Untitled - Cascade Art Space
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„Narrativos“<br />
(A fotografia como arte plástica)<br />
Tilmann Krieg, porém, mais do que um excelente fotógrafo, é um grande artista.<br />
Não se limitou a fazer fotos que constituem obras de arte. Não pretendeu somente reproduzir a beleza natural da<br />
Bahia e de seu povo. Ele buscou interpretá-la, com seu olhar subjetivo, e não apenas fez fotos, que são obras de<br />
arte, como as transformou em pinturas, com uma nova linguagem.<br />
E ai está a arte de suas obras, nas quais reinventou a imagem, através de programas de computador.<br />
Sua obra é uma foto-pintura, com luz e sombra, dentro do conceito de “Lichtbild” (imagem de luz), uma técnica<br />
completamente original.<br />
O próprio Tilmann Krieg diz que a luz é a matéria com que faz as fotose que a câmara lhe serve como instrumento<br />
de pintura.<br />
Sim, a câmara fotográfica serve como pincel. E Tilmann Krieg pinta com luz, incorpora-a ativamente à imagens,<br />
que depois trata de defocar, tornando-as, às vezes, evanescentes até os limites da abstração, de modo a captar<br />
o que está além da superfície visível e revelar a sua essência.<br />
As fotos deixam assim de ser fotos. Tornamse obras de arte, que mostram a dinâmica e a transitoriedade das<br />
imagens, tal como ele subjetivamente as vê.<br />
“Tenho a impressão de que através da fotografia chego hoje mais perto da minha intenção pictórica do que com a<br />
pintura” o próprio TilmannKrieg confessa, acrescentando que desse modo ele o mundo se abre espontaneamente<br />
para seus olhos e ele consegue interpretá-lo, tal como o vê e sente.<br />
Esse mundo é também a Bahia, que se tornou a segunda pátria de Tilmann Krieg.<br />
Encontrou na Bahia em um “grande atelier, enorme e vivo”. Conforme suas próprias palavras, ai ele descobriu a<br />
luz especial, que encantou tantos artistas, as cores, ritmo rápido, com que tudo constantemente muda, a musicalidade<br />
e poesia perceptíveis em todo lugar, a presença direta e a transitoridade do ser e do vir a ser, a imprevisibilidade<br />
da vida cotidiana e o significado do conceito de cult na palavra cultura.<br />
Esses são de fato os ingredientes das fotos, ou melhor, dessas obras de arte de Krieg e que não apenas retratam<br />
a Bahia, em um momento de beleza, mas em sua dinâmica e movimentação, buscando o há de mais profundo na<br />
alma do seu povo, que vive em permanente festa de luzes e de cores, com sua alegria tropical.<br />
Luiz Alberto de Vianna Moniz Bandeira, cientista política e professor da Universidade de Brasília,<br />
Adido Cultural no Consulado-Geral do Brasil em Frankfurt, na Alemanha.<br />
AMANDA, Salvador Bahia, 2007<br />
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