-palavras escolhidas por cada participante para dizer de si e sobre ser formador.
Não vimos a hora passar. O tempo... foi curto!
Eu, que me formo formadora e pesquisadora, abri mão de meus planos iniciais e me permiti vagar nesse
labirinto de histórias e lembranças. Deixei me perder para me encontrar!
A postagem provocou 16 reações, sendo 09 curtidas e 07 amei. Foi visualizada por 90
pessoas e recebeu 7 comentários:
Wania Maria Previattelli: E foi assim. E, assim será enquanto houver pessoas que insistem
em ser grupo. Enquanto houver grupo que considera a singularidade de ser pessoa! Obrigada
parceira.
Maria Esther Soares
o MEC e Governo federal vinham insistentemente fazendo críticas ao educador, ao seu método de
trabalho. Encontrar propostas de trabalho homenageando o educador foi reconfortante e encorajador.
Preciosidade encontrada na mostra de trabalhos pedagógicos do VII Congresso de Educação: Ponta
Grossa narra a história do menino que lia o mundo. Um congresso que teve como homenageado nosso
Paulo Freire.
Imagem que passa a fazer parte da coleção/álbum: Olhares para os belos detalhes do cotidiano do
formador.
Freireando por ai!
A postagem provocou 18 reações, sendo 15 curtidas e 3 amei. Foi visualizada por 88 pessoas
e recebeu 1 comentário de Maria Esther Soares.
Maria Esther Soares
26 de setembro
Na roda de conversa das formadoras realizada no mês de agosto em SP, as participantes
compartilharam imagens que revelasse um pouco o sentido do trabalho como formadoras, ou
mesmo que representasse/sintetizasse a ideia de ser formadora de formador. Escolhi
compartilhar na comunidade a imagem da Lupa que Wania – escolheu para partilhar no
encontro. Não escrevi nada, pois a minha proposta era que a imagem pudesse provocar no
leitor reações, possibilidades de relações sem interferências externas.
A lupa ... uma alegoria sobre o formador de formador por Wania Maria Previattelli
A postagem provocou 15 reações, sendo 13 curtidas e 2 amei. Foi visualizada por 82 pessoas
e recebeu 2 comentários:
Wania Maria Previattelli Cada vez mais necessária!!
Renata Siqueira Frauendorf - Wania Maria Previattelli a metáfora da Lupa fez muito sentido no processo
de formação de algumas formadoras de formador que tiveram uma compreensão outra de seu papel e atuação
ao olhar para as demandas de formação na rede.
26 de setembro
Neste dia acabei aceitando a publicação da Denise Guilherme de divulgação da Taba,
especificamente de livros, ainda não resolvi esse conflito principalmente quando se trata de
pessoas queridas. Autorizo a publicação com um certo conflito interno, de que não se ajusta
ao propósito. Esse é um controle que como pesquisadora venho aprendendo e observando, o
que é possível abrir mão para deixar fluir e com isso produzir documentos da pesquisa e o
que não contribui. O receio é sempre de excluir algo que pode ser provocador de coisas que
não tenho como antecipar. A dúvida persiste!
A postagem provocou 9 reações, sendo 9 curtidas. Foi visualizada por 48 pessoas e recebeu
2 comentários, um de Silvia Ferrari que até então não tinha feito registro algum na
comunidade e outro de Wania
Silvia Ferrari Excelente material, Denise! Mais uma vez a Taba acontece...
Wania comentou com um emogi
09 de outubro
Muito mobilizada pelos fazeres invisíveis da formadora de formador escrevi a narrativa Casa,
a qual publiquei na comunidade. Digo invisíveis porque se misturam ao dia a dia da mulher,
dona de casa, esposa, mãe.
Casa
Trabalhar em casa também faz parte de meu cotidiano como formadora. Há momentos intensos de viagens,
formações por tantos lugares, espaços e tempos, que quando fico por mais de uma semana trabalhando de
casa, estranho e provoco estranhamentos. Os filhos, a funcionária logo vem a perguntar: mas você vai ficar em
casa hoje? Essa semana não vai viajar? Ao ficar em casa, o espaço se mantém e o tempo, este corre do
mesmo jeito!
Estar em casa se configura em momentos de respiro, na possibilidade de revisitar a minha essência. Iniciar o
dia caminhando no parque, depois de ler algumas notícias no jornal, indignar-me, tomar o café.
Estar no meu escritório, de frente a uma parede azul, cercada por meus livros organizados na estante, outros
tantos deitados sobre a minha mesa; ficar próxima as minhas coleções: imagens de Espírito Santo; artesanatos
– sempre trago das viagens um objeto feito por algum artesão local.
Passar o dia diante de meu computador e nem perceber que escureceu. Ter os filhos, marido, circulando pelos
espaços solicitando atenção; a cachorra pedindo carinho enquanto estou a digitar.
Perceber o barulho das cigarras em determinada época do ano a preencher o silêncio entre meus
pensamentos; o som do piano tocado pela filha a ensaiar.
Pensar no que comer, o que precisa comprar, paradas para um café, saídas para levar e pegar filhos em
algum lugar, responder mensagens de email, atender o telefone fixo para nada, porque quem me conhece e
sabe que pouco estou em casa não liga no telefone de casa; participar de reuniões a distância, fazer
relatórios, apresentações, elaborar planejamentos, ler, escrever devolutivas...
Enfim ser mulher, esposa, mãe, dona de casa, formadora.
Campinas, outubro 2019
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e recebeu 10 comentários.
Heloisa Proença: Eu poderia ser autora de sua narrativa
Denise Dias Suas palavras retratam muito bem o cotidiano de quando estamos em casa e a 'ginástica'
necessária para lidar com todas essas demandas e darmos conta delas. Especialmente hoje, 15/10, desejo-lhe
um feliz dia e deixo aqui registrado o quanto é gostoso contar com a sua doce presença, ao mesmo tempo tão
firme e segura, durante as nossas formações, fazendo-nos refletir/repensar a partir de cada palavra, cada gesto,
cada entrelinha, ensinando-nos a nos atermos a cada pequeno e revelador detalhe. Gratidão, Rê.
Para homenagear as formadoras e formadores fiz uma postagem especifica ao dia dos
professores. Queria uma imagem que revelasse um pouco do nosso cotidiano e que ao mesmo
tempo tivesse uma qualidade estética e provocasse um olhar sensível. Ao observar tudo que
estava circulando no face para homenagear os professores e professora resolvi criar a minha
própria mensagem e selecionei a obra de Silvia Cimieri – O livro azul
Feliz dia dos Professores e Professoras a todos que participam dessa comunidade!
imagem: Silvana Cimieri : O livro azul. 1964
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e recebeu 02 comentários.
Thais Pinheiro comenta com uma poesia:
Rogéria Nicoletti Parabéns
Gagnebin, a imagem alegórica precisa nos deslocar, gerar tensão, o que as imagens que vinha
utilizando não provocavam isso no seu entender. Mexida com esse comentário fui para as
pesquisas na internet e atrás de imagens que pudessem gerar tensão, desconforto. Como
resultado da pesquisa selecionei uma imagem de Dali e estabeleci uma relação com a angustia
da falta de tempo no cotidiano da formadora.
Estar imersa em tantas demandas e tarefas relacionadas ao cotidiano do formador dificulta
minha ação e interação aqui na comunidade. Fico no desejo de ser mais ativa. O tempo parece
derreter!
Refletindo sobre meus fazeres, desejos e não fazeres me deparo com a obra Persistência da
memória - Salvador Dali.
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e não teve comentários.
6 de dezembro
Interessante pensar da dimensão do tempo. Eu mesma me inquieto muitas vezes porque não
recebo respostas as publicações imediatamente. No entanto a escrita da minha narrativa
Missangas foi provocada e mobilizada por uma narrativa publicada em 02 de junho. Seis
meses depois as palavras de Rose continuavam ecoando dentro de mim. Em junho Rose
narrou a sua experiência num grupo de formação ao realizar a leitura em voz alta do conto O
menino que escrevia versos de Mia Couto. Impressionante a relação com o tempo.
Invertemos a lógica da rapidez, do impulso e instantâneo nesse espaço.
Missangas
No gramado na frente do prédio anexo da Unicamp, “escutoleio” a leitura do conto O menino que escrevia
versos do livro Fio das Missangas de Mia Couto realizada por Rosi, uma das formadoras do curso Formação
de Leitor e parceira de trabalho. Numa certa manhã, de um certo sábado de outubro de 2019. Ao meu
7 de dezembro
Olá parceiras, parceiros de comunidade, gostaria de compartilhar uma primeira produção
escrita com a coparticipação de vocês a respeito dessa comunidade. Esse texto publicado
nos anais eletrônicos do IX Fala Outra Escola, 2019, Campinas. GALOÁ, 2019 fará
certamente parte do material de tese, mas é uma primeira versão, que embora publicada,
não está acabada/finalizada, por isso convido, vocês, meus principais interlocutores a
continuarem esse movimento de reflexão a partir da leitura desse material em busca de
sentidos, impressões, questões, discordâncias, validações ou o que mais sentir vontade
num processo de revisão entre pares. Ao clicar no link você terá acesso ao resumo e em
download poderá ler o texto completo!
Decidi compartilhar na comunidade o artigo produzido para o IX Fala outra Escola em que narro a história deste
grupo fechado, minhas alegrias, frustrações e aprendizados. Ao disponibilizar o texto ampliei a possibilidade
de interlocução, uma vez que diferentes leitores poderiam acessar o artigo bem como conhecer o meu olhar para
o processo vivenciado por mim nesses meses de comunidade.
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e recebeu 4 comentários.
• Fátima Fonseca Que legal! Vou ler!
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comentários
Hoje é dia de festa! Há dez meses criei essa comunidade com a finalidade de incentivar, instigar a escrita
de formadores de formador sobre suas experiências no contexto da formação. Esse desafio permanece
entre nós, eu mesma como formadora vivo as dificuldades para cavar tempo para escrever, narrar os
acontecimentos do cotidiano de uma formadora entre tantos outros motivos. Por outro lado tenho
conseguido de alguma forma partilhar minhas experiências, descobertas, alegrias, aprendizados,
reflexões por aqui , abrir um canal de escuta, recolher e colher dizeres, experiências, e que são
acessados/as pelos/as participantes via leitura, batida de olho, visualização...não importa! O que vale é
o espaço de circulação de ideia que se criou, provocando talvez pensamentos outros, novas ações, ditos e
não ditos, em tempos, ritmos, intensidades únicas.... estamos trilhando nosso caminho!
E sabemos não estar a sós!
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• Heloísa Martins Proença Foi um momento muito enriquecedor de diálogos. Se quiser fazer outro eu topo
tá...rs
• Rosimeire Souto Amo fazer parte desses momentos com vc, muitas aprendizagens, reflexões e emoções.
15 de dezembro
No dia 7 de dezembro realizei a última roda de conversa com formadoras de formador.
Essa roda foi feita em Campinas e contou com a participação de 6 formadoras. Passado
alguns dias consegui publicar algumas cenas de nosso encontro bem como um texto
escrito pela Rosaura que refletia um pouco do movimento realizado.
Cenas de uma Roda de Conversa entre formadoras de formador.
A roda de conversa se constitui numa importante e significativa forma de recolher, colher,
provocar narrativas, rememorações, memórias involuntárias, na metodologia de pesquisa
que temos assumimos no GEPEC - Unicamp
"Uma forma relativamente simples da relação humana é a conversa.
Um fala, o outro replica. O primeiro responde, o segundo retruca. E assim as ideias de
cada um podem ir mudando...
É possível, por exemplo, que se chegue a um certo acordo durante a conversa. Talvez um convença o
outro de um ou outro ponto.
Nesse caso, alguma coisa passa de um para outro, é assimilada em suas ideias, é capaz de produzir
mudanças e de ser também modificada.
O mesmo acontece quando há uma discordância.
Nesse caso, as ideias de um penetram no diálogo interno do outro como se fossem um adversário,
impulsionando seus pensamentos.
A característica especial desse tipo de processo é que cada um dos interlocutores forma ideias que não
existiam até então ou leva adiante ideias que já existiam de algum modo.
Mas a direção e a ordem seguidas, por essa formação e transformação das ideias não são explicáveis
unicamente pelo que apresenta um ou outro parceiro, e sim pela relação entre os dois.
É justamente essa possibilidade de as pessoas irem mudando em relação umas às outras e através de
sua relação mútua, de irem se reconfigurando em relação umas às outras, que torna a conversa um
processo potente e necessário na convivência humana." (Adaptado por Rosaura Soligo a partir do
original de Norbert Elias, 1994).
A postagem provocou 17 reações, sendo 10 curtidas e 7 amei. Foi visualizada por 82 pessoas
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Ana Gomyde - Um tema que muito me interessa. Amei.
Alice Proenca Bela proposta; bjks e feliz Natal Renata Siqueira Frauendorf
É urgente superar os métodos expositivos ineficazes da velha escola, tanto na docência quanto na formação.
É preciso ter esperança otimista na vida. Sempre!
Texto de Rosaura Soligo inspirado em 'Invariantes Pedagógicas da Pedagogia Freinet', de autoria dos professores do
Movimento Freinet.
Célestin Freinet (1896-1966)
A postagem provocou 12 reações, sendo 8 curtidas e 4 amei. Foi visualizada por 76 pessoas
e não recebeu comentários.
Essa foi a última postagem feita no ano de 2019!
Como material de pesquisa finalizo aqui esse diário, embora a Comunidade continue ativa e
recebendo postagens.
Ao todo foram 28 narrativas que circularam referente ao período de fevereiro – início da
comunidade a dezembro de 2019.
Nós formadoras temos dificuldade de narrar por escrito o vivido e com isso vamos perdendo
e enfraquecendo a nossa possibilidade de comunicação mais profunda, tendo a nos tornar
muitas vezes “aplicadoras de pautas”, “donas de uma verdade” que sabemos não exisitir.
Ao ler/reler as narrativas que circularam em diferentes tempos, seja como algo original, ou
como um reencontro, seja por inteiro ou fragmentos, seja profundamente ou
superficialmente, vamos nos correspondendo na/com a experiência de tantas pessoas,
trocamos comentários, reações e nos (re) encontramos, nos (re)encontramos como pessoas e
formadoras. Nesse movimento fiamos e tecemos recordações, sentimentos, impressões,
produzimos conhecimento na relação com as memórias - que não chegam inteiras e
completas, mas em forma de relampejos, lascas - cada uma a seu tempo, de modo singular, a
partir de suas experiências vividas e possibilidades.