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Tese doutorado Juliana Luz Zago

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compreendia um conjunto de variações abstratas representadas pela Paisagem em

associação com a ação humana (MACIEL; LIMA, 2011).

Na escola soviética, “para Dukuchaev, el suelo es el resultado de la

interacción de los elementos del paisaje, es decir, del complicado sistema de interacciones

del complejo natural: la roca madre, el relieve, las aguas, el calor y los organismos”

(CAPDEVILA, 1992, p. 17). Nesse contexto, a Cartografía, para Sochava, constituiu uma

base para os estudos de Paisagem, a partir do surgimento da abordagem de geossistema.

“Durante este período, en la Unión Soviética no se consideraba de hecho al hombre como

constituyente y como parte integrante del geosistema, sino como un elemento, un agente,

que lo modifica y lo altera” (CAPDEVILA, 1992, p. 20).

A partir do século XX, a abordagem até então naturalista, abre espaço para uma

conceituação mais integradora, complexa e científica. Já na virada do século XX, houve

o predomínio da descrição dos elementos físicos das paisagens, em relação aos aspectos

socioeconômicos; interessava a descrição morfológica e de cobertura de vegetação da

paisagem, com intuito de diferenciar paisagens naturais de paisagens culturais. Nesse

contexto, destaca-se a figura do pesquisador Carl Sauer que define, pela primeira vez, a

categoria de paisagem, relacionando, de maneira integrada e dependente, os fatores

sociais, naturais e culturais para definição e explicação da categoria. Para o autor,

paisagem corresponde a uma abordagem complexa que envolve diferentes fatores ao

longo do tempo; sendo assim, valoriza de forma igualitária as influências físicas e a ação

do homem na formação das paisagens.

Segundo Sauer (1998), toda ciência pode ser encarada como fenomenologia,

sendo o termo da “ciência” utilizado no sentido de processo organizado de aquisição de

conhecimento em lugar do significado restrito e corrente de um corpo unificado de leis

físicas (SAUER, 1998, p. 13). Segundo Duncan (2004), “com algumas notáveis exceções,

têm faltado aos pesquisadores tanto o interesse quanto a sofisticação teórica para

confrontar o que me parecem as mais provocadoras e desafiadoras questões a respeito da

paisagem e do seu papel no processo social” (DUNCAN, 2004, p. 91). Para o autor,

[...] embora as paisagens tenham sido tradicionalmente reconhecidas

como reflexos da cultura dentro da qual foram construídas, ou como

uma espécie de indícios produzindo “rastros” de artefatos, relacionados

a acontecimentos do passado, especialmente de difusão, só raramente

elas foram reconhecidas como elementos constituintes na evolução dos

processos sociopolíticos de reprodução e transformação cultural.

(DUNCAN, 2004, p. 91-92).

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