28.09.2022 Views

Tese doutorado Juliana Luz Zago

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

46

década de 1960, apresentando os estudos de geossistema (citado acima). Segundo Maciel

e Lima (2011), na abordagem geossistêmica investigam-se as variações paisagísticas

como produto histórico dos fluxos de matéria e energia, considerando o homem como

agente transformador.

Sotchava deixa claro que “a natureza passa a ser compreendida não apenas pelos

seus componentes, mas através das conexões entre eles, não devendo restringir-se à

morfologia da Paisagem e às suas subdivisões; deve-se dar preferência a estudar sua

dinâmica, sua estrutura e suas conexões” (MACIEL; LIMA, 2011, p. 165). Relaciona-se

a essa abordagem a Ecologia da Paisagem ou Geoecossistêmica, empreendida por Carl

Troll.

De acordo com os autores supracitados, essa abordagem é estabelecida a

partir da utilização de fotografias aéreas, como instrumento de estudo das paisagens, num

contexto ecossistêmico que relaciona Geografia e Ecologia, numa tendência de integração

entre os elementos naturais e antrópicos. Nessa mesma linha, são desenvolvidos estudos

pelos pesquisadores George Bertrand e Jean Tricart, na década de 1970. Tricart apresenta

contribuições na área da Geomorfologia para o estudo e ordenação das paisagens. Para

Bertrand e Bertrand, cada grupo social vive uma paisagem específica, cujo conteúdo

depende, em certa medida, da organização do trabalho e dos níveis culturais. Sendo assim,

“a mais simples e a mais banal das paisagens é, ao mesmo tempo, social e natural,

subjetiva e objetiva, espacial e temporal, produção material e cultural, real e simbólica”

(BERTRAND; BERTRAND, 2007, p. 220).

Na década de 1980, há uma continuidade e uma intensificação dos estudos

que abordam o geossistema como forma de análise da paisagem. Além de Bertrand e

Tricart, destacam-se os trabalhos empreendidos por Capdevila e Vilàs. Segundo Vilàs

(1992),

[…] el paisaje, según una de sus acepciones más generalizadas, es la

apreciación visual de un territorio. Esta definición trata pues de la

percepción que tiene del paisaje un individuo. Es de suma importancia,

por consiguiente, tener en cuenta en los estudios de percepción del

paisaje que los individuos se forman su propia concepción de la

realidad, y que ésta no es percibida de manera objetiva ni abstracta, sino

que viene modificada por las características psicológicas que posee el

observador. (VILÁS, 1992, p. 205).

Para Capdevila,

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!