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06 Imaginação e Criatividade na Infância

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38 IMAGINAÇÃO E CRIATIVIDADE NA INFÂNCIA

combinatória da imaginação, na base da qual estão os

sentimentos comuns, ou um mesmo sinal emocional que

junta elementos diferentes conexos.

«As representações», diz Ribot, «acompanhadas pelas

mesmas reações afetivas, associam-se posteriormente entre

si, uma vez que a semelhança afetiva une e tece entre si

representações diferentes. Tal distingue-se das associações

por contiguidade, que consistem na repetição da experiência

e das associações por semelhança no sentido intelectual.

As imagens combinam-se entre si, não porque tenham

sido dadas anteriormente em conjunto, não porque

tenhamos percebido relações de semelhança entre elas,

mas porque possuem um tom afetivo comum. A alegria,

tristeza, admiração, o amor, ódio, tédio, orgulho, cansaço,

etc., podem tornar-se centros de gravidade aglutinadores

de representações ou acontecimentos sem relação racional

entre si, mas marcados com o mesmo indício emocional, a

uma mesma característica, por exemplo, de alegria, tristeza,

erotismo, etc. Esta forma de associação é muitas vezes

representada nos sonhos ou nos devaneios, isto é, em

estados da mente, em que a imaginação está em liberdade

e trabalha sem regras e ao acaso. É fácil compreender que

estas influências implícitas ou explícitas do fator emocional

devem proporcionar o surgimento de agrupamentos

totalmente inesperados e constitui um campo aberto a

novas combinações, uma vez que o número de imagens

com marca afetiva semelhante é enorme.»

Para exemplificar de uma forma simples esta

combinação de imagens, detentoras de sinal emocional

semelhante, temos as situações correntes de aproximação

estabelecida entre duas quaisquer impressões distintas,

que nada têm em comum entre si, exceto provocarem em

Copyright © Dinalivro, Lev Semenovitch Vygotsky e João Pedro Fróis, 2012 (Nenhuma parte deste livro poderá ser reproduzida ou difundida electronicamente)

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