Azeite n¼7 bilingue IDG - Casa do Azeite
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Consumo<br />
Consumption<br />
24 Az-zait<br />
NÃO PODEMOS DIZER QUE<br />
OS AZEITES PORTUGUESES<br />
SEJAM MELHORES OU PIORES<br />
DO QUE OS DOS OUTROS PAÍSES<br />
DE IGUAL CATEGORIA. EM QUE<br />
DIFEREM? NO CHEIRO E NO<br />
SABOR DEVIDO À VARIEDADE<br />
DA AZEITONA PORTUGUESA<br />
PORTUGUESE OLIVE OIL IS NO<br />
BETTER OR WORSE THAN THE<br />
SAME TYPE OF OLIVE OIL FROM<br />
OTHER COUNTRIES. HOW DO THEY<br />
DIFFER THEN? IN THE AROMA AND<br />
FLAVOUR, DUE TO THE VARIETY<br />
OF PORTUGUESE OLIVES<br />
>> a associação das azeitonas Cor<strong>do</strong>vil de Serpa, Galega Vulgar e Verdeal<br />
Alentejana origina azeites muito fruta<strong>do</strong>s, amargos e picantes. Passan<strong>do</strong> para<br />
a outra margem <strong>do</strong> Guadiana, nos “<strong>Azeite</strong>s <strong>do</strong> Alentejo Interior”, a importância<br />
da Galega Vulgar, na aliança com a Cor<strong>do</strong>vil de Serpa e a Cobrançosa, vai<br />
aumentan<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> se caminha da Vidigueira para Portel obten<strong>do</strong>-se nestas<br />
bandas azeites mais suaves de amargo e picante. E chegamos aos “<strong>Azeite</strong>s <strong>do</strong> Norte<br />
Alentejano” que se espraiam por algumas freguesias de Évora, e pelos concelhos de<br />
Estremoz, Borba e Reguengos de Monsaraz até Elvas, Campo Maior e Portalegre, onde<br />
a Galega Vulgar, pre<strong>do</strong>minante, se junta à Carrasquenha e Re<strong>do</strong>ndil. Por estes la<strong>do</strong>s, em<br />
que os azeites aliam os fruta<strong>do</strong>s das variedades com sensações fortes de maçã e outros frutos<br />
maduros, surgem, com relevo, as azeitonas Conserva de Elvas e <strong>Azeite</strong>ira que, aliadas<br />
às práticas culturais e ao saber fazer, originaram a DOP “Azeitonas de Conserva de Elvas<br />
e Campo Maior”. Continuan<strong>do</strong> a nossa viagem, agora para ocidente, encontramos os<br />
“<strong>Azeite</strong>s <strong>do</strong> Ribatejo”, onde a Galega Vulgar impera, alian<strong>do</strong>-se à Lentisca, somente em<br />
Torres Novas. Estamos na região <strong>do</strong>s azeites “<strong>do</strong>ces”. Caminhan<strong>do</strong> para o centro e interior<br />
<strong>do</strong> país vamos encontrar os “<strong>Azeite</strong>s da Beira Interior”, onde, desta vez, a Galega Vulgar<br />
se juntou à Bical e à Cor<strong>do</strong>vil de Castelo Branco na sub-região “<strong>Azeite</strong>s da Beira Baixa”,<br />
que começam a ser mais complexos de cheiro e sabor. Mais a norte, onde a Galega Vulgar<br />
é, nalguns casos, substituída pelas variedades Carrasquenha, Cobrançosa, Carrasquinha<br />
e Cornicabra, apresenta-se a sub-região <strong>do</strong>s “<strong>Azeite</strong>s da Beira Alta” que confina com o rio<br />
Douro onde existe um número eleva<strong>do</strong> de variedades. Já no distrito de Bragança, nomeadamente<br />
em Freixo de Espada à Cinta e Torre de Moncorvo, pre<strong>do</strong>mina a cultivar<br />
Negrinha de Freixo, base da DOP “Azeitona Negrinha de Freixo”. Aqui começa também a<br />
DOP “<strong>Azeite</strong> de Trás-os-Montes”, que se estende por Alfândega da Fé e Vila Flor até<br />
Valpaços e Murça, passan<strong>do</strong>, necessariamente, por Mirandela, onde as azeitonas Madural,<br />
Cobrançosa e Verdeal Transmontana no clima e nos solos de xisto da Terra Quente dão<br />
azeites muito finos e complexos com o<strong>do</strong>res acentua<strong>do</strong>s de frutos secos. Estes são os azeites<br />
de Portugal com identidade própria. Mas o consumi<strong>do</strong>r dispõe também <strong>do</strong>s azeites de<br />
marca e azeites de agricultura biológica. Os primeiros, através de lotes, estão presentes no<br />
merca<strong>do</strong> com características semelhantes. Os segun<strong>do</strong>s resultam de oliveiras sujeitas a<br />
agricultura biológica, com utilização menos intensiva de agro-químicos.<br />
Como se vê, os azeites de Portugal oferecem um conjunto alarga<strong>do</strong> de cheiros e sabores<br />
que o consumi<strong>do</strong>r pode desfrutar, a seu bel prazer, nos temperos de saladas e molhos, ou<br />
nos ricos cozinha<strong>do</strong>s portugueses como o borrego ou o bacalhau assa<strong>do</strong>, nas sopas, nas<br />
sobremesas, na <strong>do</strong>çaria e até nos gela<strong>do</strong>s. Também na restauração, não estará longe o<br />
tempo, espero, em que o consumi<strong>do</strong>r possa pedir uma “Carta de <strong>Azeite</strong>s” para escolher e<br />
poder servir-se de uma uni<strong>do</strong>se ou de uma embalagem de qualquer mo<strong>do</strong> inviolável que<br />
lhe assegure as características <strong>do</strong> azeite que mais lhe agrade. Para si, que é consumi<strong>do</strong>r,<br />
o melhor mesmo é comprar os azeites e prová-los. ■