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Ed. 109 - NewsLab

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<strong>Ed</strong>itorialCompletando 15 anos de atuação no mercado brasileiroem 2012, a multinacional japonesa Horibaanuncia, em matéria de capa, um investimento forteno mercado de medicina diagnóstica, com planos para expandira atuação no país nos próximos cinco anos.A empresa irá construir uma nova fábrica em Jundiaí, SP, comum investimento de € 6,4 milhões e capacidade instalada paraaumentar em 50% a produção de reagentes, que hoje é dedois milhões de litros anuais. Inicialmente, a fabricação dos reagentesutilizados nos processos de diagnósticos in vitro passarápara três milhões de litros.Também nesta edição você vai acompanhar as mais recentesnotícias científicas do mundo. Uma delas fala sobre um projetodo Centro de Estudos do Genoma Humano do Instituto deBiociências (IB) da USP que vai avaliar a utilização de um marcadorproteico para doenças neurodegenerativas. O estudoserá realizado em parceria com o Grupo Fleury e a Universidadeda Califórnia em San Diego (UCSD), nos Estados Unidos.Outro importante aspecto abordado são as estimativas de câncer2012 do INCA, que traz sete novas localizações de tumores. Issosignifica que dos cerca de 520 mil casos novos estimados para2012, destacam-se tipos que não apareciam no ranking de maiorincidência na população brasileira, como bexiga, ovário, tireoide(nas mulheres), Sistema Nervoso Central, corpo do útero, laringe(nos homens) e linfoma não Hodgkin.A nossa coluna Analogias em Medicina, escrita pelo patologista Joséde Souza Andrade Filho, traz neste número uma divertida explicaçãosobre o termo “serpentes no umbigo”. Na hipertensão portalde qualquer etiologia, devido à pressão aumentada na veia porta,instalam-se os desvios porto-sistêmicos, ou seja, circulação colateral.As veias subcutâneas em torno do umbigo tornam-se varicosase tortuosas, lembrando cobras azuladas serpenteando na pele.Isso e muito mais Ciência da Saúde você só encontra aqui, na<strong>NewsLab</strong>.Boa leitura!@revista_newslab< < < < < < < < < < < < < <


ano 13 | número 6 | dez/2011 - jan/201204 <strong>Ed</strong>itorial06 Índice10 NotíciasLeia ainda na Roche News:<strong>Ed</strong>ição especialProCardio Symposium<strong>Ed</strong>ição Especial ProCardio Symposium38 Nossa Capa – Horiba Comemora 15 Anos de Atuação no Mercado Brasileiro46 Informe de Mercado86 Analogias em Medicina – Serpentes no umbigoJosé de Souza Andrade Filho90 Estudo Transversal de Candidíase Vulvovaginal em uma Unidade Básica deSaúde do Noroeste Paulista – Camila Fontes Marson, Natália Spatini de Souza,Cátia Rezende, Eloni Aparecida Fontana, Fernando Sérgio Ferreira Dionísio100 Anemia: Distúrbio Hematológico Comum na População Idosa – Thiáskara RamileCaldas Leite, Fabiano Leal de Sousa, Audízio Gabriel e Silva Júnior, SâmiaMacedo Queiroz Mota108 Frequência de Lesões Pré-Malignas e Malignas e Índice de Satisfação de LâminasColhidas em Exames Cérvico-Vaginais, no Município de Itajaí, SC – Camila DalToé Ramos, Mércia Wahldrich Chiminelli Borth, Márcio Alvarez da Silva118 Identificação de Fungos Dermatófitos em Trabalhadores Rurais na Região deMaringá, PR – Mayara Cristina Macri Leite, Natalia de Souza Botelho124 Importância do Aconselhamento Genético na Distrofia Muscular de Duchenne –Thiago Braga da Silva, Felipe Luiz Barboza, Raphael Cezar Carvalho Martins132 Doença Perinatal Associada ao Streptococcus agalactiae: AspectosMicrobiológicos, Diagnóstico e Prevenção – Letícia Montes, Jacqueline BatistaSousa, Francielly Resende Fortunato, Isabel Cristina Rezende Lopes146 Anemia Ferropriva e Parasitoses Intestinais em Crianças de um Município daRegião Metropolitana de Porto Alegre, RS: Prevalência, Correlação e FatoresAssociados – Dayane Andriotti Otta, Sandrine Comparsi Wagner, Graziela MariaSchuh, Karen Campos Kehl160 Resistência Bacteriana de Isolados de Acinetobacter baumanniiem UTI – Franciele de Medeiros Yabumoto, Juliane Cristina Costa Oliveira170 Agenda172 Biblioteca <strong>NewsLab</strong>174 Classificados176 Endereços dos AnunciantesA sua opinião é muito importante para nós. Por isso, criamos vários canais decomunicação para o nosso leitor.Escolha o que for melhor para você.Mande sua carta para nossa redação, no seguinte endereço:Av. Paulista, 2073. <strong>Ed</strong>ifício Horsa I. Conjunto 2.315 - Cep: 01311-300. São Paulo. SPFones: (11) 3171-2190 / 3171-2191 / 3171-2192Envie sua mensagem pelo e-mail: redacao@newslab.com.br.Navegue também em nossa home page: www.newslab.com.br


Lançamento editorial: “Clínica e Laboratório”, de Celso Carlos de Campos GuerraA Sarvier acaba de lançar a obra“Clínica e Laboratório”, do Prof. Dr. JoãoCarlos de Campos Guerra, com colaboraçãode Carlos <strong>Ed</strong>uardo dos SantosFerreira e Cristóvão Luiz PitangueiraMangueira.Com 552 páginas, esta primeiraedição é dividida em 15 seções, distribuídasem 88 capítulos, sendo aprimeira com conceitos do diagnósticoe da importância dos exames laboratoriais, além de temasrelevantes sobre a integração clínica e laboratório.As demais estão divididas por especialidades, englobandoas principais doenças, com enfoque no diagnóstico clínicolaboratorial. O objetivo é auxiliar o médico e o estudante deMedicina no raciocínio para o diagnóstico clínico (hipótesediagnóstica) e na orientação da solicitação dos exames laboratoriais,bem como na sua interpretação para a confirmaçãodiagnóstica. O livro pode ser adquirido na livraria virtual darevista <strong>NewsLab</strong>: www.newslab.com.br/livvir.htmPlano inclui ações de diagnóstico precoce do câncerAumentar a cobertura de exames dos principais tipos de câncer faz parte do Plano de Ações Estratégicaspara o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não TransmissíveisAumentar a cobertura de mamografiaem mulheres entre 50 e 69 anos;ampliar a cobertura do exame preventivodo câncer do colo uterino em mulheresde 25 a 64 anos e tratar 100%das mulheres com lesões precursoras docâncer do colo do útero. As metas relativasao combate ao câncer fazem partedo Plano de Ações Estratégicas para oEnfrentamento das Doenças CrônicasNão Transmissíveis (DCNT), lançado peloMinistério da Saúde. As metas devemser cumpridas no período 2012-2022.Os cânceres de mama e do colo doútero são o segundo e o terceiro maisincidentes entre a população femininabrasileira (o primeiro é o câncer de pelenão melanoma). O câncer de mamaafeta 49 a cada 100 mil mulheres porano no País; e o do colo do útero, 18 acada 100 mil. Para 2011, são esperados49.240 novos casos de câncer de mamae 18.430 de câncer do colo do útero.Esses dois tumores juntos foram responsáveispela morte de 16.547 mulheresem 2008, de acordo com o Sistema deInformações sobre Mortalidade, do Ministérioda Saúde.O câncer do colo do útero é o únicotipo de tumor 100% prevenível. Ele éprecedido pela chamada lesão precursora.Tratada a lesão, a mulher não chegaa desenvolver o câncer. De desenvolvimentolento, ele é raro em mulheresaté 30 anos e a incidência aumentaprogressivamente até ter seu pico nafaixa de 45 a 50 anos.A causa mais frequente do câncer docolo do útero é a infecção persistentepelo Papilomavírus Humano (HPV). Emborao HPV seja um vírus sexualmentetransmissível, o uso de preservativo nãoimpede totalmente o contágio. Em faseinicial, o câncer do colo do útero nãoapresenta sintomas. Por isso, é fundamentalque todas as mulheres entre 25e 64 anos façam o exame preventivo(Papanicolau). Após dois exames comresultado normal com intervalo de umano, o exame só precisa ser repetido acada três anos.Em relação ao câncer de mama, osmaiores desafios do Brasil são fazer odiagnóstico precoce e o tratamento notempo oportuno. Identificado em estágiosiniciais, quando as lesões são menoresde dois centímetros de diâmetro,apresenta elevado percentual de cura.Atualmente, as taxas de mortalidade porcâncer de mama no País são elevadasporque cerca de 40% dos casos sãodiagnosticados tardiamente.O exame clínico anual das mamas (apartir dos 40 anos) e a mamografia, acada dois anos, dos 50 aos 69 anos, sãoos métodos recomendados para a detecçãoprecoce do câncer de mama no Brasil.Primeira menstruação precoce, menopausatardia (após os 50 anos), primeiragravidez após os 30 anos e não ter tidofilhos constituem fatores de risco para ocâncer de mama. A mulher, de qualqueridade, deve procurar o médico casoidentifique alterações na pele que cobrea mama, como abaulamentos ou retrações,inclusive no mamilo, ou aspectosemelhante à casca de laranja. Secreçãono mamilo também é um sinal de alerta.10<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


Moléculas são testadas para realizar o controle de doençasPor meio de modelos computacionais, é feita a simulação das substâncias bioativasMoléculas que inibem a atividadedo fator transformador de crescimentobeta (TGFβ), responsável por estimulara divisão celular, são pesquisadas naEscola de Artes, Ciências e Humanidades(EACH) da USP. As moléculas, planejadase selecionadas por meio de técnicasde química medicinal computacional,poderão ser usadas como possíveis fármacosdestinados ao controle do câncer,arterosclerose e outras doenças. Até oinício de 2012, deverá ser concluída aescolha das moléculas que serão submetidasa testes biológicos.O TGFβ é uma molécula produzidaem vários locais do organismo e estárelacionado a processos biológicos emdiversas fases da vida. “Durante a faseembrionária, por exemplo, ele se ligaao receptor biológico e sinaliza a divisãocelular, estimulando o crescimento”, diza professora da EACH, Kathia Maria Honório,que coordena a pesquisa. “Essamesma molécula, no caso de doençascomo o câncer ou arterosclerose, porexemplo, pode sinalizar de forma desenfreadaa divisão de células anormais,como as que formam tumores, levandoa processos nocivos ao corpo”.A pesquisa procura identificar mo-divulgação/USPléculas que tenham a capacidade de seligar aos receptores biológicos, inibindoa sinalização que desencadeia a divisãocelular. “Uma vez comprovada sua ação,essas moléculas poderão ser usadascomo fármacos para controlar o desenvolvimentode doenças”, afirma Káthia.Por meio de modelos computacionais,é feita a simulação das substânciasbioativas e de seu contato com osreceptores biológicos, num processoconhecido como docagem molecular.“Nesta etapa são planejadas moléculasque se encaixem nos receptores”, contaa professora. “Esse planejamento e assimulações são feitos a partir de informaçõessobre as proteínas e enzimasque compõem os receptores”.Testes - As pesquisas se encontramem fase de triagem virtual, realizada emum computador que possui uma basede dados constituída para a pesquisa,contendo milhares de moléculas parasimular a interação com os receptoresbiológicos e selecionar aquelas que possuemmaior afinidade e são candidatas àutilização em fármacos. “Este processodeverá estar concluído até o início de2012”, planeja a pesquisadora.Depois da síntese ou obtenção dasmoléculas selecionadas, elas serãosubmetidas a testes biológicos paraverificar se existe afinidade real comos receptores. “Se os resultados forempositivos, será feita uma nova etapa detestes, inicialmente com animais (préclínicos)e depois com seres humanos(clínicos) para que as moléculas possamser usadas em fármacos”, diz Kathia.A professora está em contato compesquisadores de outras áreas, especialmentesíntese de moléculas etestes biológicos, visando à continuidadedas pesquisas após a definiçãodas moléculas candidatas. “Os estudosem química medicinal para a obtençãode novos fármacos exigem umagrande rede de colaboração”, ressalta.A triagem computacional é realizadano Laboratório de Química MedicinalComputacional da EACH.Vacinas transgênicas garantem maior segurança e eficáciaGenética fornece novas possibilidades para prevenção de doençasAs novas possibilidades de vacinas transgênicas tendema ser mais seguras do que as vacinas convencionais, quesão aquelas que utilizam organismos vivos atenuados. É oque explicou o Prof. Dr. Vasco Azevedo, Chefe do Laboratóriode Genética Celular e Molecular (LGCM) da UniversidadeFederal de Minas Gerais – UFMG, em palestra realizada noVII Congresso Brasileiro de Biossegurança da AssociaçãoNacional de Biossegurança – ANBio, que aconteceu em setembro,em Joinville, SC. Segundo o especialista, também,a técnica das terapias gênicas promete prevenir e tratardiferentes doenças, mesmo as mais graves, com muito maiscontrole e de forma muito mais dirigida.“Agora estamos estudando uma nova vacina para tuberculose.Ela utilizará probióticos para transportar umgene da doença que estimulará, com bastante segurança,o organismo humano e, assim, esperamos ter uma eficáciade quase 100% na prevenção da doença”, conta o professor.Para ele, não é possível afirmar que as vacinas, de maneirageral, são capazes de prevenir totalmente o ser humano.“Sabemos que as vacinas convencionais possuem eficáciaque gira em torno de 80% e 90%. O que podemos comemoraré que as opções geneticamente modificadas podemapresentar uma eficácia quase que total”.Azevedo destaca que as vacinas transgênicas trazem, porsi só, uma tecnologia nunca antes vista e que possibilitam usaro próprio gene da doença a favor do homem. “Hoje já temosgrandes experimentos para prevenção do câncer, hepatites,AIDS, malária e outras doenças que, antigamente, nem imaginávamosque pudéssemos prevenir”, certifica. Ele salienta,porém, que ainda é necessário fazer muitos estudos para que,em um futuro palpável, seja possível evitar doenças graves eque, hoje, são responsáveis pela morte de milhões de pessoas.12<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


30% dos casos de câncer de bocaestão ligados ao HPVLevantamento realizado pelo Icesptambém aponta que, em sua maioria,pacientes são mulheresLevantamento do Instituto do Câncer do Estadode São Paulo (Icesp), ligado à Secretaria deEstado da Saúde e à Faculdade de Medicina daUSP, 30% dos pacientes operados em decorrênciade tumores que afetavam a região da cabeça epescoço desenvolveram o câncer em decorrênciade infecção pelo papilomavírus humano (HPV).O estudo aponta, também, que a grande maioriados pacientes afetados (70%) é do sexo feminino,com idade entre 40 e 50 anos.Anualmente, o Icesp recebe cerca de 1.200novos casos cirúrgicos na especialidade de cabeçae pescoço. Embora os tumores relacionados aoHPV sejam menos agressivos, respondendo bemao tratamento, eles podem ser evitados com o usode preservativos nas relações sexuais.“A grande maioria dos pacientes do Institutodescobre a doença quando ela já está em estágiobastante avançado”, diz o oncologista do Icesp,Marco Aurélio Kulcsar. Ele alerta que a infecção pelopapilomavírus, quando associada ao tabagismo,aumenta o risco de morte.Alguns dos sintomas manifestados por essestipos de câncer podem ser manchas brancas naboca, dor, lesão com sangramento e cicatrizaçãodemorada, nódulo no pescoço presente por maisde duas semanas, mudanças na voz ou rouquidãopersistente e dificuldade para engolir.Parceria internacional promovea pesquisa na área do câncerHospital Sírio-Libanês e Instituto Ludwig criamCentro de Oncologia MolecularO Hospital Sírio-Libanês (HSL) acaba de firmar a suaassociação ao Instituto Ludwig de Pesquisa sobre o Câncer,com a criação do Centro de Oncologia Molecular. A unidadede pesquisa será coordenada pela Dra. Anamaria Camargo,que se transfere juntamente com todo o grupo de pesquisaem Biologia Molecular e Genômica para o Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa (IEP), em São Paulo.O Centro de Oncologia Molecular, com foco na pesquisaaplicada, tem como objetivo desenvolver pesquisas buscandoavanços no diagnóstico, na compreensão dos fatoresprognósticos dos diferentes tumores, na capacidade deprever a resposta aos tratamentos e nos próprios recursosterapêuticos.O trabalho realizado pelo grupo da Dra. Anamaria Camargocontará com o apoio financeiro das duas instituições(Ludwig e HSL).“Trata-se de uma associação que já nasce vencedora.A extensa experiência do Instituto Ludwig na implantaçãode programas de pesquisa na área de genética do câncer eno desenvolvimento de novas drogas, irá se somar à excelênciano tratamento oncológico do Hospital Sírio-Libanês,gerando novas perspectivas para os pacientes, dentro e forada Instituição”, afirma a pesquisadora.De acordo com o diretor de pesquisa do IEP, Dr. LuizFernando Lima Reis, o Instituto poderá expandir o conhecimentoe tornar ainda maior sua contribuição para o desenvolvimentode novos e melhores profissionais da saúde.Além disso, com novas pesquisas “Ganha a ciência, ganhamos pacientes e ganha a sociedade”, conclui.Alere nomeia CFO para o BrasilA Alere S/A, empresa do grupo Alere inc, uma das maiores organizações da área dediagnósticos in vitro no mundo e líder mundial em diagnósticos rápidos, nomeou JorgeLuiz Alves como novo CFO para o Brasil.O executivo tem 39 anos e traz para a Alere conhecimentos acumulados ao longode 18 anos de atuação na área financeira de grandes organizações multinacionais.Anteriormente atuou como CFO para América Latina em empresas como 3Com Corporation/HPe Hapag Lloyd.Jorge é graduado em Ciências Contábeis pela universidade Mackenzie, e tem MBAna área de controlaria e finanças pelo Fipecafi/USP e pela Euromed Marseille Ecolede Management, na França.14<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


Novo exame detecta com maior precisão a cirrose hepáticaDisponível no Centro de Diagnóstico Schmillevitch, elastografiasubstitui biópsia do fígado ao realizar análise detalhada do órgãoO Centro de Diagnóstico Schmillevitch acaba de adquirirum aparelho de última geração que realiza a elastografiaARFI, novo exame de ultrassom que avalia o grau de fibrosedo fígado. Além de poder substituir a biópsia na identificaçãoda cirrose, o novo método avalia os riscos do desenvolvimentode um câncer hepático.Indicado principalmente para portadores de hepatite B e C ealcoólatras, o teste aponta o estágio da doença em cinco grausdistintos. Diferentemente da biópsia tradicional, é indolor,rápido (não dura mais do que cinco minutos) e não-invasivo,oferecendo menos riscos ao paciente. Outra vantagem é queseu resultado é imediato.De acordo com o médico Joel Schmillevitch, a elastografiaARFI permite quantificar o grau de fibrose do fígado, informaçãofundamental para decisão do tratamento. O examedetecta também a presença de nódulos no fígado, que podemcorresponder a tumores malignos.Tanto as hepatites quanto o consumo excessivo de álcoolagridem o tecido hepático, provocando fibrose, que pode levarà cirrose. “O sangue rico em nutrientes do sistema digestivoé drenado para o fígado pela veia porta. No órgão, é metabolizadoantes de cair na circulação sistêmica. Com fibrosesou obstruções, o sangue retorna por outras veias, causandodilatações anormais, hemorragias, e pode levar à morte”.Disponível em poucos centros de saúde do país, o novoaparelho permite ainda um ultrassom completo do abdômene um dopler da veia porta, por um ¼ do preço de seuantecessor, o Fibroscam.Sendo o único laboratório em São Paulo a disponibilizaro método, o Centro de Diagnóstico Schmillevitch fez umaparceria com a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casapara realizar pesquisa de comparação dos benefícios da novaelastografia em relação à biópsia.Segundo dados no Ministério da Saúde, 3 milhões de brasileirossofrem de hebatite C e 2 milhões de hepatite B. Comose trata de uma doença silenciosa (assintomática), a maiorianem desconfia ser portador do vírus, responsável pelas duasenfermidades. Já a cirrose hepática causada pelo alcoolismoafeta cerca de 15 milhões de pessoas no país, causando amorte de 11 mil por ano.Grupo Fleury recebe 67 projetos de pesquisa em resposta à chamada pública de R$ 5 milhõesCada projeto cooperativo de pesquisa aprovado pode receber até R$ 500 milO Grupo Fleury finalizou, com sucesso,a etapa de recebimento de projetosda Chamada Pública de Pesquisae Inovação. “No total, recebemos 67projetos de pesquisa, todos com participaçãode pesquisadores do Fleurye em parceria com universidades ecentros de pesquisa”, explica JeaneMike Tsutsui, diretora de Pesquisa eDesenvolvimento do Grupo Fleury.Enviaram projetos pesquisadoresligados à Universidade de São Paulo(USP), Universidade Federal de SãoPaulo (Unifesp), Universidade Estadualde Campinas (Unicamp), UniversidadeCatólica de Brasília (UCB),Universidade Federal de Minas Gerais(UFMG), McGill University (Canadá) eLeiden University Medical Center (Holanda).Centros de pesquisa como oLaboratório Nacional de Nanotecnologiada Empresa Brasileira de PesquisaAgropecuária (Embrapa), FundaçãoOswaldo Cruz (Fiocruz), Instituto deInfectologia Emílio Ribas, Instituto dePesquisa D´Or, Instituto de Ensino ePesquisa do Hospital Sírio-Libanês eo Instituto de Pesquisa do Hospital deCâncer de Barretos também concorremao incentivo.As propostas recebidas versamsobre as seguintes áreas temáticas:• medicina personalizada: marcadoresmoleculares, bioquímicos e genéticos• integração dos conhecimentos recentesde fisiopatologia e patogênesemolecular no desenvolvimento denovas intervenções diagnósticas eterapêuticas• aplicações em medicina e saúdedos métodos de última geração emgenômica, proteômica e metabolômica• desenvolvimento de novas soluçõesem diagnóstico por imagem• estudos epidemiológicos sobre o usoracional de recursos diagnósticos concorrentesou complementares• integração de plataformas tecnológicase metodológicas em medicinae saúde.Novo conhecimento científico- A chamada pública foi lançadacom o objetivo de reunir propostasde projetos que resultem em novoconhecimento científico ou inovaçãotecnológica em Medicina e Saúde. Foidisponibilizado um total de R$ 5 milhõespara a chamada. Cada propostapoderia pleitear um valor de até R$500 mil a ser aplicado para aquisiçãode material de consumo ou equipamentosa serem utilizados no Fleury.16<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


Saúde economiza R$ 13 mi em compra de hemoderivadosCamex retirou a alíquota de importação dos produtos. Em junho, negociação com empresas eTCU permitiu ampliação da oferta 65% e economia de R$ 60 milhõesA Câmara de Comércio Exterior (Camex) concedeu, porseis meses, isenção de alíquotas do imposto de importaçãopara três tipos de hemoderivados: Fator VIII, Fator IX e albumina.A medida atende pedido da Empresa Brasileira deHemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), do Ministério daSaúde, responsável por enviar ao exterior o plasma doadopor brasileiros e importar o produto final que é oferecido aospacientes do Sistema Único de Saúde. A decisão deverá gerareconomia de R$ 13 milhões. Medidas de gestão permitiramum aumento de 65% na distribuição dos produtos.“O nosso esforço é tornar o país mais independente deempresas estrangeiras. Assim que a fábrica da Hemobrásestiver pronta, não precisaremos mais enviar o plasma coletadono Brasil ao exterior nem importar o produto”, destacouo secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde,Carlos Gadelha. Segundo ele, a expectativa é que a isençãoseja estendida até o início da produção nacional, em 2014.Além do esforço em tornar o país mais independente domercado externo, com a construção da fábrica, o Ministério daSaúde tem atuado em outras frentes para estender a oferta doproduto no Brasil. Em junho, o país economizou R$ 60 milhõesna compra de hemoderivados graças a negociações com asempresas e diálogo com o Tribunal de Contas da União parainstituir um novo modelo de contrato.O resultado desse trabalho foi que o Ministério da Saúdefechou a maior compra de hemoderivados para tratamentode hemofilia já realizado pelo órgão. Em setembro desteano, com o início da distribuição desse quantitativo, a ofertamensal dos produtos na rede pública de saúde aumentoumais de 65% - chegando a 30 milhões de UI. A previsão doMinistério da Saúde é chegar a 50 milhões de UI em dezembro.O investimento em 2011 no setor foi de R$ 385,2 milhões, odobro do total de 2007.Economia - A Hemobrás importa os hemoderivadosproduzidos na França até que sua fábrica, em construção emPernambuco, comece a operar a partir de 2014. Este ano,cerca de 110 mil litros de plasma doados por brasileiros foramenviados para o país europeu. A estatal aguarda a chegada dosprimeiros lotes do produto final, que devem aportar no Brasilaté março de 2012. A compra dos produtos, sem isenção doimposto de importação, soma R$ 52 milhões.Com a decisão na Camex, a Hemobrás não pagará alíquotade 2% sobre determinada quantidade de cada um dos trêsprodutos. Os fatores de coagulação VIII e IX são usados notratamento de hemofilia e a albumina, no atendimento depacientes com grandes queimaduras, com cirrose, em terapiaintensiva, entre outros problemas de saúde. Essa é a segundaisenção de impostos conseguida pela Hemobrás sobrehemoderivados. No início de outubro, o Conselho Nacional dePolítica Fazendária (Confaz) concedeu exoneração de 17% doICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).Atendimento – A expectativa é que a fábrica da Hemobrás– que terá capacidade de processar 500 mil litros deplasma por ano – atenda, gradativamente, mais da metadeda demanda do SUS. Atualmente, cerca de 10.500 hemofílicosestão cadastrados no programa de coagulopatias do Ministérioda Saúde e assistidos gratuitamente pelo SUS. A rede públicaoferece 11 diferentes tipos de hemoderivados para tratamentode hemofílicos, aids, doenças crônicas, entre outros.Lançada 2ª <strong>Ed</strong>ição de “Condutas em Infectologia”Considerada de grande utilidade como livro de consultório, ambulatório e mesmo deenfermaria hospitalar, a 2ª. <strong>Ed</strong>ição de “Condutas em Infectologia” acaba de ser lançada.Seu objetivo é oferecer o maior número de informações de maneira objetiva e sucinta. Defácil consulta, possibilita ao leitor praticidade e rápida aplicação de seus conhecimentosno dia a dia da atividade médica.Em sua segunda edição, revisada e ampliada, a obra foi escrita pelos médicos SérgioCimerman e Benjamin Cimerman. O livro é indicado principalmente ao infectologista, aoclínico e aos residentes, internos e estudantes de Medicina. Pode ser adquirido na livrariavirtual da revista <strong>NewsLab</strong>: www.newslab.com.br/livvir.htm18<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


Hospital Sírio-Libanês inaugura nova ala para transplante de medula ósseaEspaço possui nova tecnologia para filtragem de ar e água, inédita na América Latina, e se integra aoprojeto do Banco Público de Sangue de Cordão UmbilicalCom investimentos de R$ 5 milhões, o Hospital Sírio-Libanês(HSL) amplia sua área de atendimento em onco-hematologiacom a criação da nova ala para transplantes de medulaóssea. O setor conta com 10 leitos de alta complexidade.Uma das novidades do espaço é o projeto diferenciado defiltragem de ar e água, sendo quatro leitos equipados com osistema SAS - sistema de antecâmara que antecede o leito,para limitação microbiana através de atmosfera controlada.“Como o paciente tem sua imunidade diminuída após otransplante da medula óssea, precisamos de um ambientealtamente purificado, diminuindo muito qualquer risco deinfecção. O ar e água de toda a unidade são filtrados. O sistemade antecâmaras isola totalmente o ar do leito, que nãose mistura à atmosfera dos corredores para os transplantes dealta complexidade com doadores alogênicos”, esclarecem Dra.Yana Novis, coordenadora do Serviço de Onco-Hematologiado HSL e Dr. Vanderson Rocha, coordenador da Unidade deTransplante de Medula Óssea.Serão atendidos, na nova ala, pacientes com indicação aotransplante para leucemias, linfomas, anemias congênitas eoutras doenças do sangue.Além dos transplantes autólogos (autotransfusão) ealogênicos (de doador aparentado ou não aparentado), oServiço conta ainda com uma equipe médica de experiênciainternacional (Drs. Celso Arrais e Vanderson Rocha) e aindauma equipe de médicos assistentes, na realização também detransplantes utilizando sangue do cordão umbilical e outrasfontes alternativas, como os procedimentos entre doadoresnão compatíveis.ESPM cria novo Núcleo de Estudos em Gestão da SaúdeProfissionais da saúde também precisam entender de marketing e negóciosCom pacientes cada vez mais exigentes e informados,a concorrência por melhores serviços na área da saúdese torna cada dia maior. Pesquisas mostram que médicose demais profissionais deste segmento, seja na atividadeem consultório ou no campo empresarial, não receberamnoções de marketing, gestão de empresas e técnicas deatendimento ao longo de sua formação.Diante deste contexto, e com o objetivo de proporcionarqualificação e atualização profissional com foco em marketinge negócios para os profissionais da área da saúde, oprograma de Pós-graduação da ESPM acaba de dar início ao“Núcleo de Estudos em Gestão da Saúde”, incorporando-oaos demais núcleos de conhecimentos que compõem asunidades de negócios da Escola.De acordo com sondagem realizada pelo médico DanielMagnoni, coordenador do novo núcleo, na qual participaram100 profissionais da área da saúde, verificou-se que 42%possuem consultório, mas apenas 4% utilizam ou utilizaramempresas de comunicação para divulgar serviços e técnicasde tratamento, destes, 85% se dizem insatisfeitos com osresultados, e a grande maioria não obteve nenhum treinamentoem gestão de pessoas, marketing e gerenciamento.“Este núcleo trará cursos inovadores direcionados amédicos e outros profissionais, de maneira a ampliar avisão com foco nas diferentes necessidades e padrões queo mercado atual exige”, explica Daniel Magnoni, médicocardiologista, nutrólogo e especialista em Marketing.A cultura acadêmica na área da Saúde privilegia a educaçãofocada nas ações de prevenção e cura de doenças,o que deixa um hiato na preparação administrativa e profissionaldos alunos, já que conceitos básicos de administraçãoe finanças, por exemplo, não fazem parte da gradede ensinamentos. Por isso, este núcleo oferecerá estudos,cursos e programas que contemplem assuntos como gestãode pessoas e de negócios, administração, marketingestratégico, saúde, tecnologia digital, comunicação, entreoutros direcionados à médicos, dentistas, nutricionistas eoutros profissionais que atuem em consultórios e clínicas.20<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


Pesquisadores apresentam estudos sobre células-tronconormais e neoplásicas em São PauloAplicação e desafios no campo da terapia gênica foram debatidos em conferência na USPOs aspectos relativos às células-tronco como ferramentaspara estudo de doenças e o potencial desta tecnologia paragerar órgãos ex-vivo e até mesmo sistemas celulares paratestar medicamentos foram discutidos no encontro “Células-Tronco: normais e neoplásicas”, que aconteceu na Universidadede São Paulo (USP), em outubro.De acordo o hematologista <strong>Ed</strong>uardo Rego, um dos coordenadoresdo encontro, várias doenças hematológicas benignas emalignas são candidatas à terapia celular, como as leucemias,além de beneficiarem outras áreas da medicina. “Quando estudamosquais mecanismos fazem uma célula do rim ser umacélula do rim (o mesmo sendo válido para qualquer tecido eórgão), abre-se uma oportunidade para novos tratamentosdas doenças genéticas, degenerativas ou malignas e, portanto,todas as especialidades médicas podem se beneficiar”,relata <strong>Ed</strong>uardo Rego, que também é vice-diretor financeiro daAssociação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (ABHH).O hematologista explica que só as células-tronco normaistêm aplicação, enquanto o desafio, no caso das do câncer(neoplásicas), é como eliminá-las. E, para discutir os avanços edesafios da terapia gênica, nove pesquisadores internacionaisde destaque na área apresentaram resultados de pesquisase as perspectivas futuras de desenvolvimento no campo daterapia celular. Dentre eles, o Professor Ravindra Majeti, daUniversidade de Stanford (EUA), apresentou resultados desua pesquisa em que explora uma proteína frequentementeexpressa pelas células-tronco da leucemia como um alvo parao tratamento.Já o professor Tsvee Lapidot, do Weizmann Institute ofScience (Israel), um dos pesquisadores que propôs o conceitoe demonstrou as primeiras evidências da existência de célulastroncoleucêmicas, apresentou dados sobre como funciona arede de sinais, que promove a interação entre os sistemasnervoso e hematopoiético, há pouco tempo identificada por ele.<strong>Ed</strong>uardo Rego destaca que no campo da terapia celular,embora ainda em fase experimental, o Brasil tem umainserção científica significativa no tema, como no caso dosestudos sobre a aplicação da terapia celular em doençasautoimunes ou degenerativas ou degenerativas; os estudosgenômicos comparando diferentes tipos de células-tronco, ea geração de uma linhagem brasileira de células-tronco embrionárias,entre outros.Geneticista explica como a biotecnologia ajudará a identificar criminosos no BrasilCom aprovação de seu primeiro banco de dados genéticos, Brasil terá informaçõessobre condenados por crimes violentos à disposição da JustiçaNenhum crime é perfeito. E isso ficará ainda maisevidente no Brasil a partir deste ano, quando a Justiçapassará a contar com uma base de dados integrada cominformações genéticas de condenados por crimes violentos.A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania doSenado Federal aprovou a criação de um banco de dadosnacional de perfis de DNA de criminosos, que permitirámaior rapidez e acerto nas investigações.Agora, com o apoio da tecnologia e as mais recentesdescobertas da biotecnologia forense, pesquisadores einvestigadores brasileiros já possuem novas formas deidentificar criminosos, onde o crime ocorreu, qual a armautilizada, quem era a vítima e o horário do crime de formamais precisa. A proposta defendida pela Comissão obrigapessoas condenadas por crimes dolosos, praticados comintenção, a passar pelo processo de identificação do perfilgenético, com a extração do DNA por métodos indolores.A genética e biologia forense são áreas da ciênciaforense, que utilizam os conhecimentos e as técnicas degenética e de biologia molecular, para apoiar e auxiliar ajustiça, a desvendar casos sob investigação policial e/oudo Ministério Público. Esta área é também conhecida comDNA Forense.De acordo com a professora Ana Azeredo Espin, doCentro de Biologia Molecular e Engenharia Genética daUnicamp e membro da Sociedade Brasileira de Genética(SBG), as técnicas atuais permitem que seja extraído oDNA a partir de um fio de cabelo, sangue, tecido e/ou asecreção da mucosa bucal. Os dados são sigilosos e só poderãoser disponibilizados por um juiz, mediante inquéritoinstaurado, para autoridades policiais estaduais e federais.“Os laboratórios possuem normas rigorosas pararealizar estes procedimentos e poucos são cadastradospara fazer análises genéticas que podem ser incluídascomo provas em processos criminais. O cuidado começana coleta das provas na cena do crime, identificação depossíveis agentes contaminantes na cena, no transporte e,enfim, no estudo do material”, completa a pesquisadora.24<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


Patógenos globalizadosCientistas debatem controle de doenças infecciosas globais durante a FAPESP Week, em WashingtonAs interações do parasita Trypanosoma cruzi, causador dadoença de Chagas, com células de mamíferos foram o temada apresentação de Walter Coli, professor de Bioquímica daUniversidade de São Paulo. O trabalho do pesquisador estáconcentrado nas células da membrana do agente e procuraidentificar moléculas capazes de promover a relação entre parasitae hospedeiro. O painel ocorreu durante a FAPESP Week,simpósio que aconteceu em outubro, em Washington, EUA.O projeto avançou no entendimento sobre a superfície dascélulas do parasita, que é revestida por glicoproteínas responsáveispela ligação do Trypanosoma às células do sangue. Odesafio agora é entender como o parasita entra e sobrevivenas hemácias do hospedeiro. A glicoproteína fica “ancorada”na superfície do parasita e tem pouco tempo para aderir àscélulas do sangue, pois vive por cerca de 3 horas e meia.Uma sequência de genes, denominada Fly, contribui para aprodução da glicoproteína que promove a aderência. O passoseguinte é identificar uma forma de inativar a sequência Flypara evitar que o parasita entre na célula humana do sangue.Wondwossen Gebreyes, da Ohio State University, apresentouuma iniciativa que busca integrar segurança alimentar,zoonoses veterinárias de interesse para a saúde pública e biotecnologiaao estudo de doenças de animais transmissíveis paraos humanos. O modelo, batizado de One Health, utiliza as zoonosesporque elas representam 75% das infecções emergentes.A ideia é propor ações de prevenção e controle de infecções,desenvolvidas por meio de parceria com instituições de diferentespaíses. Entre elas estão a Universidade Federal do Rio Grande doSul e instituições de pesquisa de países do leste da África e Tailândia.O objetivo é formar pesquisadores, transferir tecnologias,desenvolver pesquisa inovativa voltada para necessidades locaise compartilhar conhecimento para expandir sua capacidade epara modificar comportamentos nos países envolvidos.Um dos projetos da iniciativa monitora a qualidade doleite de cabra e vaca no semiárido do Brasil, pois o leite é umexcelente meio de crescimento de patógenos causadores dabrucelose, tuberculose, salmonelose e outras infecções. NoBrasil, 93% das cabras do Brasil estão no nordeste e 67% detoda a produção de leite está na região.O pesquisador Daniel Janies, do Centro de Medicina da OhioState University, desenvolveu uma aplicação na internet paradesenvolver meios, analisar e compartilhar diversos tipos dedados sobre patógenos, utilizando a ocorrência de casos sobremapas, em 3D. O projeto faz o sequenciamento de genes dosagentes da doença e representa no mapa do mundo o localde ocorrência e a origem de cada uma delas.A sessão sobre doenças infecciosas globais também teveapresentações das pesquisadoras Jane Buikstra, professorade bioarqueologia e diretora do Centro de Pesquisa em Bioarqueologiana Universidade Estadual do Arizona, e de VeraCalich, do departamento de Imunologia da Universidade deSão Paulo. Buiskstra analisou a tuberculose em perspectivaprofunda de tempo e Calich relatou o papel regulatório decélulas T, Th17 e TLR na imunidade a infecções pelo fungoParacoccidioides brasiliensis, agente da paracoccidioidomicose(PCM), considerada endêmica na América Latina.INCA lança estimativas de câncer 2012 com sete novas localizações de tumoresDos cerca de 520 mil casos novos estimados para 2012, destacam-se tipos quenão apareciam no ranking de maior incidência na população brasileiraPara 2012, o Instituto Nacional de Câncer José AlencarGomes da Silva (INCA) estima cerca de 520 mil casos novosda doença. Sete novas localizações de câncer entraram noranking dos tumores mais frequentes do país. As informaçõesfazem parte da publicação Estimativa 2012 – Incidência deCâncer no Brasil, que a Instituição lançou para marcar o DiaNacional de Combate ao Câncer, celebrado no dia 27 de novembro.As Estimativas valem para o período 2012-2013. Ouseja, o INCA estima que por ano, no Brasil, 520 mil brasileirostenham câncer.As estimativas destacam os tipos mais incidentes nas regiõesbrasileiras, caso do câncer de pele não melanoma, próstata,mama e pulmão. A novidade dessa edição é que foramincluídas sete novas localizações de tumores no estudo: bexiga,ovário, tireoide (nas mulheres), Sistema Nervoso Central,corpo do útero, laringe (nos homens) e linfoma não Hodgkin.Os especialistas consideram as Estimativas a principal ferramentade planejamento e gestão da saúde pública na áreaoncológica no Brasil. Isso porque fornecem as informaçõesnecessárias para a elaboração das políticas públicas de saúdevoltadas para o atendimento da população.Desconsiderando o câncer de pele não melanoma - tumorcom baixa letalidade - entre o sexo masculino o câncer depróstata permanecerá como o mais comum, seguido pelo depulmão, cólon e reto, estômago, cavidade oral, laringe e bexiga.Já nas mulheres, a glândula tireoide, de modo inédito,aparece no quinto lugar geral, atrás do câncer de pele nãomelanoma, mama, colo do útero, cólon e reto. Na sequência,vêm os tumores de pulmão, estômago e ovário.Para saber mais:www.inca.gov.br26<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


Marcador proteico é testado em doençaneurodegenerativaProjeto que envolve avaliação de marcadorgenético terá duração de dois anosO Centro de Estudos do Genoma Humano do Institutode Biociências (IB) da USP vai avaliar a utilização de ummarcador proteico para doenças neurodegenerativas. Oprojeto é um dos 17 contemplados na chamada públicarealizada pelo Grupo Fleury para propostas de pesquisae desenvolvimento tecnológico nas áreas de Medicina eSaúde. O estudo, que será realizado em parceria como Grupo Fleury e a Universidade da Califórnia em SanDiego (UCSD), nos Estados Unidos, deverá ter duraçãode dois anos, com investimento de R$ 300 mil.O marcador que será avaliado na pesquisa ainda estáem desenvolvimento. A avaliação será feita sobre umaproteína responsável por formas hereditárias de EscleroseLateral Amiotrófica (Doença do Neurônio Motor).Os cientistas irão estudar se a proteína também teriarelação com casos esporádicos, ou seja, aqueles em queo paciente não apresenta histórico familiar da doença.Inicialmente, os testes com o marcador serão realizadosin vitro, em culturas de células. Após esta etapa, omarcador será validado com amostras do material genéticode pacientes portadores de Esclerose Lateral Amiotrófica.Colaboração - A pesquisa com os marcadores écoordenada pela professora Mayana Zatz, do Centro deEstudos do Genoma Humano do IB e por Miguel MitneNeto, no Grupo Fleury. A equipe envolvida conta comcinco pesquisadores das duas instituições e a colaboraçãode Alysson Muotri, da Universidade da California em SanDiego (UCSD), nos Estados Unidos.A Escleorose Lateral Amiotrófica é uma doençaneurodegenerativa progressiva que surge na idadeadulta, causada pela morte dos neurônios motores docórtex cerebral, tronco encefálico e medula espinhal. Osportadores apresentam perda de força progressiva nosmembros superiores e inferiores. Também pode ocorrercomprometimento da fala, deglutição e da funçãorespiratória. Cerca de 90% dos casos são esporádicos.A chamada pública do Grupo Fleury (formado porempresas que atuam no setor de medicina diagnóstica,preventiva e terapêutica) foi lançada em julho de 2010,para apoiar projetos de pesquisa e desenvolvimentotecnológico em Medicina e Saúde. As 67 propostasapresentadas passaram por um Comitê de Avaliação,que analisou projeto, orçamento, equipe e assistiu aapresentações dos coordenadores dos projetos. A chamadaaprovou 17 propostas, que receberão ao todo umapoio financeiro de R$ 6.457.896,00.Uma em cada 10 jovens brasileirasatendidas no SUS tem doençatransmitida pelo sexoEstudo nacional sobre prevalência declamídia foi realizado por centro estadualde referência em SPEstudo nacional realizado pelo Centro de Referênciae Treinamento em DST/Aids, unidade da Secretaria deEstado da Saúde na capital paulista, indica alta prevalênciade infecção por clamídia entre jovens brasileirasatendidas nos serviços públicos de saúde.Ao todo 2.071 jovens, entre 15 e 24 anos, atendidasem unidades do SUS (Sistema Único de Saúde) nas cincomacrorregiões participaram do estudo. A prevalência declamídia entre as jovens avaliadas foi de 9,8%, sendoque 4% delas também tiveram resultado positivo parainfecção por gonorreia.A clamídia é a doença sexualmente transmissível(DST) causada pela bactéria Chlamydia trachomatis,que pode infectar homens e mulheres e ser transmitidada mãe para o bebê na passagem pelo canal do parto.A infecção atinge especialmente a uretra e órgãosgenitais, mas também pode atingir a região anal, a faringee ser responsável por doenças pulmonares. Se nãotratada, é uma das causas da infertilidade masculina efeminina, e pode aumentar de três a seis vezes o riscoda infecção pelo HIV.“A mulher infectada pela Chlamyda trachomatisdurante a gestação está mais sujeita a partos prematurose a abortos. Nos casos de transmissão vertical,na hora do parto, o recém-nascido corre o risco dedesenvolver um tipo de conjuntivite e pneumonia”,afirma o médico Valdir Monteiro Pinto, coordenador doestudo no CRT/DST-Aids.Não existe vacina contra a clamídia. A única forma deprevenir a transmissão da bactéria é o sexo seguro como uso de preservativos. Uma vez instalada a infecção, otratamento deve ser realizado com o uso de antibióticosespecíficos e deve incluir o tratamento do parceiro ouparceira para garantir a cura e evitar a reinfecção.28<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


Doença Falciforme: problema de saúde pública é debatido no Hemo 2011Hematologistas reivindicam a inserção do transplante de medula no rol de tratamentoDoença hereditária mais prevalente no Brasil, a doençafalciforme foi alvo de discussões entre hematologistas, hemoterapeutase representantes do Ministério da Saúde duranteo Hemo 2011, maior encontro de especialistas em doençasdo sangue da América Latina organizado pela AssociaçãoBrasileira de Hematologia e Hemoterapia (ABHH), realizadoem outubro passado.Neste ano, a coordenadora da Política Nacional de AtençãoIntegral às Pessoas com Doença Falciforme, Joyce Aragão,traçou a situação atual da Política Nacional de Atenção Integralàs Pessoas com a doença.De acordo com a hematologista da ABHH, Clarisse Lobo,garantir a qualidade de vida é fundamental, pois os pacientescom doença falciforme apresentam sintomas por toda a vida.“Desde a primeira infância ocorrem anemia e icterícia. As doresósseas são a maior causa de ida ao hospital, entretanto, é apropensão às infecções que pode colocar em risco o indivíduoainda não diagnosticado”, relata.Hoje, a terapia tradicional da doença consiste no uso deantibióticos na 1ª infância, acido fólico, medicamentos paraa dor e em 30% dos pacientes no uso de um medicamentochamado Hidroxiureia. Entretanto, Clarisse alerta que háainda um procedimento que não está liberado como opçãoterapêutica no Brasil: o transplante de medula óssea (TMO).Segundo a hematologista, os pacientes mais graves eque não respondem ao uso de hidroxiureia são candidatosao TMO. “É muito importante contarmos com o TMO entreas terapias disponíveis para estes indivíduos. A doença éum problema de saúde pública mundial e não há tratamentoespecífico, sendo o transplante o único que oferecepossibilidade de cura, e deve ser utilizado como terapia desalvamento, quando o tratamento tradicional já não surteefeito”, defende Clarisse.O TMO já beneficia pacientes com doenças hematológicascomo linfomas, leucemias e mielomas e aplasia de medulaóssea. No caso da doença falciforme, especialistas, doentes efamiliares aguardam que faça parte do rol de procedimentos,em pacientes com falha terapêutica convencional, por meiode publicação de portaria de revisão do regulamento técnicodo Ministério da Saúde, que segundo Clarisse, tinha previsãode publicação para setembro de 2011.Também no Hemo 2011 Clarisse trouxe à discussão asDiretrizes Brasileiras para o exame denominado DTC (Dopplertranscraniano), simples e indolor, capaz de identificar criançascom risco de desenvolver acidente vascular cerebral (AVC).Em caso positivo, é feita a prevenção por meio de transfusões.“Vinte por cento das pessoas com falciforme são propensasa sofrer um AVC e ter acesso ao DTC pode evitar esta gravecomplicação e salvar vidas.”De acordo com dados divulgados pelo Programa Nacionalde Triagem Neonatal do Ministério da Saúde, no Brasil nascempor ano aproximadamente 3.500 crianças com a doençafalciforme. No mundo, estima-se que um total de 300 milcrianças/ano nasça com a doença (OMS).Brasil será autossuficiente em luvas de látexInaugurado parque industrial da empresa brasileira produtora de luvas de látex LemgruberAcaba de ser inaugurado o novo parque industrial da empresaLemgruber, única produtora de luvas de látex brasileira.A nova fábrica localiza-se em Paraíba do Sul (RJ), e iniciou aprodução neste ano, apesar de estar ainda em construção. Oobjetivo da empresa com a abertura do novo parque é, nospróximos três anos, passar a abastecer integralmente o setorde saúde brasileiro com luvas de procedimentos médicos,tornando desnecessária a importação deste produto, tantopela rede pública, quanto pela privada. O Ministério da Saúdeemitiu parecer favorável, junto à Camex (Câmara de ComércioExterior), para garantir competitividade da empresa nacional.Antes de o novo parque industrial entrar em funcionamentoneste ano, 100% das luvas de procedimentos – aquelasusadas em atividades simples não-cirúrgicos nos estabelecimentosde saúde – eram importadas do sudeste asiático.A falta de um fabricante nacional deixa o sistema desaúde vulnerável. Essa foi situação vivenciada no país durantea pandemia da gripe H1N1, quando os atuais fabricantestailandeses e malaios deixaram de atender o mercadobrasileiro devido à grande demanda dos Estados Unidos ede países da Europa.O projeto da fábrica abrange três módulos, sendo que oprimeiro deles, no qual foram investidos cerca de R$ 30 milhões,já se encontra em funcionamento. Está previsto, ainda,o investimento de mais R$ 70 milhões na construção do restantedo parque industrial. Cada módulo é capaz de produzir,anualmente, um bilhão de peças de luvas de procedimentos– juntos, os três produzem 3 bilhões de unidades por ano, osuficiente para atender, com sobra, a demanda interna anualpor luvas de procedimentos, de cerca de 2,5 bilhões.O Ministério da Saúde está apoiando e acompanhando aempresa em todo o processo de implantação do novo parqueindustrial e apresentou parecer favorável à Camex, para aelevação alíquota de importação de luvas de látex de 16%para 35%. “Não é protecionismo, é isonomia, ou seja: darcondições iguais de competitividade a empresas nacionais eestrangeiras. As empresas brasileiras, agora, possuem tenhamas mesmas condições que as demais”, afirmou Padilha.30<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


Brasil produzirá kit para diagnóstico rápidoGoverno assina parceria para produção nacional de equipamento inovador,capaz de realizar testes em poucos minutos, como o de HIVO Ministério da Saúde iniciou a primeira Parceria de DesenvolvimentoProdutivo (PDP) para a produção de equipamentospara o Sistema Único de Saúde (SUS). O Instituto Carlos Chagas(ICC) Fiocruz-PR e a Lifemed Industrial de Equipamentose Artigos Médicos Hospitalares assinaram, durante reunião doGrupo Executivo do Complexo Industrial da Saúde, acordo paratransferência de tecnologia para produção de kits para diagnósticorápido de HIV, rubéola, sífilis, toxoplasmose e hepatite B.O protótipo do equipamento foi desenvolvido pela UniversidadeFederal do Paraná, sob a coordenação do ministério.Utilizando apenas uma gota de sangue, o kit dá o diagnósticode todas essas doenças em poucos minutos. Portátil,o teste pode ser realizado no próprio consultório médico, oque facilita a execução dos testes em locais remotos. Ele seráindicado para o diagnóstico de doenças infecciosas durante operíodo pré-natal, como previsto na Rede Cegonha – políticaestratégica coordenada pelo Ministério da Saúde para a amplaassistência humanizada às mães e aos bebês.“As parcerias de desenvolvimento produtivo têm tornadopossível o amplo acesso da população a produtos de tecnologiaavançada. Elas geram economia, segurança e estabilidade nacompra, uma vez que a aquisição independe de oscilaçõesexternas”, destaca o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.A redução de preços a partir de PDPs permite maior investimentode recursos em pesquisa, desenvolvimento e inovaçãoem território nacional. O acordo para a produção dos kits dediagnóstico, que estarão disponíveis no SUS a partir de 2014,soma-se a outras 30 parcerias para fabricação de medicamentosjá em curso.Economia – O Ministério da Saúde investirá cerca de R$950 milhões, em cinco anos, na compra dos kits. O númerode equipamentos produzidos irá aumentar progressivamenteneste período. A compra em escala progressiva vai gerar economiade mais de R$ 177 milhões no decorrer dos cinco anos,com a redução em cerca de 30% no preço individual do item.A Fiocruz foi a responsável por desenvolver o kit e coordenaráa pesquisa e o desenvolvimento de novos dispositivosdiagnósticos e aplicações. A empresa Lifemed produzirá todosos equipamentos necessários à utilização destas plataformas.Produção nacional – Os laboratórios públicos têm sidoobjeto de medidas voltadas para a qualificação da gestão emodernização produtiva – decisivas para atenuar a vulnerabilidadedo SUS e as desigualdades regionais como também paraampliar o acesso da população aos serviços públicos de saúde.Atualmente, 19 laboratórios públicos estão voltados parao desenvolvimento e a produção nacional de medicamentos,soros e vacinas. Juntos, produzem 80% das vacinas e 30%dos medicamentos utilizados no SUS.Com a nova PDP para a produção do kit de diagnóstico rápidode HIV, rubéola, sífilis, toxoplasmose e hepatite B, serãonove as parcerias entre laboratórios públicos e empresas privadasfirmadas pelo Ministério da Saúde em 2011, totalizando29 acordos para produção nacional de 30 produtos de saúde(28 medicamentos, o DIU e o kit diagnóstico). Os produtos sãovoltados à detecção e ao tratamento de Doenças SexualmenteTransmissíveis (DSTs), doenças crônicas não transmissíveis,doenças degenerativas, doença de Crohn, antipsicóticos, hemofiliae tuberculose.Infecções urinárias, uma Abordagem MultidisciplinarCom organização de Carlos Augusto Albini, HelenaAguilar Peres Homem de Mello de Souza e AlessandroConrado de OliveiraSilveira, o livro Infecçõesurinárias, uma AbordagemMultidisciplinar objetiva uniro universo da microbiologialaboratorial com a clínica ea pesquisa no estudo das infecçõesurinárias. O conhecimentode todo o processomultidisciplinar pode efetivamentediminuir custos eaumentar a qualidade.A obra reúne informações relevantes para toda aequipe de saúde, contribuindo com a experiência derenomados profissionais das diversas áreas para a melhoriado diagnóstico das infecções urinárias. Informaçõespouco discutidas em outras obras são abordadas, como:métodos in vivo e in vitro para estudos de ITUs, cuidadoscom amostras de urina obtidas de pacientes com doençapriônica, resistência de uropatógenos, imunologia dasITUs, ITUs em diferentes populações (crianças, gestantes,imunocomprometidos, idosos, diabéticos), ITUspolimicrobianas, virais e fúngicas, além da contribuiçãode outras áreas do laboratório no diagnóstico das ITUs emetodologia bacteriológica detalhada. Um atlas exclusivoacompanha a obra.32<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


Exame pioneiro no SUS evita 16% das mortes neonataisPesquisa aponta, pela primeira vez, eficácia de teste bacteriano realizado entre a 33ª e a 37ª semanade gestação; 416 vidas foram salvas em maternidade estadualEstudo realizado pela Secretaria de Estado da Saúde, combase nos atendimentos realizados na maternidade estadualInterlagos, aponta que, em dois anos, 416 mortes neonataisforam evitadas graças ao pioneirismo do hospital na implantaçãode um exame que identifica a presença da bactériaStreptococcus agalactiae em gestantes.O teste, realizado entre a 33ª e 37ª semana de gestação,consiste em identificar a bactéria na região genital ou analdas mulheres grávidas. Apesar de inofensivo às gestantes,em recém-nascidos o agente pode provocar quadros gravesde bacteremia, pneumonia, meningite, choque séptico e neutropenia(diminuição do número de glóbulos brancos), quepodem causar a morte súbita dos bebês.Nos casos em que o resultado do teste de GBS é positivo, asgestantes são submetidas, na hora do parto, a uma profilaxiaa base de antibióticos, que evita a contaminação e a possívelmorte dos recém-nascidos.Já quando as grávidas colonizadas pela bactéria não realizamo teste e, consequentemente não são submetidas àprofilaxia, a taxa de mortalidade neonatal é alta, variandode 2% a 8% quando os sintomas começam cinco dias após onascimento, e de 10 a 15% quando os sintomas são tardios,aparecendo entre 7 e 90 dias após o parto.Dos 2.506 testes de GBS realizados no Hospital MaternidadeInterlagos entre janeiro de 2008 e junho de 2011, 416deram positivo e 16,6% de possíveis mortes neonatais foramevitadas.“A bactéria identificada pelo exame de GBS se disseminarapidamente no organismo dos recém-nascidos, causandograves doenças. Por isso, muitas vezes um bebê que nascesaudável pode sofrer uma morte súbita em questão de dias. Anotícia boa é que hoje podemos evitar essas mortes através deum teste simples realizado durante o Pré-Natal, disponibilizadopelo SUS”, diz Sandra Sestokas, diretora da maternidade.A maternidade estadual Interlagos foi a primeira a implantaro teste, que hoje está disseminado no Sistema Único deSaúde e em hospitais particulares. De acordo com o últimolevantamento realizado em 2009 pela Secretaria de Estadoda Saúde em parceira com a Fundação Seade, 76,1% dasgrávidas paulistas passam por pelo menos sete consultas depré-natal nas Unidades Básicas de Saúde, superando o mínimode seis atendimentos recomendados pelo Ministério da Saúdee o mínimo de quatro recomendado pela OMS (OrganizaçãoMundial da Saúde).Roche e Sysmex apoiam 1º Simpósio de HematologiaLaboratorial do Hospital Aliança em SalvadorEvento promovido pela a+ Medicina Diagnóstica enfatiza a detecção do HPV, vírusrelacionado a mais de 90% das ocorrências de câncer do colo do úteroNo mês de outubro foi realizado o “1º Simpósio deHematologia Laboratorial do Hospital Aliança”. Fruto dainiciativa do Hospital Aliança, em parceria com a Roche eSysmex, o evento contou com presença de mais de 100participantes entre médicos, bioquímicos, biomédicos eprofissionais da saúde dos principais hospitais e laboratóriosDr. José Francisco da Silva e Maria Silvia Martinhopúblicos e privados doestado da Bahia.Foram abordadosdiversos temas relacionadosaos novosparâmetros clínicosavançados em hematologia,parâmetrosParticipantes durante simpósioestes que agregamvalor à conduta clínica, como por exemplo o IPF - Fração dePlaquetas Imaturas, já utilizado na rotina do Hospital Aliança.No segundo dia de evento também foi promovido umdebate sobre aspectos clínicos e laboratoriais da Onco-Hematologia. “O evento foi um sucesso tanto pela iniciativapioneira, quanto pela qualidade das apresentações” afirmaDr. Claudio Brandão, idealizador do evento.34<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


Horiba Comemora 15 Anos deAtuação no Mercado BrasileiroCompanhia é líder de mercado em hematologia, projeta liderança nosegmento de coagulação em 2012 e entra com força total na área debioquímica, focando, principalmente, os pequenos e médios laboratórios38 <strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


Em 2012 a Horiba – multinacionaljaponesa especializadaem medição e análise– completa 15 anos de atuaçãono mercado brasileiro com uminvestimento forte no mercadode medicina diagnóstica e planejaexpandir a atuação no país nospróximos cinco anos.A empresa já anunciou a construçãode uma nova fábrica emJundiaí (a 60 quilômetros de SãoPaulo), com um investimento de€ 6,4 milhões e capacidade instaladapara aumentar em 50% aprodução de reagentes, que hojeé de dois milhões de litros anuais.Inicialmente, a fabricação dos reagentesutilizados nos processos dediagnósticos in vitro passará paratrês milhões de litros.Além da produção de reagentes,a nova sede abrigará as operaçõesde três, das cinco empresasque compõem a holding mundialmente:a Horiba Medical, líder noPaís no segmento de hematologia,a Horiba Scientific, líder mundialem espectroscopia, dedicada àpesquisa, desenvolvimento e controlede qualidade em todo tipode indústria e a divisão de meioambiente dedicada principalmenteà análise de gases.A Horiba tem planos, também,para operar no Brasil com os segmentosautomotivo e semicondutores,e estuda o melhor momentopara entrada desses segmentos nomercado brasileiro.A nova sede terá uma área de 10mil m 2 com um terreno adjacentede 6.240 m², o que deverá suportaro crescimento da companhia pelospróximos 20 anos. O planejamentocontempla a chegada das demaisempresas que compõem o grupo.A escolha de Jundiaí para instalara nova sede foi estratégica paraa empresa pela privilegiada localizaçãorodoviária que a cidade oferececom saídas para as principais estradasdo estado, o que vai facilitara logística para atender a todas asregiões do país. “Escolhemos a cidadede Jundiaí pela localização juntoàs principais rodovias que ligam oPaís. Temos uma grande expectativasobre este projeto, que nos permitiráaumentar a nossa capacidadede produção, ampliar o quadro defuncionários, além de melhorar aperformance na realização das entregas”,destaca Hamilton Ibanes,presidente da Horiba Brasil, queprojeta gerar aproximadamente 20empregos diretos e 100 indiretos.Políticas de RHO time de colaboradores é outrodestaque da Horiba, que tem comofilosofia interna colocar entusiasmoe energia em seu trabalho para aprosperidade da empresa e a melhoriada qualidade de vida de cadaum. Trata-se do conceito “Joy andEquipe da Horiba Medical participa de Congresso em CuritibaFun”. O objetivo é fazer com quecada indivíduo se sinta único, tantocolaboradores quanto clientes. Comcerca de 80 funcionários internos,a companhia realiza treinamentospara que a política esteja sempreviva entre os colaboradores. O objetivoé o aprimoramento contínuodo relacionamento com os distribuidorese com os clientes, que sãoas peças-chave para o sucesso daHoriba no Brasil.A equipe do segmento Medicalé formada por profissionais capacitadospara oferecer aos clientes eparceiros todo o suporte necessáriopara as operações diárias, comações de assessores científicos,equipe de assistência técnica, suportetelefônico e help line relacionadoà qualidade, que fornece informaçõessobre melhores práticase inspeções realizadas pelos órgãosde regulamentação no Brasil.Por meio de todo este trabalho,a Horiba Medical consagra-se comoprovedora de soluções e aliada doslaboratórios e distribuidores. Aempresa aposta no estreito rela-<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 201239


Pentra 120: solução da Horiba para grandes rotinascionamento com esses parceiros denegócios em busca de ferramentasque representem e traduzam característicascomo desempenho,qualidade, inovação, tecnologia ecompetitividade de seus produtos.Um bom exemplo é a parceriaestabelecida com a Laft, firmadaem 1999. Trata-se do distribuidormais antigo da Horiba Medical. ALaft iniciou o trabalho de expansãoda marca no Brasil com atuaçãona área do ABC Paulista, BaixadaSantista, Vale do Paraíba e Vale doRibeira. “Trabalhamos com a Horibadesde a chegada da empresa ao paíse trabalhamos juntos no processode alavancagem da marca à liderançade mercado pela qualidade dosequipamentos que oferece. Hoje,quando apresentamos as soluções,os próprios clientes já sabem queestamos trazendo um instrumentode qualidade”, afirma João Batista,presidente da empresa.Além da Laft, compõem o timede distribuidores de equipamentose reagentes da Horiba Medical: Albalab,Biociência, CQC, Serpronto,Labshopping, MB do Brasil, SG,Sullab, Sillab, WDM, Vitalab, AllLabor, D-Med, Laborsys e Vitalab.Soluções que garantem osucesso da empresa no BrasilLíder no segmento de hematologia,a Horiba Medical possui uma linhacompleta de instrumentos paralaboratórios de todos os portes. Asmáquinas conquistaram o mercadobrasileiro pela inovação e tecnologiaque oferecem.O carro-chefe da marca é o Micros,um analisador hematológicoreconhecido mundialmente por suarobustez e precisão. Em 2010, foilançado seu sucessor, o Micros ES60, que mantém as qualidades quelevaram o Micros a obter o sucessode mercado e ainda agrega algunsvalores como controle de qualidadee memória. A família Micros é indicadapara laboratórios com rotinasde até 2.000 hemogramas pormês e, como necessita de apenas10μl de sangue para obtenção deresultados precisos e confiáveis,mostrou-se ter uma grande vantagempara amostras pediátricas egeriátricas, por exemplo.Outro destaque na linha de hematologiaé o Pentra 60, o primeiroanalisador compacto do mercado,com diferencial em cinco partes. Oequipamento avalia 26 parâmetrosem 60 amostras por hora com a tecnologiaDHSS (mesma tecnologiade toda a família Pentra – perfeitaLinha completa de soluções para Hematologia40<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


opção de back up), que combinacitoquímica, impedância e citometriade fluxo como princípios demedidas. Este equipamento conciliao que há de melhor em inovação,uma vez que oferece qualidade eeficiência de maneira simples.Destinado ao atendimento degrandes rotinas, o Pentra 120 DX éuma plataforma completa. Realiza120 amostras por hora, com 48parâmetros hematológicos, e capacidadepara analisar 150 tubossimultâneos com reflexo automático,repetindo o teste baseadonas regras de validação definidas.Além disso, o sistema da máquinapossui validação automática de resultados,que podem ser definidospelo laboratório.A entrada no mercadode hemostasiaPara consolidar o sucesso daHoriba Medical no Brasil, em dezembrode 2006, a empresa setornou a representante exclusivada Stago, marca que é reconhecidamundialmente pela tecnologiaaplicada em equipamentos e pelaqualidade dos reagentes para análisesde coagulação.Os parceiros da Horiba tambémcontam com suporte e estrutura deserviços técnicos e científicos, delogística e equipe comercial, assimcomo acontece com os demais setoresda divisão Medical. Em quatroanos de atuação no mercado brasileiro,o faturamento da área decoagulação triplicou, comprovandoo sucesso da marca no Brasil.O grande diferencial da linhade produtos da Stago está na tecnologia“VDS”, exclusiva e patenteada,que permite ao laboratóriorealizar os testes de coagulação emSTA Satellite é a novidade de 2011amostras ictéricas, hemolisadas elipêmicas sem interferência. Alémdeste beneficio, a metodologiautilizada nos aparelhos Stago oferecea melhor relação entre custoe benefício do mercado, já que asrepetições são mínimas devido àexcelente reprodutibilidade dosequipamentos e a alta qualidadena produção dos reagentes.Entre as soluções oferecidas estáo STA Satellite, equipamento destinadoa pequenos e médios laboratórios,que foi a grande novidade dacompanhia em 2011. O analisadoré totalmente automatizado e temcapacidade para realizar examescoagulométricos, cromogênicos eimunológicos simultaneamente. Umgrande diferencial fica com a fáciloperação do sistema, o que diminuio tempo de treinamento dos colaboradoresque vão realizar os exames,além da grande estabilidade onboard dos reagentes, permitindoao laboratório grande autonomiano uso da máquina.A forma como este analisador foidesenvolvido possibilita facilidadede abastecimento, devido aos carrosséisremovíveis onde são colocadasas amostras e os reagentes.Além disso, o STA Satellite necessitade poucos procedimentos de manutenção,além de contar com os beneficioda tecnologia “VDS” Stago.Outro destaque em hemostasiaé o STA-R Evolution, destinado àrotina de grandes laboratórios. Oequipamento integra as maioresinovações destinadas à organizaçãolaboratorial combinando altaflexibilidade, rastreabilidade completae acesso seguro aos menusde softwares, sendo o analisadormais flexível para integrar a coagulaçãocom linhas de automação.O instrumento tem capacidade para220 tubos on board, com pipetagemauxiliada por sistema cap piercing.Além de possuir a melhor qualidadede resultados do mercado.Para os laboratórios que estãoiniciando a rotina de coagulação, oStart 4 é uma plataforma semiautomatizadacompacta e completaem hemostasia com quatro canaisde leitura e sistema exclusivo “VDS”<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 201241


para detecção de coágulos. O grandediferencial deste instrumento é ofácil manuseio com testes pré-programadosconfigurados, gerenciamentodo tempo de incubação comalarme sonoro, curva de calibraçãoarmazenada e impressa para cadaparâmetro, além de gerenciamentodos controles de qualidade.A Horiba ainda trouxe para oBrasil o STA Compact, equipamentoconsagrado e reconhecidono mundo todo pela qualidade deresultados e robustez, solução idealpara médias rotinas, que comporta96 posições para amostras comidentificação positiva via código debarras. O instrumento possui aindasoftware amigável com flexibilidadepara repetição ou adição de testesa qualquer momento, além deprograma de controle de qualidadeintegrado. O equipamento temcomo grande diferencial o sistemade detecção de coágulos “VDS”que analisa testes coagulométricos,cromogênicos e imunológicossimultaneamente. Além de possuirsistema de pipetagem com cappiercing, permitindo o uso dos tuboscom tampa, aumentando a biosegurança dos laboratórios.A grandiosidade daHoriba no mundoFundada em 1953 em Kyoto,Japão, a Horiba se especializou naconcepção e fabricação de sistemasde análise e medição de líquidos,gases e sólidos, se tornando umadas principais fornecedoras domercado mundial de instrumentosaplicados à indústria e à pesquisa.Está presente em 110 países, distribuídosnos cinco continentes.Atualmente, a multinacionalconta com uma produção de instrumentosque chega à marca de7.500 unidades por ano, além deoito toneladas de reagentes, queestão divididos em quatro centrosde produção, localizados no Brasil,Japão, França e China. Paraalcançar estas marcas, existem 13operações diretas e mais de 100distribuidores instalados que possibilitama Horiba Medical exercersuas atividades com eficiência nosmercados estrangeiros, estandopresente em mais de 27 mil laboratóriosem todo mundo.Outro destaque da companhiasão os dois centros de Pesquisa &Desenvolvimento, localizados naFrança e no Japão, que trabalhampara criar soluções inovadoras eadaptadas à demanda dos mercadose às necessidades específicasde seus clientes. Por isso, paramanter a expertise em diagnósticoin vitro, o objetivo da Horiba édestinar 10% do seu faturamentopara os centros de P&D.Com a construção da novasede, a Horiba Brasil deve ganharmais destaque no cenário mundialda empresa. Além de aumentar aprodução de reagentes, o Brasilconcentrará as operações de todaa América Latina, que atualmenteestá presente em 22 países, com19 distribuidores, oferecendo treinamentoe suporte técnico.“O momento econômico brasileiroestá impulsionando o crescimentoda Horiba Brasil, que a cadadia se consolida como a empresaque oferece as melhores soluçõespara o mercado de diagnósticoin vitro do mundo. Além disso, anova fábrica vai nos possibilitara ampliação do atendimento aomercado brasileiro e da AméricaLatina, já que a proximidade físicae cultural nos torna mais próximosde países como Honduras e El Salvador”,destaca Ibanes.Encontro da equipe da América Latina e do Brasil, reforçando o conceito de One Company42<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


Evento comemorativo aos 20 anos da Shift reforça a inovação e orelacionamento como as palavras-chave da marcaPara uma empresa que leva o slogan“Por você. Sempre”, haveria melhor formade comemorar 20 anos de trajetória do quereunindo clientes e colaboradores em umevento com dupla missão: integração sociale crescimento mútuo? Foi ao responder“não” a essa pergunta que o diretor da Shift,Marcelo Lorencin, decidiu associar outubrode 2011, mês de aniversário da Shift, àcidade de São José do Rio Preto (SP), sededa empresa, para criar o cenário do XIISeminário promovido por ela.Além da celebração, condição fundamentalpara renovar energias, o eventoteve o papel de apresentar o resultado deum projeto no qual a Shift, uma das empresaslíderes no setor de softwares paralaboratórios clínicos, vem trabalhando hámais de quatro anos: o lançamento de novosprodutos. Conforme destaca Lorencin,não se tratam simplesmente de sistemasadicionais nem de novas versões, e sim deuma revolução de portfólio. “O mundo webe mobile, em especial, é uma realidade semvolta e sabíamos que essa inovação e outrasdemandadas pelo mercado é o que tínhamosque trazer para nossas aplicações”.Por meio de apresentações audiovisuaiscomandadas pelos líderes de projeto dosprodutos, os clientes e parceiros da Shiftpuderam conhecer em detalhes o ShiftLis, o Shift Automação, o Shift Controller,o Shift Interface e o Shift BI. Após cadaapresentação, os principais interessadosnas novidades, os clientes, puderam tirarsuas dúvidas e munir a equipe com sugestõespara futuras etapas de atualizações.Parcerias – Com a palestra de <strong>Ed</strong>uardoCavaliere, sales manager da Intersystems,empresa parceira no fornecimento de bancode dados, o público teve a oportunidade deentender o funcionamento da tecnologiaCaché, que foi o que permitiu à Shift migrartodas suas aplicações para o mundo webde uma maneira estruturada, incorporandouma arquitetura aberta e conectada.Outra novidade resultante de mais umaJantar em comemoração aos 20 anos da Shiftparceria bem-sucedida, dessa vez da Shiftcom a BD, empresa líder global em tecnologiamédica, foi apresentada na ocasião:o sistema gerenciador de atendimento. Emseguida, a BD presenteou os participantescom uma palestra sobre Lean Sigma, umainiciativa de melhoria contínua.A Labtest, empresa brasileira que temse destacado no mercado nacional e internacionalcom soluções na área diagnóstica,foi, assim como a BD, parceira estratégicapara a realização do evento. Outro papelcumprido com louvor pela empresa foi adiscussão do tema “Controle de Qualidadedos Processos Analíticos”.Relevância – A Shift também conseguiumobilizar clientes para suas palestras,como o Laboratório Sabin, de Brasília(DF), representado por suas gestoras, asbiomédicas Janete Vaz e Sandra Costa; eo Laboratório Tommasi, de Vitória (ES),representado pelo seu diretor, o farmacêuticoHenrique Tommasi Netto. “Foi, semdúvida, um privilégio ouvir dois grandesclientes-parceiros, com os quais temos pelomenos dez anos de uma relação de sincerocompanheirismo”, destaca Marcelo.Outra palestra que muito acrescentouao repertório dos presentes foi a ministradapor Daniela Camarinha, diretora daYou Care – Gestão, Marketing e Saúde. Aconsultora mostrou ao público como agregarvalor por meio da cocriação. “Usar a aliançae a conexão de forças e conhecimento é oque tem feito das soluções Shift as maisMarcelo Lorencin, diretor da Shiftcompletas e melhores do mercado, porisso acreditamos muito na cocriação, temadiscutido pela Daniela”, afirma Lorencin.Já Ana Regina Rocha, professoradoutora associada da COPPE/UFRJ, foi aresponsável por abordar outro assunto detotal interesse da Shift e seus clientes: amelhoria do software brasileiro (MPS.br).Ao final de sua explanação, Ana coroou aShift com a entrega da placa MPS.br NívelC, conquistada após uma rígida avaliaçãofeita pela Softex. Tal nível de maturidade foiconquistado somente por 12 empresas noPaís, colocando a Shift no topo da qualidadeem desenvolvimento de software no Brasil.Com seu olhar crítico do cenário brasileiro– do descobrimento do País à atualidade– o cineasta e jornalista Arnaldo Jabor fezo encerramento do evento com a palestra“Brasil 2011 – presente e futuro”.Socialização – O XII Seminário da Shiftnão foi marcado apenas pela programação noauditório. Um delicioso happy hour, na noitedo dia 20, e um requintado jantar dançante,no dia 21, trouxeram o clima propício paramuito networking e comemoração. A festaque encerrou as comemorações contou comatrações de peso, como a banda Chorus(Londrina-PR) e Big Time Orchestra (Curitiba-PR). Ao final das atividades, certamente todosos participantes sentiram que vivenciaram,de fato, algo construído para eles, sempre.Palestra de Henrique TommasiRoda Viva com Janete Vaz e Sandra Costa, mediadapor Daniela CamarinhaArnaldo Jabor durante sua palestra no Seminárioda Shift, ao seu lado Juliano Paggiaro, Diretor denegócios da BD, Marcelo Lorencin e Eliane Lustosa,Presidente da Labtest46<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


Centro de Diagnósticos Brasil adota ações sustentáveisAs cinco unidades do Centro de Diagnósticos Brasil – pioneirona integração de serviços de imagem e análises clínicas, em SãoPaulo –, estão comemorando o primeiro ano de seu projeto desustentabilidade. De acordo com Roberto Kalil, diretor de marketingdo CDB, pequenas mudanças foram implementadas nosentido de reduzir o lixo plástico produzido nas clínicas, bemcomo o desperdício de papel e das sacolas plásticas que armazenamos exames de imagem.“Com um trabalho de conscientização junto a pacientes ecolaboradores sobre o uso e descarte racional de copos plásticos,bem como a digitalização de documentos – que evitaimpressões desnecessárias em papel – já foi possível reduzirem 20% o desperdício desses materiais e esse número tende aaumentar”, diz o executivo.Kalil também chama atenção para o poço artesiano construídona unidade CDB Tatuapé – localizada no coração da Zona Leste.“Essa iniciativa também se provou muito bem-sucedida no período,servindo de exemplo de como é possível adotarmos medidasque preservam as bacias comprometidas com o abastecimento dacidade. Outras medidas para reduzir o consumo de água e energiaelétrica também estão sendo tomadas nas quatro megaunidadesque devem ser inauguradas nos próximos dois anos”.I Encontro de LaboratóriosPúblicos sobre Boas Práticas emLaboratório Clínico (BPLC)O processamento de uma análise laboratorial écomposto por três fases: pré-analítica, analítica epós-analítica. Em cada etapa temos a possibilidadede encontrarmos erros que afetam a qualidade econfiabilidade dos resultados.A utilização de Boas Práticas de Laboratório permiteelevar o nível de confiabilidade dos resultados laboratoriais.Com o objetivo de congregar os profissionaisde laboratório, bem como de aproximá-los das boaspráticas no Laboratório Clínico, a Abbott Laboratóriosdo Brasil – Divisão Diagnósticos, em parceria com aCoordenação da Atenção Básica e Assistência Laboratorialda SMS – SP, Divisão de Laboratório Clínico doHC/FMUSP, Hospital do Rim e Hipertensão, realizaramno dia 19 de novembro o I Encontro de LaboratóriosPúblicos sobre Boas Práticas de Laboratório.Contando com um programa orientado ao clientee coordenação do Dr. Nairo Massakazu Sumita(HC/FMUSP) e da Dra. Maria Elizabete Mendes (HC/FMUSP), o programa educacional do evento incluiutemas atuais e relevantes que foram apresentadospor especialistas de diferentes áreas e renomadasno campo da medicina laboratorial. No evento participaram80 profissionais de diferentes laboratóriospúblicos do estado de São Paulo.Durante o encontro, os clientes puderam ouvir efalar sobre a importância da implantação das BPLCem serviços laboratoriais públicos, BPLC na fase préanalítica,BPLC na fase analítica, validação dos serviçosanalíticos, bem como a importância da qualidadeda água reagente.A Abbott Diagnósticos, através de um alto investimentoem pesquisa científica e inovação tecnológica,disponibiliza ao mercado brasileiro a famíliaArchitect de instrumentos que pode ser utilizada emanálises imunológicas (doenças infecciosas, hormônios,fertilidade, drogas, marcadores tumorais etc.)e análises bioquímicas, com monitoramento total detodo processo analítico, fortalecendo o compromissono fornecimento de um resultado confiável.Lançamento da Divisão deInstrumentos da Nikon do BrasilNo dia 07 de novembrode 2011, na tradicional Casadas Rosas, situada na AvenidaPaulista, em São Paulo, aconteceuo evento de lançamentoda Divisão de Instrumentos daNikon do Brasil.O evento contou com apresença de clientes, distribuidores,imprensa e parceiros daNikon do Brasil.Também estiveram presentesos executivos da matriz NikonAmericas Inc: o Presidenteda Nikon das Américas, Sr.Sr. Yoshinobu Ishikawa, Stephen Ross - GerenteGeral de Marketing e Produtos para asAméricas, Sr. Yasuhiro Suizu, Ella Schwartz- Gerente de Vendas para América Latina,Fabio Montera - Gerente Geral da Divisão deInstrumentos da Nikon do BrasilYoshinobu Ishikawa, o Gerente Geral de Negócios das Américas, Sr. YasuhiroSuizu, o Gerente Geral de Marketing e Produtos para as Américas, Sr. StephenRoss, a Gerente de Vendas para América Latina, Sra. Ella Schwartze o Representante de Vendas para a América Latina, Sr. Danilo Rosado.A agenda do evento contou com a apresentação da equipe de profissionaisque formam o quadro da Divisão de Instrumentos da Nikon doBrasil, exposição de imagens do concurso “Small World” promovido pelaNikon, visita ao show-room com demonstrações de microscópios, incluindoo confocal, e uma apresentação teórica realizada pelo Sr. Stephen Ross.Com o estabelecimento da filial local, os principais objetivos sãofortalecer e expandir a presença da empresa no mercado brasileiro paramelhorar o atendimento à comunidade científica brasileira, oferecendo umsistema que integra todos os aspectos dos negócios no Brasil, desde vendas,marketing, suporte aos clientes e serviços até atendimento pós-venda.48<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


Meio Ogawa-Kudoh: uma metodologia fácil e prática para cultivar micobactériasO meio de cultura tradicional para isolamento de micobactérias(com exceção do M. Leprae), meio de Lowenstein-Jensen(LJ), requer descontaminação das amostras clínicas contaminadas,como o escarro. O procedimento de descontaminaçãorecomendado é o método de Petroff, trabalhoso, demorado, alémde precisar de centrifugação.O Ministério da Saúde padronizou recentemente o uso domeio de Ogawa-Kudoh (OK), bastante semelhante ao meioLJ (à base de ovos frescos e verde-malaquita), cuja principalparticularidade é a facilidade no preparo da amostra para semeadura.A descontaminação das amostras de escarro é feitamergulhando uma pequena porção do material, recolhido dofrasco de coleta com swab, e mergulhando em hidróxido desódio 4% por 2 minutos. Não há necessidade de centrifugaçãonem de neutralização do centrifugado, por isso é indicado paralaboratórios com menor complexidade.Outra grande vantagem do meio OK é a área de semeadura,bem maior em relação ao meio LJ, propiciando crescimentomais rápido de número significativamente maior de colônias,suficientes para encaminhamento a laboratório de referênciapara identificação e teste de suscetibilidade.Estas facilidades levaram o Ministério da Saúde a descentralizara inoculação dos meios de cultura, sendo somente asculturas positivas encaminhadas aos LACENs.Os frascos com meio OK têm uma abertura maior, facilitandoa semeadura com o próprio swab utilizado para a descontaminaçãoda amostra, além de serem de material plástico, diminuindoo risco de quebra no transporte e manuseio.O meio OK tem sido utilizado também para amostras nãocontaminadas (líquido pleural, líquor, aspirados de abscessos,etc.) e para isolamento de micobactérias não tuberculosas(atípicas ou de crescimento rápido), com excelentes resultados.Outro benefício do uso do meio OK é o custo final das culturas,mais baixo devido a dispensar uso de centrífugas, descontaminaçãomais simples e à formulação não conter asparagina,componente de alto custo.A Newprov está lançando o produto em várias apresentações:caixas com 10 e 50 frascos, kits para 10 testes (contendo20 frascos do meio, 10 tubos com hidróxido de sódio 4% e 10swabs estéreis) e kits para 25 testes (contendo 50 frascos domeio, 25 swabs estéreis e 25 tubos com hidróxido de sódio 4%).Acompanham os kits uma alça bacteriológica para o repiquedas colônias, quando crescidas, e um encarte contendo:escala semiquantitativa para interpretação das culturas,instruções para reconhecimento de colônias sugestivas docomplexo M. tuberculosis e outras micobactérias, e orientaçãosobre encaminhamento de culturas positivas paralaboratório de referência.Dengue IgA: exclusividade da InterteckDengue é a infecção mais comum no mundo, causada por umFlavivírus. Atualmente, 2,5 bilhões de pessoas (40% da populaçãomundial) correm risco por viverem em áreas endêmicas. A cadaano 50 milhões de casos novos são diagnosticados, e mais, estenúmero de casos cresce anualmente.Estima-se que em todo mundo 500.000 pessoas desenvolvemdengue hemorrágica e precisam de hospitalização, sendo que cercade 12.500 (2,5%) dos infectados morrem.Para minimizar custos de internação e também mortes por Denguehemorrágica, é de extrema importância que se diagnostique adoença o mais cedo possível, assim, pode-se iniciar um tratamentoadequado a fim de minimizar o risco de fatalidade.As técnicas de diagnóstico disponíveis no mercadoidentificam a presença de imunoglobulinasM (IgM), imunoglobulinasG (IgG) e também uma proteínaestrutural (NS1), além da reaçãode cadeia de polimerase (PCR).Preocupada em oferecer aomercado brasileiro o que existe demelhor e mais moderno em diagnóstico,a Interteck trouxe o kit deDengue IgA para diagnóstico destaimportante enfermidade.O IgA aparece no sangue muitoantes do IgG e do IgM, principalmente em infecções secundárias, epersiste no sangue por até 45 dias, diferente da proteína NS1 queaparece e some em espaço curto de tempo. Desta forma o IgA cobretodo o período de desenvolvimento e cura da doença.O kit de Dengue IgA conta com uma nova tecnologia em testesrápidos, trata-se do fluxo reverso, que elimina interferentes da reaçãoe também deixa a linha de visualização do teste mais nítida. Éo único kit de teste rápido que acompanha uma escala de cor paramelhor interpretação dos resultados e pode ser usado em sanguetotal, soro ou plasma.: comercial@interteck.com.br: www.interteck.com.br50<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


Dengue: detecção ágil e precisaA Dengue é uma doença infecciosa febril aguda causadapor um vírus da família Flaviridae e é transmitida através domosquito Aedes aegypti, também infectado pelo vírus. Emtodo o mundo, existem quatro tipos de dengue, já que o víruscausador da doença possui quatro sorotipos: DEN-1, DEN-2,DEN-3 e DEN-4.A Dengue pode se apresentar, clinicamente, de quatro diferentesformas: infecção inaparente, dengue clássica, febrehemorrágica da dengue e síndrome de choque da dengue.Dentre eles, destacam-se a dengue clássica e a febre hemorrágicada dengue.A Medivax oferece a linha mais completa do mercado para odiagnóstico da Dengue, em diferentes metodologias:Dengue Duo Cassete – utilizado na detecção simultâneade anticorpos IgG e IgM do vírus da dengue no soro, plasma esangue total humanos pela imunocromatografia (teste rápido).Apresenta resultado em 15 minutos e pode ser armazenado entre2 e 30ºC. Utilizado para diferenciação entre infecção primáriade secundária.Dengue IgM Captura Elisa – kit para o diagnóstico dainfecção aguda, detecta os anticorpos IgM para os sorotipos1, 2, 3 e 4 antidengue no soro. A detecção de anticorposIgM antidengue por Elisa é um procedimento valioso, particularmentenas infecções secundárias e subsequentes,quando a ocorrência de complicações é alta. Os anticorposIgM antidengue podem ser detectados três a cinco dias apóso início da febre e, geralmente, persistem por 30 a 90 dias,apesar de que níveis detectáveis podem estar presentes atéoito meses após a infecção.Dengue IgG Indireto Elisa – o teste indireto Elisa para IgGanti Dengue destina-se à detecção qualitativa de anticorpos IgGdos sorotipos 1, 2, 3 e 4 antígeno no soro, podendo também serusado para a distinção entre uma infecção de dengue primáriade uma secundária.Dengue NS1 Elisa – é um marcador de infecção aguda ativa.O antígeno NS1 circula em altos níveis no soro dos pacientes cominfecção primária e também secundária, podendo ser detectadoum dia após o aparecimento da febre. É recomendável a coletadas amostras do 1º ao 4º dia após o início dos sintomas.Dengue NS1 Teste Rápido – é um ensaio imunocromatográficopara detecção qualitativa de antígeno NS1, que diagnosticaa infecção ativa da doença a partir do primeiro dia de sintoma.: (21) 2622-4646: medivax@medivax.com.br: www.medivax.com.brSebia Brasil consolida mais um ano de sucesso na linha de eletroforese automatizadaO ano de 2011 está sendo decisivo para a Sebia noBrasil. Além do crescimento na atuação da empresa nomercado brasileiro em relação ao ano anterior, a Sebialançou no mercado três equipamentos: Minicap ® FlexPiercing, Capillarys ® 2 Flex Piercing, lançados no 45º SBPC/ML em Florianópolis e também o Capillarys ® 2 Neonat Fast,que é um equipamento dedicado à automação dos testesde eletroforese neonatal em papel cartão.Ainda no ano de 2011 a Sebia diversificou suas atividadesacrescentando ao menu de testes realizados no equipamentoCapillarys ® 2 Flex Piercing e no Minicap ® Flex Piercing,o teste de medição da hemoglobina glicada por capilaridade,para preencher a crescente demanda mundial por métodos maisacurados e reprodutíveis de medição de HbA1c.Agora no Minicap ® Flex Piercing e no Capillarys ® 2 FlexPiercing é possível realizar os testes de medição da HbA1c,eletroforese de proteínas, eletroforese de hemoglobinas parao estudo das hemoglobinopatias em sangue total em tubosprimários tampados e ainda, o teste de imunotipagem, para acaracterização imunológicas das imunoglobulinas IgG, IgA, IgM,Kappa e Lambda, envolvidas nas gamopatias.A grande vantagem para os laboratórios é que no Capillarys® 2 Flex Piercing e no Minicap ® Flex Piercing é possível realizarvários tipos de testes, o que promove economia de espaço,tempo e dinheiro.O teste de HbA1c por capilaridade já tem o certificado daNGSP e foi lançado comercialmente na Europa e nos EstadosUnidos, onde vários laboratórios já utilizam essa importanteferramenta em sua rotina laboratorial.No Brasil o teste de HbA1c será lançado pela Sebia em 2012,pois ainda encontra-se em fase de registro no Ministério daSaúde brasileiro. Este, certamente, será um dos avanços maisimportantes no monitoramento da HbA1c, como já acontece internacionalmente,o que confirma a posição de destaque da Sebiaentre as principais marcas do mercado diagnóstico mundial.: (11) 3849-0148: sebia@sebia.com.br52<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


Linha de Produtos Dedicados: mais uma inovação da BioclinNa busca constante pela inovação, a Bioclin lança uma exclusiva linha de reagentes dedicados para os equipamentos Mindray.Para o BS 120 e BS 200, a Bioclin lança a linha BIO 200/120 e para o BS 380 e BS 400, a linha BIO 400/380. Além dessas,para o BS 800 está sendo lançada a linha BIO 800.O objetivo destes reagentes dedicados é proporcionar ao cliente uma maior praticidade e conforto para realização de sua rotina,reduzindo o risco de contaminação externa e a perda de reagente, maximizando a produtividade de testes.AlbuminaAmilase cinéticaBilirrubina diretaBilirrubina totalBioprot U/LCRCálcio arsenazo IIICapacidade ligadora de ferro automaçãoCK MB UVCK NAC UVColesterol monoreagenteColinesteraseCreatininaDesidrogenase lática LDH UVFosfatase alcalina cinéticaFósforo UVGama GT líquido estávelGlicose monoreagenteHDL diretoLactatoLDL diretoLipase automaçãoMagnésio monoreagenteProteínas totaisTransaminase ALT (TGP) cinéticaTransaminase AST (TGO) cinéticaTriglicérides monoreagenteUreia cinéticaEm breve: Ácido úrico monoreagente: (31) 3439-5454: www.bioclin.com.brGarrafas para cultura de células - EasypathCom a característica principal de sempre oferecer soluções ao mercadolaboratorial, a EasyPath inova mais uma vez e coloca à disposição sua linha demateriais plásticos descartáveis para cultura celular.Com este lançamento, a EasyPath visa oferecer aos seus clientes e parceirosuma nova opção em qualidade, destacando nesta linha as garrafas paracultura de células, que reúnem em sua composição e design as principais característicasnecessárias para um ótimo desempenho nas culturas realizadas,destacando as seguintes:• Confeccionadas em poliestireno de alta transparência, permitindo ótimavisualização em microscopia nas técnicas de cultura.• Material esterilizado por radiação gama, livre de componentes tóxicos que poderiam interferir no desempenho da técnica.• Possui bocal com inclinação ideal para facilitar a manipulação das amostras.• Sua base é lisa, livre de estrias, permitindoa utilização máxima da sua área útil detratamento.• Superfície tratada para o cultivo de umaampla variedade de células.• Tampas com indicação da posição “Vent”ou com filtros com porosidade de 0.22um,viabilizando o cultivo além de controlar aesterilidade nas trocas gasosas.: (11) 5034-2227: www.erviegas.com.br56<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


Semana da Qualidade na Karyon estimula gestão pessoal e da carreiraPara que qualquer negócio cresça e prospere, a qualidade dosprodutos e serviços deve estar em constante aperfeiçoamento. E,é claro, os colaboradores são peças fundamentais para se atingirtal objetivo. Na Semana da Qualidade na Karyon, eles foramestimulados a gerir e a equilibrar a vida pessoal e profissional.Como ela ocorreu em novembro, mês de aniversário dos 13 anosda empresa, o fechamento contou com uma confraternização.O tema geral foi Gentileza gera Gentileza. “A nossa rotina étão corrida, que muitas vezes nos relacionamos de forma maisapressada. Essa característica tão bem quista no mundo atualjá faz parte do ambiente da Karyon, mas estamos aqui paramelhorar constantemente. Um simples gesto a mais de atençãopode transformar tudo”, diz a responsável pelo setor de Qualidadeda Karyon, Sheila de Souza, sobre a escolha.Foi convidada a psicóloga e especialista em coach de carreiras,Heloísa Yoshida, para dar o workshop “Qualidade devida: Gestão Pessoal e Gestão Profissional”. Nele, foram feitasreflexões com base no filme “O Palhaço”, de Selton Mello. Já aresponsável pelo RH da Karyon, Priscila de Oliveira, deu treinamentoque instigou a equipe a pensar sobre a importância dorespeito nos relacionamentos. Fez uso da música “A Lista”, deOswaldo Montenegro. Os cuidados com a saúde e o bem-estartambém fizeram parte da programação. No encerramento, foicontada a história da empresa com um vídeo sobre diversosmomentos que ocorreram desde a criação da empresa, em 1998.: (21) 3622-6400: comercial@karyon.com.br: www.karyon.com.brS_Line: serviços para a comodidade de laboratórios, médicos e pacientesJá imaginou disponibilizar no site do laboratórioferramentas para que o paciente consulte informaçõesdo exame e em seguida possa agendar a coleta semprecisar sair de casa ou ligar para o laboratório?Muitas vezes os pacientes precisam agendar consultas,marcar coleta de exame, consultar o resultado, entreoutros, mas por algum motivo não conseguem ligarou ir até o laboratório. Por isso é importante oferecersoluções que podem facilitar este tipo de atendimento.Hoje em dia existem ferramentas e serviços quefazem com que o paciente não precise sair de casa nemmesmo para coletar o exame. Desde o agendamentoaté a consulta ao resultado já podem ser feitos semprecisar ir até o laboratório.Alguns dos serviços que garantem maior comodidadepara pacientes são:- Construção e hospedagem de site: garante queo paciente possa consultar informações referentes aolaboratório na internet de forma fácil e prática- Lista de exames no site: permite ter uma lista dos examesque o laboratório oferece, assim como suas informaçõesespecíficas- Agenda de exames no site: garante agendar exames semprecisar sair de casa ou ligar para o laboratório- Coleta domiciliar: permite que o paciente realize algunsexames no conforto de sua casa, sem que precise ir até o laboratóriopara isso- Envio de SMS: informa ao paciente quando o resultadodos exames ficou pronto. Além disso, permite enviar mensagensreferentes a datas comemorativas, auxiliando também nomarketing do laboratório- Consulta aos resultados via internet: permite que os examesfiquem disponíveis on-line e assim, sejam consultados dequalquer lugar e em qualquer hora.Oferecer serviços como estes traz benefícios para os pacientes,que podem agendar e consultar exames, solicitar coletadomiciliar, tirar dúvidas sobre procedimentos de coleta ou locaisque realizam cada exame, de qualquer computador com acesso àinternet, pois os dados ficam disponíveis on-line; para médicos,pois a consulta passa a ser mais rápida e prática, agilizando aindamais o atendimento do profissional de saúde; para laboratórios,pois torna o processo de consulta e atendimento mais rápido efácil. O paciente não precisa ir até o laboratório para agendar,coletar o material e consultar o exame. Essa facilidade oferecidatorna o cliente fiel ao laboratório.A S_Line oferece serviços que facilitem essa comodidade,como: Envio de Resultados via Internet, Agenda de Exame, Listade Exames, Envio de SMS, entre outros.: (27) 3207-6733: sline@sline.com.br: www.sline.com.br58<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


J. Moraes inova e oferece serviço diferenciadoA J. Moraes Comissária de Despachos Aduaneiros fechou, nosegundo semestre de 2011, um contrato de Seguro de ResponsabilidadeCivil Profissional - RCP, com a Chartis Seguros BrasilS.A., através da Sossa Consultoria de Seguros. Vigente por umano, o instrumento fornece proteção à empresa contra perdasconsideradas de sua responsabilidade perante clientes e outros,que derivem de falhas na prestação dos serviços.O limite da apólice para erros e omissões é de R$ 1 milhãoe já estão seguradas, além da sede, as filiais do Aeroporto deGuarulhos, de Santos e a mais recente filial, em Itajaí (SC).Entre os erros mais comuns, apontados pela própria seguradorae relacionados aos despachantes aduaneiros estão: falhainvoluntária na documentação, demurrage, aplicação incorretade alíquota, classificações fiscais, além de erros/infrações cometidosatravés da Lei 10.833.“A legislação de comércio exterior é complexa e os tipos deprodutos que a J. Moraes desembaraça são delicados”, avalia odiretor-presidente da empresa João Moraes. “Apesar de em 20anos de atividade nunca ter dado prejuízo aos meus clientes porerros ou falhas operacionais e, também, por sempre tomarmosos devidos cuidados e providências para evitar erros, como acertificação ISO e o investimento em sistemas operacionaisexclusivos, entendo que a contratação desse seguro deixaránão só a empresa como também meus clientes mais tranquilos.Espero não precisar usá-lo”. O empresário credencia este segurocomo mais um investimento da J. Moraes em prol da excelênciade atendimento.João Moraes pauta-se por uma frase de Sir Winston Churchill,primeiro ministro do Reino Unido por duas vezes, que diz: “Seme fosse possível, escreveria a palavra SEGURO no umbral decada porta, na fronte de cada homem, tão convencido estou deque o seguro pode, mediante um desembolso módico, livrar asfamílias de catástrofes irreparáveis”.: (11) 2461-9290: jmoraes@jmoraes.com.br: www.jmoraes.com.brAlka Autoimunidade: inovação e tecnologia ao alcance do laboratórioA Alka disponibiliza para os laboratóriosmarcas que são referência mundialem autoimunidade e a melhor e maiscompleta linha de reagentes nas metodologiasIFI, Elisa, imunoperoxidase-Colorzyme ® e imunoblot. São produtosdiferenciados e exclusivos só encontradosna Alka.Como parte do compromisso de inovaçãoe tecnologia, a empresa trouxe asmelhores opções de equipamentos paraa automação dos procedimentos técnicos,o melhor e mais completo sistemaautomatizado para leitura e interpretaçãoqualitativa para os testes de fan emIFI: AFT2000 ® , um sistema processadorpara automação de rotinas em IFI.Trata-se de um equipamento compactode alta capacidade e performanceem duas versões: 96 e 160amostras de soro podendo processaraté 210 diluições em testes de triagem etitulação. Rapidez: até 30% mais rápidoque os sistemas similares existentesno mercado. Segurança: único comprobe dupla de pipetagem e lavagemrevestidos com teflon, garantindo maioreficiência nas lavagens e aumento naqualidade do ensaio.Já o IN - Image Navigator ® é o maisavançado sistema de leitura e capturade imagens para o teste de fan. Executaa leitura dos testes e triagem dosresultados de fan em metodologia IFI. Osistema consta de:• Microscópio especial Nikon com basemotorizada e capacidade para atéquatro lâminas simultaneamente• Sistema de alta resolução para capturade quatro fotos por teste• Computador com software com altacapacidade de armazenamento dosdados permitindo a possibilidade derevisão e inserção de comentáriospara cada amostra avaliadaO novo AFT3000 ® + IN é a soluçãocompleta para a rotina laboratorial. Aintegração do AFT3000 ® + IN permite uminterfaceamento completo do conjunto. Owork list do ensaio gerado pelo sistemaAFT é reconhecido automaticamente peloIN, permitindo mais agilidade no processamentodas informações com aumentode segurança na liberação dos resultados.: (11) 5573-8814: www.alka.com.br60<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


Linha de Refratômetros Manuais e de BancadaEm análise de amostras líquidas ou sólidas dissolvidas,tem-se como parâmetro de grande valia o índice de refração,que neste caso, pode ser entendido como o grau de desviode um feixe de luz ao atravessar uma porção da soluçãoa ser analisada.Esta propriedade da física é amplamente utilizada emindústrias farmacêuticas, alimentícias, cosméticas e outras,com a finalidade de determinação do índice de refração econcentração de açúcares, sal e proteínas das soluções.A linha de Refratômetros Manuais e de Bancada da Biobrixoferece várias opções de instrumentos para aplicaçõesespecíficas, tendo como vantagens a obtenção de leiturasrápidas e precisas, pelo emprego de técnica simples e segura,utilizando pequena quantidade de amostra.Esta linha contempla refratômetros manuais e debancada de escalas diferenciadas para determinaçãode Brix, Salinidade e Concentração de ProteínasTotais. Com design robusto e ergonômico, agilizao desempenho de atividades laboratoriais e industriais,potencializando a qualidade com economiade tempo e energia.: contato@biobrix.com.brHoriba planeja padronização da produção de reagentesA Horiba, que é líder em hematologia no Brasil, iniciaplano de padronização da produção de reagentes nas quatrounidades fabris da companhia que operam no mundo.As fábricas estão instaladas na China, Japão, França eBrasil. Os responsáveis pela produção em cada uma dasunidades estiveram em reunião na China para alinhar osindicadores mundiais de desempenho e discutir os novosparâmetros de produção.A meta deste projeto é solucionar os desafios de maneiramais eficiente e ágil. O objetivo é evitar que umaunidade empregue tempo excessivo para solucionar umaquestão que outro país já tenha resolvido.O encontro durou quatro dias e faz parte de um projetoousado da Horiba para uniformizar todos os seusprocessos, reforçando o conceito One Company. “O Brasilser um dos quatro pólos produtores de reagentes fez comque ganhássemos maior visibilidade dentro da companhia”,explica Hamilton Ibanes, presidente da Horiba.Depois de discutir cada indicador mundial, foram criadossubgrupos para discutir as questões de cada segmento.Na área Medical, foram discutidas formas de padronizar aprodução de reagentes, coletando dados de cada centro deprodução para análise e posterior desenvolvimento de umplano de ação. Vincent Coulon, representante da HoribaBrasil no encontro e supervisor de produção da subsidiá-Equipe durante treinamento na Chinaria brasileira, explica que este plano da companhia serámuito positivo.“Ter participado deste encontro foi muito bom, porqueconsegui visualizar como são os processos nas outras unidadesda Horiba, inclusive da China, que é a mais recente.Mesmo que complexa, a ação vai viabilizar a otimizaçãodas nossas atividades”, conta.62<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


AFIP Medicina Diagnóstica: investimento no pré-analítico aumenta eficácia dos processosA AFIP Medicina Diagnóstica investe continuamente no aperfeiçoamentode sistemas inteligentes para o gerenciamento dafase pré-analítica, aliando recursos tecnológicos e treinamentode pessoal.O sistema utilizado pela equipe do laboratório monitora ofluxo de trabalho, rastreando todo o processo, do recebimentodo material à entrega dos resultados.Quando as amostras biológicas chegam ao laboratório central,são identificadas individualmente pelo código de barras, portipo de material. Na etapa seguinte - triagem dos materiais - sãocriadas as rotas de trabalho por código de barras, específicaspara cada setor. O sistemagera um mapa que indica aposição exata de cada amostrana grade ou bandeja. Asrotas prontas são entreguesao setor técnico e conferidasem posições aleatórias antesde serem encaminhadas paraa execução analítica. Essa estruturapermite a distribuiçãode 6.000 tubos por hora.O constante investimentoda AFIP Medicina Diagnósticaem tecnologia e recursos humanospossibilita a interaçãoharmônica entre o sistemaoperacional e o operador. O resultado disso é ganho de tempo,redução expressiva de inconsistências e aperfeiçoamento contínuo,assegurando agilidade e um alto padrão de qualidade emtodas as etapas dos processos.: (11) 5908-7070: administracao@afip.com.br: www.afip.com.br/medicinadiagnosticaLançamento Medmax: coagulômetro de 1 e 2 canais e kits de TTPA e TPA Medmax está lançando a família de coagulômetros MaxClot, disponíveis para venda e comodato. Os equipamentosestão disponíveis em três configurações (um canal, dois canaise quatro canais) e possuem sistema de pipetagem incorporadoao equipamento que, ao dispensar a amostra o contador automático,inicia a contagem sem necessidade de outras ações.Com design moderno, menu de fácil utilização, impressoraincorporada, baixo custo e volume reduzido de reagentes, osanalisadores Max Clot possuem uma excelente relação custobenefício. O equipamento conta ainda com software com curvade calibração interna e armazenagem e impressão de resultados.A Medmax é importadora direta e exclusiva da linha de coagulômetrosMax Clot e possui ainda linha de kits para coagulação paraTTPA e TP com excelente custo e desempenho na linha Max Clot.Com a importação direta dos equipamentos, todos comregistro na Anvisa e adquiridos de fabricantes com ISO 13.485,padrão de qualidade reconhecido internacionalmente, a empresaconsegue preços competitivos, baixo custo por exames no comodatoou na aquisição dos equipamentos, que têm possibilidadede financiamento em até 36 parcelas.: (11) 4191-0170: (11) 4191-0257: (21) 3010-4887: medmax@medmaxnet.com.brMSN: vendas3@medmaxnet.com.brSkype: medmax_comercial: www.medmaxnet.com.br66<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


Formato Clínico mostra consolidação do seu crescimento na jornada do ChileA Formato Clínico, consultoria que desenvolve e gerenciaprojetos técnicos e de gestão em medicina diagnóstica, marcoupresença na X Jornada da Sociedade Médica de LaboratóriosClínicos, que aconteceu no Chile. Participaram do evento maisde 148 expositores e estavam presentes profissionais de laboratórios- médicos, bioquímicos, técnicos químicos, entre outros- de Santiago e regiões próximas.O Chile possui cerca de mil unidades de medicina diagnóstica,em sua maioria privadas e que realizam um total de aproximadamente80 milhões de exames ao ano. A Formato acabade expandir os negócios para o país e espera contribuir para aprofissionalização e consolidação do segmento.O projeto está sendo coordenado pela Dra. Carolina Prieto,patologista clínica. A Formato atua em três frentes básicas:consultoria de processo e qualidade, consultoria em negóciosem saúde e educação continuada.Carolina Prieto Castillo, Gustavo Campana e Carmen Oplustil: (11) 3512-6910: formatoclinico@formatoclinico.com.br: www.formatoclinico.com.brAnticoagulantes na prática clínicaOs anticoagulantes são substâncias que impedem a formaçãode coágulos no sangue (trombos), inibindo a síntesedos fatores de coagulação. São muito utilizados em tubosde ensaio, bolsas de transfusão de sangue e equipamentode diálise renal.O sangue para análise pode ser obtido de veias, artériasou capilares. O sangue venoso é geralmente a amostra deescolha, e a punção venosa é o método de obtenção dessaamostra. Em crianças pequenas, a punção da pele é frequentementeusada para obter o que é predominantemente sanguecapilar; a punção arterial é usada, sobretudo para análisesde gases do sangue.Se for desejado sangue total ou plasma para um teste,tem de ser adicionado um anticoagulante à amostra duranteo procedimento de coleta. O sangue integral é raramentenecessário para testes de química clínica. O soro, do sanguecoagulado, é a amostra de escolha para muitos sistemas deanálise, mas o plasma obtido com um anticoagulante adequadopode ser uma amostra igualmente válida; em certascircunstâncias pode ser preferível em vez de soro. Como acoleta de soro requer uma espera de 15 a 30 minutos paraque se complete a coagulação antes de centrifugar, o usode plasma acelera a análise em emergências médicas. Alémdisso, o rendimento de plasma a partir de um dado volumede sangue integral é sempre maior do que o de soro.O EDTA (ácido etilenodiaminotetracético) é um agentequelante, particularmente útil para exames hematológicos,por preservar os componentes celulares do sangue. Atuabloqueando o Cálcio ionizado por quelação, levando a formaçãodo complexo EDTA-Cálcio. Desta forma, o efeito emcascata da coagulação (dependente de Cálcio) é paralisado,inibindo as conversões da Protrombina em Trombina e a açãoda Trombina no Fibrinogênio, que forma a Fibrina (coágulo).O fluoreto de sódio é em geral considerado um conservadorpara a glicose do sangue; no entanto, também agecomo um anticoagulante fraco. Como conservador, juntocom outro anticoagulante como o oxalato de potássio, éeficaz na concentração de ~2mg/ml de sangue. Ele exercesua ação preservativa ao inibir os sistemas enzimáticos daglicólise. Quando o fluoreto de sódio é usado sozinho paraimpedir a coagulação, são necessárias concentrações de trêsa cinco vezes maiores do que os rotineiros 2mg/ml. Há poucajustificativa de seu uso como anticoagulante para testes dequímica clínica.A Biotécnica disponibiliza em sua linha de produtos osanticoagulantes EDTA, Fluoreto de Sódio e Citrato.: (35) 3214-4646: www.biotecnica.ind.br68<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


Lançamento: tubos criogênicos para biologia molecular BionakyA Cral oferece aos seus clientes a nova linha de tubos criogênicospara biologia molecular.Feitos em polipropileno de altíssima qualidade, autoclaváveis,suportam temperaturas entre -196°C e +121°C, graduadoscom tampa de rosca externa, autossustentáveis, com códigode barras impresso em cada tubo e com local para anotações.Os tubos criogênicos para biologia molecular Bionaky sãolivres de DNAse, RNAse, de toxinas, apirogênicos e esterilizadospor raios gama. Vedação perfeita dispensando o uso de anelde vedação.Discos para tubos criogênicosOs discos possuem encaixe perfeito nos tubos criogênicospara biologia molecular Bionaky e podem ser utilizados emdiversas combinações de cores./: (11) 2712-7000: (11) 3454-7000: cral@cralplast.com.br: www.cralplast.com.brProgramação da Roche no Hemo incluiu discussõessobre tecnologias para segurança de bancos de sangueEspecialistas do Brasil e exterior discutiram os principaistemas da hematologia e hemoterapia durante o CongressoBrasileiro de Hematologia e Hemoterapia - Hemo 2011, realizadoem novembro, em São Paulo.A programação da Roche Diagnóstica contou com trêsgrandes palestras, sobre segurança em bancos de sanguee testes NAT de terceira geração; importância do controleda anticoagulação com monitores portáteis; e atividade demarcadores de medula óssea em hematologia.Para abordar a segurança do sangue no Brasil foram convidadosDr. José Mauro Kutner, diretor do Banco de Sangue doAlbert Einstein; Dr. Silvano Wendel, diretor do Banco de Sanguedo Sírio Libanês e Presidente da Sociedade Internacional deTransfusão de Sangue (ISBT); e os especialistas internacionais,Dr. John Saldanha, diretor médico científico da Roche MolecularDiagnostics, EUA; e Dra. Lydia Blanco - diretora médica doCentro de Hemoterapia de Castilla y León, Espanha.Resultados de pesquisas mostraram que o equipamentocobas ® TaqScreen MPX versão 2.0, com tecnologia NAT daRoche Diagnóstica, acelera os resultados dos testes de váriossubtipos de vírus do HIV, hepatite C e B, sem a necessidadede repetição, o que aumenta o estoque de sangue disponívelnos hemocentros. Os equipamentos da Roche Diagnóstica,responsável por mais de 60% dos testes NAT no Brasil, sediferenciam pela automatização, rapidez e a detecção detodos os vírus e subtipos das hepatites B e C, além do HIV.A palestrante Lydia Blanco trouxe sua experiência da Espanhasobre a utilização de teste NAT. “Utilizando o NAT, em seteanos apenas em um centro de hemoterapia, evitamos que maisde mil pessoas contraíssem doenças como Aids e hepatites B eC”, afirmou. Segundo a especialista, os bons resultados obtidosna Espanha se devem à implantação de sistema de centralizaçãodos hemocentros pelo governo espanhol, há 10 anos,que determinou por lei a utilização do NAT para alguns vírus.No Brasil, a utilização dos testes NAT ainda está limitadaaos grandes hospitais pela rede privada. O médico SilvanoWendel ressalta que a solução é mesmo a centralização dosistema. “Porém, devido à dimensão do país e a questõespolíticas, ela ainda não foi ampliada”.Na área de hematologia, a Roche promoveu palestrasobre novos parâmetros de alto valor clínico, que podemser incorporados ao hemograma, sendo realizados namesma amostra e no mesmo equipamento utilizado para ohemograma padrão.O especialista Jan Gerrit Hoogendijk, gerente internacionalde produto de hematologia da Roche Diagnóstica, falousobre anemia, por deficiência de ferro clássica e as anemiasde doença crônica não representam grande dificuldade paraa área de diagnóstico. Entretanto, 20% destes pacientespossuem deficiência de ferro funcional, um desequilíbrio entreo ferro requerido para a eritropoiese e os estoques de ferrodisponíveis. Esse tipo de deficiência leva a diminuição dahemoglobinização das células vermelhas, e a um quadro deanemia microcítica e hipocrômica. O diagnóstico precoce daanemia por deficiência de ferro funcional pode ser baseada noconteúdo de hemoglobina dos reticulócitos, o RET-He.Foram abordados ainda outros parâmetros que forneceminformação valiosa sobre a atividade da medula óssea na produçãode diferentes linhagens celulares, como o IRF ou fraçãode reticulócitos imaturos; o IG ou contagem de granulócitosimaturos e o IPF, fração de plaquetas imaturas. Uma últimaconsideração foi feita com relação à contagem de HPC (Célulasprogenitoras hematológicas), disponível no equipamentoSysmex XE-5000 ® . Estudos recentes mostram uma correlaçãosignificativa ente as contagens de HPC e de células CD34+,tornando o parâmetro HPC uma ferramenta de triagem útil,rápida e econômica, que possibilita a otimização da enumeraçãode células CD34+ pelo método de citometria de fluxo.70<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


Access2: solução para os ensaios imunológicos em laboratórios de pequeno e médio porteA Beckman Coulter apresenta todas as vantagens de umaferramenta moderna e qualificada. As principais característicastécnicas e as maiores vantagens oferecidas pelo Acess2para ensaios imunológicos são:• Sistema completamente automatizado.• Metodologia de quimiluminescência indireta, utilizandosubstrato dioxetano.• Carga contínua de trabalho, com capacidade para 60tubos realizando até 24 parâmetros por tubo.• Produtividade de 100 testes hora.• Capacidade de processar amostras de urgência em qualquermomento sem limite.• Menu amplo de testes.• Reagentes e calibradores pronto para uso.• Trabalha com tubos primários (12/13x75mm,16x75mm,13/16x100mm) de plástico ou vidro, tubos de alíquota ecubetas de amostras simultaneamente.• 24 reagentes a bordo refrigerados, 4 a 10ºC.• Calibrações estáveis por até 56 dias.• Reagentes e calibradores identificados por códigos debarras.• Gerenciamento automático de acessórios, número detestes, testes disponíveis, expiração de curvas e reagentes,número de lotes.• Interfaceamento unidirecional, bidirecional, bidirecionalcom Host Query.• Controle de qualidade com gráficos Levey-Jennings eanálises baseada nas regras de Westgard.• Tipos de amostras: soro, plasma, urina, fluido amniótico,sangue total./: (11) 4154-8818: coultersp@beckmancoulter.com.br: www.beckmancoulter.com.brKit detecta sete drogas de abuso em um único passoA Bio Advance lança kit de Multi Drogas que detecta emum único teste sete drogas de abuso [AMP, BAR, COC, MET,MOR300, THC e MDMA (XTC)] da marca Instant View ® , daempresa americana Alfa Scientific Designs, INC.O produto fornece uma alternativa simples, rápida e confiávelpara detecção qualitativa do uso de drogas de abuso,proporcionando uma análise analítica preliminar.Usando a metodologia de teste imunocromatográfico,o kit Multi Drogas M7 Instant View ® é realizado em amostrasde urina em um único passo e segue as recomendaçõesdo Serviço de Administração de Saúde Mental e Drogasde Abuso (SAMHSA) com aprovação no FDA e CE.AMP Anfetamina 1000 ng/mlBAR Barbitúricos 200 ng/mlCOC Cocaína 300 ng/mlMET Metanfetamina 500 ng/mlMOR Morfina 300 ng/mlTHC Marijuana/Haxixe 50 ng/mlXTC MDMA ou Ecstasy 500 ng/ml: (11) 3445-5418: contato@bioadvancediag.com.br: www.bioadvancediag.com.br72<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


Finanças em dia com nova ferramenta da HotsoftUsuários Labplus e Labmaster contam agora com a possibilidadede agregar módulo financeiro que opera na plataformaWeb. A integração com o LIS avança, além do compartilhamentode cadastros, aos lançamentos de caixa, faturas para convêniose controle total das contas a pagar e contas a receber.Os laboratórios clínicos usuários das soluções Labplus ouLabmaster, da Hotsoft, podem contar agora com um novoauxiliar financeiro. Desenvolvido para trabalhar de forma integradacom o LIS, o módulo funciona na plataforma web eagrega funcionalidades muito úteis e de fácil implementação.O sistema contempla, por exemplo, lançamentos e controlespor local de atendimento. Não há necessidade de cadastrá-los,uma vez que são importados diretamente do LIS. Na criação doslançamentos financeiros, o sistema detecta automaticamente olocal de atendimento do usuário logado no LIS e a origem doslançamentos fica perfeitamente identificada.Todas as contas de Caixa e Bancos podem ser visualizadas naforma de extrato e é possível fazer conciliações para reproduziro extrato real das contas. O relatório de fluxo de caixa, por suavez, permite ao administrador do laboratório tomar conhecimentodas previsões de movimentação dos saldos e assim melhorplanejar sua ações.Para as contas contábeis (e.g. aluguel, IPTU, luz, telefone)há um plano de contas, que pode ser personalizado pelo laboratóriosegundo suas necessidades. Dado que é expansível, émelhor iniciar com um plano mais simples e ir criando novascontas conforme a necessidade.Para identificar o devedor, em lançamentos a receber, ou ocredor, em lançamentos a pagar, existe o conceito de pessoas.Podem ser físicas ou jurídicas e podem ser importadas do LIS.Quatro tipos de pessoas são automaticamente inseridos: pacientes,médicos, operadoras e fornecedores.Os lançamentos também podem ser programados para seremrepetidos (semanal, mensal) para os casos de pagamentosou receitas parceladas.A integração com o LIS se estende, para além dos cadastrosde pessoas e locais de atendimento, aos lançamentos de retiradasde caixa e o faturamento para convênios.A simplicidade operacional e a eficiência no resultado, maisuma vez, foram os desafios que a Hotsoft se impôs ao desenhare desenvolver este módulo. Como parte fundamental da soluçãohá ainda um suporte ágil e competente, visando garantir aosusuários uma experiência de software agradável e segura.: (44) 3302-4455: negocios@labplus.com.br: www.hotsoft.com.brDengue Combo Test BioconO vírus da dengue é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti e Aedes albopictus, amplamente distribuídos através das áreastropicais e subtropicais no mundo. Existem quatro tipos distintos de sorotipos (vírus 1, 2, 3 e 4).O Dengue Combo Test Biocon é um teste imunocromatográfico em fase sólida para a detecção rápida, qualitativa e diferencial deanticorpos IgG e IgM para o vírus da dengue em soro e plasma humano. Este teste destina-se ao uso profissional como um recursodo diagnóstico presuntivo entre a infecção primária e secundária da dengue.Características:• Detecção diferenciada entre infecção primária e secundária• Boa correlação com o teste de Inibição por Aglutinação (HI)• Armazenagem à temperatura ambiente• Resultado em 15 minutos: comercial@biocondiagnosticos.com.br: www.biocondiagnosticos.com.brRegistro MS: 8063872000576<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


Imuno-Elisa anti-HCV da WamaEstima-se que 3% da população mundial seja portadorade hepatite C crônica, constituindo-se num sério problemade saúde no mundo. O vírus da hepatite C é do tipo RNA,pertencente à família Flaviviridae.No Brasil são encontrados os genótipos 1a, 1b, 2a, 2b e3, com predominância do genótipo 1 sobre os outros (60% do1 contra 40% dos outros). O genótipo 1 tende a não ter boaresposta ao tratamento em relação aos demais.Os fatores de risco associados à transmissão do HCV são,principalmente, as exposições através de transfusão e transplantede doadores infectados e uso de drogas injetáveis, emmenor proporção hemodiálise e acidentes perfurocortantes.Outros fatores incluem a transmissão sexual e contatocom familiares HCV positivos. Associado a estes se encontraum alto percentual de pacientes (45%) sem causa específica.O Imuno-Elisa anti-HCV da Wama é um teste imunoenzimáticoque utiliza proteínas recombinantes Core, NS3,NS4 e NS5 do HCV para detectar a presença de anticorposanti-HCV no soro ou plasma humano.Princípio do método - as cavidades da microplaca sãorecobertas com múltiplas epítopes de proteínas do vírus HCV(fase sólida). Quando anticorpos anti-HCV estão presentes naamostra de soro ou plasma, eles reagem com as proteínasrecombinantes da fase sólida.O material não ligado é removido por lavagem. Umconjugado de anti-IgG humana de camundongo marcadacom peroxidase se ligará aos anticorpos IgG anti-HCV. Umsubstrato (TMB) é adicionado, o qual revelará uma cor azulnas cavidades onde a enzima peroxidase estiver presente,indicando a presença de anticorpos anti-HCV.Uma solução stop ácida para bloqueio da reação enzimáticaé adicionada, a qual mudará a cor da solução para amarela. Aabsorbância é então medida a 450 nm. A concentração de anticorposanti-HCV é diretamente proporcional à intensidade da corda reação. Sensibilidade de 100% e especificidade de 99,50%.Em um estudo realizado com 300 amostras de soro e plasmaobtidas de um laboratório de referência, das quais 100 erampositivas e 200 negativas, foram determinadas a sensibilidadee especificidade do kit Imuno-Elisa anti-HCV da Wama.Sensibilidade = verdadeiros positivos / (verdadeiros positivos+ falsos negativos) x 100Especificidade = verdadeiros negativos / (verdadeirosnegativos + falsos positivos) x 100VerdadeirospositivosFalsospositivosVerdadeirosnegativosFalsosnegativosSensibilidade(%)Especificidade(%)Resultado 100 1 199 0 100 99,50A precisão intraensaio foi determinada ensaiando duas amostras de soros positivos, uma alta e outra baixa, em 20 replicatas.Amostras positivas Número de vezes Média das absorbânciasDesviopadrãoCV(%)Alta 20 1,056 0,058 5,4 %Baixa 20 0,323 0,024 7,4 %A precisão interensaio foi determinada ensaiando dois pools de soros positivos em 20 diferentes corridas.Amostras positivas Número de vezes Média das absorbânciasDesviopadrãoCV(%)Registro MS: 10310030130Alta 20 1,099 0,077 7,0 %Baixa 20 0,334 0,031 9,2 %: (16) 3377-9977 / : atendimento@wamadiagnostica.com.br / : www.wamadiganostica.com.br78<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


Horiba Medical investe em treinamento para os distribuidoresNestes 15 anos de atuação no País, a Horiba Medical desenvolveu uma cadeia dedistribuidores qualificados, que representam a companhia nas diversas regiões do país.Para que estas empresas desenvolvam um trabalho com alta qualidade, a Horiba Medicalinveste em treinamentos bastante complexos, que proporcionem segurança aos distribuidorespara negociar a venda das máquinas e resolver problemas técnicos.“Estamos em uma fase bastante avançada, porque nossos distribuidores que já sãomais antigos, agora já estão conhecendo instrumentos destinados a grandes rotinas,como o Pentra 120, que é muito usado em laboratórios de grande porte”, explica Danielde Oliveira, supervisor de treinamento.Estes treinamentos têm duração média de duas a quatro semanas. O objetivo é mostraro funcionamento do equipamento, inclusive ensinando aos distribuidores como calibrar edescobrir possíveis erros na operação. “Este suporte da Horiba Medical proporciona maissegurança ao cliente, que necessita de retorno imediato quando um problema técnicoocorre para não prejudicar o andamento das rotinas do laboratório”, explica LeandroXavier, da Labshopping, de Minas Gerais.Juarez Catarina, presidente da Sillab, acredita que é muito importante que os donosde distribuidoras de instrumentos hematológicos também consigam entender do negócioe, assim, contratar técnicos competentes. “Eu já tive na empresa muitos profissionaiscompetentes, mas que não conseguiam transmitir esta segurança ao cliente. Isso geravadescrédito quanto ao trabalho que desenvolvíamos. Por isso, participar dos treinamentos quea Horiba Medical oferece nos deixa mais seguros para tocar o negócio”, destaca Catarina.Mesmo com escassez de mão de obra qualificada, o executivo afirma que os treinamentostécnicos certificados pela Horiba são uma grande oportunidade para o profissionalcrescer neste mercado. “Os cursos vão desde o Pentra 60, que é um equipamento simplese destinado a pequenas rotinas, até aqueles mais complexos como o Pentra 120. O técnicotem a chance de ser qualificado por uma empresa como a Horiba, que é reconhecidainternacionalmente pela qualidade de seus equipamentos, suprindo uma necessidade domercado nacional”, ressalta.De acordo com Ana Paula Carrières, gerente de vendas da Horiba Medical, é sensívela mudança sentida após a participação dos distribuidores em cursos como estes. “Elesse sentem mais seguros para atender o cliente e ganham em argumentação. Por isso, aHoriba Medical tem como meta investir cada vez mais na relação com estas empresas quedistribuem nossos equipamentos, já que são eles que conhecem o mercado local comoninguém”, explica a profissional.RCR Rinaldinomeia novogerente geralA RCR Rinaldi, empresadedicada ao mercado diagnósticodesde 1987, nomeouum novo gerente geral apartir de outubro de 2011.Luis Henrique Nani Rinaldipossui formação e experiênciano mercado diagnóstico desdea fundação da empresa, ondeiniciou seus trabalhos comovendedor, sempre com excelenteperformance.A RCR Rinaldi hoje atuanos segmentos de laboratóriosde análises clínicas,hospitais, bancos de sangue,controle de qualidade nasindústrias de alimentos e bebidas,consultórios médicos,clínicas veterinárias, prontossocorrose clínicas de cardiologiae medicina dos esportes,oferecendo produtos de qualidadegarantida.: (11) 3833-9898: rcrrinaldi@rcrrinaldi.com.br: www.rcrrinaldi.com.brBeeline 220 S e Hep2 – resultados rápidos, precisos e padronizadosCom a crescente demanda em autoimunidade, os ensaiosde células Hep2 por imunofluorescência se tornaram uma dasprincipais ferramentas para a triagem laboratorial.O sistema de automação para o preparo das lâminas deimunofluorescência Beeline220S foi projetadopara atender a estademanda. Garantindopadronização, rapideze precisão o Beeline220 S é um sistemarobusto que aumentaa qualidade dos resultadosde Hep2 e liberaao operador especialistapara a tarefa maisimportante do processamento, a interpretação de resultados.Ágil, o Beeline processa até 96 pacientes ou 12 lâminas em1 hora e meia, incluindo as diluições seriadas de forma simples einteligente, além de ser compacto, personalizável e de minimizaro consumo de reagentes como PBS. É o sistema perfeito paraquem busca qualidade em automação para imunofluorescência.: www.analiselaboratorios.com.br80<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


1 a Jornada Científica Werfen DaysA Werfen Medical realizou entre os dias 20 e 21 de outubroa 1 a Jornada Científica Werfen Days, no Hotel Gran Estanplaza,em São Paulo. O evento contou com a participação de 200 profissionais,vindos de São Paulo (capital e interior), Rio de Janeiro,Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, além de estados donordeste e centro-oeste.A maior parte do público era de médicos intensivistas, infectologistas,hematologistas, farmacêuticos, bioquímicos e biomédicos.As palestras foram proferidas por 11 renomados especialistasdo Brasil e da Itália, além da participação de dois moderadores:Dr. Marcelo Gonçalves (Pardini) e Dra. Vilma Trindade.Os temas discutidos abordaram questões relacionadas aocuidado do paciente crítico, point of care, trombofilia e hemorragiadentro da hemostasia, microbiologia, biologia moleculare autoimunidade.O primeiro dia de trabalhos foi dedicado ao cuidado do pacientecrítico, à importância e ao impacto de alguns metabólitosnestes pacientes, com ênfase na necessidade de boas práticasna fase pré-analítica para um bom diagnóstico. Dessa forma,foram elucidadas importantes questões como a conectividade desistemas point of care e o controle de qualidade exaustivo queestes sistemas devem ter para garantir a qualidade dos exames.Nesta primeira fase palestraram Dr. Eliézer Silva (HospitalIsraelita Albert Einstein), Dr. Nairo Sumita (Faculdade de Medicinada Universidade de São Paulo e Fleury), Dr. Luiz Monteiro (HospitalQuase 200 profissionais participaram do eventoDr. Paolo Simioni, Dr. Marcelo Gonçalves, Dr. Ernesto de Meis e JulianaGodoy, gerente de marketing da Werfen MedicalUniversitário Antonio Pedro da Universidade Federal Fluminense),Dra. Neigma da Silva (Dasa) e Dra. Selma Almeida (Dasa).A segunda etapa foi reservada à discussão de temas sobretrombofilia, aspectos da hemostasia em pacientes com câncere outros importantes parâmetros. A grande participação daaudiência durante a mesa redonda possibilitou uma profundadiscussão sobre os temas expostos pelos palestrantes. Forameles: Dr. Paolo Simioni (Universidade de Pádova, Itália) e Dr.Ernesto de Meis (Hospital Universitário Clementino Fraga Filhoda Universidade Federal do Rio de Janeiro).No segundo dia de jornada, as palestras tiveram foco nabiologia molecular em seus diversos aspectos, com interfacecom áreas como a hemostasia, microbiologia e infectologia.Entre as apresentações, Dr. Jorge Sampaio (Fleury e USP) falousobre “GeneXpert: a biologia molecular chega ao laboratório deurgências” e Dr. Hélio Manguinhos (Laboratório Richet) abordouos “Novos métodos diagnósticos para tuberculose”.Outra abordagem durante o evento foi autoimunidade, cujaspalestras foram proferidas por especialistas na área, como a Dra.Alessandra Dellavance (Fleury) e o Dr. Nelson Gaburo (Dasa).Entre os presentes (assistentes e palestrantes) ficou claroque a 1ª Jornada Werfen Days se caracterizou por um evento deforte impacto científico, com temas extremamente inovadores eque é já uma das referências no atual calendário de eventos dedivulgação científica.ICP-MS: desempenho e sensibilidade em análises de metais pesadosA evolução de técnicas instrumentais, como a espectrometriade absorção atômica com forno de grafite, a espectrometriade absorção atômica com chama e a espectrometria de massacom plasma indutivamente acoplado (ICP-MS), tem permitidoa determinação quantitativa de elementos químicos com muitosucesso, seja pela simplicidade e baixo custo, por possibilitardeterminações simultâneas e por cobrir uma ampla faixa de concentraçõese limites de quantificação na ordem de μg/L a pg/L.A determinação de metais pesados em amostras biológicas,em níveis de traço e ultratraço, permite avaliar o nívelde exposição individual e os possíveis efeitos nocivos dessesmetais ao organismo humano, possibilitando o uso de medidase tratamentos preventivos.Sempre em busca do pioneirismo, inovação, o LaboratórioAlvaro oferece os melhores serviços aos seus clientes, disponibilizandopara o mercado seu novo Setor de Óptica: empregandoICP-MS para a determinação de metais pesados em sangue,plasma, soro, urina, pelos, cabelo e unha. O Laboratório Alvarooferece diversos exames inovadores e resultados de alto desempenhoe sensibilidade.: www.dasa.com.br82<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


ESPECIAL EspecialEspecialESPECIALEspecialESPECIALEspecial ESPECIALESPECIALEspecialSerpentes no umbigoHipertensão porta significa aumentoda pressão hidrostática no sistemavenoso portal. É classificada como présinusoidal,como na trombose ou invasãotumoral da veia porta; sinusoidal,como na cirrose e na hepatite alcoólica;e pós-sinusoidal, como na doençaveno-oclusiva, obstrução da veia cavainferior, cardiopatias valvares e pericardite constritiva, entreoutras. Os seus principais sinais são esplenomegalia, ascite,circulação colateral visível no abdome, varizes esofagogástricas(hemorragia digestiva alta) e hemorroidas (hemorragiadigestiva baixa). Entretanto, a doença hemorroidária é condiçãopatológica muito comum na população, não significandoisoladamente um sinal de hipertensão portal. A esplenomegaliageralmente decorre de hepatopatias que determinam o bloqueiodo fluxo sanguíneo portal como na esquistossomose e cirrose. Aascite hepatógena é uma complicação frequente das doençascrônicas do fígado. É consequente à transudação de líquidoperitonial e resulta de uma associação de vários fatores como:desequilíbrio das forças de Starling com o aumento da pressãoportal e redução da albumina sérica; aumento da transudaçãolinfática; ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona(SRAA); ativação do sistema nervoso simpático e ação devasodilatadores periféricos (tipo óxido nítrico).O sangramento pela ruptura das varizes esôfago-gástricasconstitui a principal causa de óbito nos pacientes hepatopatascrônicos. Exterioriza-se sob a forma de hematêmese ou melena.Outro achado frequente de hipertensão portal avançada é acirculação colateral visível no abdome. Resulta do aumentodo fluxo e dilatação das colaterais que comunicam o sistemaporta às veias cava inferior e superior, ocorrendo também arecanalização da veia umbilical.No livro “Medicando com Arte” de Armando JC Bezerra eJordano Pereira Araújo, publicado pelo Conselho Regionalde Medicina do Distrito Federal, 2006, há o relato de ter sidoMedusa uma jovem tão orgulhosa de seus cabelos que ousouachá-los mais belos que os de Atena. Para punir tamanha vai-dade, essa deusa transformou-os em serpentes. Todos aquelesque cruzavam o olhar com o da mortal Medusa, eram imediatamentepetrificados. Perseu, filho de Zeus e considerado herói,resolveu, certo dia, matar Medusa. Para escapar de seu olharparalisante, pediu emprestado o escudo espelhado de Atena.Medusa, ofuscada pelos raios de sol refletidos no escudo, foientão decapitada pela lâmina afiada da espada de aço deHermes, empunhada por Perseu. Do sangue que jorrou dascarótidas decepadas da Medusa, que estava grávida, nasceuPégaso, o cavalo com asas de ouro.Na hipertensão portal de qualquer etiologia (esquistossomose,cirrose e outras doenças), devido à pressão aumentada na veiaporta, instalam-se os desvios porto-sistêmicos, ou seja, circulaçãocolateral, como descrito acima. As veias subcutâneas emtorno do umbigo tornam-se varicosas e tortuosas, lembrandocobras azuladas serpenteando na pele. Este aspecto foi comparadoao emaranhado de serpentes da Cabeça da Medusa (lat.caput medusae) ou Cirsônfalo (Gr. kirsós = varizes e omphalos= umbigo), isto é, veias varicosas em torno do umbigo.Texto baseado em autores nacionais e em Pena, GP, Andrade-Filho,JS. Analogies in medicine: valuable for learning, reasoning, rememberingand naming. Adv in Health Sci <strong>Ed</strong>uc (2010) 15:609-619 DOI:10.1007/s10459-008-9126-2).José de Souza Andrade Filho - Patologista, membro da AcademiaMineira de Medicina e professor de anatomia patológicada Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais.84<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


ArtigoEstudo Transversal de Candidíase Vulvovaginal em umaUnidade Básica de Saúde do Noroeste PaulistaCamila Fontes Marson 1 , Natália Spatini de Souza 1 , Cátia Rezende 2 , Eloni Aparecida Fontana 3 , Fernando Sérgio Ferreira Dionísio 41 – Graduanda do Curso de Farmácia do Centro Universitário de Votuporanga2 – Farmacêutica-Bioquímica, mestre em Biotecnologia, docente da Disciplina de MicrobiologiaClínica do Centro Universitário de Votuporanga3 – Farmacêutica-Bioquímica, mestre em Análises Clínicas, docente do estágio Supervisionadoem Análises Clínicas do Centro Universitário de Votuporanga4 – Biólogo, especialista em Fisiologia, docente da Disciplina de Histologia do Centro Universitário de VotuporangaResumoSummaryEstudo transversal de candidíase vulvovaginal emuma Unidade Básica de Saúde do noroeste paulistaA candidíase vulvovaginal (CVV) é a principal patologia queacomete a mulher, principalmente na idade fértil. Vários fatorescontribuem para o desenvolvimento desta patologia, sendo os maisfrequentes: uso de anticoncepcionais, diabetes, gravidez, terapiade reposição hormonal, antibioticoterapia de amplo espectro,corticoidoterapia, hábitos de higiene e vestuários inadequados.O presente estudo objetivou realizar um estudo sobre candidíasevulvovaginal em uma Unidade Básica de Saúde em um município donoroeste paulista, analisando características clínicas da patologia,da paciente, diagnóstico e tratamento utilizados. Foram analisados325 prontuários de pacientes atendidas na UBS, constatando-senove (3%) casos positivos para CVV. A idade entre 36-45 apresentoumaior incidência de CVV. O diagnóstico utilizado foi oPapanicolaou e o tratamento em 100% dos casos foi nistatinatópica. Pode-se concluir neste estudo que a baixa incidência deCVV pode estar relacionada com deficiência no diagnóstico. Alémdisso, tratamentos inadequados podem comprometer o prognósticodo paciente e o desenvolvimento de resistência.Cross-sectional study of vulvovaginal candidiasisin a Basic Health Unit in northeastern São PauloThe vulvovaginal candidiasis (VVC) is the primarypathology that affects women, especially in the childbearingage. Several factors contribute to the developmentof this pathology, the most common are: contraceptiveuse, diabetes, pregnancy, hormone replacement therapy,broad-spectrum antibiotic. This study aimed to perform astudy about vulvovaginal candidiasis overwritten in a BasicHealth Unit (BHU) in a city of Northwest of Sao Paulo, wherethey were analyzed clinical pathology, patient, diagnosisand treatment used. We analyzed 325 records of patientsseen at BHU, having noticed 9 (3%) positive cases for VVC.The age between 36-45 had a higher incidence of VVC.The diagnosis was used in Pap smears and the treatmentof cases was 100% nystatin topically. It can be concludedfrom this study that the low incidence of VVC may be relatedto deficiency in the diagnosis. Furthermore, inadequatetreatment may impair the patient’s prognosis and the developmentof resistance.Palavras-chave: Candidíase, nistatina, mulheres, fatoresde risco, Candida sppKeywords: Candidiasis, nystatin, women, risk factors,Candida sppIntroduçãoCandidíase vulvovaginal (CVV)é uma inflamação da mucosagenital, comprometendo avulva e a vagina, causada por váriasespécies de Candida, habitante normaldessas mucosas (1, 2).O gênero Candida é constituídode aproximadamente 200 diferentesespécies de leveduras, habitantescomensais do trato gastrointestinal,do trato geniturinário e da pele, emlocais de maceração e umidade (3).Estão muito bem adaptadas ao corpohumano, por isso podem colonizá-losem produzir sinais de doença emcondições de normalidade fisiológica90<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


(4). Entre as espécies que compõemesse gênero, a Candida albicans é umpatógeno oportunista que apresentamaior relevância em função de suataxa de prevalência em condições denormalidade e de doença (5-7). Alémdisso, essa levedura está amplamentedistribuída na natureza, ocupando diversoshabitats, ao contrário de outrasespécies do gênero, de distribuiçãolimitada (8). As leveduras do gêneroCandida, em particular a C. albicans,são patógenos oportunistas frequentementeisolados das superfíciesmucosas de indivíduos normais (7).A C. albicans é um fungo dimórfico,que se apresenta sob as formasleveduriformes no estado saprofítico,estando associado à colonizaçãoassintomática; ou como filamentosas,observadas em processospatogênicos (1, 8, 9). A mudançade comensal para patogênico estána dependência dos fatores de virulênciada levedura e dos fatoresde defesa do hospedeiro. Para queocorra a candidíase vaginal clínica, ofungo precisa vencer a batalha como meio vaginal e invadir a mucosa,causando sintomatologia (10, 11).Candida spp é responsável por15% a 25% dos casos de vaginites,sendo causada por isolados que habitama mucosa vaginal e a digestivae que crescem em meio favorávelao seu desenvolvimento (12, 13).Candida albicans está presente comomicrobiota vaginal normal em 15% a20% das mulheres adultas saudáveise em 30% a 40% das grávidas (14,15, 16). Outras espécies como Candidaglabrata e Candida parapsilosispodem estar presentes em proporçõesrelativamente menores (17).A CVV se caracteriza clinicamentepor prurido, ardor, dispareunia, leucorreiae disúria (1, 18). Com frequência,a vulva e a vagina encontram-seedemaciadas e hiperemiadas (19). Aslesões podem-se estender para o períneo,região perianal e inguinal (20).Em alguns casos, é possível observar apresença de lesões satélites vulvares,como escoriações (10). Os sintomas seintensificam no período pré-menstrual,quando a acidez vaginal aumenta (21).Estudos apontam que 20 a 25% dasmulheres adultas apresentam colonizaçãoassintomática (1).A principal fonte de leveduras vaginaisé o trato gastrointestinal, atravésde um processo chamado transmissãoendógena. Elas são veiculadas para avagina por autoinoculação, onde seadaptam e se desenvolvem. A transmissãosexual também é aceita, o quetorna a CVV uma doença sexualmentetransmissível (DST) (22).Estima-se que a maioria das mulheres(75%) apresentará ao menosum episódio da infecção no decorrerde sua vida e 40% a 50% terão umsegundo episódio e cerca de 5% poderiamadquirir padrão crônico (23,24). Algumas mulheres (3%-5%)apresentarão candidíase vulvovaginalcrônica, com episódios de repetição,que se caracterizam pela apresentaçãode pelo menos quatro episódiosem um ano (13, 15, 25, 26). A CVVestá entre os principais problemasginecológicos que afetam mulheresna idade reprodutiva, sendo que aprevalência parece ter aumentado nosúltimos anos (2).Os principais fatores de pré-disposiçãoao aparecimento de CVV são: agravidez, o uso de contraceptivos oraise terapia de reposição hormonal, porproduzirem de hiperestrogenismo,ocasionando um aumento da quantidadede glicogênio. Essa situaçãotambém é comum no período prémenstrual(27). O diabetes pode ocasionaralterações metabólicas, comoaumento nos níveis de glicogênio, contribuindopara a infecção de Cândida(28, 29). A antibioticoterapia de amploespectro; corticoidoterapia são fatoresde pré-disposição importantes, poisocasionam uma imunodebilidade (27).Além desses, os hábitos de higiene evestuários inadequados determinampouca aeração nos órgãos genitais eaumentam a umidade (28, 30, 31).Na prática diária, em consultórios,podem ser encontradas três classesdistintas de pacientes com CVV: assintomáticacom achado eventual deCandida sp no exame de rotina (Papanicolau);sintomática, sem históriade recorrência e sintomática, comhistória de recorrência (32). Paraa confirmação da suspeita clínica,torna-se necessária a realização detestes laboratoriais para o isolamentoe identificação do patógeno uma vezque a sintomatologia desta infecçãonão é patognomônica (33, 34).O diagnóstico correto das espéciesenvolvidas na CVV tem interesse nãosó epidemiológico, mas também clínico.A história natural destas infecções,bem como sua resposta à terapêutica,varia em função das várias espéciesrelacionadas (35, 36). Para o tratamentode CVV, têm sido empregadosos agentes imidazólicos e triazólicos(fluconazol, miconazol, clotrimazol,itraconazol e cetoconazol), além dosagentes poliênicos (nistatina) (37).Acredita-se que uma parcela significativadas amostras de Candida nãoalbicansé menos sensível aos azólicosquando comparados às amostras deCandida albicans. Relatos de falhas naprofilaxia e tratamento com fluconazoltêm sido registrados com espéciesintrinsecamente menos sensíveis aesta droga. Estas informações enfatizama importância da identificaçãoacurada das espécies de Candida e oestudo da suscetibilidade in vitro aosantifúngicos, no sentido de aprimorar92<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


as condutas de terapêutica (38). Háescassez de publicações sobre os antifúngicosmais utilizados (37).Dentro deste contexto, o presenteestudo objetivou realizar um estudosobre candidíase vulvovaginal emuma Unidade Básica de Saúde emum município do noroeste paulista,analisando características clínicas dapatologia, da paciente, diagnóstico etratamento utilizados.Materiais e MétodosForam analisados prontuáriosmanuscritos de pacientes atendidasem uma Unidade Básica de Saúde deum município do noroeste paulista,no período de 6 de janeiro a 27 dejulho de 2010. Neste levantamentode dados foram analisados: a idadeda paciente, a presença ou a ausênciade sintomas de CVV, os examesrealizados no diagnóstico, a presençaou ausência de Candida sp e a terapiaprescrita. O presente estudo recebeuparecer favorável da responsáveltécnica da Unidade Básica de Saúde,mantendo o sigilo dos dados obtidosde todas pacientes.Resultados e DiscussãoNo período relatado foram analisados325 prontuários de pacientesatendidas na UBS. Destes, constataramnove casos positivos para Candidíasevulvovaginal (Figura 1).Figura 1. Gráfico representativo da porcentagem de candidíase vulvovaginal nos 325prontuários de pacientes analisados numa UBS do noroeste paulistaNúmeroDos 325 prontuários analisados, aspacientes apresentaram idade entre 15a 81 anos. Com relação à associação deCVV e idade, foram constatados entre15 a 25 anos, 63 casos negativos e doispositivos; entre 26 a 35 anos, 62 casosforam negativos e um positivo; entre36 a 45 anos, 68 casos foram negativose três positivos; entre 46 a 55 anos, 74casos foram negativos e dois positivos;entre 56 a 65 anos, 34 casos foramnegativos e nenhum positivo; entre 66a 75 anos, 10 casos foram negativose um positivo e entre 76 a 81 anos,foram seis casos negativos e nenhumpositivo (Figura 2).O coeficiente de incidência de CVVproporcional à idade foi mais elevadona faixa entre 66-75 anos (10%).Sendo os demais relatados: 15-25anos (3,2%), 26-35 anos (1,6%), 36-45 anos (4,4%), 46-55 anos (2,7%),56-65 e 76-81 anos, ausência de casoem ambos.Das pacientes avaliadas, 77,78%apresentaram sintomas de CVV, sendoos mais descritos: prurido, ardor e edema.Destas, quatro pacientes apresentaramos três sintomas relatados simultaneamente(prurido+ardor+edema),uma paciente relatou dois sintomas(prurido+ardor) e duas pacientes relataramsomente um sintoma (prurido).Duas pacientes eram assintomáticas(22,22%).A única técnica de diagnóstico foio exame de rotina Papanicolaou. Jáa medicação prescrita e dispensadana rede pública de saúde foi cremeginecológico de nistatina 25.000 UI/g,em 100% dos casos.DiscussãoFigura 2. Gráfico representativo do número de casos de CVV e correlação com faixa etáriadas 325 pacientes avaliadasA CVV representa a segunda causamais comum de vulvovaginite, sendoque pelo menos 75% das mulheres<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 201293


apresentarão esta patologia em algummomento da vida (4, 41). Entretanto,neste estudo foi demonstrado um índicede 3% para esta patologia. Estedado está em desacordo com Ferrazzae colaboradores (37), que demonstraramfrequência de 23,8% e 24,7% emestudos realizados em Jaraguá do Sul eMaringá, respectivamente. Galle e Mendes-Gianinni(38) relataram prevalênciade 27,6% em 250 amostras analisadas.Já Andrioli e colaboradores (39) apresentaramíndices ainda maiores, 47,9%e 21,8% em pacientes sintomáticas eassintomáticas, respectivamente.Vários autores consideram que osresultados discrepantes estão associadosaos fatores epidemiológicos,incluindo variação geográfica (39, 42).Ao correlacionarmos as amostraspositivas com a idade, a faixa etáriaentre 36 a 45 anos apresentou trêscasos positivos. Andrioli e colaboradores(39) evidenciaram uma maior frequênciade casos entre 14 a 46 anos.Entre as vulvovaginites, a candidíase éapontada como a causa mais frequenteem mulheres na idade fértil (40).Alguns trabalhos ressaltam o usode anticoncepcionais como um importantefator de risco para CVV, podendocontribuir o principal na idade fértil(30). Acredita-se que o estrógenoreduz a habilidade que as células doepitélio vaginal têm para inibir a infecçãopor Candida spp (43).A sintomatologia de infecçõesvaginais por Candida spp não é patognomônica(40) e os critérios paradiagnóstico são subjetivos (36). Algunsprofissionais adotam a presençade um sinal e um sintoma para diagnóstico,outros acatam a presença dedois ou mais sinais e sintomas, taiscomo corrimento branco flocoso ouleitoso, associado à presença de outrasmanifestações clínicas relatadas(prurido, dispareunia, ardor e disúria)(7). Os sintomas se intensificam noperíodo pré-menstrual, quando a acidezvaginal aumenta (30).Estudos apontam que 20 a 25%das mulheres adultas apresentamcolonização assintomática (3). Dane colaboradores (43) observaramuma incidência de 35,5% para asmulheres sintomáticas e 15% paraas assintomáticas.Das pacientes sintomáticas, o pruridofoi a queixa presente em todas(6, 7). A queixa de prurido tem sidoreferida como a mais importante nasportadoras de CVV (18, 43).Neste e s t u d o e n c o n t r o u - s e22,22% de pacientes assintomáticas.Este índice pode ser variável e influenciávelpor diversos fatores. Ferrazzae colaboradores (37) realizaramestudo em diferentes municípios daregião sul, demonstrando variaçõesentre frequência de pacientes sintomáticase assintomáticas, seguindo omesmo protocolo.Simões (32) sugere que na ausênciade sintomas e na presença deexame ginecológico normal, a pacientenão deve receber tratamentopara CVV, pois 30% das mulheressaudáveis apresentam Candida sp namicrobiota vaginal. Além disso, o diagnósticoclínico através da presença deprurido, corrimento vaginal e eritema,geralmente não é específico para CVV.Este mesmo autor afirma que umsimples achado de Candida spp numexame de rotina, como o Papanicolaou,não significa presença de CVV.Grande parte das mulheres diagnosticadascomo CVV tem seus sintomasdevido a outras causas que não a candidíase(32). Por isso, um diagnóstico corretoé a maior garantia de um sucessoterapêutico. Desta maneira, é essencialque o diagnóstico seja feito através decultura de secreção vaginal e diminua onúmero de terapias empíricas.Ferrazza e colaboradores (37)não encontraram cepas de Candidaspp, isoladas da secreção vaginal,resistentes ao fluconazol e anfotericinaB. Entretanto, 52,8% das cepasapresentaram suscetibilidade dependenteda dose (S-DD) à nistatina. Otratamento da CVV normalmente éempírico, porém as recidivas refletema ineficácia deste.Vários antifúngicos são empregadosno tratamento de CVV e as drogas azólicasse constituem no tratamento deeleição desta doença (40). Entretanto,a nistatina é um antifúngico utilizadoem formulações tópicas, de baixo custoe disponível no serviço público. Nesteestudo foi a única medicação prescritapara as pacientes com CVV. Ferrazza ecolaboradores (37) relataram a baixaexpectativa terapêutica com nistatinaobservada pelas pacientes analisadasnos últimos anos, que pode estar correlacionadaao desenvolvimento de resistênciapela utilizada indiscriminadadeste antifúngico.Pode-se concluir neste estudoque a baixa incidência de CVV podeestar relacionada com divergênciasentre anamnese e diagnóstico, muitasvezes pela carência de diagnósticoslaboratoriais confiáveis para determinarema etiologia da doença. É deextrema necessidade que seja realizadacultura para o diagnóstico deCVV e associados testes de antifungigramapara determinar o tratamentoadequado. Entretanto, a realidadedo Sistema Único de Saúde contribuipara diagnósticos errôneos e tratamentosinadequados, comprometendoo prognóstico do paciente e com odesenvolvimento de resistência.Correspondências para:Camila Fontes Marsoncamilamt22@hotmail.com94<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


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ArtigoAnemia: Distúrbio Hematológico Comum na População IdosaThiáskara Ramile Caldas Leite 1 , Fabiano Leal de Sousa 2 ,Audízio Gabriel e Silva Júnior 2 , Sâmia Macedo Queiroz Mota 3Laboratório de Análises Clínicas Vicente LemosResumoSummaryAnemia: distúrbio hematológico comum na populaçãoidosaO envelhecimento é um processo complexo que afeta umavariedade de funções, incluindo a capacidade proliferativa, e otempo de vida das células. A anemia é uma síndrome clínica queocorre quando há uma redução do nível de hemoglobina e estedistúrbio hematológico tem grande prevalência na população idosa.Um dos tipos de anemia mais comuns nesse grupo populacionalé a anemia por deficiência de ferro. O objetivo deste trabalho foiavaliar a prevalência de anemia em uma população de idosos querealizaram exames no Laboratório de Análises Clínicas VicenteLemos na cidade de Crato, CE. Foi analisado o eritrograma de 286idosos com idade igual ou > 60 anos, de ambos os sexos. O estudofoi realizado no mês de junho de 2010. A anemia encontrada nogrupo foi avaliada principalmente pelos valores de hemoglobina.No entanto, outros parâmetros foram estudados, como o volumecorpuscular médio (VCM) e amplitude de distribuição eritrocitária(RDW). A prevalência de anemia foi observada em ambos os sexos.Porém, a prevalência de anemia foi maior no sexo feminino do queno sexo masculino, pois mais de 80% das mulheres apresentaramhemoglobina abaixo do valor de referência. Por fim, concluiu-seque a anemia é realmente frequente nos idosos, podendo assim,comprometer a qualidade de vida desses indivíduos e até interferirna mortalidade desta população.Anemia: common hematological disorder in elderlyAging is a complex process that affects a variety of functions,including the proliferative capacity and lifespan of cells.The anemia is a clinical syndrome that occurs when there is areduction in hemoglobin level, and this hematological disorderis very prevalent in the elderly. One of the most common typesof anemia in this population group is the iron-deficiency anemia.The aim of this study was to evaluate the prevalence of anemiain an elderly population who underwent examinations in ClinicalLaboratory Vicente Lemos in the town of Crato-Ce. Was analyzederythrogram of 286 elderly aged> 60 years, of both sexes. Thestudy was conducted in June 2010. The anemia found in the groupwas evaluated mainly by hemoglobin. However, other parameterswere studied, such as mean corpuscular volume (MCV) and redcell distribution width (RDW). The prevalence of anemia wasobserved in both sexes. The prevalence of anemia was 17.8% inmales and 10.8% among women. Finally, it was concluded thatanemia is actually frequent in the elderly. Therefore, the causesthat lead to anemia should be investigated, so that it is treated asquickly as possible and thus contribute to improving the qualityof life in this population.Keywords: Anemia, elderly, haematology, hematologyPalavras chaves: Anemia, idosos, eritrograma, hematologiaIntroduçãoOtermo envelhecimentoabrange diversos conceitos,nos quais ocorrem modificaçõesmorfológicas, fisiológicas, bioquímicase psicológicas, podendo levar oindivíduo a processos patológicos eaté à morte (1).O envelhecimento é o resultadodo declínio progressivo na capacidadeproliferativa e no tempo de vida dascélulas e o efeito da exposição continuadaa influências que resultam noacúmulo progressivo de danos celulare molecular (2).A anemia é uma síndrome clínicaque ocorre quando há uma redução donível de hemoglobina quando comparadoaos níveis de uma determinadapopulação. Podem surgir por falha na100<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


produção, pelas perdas sanguíneas epela destruição aumentada dos glóbulosvermelhos (3, 4).No sistema hematopoiético, a celularidadeda medula óssea, que aonascimento é de 80 a 100%, chegaatingir 30% ao redor dos 65 anos.Dessa forma, com o envelhecimento,o espaço medular é substituído portecido adiposo e fibroso, o que provavelmentedecorre da osteoporoseno idoso (5, 6).A Organização Mundial da Saúde(OMS) determina que os critérios paraanemia são: nível de hemoglobinamenor que 13g/dL em homens e 12g/dL em mulheres. Em um estudo,avaliando 222 pacientes presumidamentesadios, acima de 65 anos, 25%do grupo estava enquadrado dentrodo limite anêmico, fato que pode serexplicado pela alta prevalência dedoenças crônicas nesses grupos (7).Os sintomas e sinais da anemiaocorrerem em geral pela redução dotransporte de oxigênio aos tecidos eisto leva até graus variados de dispneia,palpitações, entre outros, comopalidez e fadiga (8).Os mecanismos das anemias podemser determinados devido a causasdiferentes. Pode ser devido a umafalha na produção de hemoglobina,pela deficiência de ferro e vitaminaB12, ou por uma doença hereditáriae até devido a um câncer (9).A anemia por deficiência de ferrocomo um processo evolutivo que seinicia com a depleção dos estoquesde ferro, passa pela queda no ferroem transporte e termina na reduçãodo ferro ligado à hemoglobina, resultandona anemia clínica. É comumenteencontrada nos idosos peladificuldade da ingesta de alimentose pela diminuição da absorção dosnutrientes (10, 11).Outra anemia que acomete apopulação idosa é a anemia megaloblástica.Ela ocorre devido à carênciade vitamina B12 e/ou ácido fólico,ocasionando uma hematopoiese ineficaz(12).Quanto ao Volume CorpuscularMédio (VCM), nota-se que com a idadeo idoso tende a ter um aumento desteíndice, em torno de 100fl, sem causaaparente (5).Diante das considerações descritas,o presente trabalho discute osíndices hematológicos adequados àpopulação idosa, tendo em vista quea anemia reflete saúde comprometidae aumento da vulnerabilidade e tevecomo objetivo avaliar a prevalência deanemia em uma população de idosos.Material e MétodosO presente trabalho foi realizadoem idosos que procuraram o Laboratóriode Análises Clínicas VicenteLemos para efetuar exames de rotina.Foram analisadas amostras sanguíneasde 286 idosos (101 homens e 185mulheres), com idade variando de 60a 94 anos, no mês de junho de 2010.A coleta do sangue foi realizadapela manhã, por punção venosa,estando o paciente em jejum. Adeterminação dos parâmetros hematológicosfoi realizada no contadorautomático Advia ® 120 da Bayer ®(120 amostras/h) por 25 parâmetros.Quando o equipamento detectoualterações, foram confeccionadas extensõessanguíneas, fixadas e coradascom Corante Panótico Laborclin ® paraproceder à revisão microscópica dasamostras em estudo.A análise dos dados foi feita deforma descritiva, através de tabelase gráficos, utilizando o programa desoftware Microsoft Office Excel, Microsoft® . Os valores de referência paraos índices hematológicos, segundoas normas do fabricante, podem serobservados na Tabela 1. Foi realizada,também, a verificação de diferençasentre as médias do sexo masculino efeminino e entre as faixas etárias, paraos parâmetros citados.Resultados e DiscussõesNo presente estudo foram avaliados286 indivíduos idosos com idades variadasentre 60 e 94 anos, com idademédia de 71,75 anos para os homense 71,39 anos para as mulheres. Dapopulação estudada, 35,3% eram dosexo masculino e 64,7% do sexo feminino.Verificou-se que a maioria dasmulheres e dos homens fazia parte dafaixa etária de 60 a 69 anos (46,5%).Foram analisadas em todo o grupoas concentrações de Hemácias, Hemoglobina(Hb), Volume CorpuscularMédio (VCM), Hemoglobina CorpuscularMédia (HCM), Concentraçãode Hemoglobina Corpuscular Média(CHCM), amplitude de distribuiçãoTabela 1. Valores de referências das células sanguíneas e índices hematológicosÍndicesHemoglobinaValores12,00 a 16,00 g/dLHemácias 3,90 a 5,90 milhões/mm 3VCMHCMCHCM82,00 a 96,00 fL26,00 a 34,00 pg31,00 a 36,00 g/dLRDW 10,00 a 15,00 %102<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


Tabela 2. Distribuição da população idosa, segundo o sexoSexo Número Frequência (%)Masculino 101 35,3%Feminino 185 64,7%Total 286 100Tabela 3. Distribuição da população idosa, segundo a faixa etáriaSexo 60 – 69 anos 70 – 79 anos 80 – 89 anos 90 – 99 anosMasculino 43 37 17 4Feminino 90 63 30 2Total 133 100 47 6Tabela 4. Índices hematimétricos encontrados no grupo em estudoÍndices Média IntervaloVCM 86,52 56,6 - 111,52HCM 28,81 14,29 - 34,73CHCM 33,32 25,24 - 36,1Hemácias em milhões/mm 365432104,66 4,893,92FemininoMasculinoMédia em relação ao sexoGráfico 1. Distribuição das médias dos valores de hemácias nas populações de ambos os sexoseritrocitária (RDW) e calculadas asmédias para esta população.O Gráfico 1 mostra que há emambas as populações valores de hemáciasabaixo dos índices normais.Algumas causas estão relacionadascom a diminuição no número deeritrócitos. Esse fato deve-se, porexemplo, a um encurtamento do3,58Média dos valores dehemácias na populaçãode idososMédia dos valores dehemácias abaixo do valorde referênciaciclo de vida dos eritrócitos, comotambém, a um declínio de eritropoetina,o principal hormônio daprodução dos eritrócitos (7).A prevalência de anemia, segundoas concentrações de Hb, foide 17,8% para o sexo masculino, e10,8% para o sexo feminino e estãorepresentados nos Gráficos 2 e 3.Estudos apontam uma prevalênciaalta de anemia em pacientesidosos, principalmente entre o sexomasculino (8). Neste trabalho podeseobservar que realmente a populaçãomasculina com hemoglobinabaixa foi maior do que a populaçãofeminina.O Gráfico 4 mostra que 12,2 % danossa população total (286 idosos)possuem células eritrocitárias comanisocitose.O RDW (red cell distributionwidth) é medido como um coeficientede variação da distribuição dashemácias, ou seja, é um indicativodo grau de anisocitose das hemáciasexpresso em porcentagem (13).Através desse índice podemos observarse a população eritrocitáriase encontra homogênea ou heterogênea,já que resultados acima dosvalores de referência são indicativosde anisocitose, parâmetro importanteem alguns tipos de anemias.De acordo com os índices hematimétricosavaliados no eritrogramados 38 pacientes que apresentaramperfil anêmico, evidenciamos que22 pacientes apresentaram anemianormocítica e normocrômica (reduçãoapenas nos valores de hemoglobinaem g/dL), cinco pacientesapresentaram macrocitose (onde osíndices de VCM se mostraram acimado valor de referência), 11 pacientesapresentaram microcitose (reduçãonos valores de VCM), dois pacientesapresentaram hipocromia (quantidadede hemoglobina reduzida). Osdois pacientes que apresentaramhipocromia também apresentavammicrocitose.Trabalhos anteriores mostraramque nos idosos a anemia por deficiênciade ferro (microcítica) é maisfrequente que a macrocítica. Nestetrabalho foram observados os mesmosresultados com relação a estasduas anemias (12).<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012103


17,8%Idosos do sexomasculino com valores dehemoglobina normais12,2%Pacientes com RDWacima do normal82,2%Idosos do sexomasculino com valores dehemoglobina abaixo donormal87,8%Pacientes com RDWdentro dos valoresnormaisGráfico 2. Distribuição de hemoglobina nos homensGráfico 4. Avaliação populacional das hemácias em relação ao RDW10,8%Idosos do sexofeminino com valoresde hemoglobina normais112Hemoglobina reduzidaMacrocitose89,2%Idosos do sexofeminino com valores dehemoglobina abaixo donormal522MicrocitoseHipocromia** Hipocromia associada à microcitoseGráfico 3. Distribuição de hemoglobina nas mulheresGráfico 5. Avaliação da população celular quanto ao tamanho ecoloraçãoConclusãoPode-se verificar que a anemiarealmente acomete a populaçãoidosa. Assim, deve-se investigarbem as causas que levam a umaanemia, para que esta seja tratada omais rápido possível e, dessa forma,contribuir para melhorar a qualidadede vida desta população.Como foi citado, fatores nutricionaise bioquímicos estão entreas principais causas de anemias nosidosos. Então um acompanhamentomédico regular e uma dieta adequadapara fornecer os nutrientesnecessários para manutenção deuma hematopoiese satisfatória sãomuito importantes para que o organismodessa população mantenha-semais saudável e menos suscetível aanemias, infecções e outras doençascomuns dessa faixa etária devido àsua vulnerabilidade.Correspondências para:Thiáskara Ramile Caldas Leitethiaskara_eu@hotmail.comReferências Bibliográficas1. Carvalho Filho, Papaleo Netto M. Geriatria Fundamentos, clínicos e terapêutica. Rio de Janeiro: Atheneu. 2005. 452p2. Robbins C. Patologia: bases Patológicas das doenças. Rio de Janeiro: Elsevier <strong>Ed</strong>itora Ltda, 2005. 1513 p.3. Cliquet MG. Anemia no Idoso. Rev Bras de Medicina, 67(4): 89-96, 2010.4. Saldanha AL, Caldas CP. Saúde do Idoso: A arte de cuidar. Rio de Janeiro: Interciência, 2004. 399p.5. Freitas EV, Gorzoni ML, Py L. Tratado de geriatria e gerontologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 2006. 1666p6. Anjos AR, Silva MA, Borelli P. Matriz Extracelular e Leucemia. Rev Bras de Hematol Hemoter, 22(3), 2000.7. Duthie EH, Katz PR. Geriatria Prática. 3 ed. Rio de Janeiro: Revinter. 2002. 582p.8. Zago M, Falcão R, Pasquini R. Hematologia. Fundamentos e Prática. Parte IV - Anemias por Insuficiência da medula óssea. Atheneu. 1ª. edição. 2001.9. Lorenzi TF. Manual de Hematologia. Capítulo 3 - Anemias. 4ª <strong>Ed</strong>ição. Guanabara Koogan. 2006.10. Del CLA, Almeida CAN. Avaliação do estado nutricional de ferro na criança. Rev Paul Pediatr. 20(1): 37-42. 2002.11. Poter JB. Practical management of iron overload. Br J Hematol. 115: 239-52. 200112. Guralnik J et al. Prevalence of anemia in persons 65 years and older in the United States: Evidence for a high rate of unexplainedanemia. Blood. 104: 2263-2268. 200413. Grotto HZW. Diferenciação das anemias microcíticas utilizando a determinação do RDW. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 30(2). 2008104<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


ArtigoFrequência de Lesões Pré-Malignas e Malignas e Índice deSatisfação de Lâminas Colhidas em Exames Cérvico-Vaginais, noMunicípio de Itajaí, SCCamila Dal Toé Ramos 1 , Mércia Wahldrich Chiminelli Borth 1 , Márcio Alvarez da Silva 21 – Bioquímicas, pós-graduandas do Curso de Especialização em Citologia Cérvico-Vaginal e Citologia de Líquidos Corporais. UFSC2 – Professor do Departamento de Biologia Celular, Embriologia e Genética. UFSCResumoSummaryFrequência de lesões pré-malignas e malignas eíndice de satisfação de lâminas colhidas em examescérvico-vaginais, no município de Itajaí, SCPara diagnosticar lesões precursoras do câncer do colouterino, o exame citopatológico é utilizado frequentemente. Orastreamento deste câncer tem como principal objetivo diminuir amorbimortalidade associada a esta doença, através de programasque empregam estratégias para identificar as mulheres que possamter lesões precursoras e evitar progressão ao estágio invasivo.Neste contexto, o exame citopatológico se apresenta como ummétodo barato e eficaz para o diagnóstico destas lesões, além depossibilitar a identificação de agentes causadores de infecçõesgenitais. O objetivo deste estudo foi determinar a prevalência delesões pré-malignas e malignas do colo uterino e as razões pelasquais algumas lâminas são descartadas, impedindo um resultadoque possa auxiliar no diagnóstico final. Os dados foram retiradosdo sistema do serviço público de saúde da cidade de Itajaí-SC,entre os anos de 2007 e 2009. Através de um estudo observacionalretrospectivo, foram analisados 31.953 exames registrados noarquivo de laudos citopatológicos da Secretaria de Saúde do município.A classificação dos resultados citológicos seguiu os critériosestabelecidos pelo Sistema Bethesda, 2001. Verificou-se que 501laudos apresentaram citologia alterada, resultando em 1,57% dototal. Dentre as lesões, o predomínio foi o diagnóstico de CélulasEscamosas Atípicas de Significado Indeterminado (ASCUS) com40% das lâminas. Já o principal motivo de rejeição/insatisfaçãodas lâminas foi a presença de artefatos de dessecamento, com19 amostras, verificando um percentual de 27%. Esta pesquisademonstrou a efetividade do programa de rastreamento do câncerde colo uterino no município analisado, através da citologia preventiva,assim como a preparação e o posterior armazenamentoadequados das amostras, contribuindo assim para redução daincidência da doença.Palavras-chave: Citopatologia, carcinoma cérvico-vaginal,lesões intraepiteliaisFrequency of malign and pre-malign lesion and satisfactionindex of plates picked up in cervical-vaginalsexams, in Itajai city, SCTo diagnose precursory lesions of the cervix, the cytopatologicalexam is frequently used. The tracing of this cancer has asmain goal to decrease the morbimortality associated to this illness,through programs that employ strategies to identify women whomight have precursory lesions and avoid the progress to the invasiveperiod. In this context, the cytopatological exam is shown asa cheap and efficient method for the diagnosis of these lesions,yonder to enable the identification of agents which cause genitalinfections. The objective of this study was to determine the prevalenceof malign and pre-malign lesions of the cervix and the reasonswhy some laminas are disregarded, preventing a result that canhelp in final diagnostic. The data were taken from the health publicservice of Itajaí city, between 2007 and 2009. Through a retrospectiveobservational study, 31,953 exams registered in the filesof cytopatological results of the Health Secretary of the city wereanalyzed. The classification of the cytological results followed thecriteria settled by the Bethesda System, 2001. It was verified that501 results had altered cytology, resulting in 1.57% of the total.Among the lesions, the predominance was the diagnostic of AtypicalSquamous Cells of Indeterminate Meaning (ASC-US) with 40%of the laminas. Yet the main reason of the rejection/insatisfactionof the laminas was the presence of artifacts of dessecament, with19 samples, verifying 27%. This research showed the efficiencyof the tracing program of the cervix cancer in the analyzed city,through a prevent cytology, as well as the preparation and theposterior suitable storing of the samples, contributing this way tothe decreasing of the incidence of this illness.Keywords: Cytopatology, cervic-vaginal carcinoma, innerepitheliumlesions108<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


IntroduçãoOCâncer é uma doença crônico-degenerativaconsideradaum problema de saúde públicatanto em países desenvolvidosquanto em desenvolvimento (1, 2,3). As estimativas mais recentes doInstituto Nacional do Câncer (INCA) eOrganização Mundial da Saúde (OMS)no ano de 2008 revelaram que existiriam12 milhões de novos casos decâncer e 7 milhões de óbitos. Sabendodo crescimento da população e seuposterior envelhecimento, pode-seprever um aumento dos números decasos da doença, principalmente empaíses em desenvolvimento. A IARC/OMS estimou que, em 2008, metadedos casos novos e cerca de dois terçosdos óbitos por câncer ocorreriamnessas localidades (2, 3).No Brasil estima-se que, para oano de 2010/2011, ocorrerão 489.270novos casos de câncer. Os tipos maisincidentes serão os cânceres de próstatae de pulmão no sexo masculinoe os cânceres de mama e do colo doútero no sexo feminino (à exceção docâncer de pele do tipo não melanomapara ambos os sexos) (1).O câncer de colo de útero é, portanto,o segundo tipo mais comumda doença em mulheres, sendo maisevidente na faixa etária de 20- 29anos com risco aumentado na faixade 45-49 anos. Em âmbito estaduala estimativa de novos casos para oano 2010 em Santa Catarina chegaa 610 em outras regiões, com umataxa bruta de 19,4%, enquanto quena capital Florianópolis, o índiceprevisto chega a 40 casos, com taxabruta de 17,97% (incidência por100.000 habitantes) (1).Sabe-se que o vírus do HPVestá intimamente ligado ao câncercervical. Estudos recentes comprovamque este vírus está presenteem 90% dos casos e que 50 a 80%das mulheres sexualmente ativasserão infectadas por HPV em algummomento de suas vidas. Embora amaioria destas infecções seja transitória,combatidas espontaneamentepelo sistema imune, a infecção peloHPV é muito comum (4).O papilomavírus humano (HPV) éuma doença infecciosa, de transmissãofrequentemente sexual, tambémconhecida como condiloma acuminado,verruga genital ou crista de galo(5). Revela-se que cerca 35% dasmulheres sexualmente ativas sejamportadoras do vírus, sendo que apenas1% destas irá desenvolver câncercervical, porém mesmo assim, sãodiagnosticados 500.000 casos novospor ano no mundo (4).A maior parte dos casos decâncer de colo de útero é causadapelos 15 tipos oncogênicos do HPV.Destes, os tipos mais comuns sãoHPV16 e o HPV18. Dentre os fatoresque contribuem para a etiologiadesta neoplasia (literalmente, novocrescimento celular) estão o tabagismo,baixa ingesta de vitaminas,multiplicidade de parceiros sexuais,iniciação sexual precoce e uso decontraceptivos orais (6).A alta incidência e os casos demorte por câncer cervical no Brasiljustificam a implementação de açõesnacionais voltadas para a prevençãoe o controle do câncer.Em 1998, houve a introdução doSistema de Informações de Controledo Câncer do Colo do Útero (SIS-COLO). Este Sistema destinou-seao armazenamento de dados sobreidentificação da mulher, informaçõesdemográficas e epidemiológicas,possibilitando que as coordenaçõesdos programas municipais e estaduaisacompanhem as mulheres comresultados dos exames alterados,perfazendo assim uma fonte potencialde informação em pesquisas (7).Os programas de rastreamentodo câncer de colo uterino utilizamo exame citopatológico, por ser ummétodo simples, barato e seguro,tendo como principal objetivo aidentificação de lesões pré-malignase malignas. Este exame, que foicriado por Papanicolaou (por estarazão é o nome popular do exame)consiste na observação ao microscópiodo material coletado do colouterino. Analisando as células quefazem parte desta mucosa, pode-sedefinir padrões de alterações celularescompatíveis com anormalidadese correlacioná-las com infecçãopelo HPV (8).O teste de Papanicolaou convencionalconstitui-se na principal estratégiautilizada em programas voltadospara o controle do câncer do colo doútero no mundo (8).Juntamente com o teste, Papanicolaoucriou uma nomenclatura queprocurava expressar se as célulasobservadas no esfregaço cervicalobtinham padrões de normalidadeou não, atribuindo-lhes uma classificação.Mais tarde foi necessárioestabelecer uma nomenclatura queobjetivaria padronizar este exameem todo o mundo. Então o SistemaBethesda, depois de uma séria demodificações, foi criado e as lesõesforam classificadas da seguinte forma:ASCUS - células escamosas atípicasde significado indeterminado; AGUS- células glandulares atípicas de significadoindeterminado; LSIL - lesãoescamosa intraepitelial de baixo grau;e HSIL - lesão escamosa intraepitelialde alto grau (9).São consideradas “lesões de baixograu” aquelas correlacionadas comHPV = NIC I e as chamadas “lesões110<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


de alto grau” correspondem ao NIC II,NIC III e carcinoma in situ (8).Contudo, para que o programade controle de câncer do colo doútero funcione adequadamente e osresultados possam ser liberados comsegurança, deve-se atentar a umasérie de etapas. Se ocorrer a falhanos pontos de sua estruturação, queconsistem desde a coleta de materialcervical pelo profissional habilitadoaté a leitura da lâmina, as taxas deresultados falsos-negativos tendem aaumentar (10, 11).Os fatores que comprometem aadequabilidade da amostra tambémpodem aumentar as taxas de resultadosfalsos-negativos, tais como anão representação de células endocervicaise/ou zona de transformação,a presença de sangue, processosinflamatórios e artefatos de fixação.Esses fatores normalmente retratamerros da coleta, que podem tambémcausar erros de escrutínio e de interpretação(12).Devido à importância da citologiano diagnóstico de lesões intraepiteliaisescamosas e glandulares, foi realizadoum estudo epidemiológico retrospectivocom o objetivo de identificar aprevalência das lesões pré-malignas emalignas do colo uterino de mulheresatendidas pelo serviço de saúde domunicípio de Itajaí-SC, além de relataros principais fatores relacionados àadequabilidade da amostra que limitamou tornam os esfregaços insatisfatóriospara a análise, no período dejaneiro de 2007 a dezembro de 2009.1,57%98,43%2007 a 2009 e que foram registradosno arquivo de laudos citológicos, daSecretaria de Saúde do município deItajaí-SC. Os critérios utilizados paraa classificação dos resultados citológicosseguiram as normas do SistemaBethesda. Quanto à adequabilidade daamostra, foi classificada e categorizadacomo definido a seguir:- satisfatória: número adequadode células epiteliais escamosas bemvisualizadas e preservadas (estimativamínima de 8.000 a 12.000 célulasescamosas, aproximadamente);presença de células endocervicaise/ou metaplásicas (mínimo de dezcélulas endocervicais ou metaplásicas),bem preservadas, isoladas ouem agrupamento;- satisfatória, porém apresentandofatores que prejudicam parcialmentea análise: fatores de obscurecimento(sangue, infiltrado leucocitário, áreasespessas, dessecamento, artefatosde estiramento, citólise e contaminação),que prejudicam a interpretaçãode aproximadamente 50 a 75% dascélulas epiteliais e/ou celularidade(ausência ou menos de dez célulasendocervicais ou metaplásicas);- insatisfatória: fatores de obscurecimento,como discriminado anteriormente,que prejudicam a avaliaçãode mais de 75% das células epiteliais,se não identificar células anormais, e/ou celularidade (ausência de célulasendocervicais ou metaplásicas e menosde 10% da superfície da lâminarecoberta por células escamosas) (9).ResultadosDe acordo com o Gráfico 1, dos31.953 exames citológicos analisados,98,43% (31.452) apresentaramresultados negativos para lesão intraepitelialou malignidade. Entretanto,1,57% (501) das amostras apresentaramexames citológicos alterados(Gráfico 1).Considerando os resultados alterados,foram encontrados 201 casos(40%) de Células Escamosas Atípicasde Significado Indeterminado (AS-CUS), 124 casos (25%) de LesãoIntraepitelial de Baixo Grau (LSIL), 89casos (18%) de Lesão Intraepitelial deAlto Grau, 55 casos (11%) de AtipiasGlandulares de Significado Indeterminado(AGUS), 28 casos (5%) em quehouve atipias que não foram definidasMateriais e MétodosEste estudo contou com os resultadosde exames citológicos preventivosde câncer de colo uterino de 31.953mulheres realizados nos anos deT. Lesões T. PacientesGráfico 1. Distribuição dos resultados dos laudos citológicos112<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


pelos analisadores e, por fim, 4 casos (1%) de Adenocarcinoma (Gráfico 2).Com relação à adequabilidade dasamostras, 70 lâminas foram conside-1%18%25%radas insatisfatórias. Os motivos pelosquais estas foram rejeitadas consistemna seguinte ordem decrescente:em 19 delas (27%) observou-se a5%40%presença de artefatos de dessecamento,17 (24%) foram consideradasacelulares ou hipocelulares, 15 (22%)amostras tiveram a presença de hemáciasem mais de 70% da lâmina,10 (14%) continham piócitos, em maisde 70% da lâmina também, 4 (6%)foram consideradas amostras cujaslâminas estavam danificadas ou semcélulas aparentes, 3 (4%) entraram naclassificação de intensa sobreposiçãocelular e, por fim, 2 lâminas foramrejeitadas por erro na identificaçãodo paciente/amostra, perfazendo umtotal de 3% (Gráfico 3).11%Discussão e ConclusãoASCUSLESÃO BAIXO GRAU ADENOCARCINOMAAGUSLESÃO ALTO GRAUATIPIA INDEFINIDAGráfico 2. Distribuição dos resultados alterados3% 6%4%24%27%14%22%Acelular/hipocelularPresença de piócitos (> 70% campo)Presença de hemácias (> 70% campo) Presença de artefatos de dessecamentoIntensa sobreposição celularLâmina danificada/ausenteErro identificação lâminaGrafico 3. Motivos de rejeição das amostrasComo principal método de rastreamentopara lesões uterinas, acitologia convencional vem sendoutilizada amplamente nos serviçospúblicos de saúde e na redeparticular. No Brasil, mesmo coma disponibilidade do exame, aindapodem-se encontrar dados epidemiológicosrelativamente altos paraessa neoplasia. Segundo o InstitutoNacional do Câncer a região sul temíndices elevados que variam de 16 a23 casos por 100.000 mulheres (1).Embora o Brasil tenha sido umdos primeiros países do mundo aintroduzir o exame de Papanicolaoupara a detecção precoce do câncerde colo, a doença continua a ser umgrave problema. Isto porque apenas30% das mulheres submetem-se aoexame citopatológico pelo menostrês vezes na vida, o que resulta emdiagnósticos já em fase avançada em70% dos casos (1).De acordo com a pesquisa realizadana cidade de Itajaí, SC, 1,57%dos resultados apresentaram citologiaalterada. Segundo estudo conduzidopor Melo et al (13) na cidade de Ban-<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012113


deirantes, PR, encontrou-se 1,02%de alterações em 6.356 exames, jáCoser et al (14) encontraram 2%de alterações em 1.460 exames nacidade de Espumoso, RS. Os índicesmais altos encontrados em Itajaí etambém na cidade de Espumoso foio de Células Escamosas Atípicas deSignificado Indeterminado (ASCUS),seguidos por Lesão Intraepitelial deBaixo Grau (LSIL).Em outro estudo conduzidopor Paiva et al (15) encontrou-se1,59% de positividade em lâminas,sendo um total de 31.135prontuários analisados em estudotransversal na região noroeste doParaná, aproximando-se bastantedo resultado encontrado neste trabalho,diferenciando-se apenas queo primeiro lugar das atipias maisfrequentes foi de LSIL.A atipia escamosa de significadoindeterminado é a mais comumanormalidade epitelial diagnosticadaem esfregaços corados pelo métodode Papanicolaou. Em revisão colpocitológicade 46.009 mulheres naCalifórnia, Manos et al (16) encontraram1.564 (3,4%) diagnósticosde ASCUS, sendo que todas as demaislesões somaram 782 (1,7%).Entre as 997 mulheres avaliadas porBecker et al (17) em Porto Alegre,62 (6,2%) apresentaram ASCUS, 21(2,1%) LSIL e 6 (0,6%) HSIL.Existe consenso que esforçossão necessários para restringir aproporção de ASCUS dentre os diagnósticoscolpocitológicos. Em 1992,o Instituto Nacional do Câncer dosEstados Unidos concluiu que o diagnósticode ASCUS é esperado emcerca de 5% das citologias cervicaise que uma frequência maior destediagnóstico pode estar representandoclassificação inadequada (18).Em relação à adequabilidadedas amostras, sabe-se que desde adécada de 1980, o exame de citopatologiavem sofrendo uma sériede críticas relacionadas com a altaproporção de resultados falsos-negativos,que variam de 2% a 62%.As principais causas são atribuídasa erros na coleta do material, noescrutíneo do esfregaço ou na interpretaçãodos diagnósticos (19).Os problemas provenientes deresultados falsos-negativos sãorelevantes. Para a paciente implicafalsa segurança e atraso dodiagnóstico, o que pode causarcomplicações sérias à saúde. Parao sistema de saúde, há gastos semresultados (20).Em relação aos fatores obscurecedorespresentes nesta pesquisa,que podem comprometer a análisedos esfregaços cervicais, observouseque nos esfregaços apresentandoalteração citopatológica, havia presençade sangue e dessecamento.Ressalta-se que a presença dessesfatores pode prejudicar a identificaçãode alguma lesão. Esse fatofoi demonstrado em um estudoque avaliou se os fatores relacionadoscom a adequabilidade daamostra estão associados a resultadosfalsos-negativos dos examescitopatológicos; foi concluído queos esfregaços apresentado fatoresobscurecedores, como secreçãopurulenta ou presença de sangue,mostraram risco maior para resultadosfalsos-negativos (21).Gay et al (22) observaram que62% dos resultados falsos-negativosforam atribuídos a erros de coleta dematerial e 38% foram atribuídos aerros de escrutíneo ou de interpretaçãodo diagnóstico.Assim, é muito importante que sefaça uma coleta de boa qualidade,pois a maioria dos fatores obscurecedoresque podem prejudicara análise dos esfregaços citopatológicosdepende das condições dacoleta (1).Uma característica do exame citopatológicoé que predominam claramenteo trabalho manual, desde acoleta do material até a emissão eliberação do resultado pelo laboratório.Portanto, o desempenho podeestar relacionado com a qualidadedos recursos humanos envolvidos(23). Também podem influenciar nodesempenho do profissional escrutinador,fatores tais como a fadiga oucarga excessiva de trabalho, pois oescrutíneo do esfregaço é uma tarefarepetitiva, que requer intensaconcentração e dedicação (24).Por fim, através dos dados coletadosnesta pesquisa, demonstra-seque em comparação com a literaturae, principalmente, com os estadosdo sul brasileiro, Itajaí entra comouma cidade interiorana que possuiseu programa de rastreamento bemestabelecido. Quanto às lâminasinsatisfatórias, estas também tiveramum número consideravelmentebaixo para o período analisado e,principalmente, pela quantidade deprontuários verificados.Sabe-se que nem por isto asmelhorias devem deixar de existirpara que estes números se tornemmenores. A capacitação continuadatambém é um ponto relevante quedeve ser discutida e efetuada emcada localidade, afim de que profissionaisda área possam levar aospacientes resultados de confiançaem busca da qualidade de vida.Correspondências para:Camila Dal Toé Ramoscamila_daltoe@hotmail.com114<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


Referências Bibliográficas1. Ministério da Saúde. Instituto Nacional do Câncer (INCA). Disponível em: http://www1.inca.gov.br, acessado em 12 de abril de 2010.2. World Health Organization. Policies and managerialguidelines for national cancer control programs. Rev. Panam. Salud Publica., 12(5): 366-70, 2002.3. Guerra MR, Moura CVG, Gulnar, ASM. Risco de câncer no Brasil: tendências e estudos epidemiológicos mais recentes. Rev. Bras deCance., 51(3): 227-234, 2005.4. Zoppi, Salomão. Medicina Diagnóstica. Rio de Janeiro, 1998.5. Coordenadoria Nacional DST/AIDS. Manual de controle das DST’s. Disponível em: http://www.aids.gov.br, acessado em 10 maio de 2010.6. Colturato PL. Especialização em Citologia Cérvico Vaginal e Citologia de Liquidos Corporais, 2009. 41 fl. Trabalho de conclusão de curso,pós-graduação. Universidade Federal de Santa Catarina, 20097. Departamento de Informática do SUS. Sistema de Informática do Câncer da Mulher. Brasilia. Disponível em: http//:www.datasus.gov.br/siscan. Acesso em março 2010.8. Ministério a Saúde/Instituto Nacional do Câncer (INCA). Nomenclatura Brasileira para Laudos Citopatológicos Cervicais e CondutasPreconizadas. Rio de Janeiro, 2006.9. Solomon D, Nayar R. Sistema Bethesda para citopatologia cervicovaginal: definições, critérios e notas explicativas. 2a ed. Rio de Janeiro:Revinter; 2005.10. Ministério da Saúde. Prevenção do câncer do colo do útero.Manual técnico para laboratórios. Brasília (DF); 2002.11. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada. RDC nº 302. Dispõe sobre regulamentotécnico para funcionamento de laboratórios clínicos. Brasília (DF); 2005.12. Franco R, Amaral RG, Montemor EBL, Montis DM, Morais SS. Zeferino LC. Fatores associados a resultados falsos-negativos de examescitopatológicos do colo uterino. Rev Bras Ginecol Obstet. 2006; 28(8):479-85.13. Melo SCS, Prates L, Carvalho MDB, Pelloso SM, Marcon SS. Alterações citopatológicas e fatores de risco para ocorrência do câncer decolo uterino. Rev. Gaúcha. Enf., 30, 2009.14. Coser J, Fontoura SC, Ticiani R. Prevalência de Lesões cervicais pré-malignas e infecções cérvico-vaginais no município de Espumoso,RS. Newslab 95: 120-124, 2009.15. Paiva LCF et al. Lesões cancerosas e pré-cancerosas do colo uterino: uma análise citopatológica na região Noroeste do Paraná. Soc.Bras. Anal. Clin., 1, 1969.16. Manos MM, Kinney WK, Hurley LB et al. Identifying women with cervical neoplasia: Using human papilomavirus DNA testing equivocalPapanicolaou results. The Journal of the American Medical Association; 281: 1605-1610, 1999.17. Becker EJR, <strong>Ed</strong>elweiss MI, Nonnenmacher B & Bozzetti MC. Prevalence and epidemiologic correlates of atypicalsquamous cells ofundetermined significance in women at low risk for cervical cancer. Diagnostic Cytopathology, 24: 276-282, 2001.18. Kurman RJ, Henson DE, Herbst AL, Noller KL & Schiffman MH. Interim guidelines for management of abnormal cervical cytology. The1992 National Cancer Institute Workshop. The Journal of the American Medical Association, 271: 1866-1869, 1994.19. Attwood ME et al. Previous cytology in patients with invasive carcinoma of the cervix. Acta Cytol. 29: 108-110, 1985.20. Miller AB, Nazeer S, Fonn S, Brandup-Lukanow A, Rehman R, Cronje H, et al. Report on consensus conference on cervical cancer screeningand management. Int J Cancer. 86 (3): 440-447, 2000.21. Franco P, Gallego G. Evalución de La colposcopia em El Studio de lãs pacientes com neoplasia cervical. Rev. Colomb. Obstet. Ginecol.,43: 208-211, 1992.22. Gay JD, Donaldson LD, Goellner JR. False-negative results in cervical cytologic studies. Acta Cytol. 29 (6):1043-6, 1985.23. Anderson GH et al. A comprehensive internal quality control system for a large cytology laboratory. Acta Cytol. 31: 895-898, 1987.24. Reunter B, Schenck U. Investigation of the visual cytoscreening of conventional gynecologic smears.Anal Quant. Cytol. Histol. 8: 210-218, 1986.116<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


ArtigoIdentificação de Fungos Dermatófitos emTrabalhadores Rurais na Região de Maringá, PRMayara Cristina Macri Leite 1 , Natalia de Souza Botelho 21 – Aluna do curso de graduação da Faculdade Ingá, Uningá2 – Biomédica, Mestre em Microbiologia e Especialista em Acupuntura do curso de Biomedicina da Faculdade Ingá, UningáResumoSummaryIdentificação de fungos dermatófitos em trabalhadoresrurais na região de Maringá, PROs fungos dermatófitos causam micoses superficiais em pelos,unhas e pele, e englobam os gêneros Epidermophyton spp, Microsporumspp e Trycophyton spp. São caracterizados por apresentar duasfases evolutivas: a assexuada, na qual pode ser parasita, e a sexuada,quando é saprófito do meio ambiente. As micoses superficiais nãosão doenças contagiosas, sua infecção está mais associada a fatoresimunológicos individuais. Este trabalho teve como objetivo isolar osfungos dermatófitos de trabalhadores rurais e identificar as espéciesque predominam nesse local de trabalho. Foram realizadas coletasnas mãos de 61 trabalhadores rurais, em seu local de trabalho. Foiobservado crescimento fúngico em 37 amostras, sendo 21 amostrasde leveduras (34,4%), e 16 de fungos dermatófitos (26,2%). Dessestrabalhadores, 14 apresentaram resultados negativos (22,9%) e 10resultados negativos para fungos e positivos para bactérias (16,3%).Por meio do presente estudo concluiu-se que as dermatofitoses sãoinfecções de fácil disseminação, já que estão presentes no meioambiente, constituindo-se, portanto, em problemas de saúde pública.Todos os esforços deverão estar centrados nas medidas de prevençãopara os trabalhadores rurais, como maiores cuidados ao lavar asmãos e cuidados de higiene com relação às unhas.Palavras-chave: Trabalhadores rurais, micoses superficiais,dermatófitosIdentification of dermatophyte funguses in ruralworkers in the region of Maringá, prThe dermatophyte funguses cause superficial mycoses in bodyhair, nails and skin, and are represented by three genders: Epidermophytonspp, Microsporum spp and Trycophyton spp.. They arecharacterized by having two evolutionary phases: asexual, in whichcan be parasite, and sexual, when they saprophytes in naturalenvironment. The superficial mycoses are not contagious diseases,their infection are more associated to individual immunologicalfactors. This study had as a goal to isolate dermatophyte fungusesof rural workers; and identify what species are predominated atthat place. Samples were taken of the hands of 61 rural workers,at their work field. It was observed a fungal growth in 37 samples,being 21 samples of yeast (34,4%), and 16 of dermatophytefunguses (26,2%). From this workers, 14 showed negative results(22,9%) and 10 negative results for funguses and positive forbacteria (16,3%). Through this present study the conclusion wasthat the dermatophytosis are infections of easy spread, since theyare present in the environment, constituting therefore in publichealth problem. All efforts should be concentrated in preventionmeasures for the rural workers, such as more care when washinghands and hygiene care relating to fingernails.Keywords: Rural workers, superficial mycoses, dermatophytesIntroduçãoAonicomicose é uma infecçãonas unhas determinada pordiversas espécies de fungos:dermatófitos, não dermatófitos e leveduras.A distribuição destes diferentespatógenos não é uniforme e dependede vários fatores, tais como clima,área geográfica e migração (1).Os fungos dermatófitos causammicoses superficiais em pelos, unhase pele, e englobam os gêneros Epidermophytonspp, Microsporum sppe Trycophyton spp (Figura 1). Osdermatófitos são fungos filamentososque formam hifas organizadas emmicélios e se alimentam de proteínasqueratinizadas humanas, infectandoos tecidos superficiais. Sua distribuiçãogeográfica é bastante variável,dependendo de alguns fatores comoadaptação ao meio ambiente, deslocamentohumano, convívio comanimais domésticos, aspectos socioeconômicos,sexo, idade e imunidadedo hospedeiro, promovendo variaçõesno aspecto destes fungos, de regiãopara região (2).Os fungos dermatófitos caracte-118<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


Figura 1. Fungos dermatófitosA: Epidermophyton sp; B: Microsporum sp; C: Tricophyton sp.Fonte: http://www.dac.uem.br/micologia/micoses_cutaneas.php.rizam-se por apresentar duas fasesevolutivas: a assexuada, na qual podeser parasita, e a sexuada, quando ésaprófito do meio ambiente. As principaisespécies do gênero Trichophytonsão: T. rubrum, muito resistente aostratamentos e causador de praticamentetodos os quadros clínicos; T.schoenleinii que, em geral, colonizaas dobras naturais; T. tonsurans,que pode ser encontrado nas barbase pregas dos pés e mãos; e T. mentagrophytes.Entre os fungos do gênero Microsporum,destacam-se M. audouinii,com predileção pelo couro cabeludo;M. canis, que acomete predominantementeos cabelos e a pele; e M. gypseum,que afeta o couro cabeludo eo tronco. No gênero Epidermophyton,E. floccosum prefere dobras e pés,podendo acometer unhas e tronco,mas nunca os cabelos e a barba (3).Os dermatófitos constituem ogrupo de fungos mais isolados emFigura 2. Trabalhadores no corte de canade-açúcar,Maringá, PRlaboratórios de Micologia. Estima-seque 10 a 15% da população humanapoderá ser infectada por estes microorganismosno decorrer de sua vida.Entre pacientes imunocompetentes,afetam principalmente pessoas quemanuseiam solo e plantas (4).Dados da literatura trazem queas dermatofitoses não são doençascontagiosas e que a infecção podeestar associada a fatores imunológicosindividuais, uma vez que estes fungosantropofílicos, parasitas obrigatórios,estão disseminados em ambientesricos em substratos queratinososhumanos, onde existem aglomeradospopulacionais. Dessa forma, todosnós, diariamente, nos infectamoscom esporos desses fungos, emboranem todos manifestem clinicamentea doença (5).A coleta da amostra deve ser feitanas regiões mais periféricas da lesão,onde o fungo se encontra mais ativo,representada pelo limite entre a parteFigura 3. Procedimentos de coleta deamostras de unha de pele das mãos doscortadores de cananormal e a parte afetada da unha. Oinstrumental usado para a coleta deamostra tem que ser estéril, comotambém os coletores para recolher,conservar e transportar a amostra. Noexame direto a morfologia das hifasorienta a possível etiologia fúngica:hifas regulares fazem pensar emdermatófitos, hifas irregulares e atípicas,com ou sem conídios, induzema suspeita de diferentes fungos (6).O diagnóstico das dermatofitosesé feito pelo exame direto do raspadodas lesões, através do qual podemser observadas hifas septadas e artrósporos.Esses fungos crescem emmeio Sabouraud e cada espécie temcaracterísticas próprias que ajudamna identificação (7).Dessa forma, o presente trabalhoteve como objetivo isolar os fungosdermatófitos de trabalhadores docorte de cana da região de Maringá,PR. Além do isolamento, foi realizadaa classificação das amostras em umdos três gêneros de dermatófitos,determinando a espécie predominantenesse local de trabalho. Se algumvoluntário apresentasse sintomasde micose (o que não ocorreu) seriaorientado a procurar auxílio em umaUnidade Básica de Saúde.MetodologiaEste trabalho foi realizado com61 trabalhadores rurais em seu localde trabalho, durante o expediente(Figuras 2 e 3). A coleta foi realizadaretirando-se material das bordas dosdedos e das unhas das mãos, previamentelimpas com álcool 70%, com oauxílio de uma cureta odontológica elâmina de bisturi. O material coletadofoi colocado em placas de petri ou tubosde ensaio contendo salina, todospreviamente esterilizados.<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012119


No laboratório, os raspados deunha e pele foram inoculados emAgar Saboraud inclinado, incubadosa 25ºC, por 20 dias, sendo observadosdiariamente. Após esse períodoforam analisadas as característicasmacroscópicas de cada colônia. Emseguida, foi realizado o microcultivopara análise microscópica e identificaçãodos fungos.O microcultivo foi realizado daseguinte forma: Agar Saboraud previamentedistribuído em placas depetri foi cortado com auxílio de umalâmina de bisturi estéril, em pequenosblocos, com aproximadamente 4 mmde altura e 1 cm², disposto de formaassética sobre o centro de uma lâmina,que se encontra acondicionadaem placa de petri, contendo aindauma lamínula estéril e papel filtro nofundo. Em seguida, foi inoculada emcada lateral do quadrado uma amostrado fungo a ser analisado. O blocofoi coberto por uma lamínula estéril eadicionou-se 1 ml de água destiladaestéril ao papel filtro, para evitar adessecação do meio. Essa placa foi incubadaem temperatura ambiente poroito dias. Após esse período, foramadicionadas algumas gotas de KOH20% sobre a preparação e feita incubaçãopor 10 minutos. Em seguida,retirou-se cuidadosamente a lamínulae o meio de cultura, acrescentandouma gota de azul de metileno paraevidenciar as estruturas fúngicas. Aspreparações lâmina-lamínula foramobservadas em microscópio ótico, emaumento de 400x.ResultadosOs resultados obtidos referentesaos 61 trabalhadores rurais permitiramobservar que houve crescimentofúngico nas amostras provenientes de37 trabalhadores, sendo 21 amostrasde leveduras (34,4%) e 16 defungos dermatófitos (26,2%). Dasamostras coletadas, 14 apresentaramresultados negativos (22,9%) e10 resultados negativos para fungose positivos para bactérias (16,3%),como mostrado na Tabela 1.Das 16 amostras em que houvecrescimento de fungos dermatófitos,foi possível a identificação dos gêneros,como mostra a Tabela 2.DiscussãoOs fungos dermatófitos são osmais comuns em laboratórios demicologia médica, pois alguns destessobrevivem no solo podendo facilmentecontaminar trabalhadores ruraiscausando lesões em sua pele, unhae pelos (8).O presente estudo nos mostra umíndice de 26,2% de dermatofitosesem trabalhadores rurais, sendo destepercentual: 19,6% do gênero Trichophytonspp, 4,9% Microsporum spp e1,6% Epidermophyton spp. Esses fungossão capazes de parasitar estruturasepidérmicas queratinizadas, comosuperfície de pele, pelos e unhas.Fatores como condições climáticas,práticas sociais, deslocamentos cadavez mais frequentes e hábitos dehigiene errôneos, certamente contribuempara variações epidemiológicasdos dermatófitos (9).Para o tratamento das dermatofitosesprovocadas por fungos zoofílicose geofílicos é suficiente medicaçãolocal, como formulações com iodo,ácido salicílico e ácido benzoico oumesmo antifúngicos, como miconazol,Tabela 1. Resultados das coletas realizadasResultados Trabalhadores %Negativo 14 22,9Negativo com bactéria 10 16,3Leveduras 21 34,4Dermatófitos 16 26,2Total 61 100%Tabela 2. Gêneros encontrados de fungos dermatófitosFungos Trabalhadores %Trichophyton sp 12 19,6Microsporum sp 3 4,9Epidermophyton sp 1 1,6Total 16 26,2 %120<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


tolnaftato, tolciclato, clotrimazol, oxiconazolou cetoconazol, pois a reaçãoinflamatória intensa à presença dofungo auxilia bastante na cura.Já as dermatofitoses antropofílicas,ou seja, aquelas causadas por fungosmais bem adaptados ao homem, sãobastante resistentes às medicações.Em geral, exigem tratamento oral,associado ou não a um dos medicamentostópicos mencionados anteriormente.Entre as medicações oraisutilizadas estão a griseofulvina, o cetoconazol,a terbinafina, a amorolfina(ainda não comercializada no Brasil),o fluconazol e o itraconazol (3).Ressalta-se a grande utilidadedesta última medicação pelos seusdiscretos efeitos adversos, além dapossibilidade de ser prescrita noesquema conhecido como pulsoterapia,por meio do qual se administramdoses de 400mg por dia, emduas tomadas às refeições, durantesete dias. O paciente descansa portrês semanas e repete esse ciclo portrês meses, para onicomicose dasmãos, ou por quatro meses, para ados pés. Esse esquema promove acura de casos resistentes a outrostratamentos, com menor custo etempo de terapia. O efeito adversomais comum destes medicamentosé o distúrbio gastrointestinal e ocutâneo, devendo sempre ao sinal deuma micose procurar um dermatologistapara iniciar o tratamento (10).Não existem análises prévias dapopulação rural estudada com relaçãoà prevalência de dermatófitos, sendodessa forma um estudo pioneiro comenfoque nos trabalhadores do cortede cana. Esses trabalhadores utilizamluvas grossas para proteção própria.Essas luvas mantêm as mãos sempreúmidas, sendo um ambiente propíciopara o desenvolvimento de dermatófitose leveduras. Além disso, observamosmuitas mulheres atuando comocortadoras. A grande maioria usandoesmaltes coloridos, o que também favorecea colonização e a permanênciado dermatófito nas unhas.Outro dado interessante foi a altaprevalência de leveduras nas mãosdesses trabalhadores. Sabemos queas leveduras fazem parte da nossamicrobiota normal (7), ainda assim,mais estudos devem ser feitos para seassociar o material de trabalho (canade-açúcar),com a alta prevalência deleveduras nesses trabalhadores.ConclusãoPor meio do presente estudo,concluímos que as dermatofitosessão micoses de fácil disseminação,já que estão presentes no meio ambiente,constituindo-se, portanto emproblemas de saúde publica. Todosos esforços deverão estar centradosnas medidas de prevenção para ostrabalhadores rurais.As medidas básicas preventivas baseiam-seem bons cuidados higiênicos,usar roupas e meias de algodão, nãousar esmalte nas unhas, pois este podeesconder micro-organismos, não usarsapatos e luvas de material sintético, jáque estes provocam calor e umidade,sendo um ambiente favorável para ocrescimento fúngico. Sugere-se assima necessidade de uma melhor orientaçãoaos trabalhadores rurais sobre astécnicas de segurança de trabalho e aexigência de um controle periódico desuas condições de saúde, realizandoexames sempre que necessário.Correspondências para:Mayara Cristina Macri Leitemayara_macri@hotmail.comReferências Bibliográficas1. Martins EA et al. Onicomicose: estudo clínico, epidemiológico e micológico no município de São José do Rio Preto. Rev Soc Bras MedTrop. (40)5. 2007.2. Brilhante RSN, Paixão GC, Salvino LK, Diógines MJ, Bandeira SP, Rocha MFG et al. Epidemiologia e ecologia das dermatofitoses na cidadede Fortaleza: o Trichophyton tonsurans como importante patógeno emergente da tinea capitis. Rev Soc Bras Med Trop. 3:417-25.20033. Silva MR. Infecções cutâneas por fungos, micoses superficiais. Apoio à Residência Medica, Rio de Janeiro, 2000.4. Costa TR, Costa MR, Silvia MV, Rodrigues AB, Fernandes OFL, Soares AJ. Etiologia e epidemiologia das dermatofitoses em Goiânia, GO,Brasil. Rev Soc Bras Med Trop. 32:367-71.1999.5. Pinheiro AQ, Moreira JLD, Sidrim JJC. Dermatofitoses no meio urbano e a coexistência do homem com cães e gatos. Rev Soc Bras MedTrop, 30(4): 287-294. 1997.6. Araújo AJG, Souza MAJ, Basto OMP, Oliveira JC. Onicomicoses por fungos emergentes: análise clínica, diagnóstico laboratorial e revisão.An Bras Dermatol; 78:445-55. 2003.7. Lacaz CSPE, Martins JEC, Heins-Vaccari EM, Melo NT. Tratado de Micologia Médica, 9 ed. São Paulo: Sarvier, p. 252-340. 2002.8. Sidrim JJC, Moreira JLB. Fundamentos Clínicos e Laboratoriais da Micologia Médica. <strong>Ed</strong>. Guanabara Koogan, São Paulo, 1999.9. Aquino VR, Constante CC, Bakos L. Frequência das dermatofitoses em exames micológicos em hospital geral de Porto Alegre, Brasil.An Bras Dermatol; 82(3), 2007.10. Mazzambani L. Medicamentos que atuam nas infecções fúngicas superficiais e cutâneas, 2007.122<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


ArtigoImportância do Aconselhamento Genéticona Distrofia Muscular de DuchenneThiago Braga da Silva 1 , Felipe Luiz Barboza 1 , Raphael Cezar Carvalho Martins 21 – Graduandos de Biomedicina da Faculdade Cidade de João Pinheiro - FCJP2 – Coordenador do Curso de Fisioterapia da Faculdade Cidade de João Pinheiro - FCJPResumoSummaryImportância do aconselhamento genético na DistrofiaMuscular de DuchenneA Distrofia Muscular de Duchenne (DMD) é uma doençadegenerativa e progressiva de caráter hereditário associado aocromossomo X. Sua incidência é de 1 para 3.500 nascimentos dosexo masculino. Cerca de 60% dos casos de DMD são deleçõesno gene da distrofina, proteína responsável pela integridadeda membrana celular. As manifestações clínicas aparecem logona infância, com um andar desajeitado, equilíbrio precário etendência a quedas; a morte sobrevém geralmente antes dos 20anos de idade por infecções respiratórias. Não existe tratamentoespecífico para DMD, sendo a fisioterapia e a terapia ocupacionalfundamentais para a morbidade da doença. O diagnóstico podeser estabelecido através de histórico familiar e achados clínicos,laboratoriais e genéticos.O presente artigo tem como objetivo destacar a importânciado aconselhamento genético na DMD, principalmente para asmulheres portadoras do cromossomo X defeituoso ou que tenhamcasos de ocorrência familiar da doença.Foi utilizado o método de levantamento bibliográfico, investigandoa literatura em estudos de âmbito nacional e internacionalque descrevam sobre a DMD e justifiquem a importância do aconselhamentogenético como prevenção e promoção da saúde, visandouma orientação mais ampla dirigida às famílias com antecedentesde distrofia muscular de Duchenne e à sociedade em geral.Devido à morbidade da doença e sobrevida antes do 20 anos deidade, foi verificada uma lacuna de conhecimento existente sobre oassunto existindo número muito pequeno de artigos específicos sobreo aconselhamento genético como forma de prevenção da patologia.Concluímos que essa problemática vem sendo acentuada em famíliasde portadores da distrofia e casais de diversas formas, dentre elas, osentimento de culpa, a revolta de familiares por não ter obtido informaçõessobre a doença, assim como sobre as formas de prevenção,fato que ressalta então a importância do aconselhamento genético.Palavras-chave: Aconselhamento genético, Distrofia Muscularde Duchenne, distrofinaImportance of genetic counseling in DuchenneMuscular DystrophyDuchene Muscular Dystrophy (DMD) is one of degenerativeand progressive hereditary diseases associated to the X chromosome.It´s incidence is 1 in 3.500 male births. About 60% ofDMD cases are deletions in the dystrophin gene, protein whichis responsible for the cell membrane integrity, doubling in 5-6%of cases and point mutations in the remaining cases. The clinicalmanifestations appear in the early childhood, causing an awkwardgait, poor balance and tendency to fall, from 10 to 13 years ofage the person is confined to a wheelchair, death occurs usuallybefore 20 years of age due to respiratory infections. There is nospecific treatment to DMD, but physiotherapy and occupationtherapy are essential to the disease´s morbidity. The diagnosis canbe given by the family history of disease´s and clinical, laboratoryand genetic findings. Couples who present risks of generatingchildren with DMD have the right to be informed about them,by the genetic counseling about de hereditary aspects and otherclinical complications of this disease. In cases which the couplealready has a child with DMD, they also need to have geneticcounseling, receiving emotional and educational support andpsychological orientation. The fact of the disease doesn´t havecure and get the patient to death before 20 years of age makesthe couple blame themselves for having a child with DMD. It´svery important that the couple or the woman have orientationsand genetic counseling before pregnancy, mainly in cases whichit already has a family history.Keywords: Genetic counseling, Duchenne MuscularDystrophy, dystrophin124<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


IntroduçãoADistrofia Muscular de Duchenne(DMD) é uma dasformas mais comuns dasdistrofias, sendo a mais severa. Adoença se manifesta por um defeitono gene localizado no braço curto docromossomo X. A mulher possui doiscromossomos X, se algum destesestiver afetado, o outro compensa aalteração. O homem possui apenasum cromossomo X herdado da mãe,e um cromossomo Y herdado do pai.Por possuir apenas um cromossomoX, esta é a razão da doença atingirprincipalmente meninos em 99 % doscasos, com uma incidência de 1 para3.500 nascimentos (1, 22).No Brasil, ocorrem por ano cercade 700 novos casos e há poucoscentros de tratamento especializadosna DMD. Um dos principais centrosé a Associação Brasileira de DistrofiaMuscular (ABDIM), fundada em1981 pela geneticista Mayana Zatz,que oferece a seus pacientes acompanhamentomédico, pedagógico,fisioterapêutico de serviço social eterapia ocupacional (1, 6, 9).Por se tratar de uma patologiade caráter hereditário, o aconselhamentogenético tem importânciaem manter a família consciente dossinais, sintomas e de possíveis complicaçõesda DMD. A família podenecessitar de apoio para lidar comsentimentos como o desgosto e culpasobre a transmissão da doença. Oaconselhamento genético deve serdirecionado aos indivíduos de formaapropriada, evitando a ocorrência ourecorrência da patologia.Outro fator que contribui coma importância do aconselhamentogenético é que, segundo Guimaraeset al. (3), a morte sobrevém nasegunda década, excepcionalmentena terceira, por comprometimentoda musculatura respiratória. Nãoexiste tratamento específico para aDMD, sendo a fisioterapia e a terapiaocupacional fundamentais para oapoio psicológico aos afetados e suasfamílias (2, 3, 22).Desde janeiro de 2009 o Ministérioda Saúde implementou a política deaconselhamento genético no Sistemaúnico de saúde (SUS), visando aatenção em genética clínica e melhoriado acesso a esse atendimentoespecializado. Dessa maneira ficadisponível para a sociedade umaforma de promover a prevenção,tratamento e reabilitação dos indivíduosque correm risco de anomaliascongênitas e doenças geneticamentedeterminadas (4).O presente artigo tem comoobjetivo relatar a importância doaconselhamento genético na DistrofiaMuscular de Duchenne, principalmentepara as mulheres portadorasdo cromossomo X defeituoso ou quetenham casos de ocorrência familiarda doença, além de retratar por queas terapias gênicas são limitadas eainda não há cura para esta doença.Metodo MétodoO presente estudo trata-se deuma revisão bibliográfica, embasadana literatura pesquisada, visandofundamentar a importância do aconselhamentogenético na distrofiamuscular de Duchenne. Foi utilizadoo método de levantamento bibliográfico,investigando a literatura em estudosrealizados em âmbito nacionale internacional que descrevam sobrea DMD e justifiquem a importânciado aconselhamento genético comoprevenção e promoção da saúde,visando uma orientação mais ampladirigida às famílias com antecedentesde distrofia Muscular de Duchenne e àsociedade em geral. Os dados levantadoscontribuem para a construçãode um referencial teórico para que casaisnão corram o risco de ocorrênciaou recorrência da doença.Aconselhamento GenéticoO aconselhamento genético (AG)é definido como uma consulta médicacom a finalidade de ajudar pessoas aresolverem seus problemas de ocorrênciahereditária e/ou genética nafamília, ajudando-a a compreendera herança genética e o risco de recorrênciapara parentes específicos.A ética é o principal tema de umasessão de AG, em virtude da ausênciade terapias e cura para grande partedas doenças genéticas, como é o casoda distrofia muscular de Duchenne.O paciente e/ou parentes com adoença ou com o risco de ter doençahereditária são informados sobre ascaracterísticas da condição, a probabilidadeou risco de desenvolvê-laou transmiti-la. O AG representa umcaráter assistencial ao indivíduo oufamílias a respeito de tomada dedecisões conscientes da procriação(14, 17). Devido à sua complexidadee importância, a consulta de AG deveser realizada por um especialista emgenética clínica. Este informará amelhor conduta terapêutica e tambémos riscos genéticos para futurasgravidezes (14, 15).O motivo de fazer uma consulta deaconselhamento genético ocorre pelofato de muitos casais deixarem de terfilhos porque eles ou seus familiarestiveram uma gestação com anomaliaou um filho com doença genética.Existem casos também de casais comparentesco entre si (consanguinidade),o que causa um risco aumentadode problemas genéticos. A consultaesclarece situações ambíguas parapermitir um planejamento familiar dealta qualidade (14, 21).O nascimento de um filho é umaexperiência única, e faz parte do ciclode vida de uma família e em muitos126<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


casos representa a realização sociale emocional da mulher, e símbolo demasculinidade para o homem (16). Oimpacto da doença na vida do casalpode ser traumático e desestruturadore o fato da doença não ter curae a sobrevida ser antes dos 20 anosde idade provoca intenso sentimentode culpa. Devido à DMD ser de caráterhereditário, o médico geneticistatem como princípio ajudar o casala compreender melhor as causas eo modo de transmissão de doençashereditárias (14, 19).A consulta médica é geralmentedividida em cinco etapas: anamnese,exame físico, exames complementares,hipóteses diagnósticas e laudo.Anamnese é definida como a tomadade informações e construção deheredograma contendo informaçõesgenéticas da família. Exame físico énecessário para fazer ou confirmaro diagnóstico, análise de fotografiasda infância do paciente afetado oude parentes falecidos com o problemagenético. Em casos de DMD acriança apresenta alterações físicasna panturrilha, caracterizando umapseudo-hipertrofia, fator primordialpara suspeita da DMD.Exames complementares podemser necessários e solicitados, comocariotipagem de alta resolução emsangue da criança ou casal, examesbioquímicos para doenças metabólicas,exames moleculares em DNApara diagnóstico de síndromes genéticasespecíficas. Hipóteses diagnósticasestabelecerão se o problema égenético, cromossômico, monogênico,poligênico ou multifatorial. Estespermitirão saber o padrão de herançada doença na família específica.No laudo, em casos de confirmaçãode doença genética, o médicodeverá explicar como foi realizadoo diagnóstico, explicar as causas,calcular e apresentar os riscos derecorrência, explicar também sehá testes de portadores na famíliaque possam transmitir a doença. Omédico deve discutir o prognósticopara o afetado e as possíveis complicaçõesde saúde e tratamentosdisponíveis (15,17).É de fundamental importância queos profissionais estejam bem preparadosno momento do diagnósticopara que não usem conotações eugênicas,informações minimizadas exarcebadasdo quadro clínico ou mesmode forma abrupta que possam comprometera compreensão dos aspectosclínicos do problema e dificultar oestabelecimento dos vínculos afetivosentre o casal. Um aconselhador nãodeve impor suas preferências, mas,sim, cuidar para que as escolhas deseus pacientes sejam informadas eesclarecidas (16, 19).Aspectos gerais da DistrofiaMuscular de DuchenneA Distrofia Muscular de Duchenneé uma doença hereditária progressivade herança ligada ao cromossomoX, possuindo uma prevalência de 1em 3.500 meninos. Em mulheres, adoença pode desenvolver-se apenasem duas circunstâncias, em casosde síndrome de Turner (45X) e noscasos em que os dois cromossomosforem afetados.O gene responsável pela DMD foilocalizado em 1981 no braço curtodo cromossomo X, lócus Xp21, subbandaXp212 (3, 5, 6, 9). Este lócusgênico é responsável pela sínteseda proteína distrofina que contribuicom a integridade do sarcolema dasfibras musculares. Um fato que chamouatenção em sua descoberta foio seu tamanho gigantesco estimadoem aproximadamente 2,6 milhõesde pares de bases e 79 éxons. Considerandoessa dimensão, nos levaa compreender por que está suscetívela eventos de reorganização erecombinação causando mutaçõesem 1/10.000, uma das mais altasjá registradas na espécie humana(3, 12). Cerca de 60% dos casosde DMD são deleções no gene dadistrofina, duplicações em 5-6% doscasos e mutações de ponto nos casosrestantes (5, 12).As manifestações clínicas aparecemnos primeiros três a cinco anosde vida. Metade das crianças passama adquirir marcha independente atéos 18 meses de idade com um andardesajeitado e equilíbrio precário,tendência à queda e dificuldade decorrer e subir escadas (3, 7, 9).As alterações funcionais iniciam deforma ascendente na cintura pélvicae membros inferiores, progredindopara a musculatura de tronco epara musculatura responsável pelasustentação da postura bípede, cinturaescapular, membros superiores,pescoço é músculos respiratórios (6).Entre 10 e 13 anos de idade oindivíduo geralmente está confinadoà cadeira de rodas; a morte sobrevémantes dos 20 anos, geralmentepor infecção respiratória, que evoluirapidamente para insuficiência respiratória(6, 8).O diagnóstico pode ser estabelecidoatravés de histórico familiar,achados clínicos, laboratoriais e genéticos,podendo ser usados exameseletrofisiológicos ou histopatológicos.Os níveis de CK (creatinoquinase),devido às anormalidades estruturaisda membrana muscular, sofrem umaelevação dos seus níveis séricos.Biópsia muscular e análise de DNAsão empregados no diagnóstico ecaracterização da DMD (7).Apesar dos avanços rápidos no conhecimentosobre genética na DMD,essa doença ainda não tem cura.O tratamento tem como objetivosapenas reduzir as incapacidades,prevenir complicações, prolongar amorbidade e melhorar a qualidadede vida (6). O princípio do aconse-<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012127


lhamento genético na DMD deve sertomado como uma medida preventivae apoio psicológico para a família eparentes que possuam ou tenhamrisco de possuir a doença.Aconselhamento genético e diagnósticoda Distrofia Muscular deDuchenneOs casais que apresentam risco degerarem filhos com DMD têm o direitode serem informados, através doaconselhamento genético e diagnósticorápido, a respeito dos aspectoshereditários e demais complicaçõesclínicas dessa doença. Em casos queo casal já possua um filho com a DMD,estes também devem participar doaconselhamento genético, recebendoapoio emocional, educacional eorientação psicológica quanto à decisãoa ser tomada perante o relatóriotécnico. O diagnóstico deve ser feitopor um especialista que possa avaliara criança clinicamente e observar afunção muscular anormal em umacriança do sexo masculino (3).Aproximadamente um terço doscasos de DMD resulta de mutaçõesnovas, caso em que o risco de recorrênciaé diminuto; mas em doisterços dos casos isolados a mulherrecebe o gene de sua mãe e o riscode recorrência é, portanto, de 25%.Cerca de 60% dos afetados porDMD têm deleção molecular no geneda distrofina herdado da mãe (3,10). Para identificação de portadorasda deleção e estimativas de riscosgenéticos, verifica-se se o pacienteé caso isolado e se há a deleção nogene da distrofina. Caso a mãe (e/ou irmã do afetado) for portadorada deleção, confirma-se que é (são)heterozigota(s). Neste caso, há riscosde 50% de vir a ter filhos afetados efilhas portadoras.Se a mãe não tiver deleção emsangue periférico, existe um risco demosaicismo gonadal, que varia deacordo com o sítio da deleção. Se forno início do gene, o risco para umfeto de sexo masculino é de cercade 15%; se for na região central dogene, o risco para um feto de sexomasculino é de cerca de 2%. Casouma irmã do afetado não tenha deleçãoem sangue periférico, o riscode que seja portadora é desprezível.Em caso isolado que o pacientenão tem deleção no gene da distrofina,compara-se o cromossomo Xdo afetado com outros indivíduosda genealogia. As pessoas a seremanalisadas e a estimativa de riscosgenéticos dependem da estruturada família (5, 11). Situações em queexiste história familiar compatívelcom herança ligada ao X, todas asmães de afetados são portadorascertas do gene e apresentam um riscode 50% para descendentes de sexomasculino e todas as irmãs têm riscode 50% de serem portadoras (5).O exame de DNA tem sido muitoimportante para o diagnóstico diferencialda doença, evitando, emmuitos casos, a realização de examesinvasivos como a biopsia muscularou a eletroneuromiografia. Em casossuspeitos da doença, os exames realizadospara diagnóstico e confirmaçãoda DMD são feitos pela dosagem deCK no soro e, se aumentado, sugereo diagnóstico de distrofia muscular.A análise de DNA em busca de deleçõesno gene da distrofina, casoseja encontrada a deleção, confirmao diagnóstico de DMD (5, 13, 23).A biopsia muscular é indicadaquando não é encontrada deleçãono gene da distrofina, se não houverhistórico familiar de herança recessivaligada ao X ou em crianças quesão casos isolados, nas fases iniciais,para um diagnóstico diferencialda DMD. Outro componente quedeve ser pesquisado é a distrofinapresente na membrana muscular,pela técnica de imunofluorescênciae western blot. Se esta estiver ausente,confirma-se também o diagnósticoda DMD (10, 23).Considerações FinaisConcluímos que essa problemáticavem acentuando as famílias de portadoresde diversas formas, dentreelas, o sentimento de culpa, a revoltade familiares por não ter obtidoinformações sobre a doença e nemacesso ao aconselhamento genético,para melhor prevenção.Detectamos, na literatura disponívele em casos clínicos publicadossobre DMD, muitas famílias que, semconhecimento dos sintomas e diagnósticoda doença não conseguiram atempo buscar tratamento para o filhoportador da DMD para aliviar as dorese as alterações musculoesqueléticascausadas pela doença e melhorar suaqualidade de vida.Ainda destacamos que muitaspessoas por não conhecerem a DMDnão estão preparadas para receberou conviver com a doença. Quandose conscientizam sobre a possessividadeda doença em estágios avançados,acabam se desesperando como diagnóstico relativo ao tempo desobrevida; fato que ressalta entãoa importância do aconselhamentogenético e, em casos específicos,acompanhamento psicológico, paraa melhor convivência e aceitaçãoda doença. Existe uma lacuna deconhecimento bastante importanteno que diz respeito à utilização doaconselhamento genético como formade prevenção desta patologia emespecífico, o que torna a elaboraçãode mais trabalhos científicos sobre oassunto muito importante.Correspondências para:Thiago Braga da Silvabiofcjp@hotmail.com128<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


Referências Bibliográficas1. ABDIM. Doenças genéticas. Disponível em: www.abdim.org.br/dg_tiposdistrofia.php. Acesso em: 21 de abr. 2010.2. Distrofia Muscular de Duchenne. Distrofia Muscular. Disponível em: www.distrofiamusculardeduchenne.com/duchenne-cuidados.html. Acesso em: 21 de abr. 2010.3. Guimaraes PO, Alberto PO, Frota OP. Genética Humana e Clínica. São Paulo: <strong>Ed</strong>. Roca, 2001. 219 p.4. Ministério da Saúde. Portaria Nº 81 de 20 de Janeiro de 2009. Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/saude/Gestor/visualizar_texto.cfm?idtxt=30616. Acesso em: 21 de abr. 2010.5. Zats M. A biologia molecular contribuindo para a compreensão e a prevenção das doenças hereditárias. Revista Ciência e SaúdeColetiva, São Paulo, 7(1): 85-99, 2002.6. Mendes NS, Moraes MR, Terni A, Clariane MBH, Meire FF, Augusto AJQ, Isabe LOR, Adissi M, Lúcia AL, Veloso SF, Souza ABO. Perfilclínico e funcional dos pacientes com Distrofia Muscular de Duchenne assistidos na Associação Brasileira de Distrofia Muscular(ABDIM). Revista Neurociência, 14(1): 15-22, 2006.7. Fonseca JG, Machado MJF, Ferraz CLMS. Distrofia Muscular de Duchenne complicações respiratórias e seu tratamento. RevistaCiência Médica, 16(2):<strong>109</strong>-120, 2007.8. Prufer AQCA, Castro MD, Klôh BS, Rangel MC, Veita GF, Chaves AFMG. Diagnosis delay of Duchenne Muscular Dystrophy. Rev.Bras. Saúde Matem. Infant. 2(4): 179-183. 2004.9. Aparecida FC, Yumi LN, Vainzof M, Zats M. Correlação entre o tempo de realização de diferentes atividades físicas por portadoresde distrofia muscular de Duchenne. Rev.Ter. Ocup. Univ. SP. 14(3): 3133-140. 2003.10. Henry JB. Diagnosticos Clinicos e Tratamento por métodos laboratoriais. 19. ed. São Paulo: Maonole, 1999.11. Coromano FA. Características do Portador de Distrofia Muscular de Duchenne (DMD) – Revisão. Ciênc. Saúde Unipar. 3(3):211-218. 1999.12. Judith CT. Advances In Duchenne Muscular Dystrophy Gene Therapy. Revista Nature. 4: 774-783.200313. Brushby K, Fnkel R, Birnkrant DJ, Case LE, Clemens RP, Cripe L, Kaul A, Kinnett K, Mcdonald C, Pandya S, Poysky J, Shapir F, TomezkoJ, Costanti C. Diagnosis and management of Duchenne muscular dystrophy, part 1:diagnosis, and pharmacological andpsychosocial management. Revista The Lancet Neurology. 9(1): 77-93. 2010.14. Gene Laboratório. Aconselhamento genético e reprodutivo. Disponível em: http://www.laboratoriogene.com.br/?area=aconselhamentoGenetico. Acesso em: 28 de abr. 2010.15. Centro de Estudos do Genoma Humana. Aconselhamento genético/Primeiras informações. Disponível em: http://genoma.ib.usp.br/aconselhamento/informacoes.php. Acesso em: 28 de abr. 2010.16. Eucia BL, João MPN. Investigações em aconselhamento genetica: impacto da primeira notícia – reação dos pais à deficiência.31: 288-295. 1998.17. Brunoni C. Aconselhamento Genético. Revista Ciência e Saúde Coletiva. 7(1). 200218. Yasuhiro K, Masaharu H, Masato T, Mitsuhiko O, Naoyo K, Hidetoshi H, Kei H, Toko Y, Kanako K, Chie I, Shoko T, Katsumi H,Masato N, Kazutoshi T, Shinya Y, Mitsuo O. Complete genetic correction of iPS cells from Duchenne muscular dystrophy. RevistaMolecular Therapy. 18(2): 386-393. 2010.19. Claudia TS, Janeth DF, Mateus H, Contreras N, Carlos MR, Bogotá DC. Distrofia muscular de Duchenne y Becker Una visiónmolecular. Revista Acta Médica Colombiana. 30(3): 112-116. 2005.20. Guedes C, Diniz DA Ética na História do Aconselhamento Genético: um Desafio à <strong>Ed</strong>ucação Médica. Revista Brasileira de<strong>Ed</strong>ucação Médica. 33(2): 247-252. 2009.21. Genetika. Aconselhamento Genético. Disponível em: http://www.genetika.com.br/aconselhamento.pdf: Acesso em 20 de mai. 2010.22. Del DGY, Yang Y, Barbara AB, Eric SS, Jennifer AL, Trilochan S, Hoang TP, Wiszniewska J, Craig AC, Arthur LB, Christine ME. MolecularDiagnosis of Duchenne/Becker Muscular Dystrophy: Enhanced Detection of Dystriphin Gene Rearrangements by OligonucleotideArray-Comparative Genomic Hybridization. Human Mutation. 29(9): 1100-1007. 2008.23. Martins DB, Rodrigues SM, Rezende C. Distrofia Muscular de Duchenne: Diagnóstico e Tratamento. Revista <strong>NewsLab</strong>. 101:128-130. 2010.130<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


ArtigoDoença Perinatal Associada ao :Aspectos Microbiológicos, Diagnóstico e PrevençãoLetícia Montes, Jacqueline Batista Sousa, Francielly Resende Fortunato, Isabel Cristina Rezende LopesUniversidade de UberabaTrabalho de conclusão do curso de graduação em BiomedicinaOrientadora: Esp. Francielly Resende FortunatoCo-orientadora: Profa. Me. Isabel Cristina Rezende LopesResumoSummaryDoença perinatal associada ao Streptococcus agalactiae:aspectos microbiológicos, diagnóstico e prevençãoDentre as infecções neonatais graves, algumas se originam demães com o trato inferior colonizado, sendo o principal meio paraa infecção a promoção do patógeno para o líquido amniótico quepode ser aspirado pelo feto. Uma delas é o Streptococcus agalactiaeou Estreptococo do grupo B(EGB), que é causa frequente depneumonia, sepse e meningite em neonatos.Obteve-se do banco de dados do Instituto de Patologia Dr. JorgeFurtado Ltda. o número de isolados de Streptococcus agalactiaeem amostras anal e vaginal de pacientes atendidas no períodode 2005 a 2009, correlacionando com resultados obtidos emlevantamento de bibliografias atuais os fatores de risco maternosenvolvidos na sepse neonatal além de medidas internacionalmenteadotadas para sua prevenção.Foram avaliados resultados de 237 pacientes que realizaram apesquisa para Streptococcus agalactiae dos sítios anal e vaginal, noperíodo de janeiro de 2005 a junho de 2009, levantando o percentualtotal da pesquisa e positividade, além de revisão bibliográfica.No levantamento realizado foram encontrados 237 pacientesque realizaram pesquisa para Streptococcus agalactiae. Destas,220 realizaram a dupla coleta (anal e vaginal), conforme recomendaçõesdo CDC, enquanto que as demais (17) realizaram apenas apesquisa no sítio vaginal. Após compilação dos resultados, obtevesea faixa etária das pacientes atendidas entre 17 e 44 anos, commédia de idade de 29,8 anos. Foram isolados EGB de 57 pacientes(24%). Quanto ao sítio de isolamento, 24 amostras (42,1%) foramsomente do sítio vaginal, 10 amostras (17,5%) somente do sítioanal e 23 amostras (40,4%) em ambos os sítios de coleta.No Brasil, a colonização anorretal e vaginal de gestantes peloEGB ainda não é devidamente valorizada na etiologia de infecçõesem neonatos. É importante que a comunidade científica desenvolvaestudos que incentivem as políticas públicas a adotarem estratégiasde prevenção e diagnóstico precoce através do pré-natal.Palavras-chave: Streptococcus agalactiae, resistência bacteriana,colonização, gestantePerinatal disease associated with Streptococcusagalactiae: microbiological aspects, diagnosis andpreventionAmong the serious neonatal infections, a few originatefrom mothers with the lower tract colonized and the mainmedium for the promotion of pathogen infection into the amnioticfluid can be aspirated by the fetus. One is Streptococcusagalactiae or group B Streptococcus (GBS) which is a commoncause of pneumonia, sepsis and meningitis in neonates.We obtained from the database of the Institute of Pathology Dr. JorgeFurtado Ltda. the number of isolates of Streptococcus agalactiaein vaginal and anal samples from patients treated in the period of2005 to 2009 and correlated with results obtained in a survey ofcurrent bibliographies maternal the risk factors involved in neonatalsepsis as well as internationally adopted measures for its prevention.We evaluated outcomes of 237 patients who performed theresearch for Streptococcus agalactiae from anal and vaginalsites, from January 2005 to June 2009, raising the totalpercentage of research and positivity, and literature review.In the survey we found 237 patients who underwent researchfor Streptococcus agalactiae. Of these, 220 underwent doublecollection (anal and vaginal), as recommended by the CDC,while the remaining 17 underwent only research in the vaginalsite. After compiling the results, we obtained the age group ofpatients treated between 17 and 44 years old with a mean ageof 29.8 years. GBS were isolated from 57 patients (24%). Aboutthe isolation of the site, 24 samples (42.1%) were only vaginalsite, 10 samples (17.5%) only anal site and 23 samples (40.4%)in both sampling sites.In Brazil, anorectal and vaginal colonization of pregnantwomen for GBS is not properly valued in the etiology of infectionsin neonates. It is important that the scientific communitydevelop studies to encourage public policy to adopt strategiesfor prevention and early diagnosis through prenatal care.Keywords: Streptococcus agalactiae, bacterial resistance,colonization, pregnant132<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


IntroduçãoOcontrole pré-natal, segundorecomendações oficiais, deveter início precoce, coberturauniversal, ser realizado de forma periódicae integrado com as demais açõespreventivas e curativas. O Ministérioda Saúde recomenda, no mínimo,seis consultas pré-natais para umagestação a termo, em gestantes semfatores de riscos detectados, com inícioprecoce, até o quarto mês de gestação.O intervalo entre duas consultasnão deve ultrapassar oito semanas.Esse número é bem menor do que orecomendado pelo American Collegeof Gynecology and Obstetrics, querecomenda de 11 a 14 consultas (9).Melhorar a saúde materna eimpedir mortes evitáveis é, ainda,um dos objetivos de maior interessenacional e internacional no campoda saúde e dos direitos reprodutivos.Entretanto, é necessário conjugar asegurança de obter bons resultadoscom o bem-estar para a mulher epara o recém-nascido, respeitandoseos direitos constituídos (33).Na gestação, o desequilíbrio damicrobiota vaginal favorece a colonizaçãopor micro-organismos patogênicos.Um dos mecanismos de defesacontra o crescimento e a ascensão depatógenos é a flora cérvico-vaginalnormal: os lactobacilos representamimportante papel nesta defesa local,pois produzem substâncias antimicrobianascomo ácido lático e peróxido dehidrogênio (20).A infecção bacteriana é responsávelpor 40% de, aproximadamente,cinco milhões de óbitos de recémnascidos(RN) por ano nos paísesdesenvolvidos (28). No Brasil, estudosdemonstraram infecção por Streptococcusem RN na ordem de 1 a 3 por1.000 nascidos vivos (36).Colonização pelo StreptococcusagalactiaeO Streptococcus agalactiae é causafrequente de pneumonia, sepse emeningite em neonatos, sendo maiscomum que algumas doenças conhecidascomo sífilis e rubéola (29).Apesar de ser o agente de diferentestipos de infecção, pode ser tambémparte da microbiota normal do tratogastrointestinal e genital humano.O principal meio para a infecçãoneonatal é a promoção do patógenopara o líquido amniótico que podeser aspirado pelo feto (12).A prevalência de infecções neonataisgraves origina-se de mães com otrato inferior colonizado, quando háa quebra da barreira imunológica. Háevidências de que alterações na microbiotavaginal levam ao aumento decitocinas (IL-6, IL-8) e a diminuição deimunoglobulina A (IgA) na região endocervical(20).Na grávida, a taxa de colonizaçãopor Streptococcus varia de 10a 40%, podendo causar infecção dotrato urinário, amnionite e endometrite.A prevalência de colonizaçãopor EGB pode variar de acordo coma localização geográfica, inclusiveflutuações regionais, além de estartambém relacionada a outras variáveiscomo: grupo racial, idade, nívelsocioeconômico, hábitos culturaise idade materna (28). Há, porém,um estudo transversal desenvolvidono sul do Brasil que aponta paraa não associação entre fatores derisco (primigestação, idade maternainferior a 20 anos e nível socioeconômicobaixo) e a prevalência dainfecção (3).A transmissão de Estreptococodo grupo B (EGB) de mães derecém-nascidos durante o parto é aprincipal causa de sepse e meningiteneonatal. Embora as ferramentasde sorotipagem sejam capazes deidentificar específicas linhagensfilogenéticas, que são importantesna doença neonatal, pouco sesabe sobre a diversidade genéticadessas linhagens, ou os papéisque desempenham recombinaçãoe seleção na geração de genótiposemergentes (37).VirulênciaO nome Streptococcus foi usadopela primeira vez em 1874 por Billroth(11). Existem diversas espécies deStreptococcus causadores de infecçõescomo em: bovinos, suínos, equinos,ovinos, aves, mamíferos aquáticose até peixes, mas na maioria doscasos algumas espécies envolvidasnão causam doenças em humanos.A espécie Streptococcus agalactiaerecebeu este nome em 1896 devido asua associação a infecções, causandomastite bovina, sendo isolados noleite (13).Este patógeno bacteriano foi descritoinicialmente em 1887 como umagente patogênico animal. Infecçõeshumanas causadas por esta bactériaforam relatadas na década de 1930, edesde a década de 1970 tem sido reconhecidacomo o principal patógenoneonatal no mundo desenvolvido (6).O gênero Streptococcus agalactiaeou Estreptococo do grupo B deLancefield são cocos Gram-positivos,catalase negativos, oxidase negativos,beta-hemolíticos e que apresentamem comum um polissacarídeo demembrana (31).Nos últimos anos, a taxonomiados estreptococos foi submetida auma exaustiva revisão e ampliação.A localização taxonômica da famíliaestreptococcaceae foi questionada eo número de diferentes espécies foiaumentado (19).A maioria das espécies é constituídade anaeróbios facultativos e algunscrescem somente em atmosferaenriquecida com dióxido de carbono.As exigências nutricionais dessesmicro-organismos são complexas,necessitando da utilização de meiosenriquecidos com sangue ou soro paraseu isolamento (24).A composição da parede celulardo Streptococcus é similar a de outrasbactérias Gram-positivas, sendoformada primeiramente de glicopeptídiono qual estão inseridos diversoscarboidratos, ácidos teicoicos, lipoproteínase proteínas de superfície (19).<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012133


Streptococcus agalactiae é umadas principais causas de doença oumorte entre os recém-nascidos e umaemergente causa de infecção invasivanos idosos. Nove distintos sorotiposcapsulares têm sido descritos, porém,as principais doenças de isolados nosEstados Unidos e na Europa pertencema apenas cinco sorotipos: Ia, Ib,II, III e V (39).O sorotipo III de EGB, foi o quemais se observou entre os recémnascidosdoentes nos EUA, no Brasilhouve o predomínio do sorotipo II e Ia,em gestantes de Jundiaí, São Paulo (2).Diversos genes identificados comocodificação de proteínas de superfíciee produtos secretados pelo S.agalactiae são potenciais fatores virulência:SIP (SAG0032), fator CAMP(SAG2043), R5 proteína (SAG1331),enolase estreptocócica (SAG0628),hialuronidase (SAG1197) (27) e hemolisina/citolisina(cylE, SAG0669) eos genes: lmb, codificador da proteínaligadora de laminina (SAG1234)e scpB codificador da C5a peptidase(SAG1236). A proteína Rib tem sidodetectada em cepas de sorotipos II eIII, enquanto que o sorotipo V expressaum membro relacionado à proteínada família Alp3 (38).A recombinação é importante paragenes codificadores de virulência.Estudo realizado por Springman e colaboradores(37) mostrou evidênciaslaterais para a troca de genes entregenótipos divergentes em alguns alelos.Estes dados sugerem que o EGBtem perfis distintos de genes de virulência,importantes para a patogêneseda doença, como por exemplo a linhagemCC17, que está associada a doençasneonatais, a qual é relativamentehomogênea e, portanto, parece terdivergido de forma independente comum conjunto exclusivo de característicasde virulência. Esses perfis podemser utilizados como marcadores para adetecção rápida de cepas, bem comopara a produção de vacinas.O Streptococcus agalactiae produzdois polissacarídeos de superfície: ocarboidrato associado à parede celularque é comum a todas as cepase o do tipo específico polissacarídeocapsular. Há no carboidrato do grupo Buma complexa estrutura de ramnose,glucitol fosfato, N-acetilglucosaminae galactose. Todos os nove polissacarídeoscapsulares reconhecidos do S.agalactiae contêm resíduos de ácidosiálico como parte de sua unidade,uma característica que contribui paraa virulência através da inibição daativação do complemento pela viaalternativa (38).Outro mecanismo de virulência é oácido lipoteicoico. Ele foi inicialmentepostulado para mediar à aderência doS. agalactiae as células epiteliais, masestudos posteriores demonstraramque contêm propriedades citotóxicase não adesivas contra células eucarióticas(32).Análise de dados provenientes dediferentes regiões geográficas, realizadapor Brochet e colaboradores(6), mostrou que isolados de cincocomplexos clonais (CCs) são capazesde infectar e colonizar neonatos, dosquais o CC17 é um dos principaisclones neonatais hiperinvasivos. Arecente análise do genoma de oitosequências demonstrou que a estirpede classificação não reflete a verdadeiradiversidade genética descritapor toda a análise do genoma. Consistentemente,a alta variabilidadedo genoma conduz ao conceito deum pan-genoma para a espécie S.agalactiae.A adesão às células epiteliais porestreptococos é um evento chave noprocesso de infecção que permite acolonização das superfícies epiteliais.Após a colonização, as bactériaspodem, eventualmente, penetrar nabarreira epitelial e ir para a correntesanguínea e tecidos mais profundos.Aderência é frequentemente mediadapor interações específicas entre osestreptococos e os componentes proteicosda membrana celular do hospedeiro:uma estrutura tridimensional deglicoproteínas e contém as proteínasde colágeno, laminina, fibronectina efibrinogênio (32).Estudos recentes têm caracterizadoduas proteínas, FbsA e FbsB,envolvidas na adesão e invasão dascélulas hospedeiras humanas por cepasde S. agalactiae através de umaligação bacteriana ao fibrinogêniohumano. Ao estudar uma coleção de111 cepas de S. agalactiae humanosdos órgãos genitais e neonatalpreviamente identificadas por váriastécnicas, quantificou-se a capacidadedas cepas de se ligarem ao fibrinogêniohumano e a correlação destaspropriedades com as característicasgenéticas FbsA e FbsB das cepas emum nível populacional (30).O fibrinogênio também interferena ativação do complemento, protegendopatógenos recobertos contra aopsonização e fagocitose (12).Cepas apresentando níveis significativamentemais elevados da ligaçãoao fibrinogênio humano pertencema um grupo filogenético de cepasassociadas à meningite neonatal,atualmente conhecida como o ST-17clone, que é composto por cepas dosorotipo III. Estes resultados indicamque cepas de S. agalactiae possuemuma ampla variedade de conteúdo Fbs(gene que influencia significativamentea capacidade de cepas para vincularao fibrinogênio humano). Variações naconfiguração e na expressão das proteínasFbs podem, portanto, em parte,explicar a variabilidade de virulênciaem espécies de S. agalactiae (30).Estudo realizado por Buccato ecolaboradores (7) mostrou que umplasmídeo inteiro codificador do pilipode ser transferido de um EGB parauma bactéria não patogênica. Asbactérias recombinantes adquiremcapacidade de produzir estruturassemelhantes ao pili em sua superfície,levando à noção de que o pili estreptocócicoé codificado em plasmídeosmobilizados horizontalmente entrediferentes espécies. Isso explica apresença de pili em todos os estreptococospatogênicos.134<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


Resistência aos antimicrobianosAs populações bacterianas estãosujeitas a processos complexos dediversificação que envolvem a mutaçãoe a transferência horizontalde DNA mediada por transformação,transdução ou conjugação. Estudorealizado por Brochet e colaboradoresem 2008 (6), demonstrou que grandessegmentos de DNA de até 334 kb docromossomo do S. agalactiae podemser transferidos através da conjugaçãode múltiplos sítios de iniciação. Destaforma, a análise dos polimorfismosde nucleotídeos entre os oito isoladosdemonstrou que cada cromossomo éum grande mosaico de fragmentoscromossômicos de antepassados diferentes,sugerindo que as trocas deDNA têm contribuído para a dinâmicado genoma na população natural.O genoma do S. agalactiae revelasubstanciais semelhanças com osagentes patogênicos humanos comoo Streptococcus pyogenes e Streptococcuspneumoniae, porém diferedos outros estreptococos em váriasvias metabólicas relacionadas comsistemas de transporte de membrana,que provavelmente dizem respeitoà adaptação a diferentes nichos emseus hospedeiros humanos e animais.Muitos genes estão associados comelementos móveis, incluindo bacteriofagia,transposições e inserções desequências, podendo adquirir traçosde virulência de outras espécies e permitindoa adaptação ambiental (38).Estudo realizado pelo InstitutoPasteur no ano de 1976 mostrou aincipiente existência de dois plasmídeosque determinavam a resistência àtetraciclina (RIP500) e ao cloranfenicole eritromicina (RIP501), isolados apartir de uma cepa de Streptococcusagalactiae (14). Em 2001, Murdoch eReller (23) indicaram que a eritromicinae clindamicina não são mais alternativasconfiáveis para o tratamentoe prevenção de infecções estreptocócicasdo grupo B após estudaremisolados de 192 pacientes com doençainvasiva. Foram estudadas três cepasde Streptococcus agalactiae altamenteresistente às fluoroquinolonas, noJapão. Em comparação com cepassensíveis, estas quinolona-resistentestinham mutações de ponto duplo naresistência às quinolonas, regiõesdeterminadas gyrA e parC.Análise comparativa da sequênciarevelou a possibilidade de transferênciade genes entre S. agalactiae eoutro estreptococo beta-hemolítico:Streptococcus difficile (18).Em 2009, Murayama e colaboradores(22) revelaram a existência de 45cepas resistentes à levofloxacina aoestudarem isolados de 189 pacientescom infecções invasivas. As cepas foramanalisadas por tipo capsular atravésde Reação em Cadeia da Polimerase(PCR). Foram descritas no Brasil189 cepas de Streptococcus agalactiaeresistentes a antibióticos isoladas debovinos (38 isolados) e humanos (151isolados). Todas as amostras foramresistentes à tetraciclina (TET) e 16(8,5%) também foram resistentes àeritromicina, correspondendo a 23,7%do TET-resistentes isolados de bovinose 4,6% do TET-resistentes isolados dehumanos (10).As taxas de resistência à eritromicinae clindamicina entre cepas deStreptococcus agalactiae isoladas noHospital Clínico San Carlos, na Espanha,aumentaram de 4,2 e 0,8% em1993 para 17,4 e 12,1%, respectivamenteem 2001, a resistência àeritromicina foi devido principalmenteà presença da methylase Erm (B),enquanto o fenótipo M foi detectadoem 3,8% das cepas. A telitromicina foimuito ativa contra cepas resistentes àeritromicina, independentemente dosseus mecanismos de resistência aosmacrolídeos (4).Produção de vacinasDesenvolver vacinas eficazes contradoenças infecciosas que possuemrelevância global é um desafio paraa saúde pública. Vacinas contra ossorotipos de EGB que são predominantesnos Estados Unidos e Europanão são plenamente eficazes contraos sorotipos comuns em outras partesdo mundo. Novas tecnologias eabordagens inovadoras estão sendousadas para identificar antígenos quesuperem a especificidade e que poderiamconstituir a base de uma vacinaeficaz globalmente (16).Para a maioria das bactérias patogênicas,a vacina ideal seria provavelmenteincluir uma proteína desuperfície única, que evoca imunidadee é expressa por todos os isoladosclínicos. Todo antígeno de superfícieque é alvo para a imunidade protetoranatural em infecções pode apresentarvariação antigênica, necessitando odesenvolvimento de vacinas polivalentes.Como anticorpos protetoressão transferidos via transplacentária,uma vacina destinada a protegercontra doença neonatal pode seradministrada a mulheres grávidas ouadolescentes (21).A produção de vacinas para EGBtem incidido sobre duas linhas depesquisa: a cápsula de polissacarídeo,um importante fator de virulência e asproteínas de superfície (34).Em 2002, um estudo realizado porHughes e colaboradores revelou êxitona utilização de técnica proteômicapara identificar antígenos vacinais.Proteínas de superfície foram separadaspor eletroforese bidimensionale identificadas através de sequenciamentode peptídeos e de metodologiasde genética reversa. Seis destas proteínas,previamente identificados emEGB, foram sequenciadas e clonadas:carbamoiltransferase, ornitina, fosfogliceratoquinase, nonphosphorylatinggliceraldeído-3-fosfato desidrogenase,purina nucleosídeo fosforilase, enolase,e glicose-6-fosfato isomerase.Estas proteínas purificadas foramutilizadas para produzir soros, sendoeficaz em modelos animais.O polissacarídeo capsular do EGBé um importante fator de virulência,mas é uma variável imunogênica emseres humanos. Em 1992, estudo realizadopor Paoletti e colaboradores136<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


(27) aumentou a imunogenicidadedo polissacarídeo capsular tipo II(cadeias laterais com terminaçõesem ácido siálico) por acoplamentoao toxoide tetânico (TT). Soro de coelhosvacinados com tipo II-TT conjugado(II-TT) continha anticorposespecíficos ao tipo de polissacarídeoII, bem como para TT, enquanto oscoelhos vacinados com polissacarídeodo tipo II desacoplado nãoconseguiram produzir um tipo deresposta de anticorpos específicos.Em 1996, Kasper e colaboradores(17) estudaram uma vacina para EGBsorotipo III, através do polissacarídeocapsular. Este estudo concluiuque o acoplamento do polissacarídeocom uma proteína transportadoraresultou em uma vacina conjugadacom a expressão de um epítopo conservadoenvolvendo o ácido sialícioe obteve uma imunogenicidade melhoradaem relação ou polissacarídeocapsular não acoplado.Tudo que precisa ser testado emlarga escala em gestantes enfrenta umdebate ético científico. Vários questionamentos,porém, ainda pairamem relação à vacina contra o EGB:Qual o número de doses ideal? Hánecessidade de reforços? Qual sua realproteção na prática clínica? Quandoconseguiremos desenvolver uma vacinapentavalente? Como aprovar e testaressa vacina em larga escala? Serápossível e eficaz vacinar mulheres nãogestantes em idade fértil? (34).Importância do diagnóstico prénatalpara Streptococcus agalactiaeA sepse neonatal é um dos principaisproblemas de saúde pública emtodo o mundo. A cada ano, aproximadamente30 milhões de recémnascidossão acometidos e cerca de1 a 2 milhões destes morrem (11).Nos Estados Unidos, desde a instituiçãode estratégias preventivas recomendadaspelo Centers for DiseaseControl and Prevention (CDC) do usode antibiótico profilático no parto degestantes em risco para infecção porEstreptococo do grupo B, houve decréscimode aproximadamente 70%dos casos de doença estreptocócicade início precoce no recém-nascido,diminuindo de 1,5 para 0,5 por 1.000nascidos vivos (3).No Brasil, o Estreptococo do grupoB ainda não é devidamente valorizadona etiologia de infecções em neonatos,apesar da gravidade da infecção e dea mesma ser passível de benefíciosprofiláticos (3).Infelizmente, não há estratégiaspúblicas de prevenção e tratamentodirecionadas à redução da infecçãoneonatal pelo Estreptococo do grupoB, uma vez que o tema não estáincluído no Manual Técnico de Prénatale Puerpério – Atenção Qualificadae Humanizada do Ministério daSaúde (11).Com relação à qualidade da atençãodedicada ao pré-natal, os principaisproblemas apontados emestudos da literatura referem-seao não-cumprimento das normas erotinas por parte dos profissionais,ao não-preenchimento de registrose à constatação de que os cuidadosdispensados são inversamente direcionadosàs necessidades (35).A detecção de amostras resistentesaos antibióticos recomendadospelo Center of Disease Control (CDC)nos casos de alergia à penicilina,bem como a frequência relativamenteelevada de colonização por EGB(19,2%), alertou para a importânciade incluir, no exame pré-natal, arealização de cultura para pesquisada colonização e a avaliação sistemáticada suscetibilidade aos antimicrobianos,a fim de que haja umaescolha racional do antimicrobianoa ser utilizado na quimioprofilaxia,evitando a propagação da resistênciabacteriana (5).ObjetivosObjetivos geraisRevisar a bibliografia atual sobreos fatores de virulência, abordar osfatores de risco maternos envolvidosna sepse neonatal e resistência aosantimicrobianos do Streptococcusagalactiae, bem como as medidasadotadas internacionalmente para asua prevenção.Obter do banco de dados do Institutode Patologia Dr. Jorge FurtadoLtda. o número de isolados de Estreptococodo grupo B em culturasde amostras por swab vaginal e analde gestantes atendidas no período de2005 a 2009.Objetivo específicoDeterminar, após compilação deresultados, que amostra clínica apresentamaior frequência de positividadepara Estreptococo do grupo B. Compararos resultados deste estudo com osresultados divulgados nas publicaçõesatuais, obtidos através de revisãobibliográfica.MetodologiaA princípio a metodologia empregadafoi revisão bibliográfica dedados obtidos nas bases do Pubmed,Bireme e Scielo, escolhendo trabalhosrenomados, de valor informativo equalidade de publicação, considerandoquestões científicas e metodológicasdo tema proposto. As palavras-chaveutilizadas na identificação dos artigosforam: “diagnóstico pré-natal deStreptococcus agalactiae”, “vacinapara EGB”, “Streptococcus agalactiae”,“complicações infecciosas nagravidez”, “perinatologia”, “terceirotrimestre da gravidez” e suas traduçõespara língua inglesa.Em seguida foi realizado o levantamentodos resultados do Banco deDados do Instituto de Patologia Dr.Jorge Furtado Ltda., seguindo os critériosde inclusão percentual de culturatotal realizada de janeiro de 2005 ajunho de 2009 para pesquisa de EGB,percentual de amostras de swab anale vaginal com suas respectivas positividadespara Streptococcus agalactie.138<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


Resultados e DiscussãoNo presente estudo, foram avaliados237 resultados de pacientes atendidasno Instituto de Patologia ClínicaDr. Jorge Furtado de Uberaba-MG, de1º de janeiro de 2005 a 16 de junhode 2009, que realizaram a pesquisado Estreptococo do grupo B (EGB).Após compilação dos resultados,obteve-se a faixa etária das gestantes,que variou entre 17 e 44 anos, commédia de idade de 29,8 anos.Destas 237 gestantes, 220 realizarama dupla coleta (anorretal e vaginal)conforme recomendações do Centersfor Disease Control and Prevention(CDC, 2004). As demais 17 pacientesrealizaram a pesquisa apenas no sítiovaginal, resultando na positividade deapenas duas amostras (11,8%).A coleta dupla anorretal e vaginalé importante, pois aumenta consideravelmentea taxa de prevalênciada colonização pelo EGB, até duasvezes mais que a coleta de apenasum dos sítios, de tal forma que acoleta de apenas um sítio tornaria oprotocolo de profilaxia menos eficazna redução da incidência de infecçãoneonatal (3, 5). Estudo realizado porAlves (1) demonstrou que se deixariade detectar 56,5% de gestantes se acoleta fosse apenas anorretal e cercade 20% se fosse utilizado apenasamostra vaginal.Das 237 amostras estudadas, foramisolados EGB em 57 pacientes,resultando em 24% da população.Quanto ao sítio de isolamento, obtiveram-seos seguintes resultados:24 amostras (42,1%) somente sítiovaginal, 10 (17,5%) somente sítioanal e 23 (40,4%) isolados em ambosos sítios de coleta, como demonstradona Tabela 1 e na Figura 1.Estudos realizados na UniversidadeEstadual de Londrina revelaram umataxa de colonização de 14,9% (3). NoCentro de Atenção Integral à Saúdeda Mulher (CAISM) da UniversidadeEstadual de Campinas (Unicamp),em situações de rotura prematurade membranas e trabalho de partoprematuro, 27,6% (26). No HospitalUniversitário Regional do Nortedo Paraná, 15% (25) e no HospitalUniversitário de Jundiaí, 14,6% (1).Estes estudos demonstram a grandevariação dessas taxas na dependênciada região em estudo.A positividade para o presente estudofoi de 24,0%, como ilustrado naFigura 2, aproximando-se dos dadosobtidos por Nomura (26).Considerando-se que cerca de 50a 75% dos recém-nascidos expostosao EGB intravaginal tornam-se colonizadose que 1 a 2% de todos osrecém-nascidos de mães portadorasirão desenvolver doença invasiva deinício precoce (29), é de extremaimportância que mães colonizadassejam diagnosticadas em tempo hábil,visto que a positividade encontradano presente estudo demonstrou umnúmero elevado de gestantes portadorasdo EGB. Observou-se tambémo aumento progressivo no número depedidos médicos para o diagnósticopré-natal de EGB a partir de 2008,como demonstrado na Figura 3, devidoàs recomendações do CDC e aosestudos realizados no Brasil, destinadosa demonstrar a importância destediagnóstico para a saúde materna edo recém-nascido, bem como para asaúde pública brasileira.Considerações FinaisO Estreptococo do grupo B estáassociado à infecção materna puerperal,sendo de grande preocupaçãoa sepse neonatal precoce, observadacom menor frequência, porém commaior mortalidade entre prematuros.A colonização ocorre em metade dosrecém-nascidos de mães portadoras,mas apenas 2% terão os quadros infecciososneonatais. Se a prevalênciade colonização materna nacional forde 20% em média, devemos ter umaincidência de dois casos para cada1.000 nascidos vivos na ausência deintervenções profiláticas.No Brasil ainda não existe a vigi-lância de casos de sepse neonatal nemdados populacionais que permitamconfirmar esta incidência.O uso de antibiótico no trabalhode parto (penicilina intravenosa) é aintervenção profilática recomendada,porém para que não haja uso indiscriminadode antibióticos é necessárioo exame microbiológico para seleçãode mães portadoras de EGB, vistoque apenas dois em cada 1.000 partosde gestantes colonizadas podemter recém-nascidos acometidos pelasepse neonatal precoce.A primeira estratégia proposta eadotada internacionalmente foi o usode fatores de risco como parto prematuro,temperatura superior a 38°Cdurante trabalho de parto, ruptura demembranas por mais de 18 horas ouantecedente de feto anterior acometidopor EGB e infecção urinária porEBG na gestação (3).O debate sobre o uso de culturapré-natal tardia em substituição aosfatores de risco é intenso. A mudançade conduta nos EUA seguiu as recomendaçõesdo Centers for DiseaseControl and Prevention (CDC). Em1996, propunham-se as duas estratégias,fatores de risco no trabalhode parto ou triagem pré-natal, paraorientar a profilaxia intraparto. Napublicação de 2002, decidiu-se pelaexclusão da primeira estratégia, vistoque metade dos casos de sepse precoceocorria sem fatores de risco e quese conseguia uma melhor adesão àprofilaxia pelos profissionais quandoo resultado da cultura era disponível.Outras razões para uso da triagemincluíram o argumento de reduzir ouso de antibiótico desnecessário emmulheres não colonizadas, facilitar arecomendação e a definição de indicadorespara avaliação da implementaçãoda estratégia.No Brasil, o projeto Diretrizes daAssociação Médica Brasileira sugererealização de cultura no terceiro trimestrese houver fatores de risco, propostadiferente das que constam naliteratura internacional. A prefeitura140<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


Tabela 1. Distribuição das gestantes com cultura positiva para EGB,de acordo com o sítio anatômico da amostraColonização pelo Estreptococo do Grupo BN %Não colonizada 180 76%Colonizada 57 24%Sítio de isolamentoVaginal 24 42,1%Anal 10 17,5%Vaginal + Anal 23 40,4%Positividade para Streptococcus agalactiaede São Paulo elaborou um encarte técnico de assistênciaobstétrica e pré-natal intitulado “Mãe Paulistana”, onde háuma nota técnica sobre a prevenção da infecção neonatalpelo EGB. As diretrizes são destinadas à atenção básicae também às maternidades.Diante da análise que realizamos podemos concluirque se faz necessário que a triagem do S. agalactiaeem gestantes no nosso país tenha uma atenção maiorpor parte do Ministério da Saúde para que o mesmoinclua no protocolo do pré-natal esse tipo de exame,como aconteceu com as sorologias há tempos atrás.Pois o uso indiscriminado de antibióticos futuramentepode levar a uma situação mais agravada como oaumento de cepas resistentes e já é fato comprovadoque a política de prevenção compensa muito mais doque a de tratamento, tanto em qualidade de vida aosatendidos quanto aos cofres públicos.Correspondências para:Leticia Montesletsmontes@yahoo.com.brFigura 1. Porcentagem de pacientes colonizadas por EGB, de acordocom o sítio de coleta, obtida através da compilação dos resultados dobanco de dados do Instituto de Patologia Clínica Dr. Jorge Furtado entre2005 e 2009Colonização pelo Streptococcus agalactiaeFigura 2. Comparação entre os resultados de positividade obtidosatravés do banco de dados do Instituto de Patologia Clínica Dr. JorgeFurtado entre 2005 e 2009Figura 3. Número de pedidos médicos obtidos no período de janeirode 2005 a junho de 2009, através do banco de dados do Instituto dePatologia Clínica Dr. Jorge FurtadoReferências Bibliográficas1. Alves VMN. Prevalência de Fatores associados à colonização retale vaginal pelo Estreptococo do grupo B em parturientes e suascaracterísticas fenotípicas. 2005. Tese (Mestrado) – Faculdadede Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas,Campinas, 2005.2. Amaral E. Estreptococo do grupo B: rastrear ou não rastrearno Brasil? Eis a questão. Revista Brasileira de Ginecologia eObstetrícia. Rio de Janeiro, 27(4). 2005.3. Beraldo C et al. Prevalência da Colonização Vaginal e Anorretalpor Estreptococo do Grupo B em Gestantes do Terceiro Trimestre.Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. Rio de Janeiro,26(7). 2004.4. Betriu C et al. Erythromycin and Clindamycin Resistanceand Telithromycin Susceptibility in Streptococcus agalactiae.Antimicrobial Agents and Chemotherapy. American Society forMicrobiology, 47(3). 2003.5. Borger IL et al. Streptococcus agalactiae em gestantes: prevalênciade colonização e avaliação da suscetibilidade aosantimicrobianos. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia.Rio de Janeiro, 27(10). 2005.6. Brochet M et al. Shaping a bacterial genome by large chromosomalreplacements, the evolutionary history of Streptococcusagalactiae. Proceedings of the National Academy of Sciences ofthe United States of America. Boston, 105(41). 2008.7. Buccato S et al. Use of Lactococcus lactis Expressing Pili fromGroup B Streptococcus as a Broad-Coverage Vaccine againstStreptococcal Disease. The journal of infeccious disease. Chicago,194(03). 2006.8. Centers for Disease Control And Prevention (CDC). Laboratorypratices 54 for prenatal group B Streptococcal screening-seven142<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


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Proceedingsof the National Academy of Sciences of the United States of America. Boston, 102(39). 2005.<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012143


ArtigoAnemia Ferropriva e Parasitoses Intestinais em Crianças deum Município da Região Metropolitana de Porto Alegre, RS:Prevalência, Correlação e Fatores AssociadosDayane Andriotti Otta, Sandrine Comparsi Wagner, Graziela Maria Schuh, Karen Campos KehlCentro Universitário FeevaleNovo Hamburgo. RSResumoSummaryAnemia ferropriva e parasitoses intestinais em criançasde um município da região metropolitana de PortoAlegre, RS: prevalência, correlação e fatores associadosObjetivo: Avaliar a prevalência de anemia ferropriva e parasitosesintestinais em crianças de três a dez anos, analisando apossível correlação entre tais patologias.Métodos: Trata-se de um estudo do tipo observacional transversalque envolveu 116 crianças matriculadas em uma creche e umaescola, ambas pertencentes à rede pública de ensino, localizadasem área carente do município de Guaíba, que situa-se na regiãoleste do estado do Rio Grande do Sul. Os níveis de hemoglobinaforam avaliados através da leitura direta em hemoglobinômetrodigital portátil da marca HemoCue ® . O diagnóstico das parasitosesintestinais foi realizado a partir de exame parasitológico defezes, empregando-se a técnica de sedimentação espontânea deHoffmann, Pons & Janer (HPJ) e a técnica de centrífugo-flutuaçãode Faust, com a intensidade das infecções helmínticas mensuradapelo método de Kato-Katz. Foram coletados dados sobre hábitosde higiene da família (comportamentos de risco), renda e escolaridadedos responsáveis.Resultados: O coeficiente geral de positividade para parasitoses,na população total estudada, foi de 52,59%, com índicede poliparasitismo de 44,3%. Os parasitas intestinais mais prevalentesforam Endolimax nana (60,6%) e Giardia lamblia (31,1%).Observou-se diferença estatística significativa (p=0,002) quanto aograu de intensidade dos casos de ascaridíase e os grupos distintosde crianças monoparasitadas e poliparasitadas. Não foi encontradaassociação entre parasitas intestinais e anemia ferropriva.Conclusões: As duas patologias avaliadas representam umproblema de saúde pública na população de estudo. Apesar daausência de associação entre estas, as precárias condições socioeconômicasobservadas evidenciam a necessidade de medidas deprevenção e tratamento destas doenças.Palavras-chave: Anemia, ferropenia, parasitose, criançasIron deficiency anemia and intestinal parasitizes inchildren in a municipality on Porto Alegre metropolitanarea, RS: prevalence, correlation and associated factorsObjective: Assess the prevalence of iron deficiency anemiaand intestinal parasitosis in children aged three to ten years old,analyzing the possible correlation between those pathologies.Methods: This is a cross sectional observational study whichinvolved 116 children enrolled in a day care center and aschool, both belonging to the public school system, located ona less favored area of the city of Guaíba, situated on the eastregion of the Rio Grande do Sul state. The hemoglobin levelswere evaluated through direct reading of a portable digital hemoglobinometerof the HemoCue ® brand. The diagnostic of theintestinal parasitosis was made following a parasitological fecesexamination, using the spontaneous sedimentation technique ofHoffmann, Pons & Janer (HPJ) and the centrifugation-fluctuationprocedure of Faust, with the intensity of the helminth infectionsmeasured using the Kato-Katz method. Data was collected aboutthe hygiene habits of the family (risk behavior), income and levelof education of the legal guardians.Results: The general positivity coefficient for parasitosis, in thetotal test subjects studied, was of 52,59%, with a polyparasitismindex of 44,3%. The prevailing intestinal parasites were Endolimaxnana (60,6%) and Giardia lamblia (31,1%). A significant statisticaldifference was observed (p=0,002) as to the degree of intensityof the ascaridiasis cases and the distinct groups of monoparasiticand polyparasitic children. No association was found betweenintestinal parasites and iron deficiency anemia.Conclusions: Both of the appraised pathologies pose a problemto the public health on the studied population. Regardless ofthe absence of association between them, the poor socioeconomicconditions observed evidence the need for means of preventionand treatment of these diseases.Keywords: Anemia, iron deficiency, parasitosis, children146<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


IntroduçãoApalavra anemia vem do grego,an = privação, haima =sangue (1), sendo definidapela Organização Mundial da Saúde(OMS) como a situação na qual o conteúdode hemoglobina está abaixo dosvalores considerados normais para aidade, o sexo, o estado fisiológico e aaltitude em relação ao nível do mar,sem considerar a causa da deficiência,constituindo prejuízos funcionais aoorganismo (2-4).A carência de ferro chega a serresponsável por 90% das anemias,acreditando-se que acometa 1/3 dapopulação mundial, o que significa quemais de dois bilhões de pessoas nomundo apresentam tal patologia (5).A OMS estima que 47,4% das criançasmenores de cinco anos tenham anemiaem todo o mundo, com uma variaçãode 3,4% na América do Norte a 64,6%na África. Estas estimativas são de39,5% para a América Latina e Caribenha(6). Nas crianças e adolescentesde cinco a 14 anos de idade, o índicede anêmicos corresponde a 5,9% nospaíses industrializados e 48,1% nospaíses não-industrializados (7).Entre os determinantes da anemiaferropriva estão certos parasitas intestinais.Através da redução da ingestãoalimentar e indução de prejuízos provocadosà digestão e absorção, essesorganismos apresentam a capacidadede reduzir o ferro ingerido na dietaem até 20%, tendo a deficiência circulantedesse micronutriente comoconsequência orgânica imediata a serobservada (8-12).No ano 2000, cerca de 3,5 bilhõesde pessoas apresentavam alguma espéciede parasita intestinal, sendo ascrianças predominantemente acometidas(13). Considerando-se os paísesmais pobres do mundo, as prevalênciaspara ascaridíase, tricuríase e ancilostomíasesão estimadas em 26%,17% e 15%, respectivamente (14).Por normalmente apresentaremhábitos higiênicos mais precários,ausência de imunidade a infecçõese reinfecções e da dependência decuidados alheios, a situação se agravade forma drástica na populaçãoinfantil, onde o parasitismo intestinaltorna-se mais relevante, inclusive pelapossibilidade de comprometimento doaprendizado (15-20).Portanto, diante de uma anemiaque não responde ao tratamentoclínico de rotina, torna-se relevantea investigação da ocorrência concomitantede parasitas intestinais, umavez que os mesmos podem ser responsáveisou agravantes do quadroanêmico (21, 22).Tendo em vista tais considerações,realizou-se o presente estudo com oobjetivo de determinar a prevalênciade anemia ferropriva e parasitosesintestinais em crianças de três a dezanos, avaliando a possível correlaçãoentre tais patologias. Além disso, variáveissocioeconômicas e possíveiscomportamentos de risco tambémforam analisados.Materiais e MétodosTrata-se de um estudo do tipo observacionaltransversal que envolveu116 crianças matriculadas em umacreche e uma escola, ambas pertencentesà rede pública de ensino, localizadasem área carente do municípiode Guaíba, a qual situa-se na regiãoleste do estado do Rio Grande do Sul.A amostragem foi não aleatória, formadapor crianças com idades entretrês e dez anos que frequentam taisinstituições. A coleta de amostras defezes e sangue capilar foi realizadano período de abril a junho de 2009.Após o contato inicial com as diretorasdas instituições, procedeu-secom o envio de carta explicativa aosresponsáveis pelas crianças, convidando-ospara uma reunião onde osobjetivos e viabilidade do projeto foramdiscutidos. Os responsáveis que desejaramparticipar assinaram o Termo deConsentimento Livre e Esclarecido eresponderam, a seguir, ao questionáriopadronizado, que objetivou a coletade dados sobre hábitos de higiene dafamília (comportamentos de risco),renda e escolaridade dos responsáveis.Para tornar viável esta pesquisa,foram estabelecidas normas de rotinaslaboratoriais e de procedimentosrealizados em campo, com o intuito deobter amostras satisfatórias e êxito narealização das análises, onde todas asregras de biossegurança foram rigidamenteseguidas. Desta forma, o presenteprojeto foi analisado e aprovadopelo Comitê de Ética em Pesquisa doHospital Regina, localizado na cidadede Novo Hamburgo, RS (17 de abrilde 2009).Os níveis de hemoglobina foramavaliados através da leitura direta emhemoglobinômetro digital portátil damarca HemoCue ® , que a converte emazidometahemoglobina em uma cuvetaquimicamente preparada, medidafotometricamente a um comprimentode onda de 570 nm, sendo o resultadoobtido em 15 a 60 segundos, atravésda leitura do hemoglobinômetro eexpresso em g/dL (23).Utilizou-se amostra de sanguecapilar da polpa digital, cuja coletafoi realizada nas próprias instituições,logo após a fricção do local da punçãoe anti-sepsia com algodão embebidoem álcool etílico a 70%. A primeiragota de sangue foi desprezada, utilizando-sea segunda gota para realizara leitura no fotômetro.A definição de anemia infantil,através da dosagem de hemoglobina,fundamentou-se nos limítrofes recomendadospela OMS: Hb


≥ 60 meses de idade. Para o grau deseveridade, preconizou-se: Hb 10 g/dL – anemia leve (7).As amostras de fezes foram coletadasem ambiente domiciliar, pelospais ou responsáveis pelas crianças,estando devidamente esclarecidossobre o procedimento de coleta epreservação do material fecal. Tais espécimesclínicos foram acondicionadosem frascos coletores adequados e semconservantes, previamente codificados,sendo colhidos na véspera ou nomesmo dia combinado para buscá-los.As amostras foram enviadas às respectivasinstituições frequentadas porcada criança e refrigeradas em isoporcontendo gelo reciclável (Gelox ® ) natemperatura de 2ºC a 8ºC.Para garantir a observação e diagnósticodas formas parasitárias, a recomendaçãoideal consiste na colheitade três amostras fecais do mesmoindivíduo, em dias alternados, sendoesse, portanto, o critério adotado paraobtenção de maior sensibilidade dastécnicas coproparasitológicas empregadasneste estudo, onde foram confeccionadasduas lâminas para cadaamostra fecal.O diagnóstico das parasitosesintestinais foi realizado a partir deexame parasitológico de fezes, empregando-sea técnica de sedimentaçãoespontânea de Hoffmann, Pons &Janer (HPJ) e a técnica de centrífugoflutuaçãode Faust. Nos casos deamostras diarreicas, as mesmas foramprocessadas utilizando-se o método deexame direto a fresco. A intensidadede infecções helmínticas foi mensuradaa partir da contagem de ovosatravés do método de Kato-Katz.De acordo com a recomendaçãoda OMS, considerou-se infecção levepor Ascaris lumbricoides quando acarga parasitária continha até 5.000ovos por grama de fezes (opg); moderada,com eliminação entre 5.000e 50.000 opg; e, pesada, se ultrapassasse50.000 opg. A infecção porTrichuris trichiura foi considerada leve,moderada ou intensa, nos casos deeliminação de ovos em quantidadesmenores que 999 opg, entre 1.000 e9.999 opg e maiores que 10.000 opg,respectivamente (24).Os materiais parasitológicos foramprocessados e analisados no LaboratórioExame, situado nas dependênciasdo Hospital Regina, em Novo Hamburgo,RS.Ao fim do estudo, todos os paisou responsáveis receberam o resultadodos exames, e todas as criançasanêmicas e/ou parasitadas foram encaminhadasà unidade de saúde maispróxima para o correto tratamento.A análise estatística da pesquisafoi realizada no programa SPSS ecompreendeu o teste qui-quadrado,teste T não pareado, Ancova (análisede covariância) corrigida para sexo eidade, Anova, correlação de Pearsone teste de razão de verossimilhança(likelihood ratio test). O nível de significânciaadotado foi de p0,05).As associações nos casos de poliparasitismoestão demonstradas naTabela 4. É possível observar que taisassociações apresentaram-se de formahomogênea, com leve predomínio150<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


de Endolimax nana + Giardia lamblia,representando 6,56%.As infecções com intensidade leverepresentaram todos os seis casos detrichuríase (100%) e quatro casos deascaridíase (25%). Nos 12 indivíduosrestantes, as infecções por Ascarislumbricoides foram classificadascomo moderadas (75%). Observousediferença estatística significativa(p=0,002) quanto ao grau de intensidadedos casos de ascaridíase e osgrupos distintos de crianças monoparasitadase poliparasitadas. Do total deindivíduos acometidos por dois parasitasou mais, 10 (37,0%) possuíamascaridíase moderada, enquanto três(11,1%) eram acometidos por asca-Espécies de parasitasEndolimax nanaGiardia lambliaEntamoeba coliBlastocystis hominisAscaris lumbricoidesEnterobius vermicularisTrichuris trichiura0 10 20 30 40 50 60 70Frequência (%)Gráfico 1. Prevalência de parasitas intestinais, de acordo com a espécie, em crianças deum município da região metropolitana de Porto Alegre, RSTabela1. Distribuição, de acordo com gênero e faixa etária, de crianças de um município da região metropolitana de Porto Alegre, RSSexoFaixa etáriaFeminino Masculino Total(anos)n % n % n %3-46 54,55 45,511 9,55-618 72,07 28,025 21,67-818 52,916 47,134 29,39-1024 52,222 47,846 39,6Total 66 56,9 50 43,1 116 100,0Tabela 2. Características socioeconômicas de crianças de um município da região metropolitana de Porto Alegre, RSCaracterísticas socioeconômicasNúmero de indivíduos(%)Instrução do ResponsávelEnsino fundamental incompleto 72 (62,1)Ensino fundamental completo 20 (17,2)Ensino médio incompleto 09 (7,8)Ensino médio completo 15 (12,9)Renda Familiar (salário mínimo)*3 2 (1,7)*Valor do salário mínimo em 2009 = R$ 465,00152<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


idíase leve. Entre as crianças comapenas uma forma parasitária, essesíndices ficaram em 5,9% (dois casos)e 2,9% (um caso), respectivamente(Gráfico 2).Os resultados das análises bivariadasencontram-se na Tabela 5. Não foiencontrada associação de parasitosesintestinais com as condições socioeconômicasda população de estudo. Talassociação também não foi verificadaem relação à ocorrência concomitantede anemia ferropriva. Em contraponto,encontrou-se relação inversa, estatisticamentesignificativa, no que tangea frequência de parasitoses intestinaisassociada ao histórico de anemia e ohábito de brincar em praça pública.As demais variáveis avaliadas comopossíveis fatores de risco não apresentaramvalor estatístico representativo.Quanto à avaliação de hemoglobina,a média encontrada foi de 11,7 ±0,8 g/dL. O valor mínimo foi de 10,1g/dL e, o máximo, 13,1 g/dL, nãosendo detectado, portanto, nenhumcaso de anemia moderada ou grave.Tabela 3. Prevalência de parasitas intestinais, de acordo com a idade, em crianças de um município da região metropolitana de Porto Alegre, RSFaixa etáriaParasitasTotal3 - 4 anos 5 - 6 anos 7 - 8 anos 9 - 10 anos(n=1) (n=15) (n=20) (n=25)Protozoários n % n % n % n % n %Endolimax nana 0 0,0 8 13,1 12 19,7 17 27,9 37 60,6Giardia lamblia 1 1,6 4 6,5 6 9,8 8 13,1 19 31,1Entamoeba coli 0 0,0 2 3,3 4 6,5 3 4,9 9 14,7Blastocystis hominis 0 0,0 0 0,0 3 4,9 2 3,3 5 8,2Helmintos n % n % n % n % n %Ascaris lumbricoides 0 0,0 6 9,8 5 8,2 4 6,5 19 31,1Enterobius vermicularis 0 0,0 1 1,6 4 6,5 2 3,3 8 13,1Trichuris trichiura 0 0,0 3 4,9 6 9,8 1 1,6 6 9,8*Inclui casos de poliparasitismoTabela 4. Associações de parasitas intestinais em infecções por helmintos e protozoáriosAssociaçõesA. lumbricoides + E. vermicularis + T. trichiuraHelmintos + HelmintosA. lumbricoides + T. trichiuraFrequência(%)1 (1,64)1 (1,64)Helmintos + ProtozoáriosProtozoários + ProtozoáriosA. lumbricoides + T. trichiura + E. nanaA. lumbricoides + E. coliA. lumbricoides + E. nanaE. vermicularis + G. lambliaA. lumbricoides + T. trichiura + G. lambliaA. lumbricoides + T. trichiura + E. coli + E. nanaT. trichiura + G. lamblia + E. coli + E. nanaT. trichiura + G. lamblia + E. nanaE. vermicularis + E. coli + E. nanaE. vermicularis + E. nanaT. trichiura + G. lambliaE. nana + G. lambliaE. nana + G. lamblia + E. coliE. nana + E. coli3 (4,92)3 (4,92)2 (3,28)2 (3,28)1 (1,64)1 (1,64)1 (1,64)1 (1,64)1 (1,64)1 (1,64)1 (1,64)4 (6,56)3 (4,92)1 (1,64)Total (%) 27 (44,3)<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012153


% por tipo de infecção4035302520Ascaridíase leve15Ascaridíase moderada1050Monoparasitados PoliparasitadosQuantificação da infecçãoGráfico 2. Comparação do grau de intensidade da ascaridíase em relação aos monoparasitadose poliparasitados de um município da região metropolitana de Porto Alegre, RSA prevalência da forma leve da doençafoi de 26,7%, representando 31crianças com uma dosagem de hemoglobinainferior ao ponto de corteadotado. Dentre a população anêmica,17 (54,9%) eram do sexo femininoe 14 (45,1%) do sexo masculino,não havendo diferença estatísticasignificativa em relação ao gênero(p>0,05). Também não foi observadacorrelação da doença com uma faixaetária específica (Tabela 6). A Tabela 7contém a média de idade e hemoglobinaem indivíduos não parasitados,monoparasitados e poliparasitados,não havendo relação de dependênciacom nenhum dos três grupos.Tabela 5. Análise bivariada para parasitoses intestinais em crianças de um município da região metropolitana de Porto Alegre, RS.Variáveis Número de indivíduos Parasitas intestinais pn %Renda (salário mínimo)< 1582845,91 a 3563252,50,64>3211,6Escolaridade do responsávelEns. fundamental incompletoEns. fundamental completoEns. médio incompletoEns. médio completo7220091538134662,321,36,69,80,49Presença de anemiaNãoSim8531491280,319,70,07Histórico de anemia*NãoSim7541461575,424,60,01Histórico de parasitoseNãoSim5165273444,355,70,95Lavagem de mãos após uso do banheiroNãoSim81083584,995,10,38Brincar em praça pública*NãoSim5462352657,442,60,01Andar descalçoNãoSim4670233837,762,30,65Contato direto com animaisNãoSim3878194231,168,90,70*estatisticamente significativo154<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


Tabela 6. Prevalência de anemia ferropriva, de acordo com a idade, em crianças de um município da região metropolitana de Porto Alegre, RSResultados das dosagens deFaixa etáriahemoglobina3 - 4 anos 5 - 6 anos 7 - 8 anos 9 - 10 anosTotaln % n % n % n % n %Não anêmico 7 6,0 15 12,9 24 20,7 39 33,6 85 73,3Anêmico 4 3,4 10 8,6 10 8,6 7 6,0 31 26,7*p>0,05Tabela 7. Comparação da média de idade e hemoglobina entre não parasitados, monoparasitados e poliparasitados de um município deregião metropolitana de Porto Alegre, RSIndivíduos n Idade média (anos) Hemoglobina média (g/dL)Não parasitados 55 7,1 ± 2,2 11,8 ± 0,8Monoparasitados 34 7,8 ± 1,5 12,0 ± 0,7Poliparasitados 27 7,8 ± 1,5 12,1 ± 0,7*p>0,05DiscussãoA prevalência de parasitoses intestinaisobservada no presente estudo,de 52,59%, se assemelha àquelaencontrada no último levantamentoacerca da ocorrência de tais patógenosno Brasil, em que 55,3% das criançasestavam parasitadas (15). Os resultadostambém se assemelham aosobservados por Mizuma et al., (25)em Londrina, PR, que revelou a prevalênciade 54,8% entre pessoas quevivem em bairros pobres da cidade.Entretanto, os índices são maiselevados do que aqueles encontradosna cidade de Pelotas, RS, cujos resultadosevidenciaram que 39,8% dasamostras apresentavam-se positivaspara pelo menos um parasita (26).Contudo, prevalências maiores do quea observada em nosso estudo foramrelatadas em Guaçuí, ES (88,6%)(20), e em Minas Gerais (78,3%) (15).O poliparasitismo encontrado(44,3%), foi superior ao relatado porGomes et al. (27) e Buschini et al.,(28) que identificaram 38,9% e 26,7%de poliparasitados, respectivamente.As altas taxas de infecções mistas encontradasneste trabalho estão provavelmenterelacionadas com precáriascondições de higiene, alimentação,abastecimento de água e destinaçãode lixo e esgoto, estando estes entreos principais e mais amplamentediscutidos fatores predisponentes àprevalência de parasitoses. Emborasejam cosmopolitas, estas patologiassão mais frequentemente observadasem regiões tropicais, apresentandose,muitas vezes, atrelados à pobrezae à miséria (20, 29, 30).A espécie comensal Endolimaxnana foi a mais prevalente no presenteestudo, ocorrendo em 60,6% dasamostras com ou sem associação deoutros parasitas. Estes organismosapresentam o mesmo modo de transmissãode outros protozoários patogênicos,podendo servir como bonsindicadores das condições sociosanitáriase da contaminação fecal a quala população está exposta (15, 31-34).Em relação aos helmintos, o Ascarislumbricoides foi o mais prevalente,ocorrendo em 31,1%. Elevados índicesdeste parasita podem ocorrer portratar-se de um helminto que realizaa postura de um grande número deovos, além de apresentar característicasmorfológicas (dupla membranae camada cortical de albumina) quelhes conferem resistência e viabilidadeprolongada no meio ambiente (35).Cabe salientar que o número encontradode Enterobius vermicularis(oito casos) pode estar subestimado,visto que os métodos utilizados (Fauste HPJ) não são adequados para identificaresta espécie de parasita. Para apesquisa de tal agente, recomenda-seo método da fita gomada de Graham(swab anal), o qual não foi empregadoneste estudo por tratar-se deum método invasivo, podendo causarconstrangimentos e possível reduçãodo número amostral.Outro aspecto que merece ganhardestaque é a identificação deBlastocystis hominis em 8,2% dosindivíduos pesquisados. Este parasitaapresenta uma consideráveldificuldade diagnóstica por ser poucoreconhecido através das técnicas derotina laboratorial, podendo ocorrerem uma frequência bem maior do quea observada em nosso meio.Foi encontrada relação significativaentre crianças que não apresentam ohábito de brincar em praça pública eocorrência de parasitoses. Este achadopode ser explicado pelo fato de que osinfantis que não frequentam tal ambientepúblico, possivelmente, desenvolvamatividades de lazer em locais próximosas suas residências, sem as condiçõessanitárias básicas para tal, sendo estauma característica observada na maior156<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


parte da área de estudo.A diferença estatística relevante(p=0,002) observada quanto ao graude intensidade dos casos de ascaridíasee os grupos distintos de criançasmonoparasitadas e poliparasitadasvêm ao encontro de vários estudosepidemiológicos que indicam queindivíduos infectados com múltiplasespécies helmínticas, frequentemente,abrigam infecções de maior intensidadequando comparados a indivíduosinfectados com uma única espéciedesses parasitas (36).Com relação à frequência de anemia,o resultado encontrado (26,7%)evidencia que este é um problema desaúde pública na população estudada,estando em conformidade com estudorealizado por Assunção et al., (37)em que 30,2% das crianças avaliadasapresentavam a anemia. Resultadossuperiores foram encontrados porBueno et al., (38) onde os índicesalcançaram 68,8%.Foi possível verificar que 75,4%das crianças parasitadas não apresentavamhistórico de anemia, sugerindoque esta população específicapossivelmente tenha menos acesso àassistência médica e, por consequência,apresente um menor índice de doençasanteriormente diagnosticadas.No que diz respeito à influência dasinfecções parasitárias no estado anêmico,diversos estudos têm mostrado controvérsias.No presente, não foi encontradaassociação de anemia ferropriva comparasitoses intestinais. Da mesma forma,diversas pesquisas não sustentam talrelação, tais como as desenvolvidas porRocha et al. (22), Anaruma et al., (39) eTsuyuoka et al. (40).Contrariando os resultados encontradosno presente estudo, algunsautores relataram a associação dasinfecções parasitárias com o estadoanêmico. Em Kilifi, Kenia, foi desenvolvidoum estudo com 460 criançasem fase pré-escolar, com idades entreseis e 76 meses, onde foi possíveldemonstrar que 28,7% dos infantisapresentavam algum tipo de parasita,que 76,3% eram anêmicos e que essaanemia era mais severa em criançascom infecção parasitária apresentandomais de 200 ovos por grama defezes (41).Análise realizada com crianças escolaresno Zanzibar sugeriu uma prevalênciade 51% de anemia ferropriva,sendo que parasitas espoliadores desangue foram considerados responsáveispor 35% e 75% dos casos deanemia ferropriva moderada e grave,respectivamente (42).Apesar de não ter sido encontradaassociação entre as duas patologias,foi possível evidenciar prevalênciassignificativas de parasitoses intestinaise anemia ferropriva na população deestudo, concluindo-se que o quadrode saúde observado é precário, necessitandode rápida intervenção afim de garantir melhores condições decrescimento e desenvolvimento paraessas crianças.AgradecimentosÀ Secretária de Saúde do Municípiode Guaíba, Sra. Janice Heidrich;à Secretária de <strong>Ed</strong>ucação, Sra. LúciaPolanczyk; às diretoras e todos osfuncionários das instituições peloauxilio no contato inicial com os pais,e estes que realizaram a coleta dasamostras e participaram das palestrasde esclarecimento.Correspondências para:Dayane Andriotti Ottadayaneotta@gmail.comReferências Bibliográficas1. Faillace RR. Hemograma: manual de interpretação. 4. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 2003. 298p.2. WHO. Nutritional anemias. Report of a WHO Scientific Group. Technical Report Series, n. 405. Geneva: World Health Organization, 1968.3. OMS/OPAS. Iron fortification: Guidelines and Recommendations for Latin America and the Caribbean. Washington: Organização Mundialda Saúde/ Organização Pan-Americana da Saúde, 2001.4. Demaeyer EM et al. Assessment, prevalence and consequences of iron deficiency anaemia. In: ______ et al. Preventing and controlling irondeficiency anaemia through primary health care: A guide for health administrators and programme managers. Geneva, WHO, p. 8-10, 1989.5. WHO. Battling iron deficiency anemia: The challenge. In: ______. Turnig the tide of malnutrition: Responding to the challenge of the 21stcentury. Geneva: World Health Organization, 2000. Disponível em: .Acesso em: 16 jul. 2008.6. MClean E et al. Worldwide prevalence of anemia in pre-school aged children, pregnant women and non-pregnant women of reproductiveage. In: Kraemer K, Zimmermann MB. Nutritional anemia - Sight and Life Press, Basel, p. 1-12, 2007.7. WHO; UNU; Unicef. Iron Deficiency Anaemia – Assessment, Prevention, and Control: a guide for programme managers. Geneva: WorldHealth Organization, United Nations University, United Nations Children’s Fund, 2001. Disponível em: .Acesso em: 15 jul. 2008.8. Crompton DWT. The public health importance of hookworm disease. Parasitology, Cambridge, 121: 39-50, 2000.9. ______; Nesheim MC. Nutritional impact of intestinal helminthiasis during the human life cycle. Annual Review of Nutrition, Palo Alto,22: 35-39, 2002.10. Ferreira HS et al. Saúde de populações marginalizadas: desnutrição, anemia e enteroparasitoses em crianças de uma favela do “Movimentodos Sem Teto”, Maceió, Alagoas. Rev. Bras. Saúde Materno Infantil, 2(2): 177-185, 2002.<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012157


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ArtigoResistência Bacteriana de Isolados deAcinetobacter baumannii em UTIFranciele de Medeiros Yabumoto 1 , Juliane Cristina Costa Oliveira 21 - Farmacêutica-Bioquímica, Especialista em Epidemiologia e Controle de Infecção Hospitalar,Mestre em Microbiologia, Doutoranda em Ciências da Saúde2 - Médica Especialista em Infectologia, Membro da Comissão de Controle de Infecção HospitalarResumoSummaryResistência bacteriana de isolados de Acinetobacterbaumannii em UTIEspécies de Acinetobacter têm emergido como importantespatógenos hospitalares e o A. baumannii tem se mostrado umdos patógenos gram-negativos mais difíceis de serem tratados,frequentemente multirresistentes e acometendo principalmente pacientescríticos associados com alto risco de vida. O A. baumanniitem uma importância clínica devido à tendência de transmissãocruzada, particularmente em Unidade de Terapia Intensiva, ondenumerosos surtos são encontrados.Palavras-chave: Resistência bacteriana, Unidade de TerapiaIntensivaBacterial resistance of isolates of Acinetobacterbaumannii in ICUAcinetobacter species have emerged as important nosocomialpathogens and A. baumannii has been one of the most difficultgram-negative pathogens to treat, often multidrug resistant andusually affecting critically ill patients associated with high riskof life. A. baumannii has a clinical importance because of thetendency of cross transmission, particularly in the Intensive CareUnit, where numerous outbreaks are found.Keywords: Bacterial resistance, Intensive Care UnitIntroduçãoEspécies de Acinetobacter têmemergido como importantespatógenos hospitalares e oA. baumannii tem se mostrado umdos patógenos gram-negativos maisdifíceis de serem tratados, frequentementemultirresistentes e acometendoprincipalmente pacientes críticos associadoscom alto risco de vida (1, 2).O A. baumannii tem uma importânciaclínica devido à tendência de transmissãocruzada, particularmente emUTI (unidade de terapia intensiva),onde numerosos surtos são encontrados(3).O Acinetobacter baumannii temsido isolado de diferentes tipos deinfecções oportunistas, incluindosepticemia, pneumonia, endocardite,meningite, peritonite em pacientessubmetidos à diálise peritoneal, infecçãode pele e tecidos, e infecçãodo trato urinário. O trato respiratórioinferior e o trato urinário possuemuma particular importância nas UTIs,estando provavelmente relacionadosaos procedimentos invasivos utilizadosnestas unidades (4, 5).A realização de 20 estudos casocontrolecom análise multivariadademonstrou o uso de antibióticoscomo fator de risco mais comumpara infecção por A. baumannii (7).A terapia antimicrobiana com carbapenêmicose cefalosporinas deterceira geração é implicada como amais comum seguida da utilização defluoroquinilonas, aminoglicosídeos emetronidazol (7, 8).Pacientes com A. baumannii multirresistenteapresentam tempo depermanência no hospital e UTI maioresdo que aqueles com infecção porA. baumannii sensíveis. Da mesmaforma as taxas de mortalidade ecustos hospitalares são maiores paraaqueles com A. baumannii multirresistenteem relação aos sensíveis (9).O estudo de Rodriguez-Bano et160<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


al. (10) resultou em 78% de infecçãopor A. baumannii multirresistente commortalidade de 53,4% e Levin et al.(11) obtiveram uma mortalidade de80% nos casos de infecção por A.baumannii multirresistente duranteum surto em um hospital brasileiro, noqual somente pacientes com infecçãourinária sobreviveram.Resistência bacterianaO A. baumannii está implicadocada vez mais em infecções hospitalaresadquiridas, afetando principalmentepacientes em UTI debilitados,nos quais as infecções estão associadascom altas taxas de mortalidade.Este organismo apresenta uma habilidadeespetacular de desenvolverresistência antimicrobiana a múltiplosantibióticos, como β-lactâmicos,aminoglicosídeos e fluoroquinolonase apresenta altas proporções deresistência-cruzada a estas drogas(12). As práticas na UTI contribuempara o desenvolvimento de resistênciaantimicrobiana em virtude da amplautilização de antibióticos de espectroampliado por paciente (7).Certas características desses organismosestão relacionadas com avirulência das cepas envolvidas nasinfecções, como por exemplo: a presençade cápsula polissacarídea; aadesão às células do epitélio humano;a produção de enzimas que danificamos lipídeos do tecido e o potencialtóxico, através dos componentes lipopolissacarídeosda parede da célula ea presença de lipídeo A. A produçãode endotoxinas é provavelmente responsávelpelos sintomas da doençaobservados durante a septicemia porAcinetobacter spp (4).Vários mecanismos de resistênciabacteriana são reconhecidos nestasbactérias e uma terapia combinadageralmente é necessária para umtratamento efetivo das infecções porAcinetobacter spp.. Essas dificuldadesterapêuticas em conjunto como fato de essas bactérias terem umacapacidade de sobrevivência longa noambiente hospitalar correspondem aum aumento nas oportunidades detransmissão entre os pacientes, atravésde reservatórios humanos ou demateriais inanimados (4, 8).Quatro processos contribuem parao acúmulo de resistência: primeiro,espécies com resistência inerentesão privilegiados; segundo, mutantesresistentes selecionados a partir deisolados suscetíveis; terceiro, disseminaçãoda transferência de genesde resistência através de isoladosbacterianos, carreados por plasmídeos,transposons e íntegrons; e, porúltimo, alguns isolados resistentesalcançam espectro epidêmico atravésdos pacientes, hospitais e países (13).O aumento da frequência de infecçõeshospitalares associadas aespécies de Acinetobacter e o rápidodesenvolvimento de resistência destesorganismos, vêm representando umgrave problema de saúde pública. O A.baumannii tem múltiplos mecanismosde resistência aos antimicrobianos, eprincipalmente os relacionados aoscarbapenêmicos precisam ser amplamenteconhecidos, para que assim,apoiado pelo conhecimento da epidemiologialocal das infecções, sejaestabelecido o controle deste microorganismoque tem se propagado demodo endêmico (14).Até o início dos anos de 1970, infecçõeshospitalares por Acinetobacterspp. eram tratadas com sucesso comgentamicina, minociclina, ácido nalidíxico,ampicilina ou carbenicilina, tantocomo monoterapia ou como terapiacombinada, mas o aumento das taxasde resistência começou a ser notificadoentre 1971 e 1974. Desde 1975, oaumento das cepas resistentes a antigosantibióticos tem sido notificadoe muitas cepas são resistentes aosníveis clínicos da maioria dos antibióticosutilizados, como aminopenicilinas,ureidopenicilinas, cefalosporinas debaixo e amplo espectro, cefamicinas,aminoglicosídeos, cloranfenicol e tetraciclinas.Para alguns antibióticosrelativamente novos, como cefalosporinasde amplo-espectro (cefotaxima,cefoxitina), imipenem, tobramicina,amicacina e fluoroquinolonas, os isoladosde A. baumannii permanecemrelativamente sensíveis, mas a MICsdesses antibióticos têm aumentadona última década. Imipenem já foiativo contra 100% dos isolados deAcinetobacter spp, e alguns relatosindicavam que imipenem e polimixinaseram as únicas drogas ativas contrao Acinetobacter spp. Infelizmente, asúltimas análises de surtos hospitalaresindicam isolados resistentes aoimipenem, que leva a uma preocupaçãoparticular quanto ao tratamentodessas infecções (4).Durante a última década, o tratamentodessas infecções tem se tornadocrítico, em função do surgimentode cepas multirresistentes associadasà contaminação de equipamentoshospitalares ou contaminação cruzadapelas mãos colonizadas da equipe assistencial.A emergência da resistênciaaos carbapenêmicos tem limitado asopções terapêuticas para o tratamentodessas infecções a ampicilina-sulbactame polimixinas.Além disso, alguns estudos têmmostrado que a concentração inibitóriamínima da colistina para os isolados deAcinetobacter sp resistentes aos carbapenêmicostem-se elevado, o que representauma situação crítica já que aspolimixinas representam a última opçãoterapêutica para o tratamento dessas162<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


infecções (14). Diferenças na sensibilidadeantimicrobiana são observadasem diferentes países, provavelmentecomo resultado de fatores ambientaise da utilização dos antimicrobianos (4).A emergência de micro-organismosmultirresistentes e, ultimamente, ospanresistentes, nos remetem à reflexãoe definições de atitudes em todasas atividades executadas nos ambientesde assistência à saúde ou a eles relacionados.Os avanços tecnológicos eo uso de antimicrobianos proporcionamredução da mortalidade, porém, comoconsequência, um aumento da morbidadee da resistência bacteriana (14).As diferenças nos padrões deresistência entre os isolados de A.baumannii encontrados podem ocorrerdevido a diferentes padrões deuso de antimicrobianos e diferentessituações epidemiológicas, incluindopolíticas para medidas de controle,enfatizando a importância da vigilânciapara determinar a terapêuticamais adequada para as infecções porA. baumannii (7). Existem diferençasnas cepas resistentes isoladas de diferentespaíses, diferentes hospitais nomesmo país ou diferentes enfermariasno mesmo hospital; no entanto, atendência para crescente resistêncianesta espécie é indiscutível (15).Zarrilli et al. (16) demonstraramque a aquisição de A. baumannii aumentacom a utilização de cefalosporinasde amplo espectro e aminoglicosídeos.Além disso, terapia prévia comaminoglicosídeos tem sido identificadacomo um fator de risco para septicemiapor A. baumannii multirresistente,enquanto que a utilização prévia de ciprofloxacinae ceftriaxona fator de riscopara o desenvolvimento de pneumoniaassociada à ventilação mecânica (8).O surpreendente aumento daresistência a carbapenêmicos é particularmenteinteressante, levandoseem conta que esta classe deantimicrobianos era considerada amais potente para muitos microorganismos(15). O aparecimentoda resistência ao imipenem seguiu oaumento do uso de antimicrobianospara tratar as infecções hospitalarescausadas por Acinetobacter spp (7).Há um aumento na proporção deisolados com resistência ao imipeneme piperaciclina-tazobactam, ea proporção de isolados com multirresistência(resistente a ceftazidima,ciprofloxacina e amicacina) aumentouconsideravelmente (15). Sabe-setambém que quase todas as infecçõeshospitalares por Acinetobacterexibem resistência à ceftazidimaantes de progredir para resistênciaa carbapenêmicos (2).A ocorrência de infecções hospitalarespor A. baumannii resistente aimipenem está fortemente relacionadacom o tempo de permanência na UTI eé favorecida pela prévia utilização deantibióticos (15, 17). O Acinetobacterbaumannii sensível ao imipenemreduziu de 98,1 para 64,1% em umperíodo de 10 anos, enquanto que asensibilidade a ciprofloxacina reduziude 50,5 a 13,1% no mesmo período detempo, demonstrando a importânciaquanto à resistência do A. baumanniino ambiente hospitalar (18).A resistência é uma significantecausa de excesso de morbidade,mortalidade e custos (15, 19), e nema complexa terapia combinada nem otratamento com polimixina B é garantiade sucesso (1).O desenvolvimento de resistênciaaos antimicrobianos por A. baumanniiparece ser imparável e a redução daspossibilidades terapêuticas resulta noaumento da mortalidade por tratamentosantimicrobianos inadequados(7). Assim, o desenvolvimento de novosantibióticos, com atividade contraisolados resistentes de A. baumanniitem se tornado o maior desafio damedicina moderna (15).Material e MétodoO estudo foi realizado em um hospitalterciário de referência no atendimentoem emergência e trauma, oqual é composto por três UTIs.Foi realizada uma análise de umasérie de casos de infecções hospitalarescausadas por A. baumannii emUTI no período de um ano.O isolamento do Acinetobacter sppfoi feito em ágar MacConkey e a realizaçãodas provas bioquímicas paraidentificação compreendeu: oxidase,motilidade, oxidação fermentação daglicose de Leifson (OFG), crescimentoa 42ºC, citrato, gelatina e malonato.O perfil de sensibilidade dos isoladosde A. baumannii foi determinadopelo método de Kirby-Bauer, em ágarMueller-Hinton, com a utilização dosdiscos de ceftazidima, imipenem,meropenem, amicacina, gentamicina,ampicilina/sulbactam, cefepima, ciprofloxicina,sulfametoxazol/trimetropim,tigeciclina, aztreonam e polimixina B.A interpretação dos isolados sensíveis,intermediários e resistentes foibaseada nos critérios determinadospelo CLSI e foram classificados emsensíveis, quando sensíveis a mais dedois antibióticos testados, multirresistente(MR), quando sensíveis a apenasdois antimicrobianos testados, epanresistente (PAN), quando sensíveisa apenas um antimicrobiano testado.Resultados e DiscussãoNo período em estudo ocorreram108 casos de infecções hospitalaresnas três UTIs, sendo que o total deinternamento no mesmo período foide 1.089 pacientes, levando a uma<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012163


taxa anual de infecção hospitalar de9,92%. Dos casos ocorridos, 85 delescorresponderam a infecções por A.baumannii evidenciando a importânciado A. baumannii como um patógenonosocomial, responsável por 78,7%do total de casos de infecções hospitalaresocorridas durante um ano nasUTIs (Tabela 1).A maioria das fontes de cultura positivacorrespondeu ao aspirado traquealque junto ao lavado brônquico alveolarconfirmaram o quadro clínico de pneumoniaque foi a infecção hospitalarpredominante seguida de septicemia,confirmada através de hemoculturae cultura de ponta de cateter; infecçõesde pele, confirmada através decultura de ferida cirúrgica e secreçãode abscesso; e meningite secundária,confirmada através de cultura do líquidocefaloraquidiano (Tabela 2). Sabe-seque as infecções do trato respiratórioinferior têm grande importância pelafrequência com que ocorrem e pelamorbidade associada (14).Através da análise do perfil desensibilidade dos isolados de A.baumannii foi possível determinar afrequência dessas infecções baseadano perfil de sensibilidade (Tabela3). Dos 85 casos ocorridos, 30,5%corresponderam a isolados sensíveis,29,4% a multirresistentes e 41,2% aisolados panresistentes, os quais eramsensíveis apenas a polimixina B.Quanto à utilização de antibioticoterapiaprévia, os resultados obtidosmostraram que nas infecções por A. baumannii,apenas 1% dos pacientes nãoutilizaram antibióticos antes da infecção,10% utilizaram um antibiótico, 27%dois, 20% três ou quatro antibióticos.Os resultados da antibioticoterapiatambém foram analisados quanto aoperfil de sensibilidade dos isolados deA. baumannii (Gráfico 1).Katsaragakis et al (21) citaram aTabela 1. Micro-organismos causadores de infecção hospitalarMicro-organismoNº Infecções HospitalaresA. baumannii 85Outros 24Tabela 2. Fonte de cultura positiva de micro-organismos isoladosFonte de CulturaA. baumanniiAspirado traqueal 69Lavado brônquico alveolar 4Hemocultura 5Ferida cirúrgica 2Ponta de cateter 2Urina 0Cateter uretral 0Secreção abscesso 1Líquido cefalorraquidiano 2Secreção uretral 0Tabela 3. Perfil de sensibilidade dos isolados de A. baumanniiPerfil de sensibilidade Nº casos Frequência (%)Sensível 26 30,5Multirresistente 25 29,4Panresistente 34 41,2resistência a antibióticos como o maiorfator de risco no comportamento epidemiológicodo A. baumannii. Dosisolados de A. baumannii a maioria dosisolados sensíveis (16%) correspondeua pacientes com exposição prévia adois antibióticos; a maioria dos isoladosmultirresistentes (11%) correspondeu apacientes com exposição prévia a trêsantibióticos; e a maioria dos isoladospanresistentes (18%) correspondeu apacientes com exposição prévia a quatroantibióticos. Com base nessa análisepodemos afirmar que quanto maior onúmero de antibióticos a que o pacienteda UTI é exposto, maior a probabilidadede esse paciente adquirir uma infecçãopor A. baumannii panresistente, tendocomo única opção terapêutica a utilizaçãode polimixina B.A utilização de antibioticoterapiaprévia nos casos de infecção por A.baumannii se deu preferencialmentepela combinação de cefalosporinas deterceira geração com carbapenêmicosou cefalosporinas de terceira geraçãocom glicopeptídio, mas também foiobservada a utilização prévia combinadade cefalosporinas (de primeira,terceira e quarta gerações), comquinolonas, penicilina e nitroimidazóis.A utilização de polimixinas sófoi verificada nos casos em que o A.baumannii apresentava um perfil desensibilidade panresistente, tendoapenas como opção terapêutica apolimixina B.Em relação à terapia antimicrobianarealizada antes das infecções porA. baumannii, observou-se que 87%dos pacientes fizeram uso de terapiacombinada, sendo na sua maioria acombinação por dois antibióticos. Dosantibióticos utilizados, 93% dos pa-164<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


cientes fizeram uso de cefalosporinas, monstrado por Cisneros, et al. (6)sendo que 30,7% dessas cefalosporinasestavam em associação com peni-para infecção por A. baumannii. Decomo o fator de risco mais comumcilina; 20,5% estavam em associação acordo com Giamarellou, Antoniadoue Kanellakopoulou (8) e Shih etcom carbapenêmicos, glicopeptídiosou nitroimidazóis e 9% em associação al (9), o uso de cefalosporinas decom quinolonas.terceira geração e carbapenêmicosO uso de antibióticos foi de-são implicados como os fatores deSensívelMultirresistentePanresistenteGráfico 1. Frequência (%) do perfil de sensibilidade dos isolados de A. baumannii em relaçãoao número de antibióticos utilizadosSensívelMultirresistentePanresistenteGráfico 2. Frequência (%) do perfil de sensibilidade dos isolados de A. baumannii emrelação ao desfechorisco mais comuns seguidos pelo usode quinolonas, aminoglicosídeos enitrimidazóis.Os isolados de A. baumanniienvolvidos em prolongados surtoshospitalares demonstraram resistênciaa todos os β-lactâmicos testadospor Bou, Oliver, e Martinez-Beltran(22), assim, as infecções hospitalaresocorridas nesse estudo podem ter sidofavorecidas pelo número de tratamentosantimicrobianos realizados comβ-lactâmicos favorecendo a resistênciabacteriana.Em relação ao desfecho, óbito oualta do paciente da UTI, 57,6% doscasos de infecção hospitalar por A.baumannii foram a óbito, o perfil desensibilidade dos isolados correspondeua 16% de isolados sensíveis, 19%multirresistentes e 22% panresistentes(Gráfico 2).Os resultados obtidos em relação àmortalidade dos pacientes que apresentaraminfecção hospitalar por A.baumannii foram relacionados com operfil de sensibilidade desses isolados,mostrando um aumento crescente nonúmero de óbitos e em relação aoperfil de sensibilidade, isto é, 16% dospacientes infectados por A. baumanniisensível vieram a óbito, seguido por19% daqueles infectados por A. baumanniimultirresistente e 22% por A.baumannii panresistente.Esses valores demonstram quea mortalidade é maior conforme operfil de resistência exibido pelosisolados de A. baumannii, o que vemde encontro com a afirmação de quequanto maior a resistência apresentadapelo A. baumannii menores sãoas opções terapêuticas para o tratamentodas infecções, tendo muitasvezes como alternativa a utilizaçãode colistina e polimixina B, drogas nefrotóxicas,neurotóxicas e capazes deproduzir bloqueio neuromuscular (7).166<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


ConclusãoO A. baumannii se confirmou comoo patógeno gram-negativo de maiorocorrência em UTI e os fatores derisco associados às infecções hospitalarespor este patógeno podemestar relacionados às condições dopaciente, à resistência bacteriana eà transmissão cruzada entre equipede saúde e pacientes, os quais seapresentaram como um reservatórioem potencial das infecções.A emergência de micro-organismosmultirresistentes e panresistentesnos remete à reflexão e adefinições de atitudes em todas asatividades executadas nos ambientesde assistência à saúde e, neste caso,especialmente na UTI.A implantação de novos protocoloscom medidas imprescindíveisincluindo uma política de redução deuso de antimicrobianos, pode resultarem uma redução de custos emantibióticos e redução das infecçõeshospitalares por micro-organismosresistentes, como o A. baumanniipanresistente.Os resultados encontrados nesteestudo acrescentaram contribuiçõesimportantes aos conhecimentos existentesem relação às infecções hospitalarescausadas por A. baumanniipara o hospital em estudo.Correspondências para:Franciele de Medeiros Yabumotofranmedyab@yahoo.comReferências Bibliográficas1. 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PRFone: (41) 2108-5250Fax: (41) 2108-5252mkt1@biometrix.com.brwww.biometrix.com.brPágina: 105Bio-OxfordR. Pires de Oliveira, 82704716-010. São Paulo. SPFone: (11) 5183-9969Fone/Fax: (11) 5183-5374bio-oxford@uol.com.brwww.bio-oxford.comPágina: 151Bioplus Prod. para Lab. LtdaEstrada Dr. Cícero Borgesde Moraes, 170106407-000. Barueri. SPFone: (11) 4198-2498Fax: (11) 4198-6522bioplus@bioplus.com.brwww.bioplus.com.brPágina: 175Bio-Rad LaboratoriesMatrizRua Alfredo Albano da Costa, 100 -salas 1, 2 e 3 - Distrito Industrial33400-000. Lagoa Santa. MGFone: (31) 3689-6600atendimento@bio-rad.comwww.bio-rad.comFilial RJRua General Canabarro, 22420271-203. Rio de Janeiro. RJFone: (21) 3237-9400Filial SPAv. Rebouças, 226705401-300. São Paulo. SPFone: (11) 5044-5699Página: 33BioSys Ltda.R. Coronel Gomes Machado, 35824020-112. Niterói. RJFone: (21) 3907-2534Fax: (21) 3907-2509biosys@biosys.com.brwww.biosys.com.brPágina: 117Biotécnica Ind Com Ltda.R. Ignácio Alvarenga, 9637026-470. Varginha. MGFone:/Fax: (35) 3214-4646biotecnica@biotecnicaltda.com.brwww.biotecnica.ind.brPágina: 169CBDL – Câmara Brasileira deDiagnóstico LaboratorialAv. Irai, 79 – cj 114B04082-000. São Paulo. SPFone: (11) 5094-0132cbdl@cbdl.org.brwww.cbdl.org.brPágina: 8, 9Concent Sistemas Ltda.R. Senador Souza Naves, 1255 –sala 61186010-160. Londrina. PRFone/Fax: (43) 3026-6551comercial@concentsistemas.com.brwww.concentsistemas.com.brPágina: 141Cral – Artigos para Laboratórios Ltda.R. San José, 305 – Parque IndustrialSão José06715-862. Cotia. SPFone/Fax: (11) 2712-7000 ou3454-7000vendas@cralplast.com.brwww.cralplast.com.brPágina: 21Diagnósticos do BrasilBR 376, 10.50083010-500. São José dos Pinhais. PRFone/Fax: (41) 3299-3400www.diagnosticosdobrasil.com.brPágina: 4ª CapaDiagnostika Patologia Cirúrgicae CitologiaR. Frei Caneca, 111901307-003. São Paulo. SPFone: (11) 3549-2222info@diagnostika.med.brwww.diagnostika.med.brPágina: 54, 55DiagonalRegião NorteSEPS – EQ – 712/912 – cj B – Bloco01 – salas 219/22170390-125. Asa Sul. Brasília. DFFone: (61) 3346-1300diagonalequip@uol.com.brPágina: 47Diamed-Latino América S/ASubsidiária da Bio-Rad LaboratoriesR. Alfredo Albano da Costa, 100 DIDistrito Industrial de Lagoa Santa33400-000. Lagoa Santa. MGSAC: (31) 3689-6636Fone: (31) 3689-6600Fax: (31) 3689-6611diamed@diamed.com.brwww.diamed.com.brDiamed SPR. Carlos Gomes, 17209715-130. S.B.Campo. SPFone: (11) 4338-8666Página: 101DiaSorin Ltda.Av. Ermano Marchetti, 143505038-001. São Paulo. SPFone: (11) 3618-6000Fax: (11) 3611-0502solutioncenter@diasorin.com.brwww.diasorin.comPágina: 31DME – DiagnósticosMicrobiológicos EspecializadosAv. Antonio Cavasana, 9716013-385. Araçatuba. SPTeleFax: (18) 3621-8670Em São Paulo (11) 8346-4263 comPachecobacdme@uol.com.brPágina: 83Erviegas Ltda.R. Lacedemônia, 26804634-020. São Paulo. SPFone: (11) 5034-2227Fax: (11) 5034-2228erviegas@erviegas.com.brwww.erviegas.com.brPágina: 129Formato ClínicoAv. das Nações Unidas, 12399 – 12ºandar – cj 12504578-000. São Paulo. SPFone: (11) 3512-6910formatoclinico@formatoclinico.com.brwww.formatoclinico.com.brPágina: 85Genomap DiagnósticosR. Hudson, 49134000-000. Nova Lima. MGgenomap@genomap.com.brPágina: 17Greiner Bio-One Brasil ProdutosMedicos Hospitalares Ltda.Av. Affonso Pansan, 196713473-620. Americana. SPFone: (19) 3468-9600Fax: (19) 3468-9601info@br.gbo.comwww.gbo.comPágina: 27, 29HamiltonR. Columbus, 282 – 6º andar05304-010. São Paulo. SPFones: (11) 3377-9767 / 9677-4093Joseluis.avanzo@hamiltoncompany.comwww.hamiltonrobotics.com.brPágina: 159HORIBA MedicalAv. das Nações Unidas, 21.73504795-100. São Paulo. SPFone: (11) 5545-1500Fax: (11) 5545-1570HelpLine 0800-113999mktbrasil@br.abx.frwww.horiba-abx.comPáginas: 2 a Capa, 3, 64, 65Hotsoft Informática Ltda.Av. Tiradentes, 57 - sobreloja87013-260. Maringá. PRFone: (44) 3226-4453Fax: (44) 3222-5091vendas@hotsoft.com.brwww.hotsoft.com.brPágina: 77Interteck Internacional Imp. EExp. Ltda.R. Sabarabussu, 14904755-080. São Paulo. SPFone: (11) 3429-2555Fax: (11) 3429-2566comercial@interteck.com.brPágina: 74, 75In Vitro Diagnostica Ltda.R. Cromita, 278 – Distrito Industrial35903-053. Itabira. MGFone: (31) 3067-6400invitro@invitro.com.brwww.invitro.com.brPágina: 135J. Moraes – Solução em LogísticaInternacionalAv. Mariana Ubaldina do Espírito Santo,623/689 – 5º andar – sl 5107197-600. Guarulhos. SPFone: (11) 2461-9290Fax: (11) 2461-9299jmoraes@jmoraes.com.brwww.jmoraes.com.brPágina: <strong>109</strong>Karyon Consultoria emInformáticaEstrada dos Bandeirantes, 1430/30122710.112. Rio de Janeiro. RJFone: (21) 3622-6400Fax: (21) 3622-6409comercial@karyon.com.brwww.karyon.com.brPágina: 61Laboratório H. Pardini Ltda.176 <strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012


Av. das Nações, 244833200-000. Vespasiano. MGFone: (31) 3228-6200Fax: (31) 2121-6200atendimento@labhpardini.com.brwww.hermespardini.com.brPágina: 19Laboratório Médico Dr. MaricondiR. Major José Inácio, 239213560-161. São Carlos. SPFone: (16) 2107-0123Fax: (16) 3307-4240apoiolabmaricondi@labmaricondi.com.brwww.labmaricondi.com.brPágina: 79Laborclin Produtos para Laboratórios Ltda.Rua Cassemiro de Abreu, 52183321-210. Pinhais. PRSAC: 0800 410 027Fone:/Fax: (41) 3661-9000SAC:@laborclin.com.brcomercial@laborclin.com.brwww.laborclin.com.brPágina: 5, 167Labtest Diagnóstica S.aAv. Paulo Ferreira da Costa, 60033400-000. Lagoa Santa. MGFone: (31) 3689-6900Fax: (31) 3689-6901sac@labtest.com.brwww.labtest.com.brPágina: 95Medic Ware Sistemas de Informática Ltda.R. Agnelo de Brito, 90 – 3º andar, <strong>Ed</strong>. GaribaldiMemorial40170-100. Salvador. BAFone: (71) 3617-1176Fax: (71) 3617-1150atendimento@medicware.com.brwww.medicware.com.brPágina: 165Medivax Ind. e Com. Ltda.Av. Venezuela, 3 – sala 30320081-310. Rio de Janeiro. RJFone: (21) 2283-2833Fax: (21) 2263-9117medivax@medivax.com.brwww.medivax.com.brPágina: 53Medmax Com. De Equipamentos Médicos eSimilares Ltda.Calçada dos Ipês, 33 – sala 1106453-025. Barueri. SPFone: (11) 4191-0170vendas2@medmaxnet.com.brwww.medmaxnet.com.brPágina: 147Mettler Toledo Ind e Com Ltda.Alameda Araguaia, 200Alphaville. São Paulo. SPFone: (11) 4166-7449Fax: (11)4166-7401Contate-nos (11) 4166-7400www.mt.com/raininPágina: 63info@mut-group.comwww.mut-group.comPágina: 85Nasa LaboratórioPça Pádua Dias, 3003067-050. São Paulo. SPFone: (11) 2090-0532Fax: (11) 2090-0500 – ramal 554apoiolaboratorial@nasalab.com.brwww.nasalab.com.brPágina: 57NewProv Produtos para Laboratórios Ltda.R. 1º de Maio, 59083323-020. Pinhais. PRFone/Fax: (41) 3888-1300vendas@newprov.com.brwww.newprov.com.brPágina: 36, 37Nikon do Brasil Ltda.Av. Paulista, 37 – 3º andar01311-902. São Paulo. SPFone: (11) 2129-4890Fax: (11) 2129-4894Instruments.br@nikon.com.brwww.nikoninstruments.com.brPágina: 71pH7 Comércio e Representação de Produtospara Diagnósticos Ltda.R. Carlos Gomes, 166/17209715-130. São Bernardo do Campo. SPFone/Fax: (11) 4338-8666sac@ph7id.com.brPágina: 149PNCQ – Programa Nacional de Controle deQualidadeR. Vicente Licínio, 191 A20270-902. Rio de Janeiro. RJFone/Fax: (21) 2569-6867pncq@pncq.org.brwww.pncq.org.brPágina: 43Qiagen Biotecnologia Brasil Ltda.Av. Jabaquara, 1909 – 14º andar04045-003. São Paulo. SPFone: (11) 5079-4000Fax: (11) 5079-4001vendas.brasil@qiagen.comwww.qiagen.comPágina: 139Randox Brasil Ltda.R. Fernandes Moreira, 41504716-000. São Paulo. SPFone: (11) 5181-2024Fax: (11) 5181-0817brasil.mail@randox.comwww.randox.comPágina: 173Roche Diagnostica Brasil Ltda.(RPD) – Roche Professional Diagnostics eRoche Molecular DiagnosticsAv. Engenheiro Billings, 1729 – Prédio 3805321-900. São Paulo. SPFone: (11) 3719-4645Fax: (11) 3719.9492brasil.diagnostica@roche.comwww.roche-diagnostica.com.brPáginas: Encarte Roche NewsSebia BrasilR. Barão do Triunfo, 73 – cj 5104602-000. São Paulo. SPFone: (11) 3849-0148Fax: (11) 3841-9816sebia@sebia.com.brPágina: 91Senac – São Paulowww.sp.senac.br/posgraduacao0800 883 2000Página: 7Shift Consultoria e SistemasR. Independência, 328115010-110. São José do Rio Preto. SPFone: (17) 2136-1555Fax: (17) 2136-1590comercial@shift.com.brwww.shift.com.brPágina: 81ShuttleAv. Tamboré, 118006460-000. Barueri. SPFone: (11) 3883-0200www.shuttle.com.brPágina: 171Siemens Medical Solutions DiagnosticsR. Werner Siemens, 111 - Prédio 1 – 2.º andar05069-900. São Paulo. SPFone : (11) 3817-3000Página: 123, 125S LineR. José Farias, 134 – sala 403 – <strong>Ed</strong>. MedCenter29045-300. Vitória. ESFone: (27) 3207-6733 / 3315-1689sline@sline.com.brwww.sline.com.brPágina:97Sociedade Brasileira de Análises ClínicasR. Vicente Licínio, 9520270-340. Rio de Janeiro. RJFone: (21) 2187-0800Fax: (21) 2234-4881E-mail: congresso@sbac.org.brwww.cbac.org.brPágina: 144, 145Sysmex do Brasil Indústria e Comércio Ltda.R. do Paraíso, 148 – cj 3104103-000. São Paulo. SPFone: (11) 3145-4300Fax: (11) 3145-4309marketing@sysmex.com.brwww.sysmex.com.brPágina: 13Thread SistemasAv. Tiradentes, 1194 – salas 03 e 04, zona 0187013-260. Maringá. PRFone: (44) 3031-2552vendas@jalis.com.brwww.jalis.com.brPágina: 115TPPcontato@tpp.com.brwww.tpp.com.brPágina: 131UniqmedR. Dr. Albuquerque Lins, 503 – cj 9301230-001. São Paulo. SPFone: (11) 3666-2305Fax: (11) 3667-2315uniqmed@uniqmed.com.brwww.uniqmed.com.brPágina: 59USA DiagnósticaR. Antero de Quental, 16630565-120. Santa Branca. SPFone: (31) 3226-3330 / 3226-6575Fax: (31) 3226-3330vendas@usadiagnostica.com.brwww.usadiagnostica.com.brPágina: 15Veus TechnologyR. São José, 40 – 4º andar20010-020. Rio de Janeiro. RJFone: (21) 3005-3021 / (11) 2122-4068comercial@veustechnology.comwww.veustechnology.comPágina: 161Wama Produtos para Laboratórios Ltda.R. Aldo Germano Klein, 10013560-971. São Carlos. SPFone: (16) 3377-9977Fax: (16) 3377-9970a.cientifica@wamadiagnostica.com.brwww.wamadiagnostica.com.brPágina: 137Werfen GroupEstrada dos Romeiros – km 38,506504-160. Santana do Parnaíba. SPFones: (11) 4154-3337vendas@werfengroup.comwww.werfengroup.comPágina: 44, 45, 47MUT-Ag<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>109</strong> - 2012 177

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