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Jornal Paraná Fevereiro 2015

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OPINIÃO<br />

Tem luz no fim do bagaço<br />

Em 2014, essa fonte produziu 21 mil GWh, capaz de abastecer 11 milhões de residências.<br />

Mas, poderia ser multiplicada por seis CELSO MING (*)<br />

Um potencial gerador de energia elétrica,<br />

equivalente a uma Itaipu e meia, a maior<br />

hidrelétrica do Brasil, está aí à mão,<br />

mas, por falta de planejamento e problemas<br />

de gestão, segue subaproveitado.<br />

Trata-se do bagaço de cana-de-açúcar<br />

que sobra nas usinas produtoras. A<br />

queima dessa biomassa pode aquecer caldeiras<br />

que produzem vapor e acionam as turbinas<br />

geradoras de energia elétrica.<br />

Em 2014, essa fonte renovável produziu<br />

21 mil gigawatts/hora (GWh), volume<br />

capaz de abastecer 11 milhões de residências<br />

ou 24% do que produz Itaipu. Mas,<br />

com visão estratégica e decisão política, poderia<br />

ser multiplicada por seis.<br />

Hoje, cerca de 25% da energia elétrica consumida<br />

no Brasil provém de termoelétricas movidas a<br />

queima de derivados de petróleo. É a fonte de energia<br />

mais cara que se produz no País. Seu único mérito<br />

está em que, pelo menos, ainda não deixou o<br />

País na escuridão.<br />

Um potencial gerador de energia<br />

elétrica, equivalente a uma Itaipu<br />

e meia, está aí à mão, mas, por<br />

falta de planejamento e problemas<br />

de gestão, segue subaproveitado.<br />

Cálculos da União da Indústria de Cana de Açúcar<br />

(Unica) mostram que a biomassa da cana foi responsável<br />

por poupar 14% do volume de água dos<br />

reservatórios do subsistema Sudeste/Centro-Oeste,<br />

que hoje está em apenas 17,8% de sua capacidade.<br />

No mesmo período de 2014, estava em 34,6%,<br />

quase o dobro do nível atual.<br />

Uma das vantagens que poderiam vir com o maior<br />

uso da biomassa é a de que o pico da oferta coincide<br />

com o período mais seco do ano, quando os<br />

reservatórios estão no nível mais baixo.<br />

Esse potencial está subaproveitado por falta de<br />

investimentos. Uma das causas foram os baixos<br />

preços definidos nos leilões para a energia produzida<br />

por essa fonte, o que desestimulou o setor.<br />

"O governo derrubou o preço do Kw da biomassa.<br />

Ficou inferior ao da energia gerada por hidrelétrica.<br />

Não foi por falta de aviso. Foram inúmeras as advertências<br />

de que essa decisão produziria estragos.<br />

Agora, o governo quer correr atrás do rabo",<br />

desabafa o professor do Departamento de Produção<br />

Vegetal da USP de Piracicaba Edgar de Beauclair.<br />

Dados da Câmara de Comercialização de Energia<br />

Elétrica (CCEE) mostram que, nos últimos cinco<br />

anos, a participação da biomassa foi de apenas<br />

6,2% da energia negociada nos leilões.<br />

As novas incertezas no suprimento de energia<br />

parecem ter acordado o governo federal<br />

para a importância que a biomassa pode ter<br />

no equacionamento da crise do setor. Ainda<br />

no primeiro semestre deste ano, foi admitida<br />

no leilão de fontes alternativas a ser realizado<br />

dia 27 de abril. Os analistas apostam<br />

em que, dessa vez, os preços serão mais<br />

atraentes.<br />

A curto prazo, o gerente de Bioeletricidade<br />

da Unica, Zilmar de Souza, acredita em que,<br />

ainda em <strong>2015</strong>, é possível aumentar a geração<br />

de bioeletricidade entre 10% e 15%, ou<br />

seja, em até 3,2 mil Gw/h, energia suficiente para<br />

atender a 8% do consumo residencial do Estado de<br />

São Paulo ao longo de um ano. "Temos potencial<br />

para crescer no curto, no médio e no longo prazo. O<br />

que falta é decisão. Não se sabe o que o governo<br />

espera da biomassa e do etanol."<br />

Para Souza, uma das saídas é a elevação do teto<br />

do preço de energia de curto prazo (PLD), o que<br />

poderia incentivar mais usinas a investir na produção<br />

de bioeletricidade não só a partir do bagaço da<br />

cana, mas também de palha e cavaco de madeira.<br />

Outra vez, falta apenas decisão política.<br />

Celso Ming, jornalista, palestrante e colunista<br />

do <strong>Jornal</strong> O Estado de São Paulo.<br />

A curto prazo, é possível<br />

aumentar a geração de<br />

bioeletricidade entre 10%<br />

e 15%, ou seja, em até<br />

3,2 mil Gw/h<br />

2 <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> - <strong>Fevereiro</strong> <strong>2015</strong>


UFPR realiza dia de campo em março<br />

Evento será de 18 a 20, na Estação Experimental de Paranavaí, com apresentação<br />

dos resultados obtidos nos diversos trabalhos de melhoramento MARLY AIRES<br />

PESQUISA<br />

Está programado para os<br />

próximos dias 18, 19 e 20 de<br />

março, na Estação Experimental<br />

de Paranavaí, o Dia<br />

de Campo do Programa de<br />

Melhoramento Genético de<br />

Cana de Açúcar da Universidade<br />

Federal do <strong>Paraná</strong>, ligada<br />

a Rede Interuniversitária<br />

para Desenvolvimento<br />

do Setor Sucroenergético<br />

(PMGCA/UFPR/Ridesa),<br />

composta por universidades<br />

federais.<br />

Autofecundação<br />

da cana é um<br />

dos temas das<br />

estações<br />

Serão três dias de apresentação<br />

dos resultados obtidos<br />

nos diversos trabalhos de<br />

pesquisa desenvolvidos na<br />

Estação, com programação<br />

idêntica para equipes diferentes.<br />

Participam do evento<br />

engenheiros agrônomos, diretores,<br />

gerentes agrícolas e<br />

técnicos, que trabalham na<br />

área de desenvolvimento de<br />

variedades das 30 usinas e<br />

destilarias do <strong>Paraná</strong>, além<br />

de pesquisadores.<br />

Com apresentações feitas<br />

pelos professores doutores<br />

Edelclaiton Daros, coordenador<br />

do Programa, Ricardo<br />

Augusto de Oliveira, José<br />

Luis Camargo Zambon e<br />

pelo engenheiro agrônomo<br />

e doutor Heroldo Weber,<br />

pesquisador da UFPR, ao<br />

todo serão cinco estações.<br />

A abertura do evento será<br />

a partir das 8 horas, com um<br />

café da manhã. Às 9h30 tem<br />

início a visita aos talhões,<br />

onde os profissionais das<br />

usinas poderão avaliar os<br />

clones promissores da serie<br />

RB 10, produzidos no sistema<br />

de seleção simplificado,<br />

além de clones precoces<br />

promissores para ambientes<br />

restritivos, com<br />

grande potencial. O evento<br />

será encerrado com discussão<br />

do que foi visto e um almoço.<br />

Outro trabalho que será<br />

apresentado no dia de campo<br />

são os clones oriundos de<br />

autofecundação, obtidos na<br />

Estação de Floração e Cruzamento<br />

de Devaneio da<br />

Universidade Federal Rural<br />

de Pernambuco (UFRPE).<br />

No cruzamento para obtenção<br />

de novas variedades,<br />

normalmente são usados<br />

dois materiais diferentes.<br />

Estudos recentes mostraram<br />

a possibilidade de promover<br />

a autofecundação, fazendo a<br />

polinização cruzada com a<br />

própria variedade, explorando<br />

todas as possibilidades<br />

existentes no genoma da<br />

cana e que muitas vezes são<br />

inexploradas com os métodos<br />

tradicionais de melhoramento.<br />

Destacado como modelo<br />

dentro da Ridesa, o<br />

PMGCA/UFPR só se tornou<br />

possível graças à parceria<br />

com o setor sucroenergético,<br />

que permitiu avaliar<br />

os materiais em 10 diferentes<br />

ambientes de seleção, à<br />

capacidade de pesquisa da<br />

equipe e à participação de<br />

todos.<br />

Além das duas Estações<br />

Experimentais de Bandeirantes<br />

e Paranavaí, possui<br />

mais oito subestações, somando<br />

cerca de 800 hectares<br />

para pesquisa, nas usinas<br />

de Goioerê, Sabarálcool/Perobal,<br />

Alto Alegre,<br />

Nova Produtiva, Santa Terezinha/Iguatemi/Ivaté/<br />

Terra Rica e Renuka Vale<br />

do Ivaí.<br />

<strong>Fevereiro</strong> <strong>2015</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong><br />

3


2014/15<br />

PR encerra colheita sem surpresas<br />

Foram esmagados 43,038 milhões de toneladas de cana e produzidos 1,605 bilhão<br />

de litros de etanol e 2,923 milhões de toneladas de açúcar MARLY AIRES<br />

<strong>Paraná</strong> encerra a safra<br />

2014/15 de cana de açúcar<br />

com um resultado próximo do<br />

que era esperado desde o início<br />

do período e bastante semelhante<br />

ao da safra passada,<br />

segundo o presidente da Alcopar,<br />

Miguel Tranin.<br />

Com chuvas dentro da normalidade<br />

na maior parte do<br />

Estado, foram produzidos e<br />

esmagados 43,038 milhões de<br />

toneladas de cana. Esse número<br />

é 2,3% superior ao colhido<br />

na safra passada quando<br />

foram moídos 42,086 milhões<br />

de toneladas de cana. E bem<br />

próximo à previsão inicial, que<br />

era de 42,216 milhões.<br />

Apenas o Norte do <strong>Paraná</strong>, a<br />

exemplo do que ocorreu no<br />

estado de São Paulo, registrou<br />

perdas devido à estiagem que<br />

atingiu a região. Estas, entretanto,<br />

foram compensadas<br />

com boa produtividade nas<br />

demais regiões produtoras.<br />

Com uma safra mais alcooleira,<br />

foram produzidos 1,605<br />

bilhão de litros de etanol total,<br />

8,5% a mais que no período<br />

Produção cai<br />

4,3% no Centro Sul<br />

Com a safra 2014/15 praticamente<br />

encerrada no<br />

Centro Sul do Brasil, as usinas<br />

processaram no ciclo<br />

570,10 milhões de toneladas,<br />

4,34% a menos que no<br />

período anterior, segundo<br />

dados divulgados pela União<br />

da Indústria de Cana de<br />

Açúcar (Unica) referente à<br />

segunda quinzena de janeiro.<br />

A região responde por cerca<br />

de 90% do cultivo de cana<br />

no País.<br />

O mix de produção tem<br />

sido mais alcooleiro, com<br />

56,94% da oferta de cana<br />

destinada ao biocombustível.<br />

Desde o início da safra,<br />

foram produzidas 31,95<br />

milhões de toneladas de<br />

açúcar (-6,75%) e 26,03 bilhões<br />

de litros de etanol<br />

(+2,09%), dos quais 10,88<br />

Apenas o Norte do Estado, a exemplo do que ocorreu em<br />

São Paulo, registrou perdas devido à estiagem<br />

bilhões de litros de anidro (-<br />

1,29%) e 15,15 bilhões de litros<br />

de hidratado (+4,67%).<br />

Apesar de a produção de<br />

etanol na região ter atingido<br />

um patamar histórico, superando<br />

pela primeira vez a<br />

marca dos 26 bilhões de litros<br />

de etanol em uma safra,<br />

esse era um volume que já<br />

deveria ter sido superado há<br />

muito tempo. Há cinco safras,<br />

por exemplo, o Centro<br />

Sul do Brasil já produziu<br />

25,4 bilhões de litros de etanol.<br />

Com relação à qualidade da<br />

matéria-prima, a Unica informou<br />

que o nível médio<br />

de Açúcares Totais Recuperáveis<br />

(ATR) por tonelada<br />

de cana ficou em 136,61<br />

kg/t (+2,43%).<br />

anterior, quando somou 1,479<br />

bilhão de litros. O crescimento<br />

maior foi na produção de etanol<br />

anidro, 11,9% a mais em<br />

relação à safra passada, industrializando<br />

528,78 milhões de<br />

O setor sucroenergético comemorou<br />

a elevação de impostos<br />

sobre os combustíveis<br />

fósseis e o esperado aumento<br />

da mistura de etanol anidro<br />

na gasolina. No entanto, a<br />

estiagem que atinge algumas<br />

das principais regiões canavieiras<br />

no País pode frustrar<br />

os planos de um crescimento<br />

na safra <strong>2015</strong>/16, visando<br />

dar conta do provável avanço<br />

na demanda por etanol, alertam<br />

especialistas.<br />

litros. De etanol hidratado<br />

foram obtidos 1,077 bilhão<br />

(7% a mais).<br />

No contraponto, houve uma<br />

redução de 3,7%, no volume<br />

O nível de umidade abaixo<br />

do ideal neste período de<br />

desenvolvimento dos canaviais<br />

no Centro-Sul do Brasil<br />

faz a safra "começar mal"<br />

nas palavras do sócio-diretor<br />

da consultoria Canaplan,<br />

Luiz Carlos Corrêa Carvalho.<br />

"Dezembro não foi<br />

nada de excepcional e janeiro<br />

foi ruim", disse. Nos<br />

canaviais de São Paulo, principal<br />

Estado produtor, atingiu<br />

apenas a metade do esperado<br />

para janeiro, mês<br />

normalmente mais chuvoso<br />

do ano.<br />

Segundo dados da União<br />

da Indústria de Cana de<br />

Açúcar (Unica), no ano passado,<br />

a estiagem em janeiro<br />

e fevereiro reduziu a safra<br />

2014/15 em torno de 40<br />

milhões de toneladas. Se as<br />

chuvas fecharem o verão<br />

abaixo da média, a situação<br />

pode ser pior em <strong>2015</strong>.<br />

"2013 foi muito chuvoso e<br />

isso garantiu umidade no<br />

solo em 2014. Mas o ano<br />

passado foi muito seco e devemos<br />

sentir isso em <strong>2015</strong>",<br />

explicou Carvalho.<br />

As primeiras estimativas da<br />

Unica para a próxima safra<br />

apontam para, no máximo, o<br />

processamento de cerca de<br />

570 milhões de toneladas<br />

observado em 2014/15. O<br />

total de açúcar fabricado, somando<br />

2,923 milhões de toneladas<br />

de açúcar contra 3,037<br />

milhões de toneladas no ano<br />

passado.<br />

Apesar de ter moído mais<br />

cana, o rendimento industrial<br />

em ATR (Açúcar Total Recuperável)<br />

foi menor. Na safra<br />

2013/14, foram obtidos<br />

135,69 kg ATR/t cana em<br />

média, 0,5% a mais que na<br />

safra 2014/15, que fechou<br />

com a média de 134,99<br />

kg/ATR/t cana.<br />

Apesar de os números do <strong>Paraná</strong><br />

não terem apresentado<br />

elevação significativa, fato justificado<br />

pela crise que o setor<br />

enfrenta atualmente, eles fecharam<br />

superiores às médias<br />

da região Centro Sul. A quebra<br />

de produção mais significativa<br />

ocorreu no estado de<br />

São Paulo, afetado por uma<br />

estiagem mais severa.<br />

Próxima será semelhante<br />

setor também vem de anos<br />

de investimentos reprimidos<br />

na lavoura, o que dificulta<br />

um aumento substancial na<br />

produção.<br />

Já para a Consultoria Archer,<br />

a previsão é de um<br />

crescimento de apenas 0,6%<br />

no período de abril de <strong>2015</strong><br />

a março de 2016, para<br />

573,69 milhões de toneladas<br />

de cana. E uma produção<br />

de 32,2 milhões de<br />

toneladas de açúcar praticamente<br />

estável à da temporada<br />

anterior.<br />

No caso do etanol, o aumento<br />

deve ser de 1% na<br />

comparação anual, para 26,3<br />

bilhões de litros, como a<br />

melhoria das margens de<br />

lucro e maior demanda para<br />

o biocombustível, induzindo<br />

usinas a destinarem mais<br />

cana na próxima temporada<br />

para o etanol.<br />

4<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> - <strong>Fevereiro</strong> <strong>2015</strong>


Melhoramentos inicia a safra no Brasil<br />

A expectativa da usina é moer 2,842 milhões de toneladas de cana, produzindo<br />

223,7 milhões de litros de etanol anidro e hidratado MARLY AIRES<br />

<strong>2015</strong>/15<br />

Teve início, no último dia 23 de fevereiro, a colheita<br />

de cana de açúcar do ciclo <strong>2015</strong>/16 no <strong>Paraná</strong>.<br />

Como tradicionalmente ocorre, o Estado é<br />

o primeiro a iniciar a safra no Brasil, que oficialmente<br />

é aberta em abril. Mas que com a ampliação<br />

do período de colheita, com variedades cada vez<br />

mais precoces, tem iniciado mais cedo a cada ano.<br />

A Destilaria da Companhia Melhoramentos<br />

Norte do <strong>Paraná</strong>, em Jussara, foi a primeira a processar<br />

a cana no <strong>Paraná</strong> e no Brasil. A previsão era<br />

colocar as máquinas no campo já no dia 19 de fevereiro.<br />

As chuvas intensas no período, entretanto,<br />

postergaram o início. “Estávamos com tudo pronto<br />

na data programada, mas a chuva não deixou”,<br />

afirma o gerente de produção, João Teodorinho<br />

Luis Coelho.<br />

No ano passado, a safra na usina encerrou no dia<br />

20 de dezembro, ficando com menos de dois<br />

meses para a manutenção. Apesar do prazo apertado,<br />

além da manutenção, foram feitas melhorias<br />

de processo. Com 2,563 milhões de toneladas de<br />

cana esmagadas na safra 2014/15, foram produzidos<br />

29,518 milhões de litros de etanol hidratado<br />

e 65,872 milhões de litros de anidro.<br />

Para esta safra, a expectativa é moer 2,842 milhões<br />

de toneladas de cana, um crescimento de<br />

11% em média. Os números vêm aumentando a<br />

cada ano e são consequência de um projeto de expansão<br />

industrial e agrícola iniciado em 2008. Em<br />

2014 foram renovados 2,2 mil hectares e plantados<br />

pouco mais de mil hectares novos.<br />

Com esse volume de cana, a intenção é produzir<br />

23,7 milhões de litros de etanol hidratado e 200<br />

milhões de litros de anidro, dando preferência para<br />

a produção deste. “Nós nos programamos para começar<br />

mais cedo visando aproveitar os preços melhores<br />

para o etanol no período de entressafra”,<br />

afirma Teodorinho.<br />

Para a safra que se inicia, o presidente da Alcopar,<br />

Miguel Tranin, avalia que esta deva ser bem semelhante<br />

à anterior quanto ao volume processado. “As<br />

usinas mais estabilizadas investiram na renovação<br />

dos canaviais compensando as possíveis reduções<br />

de produtividade entre as usinas que não investiram<br />

nas lavouras ou o fizeram aquém do necessário devido<br />

a grave crise econômica pela qual passa o setor<br />

sucroenergético como um todo”, acredita Miguel.<br />

No ano passado, a colheita no <strong>Paraná</strong> teve início<br />

no dia 15 de março, nas duas unidades da Usina Sabarálcool,<br />

em Engenheiros Beltrão, próximo a Maringá,<br />

e Perobal, próximo a Umuarama. A estiagem<br />

e as altas temperaturas ocorridas no período levaram<br />

as usinas a postergarem o início da moagem<br />

à espera de melhores condições<br />

das plantas, a exemplo<br />

do que ocorreu em todo<br />

Centro Sul.<br />

<strong>Fevereiro</strong> <strong>2015</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong><br />

5


CONFRATERNIZAÇÃO<br />

Alto Alegre vence torneio do Sindiquímicos<br />

Disputa foi realizada entre 22 equipes de futebol suíço das usinas do Noroeste<br />

do Estado durante a 29ª Festa do Trabalhador em Colorado MARLY AIRES<br />

Com a participação de<br />

cerca de 1.400 pessoas<br />

entre trabalhadores das<br />

usinas de açúcar e etanol<br />

do Noroeste do <strong>Paraná</strong>, diretores,<br />

gerentes e lideranças<br />

do setor, foi realizada a<br />

29ª Festa do Trabalhador<br />

organizada anualmente<br />

pelo Sindiquímicos (Sindicato<br />

dos Trabalhadores<br />

nas Indústrias de Álcool,<br />

Químicos e Farmacêuticos<br />

de Colorado). O evento foi<br />

no dia 8 de fevereiro, na<br />

sede do Sindicato em Colorado<br />

(PR). O presidente<br />

da Alcopar, Miguel Tranin,<br />

e diversos diretores de usinas<br />

estiveram participando.<br />

Realizada no mesmo<br />

molde do Canito – Torneio<br />

Interdestilarias do <strong>Paraná</strong><br />

de Futebol Suíço, evento<br />

tradicional do setor sucroenergético<br />

realizado pela Alcopar<br />

e usinas associadas -,<br />

a 29ª Festa do Trabalhador<br />

tem como objetivo a confraternização<br />

e integração<br />

dos trabalhadores do setor,<br />

segundo Vander de Oliveira<br />

Campos, presidente do Sindiquímicos.<br />

A programação do evento<br />

contou com torneio de futebol<br />

suíço com a participação<br />

de 22 equipes, sagrando-se<br />

campeão o time da<br />

Usina Alto Alegre e ficando<br />

em segundo lugar o da<br />

Usina Santa Terezinha em<br />

Terra Rica. Teve ainda almoço<br />

com mais de mil quilos<br />

de churrasco, 100 caixas<br />

de cerveja e 2 mil refrigerantes,<br />

além de sorteio de<br />

brindes e show ao vivo com<br />

a dupla sertaneja Elder e<br />

Greziele.<br />

Tradicionalmente, a festa<br />

era realizada no dia 1º de<br />

maio, em comemoração ao<br />

Dia do Trabalhador. Com a<br />

antecipação da safra de cana<br />

de açúcar, ano a ano, a data<br />

do evento também foi sendo<br />

antecipada, passando agora a<br />

ser realizado em fevereiro.<br />

“Sabemos do ritmo acelerado<br />

da safra e das dificuldades de<br />

participação neste período.<br />

Por isso, procuramos realizar<br />

a festa antes do início da colheita<br />

para que todos os trabalhadores<br />

possam participar”,<br />

afirma Vander.<br />

Na ocasião, foi inaugurado<br />

também o novo salão de 875<br />

metros quadrados construído<br />

no local para a realização<br />

de eventos e jogos. A sede<br />

do Sindicato conta ainda<br />

com quadras de futebol suíço<br />

e de campo, banheiros,<br />

vestiário e toda infraestrutura<br />

de apoio.<br />

6<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> - <strong>Fevereiro</strong> <strong>2015</strong>


EXPANSÃO<br />

Produção de biodiesel bate<br />

recorde em 2014<br />

Foram de 3,41 bilhões de litros, 17,2% a mais. Para este ano, o consumo é estimado<br />

em 4,2 bilhões de litros, demandando mais investimentos DA EQUIPE DE REDAÇÃO<br />

Com um desempenho recorde<br />

em 2014, a indústria<br />

brasileira de biodiesel fechou<br />

o ano com uma produção de<br />

pouco mais de 3,41 bilhões<br />

de litros do biocombustível,<br />

um incremento de 17,2%<br />

sobre os 2,91 bilhões de litros<br />

produzidos em 2013, segundo<br />

a Agência Nacional<br />

do Petróleo (ANP). Isso se<br />

deve principalmente a chegada<br />

do B6, em julho, e do<br />

B7 em novembro do ano<br />

passado, elevando o percentual<br />

de mistura do biodiesel<br />

no diesel de 5% para 7%.<br />

Desse total, o óleo de soja<br />

respondeu pela participação<br />

de 75% das matérias-primas,<br />

seguido das gorduras animais<br />

(21%) e do óleo de algodão<br />

(2%), segundo a Associação<br />

Brasileira das Indústrias de<br />

Óleos Vegetais (Abiove), a<br />

partir de dados da ANP e do<br />

Ministério do Desenvolvimento,<br />

Indústria e Comércio<br />

Exterior (MDIC).<br />

Entre os estados produtores<br />

de biodiesel, o Rio Grande<br />

do Sul se manteve na liderança,<br />

respondendo por<br />

971,2 milhões de litros<br />

(28,4% do total nacional). A<br />

produção em dezembro totalizou<br />

347,7 milhões de litros<br />

– a maior já registrada<br />

no histórico do setor. Um<br />

avanço superior a 10,2% em<br />

apenas um mês. Na comparação<br />

com o volume fabricado<br />

no mesmo mês de<br />

2013, o avanço é de impressionantes<br />

62,2%.<br />

Setor espera que o governo discuta a criação de uma política de longo prazo<br />

Na avaliação da ANP, a última<br />

vez que a produção de<br />

biodiesel teve um crescimento<br />

tão bom foi em 2010,<br />

ano do último aumento da<br />

mistura obrigatória – com a<br />

implementação do B5. De lá<br />

para cá a expansão na produção<br />

tem respondido majoritariamente<br />

ao crescimento<br />

orgânico nas vendas de óleo<br />

diesel e umas poucas operações<br />

de exportação.<br />

Em nota, a Abiove observa<br />

que as vendas de diesel B no<br />

Brasil devem ter fechado<br />

2014 com volume próximo a<br />

60 bilhões de litros. “Desse<br />

total, 11,5 bilhões de litros<br />

(19%) foram originados no<br />

exterior, com desembolso de<br />

US$ 8,72 bilhões”, diz a entidade,<br />

observando que os<br />

valores são recordes desde o<br />

início do Programa Nacional<br />

de Produção e Uso de Biodiesel<br />

(PNPB), em 2005.<br />

Segundo a Abiove, O preço<br />

médio nacional do biodiesel<br />

Expectativa é crescer 25% em <strong>2015</strong><br />

Para <strong>2015</strong>, a expectativa é<br />

de que a produção de biodiesel<br />

aumente em 25%,<br />

para atender a um consumo<br />

estimado de 4,2 bilhões de<br />

litros de biodiesel. Lideranças<br />

apontam que isso dá<br />

conforto na oferta do biocombustível,<br />

permite manutenção<br />

da proximidade<br />

de preços entre este e o diesel<br />

mineral e aprofundamento<br />

das discussões sobre<br />

um novo marco regulatório<br />

para o setor. Este instrumento<br />

trará previsibilidade<br />

de longo prazo e segurança<br />

jurídica para investimentos,<br />

gerando empregos, aumentando<br />

o PIB, inserindo o<br />

produtor rural neste mercado<br />

e propiciando benefícios<br />

ambientais aos brasileiros.<br />

Segundo Erasmo Carlos<br />

Battistella, presidente da<br />

Associação dos Produtores<br />

de Biodiesel do Brasil<br />

(Aprobio), a expectativa é de<br />

que o governo possa convocar<br />

o setor produtivo de biodiesel<br />

para discutir a criação<br />

de uma política de longo<br />

prazo. “Isso já foi bastante<br />

debatido com o governo.<br />

Mesmo com o aumento de<br />

40% no mercado, nós acreditamos<br />

ser necessário ter<br />

um marco regulatório que<br />

faça um planejamento do<br />

biodiesel para os próximos<br />

10 anos, dando maior previsibilidade<br />

ao setor”, afirma.<br />

O executivo salienta que o<br />

País não chegou nem perto<br />

de atingir todo o seu potencial<br />

quanto ao consumo de<br />

no ano passado foi de R$<br />

1,96/litro na usina, uma<br />

queda de 5,7% em relação ao<br />

patamar médio de 2013. Já o<br />

diesel B7 (com 93% de diesel<br />

A e 7% de biodiesel) entregue<br />

aos postos de combustíveis<br />

custou, em média, R$<br />

2,21/litro no ano passado,<br />

alta de 8,3% em relação a<br />

2013. O preço pago pelo diesel<br />

A às refinarias da Petrobras<br />

subiu 9,8% no mesmo<br />

período.<br />

biodiesel. De acordo com o<br />

dirigente, é possível alcançar<br />

uma participação de 10% do<br />

biocombustível na fórmula<br />

do diesel, até meados de<br />

2018, e de até 20% em<br />

longo prazo, entre 2025 e<br />

2030. Esse tempo seria fundamental<br />

para a cadeia agrícola<br />

se preparar para produzir<br />

as matérias primas necessárias.<br />

8 <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> - <strong>Fevereiro</strong> <strong>2015</strong>


BSBIOS está entre as três<br />

maiores produtoras do País<br />

A empresa trabalha para aumentar ainda mais a sua capacidade.<br />

Ano passado, produziu 314,3 milhões de litros<br />

A BSBIOS fundada em<br />

2005 e que possui duas<br />

plantas de biodiesel, em<br />

Passo Fundo (RS) e em<br />

Marialva (PR), ficou em<br />

2014 entre os três maiores<br />

produtores de biodiesel do<br />

Brasil, segundo dados publicados<br />

pela Agência Nacional<br />

do Petróleo, Gás<br />

Natural e Biocombustíveis<br />

(ANP).<br />

Ao todo no ano passado o<br />

Grupo produziu 314,3 milhões<br />

de litros de biodiesel,<br />

contribuindo com 9,21% do<br />

volume total do Brasil. Esse<br />

número é quase 20% maior<br />

do que os 261,4 milhões de<br />

litros verificados no ano anterior.<br />

O diretor industrial da<br />

BSBIOS, Ézio Slongo,<br />

conta que este marco já<br />

fazia parte da visão estratégica<br />

da empresa, que conseguiu<br />

alcançá-lo. “Essa colocação<br />

é o resultado de<br />

muito trabalho de nossa<br />

competente equipe, que se<br />

dedica diuturnamente para<br />

produzir biodiesel especificado<br />

de alta qualidade,” ressaltou.<br />

Para Erasmo Carlos Battistella,<br />

presidente da Aprobio<br />

e da BSBIOS - parceria<br />

entre BSPAR e Petrobras<br />

Biocombustível -, o ano de<br />

2014 foi muito importante<br />

para as indústrias de biodiesel.<br />

“Com o aumento gradual<br />

do percentual de mistura do<br />

biodiesel na fórmula do<br />

óleo diesel, houve uma expansão<br />

considerável no<br />

mercado do biocombustível,<br />

com crescimento de 40% na<br />

demanda, levando as empresas<br />

do setor a aumentarem<br />

suas produções”, afirma<br />

Battistella.<br />

Por isso, o ano <strong>2015</strong> deve<br />

ser marcado pela expansão<br />

da capacidade industrial.<br />

“A empresa almeja crescer<br />

ainda mais, tanto que realiza<br />

investimentos para incrementar<br />

a capacidade<br />

produtiva. A unidade de<br />

Marialva iniciou o ano recebendo<br />

as licenças de operação<br />

e comercialização,<br />

passando de 186,3 milhões<br />

de litros de biodiesel/ano<br />

para 208,8 milhões de litros/ano.<br />

Outros investimentos<br />

ainda estão previstos<br />

para serem realizados<br />

na Unidade de Passo<br />

Fundo, atendendo a demanda<br />

criada pelo B7”,<br />

destacou Slongo. Atualmente,<br />

a BSBIOS tem capacidade<br />

para produzir<br />

368,8 milhões de litros<br />

anuais.<br />

A empresa também pretende<br />

ampliar seu portfólio<br />

de produtos passando a<br />

produzir biolubrificantes,<br />

como o óleo hidráulico para<br />

a área industrial. As pesquisas<br />

avançaram bastante, mas<br />

ainda não foi determinada a<br />

rota tecnológica a ser seguida.<br />

A unidade de<br />

Marialva foi<br />

ampliada para<br />

produzir 208,8<br />

milhões de<br />

litros/ano<br />

<strong>Fevereiro</strong> <strong>2015</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong><br />

9


LOGÍSTICA<br />

CPA volta a operar<br />

com força total<br />

Empresa diversifica mais o leque de produtos que armazena e transborda - a granel e<br />

líquidos - e deve crescer em até 20% a movimentação de sólidos em <strong>2015</strong> MARLY AIRES<br />

Com três barracões em<br />

funcionamento novamente,<br />

desde outubro do ano passado,<br />

a unidade de armazenagem<br />

e transbordo da<br />

CPA Trading, localizada<br />

entre Sarandi e Marialva,<br />

próximo a Maringá (PR),<br />

voltou a operar com sua capacidade<br />

total e, em <strong>2015</strong>,<br />

espera aumentar de 15% a<br />

20% sua movimentação no<br />

terminal de sólidos, segundo<br />

Ayrton Carlos Berg<br />

Junior, diretor executivo da<br />

trading.<br />

Neste ano foram feitas uma<br />

série de melhorias na estrutura<br />

do barracão e na recepção<br />

e expedição rodoferroviária,<br />

visando aumentar a<br />

segurança, eficiência e produtividade<br />

do terminal e<br />

melhor atender aos parceiros<br />

comerciais - usinas sócias e<br />

terceiras, distribuidoras e a<br />

ALL (América Latina Logística<br />

do Brasil S.A).<br />

Dentro de seu planejamento<br />

de expansão, a CPA<br />

tem diversificado cada vez<br />

mais o leque de produtos a<br />

granel e líquidos com que<br />

trabalha. Além do açúcar e<br />

Capacidade de armazenagem é de 300 mil toneladas de<br />

produtos a granel e 92 milhões de litros<br />

etanol (carburante e industrial),<br />

que são o carro chefe<br />

da empresa e permanecem<br />

com uma participação importante<br />

no montante total<br />

movimentado e armazenado<br />

pelo terminal, os demais<br />

produtos – gasolina,<br />

diesel (S10 e S500), biodiesel,<br />

soja, milho e farelo -<br />

vem ampliando sua participação<br />

com um percentual<br />

cada vez maior.<br />

A diversificação, iniciada<br />

em 2012, teve como objetivo<br />

otimizar a estrutura<br />

existente e aproveitar a<br />

grande capacidade de recepção<br />

e expedição – cerca<br />

de 600 mil litros por hora.<br />

Ao todo, a capacidade estática<br />

de armazenagem dos<br />

três barracões é de 300 mil<br />

toneladas de produtos a<br />

granel. Já no setor de armazenagem<br />

de líquidos, a capacidade<br />

dos 17 tanques é<br />

de 92 milhões de litros. O<br />

projeto original do terminal<br />

Estratégico para usinas do PR<br />

prevê a possibilidade de<br />

ampliar sua capacidade para<br />

200 milhões de litros de líquidos<br />

e 500 mil toneladas<br />

de sólidos, conforme o aumento<br />

da demanda.<br />

Com uma área de 168 mil<br />

metros quadrados, o terminal<br />

multimodal construído<br />

pela CPA Trading entre<br />

Sarandi e Marialva em<br />

2008 fica ao lado da linha<br />

ferroviária ali existente, o<br />

que permite que a unidade<br />

atue na recepção do açúcar<br />

e do etanol das usinas situadas<br />

na região e no seu escoamento<br />

para exportação ou<br />

ao mercado interno, tanto<br />

através de caminhões como<br />

de trem.<br />

Além da unidade de transbordo,<br />

a CPA Trading<br />

mantém ainda, no Porto de<br />

Paranaguá (PR), uma unidade<br />

armazenadora destinada<br />

ao preparo de álcool<br />

para exportação, localizada<br />

no setor de inflamáveis líquidos.<br />

Nos 22 mil metros<br />

quadrados de terreno foram<br />

construídos sete tanques<br />

com capacidade para 53<br />

milhões de litros de etanol.<br />

Importante canal de comercialização<br />

da produção<br />

de álcool carburante e industrial<br />

de seus associados<br />

nos mercados nacional e<br />

internacional, a CPA Trading,<br />

fundada em 2002, é<br />

responsável pela organização<br />

da logística em geral,<br />

armazenagem, gestão de<br />

vendas, transporte rodoviário<br />

de carga e outros.<br />

Uma das quatro maiores<br />

exportadoras de álcool total<br />

no Brasil e uma importante<br />

fornecedora de etanol industrial,<br />

a trading é referência<br />

no mercado internacional<br />

pelo volume que<br />

movimenta e pela qualidade<br />

do produto graças à<br />

logística favorável no <strong>Paraná</strong>,<br />

à segregação e à rastreabilidade<br />

do produto<br />

feitas nas usinas e destilarias.<br />

As 17 unidades industriais,<br />

de vários grupos<br />

paranaenses que se uniram<br />

para formar a empresa, estão<br />

em constante aperfeiçoamento<br />

tecnológico de<br />

sua estrutura e produção.<br />

Na safra 2014/15, a CPA<br />

respondeu pela logística de<br />

1 bilhão de litros de etanol,<br />

o que equivale a cerca de<br />

65% do total produzido no<br />

Estado no período. Desse<br />

montante, 100 milhões seguiram<br />

para o mercado externo,<br />

mas a trading já<br />

chegou a exportar mais de<br />

630 milhões na safra<br />

2008/09, quando o setor<br />

estava no auge.<br />

Além de desafogar a estrutura<br />

de armazenamento<br />

existente hoje nas usinas e<br />

destilarias que fazem parte<br />

da CPA, o diretor executivo<br />

da empresa, Ayrton Carlos<br />

Berg Junior, diz que os dois<br />

empreendimentos são estratégicos<br />

para as associadas,<br />

pois oferecem soluções<br />

de logística no escoamento<br />

da produção e na comercialização.<br />

10<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> - <strong>Fevereiro</strong> <strong>2015</strong>


Mudanças na produção de<br />

açúcar aumentam segurança<br />

Desde o ano passado, há a exigência de que essa seja produzida com umidade<br />

entre 0,10% a 0,15%, além do controle de granulometria<br />

Com o início da safra de cana de<br />

açúcar <strong>2015</strong>/16, o presidente da<br />

CPA, Dagoberto Delmar Pinto<br />

volta a ressaltar a importância de se<br />

operar com o açúcar dentro das<br />

novas especificações técnicas. Desde<br />

o ano passado, há a exigência de que<br />

essa seja produzida com umidade<br />

entre 0,10% a 0,15%, além do controle<br />

de granulometria (peso de<br />

grão). "Até então, o açúcar chegava<br />

aos terminais com teor de umidade<br />

bem abaixo disso", resume Delmar<br />

Pinto.<br />

O cuidado é para aumentar a segurança<br />

de todo o processo de armazenagem<br />

e transbordo da commodity<br />

e minimizar riscos de incêndios.<br />

Essa mudança nos teores de umidade<br />

e granulometria é uma tendência<br />

em todo Centro-Sul e foi motivada<br />

pela ocorrência de cinco incêndios<br />

de grandes dimensões em<br />

terminais de açúcar em pouco mais<br />

de um ano.<br />

Maior exportador da commodity<br />

no mundo, em dez anos o Brasil viu<br />

saltar seus embarques de 15 milhões<br />

para 27 milhões de toneladas anualmente.<br />

Mais "seco e fino", o produto<br />

brasileiro, ao ser movimentado em<br />

grandes volumes, gera uma "nuvem"<br />

maior de pó de açúcar que eleva o<br />

Em dez anos, o Brasil<br />

viu saltar seus embarques<br />

de 15 milhões para 27<br />

milhões de toneladas<br />

risco de incêndios em ambientes de<br />

baixa umidade do ar e motores ligados<br />

a todo vapor. Por isso as mudanças<br />

ocorridas nas especificações<br />

técnicas.<br />

Perícias constataram que a hipótese<br />

mais provável é a de que os sinistros<br />

foram causados por alguma fagulha<br />

vinda de um dos motores das esteiras<br />

que carregam o produto nos armazéns.<br />

O ambiente fechado e seco, saturado<br />

de pó de açúcar em suspensão<br />

é altamente propício para o incêndio.<br />

Além do açúcar VHP (Very Hig<br />

Polarization), algumas usinas brasileiras<br />

também produzem o VVHP<br />

(Very Very High Polarization), ainda<br />

mais "leve" do que o primeiro. Por<br />

ser de melhor qualidade do que o<br />

açúcar demerara (que tem cor mais<br />

escura, menor granulometria e mais<br />

umidade), o VHP e VVHP recebem<br />

prêmios sobre a cotação da commodity<br />

(demerara) em Nova York.<br />

<strong>Fevereiro</strong> <strong>2015</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong><br />

11


CAR<br />

Proprietário tem até 5 de<br />

maio para se cadastrar<br />

Desde maio do ano passado,<br />

quando foi publicado o<br />

Decreto Presidencial 8235/<br />

14 e a Instrução Normativa<br />

do Ministério do Meio<br />

Ambiente número 02/14, os<br />

proprietários rurais procuram<br />

agilizar o cadastramento<br />

de seus imóveis no<br />

Cadastro Ambiental Rural<br />

(CAR).<br />

Quem ainda não o fez,<br />

tem, a princípio, o prazo de<br />

até 5 de maio próximo para<br />

fazê-lo. Como o governo<br />

ainda não informou se haverá<br />

prorrogação, o relógio<br />

virou inimigo. Segundo o<br />

ex-presidente do Instituto<br />

Ambiental do <strong>Paraná</strong>,<br />

Vítor Hugo Ribeiro Burko<br />

a prorrogação do prazo “é<br />

possível por somente mais<br />

um ano”.<br />

Governo ainda não se pronunciou sobre eventual prorrogação, mas se o fizer, será<br />

pressionado pelos ambientalistas. Código foi sancionado em 2012 EQUIPE DE REDAÇÃO<br />

O que é<br />

Entretanto, ele adverte que<br />

haverá uma pressão muito<br />

grande das forças ambientalistas<br />

no sentido de que esta<br />

não ocorra, especialmente<br />

considerando-se que o Código<br />

Ambiental já foi sancionado<br />

em 2012. “Mesmo<br />

que a prorrogação ocorra,<br />

quem deixar para a última<br />

hora certamente terá custos<br />

maiores e menos tempo<br />

para resolver eventuais problemas.<br />

Por isso é importante<br />

fazer o CAR o quanto<br />

antes”, alerta.<br />

Outra dificuldade será encontrar<br />

profissionais habilitados,<br />

avisa, lembrando que<br />

quem necessita comprar excedente<br />

de Reserva Legal<br />

também não vai encontrar.<br />

“No bioma Mata Atlântica<br />

não existe mata nativa suficiente<br />

para todos”, diz<br />

Burko, acrescentando:<br />

“Muita gente vai ter que recuperar<br />

mata em áreas produtivas,<br />

especialmente quem<br />

O CAR é como uma carteira de identidade<br />

ambiental das propriedades rurais, com informações<br />

sobre o tamanho da propriedade,<br />

Áreas de Preservação Permanente (APPs), de<br />

uso restrito, consolidadas e de Reserva Legal,<br />

se existirem. Não é uma comprovação fundiária,<br />

e sim um documento declaratório sobre a<br />

situação ambiental do imóvel rural.<br />

Quem não fizer, a partir de 2017, não poderá obter financiamentos<br />

ou efetuar modificação no cartório de registro de imóveis<br />

já tem área averbada e não<br />

recuperada. O tempo ainda<br />

é suficiente, mas quem deixar<br />

para os últimos dias certamente<br />

vai se arrepender<br />

disso”.<br />

Todos os proprietários e posseiros rurais,<br />

independente do tamanho da propriedade,<br />

são obrigados a fazer a inscrição no<br />

CAR, inclusive os que já possuam Reserva<br />

Legal averbada (Sisleg). Se houver mais<br />

de um dono, qualquer um pode fazer.<br />

Mas, a responsabilidade é do proprietário<br />

e não do arrendatário, comodatário ou<br />

parceiro, que estão dispensados.<br />

Para quem pensa que essa<br />

lei será mais uma daquelas<br />

que ‘não pegam’ Burko adverte<br />

que “esta foi construída<br />

em um grande acordo nacional<br />

e todos os líderes do<br />

agronegócio a consideram<br />

um grande avanço e a libertação<br />

do produtor rural, porque<br />

traz segurança jurídica<br />

ao campo. Acreditar que<br />

essa lei não vai funcionar é<br />

acreditar no caos absoluto e<br />

na continuidade do conflito<br />

ambiental”.<br />

O proprietário que não<br />

Quem deve fazer?<br />

fizer o cadastramento ficará<br />

impedido, a partir de 2017,<br />

de obter financiamentos<br />

junto às instituições financeiras<br />

do País, e também não<br />

poderá efetuar qualquer<br />

modificação no cartório de<br />

registro de imóveis.<br />

Os principais benefícios da<br />

inscrição da propriedade no<br />

CAR são a possibilidade de<br />

regularização das APPs e<br />

Reserva Legal, e suspensão<br />

de sanções resultantes de infrações<br />

administrativas por<br />

supressão irregular de vegetação<br />

nas áreas de APP, Reserva<br />

Legal e de uso restrito,<br />

cometidas até 22/07/2008.<br />

Burko orienta que as APPs<br />

devem ser recuperadas de<br />

acordo com as metragens<br />

estabelecidas na lei. Não há<br />

outra hipótese. Já a Reserva<br />

Legal, pode ser recuperada<br />

ou compensada em outra<br />

propriedade com excedente<br />

de mata nativa. Tanto no<br />

caso da APP como da Reserva<br />

Legal, o produtor pode<br />

fazer a regularização por<br />

sua própria iniciativa, ou se<br />

inscrever no PRA e discutir<br />

isso com o IAP.<br />

Quem tiver vários imóveis rurais, deve<br />

fazer um CAR para cada um, lembrando<br />

que um imóvel é uma área contínua,<br />

independente do número de matrículas.<br />

O ex-presidente do IAP, Vítor Hugo<br />

Burko deixa claro: “Um CAR bem feito é<br />

garantia de tranquilidade para a vida toda.<br />

O produtor pode fazer o cadastro sozinho,<br />

mas o ideal é que seja auxiliado por um<br />

profissional capacitado. Em caso de dúvida,<br />

as cooperativas e sindicato rurais<br />

podem ser um bom auxílio para se ter segurança<br />

na correta regularização ambiental<br />

das propriedades”.<br />

12<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> - <strong>Fevereiro</strong> <strong>2015</strong>


Quem é o responsável pelas informações?<br />

As informações para a inscrição no<br />

CAR são de responsabilidade do declarante<br />

(proprietário ou posseiro). O<br />

cadastro será analisado e homologado<br />

pelo Instituto Ambiental do<br />

<strong>Paraná</strong> (IAP). O declarante incorrerá<br />

em sanções penais e administrativas,<br />

sem prejuízos de outras previstas na<br />

legislação, quando as informações<br />

foram total ou parcialmente falsas,<br />

enganosas ou omissas. Depois que o<br />

cadastro for enviado corretamente, e<br />

estando a propriedade adequada ambientalmente,<br />

o produtor fica em situação<br />

de regularidade e nunca mais<br />

se incomoda com isso, esclarece o expresidente<br />

do IAP, Vítor Hugo<br />

Burko. Se o produtor cometer um<br />

erro no preenchimento, poderá corrigir<br />

mais tarde, mas se intencionalmente<br />

enviar informação incorreta,<br />

poderá responder criminalmente.<br />

Assim como no imposto de renda,<br />

por um prazo de cinco anos os órgãos<br />

ambientais poderão fiscalizar as<br />

informações prestadas pelo proprietário<br />

e inclusive solicitarem alterações,<br />

se necessário. Da mesma forma,<br />

havendo alterações na propriedade,<br />

elas deverão ser informadas no<br />

CAR.<br />

Procure se informar junto ao Sindicato<br />

Rural de sua cidade ou na<br />

Emater.<br />

Onde fazer?<br />

A inscrição no CAR é feita pela internet. Para isso, é necessário<br />

baixar no computador um programa específico para<br />

fazer essa inscrição, disponível no endereço eletrônico do Sistema<br />

Nacional de Cadastro Ambiental Rural (Sicar):<br />

www.car.gov.br<br />

Quais documentos<br />

são necessários?<br />

• Identificação do proprietário/posseiro (CPF, endereço,<br />

email, telefone).<br />

Ex-presidente<br />

do IAP, Vitor<br />

Hugo Burko,<br />

faz orientações<br />

e advertências<br />

• Dados do imóvel (matrícula, posse).<br />

• Geolocalização do imóvel, constando: perímetro do imóvel<br />

rural, áreas de interesse social e de utilidade pública; os remanescentes<br />

de vegetação nativa; APP e de Reserva Legal;<br />

as áreas de uso restrito e as consolidadas.<br />

“Essa lei foi construída em um grande acordo<br />

nacional e todos os líderes do agronegócio a<br />

consideram um grande avanço e a libertação<br />

do produtor rural, porque traz segurança<br />

jurídica ao campo”<br />

Vítor Hugo Burko<br />

<strong>Fevereiro</strong> <strong>2015</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong><br />

13


FERROVIA<br />

Aprovada pelo Cade, fusão da ALL e Cosan preocupa<br />

No <strong>Paraná</strong>, 85% do açúcar produzido são exportados, e desse total, 80% seguem<br />

por trilhos, o que soma mais de 2 milhões de toneladas de açúcar DA EQUIPE DE REDAÇÃO<br />

A aprovação pelo Conselho<br />

Administrativo de Defesa<br />

Econômica (Cade) da<br />

fusão entre a concessionária<br />

de ferrovia América Latina<br />

Logística (ALL) e a Rumo<br />

Logística, empresa do grupo<br />

Cosan, mesmo que com restrições,<br />

continua preocupando<br />

o agronegócio do <strong>Paraná</strong> pela<br />

"expressiva concentração" que<br />

pode "afetar a livre concorrência".<br />

O temor é que o acesso<br />

ao transporte ferroviário fique<br />

mais restrito e que a redução<br />

na oferta de fretes por esse<br />

modal para os produtos paranaenses<br />

cause um forte impacto<br />

sobre a economia do<br />

Estado. A ALL assumiu a<br />

concessão dos 6.586 quilômetros<br />

de ferrovia no <strong>Paraná</strong> em<br />

1997.<br />

Especialmente no caso das<br />

usinas sucroenergéticas paranaenses,<br />

há o problema ainda<br />

de a Rumo Logística ser uma<br />

concorrente direta. “A Cosan<br />

é a maior produtora e exportadora<br />

de açúcar do País.<br />

Nosso temor é que a ferrovia<br />

priorize as cargas da empresa",<br />

ressalta Miguel Tranin, presidente<br />

da Associação de Produtores<br />

de Bioenergia do<br />

Estado do <strong>Paraná</strong> (Alcopar) e<br />

dos Sindicatos das Indústrias<br />

de Álcool, Açúcar e Biodiesel<br />

(Sialpar, Siapar e Sibiopar) os<br />

primeiros a se posicionarem<br />

contra a fusão das companhias.<br />

Outras 15 entidades questionaram<br />

o negócio, entre elas a<br />

Faep, todo o setor produtivo<br />

do <strong>Paraná</strong>, através do G7, que<br />

reúne as federações do Estado,<br />

a Associação Brasileira das<br />

Indústrias de Óleos Vegetais<br />

(Abiove), Associação dos Produtores<br />

de Soja e Milho<br />

(Aprosoja), a Câmara Temática<br />

de Logística, a Eldorado<br />

(exportadora de celulose), a<br />

Agrovia (açúcar e álcool), tradings<br />

e outras.<br />

Empresa opera quatro unidades da chamada<br />

“Malha Sul” da antiga empresa estatal RFFSA<br />

Tranin diz esperar que a logística<br />

paranaense não seja<br />

prejudicada pela união das<br />

duas empresas. "Preocupa-nos<br />

por causa do impacto econômico<br />

que isso geraria. No <strong>Paraná</strong>,<br />

85% do açúcar produzido<br />

são exportados, cerca de<br />

2,55 milhões de toneladas, e<br />

desse total, 80% são transportados<br />

por ferrovia, o que soma<br />

mais de 2 milhões de toneladas<br />

de açúcar", comenta Tranin,<br />

ressaltando que não há<br />

alternativa. “Somos reféns do<br />

monopólio do trem (ALL) e<br />

nosso medo é que a situação<br />

piore, com a Cosan priorizando<br />

a carga dela", afirma.<br />

No caso do transporte de<br />

grãos, esse percentual é menor,<br />

mas não menos preocupante.<br />

Segundo Nilson<br />

Hanke Camargo, assessor<br />

técnico e econômico da Federação<br />

da Agricultura do<br />

<strong>Paraná</strong> (Faep), atualmente,<br />

apenas 27% da produção paranaense<br />

de grãos são levados<br />

ao Porto de Paranaguá<br />

pela linha de trem. "A ferrovia<br />

está muito ruim, não<br />

pode ficar pior. Precisamos<br />

de mais grãos nos vagões. E<br />

nosso receio é que esse porcentual<br />

diminua", destaca.<br />

Com o objetivo de atender<br />

outros produtores e negociantes<br />

de açúcar e de grãos, que estavam<br />

preocupados com a possibilidade<br />

de o acordo entre ALL<br />

e a Rumo monopolizar o acesso<br />

ferroviário ao porto de Santos,<br />

o Cade aprovou uma série<br />

de restrições, com multa prévia<br />

mínima de R$ 5 milhões por<br />

descumprimento do acordo de<br />

fusão balizado pelo conselho,<br />

além de punição direta e individual<br />

de multa entre R$ 50 mil<br />

e R$ 1 milhão ao supervisor da<br />

nova empresa.<br />

Entre as restrições estão garantias<br />

de isonomia na prestação<br />

de serviços a concorrentes<br />

nos mercados de transporte de<br />

açúcar e combustíveis, liberando<br />

espaço na ferrovia para estes,<br />

Restrições para evitar monopólio<br />

sendo que o tratamento para a<br />

carga de terceiros deverá ser<br />

igualitário. Isto inclui a criação<br />

de um painel informando horário,<br />

velocidade e entrada da<br />

carga na ferrovia operada, com<br />

comunicação clara sobre capacidade<br />

ociosa na ferrovia, para<br />

evitar "furadas de fila" que favoreçam<br />

a Cosan.<br />

O relator também citou impedimentos<br />

a executivos da<br />

Cosan de assumirem cargos de<br />

direção na nova empresa. Segundo<br />

a ALL, os termos do<br />

acordo de união das empresas<br />

com o Cade têm validade de<br />

até sete anos.<br />

Miguel Tranin comenta, entretanto,<br />

que para garantir a<br />

livre concorrência são necessárias<br />

"medidas estruturais", além<br />

de providências para aumentar<br />

a competitividade do transporte<br />

ferroviário e a participação<br />

dos usuários na consolidação<br />

das novas regras de funcionamento<br />

das concessões ferroviárias.<br />

“Nossa expectativa é<br />

de que o Cade tivesse colocado<br />

no julgamento medidas estruturantes<br />

para proteger mais os<br />

usuários que dependem do<br />

frete ferroviário”, enfatiza.<br />

Antes da aprovação da fusão,<br />

a superintendência-geral do<br />

conselho chegou a recomendar,<br />

no final de dezembro, a impugnação<br />

do negócio, afirmando<br />

que o acordo poderia gerar riscos<br />

de limitação de acesso à infraestrutura<br />

da nova empresa,<br />

assim como práticas discriminatórias<br />

em relação aos demais<br />

usuários, apesar dos potenciais<br />

efeitos benéficos em termos de<br />

ampliação da capacidade ferroviária.<br />

A defesa da ALL-Rumo<br />

apontou que existem "elevados<br />

custos" para manter uma estrutura<br />

logística ferroviária com<br />

frete que concorra com caminhões,<br />

o que justificaria a união<br />

entre as duas. O argumento é<br />

de que as duas unidas fariam<br />

novos investimentos para ampliar<br />

a capacidade de transporte<br />

e, assim, atender melhor a carga<br />

de terceiros.<br />

A ALL opera a chamada<br />

“Malha Sul”, da antiga empresa<br />

estatal Rede Ferroviária<br />

Federal Sociedade Anônima<br />

(RFFSA), possuindo quatro<br />

malhas ferroviárias no País e é<br />

a única que pode transportar<br />

grãos da região de Mato<br />

Grosso para o porto de Santos.<br />

A empresa também tem<br />

participação em dois terminais<br />

graneleiros em Santos.<br />

Já a Rumo é dona de três<br />

terminais de açúcar no mesmo<br />

porto. Juntas, elas ficarão<br />

com 45% da capacidade de<br />

embarque de granéis vegetais<br />

sólidos em Santos, formando<br />

um gigante do setor de logística<br />

no Brasil avaliada em<br />

cerca de 11 bilhões de reais.<br />

Com isso, se encerrariam as<br />

disputas judiciais entre ambas<br />

as companhias em torno de<br />

contratos de transporte de<br />

commodities.<br />

14<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> - <strong>Fevereiro</strong> <strong>2015</strong>


Temor é de que haja aumento de custos<br />

De 2011 a 2014, o aumento dos valores cobrados pelos serviços acessórios foi de 320%,<br />

período em que a inflação acumulada somou apenas 20%<br />

Outro grande temor dos<br />

setores produtivos do <strong>Paraná</strong><br />

é de que haja uma elevação<br />

dos custos logísticos<br />

do Estado com forte impacto<br />

sobre o agronegócio,<br />

a competitividade das exportações<br />

brasileiras e a<br />

renda do produtor. “Devido<br />

ao peso do setor para<br />

a economia do Estado,<br />

uma elevação dos custos de<br />

produção, devido ao encarecimento<br />

da logística, certamente<br />

resultaria em prejuízos<br />

consideráveis, afetando<br />

a economia paranaense<br />

como um todo”,<br />

afirma Miguel Tranin, presidente<br />

da Alcopar.<br />

Ele diz que desde 2011 os<br />

valores cobrados pela ALL<br />

vêm sendo questionados<br />

junto a Agência Nacional<br />

de Transportes Terrestres<br />

(ANTT). Neste ano, atendendo<br />

a consulta pública<br />

realizada pela ANTT para<br />

alterar a regulamentação<br />

do setor ferroviário, a Alcopar,<br />

em parceria com outras<br />

entidades e grupos empresariais<br />

que participam da<br />

Associação Nacional dos<br />

Usuários de Transporte de<br />

Cargas (Anut), se mobilizaram<br />

para elaborar um<br />

documento com sugestões<br />

de mudanças. Uma das<br />

principais era revisar as tarifas<br />

teto estabelecidas para<br />

o setor, conforme prevê os<br />

contratos assinados com as<br />

concessionárias na época<br />

da privatização da RFFSA,<br />

na década de 1990.<br />

Para embasar essas sugestões,<br />

a Federação da Agricultura<br />

do Estado do <strong>Paraná</strong><br />

(Faep), com o apoio<br />

da Organização das Cooperativas<br />

do <strong>Paraná</strong> (Ocepar)<br />

e Alcopar desenvolveram<br />

um estudo inédito<br />

no Estado conduzido pelo<br />

Grupo de Pesquisa e Extensão<br />

em Logística Agroindustrial<br />

(Esalq-Log/<br />

USP), liderado pelo professor<br />

José Vicente Caixeta<br />

Filho. O objetivo era analisar<br />

as tarifas ferroviárias e<br />

rodoviárias para os diversos<br />

produtos do agronegócio<br />

do <strong>Paraná</strong>, comparando-as<br />

com o seu custo real.<br />

O estudo comparativo<br />

entre os preços mostrou,<br />

em 2012, que o frete rodoferroviário<br />

(caminhões e<br />

trem) no <strong>Paraná</strong> ficou 13%<br />

acima do rodoviário (exclusivo<br />

por caminhões).<br />

Além de ser menos poluente,<br />

estudos em todo<br />

mundo mostram que os<br />

preços do frete ferroviário<br />

deveriam ser de 10% a 20%<br />

menores que o rodoviário<br />

no Brasil, mas na prática,<br />

não é o que ocorre. Isso é<br />

possível porque a tarifa<br />

teto, instrumento de regulação<br />

criado para negociar<br />

o preço do frete, está muito<br />

acima dos valores de mercado,<br />

perdendo sua finalidade,<br />

explica Tranin.<br />

Na época, a Alcopar entrou<br />

com uma ação questionando<br />

junto a ANTT os<br />

valores praticados e desde<br />

então o processo de arrasta<br />

na Justiça. Com isso, os<br />

usuários da ferrovia viram<br />

surgir outra situação. Quando<br />

houve a publicação das<br />

resoluções sobre os diretos<br />

dos usuários, em 2011, a<br />

composição da receita da<br />

ALL era de 94% para o<br />

Respostas rápidas<br />

“Expectativa é por medidas estruturantes”, diz<br />

Miguel Tranin, presidente da Alcopar<br />

transporte e somente 6%<br />

para serviços acessórios, que<br />

são os referentes a transbordo,<br />

manobra e lavagem<br />

de vagões e outras operações.<br />

O presidente da Alcopar,<br />

Miguel Tranin, defende ainda<br />

respostas rápidas aos questionamentos<br />

feitos pelos usuários<br />

da ferrovia junto a<br />

ANTT. “As normas regulatórias<br />

hoje permitem prazos<br />

elásticos, com os processos se<br />

arrastando por anos, deixando<br />

os usuários reféns destes”.<br />

Já em 2014, do total arrecadado<br />

pela empresa, R$<br />

3,2 bilhões, 73% foi referente<br />

ao transporte ferroviário<br />

e 27% de receitas<br />

acessórias. “Isso mostra que<br />

o crescimento das receitas<br />

acessórias foi de 320%, ou<br />

4,2 vezes de 2011 a 2014,<br />

período em que a inflação<br />

acumulada somou apenas<br />

20%”, afirma Tranin.<br />

Para ele é preciso que as respostas<br />

sejam dadas em tempo<br />

mais curtos, adequados a realidade<br />

dos usuários, resolvendo<br />

os problemas dentro da<br />

safra. “A estrutura média das<br />

usinas é para um estoque de<br />

30 dias de produção nas unidades<br />

industriais. Passado<br />

isso, tem que escoar”, afirma.<br />

Cerca de 60% a 70% da produção<br />

brasileira atualmente é<br />

escoada por rodovias, 15% a<br />

25% por ferrovias e o restante<br />

por hidrovias e aviões, segundo<br />

dados da Federação da<br />

Agricultura do Estado do <strong>Paraná</strong><br />

(Faep). A mesma situação<br />

se repete no <strong>Paraná</strong>. Por<br />

conta disso e de toda a infraestrutura<br />

deficitária, o<br />

transporte é um dos componentes<br />

que mais pesa no custo<br />

de produção, tornando o<br />

Custo Brasil é um dos mais<br />

altos do mundo.<br />

<strong>Fevereiro</strong> <strong>2015</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 15


SOCIAL<br />

Datagro programa eventos<br />

para discutir rumos do setor<br />

Tradicionais centros de referência dos principais temas e preocupações da cadeia<br />

sucroenergética, proporcionam oportunidades de networking DA EQUIPE DE REDAÇÃO<br />

Buscando discutir os<br />

rumos do setor e saídas<br />

para a crise que enfrenta a<br />

cadeia sucroenergética, a<br />

Consultoria Datagro mais<br />

uma vez reúne autoridades,<br />

lideranças e especialistas<br />

em uma série de eventos<br />

durante todo o ano de<br />

<strong>2015</strong>. Segundo os organizadores,<br />

esses encontros já<br />

se tornaram tradicionais<br />

centros de referência dos<br />

principais temas e preocupações<br />

do setor para os integrantes<br />

de sua cadeia<br />

produtiva, proporcionando<br />

também ótimas oportunidades<br />

de networking.<br />

A programação anual começa<br />

com os Simpósios<br />

Open Safra, realizados nos<br />

estados de São Paulo,<br />

Minas Gerais, Goiás e Pernambuco<br />

em parceria da<br />

Datagro, União dos Produtores<br />

de Bioenergia (Udop)<br />

e sindicatos do setor sucroenergético<br />

do Brasil. Os<br />

eventos contam com palestras<br />

sobre os mais importantes<br />

assuntos a serem<br />

discutidos no pré-início da<br />

safra, além de reunir um<br />

grande número de participantes,<br />

possibilitando uma<br />

última avaliação conjunta<br />

do setor sobre a safra, o<br />

mercado, a regulação e as<br />

perspectivas futuras.<br />

Também, outras autoridades<br />

e palestrantes renomados<br />

dos setores de produção,<br />

comércio internacional,<br />

refinarias, bancos e<br />

distribuição de combustíveis<br />

estarão compartilhando<br />

com os participantes<br />

seus diagnósticos e<br />

pontos de vista dos seus<br />

respectivos setores.<br />

Faz parte da programação<br />

de eventos ainda a Iso Datagro<br />

New York Sugar &<br />

Ethanol Conference <strong>2015</strong>,<br />

dia 13 de maio, no The<br />

Waldorf Astoria Hotel, em<br />

Nova Iorque, EUA; o 4º<br />

Sugar & Ethanol Summit<br />

Brazil Day, dia 10 de julho,<br />

no Institute of Directors<br />

(IoD), em Londres (Reino<br />

Unido); a 4ª Conferência<br />

Datagro Ceise Br Fenasucro<br />

<strong>2015</strong>, dia 25 de agosto,<br />

no Centro de Eventos Zanini,<br />

Sertãozinho (SP),<br />

Brasil; e a 15ª Conferência<br />

Internacional Datagro sobre<br />

Açúcar e Etanol, dias<br />

21 e 22 de setembro, no<br />

Hotel Grand Hyatt, em<br />

São Paulo (SP).<br />

Maior consultoria de etanol<br />

e açúcar e uma das<br />

maiores do mundo, a Datagro<br />

conta com mais de<br />

60 colaboradores e busca se<br />

tornar um centro de excelência<br />

na prestação de serviços<br />

aos setores de açúcar<br />

e biocombustíveis em nível<br />

mundial. Através de análises<br />

inovadoras e diferenciadas,<br />

fornece ferramentas<br />

para uma melhor compreensão<br />

do mercado, agregando<br />

valor ao posicionamento<br />

comercial e estratégico<br />

de seus clientes e<br />

Day Brazil em Londres<br />

A partir das bem-sucedidas<br />

edições do Sugar e<br />

Ethanol Summit - Day<br />

Brazil, realizadas desde<br />

2012, a Datagro realiza<br />

sua quarta edição do<br />

evento no dia 10 de julho,<br />

no Institute Of Directors<br />

(IOD), em Pall Mall,<br />

Londres. Este é organizado<br />

em parceria com o<br />

Ministério das Relações<br />

Exteriores (MRE), através<br />

da Representação Permanente<br />

do Brasil junto a<br />

Organizações Internacionais<br />

em Londres.<br />

O evento reúne apenas<br />

convidados do mais alto<br />

nível da comunidade financeira<br />

e de trading de<br />

Londres, e de outras capitais<br />

europeias, para debater<br />

sobre oportunidades e<br />

desafios do setor de açúcar<br />

e etanol do Brasil e do<br />

mundo. Em 2014 foram154<br />

participantes de<br />

10 países dos setores de<br />

produção e do mercado<br />

financeiro e de trading<br />

europeus.<br />

parceiros. Com sede em<br />

São Paulo, tem outras quatro<br />

unidades – Nova York<br />

(EUA), Recife, Santos e<br />

Ribeirão Preto.<br />

Mais informações:<br />

http://www.datagroconferences.com.br/<br />

O primeiro será<br />

dia 13 de maio, nos<br />

Estados Unidos<br />

Conferência<br />

de Nova Iorque<br />

Com objetivo de reunir os principais representantes da<br />

comunidade internacional de produtores, traders, corretores,<br />

investidores e do mercado financeiro em geral, a Organização<br />

Internacional do Açúcar (ISO) e a Datagro<br />

realizam, no dia 13 de maio próximo, a 9ª edição do ISO<br />

Datagro New York Sugar & Etanol Conference, no Hotel<br />

Waldorf Astoria em Nova Iorque.<br />

Consagrado como o evento técnico oficial do Sugar Dinner<br />

de Nova Iorque, desde sua primeira edição, tornou-se<br />

tradicional no calendário mundial de açúcar e etanol e vem<br />

aumentando em 20% o número de participantes a cada<br />

ano. Em 2014, reuniu mais de 400 líderes de 22 países, em<br />

um dia intenso de palestras e debates com os mais renomados<br />

especialistas do mercado sucroenergético mundial.<br />

16 <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> - <strong>Fevereiro</strong> <strong>2015</strong>


Em 2014, mais de 400 lideranças, empresários e autoridades participaram<br />

Evento técnico oficial de<br />

abertura da tradicional<br />

feira de tecnologia e comércio<br />

do setor sucroalcooleiro,<br />

Fenasucro & Agrocana<br />

(25 a 28 de agosto),<br />

a Conferência Datagro<br />

CeiseBr acontece no<br />

mesmo local, no Centro<br />

Fenasucro <strong>2015</strong><br />

de Eventos Zanini, em<br />

Sertãozinho (SP), no dia<br />

25 de agosto.<br />

Com a presença de mais<br />

de 400 participantes dentre<br />

autoridades governamentais,<br />

empresários, especialistas,<br />

pesquisadores<br />

e representantes da indústria<br />

canavieira, em 2014 o<br />

evento superou todas as<br />

expectativas e contou com<br />

palestras de alto teor técnico<br />

sobre os desafios e<br />

perspectivas do segmento<br />

de etanol e açúcar, no Brasil<br />

e exterior.<br />

Sugar and<br />

Ethanol Dinner<br />

em São Paulo<br />

Em comemoração aos<br />

15 anos da Conferencia<br />

Internacional Datagro<br />

sobre Açúcar e Etanol, a<br />

consultoria planeja reunir<br />

os principais líderes e representantes<br />

de toda cadeia<br />

do setor sucroenergético<br />

internacional para<br />

discutir questões de mercado<br />

e de estratégia setorial.<br />

Evento técnico oficial<br />

do Sugar and Ethanol<br />

Dinner São Paulo, será<br />

nos dias 21 e 22 de setembro<br />

no Hotel Grand<br />

Hyatt, em São Paulo<br />

(SP). O foco continuará<br />

sendo o de valorizar conteúdo<br />

de qualidade, disseminar<br />

conhecimento e<br />

novas tecnologias, e estimular<br />

networking entre<br />

os participantes.<br />

Em outubro de 2014, a<br />

Conferência Internacional<br />

contou com a presença<br />

de mais de 650 participantes<br />

de 33 países, 49<br />

palestrantes e mais de 70<br />

empresas apoiadoras, que<br />

juntas debateram em dois<br />

dias formas de superar os<br />

desafios e aproveitar as<br />

oportunidades do mercado<br />

brasileiro e internacional.<br />

Global Agribusiness Fórum<br />

Realizado a cada dois<br />

anos, o Global Agribusiness<br />

Fórum (GAF) está<br />

programado para março de<br />

2016, em data a ser definida,<br />

no Hyatt Hotel, São<br />

Paulo (SP). Reconhecido<br />

internacionalmente como<br />

o mais importante evento<br />

do agronegócio mundial,<br />

tem permitido identificar<br />

soluções para os desafios e<br />

oportunidades da agricultura<br />

e a pecuária em todo<br />

o globo, através do incentivo<br />

ao debate entre os<br />

maiores líderes, autoridades<br />

e especialistas do agronegócio.<br />

No próximo ano, o tema<br />

para discussão será como<br />

integrar produtor e consumidor,<br />

agregar valor à produção<br />

e aumentar produtividade,<br />

além de garantir<br />

o suprimento de alimentos<br />

para um mundo<br />

em constante transformação<br />

e crescimento. Os resultados<br />

e propostas do<br />

encontro serão novamente<br />

reunidos em um documento<br />

oficial - Consenso<br />

do Agronegócio - que será<br />

enviado como sugestão a<br />

autoridades do setor agrícola,<br />

e formuladores de<br />

políticas públicas de todo<br />

o mundo.<br />

Em sua última edição, a<br />

cadeia de valor da agricultura<br />

e pecuária mundial<br />

esteve representada oficialmente<br />

por mais de 1.100<br />

líderes e autoridades de 43<br />

países, 129 entidades parceiras,<br />

incluindo a iniciativa<br />

privada, governos,<br />

associações, entidades,<br />

universidades, ONGs e<br />

veículos de comunicação.<br />

O GAF teve o apoio oficial<br />

dos governos do Brasil,<br />

Comunidade Europeia,<br />

Canadá, Cuba, França,<br />

Turquia, Singapura e dos<br />

governos estaduais de Manitoba,<br />

Ontário e São Paulo.<br />

Com transmissão ao<br />

vivo pelo Canal Rural e internet,<br />

contou com mais<br />

de 36 mil espectadores.<br />

<strong>Fevereiro</strong> <strong>2015</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 17


DOIS<br />

PONTOS<br />

Estão abertas as inscrições para o processo seletivo de<br />

pós-graduação em Master of Technology Administration<br />

da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar),<br />

o primeiro curso no mundo com ênfase em Gestão de<br />

Tecnologia Industrial Sucroenergética. O objetivo é capacitar<br />

profissionais para atuarem no gerenciamento da<br />

cadeia produtiva sucroenergética. Com 360 horas de<br />

aulas presenciais, será oferecido quinzenalmente aos sábados,<br />

na cidade de Piracicaba (SP). As aulas iniciam dia<br />

7 de março. Inscrições - www.mta.ufscar.br/inscricoes.<br />

A seleção acontece por meio de análise do currículo, que<br />

deve ser encaminhado para mta@cca.ufscar.br. A taxa de<br />

matrícula é de R$ 200 e as mensalidades são 20 parcelas<br />

de R$ 650. Mais informações: (19) 3543-2614.<br />

O volume de chuva que<br />

chegou aos reservatórios<br />

das principais hidrelétricas<br />

do país em janeiro de<br />

<strong>2015</strong> foi o mais baixo para<br />

o mês nos últimos 85<br />

anos, apontam dados do<br />

Operador Nacional do<br />

Sistema Elétrico. De<br />

acordo com o órgão, a<br />

chuva registrada em janeiro<br />

foi equivalente a<br />

38,04% da média para o<br />

mês, o pior índice do histórico,<br />

que começa em<br />

1931. Antes, o volume<br />

mais baixo havia sido verificado<br />

em 1953, quando<br />

UFSCar<br />

Estiagem<br />

Calor<br />

a chuva correspondeu a<br />

44,6% da média histórica.<br />

Esse volume de água foi<br />

registrado nas represas de<br />

hidrelétricas do Sudeste e<br />

Centro-Oeste, que juntas<br />

respondem por cerca de<br />

70% da capacidade do<br />

País de gerar eletricidade.<br />

Este é o terceiro ano seguido,<br />

portanto desde<br />

2013, em que os meses de<br />

janeiro são mais secos que<br />

o esperado. No ano passado,<br />

a chuva foi equivalente<br />

a 53,43% da média<br />

histórica e, no ano anterior,<br />

a 83,32%.<br />

A agência meteorológica da ONU confirmou que 2014<br />

foi o ano mais quente da história e que desde 2000, já<br />

enfrentamos 14 dos 15 anos mais quentes já registrados.<br />

E a expectativa é a de que o<br />

aquecimento global continue,<br />

devido aos níveis crescentes de<br />

emissão gases de efeito estufa<br />

na atmosfera e à crescente<br />

temperatura na superfície oceânica.<br />

Mas, é preciso destacar<br />

que as altas temperaturas de<br />

2014 ocorreram mesmo sem o<br />

fenômeno climático El Niño<br />

atingir força total. Em geral,<br />

anos excepcionalmente quentes<br />

costumam ser associados à<br />

influência temporária do fenômeno.<br />

Biomassa<br />

A ministra da Agricultura,<br />

Kátia Abreu afirmou<br />

que o governo prepara três<br />

leilões de biomassa a partir<br />

de abril (leilão de fontes alternativas),<br />

com contratos<br />

de 20 anos. O primeiro leilão<br />

será em 24 de abril com<br />

geração de energia programada<br />

para começar a partir<br />

de janeiro de 2016. O segundo,<br />

chamado de A5,<br />

será em 30 de abril com<br />

geração a partir de janeiro<br />

O mercado de combustíveis<br />

no Brasil "ainda" seguirá<br />

aumentando em <strong>2015</strong>,<br />

apesar das expectativas pessimistas<br />

para o crescimento<br />

econômico do País e de preços<br />

mais altos da gasolina e<br />

do diesel, segundo a ANP.<br />

Isso após registrar<br />

um aumento expressivo<br />

no consumo<br />

em 2014.<br />

Somando-se todos<br />

os combustíveis, as<br />

Ao impor à Petrobras uma política de<br />

contenção do preço dos combustíveis para<br />

segurar a inflação - de 2012 a 2014 - o governo<br />

Dilma Rousseff não só causou prejuízos<br />

à empresa como transgrediu a Lei<br />

das S. A. e Estatuto da Petrobrás e poderia<br />

Racionamento<br />

de 2020. O terceiro leilão<br />

será em 24 de julho, com<br />

geração para janeiro de<br />

2018. A divisão foi feita<br />

porque há usinas que já<br />

Combustíveis<br />

vendas no País no ano passado<br />

atingiram 144,575 bilhões<br />

de litros, uma alta de<br />

5,3% ante 2013. Entre 2011<br />

e 2014, o mercado teve crescimento<br />

superior a 18% enquanto<br />

que o crescimento<br />

do PIB foi de 4%.<br />

Lei das S.A.<br />

O racionamento de<br />

energia é inevitável e<br />

seu anúncio terá de<br />

ser feito em breve.<br />

Esta é a previsão de<br />

especialistas do setor<br />

elétrico diante da situação<br />

de falta de<br />

chuvas que atinge,<br />

sobretudo, o Sudeste do País. O atual<br />

nível dos reservatórios e a previsão pluviométrica<br />

para o final do período chuvoso,<br />

até abril, mostram<br />

que o volume<br />

de água armazenada<br />

não subirá o necessário<br />

para que o Brasil<br />

tenha condições de<br />

superar o período<br />

seco, de maio a outubro.<br />

A restrição ao<br />

consumo de energia deve ficar entre 10%<br />

a 20% da carga, mas há quem projete até<br />

30%.<br />

têm capacidade de ofertar<br />

energia no curto prazo.<br />

Outras, em contraponto,<br />

ainda precisam fazer adaptações.<br />

Petróleo<br />

Os estoques de petróleo<br />

subiram mais<br />

do que o previsto<br />

nos Estados Unidos<br />

em janeiro, a um<br />

nível sem precedentes<br />

em 85 anos, totalizando<br />

413,1 milhões<br />

de barris, segundo<br />

dados publicados<br />

pelo Departamento<br />

de Energia<br />

dos EUA.<br />

sofrer uma ação de responsabilidade de<br />

parte de seus acionistas. A avaliação é do<br />

professor e jurista Ary Oswaldo Mattos<br />

Filho, especialista em direito econômico,<br />

que diz que a Petrobrás não poderia ser<br />

usada para promover políticas públicas.<br />

18 <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> - <strong>Fevereiro</strong> <strong>2015</strong>


Apesar do esforço do<br />

segmento sucroalcooleiro<br />

para investir na área agrícola<br />

nos últimos anos, na<br />

região Centro-Sul, os canaviais<br />

estão mais "velhos",<br />

por isso, as chuvas<br />

abaixo da média na região<br />

tendem a afetar mais a<br />

planta neste ano. A idade<br />

média ideal é de 3,2 anos.<br />

No momento em que o<br />

setor sucroenergético consegue<br />

alguns avanços, Roberto<br />

Rodrigues deixa o<br />

conselho deliberativo da<br />

Unica. Na presidência há<br />

sete meses, Rodrigues surpreendeu<br />

o setor com a<br />

saída, justificada por ele por<br />

dois motivos. Primeiro, a<br />

entidade não necessita de<br />

uma presidência-executiva<br />

e de um presidente de conselho.<br />

Uma pessoa é suficiente,<br />

e Elizabeth Farina,<br />

presidente-executiva, "vai<br />

muito bem", diz.<br />

Segundo, dois dos pontos<br />

básicos do setor - o retorno<br />

Canaviais<br />

Unica<br />

Petrobras<br />

A cada 0,1 ponto de aumento<br />

da 'idade' do canavial,<br />

a perda de produtividade<br />

é de 1 tonelada<br />

por hectare. No último<br />

triênio, segundo dados da<br />

Unica, o percentual da<br />

área de cana renovado no<br />

Centro-Sul ficou abaixo<br />

de 15%, quando o recomendado<br />

é 18%.<br />

da Cide e a elevação da<br />

mistura do anidro à gasolina<br />

para 27% - foram atingidos.<br />

Apesar desses objetivos<br />

pontuais conseguidos,<br />

Rodrigues lutava por uma<br />

estratégia de longo prazo<br />

para o etanol.<br />

Aldemir Bendine, 51, o ex-presidente do Bando do Brasil,<br />

assumiu o comando da Petrobras, em caráter provisório,<br />

no lugar de Graça Foster, durante a maior crise da<br />

história da petroleira, com o desafio de rever o plano de<br />

negócios. Bendine se dedicará a resolver os problemas de<br />

caixa e a apresentar, em curto prazo, números confiáveis<br />

relativos ao tamanho dos desvios derivados da corrupção.<br />

A meta é considerada crucial para que o balanço da companhia<br />

possa ser auditado. Avaliada em US$ 310 bilhões<br />

em seu auge, em 2008, valor que a transformou na quinta<br />

maior empresa do mundo, a Petrobras atualmente está<br />

estimada em apenas US$ 48 bilhões.<br />

Sustentável<br />

Pesquisa desenvolvida na<br />

Esalq/USP quantificou o<br />

carbono liberado na logística<br />

do etanol dentro do estado de<br />

São Paulo, que foi comparado<br />

com o volume de carbono<br />

que fica alocado na estrutura<br />

da cana. O resultado foi positivamente<br />

surpreendente,<br />

uma vez que, com a utilização<br />

massiva da colheita mecanizada,<br />

os canaviais paulistas<br />

seriam capazes de absorver<br />

uma quantidade superior de<br />

carbono àquela advinda da<br />

logística de distribuição do<br />

produto.<br />

IAC<br />

O Instituto Agronômico de<br />

Campinas (IAC) publicará<br />

em abril uma nova recomendação<br />

técnica para aplicação<br />

de zinco em canaviais. Estudos<br />

feitos desde 2005 mostram<br />

que o uso do micronutriente<br />

em doses mais elevadas<br />

aumenta a produtividade<br />

da cana em até 16%.<br />

Importante no crescimento e<br />

no fortalecimento da raiz da<br />

planta, o zinco ainda é pouco<br />

utilizado nos canaviais brasileiros.<br />

No IAC, o recomendado<br />

até então era aplicar 5<br />

quilos por hectare de cana, em<br />

solo de baixa fertilidade.<br />

Agora, dobrou para 10 quilos<br />

por hectare. Recomendação<br />

também é feita pelo CTC.<br />

Fechadas<br />

Entre 2008 e 2014, 83 usinas<br />

fecharam no Brasil devido<br />

a dificuldades financeiras.<br />

Juntas representam<br />

perda de capacidade de processamento<br />

de 75,4 milhões<br />

de toneladas de cana segundo<br />

a consultoria Datagro.<br />

Desse total, 64 usinas são do<br />

Centro-Sul (61,68 milhões/t)<br />

e 19 na região<br />

Norte-Nordeste (13,71 milhões/t).<br />

O Brasil tem hoje<br />

capacidade instalada para<br />

processar entre 690 milhões<br />

e 700 milhões de toneladas<br />

de cana por safra.<br />

Terra<br />

O movimento de alta no<br />

preço das commodities<br />

agrícolas na última década<br />

puxou também o<br />

valor da terra no Brasil. O<br />

preço do hectare para a<br />

agropecuária disparou<br />

308%, saltando da média<br />

R$ 2,6 mil para R$ 10,6<br />

mil entre 2002 e 2013, segundo<br />

mapeamento realizado<br />

pelo Banco do<br />

Brasil. O aumento mais<br />

significativo do custo do<br />

hectare foi verificado na<br />

Parceria<br />

pecuária. A terra para a<br />

criação de gado ficou<br />

343% mais cara, passando<br />

de R$ 1,5 mil, em 2002,<br />

para R$ 6,8 mil no ano<br />

passado. A terra para a lavoura<br />

teve uma valorização<br />

de 245% no mesmo<br />

período - de R$ 5,7 mil<br />

para R$ 19,8 mil.<br />

A Boeing e a Embraer,<br />

duas das principais fabricantes<br />

de aeronaves do<br />

mundo, inauguraram o<br />

Centro Conjunto de Pesquisa<br />

em Biocombustíveis<br />

Sustentáveis para a Aviação,<br />

em São Paulo, que financiará<br />

pesquisas com<br />

universidades e outras<br />

instituições brasileiras. A<br />

ação visa consolidar o estabelecimento<br />

da indústria<br />

de biocombustíveis<br />

na aviação brasileira. Estudos<br />

mostram que o<br />

produto emite de 50% a<br />

80% menos carbono ao<br />

longo de seu ciclo de vida<br />

do que o combustível fóssil<br />

de aviação. Mais de 1,6<br />

mil voos comerciais com<br />

uso deste já foram operados<br />

em todo o mundo<br />

desde sua aprovação em<br />

2011.<br />

Concentração<br />

Endividadas e com baixa capacidade de investimentos,<br />

empresas familiares nacionais caminham para a extinção.<br />

O setor sucroalcooleiro está cada vez mais concentrado<br />

nas mãos de multinacionais, que devem controlar<br />

90% do mercado até a safra <strong>2015</strong>/16. Por outro lado,<br />

as empresas familiares - que até 2012 representavam<br />

25% do market share - perdem cada vez mais espaço,<br />

caminhando para a extinção. Dos pequenos grupos familiares,<br />

98% estão estrangulados pelo alto nível de endividamento<br />

e pela reduzida capacidade de contrair<br />

crédito, que prejudicam suas possibilidades de investimento.<br />

<strong>Fevereiro</strong> <strong>2015</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong><br />

19


GERAL<br />

Canceladas as inscrições<br />

para a Residência Agronômica<br />

O difícil momento econômico pelo qual passam todas as usinas do Brasil tem<br />

demandado reformulações e ajustes constantes em seus planejamentos MARLY AIRES<br />

Foi cancelado o teste seletivo<br />

para a décima turma do<br />

Programa de Residência em<br />

Engenharia Agronômica<br />

que seria formada este ano.<br />

A capacitação técnica é realizada<br />

desde 2005 nas usinas<br />

sucroenergéticas do <strong>Paraná</strong><br />

através de um convênio entre<br />

a Alcopar, Universidade<br />

Federal do <strong>Paraná</strong> (UFPR),<br />

Universidade Federal Rural<br />

do Rio de Janeiro (UFRRJ)<br />

e Rede Interuniversitária<br />

para Desenvolvimento do<br />

Setor Sucroalcooleiro (Ridesa).<br />

A princípio, seriam oferecidas<br />

10 vagas para engenheiros<br />

agrônomos recémformados,<br />

um número já<br />

considerado pequeno. Como<br />

algumas usinas, revisando<br />

seu planejamento, decidiram<br />

cortar a vaga oferecida,<br />

a Alcopar e as duas<br />

universidades acharam melhor<br />

cancelar a formação da<br />

nova turma diante do aumento<br />

de custos que isso<br />

acarretaria para as usinas que<br />

permaneceram no programa.<br />

O difícil momento econômico<br />

pelo qual passam<br />

todas as usinas sucroenergéticas<br />

do Brasil tem demandado<br />

reformulações e ajustes<br />

constantes em seus planejamentos.<br />

Melhoradas as condições<br />

econômicas do setor e do<br />

País, a expectativa é que o<br />

Programa seja retomado no<br />

próximo ano. Desde que foi<br />

criado, em 2005, já foram<br />

capacitados mais de uma<br />

centena de profissionais da<br />

área, sendo que muitos<br />

exercem hoje cargos de gerência<br />

e coordenação.<br />

A Residência Agronômica<br />

visa promover o aprimoramento<br />

de conhecimentos,<br />

habilidades e atitudes<br />

indispensáveis ao<br />

exercício da Agronomia especializada<br />

em cana de<br />

açúcar. Para isso é feito um<br />

intensivo treinamento profissional<br />

em serviço, sob<br />

supervisão, nas usinas do<br />

Norte e Noroeste do <strong>Paraná</strong>,<br />

além de desenvolver<br />

senso de responsabilidade<br />

ética no exercício das atividades<br />

profissionais.<br />

“O <strong>Paraná</strong> se tornou um<br />

celeiro de engenheiros<br />

agrônomos especializados<br />

no setor sucroenergético”,<br />

afirma o professor da<br />

UFRRJ, Eduardo Lima,<br />

coordenador do programa.<br />

Ele destaca a qualidade na<br />

formação da mão de obra e<br />

as possibilidades geradas<br />

com a residência, que serve<br />

de porta de entrada no<br />

mercado de trabalho.<br />

“Essa parceria tem sido<br />

fundamental ao nosso setor<br />

no <strong>Paraná</strong>, e mesmo fora,<br />

porque já exportamos muitos<br />

desses profissionais para<br />

outros estados. Agradecemos<br />

muito a UFRRJ, ao<br />

professor Eduardo Lima, a<br />

toda a equipe da UFPR e<br />

da UEM que muito nos auxiliaram<br />

nesses anos",<br />

afirma Miguel Tranin, presidente<br />

da Alcopar .<br />

Mais informações:<br />

www.residenciaemagronomiaufrrj.com.br/.<br />

“Material Amigo” da Caldema distribui kits<br />

Projeto, que estimula a educação, entrega materiais escolares às crianças<br />

e aborda o tema de uso consciente da água<br />

Ao longo de sua história, a<br />

Caldema, fabricante de equipamentos<br />

industriais de Sertãozinho<br />

(SP), tem realizado<br />

com toda energia, ações socioambientais<br />

que agregam<br />

qualidade de vida a seus colaboradores<br />

e dependentes.<br />

Como faz todo início de<br />

ano, no último dia 30 de janeiro,<br />

mais uma vez a empresa<br />

desenvolveu o projeto<br />

“Material Amigo” tradicionalmente<br />

conhecido por valorizar<br />

e estimular a educação.<br />

Além da distribuição<br />

de kits de materiais escolares,<br />

promoveu ações de conscientização<br />

dos colaboradores<br />

e de seus dependentes,<br />

estudantes desde a pré-escola<br />

à pós-graduação.<br />

foi “Conscientização do uso<br />

da água” e contou com a<br />

apresentação de uma equipe<br />

teatral abordando o tema do<br />

projeto de forma lúdica.<br />

Houve também a distribuição<br />

de aproximadamente<br />

500 kits de materiais, concurso<br />

de redação e desenho<br />

sobre o tema, sorteio de<br />

brindes, passeio de trenzinho,<br />

brincadeiras e foi servido<br />

um delicioso lanche<br />

com cachorro quente, pipoca,<br />

algodão doce, picolé, sucos e<br />

refrigerantes.<br />

Realizado há mais de 10<br />

anos, o Projeto Material<br />

Amigo conta todos os anos<br />

com presenças ilustres de<br />

Ação consolida a história da empresa na geração de energia<br />

Para <strong>2015</strong>, o tema escolhido<br />

sustentável para o Brasil e o mundo<br />

20 <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> - <strong>Fevereiro</strong> <strong>2015</strong><br />

parceiros e autoridades da<br />

Prefeitura e Câmara Municipal,<br />

das Secretarias do Desenvolvimento<br />

Social e Cidadania,<br />

da Indústria e Comércio<br />

e da Educação, do Ceise<br />

Br, do IFSP, do Sesi, do Senai,<br />

Sermed Saúde e dos<br />

principais veículos de comunicação<br />

da região.<br />

Segundo parceiros presente,<br />

a ação promovida pela Caldema<br />

consolida a sua história<br />

na geração de energia sustentável<br />

para o Brasil e o mundo.<br />

Os ganhadores dos concursos<br />

foram: Ana Lívia Bosquini,<br />

filha do colaborador<br />

Adriano Luís Bosquini (desenho)<br />

e Guilherme Batista<br />

Simoso, filho do colaborador<br />

Ricardo José Mariano Simoso<br />

(redação).

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