Diagnóstico Clínico e Laboratorial da Toxoplasmose - NewsLab
Diagnóstico Clínico e Laboratorial da Toxoplasmose - NewsLab
Diagnóstico Clínico e Laboratorial da Toxoplasmose - NewsLab
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
IgE aparecem primeiro, podendo<br />
ser detecta<strong>da</strong>s pelas reações<br />
sorológicas dentro de oito a 12<br />
dias após a infecção agu<strong>da</strong> pelo<br />
T. gondii. A pesquisa de IgM e<br />
IgA em recém-nascidos é utiliza<strong>da</strong><br />
para o diagnóstico de toxoplasmose<br />
congênita, pois não<br />
atravessam a placenta e quando<br />
presentes no soro indicam a<br />
produção pelo próprio feto, em<br />
resposta a uma infecção intrauterina<br />
(26).<br />
Na evolução <strong>da</strong> infecção configura-se<br />
um perfil sorológico de<br />
transição, com níveis elevados<br />
de anticorpos IgG, de afini<strong>da</strong>de<br />
crescente pelo antígeno. Estão<br />
ausentes os anticorpos IgA,<br />
IgE, podendo os anticorpos IgM<br />
ocasionalmente estar presentes<br />
em baixos títulos. Progressivamente,<br />
este quadro sorológico<br />
dá lugar ao perfil de infecção<br />
latente ou crônica, que em geral<br />
se mantém por to<strong>da</strong> a vi<strong>da</strong>, com<br />
níveis de IgG em baixos títulos<br />
com alta avidez e ausência dos<br />
anticorpos de outros isotipos,<br />
ain<strong>da</strong> que ocasionalmente se<br />
encontrem resíduos de IgM. A<br />
transição do perfil sorológico de<br />
infecção recente para o perfil<br />
de infecção latente é mais ou<br />
menos lenta, em semanas ou<br />
meses, dependendo do estado<br />
imunitário dos pacientes (27).<br />
A passagem <strong>da</strong> IgG específica<br />
pela placenta dificulta o diagnóstico<br />
<strong>da</strong> infecção congênita, pois<br />
<strong>NewsLab</strong> - edição 85 - 2007<br />
sua presença no sangue do lactente<br />
pode refletir a imunoglobulina<br />
materna que foi passa<strong>da</strong><br />
via transplacentária durante a<br />
gestação como proteção, ou se<br />
referir à produzi<strong>da</strong> pelos mecanismos<br />
de defesa imune <strong>da</strong><br />
criança. No entanto, a comparação<br />
dos títulos dos anticorpos<br />
do binômio “mãe-filho” pode<br />
diferenciar essa situação quando<br />
o recém-nascido apresentar<br />
níveis de IgG maiores do que os<br />
<strong>da</strong> mãe em no mínimo quatro<br />
diluições (27).<br />
A dificul<strong>da</strong>de na interpretação<br />
dos valores de IgG continua<br />
durante o acompanhamento <strong>da</strong><br />
criança porque o anticorpo de<br />
origem materna pode persistir<br />
no sangue do lactente por até<br />
um ano. Mas a sua persistência<br />
em títulos significativos com o<br />
passar dos meses indica produção<br />
pela criança porque os níveis<br />
oriundos <strong>da</strong> mãe são decrescentes<br />
com o tempo. Após um<br />
ano, sua presença no sangue <strong>da</strong><br />
criança significa que o sistema<br />
imune dela foi estimulado pelo<br />
T. gondii e, portanto, houve infecção<br />
(28).<br />
Embora a sobrevivência a uma<br />
fase agu<strong>da</strong> resulte em resistência à<br />
reinfecção, a imuni<strong>da</strong>de associa<strong>da</strong><br />
com a infecção crônica é somente<br />
relata<strong>da</strong> na natureza. Um número<br />
de diferentes investigadores tem<br />
relatado que a imuni<strong>da</strong>de prévia<br />
para o T. gondii em camundongo,<br />
95