Revista Márcia Travessoni ed. 21: Isabele Temoteo

em março deste ano com a inauguração
de um museu dedicado ao
artista, no lar onde morou.
“Era um desejo do Sérvulo de
permanecer, de que a obra pudesse ser
estudada, apreciada e compartilhada
pelo público”, explica Dodora sobre
o equipamento, localizado no bairro
Salinas, em Fortaleza.
O museu-casa une obra e vida
do cearense. Além de esculturas,
desenhos e maquetes produzidas por
Sérvulo, o espaço possui um arquivo
documental com mais de 15 mil itens,
de catálogos de exposições a correspondências
pessoais. Mais que isso,
oferece a oportunidade de imersão
na rotina artística do mestre.
“Cada objeto, tudo está ligado a
ele. É uma experiência de o visitante
não apenas ver a obra, mas sentir a
presença dele, encontrar elementos
com os quais se pode construir o
pensamento do artista”, diz Dodora.
IMERSÃO ARTÍSTICA
No ateliê, um grande galpão nos
fundos da casa, as ferramentas utilizadas
pelo artista seguem como ele as
deixou - inclusive, ainda funcionam.
A esposa do mestre conta que o local
precisou ser inteiramente reformado
para abrigar obras de diferentes portes.
Assinado pelo escritório Marcus
Novais Arquitetura, o projeto prio-
riza ambientes abertos e iluminação
natural, dois importantes elementos
da arte de Sérvulo.
“O arquiteto compreendeu nossa
mensagem. Queríamos mostrar o
Sérvulo Esmeraldo escultor e o que
o movia, que era situação de Fortaleza,
uma cidade solar”.
ALÉM DAS OBRAS, O
PÚBLICO TEM ACESSO
A UM RICO ARQUIVO
DOCUMENTAL,
com mais de 15 mil
itens sobre a produção
e até correspondências
pessoais de Sérvulo
Dodora também fez a opção particular
por não incluir legendas ou
informações sobre as peças. Uma única
frase de Sérvulo, estampada na entrada
do espaço, é suficiente para resumir
o espírito do artista e do museu:
“A obra pode desaparecer, mas a
memória é eterna”. ¤
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