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Histologia-Juqueira e Caerneiro

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Células vivas, camadas muito delgadas de células ou de tecidos, membranas transparentes de animais

vivos (p. ex., o mesentério, a cauda de um girino, a parede de uma bolsa existente na bochecha de

hamsters) podem ser observadas diretamente ao microscópio. Dessa maneira, é possível estudar

essas estrutura s por longos períodos sob diferentes condições fisiológicas ou experimentais. Em

contrapartida, na maioria dos casos os tecidos e órgãos são espessos e não possibilitam a passagem

adequada da luz para a formação de uma imagem. Por essa razão, antes de serem examinados ao

microscópio eles devem ser fatiados em secções ou cortes histológicos muito delgados que são

colocados sobre lâminas de vidro. Os cortes são obtidos por meio de instrumentos de grande

precisão chamados micrótomos, mas antes os tecidos e órgãos necessitam passar por uma série de

tratamentos que serão descritos a seguir.

Fixação

Logo após sua remoção do corpo, células ou fragmentos de tecidos e órgãos devem ser submetidos

a um processo chamado fixação, que tem várias finalidades: evitar a digestão dos tecidos por

enzimas existentes nas próprias células (autólise) ou em bactérias; endurecer os fragmentos;

preservar em grande parte a estrutura e a composição molecular dos tecidos. A fixação pode ser feita

por métodos químicos ou, menos frequentemente, por métodos físicos (ver mais adiante). Na fixação

química os tecidos são imersos em soluções de agentes desnaturantes ou de agentes que estabilizam

as moléculas ao formar pontes com moléculas adjacentes. Essas soluções são chamadas de

fixadores. Como demora algum tempo para que o fixador se difunda de maneira rápida e completa

pelo interior dos fragmentos, um grande fragmento deve ser cortado em outros menores antes de ser

imerso no fixador. Dessa maneira, torna-se mais fácil a penetração do fixador no fragmento e

garante-se melhor preservação da sua estrutura . De modo alternativo, pode ser utilizada a perfusão

intravascular do fixador, o qual, então, alcança o interior dos tecidos rapidamente pelos vasos

sanguíneos, resultando em uma fixação melhor.

Um dos fixadores mais usados para microscopia de luz é uma solução de formaldeído a 4%; outro

fixador bastante utilizado é o glutaraldeído. Em virtude da alta resolução oferecida pelo microscópio

eletrônico, é necessário um cuidado muito maior na fixação para mais bem preservar detalhes da

ultraestrutura das células e da matriz. Para essa finalidade uma fixação dupla, usando uma solução de

glutaraldeído tamponado, seguida por uma segunda fixação em tetróxido de ósmio, que preserva e

fornece contraste aos lipídios e proteínas , tornou-se o procedimento padrão para estudos

ultraestruturais.

Para saber mais

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