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Victor Melo e João Santos<br />
Barra da Tijuca, <strong>clubes</strong>, urbanização<br />
Entre o progresso e o bucólico: um novo padrão<br />
clubístico (década de 1960)<br />
(...) o processo de produção do espaço (como categoria central<br />
direcionadora da construção de um raciocínio sobre a cidade e o<br />
urbano) tem como pressuposto a natureza, e, neste sentido,<br />
aponta a atividade humana como produtora e transformadora,<br />
movida por vontade e disposição, acasos e determinações. Nesse<br />
processo, transforma-se a natureza em mundo, uma realidade,<br />
essencialmente, social. Essa luta na construção do mundo é a<br />
condição constitutiva do espaço urbano (CARLOS, 2012, p. 95).<br />
A década de 1960 foi um período de transição entre o momento<br />
em que a Barra era considerada um local bucólico relacionado à<br />
expansão da Zona Sul e o período seguinte no qual definitivamente se<br />
desenvolveu e se integrou à cidade com uma identidade própria.<br />
Há de se considerar que o momento foi marcado por grande efervescência<br />
no cenário nacional, com o início de uma nova ditadura, e<br />
citadino, em função da transferência da capital do país para Brasília e<br />
criação da Guanabara, momento em que se reconfigurou a identidade<br />
carioca e foram pensadas alternativas econômicas para o desenvolvimento<br />
da cidade-estado, entre as quais o turismo.<br />
No governo Carlos Lacerda (1960-1965), que investiu em muitas<br />
obras de infraestrutura, o processo de acessibilidade à Barra tornou-se<br />
progressivamente notável. Um curioso impulsionador, inclusive no que<br />
tange à melhor pavimentação das ruas, foi o fato de que, a partir de<br />
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