Responsabilidade Civil do Transportador Rodoviário de Carga - IBDS
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somente se po<strong>de</strong> falar em responsabilida<strong>de</strong> quan<strong>do</strong> observa<strong>do</strong>s conjuntamente o<br />
dano, a culpa <strong>do</strong> autor <strong>do</strong> dano e o nexo causal entre o ato culposo e o próprio dano,<br />
conforme ensina ANDRÉ BESSON 9 .<br />
O dinamismo da vida em socieda<strong>de</strong> cada vez mais <strong>de</strong>safia<strong>do</strong>r,<br />
a industrialização, o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong>s meios <strong>de</strong> transporte, <strong>de</strong>ntre tantos outros<br />
índices <strong>do</strong> avanço tecnológico impõem à coletivida<strong>de</strong> como um to<strong>do</strong> uma significativa<br />
elevação <strong>do</strong>s riscos e, em especial, como conseqüência <strong>de</strong>sse fenômeno, o que<br />
po<strong>de</strong>ria se <strong>de</strong>nominar <strong>de</strong> <strong>de</strong>spersonalização da culpa.<br />
Destacava WILSON MELO DA SILVA 10 , já em 1977, em<br />
comentário à <strong>do</strong>utrina <strong>de</strong> BONNECASE, o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> conceito da<br />
responsabilida<strong>de</strong> civil, nos termos seguintes:<br />
“Vivemos tempos novos, mirabolantes, <strong>de</strong> tecnocracia ululante, <strong>de</strong> refinamento<br />
<strong>de</strong> confortos e comodida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong> encurtamento <strong>de</strong> tempos e <strong>de</strong> distâncias,<br />
quan<strong>do</strong> tu<strong>do</strong> tem <strong>de</strong> ser feito da melhor maneira possível e no menor espaço<br />
<strong>de</strong> tempo imaginável.<br />
Ora, razoável é que as figuras exclu<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> com<br />
previsibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>saparecimento mais ou menos rápi<strong>do</strong>, em face da marcha<br />
acelerada da responsabilida<strong>de</strong> que, a cada dia, mais se objetiva, muito em<br />
breve se tornarão, possivelmente, peças <strong>de</strong> museu.”<br />
Segun<strong>do</strong> <strong>do</strong>utrina LEITE DE CAMPOS 11 , ao a<strong>do</strong>tar-se a teoria<br />
clássica ou individualista da responsabilida<strong>de</strong> civil, estar-se-ia admitin<strong>do</strong> que os<br />
danos produzi<strong>do</strong>s por terceiros sem culpa, teriam <strong>de</strong> ser suporta<strong>do</strong>s pelo lesa<strong>do</strong><br />
9 “La notion <strong>de</strong> gar<strong>de</strong> dans la responsabilité du fait <strong>de</strong>s choses”, pág. 12<br />
10 “Enciclopédia Saraiva <strong>de</strong> Direito” Ed. Saraiva, v. 38, São Paul, 1977, pág. 147<br />
11 “Seguro da <strong>Responsabilida<strong>de</strong></strong> <strong>Civil</strong> Fundada em Aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> Viação”, Livraria Almedina, Coimbra, 1971-pág.<br />
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