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Claudio Roberto Carrero JúniorAVALIAÇÃO DE ALGUNS PARÂMETROS DA RESPOSTAIMUNE FRENTE À PRÁTICA DE EXERCÍCIOS DE ALTA EMÉDIA INTENSIDADE: UMA REVISÃOOrientadora: Profa. Dra. Ana Maria Bormio De RosisDepartamento <strong>de</strong> Educação FísicaFacul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Ciências - UNESP - Bauru2007


CLAUDIO ROBERTO CARRERO JÚNIORAVALIAÇÃO DE ALGUNS PARÂMETROS DA RESPOSTAIMUNE FRENTE À PRÁTICA DE EXERCÍCIOS DE ALTA EMÉDIA INTENSIDADE: UMA REVISÃOMonografia apresenta<strong>da</strong> ao Departamento <strong>de</strong>Educação Física, como requisito parcial paraa conclusão do Curso <strong>de</strong> Licenciatura Plenaem Educação Física.Orientadora: Profa. Dra. Ana Maria Bormio De RosisBauru - SP2007


AGRADECIMENTOSAgra<strong>de</strong>ço muito à minha mãe, que me ajudou e apoiou em todosesses anos <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>. Em todos os momentos difíceis esteve semprepresente para me oferecer um ombro amigo.À Renata, meu amor, pelo apoio e paciência nesses últimosanos e pelo carinho oferecido.À minha orientadora Profa. Dra. Ana Maria Bormio De Rosis ,pela paciência em me ensinar e a trilhar os caminhos <strong>da</strong> Imunologia.Aos meus amigos, que por mais distante que eu esteja <strong>de</strong>les,continuam me apoiando e me recebendo sempre, como se eu fizesseparte do cotidiano <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um.


SUMÁRIOINTRODUÇÃO 01SISTEMA IMUNE E EXERCÍCIO DE MÉDIA INTENSIDADE 05Macrófagos 05Neutrófilos 06Citocinas 07Basófilos, Mastócitos e Eosinófilos 08Células NK 09Linfócitos T 10Linfócitos B e Imunoglobulinas 12SISTEMA IMUNE E EXERCÍCIO DE ALTA INTENSIDADE 14Macrófagos 14Neutrófilos 15Citocinas 17Basófilos, Mastócitos e Eosinófilos 20Células NK 21Linfócitos T 23Linfócitos B e Imunoglobulinas 25EXERCÍCIO FÍSICO E A INTEGRAÇÃO ENTRE OS SISTEMAS NERVOSO,ENDÓCRINO E IMUNOLÓGICO 28Citocinas e Eixos Hipotálamo-Hipófise-Adrenal e Hipotálamo-Hipófise-Gona<strong>da</strong>l 33Glutamina e a Resposta Imune 35CONCLUSÃO 39REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 41


INTRODUÇÃOAtualmente os efeitos do exercício físico na saú<strong>de</strong> são muito discutidos,principalmente no que diz respeito à saú<strong>de</strong> coronária. Tem-se observado maisrecentemente que os benefícios do exercício não se restringem à saú<strong>de</strong> docoração, mas que po<strong>de</strong>m atingir até mesmo o sistema imunológico.Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> física é <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> como qualquer movimento produzido pelosmúsculos esqueléticos que resulte em dispêndio calórico. Como esse dispêndiocalórico usa energia e essa utilização <strong>de</strong> energia aumenta a per<strong>da</strong> ou manutençãodo peso corporal, o dispêndio calórico é importante na prevenção e manutenção<strong>da</strong> obesi<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>da</strong>s doenças coronarianas e do diabetes mellitus (Garret et al.,2003).Existem cinco tipos <strong>de</strong> exercícios relacionados à saú<strong>de</strong>: exercícios <strong>de</strong>aptidão cardiovascular, que são exercícios <strong>de</strong> alta intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>, realiza<strong>da</strong>s por umperíodo longo <strong>de</strong> tempo sem atingir estresse físico ou fadiga; exercícios <strong>de</strong> forçamuscular, que são exercícios que fazem o músculo esquelético trabalhar <strong>de</strong> formapesa<strong>da</strong> e/ou prolonga<strong>da</strong> aumentando assim a força e a resistência muscular;exercícios <strong>de</strong> flexibili<strong>da</strong><strong>de</strong>, que são exercícios que trabalham a movimentação <strong>de</strong>articulações e/ou conjunto <strong>de</strong> articulações, diminuindo assim a chance <strong>de</strong> lesões;e exercícios para aumento <strong>de</strong> composição corporal, que são exercíciosrecomen<strong>da</strong>dos para o aumento <strong>da</strong> massa magra em relação à massa gor<strong>da</strong>(emagrecimento) (Ehrman et al., 2003).A imuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, em um sentido amplo, está relaciona<strong>da</strong> com oreconhecimento <strong>de</strong> material (vivo ou inerte) que penetra no organismo (por viaoral, respiratória ou parenteral) e que não pertence àquele individuo. Essa invasãoé segui<strong>da</strong>, em geral, <strong>de</strong> multiplicação quando os agentes invasores forem vírus,bactérias, fungos, protozoários e helmintos. Para po<strong>de</strong>r manter sua integri<strong>da</strong><strong>de</strong>fenotípica, o ser humano se <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> <strong>de</strong>stes invasores impedindo sua penetração,eliminando-os após sua entra<strong>da</strong> ou neutralizando-os. Em outras circunstâncias,ocorrem alterações no próprio indivíduo, como o câncer, <strong>da</strong>s quais também <strong>de</strong>ve<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r-se para preservar sua integri<strong>da</strong><strong>de</strong> (Porto, 2005).


Diferentes mecanismos encarregam-se <strong>de</strong> manter os microrganismos àdistância, assim como <strong>de</strong> proteger o organismo <strong>de</strong> neoplasias e enxertos. Estespo<strong>de</strong>m ser divididos em dois grupos: a) mecanismos <strong>de</strong> resistência natural –imuni<strong>da</strong><strong>de</strong> inata e constituição genética; b) mecanismos <strong>de</strong> imuni<strong>da</strong><strong>de</strong> específica,resistência adquiri<strong>da</strong> ou resposta imune. Participam <strong>de</strong>sses processos célulascomo macrófagos e linfócitos assim como substâncias químicas, em especialenzimas e anticorpos (Porto, 2005).To<strong>da</strong>s as células nuclea<strong>da</strong>s ou não, como as hemáceas, possuemantígenos <strong>de</strong> superfície, e isso dão a elas uma i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> com significado similaràs impressões digitais. Estes antígenos são conhecidos como HLA (HumanLeucocyte Antigens) e formam parte do complexo principal <strong>de</strong> histocompatibili<strong>da</strong><strong>de</strong>ou MHC (Major Histocompatibility Complex). Esses antígenos <strong>de</strong>histocompatibili<strong>da</strong><strong>de</strong> são muito importantes na escolha <strong>de</strong> um órgão paratransplante (Porto, 2005).A imuni<strong>da</strong><strong>de</strong> inata é a primeira linha <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa do organismo, agindo já nafase <strong>de</strong> invasão dos antígenos, eliminando a maioria dos agressores, para osquais somos “naturalmente resistentes”. Esta não possui memória nemespecifici<strong>da</strong><strong>de</strong> e é media<strong>da</strong> por células fagocitárias e diferentes substânciasquímicas. A célula central é o macrófago no sentido mais amplo do sistemafagocítico-mononuclear, que compreen<strong>de</strong> monócitos, macrófagos, histiócitos,células <strong>de</strong> Kuppfer, osteoclastos, micróglia, células mesenquiais, glomerulares emacrófagos alveolares. Também células <strong>de</strong> origem mielói<strong>de</strong>, como os leucócitosneutrófilos, os basófilos, os mastócitos e os eosinófilos participam <strong>da</strong> respostainata. É importante ressaltar ain<strong>da</strong> a participação <strong>da</strong>s células NK ou natural killers,similares a linfócitos que agem por citotoxici<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong>struindo células invadi<strong>da</strong>s porvírus (Porto, 2005).A imuni<strong>da</strong><strong>de</strong> adquiri<strong>da</strong> é a segun<strong>da</strong> linha <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa, entrando emfuncionamento a partir do momento em que as barreiras <strong>da</strong> resistência naturalforem insuficientes para impedir a entra<strong>da</strong> <strong>de</strong> substâncias estranhas noorganismo. Esta resposta é especifica para o antígeno e, uma vez produzi<strong>da</strong>, seráaciona<strong>da</strong> no futuro to<strong>da</strong> vez que o mesmo antígeno penetrar no individuo


(memória), por intermédio dos linfócitos T e suas linfocinas e dos linfócitos B eseus anticorpos (imunoglobulinas) (Porto, 2005).Atualmente, está bem estabelecido que o treinamento físico melhora acapaci<strong>da</strong><strong>de</strong> física do indivíduo, como: força motora, resistência aeróbia, <strong>de</strong>ntreoutras, contribuindo <strong>de</strong>sta forma, para uma melhor condição física e psicológica.Evidências epi<strong>de</strong>miológicas têm <strong>de</strong>monstrado uma correlação positiva entre aprática <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> física e a diminuição na incidência ou taxa <strong>de</strong> mortali<strong>da</strong><strong>de</strong> emportadores <strong>de</strong> vários tipos <strong>de</strong> câncer e outras doenças crônicas (Leandro et al.,2002).Segundo Pe<strong>de</strong>rsen & Hoffman-Goetz (2000), o número crescente <strong>de</strong>estudos sobre exercício físico e sistema imune tem mostrado um importante efeitomodulador <strong>da</strong> função <strong>de</strong> células do sistema imune. Esses efeitos são mediadospor diversos fatores, incluindo a liberação induzi<strong>da</strong> pelo exercício <strong>de</strong> citocinas próinflamatórias,hormônios, e efeitos hemodinâmicos que conduzem a umaredistribuição <strong>de</strong> células. A natureza <strong>de</strong>sta interação é complexa e parcialmentecompreendi<strong>da</strong>. Algumas alterações observa<strong>da</strong>s são: modificação na expressão <strong>de</strong>moléculas <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são, recrutamento seletivo <strong>de</strong> linfócitos maduros ecomprometimento nos processo <strong>de</strong> mitose a apoptose nas células do sistemaimune.Em 2004, Nogata & Fernan<strong>de</strong>s verificaram que os linfócitos e macrófagossão capazes <strong>de</strong> sintetizar, exportar e transferir lipí<strong>de</strong>os entre si constituindo ummecanismo <strong>de</strong> sinalização entre células do sistema imunológico. As célulasleucocitárias também transferem lipí<strong>de</strong>os para enterócitos e ilhotas <strong>de</strong>Langerhans, <strong>de</strong>sempenhando papel importante na modulação <strong>da</strong> funcionali<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong>stes tecidos. Esse trabalho mostrou que a transferência <strong>de</strong> lipí<strong>de</strong>os tambémocorria entre os linfócitos e a musculatura esquelética constituindo em fonteadicional <strong>de</strong> ácidos graxos. O aporte <strong>de</strong> ácido graxo fornecido pelos linfócitospo<strong>de</strong>ria ser um mecanismo importante para modular a função <strong>da</strong> musculaturaesquelética, além <strong>de</strong> fornecer substrato energético, principalmente durante oexercício físico prolongado e também em situações patológicas como diabetes.


Em função <strong>de</strong>ssas alterações observa<strong>da</strong>s tem aumentado o interesse emutilizar o exercício físico crônico ou mais especificamente, o treinamento físicoadministrado em intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>s mo<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s (< 60% VO 2 máx) como uma alternativaterapêutica não farmacológica em <strong>alguns</strong> quadros patológicos, sendo que, nestaintensi<strong>da</strong><strong>de</strong>, evidências epi<strong>de</strong>miológicas <strong>de</strong>monstram maior resistência ainfecções do trato respiratório superior (Leandro et al 2002).Algumas hipóteses têm sido propostas para explicar a relação entre oexercício regular e a suscetibili<strong>da</strong><strong>de</strong> na aquisição <strong>de</strong> infecções tanto empopulações <strong>de</strong> atletas como em indivíduos se<strong>de</strong>ntários. Em 1990, Nieman et al.propuseram um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> curva em forma <strong>de</strong> “J” que <strong>de</strong>screve uma relação entrea quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> exercício e a incidência <strong>de</strong> infecções do trato respiratóriosuperior. Pe<strong>de</strong>rsen & Ullum (1994) sugerem o mo<strong>de</strong>lo <strong>da</strong> “janela aberta”, períodoem que após o exercício intenso (> 75% VO 2 máx ) e <strong>de</strong> longa duração (> 1 hora),existe um alto risco <strong>de</strong> aquisição <strong>de</strong> infecções <strong>de</strong>vido a uma imunossupressãopós-exercício. O ponto relevante <strong>de</strong>stas duas hipóteses é que ambas sugeremque o exercício mo<strong>de</strong>rado tem um efeito estimulante <strong>da</strong> função imune, po<strong>de</strong>ndoter implicações práticas quando administrado em conjunto a situações patológicascomo câncer, em condições infecciosas como a poliomielite, miocardites, HIV etambém no envelhecimento (Pe<strong>de</strong>rsen & Hoffman-Goetz, 2000).Da<strong>da</strong> a análise dos fatos, atualmente, duas linhas <strong>de</strong> pesquisa têm sidopropostas para tentar compreen<strong>de</strong>r os mecanismos que sustentam estashipóteses, em busca <strong>de</strong> se estabelecer uma ligação entre exercício e sistemaimune. A primeira linha é a do enfoque metabólico, envolvendo o metabolismo <strong>de</strong>glutamina, e a segun<strong>da</strong> é a que consi<strong>de</strong>ra alterações no “milieu” neuroendócrinocomo um mecanismo para imunomodulação (Pe<strong>de</strong>rsen & Hoffman-Goetz, 2000).O objetivo <strong>de</strong> nosso trabalho é realizar uma revisão bibliográfica on<strong>de</strong>possamos verificar o que se conhece até o presente momento a respeito <strong>da</strong>salterações provoca<strong>da</strong>s no sistema imunológico <strong>de</strong> indivíduos submetidos à prática<strong>de</strong> exercícios físicos <strong>de</strong> média e <strong>de</strong> alta intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>.


SISTEMA IMUNE E EXERCÍCIO DE MÉDIA INTENSIDADEMACRÓFAGOSOs monócitos são células disponíveis no sangue periférico quecontinuamente se diferenciam em macrófagos após migrarem para os tecidos. Osmacrófagos estão presentes em vários tecidos, órgãos e cavi<strong>da</strong><strong>de</strong>s. O exercíciofísico agudo, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>da</strong> duração, parece provocar umamonocitose temporária (Rosa & Vaisberg, 2002).O estresse do exercício parece ter efeito estimulante na maioria <strong>da</strong>sfunções <strong>da</strong>s células <strong>da</strong> série monócito/macrófago. O exercício agudo provocamonocitose transitória, <strong>de</strong>corrente <strong>da</strong> ação <strong>de</strong> catecolaminas. São <strong>de</strong>scritos ain<strong>da</strong>aumentos <strong>de</strong> <strong>parâmetros</strong> <strong>de</strong> várias funções como quimiotaxia, fagocitose eativi<strong>da</strong><strong>de</strong> citotóxica, possivelmente associados à secreção aumenta<strong>da</strong> <strong>de</strong> cortisol,prolactina e tiroxina. Foi <strong>de</strong>monstrado também aumento <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> tumorici<strong>da</strong>dos macrófagos peritoneais, provavelmente <strong>de</strong>corrente <strong>da</strong> maior produção <strong>de</strong>TNFα e <strong>de</strong> óxido nítrico (Rosa & Vaisberg, 2002).Assim como no exercício agudo, na resposta crônica ao exercício ocorreaumento <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> do macrófago. Com o exercício regular aumenta a taxametabólica, a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> lisossomal e a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> fagocítica <strong>de</strong> macrófagosperitoneais. O exercício físico mo<strong>de</strong>rado po<strong>de</strong> aumentar várias funções <strong>de</strong>stascélulas incluindo a quimiotaxia, a a<strong>de</strong>rência, a taxa metabólica do nitrogênio, aativi<strong>da</strong><strong>de</strong> citotóxica e a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> fagocítica (Pe<strong>de</strong>rsen & Hoffman-Goetz, 2000).Em animais, Woods et al. (1999b) observaram que tanto uma corri<strong>da</strong>exaustiva numa esteira (18-35 m/min, 5% <strong>de</strong> inclinação, durante 2-4 h) quantouma mo<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> (18 m/min, 5% <strong>de</strong> inclinação, durante 30 min) po<strong>de</strong>m provocar umaumento <strong>da</strong> citotoxici<strong>da</strong><strong>de</strong> antitumoral <strong>de</strong> macrófagos peritoneais. Outro estudoobservou um aumento no processo fagocítico <strong>de</strong> macrófagos peritoneais <strong>de</strong> ratossubmetidos à natação até a exaustão ou submetidos ao treino (90 minutos <strong>de</strong>nado durante 20 dias) (Fernan<strong>de</strong>z & De la Fuente, 1999). Entretanto, Woods


(1999a) verificou que um exercício físico extenuante <strong>de</strong> longa duração (2.5-3.5 h)po<strong>de</strong> provocar diminuição na ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> anti-viral <strong>de</strong> macrófagos alveolares eaumentar a susceptibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> infecções em ratos.Batista Jr (2003) <strong>de</strong>monstrou em ratos Wistar com infarto crônico domiocárdio, um aumento no índice <strong>de</strong> quimiotaxia e na produção <strong>de</strong> TNF-α pormacrófagos <strong>da</strong> cavi<strong>da</strong><strong>de</strong> peritoneal, <strong>de</strong>monstrando uma ativação crônica <strong>de</strong>stascélulas. Por outro lado, o treinamento aeróbio mo<strong>de</strong>rado em esteira ergométrica(60% VO 2 pico) com duração <strong>de</strong> 10 semanas, 5 vezes por semana durante 1 horapor dia, foi capaz <strong>de</strong> reverter este quadro.NEUTRÓFILOSO exercício físico agudo provoca o aumento na concentração <strong>de</strong> leucócitoscirculantes. A leucocitose observa<strong>da</strong> durante e após o exercício <strong>de</strong>correprincipalmente do aumento <strong>da</strong> concentração <strong>de</strong> neutrófilos. Este aumento pareceresultar <strong>da</strong> migração <strong>de</strong> células do tecido endotelial para o sangue ou como parte<strong>da</strong> resposta inflamatória às lesões no tecido muscular (Nascimento et al., 2004)Neutrófilos representam cerca <strong>de</strong> 50-60% <strong>da</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> total <strong>de</strong> leucócitoscirculantes. São tropas <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa essenciais e estão envolvidos na patologia <strong>de</strong>várias condições inflamatórias. A resposta <strong>de</strong> neutrófilos à infecção incluia<strong>de</strong>rência, quimiotaxia, fagocitose, funções oxi<strong>da</strong>tivas, <strong>de</strong>sgranulação e a morte<strong>de</strong> microorganismos (Rosa & Vaisberg, 2002).Em geral, exercício mo<strong>de</strong>rado (1 hora a 60% do VO 2 máx) otimiza asfunções dos neutrófilos, incluindo a quimiotaxia, a fagocitose, e as funçõesoxi<strong>da</strong>tivas (Rosa & Vaisberg 2002). Porém, Pyne (1994) encontrou umadiminuição na ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>tiva dos neutrófilos em atletas que praticaram 40minutos <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> física aeróbia a 65% do VO 2 máx.Muns (1994) verificou um aumento <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> fagocítica dos neutrófilosem homens treinados, 24 horas <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> uma corri<strong>da</strong> <strong>de</strong> 20 km a 60% do VO 2máx. Por outro lado, Ortega, Barriga & De La Fuente (1993) não encontraram


alteração significativa na ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> fagocítica <strong>de</strong> neutrófilos imediatamente <strong>de</strong>pois<strong>de</strong> 1 hora <strong>de</strong> bicicleta a 50% do VO 2 máx., em homens se<strong>de</strong>ntários.CITOCINASAs citocinas são proteínas solúveis secreta<strong>da</strong>s por leucócitos, e outrascélulas, e que têm por função modular a resposta imune. A resposta local parauma infecção ou tecido lesionado envolve a produção <strong>de</strong>sses mediadores que vãofacilitar o influxo <strong>de</strong> células como linfócitos, neutrófilos, monócitos e outras (Rosa& Vaisberg, 2002).Para além <strong>da</strong> sua ação mediadora no sistema imune, as citocinas po<strong>de</strong>mtambém atuar no sistema nervoso e no sistema endócrino, modificando as suasfunções. Assim, o estímulo induz as células do sistema imune a produziremcitocinas que, em resposta, parecem atuar nos três níveis: hipotalâmico, pituitárioe adrenal. De forma idêntica, os diferentes tipos <strong>de</strong> células do sistema nervoso(neurônios, astrócitos e microgliócitos) também sintetizam citocinas e/ourespon<strong>de</strong>m a elas (Porto, 2005).A IL-1 estimula a ativação <strong>de</strong> linfócitos T e induz a proliferação celular. A IL-6 funciona como um fator co-estimulador <strong>da</strong> ativação <strong>de</strong> linfócitos T em resposta aum antígeno e é fun<strong>da</strong>mental para maturação <strong>de</strong> linfócitos B (Leandro et al.,2002).A resposta <strong>da</strong>s citocinas à inflamação em relação ao exercício <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> dotempo e <strong>da</strong> intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>sse exercício, o aumento dos níveis <strong>de</strong> citocinas é maisvisto após exercícios <strong>de</strong> caráter excêntrico. Essa ligação dá-se por meio do <strong>da</strong>nocausado no tecido muscular, e a partir <strong>de</strong>sse ponto ocorre a produção sistêmica<strong>de</strong> citocinas (Rosa & Vaisberg, 2002).Em 1999, Brenner verificou um aumento <strong>de</strong> TNF-α em resposta a 2 horas<strong>de</strong> ciclismo a 60% do VO 2 máx. Mol<strong>de</strong>veanu, Shepard & Shek (2000) observaramum aumento <strong>de</strong> 90% <strong>de</strong> TNF alfa após 3 horas <strong>de</strong> um exercício físico <strong>de</strong> caráteraeróbico a 65% do VO 2 máx.


BASÓFILOS, MASTÓCITOS E EOSINÓFILOSOs mastócitos <strong>de</strong>sempenham um papel importante na mediação do inicio<strong>da</strong> cascata <strong>de</strong> liberação <strong>de</strong> citocinas. Estas células são uma importante fonte <strong>de</strong>TNF-α, quimiocinas e fatores <strong>de</strong> crescimento. A presença constitutiva <strong>de</strong> TNF-αem mastócitos cardíacos <strong>de</strong> cães, levou estudiosos a postular que o TNF-α<strong>de</strong>rivado <strong>de</strong> mastócitos po<strong>de</strong> ser liberado logo após a isquemia do miocárdio,representando uma importante fonte <strong>de</strong>sta citocina nas fases iniciais do processoinflamatório (Leandro et al., 2002).Sabe-se também que o exercício físico <strong>de</strong> média intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>, mas <strong>de</strong> longaduração produz altos níveis <strong>de</strong> cortisol e aumento <strong>da</strong> concentração <strong>de</strong> epinefrina,visto logo após o exercício fazendo com que o número <strong>de</strong> eosinófilos caia nashoras subseqüentes <strong>da</strong> realização do exercício físico <strong>de</strong> longa duração. Assimocorre uma <strong>de</strong>sintoxicação; inativando a histamina ou substâncias semelhantesque surgem após a <strong>de</strong>sgranulação <strong>de</strong> basófilos, mastócitos e eosinófilos (Leandroet al., 2002).Alguns estudos mostram também que o número <strong>de</strong> basófilos, apósexercícios <strong>de</strong> média intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>, aumenta algumas horas <strong>de</strong>pois, sugerindo quepoucas concentrações <strong>de</strong> cortisol estimulam sua produção imediata, porém com oacréscimo <strong>da</strong> concentração, os níveis <strong>de</strong> basófilos caem assim como o <strong>de</strong>neutrófilos (Clemente, 2006; Rosa & Vaisberg, 2002; Leandro et al., 2002).Exercem ain<strong>da</strong> função semelhante aos mastócitos teciduais, ao liberaremhistamina no local lesado, <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ando uma reação inflamatória. Os seusgrânulos possuem heparina, para prevenir a coagulação do sangue no ponto <strong>da</strong>infecção. Atuam como estimulantes <strong>da</strong> ação plaquetária, liberando o fator ativador<strong>de</strong> plaquetas (PAF) e dos eosinófilos liberando o fator quimiotáxico eosinofílico <strong>da</strong>anafilaxia (FQEA) (Leandro et al., 2002).


CÉLULAS NKAs células NK ou natural killer são células <strong>de</strong> origem linfói<strong>de</strong> que tem comoprincipal função reconhecer e matar células infecta<strong>da</strong>s por vírus e célulastumorais. É <strong>de</strong> extrema importância o aumento na ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s células NK, poiselas exacerbam a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> citotóxica do sangue constituindo a primeira linha <strong>de</strong><strong>de</strong>fesa do corpo contra vários patógenos. As células NK não possuem restrição <strong>de</strong>citotoxici<strong>da</strong><strong>de</strong> para mediação do MHC. A ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> citolítica <strong>da</strong>s células NK éaumenta<strong>da</strong> pelo interferon-γ e pela interleucina-2 (Rosa e Vaisberg, 2002).A população <strong>de</strong> células NK é aquela que <strong>de</strong>monstra maiores alteraçõesfrente ao exercício físico. No período imediato pós-esforço essas célulasapresentam aumento <strong>de</strong> 150 a 300% em número no sangue periférico, sendoprovável que esta resposta se <strong>de</strong>va à maior <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> receptores β-adrenérgicos em sua superfície celular. Esse aumento é transitório e após 30minutos há retorno aos níveis pré-exercício, provavelmente por ação do cortisol.Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> física <strong>de</strong> longa duração (acima <strong>de</strong> 90 minutos) associa-se a menoraumento do número <strong>de</strong> células NK, talvez por já ocorrer influência do cortisol(Hellstrand, Hermodsson & Stranegard, 1985).Hoffman-Goetz (1994) realizou um estudo on<strong>de</strong> pessoas saudáveis seexercitaram diariamente durante 1 hora A 65% do VO 2 máx durante 5 dias com<strong>de</strong>scanso <strong>de</strong> 24 horas com 5 sessões <strong>de</strong> 12 minutos no cicloergômetro, epercebeu que o aumento na porcentagem <strong>de</strong> células NK não foi maior na primeirasessão em relação à última.Com uma a<strong>da</strong>ptação crônica ao exercício físico, a alteração funcional <strong>da</strong>célula NK é bastante evi<strong>de</strong>nte, ocorrendo aumento <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> citotóxica, tantoem atletas idosos como em jovens. Mulheres idosas treina<strong>da</strong>s têm aumento <strong>de</strong>57% <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> citolítica <strong>da</strong>s células NK em relação a mulheres se<strong>de</strong>ntárias.Tais achados foram relacionados à diminuição <strong>da</strong> taxa <strong>de</strong> gordura corporal etambém a aumento <strong>da</strong> secreção <strong>de</strong> β-endorfinas (Meneguello & Rosa, 2002).Os neutrófilos e as células NK parecem apresentar maior número <strong>de</strong>receptores em comparação a outras células imunes. Neste sentido, é provável que


a resposta imediata <strong>de</strong>stas células aos efeitos do exercício físico agudo,mo<strong>de</strong>rado ou intenso, <strong>de</strong>corra do efeito modulador <strong>da</strong>s catecolaminas (Pe<strong>de</strong>rsen& Hoffman-Goetz , 2000).LINFÓCITOS TOs linfócitos T originam-se <strong>de</strong> células totipotentes <strong>da</strong> medula óssea. Esteslinfócitos penetram no timo e sofrem modificações, adquirindo antígenos <strong>de</strong>superfície que os tornam linfócitos T (CD – Cluster of Differentiation). Nomicroambiente intratímico, ocorre a diferenciação <strong>de</strong>ssas células em duassubpopulações: Linfócitos T helper ou auxiliares e os Linfócitos T citotóxicos(Porto, 2005).Ambos possuem os antígenos CD2 e CD3, porém os T helper apresentamtambém o CD4 (fenótipo: CD4+/CD8-), e os linfócitos T citotóxicos apresentam oCD8 (fenótipo: CD4-/CD8+). Após a saí<strong>da</strong> do timo, estes linfócitos recirculam eocupam as áreas timo<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes dos órgãos linfói<strong>de</strong>s secundários comogânglios linfáticos e baço. Os linfócitos T helper (LTH) são divididos em doisgrupos, conforme o padrão <strong>de</strong> linfocinas produzi<strong>da</strong>s: O LTH1 (CD4+) que produz ainterleucina 2 (IL-2), a interleucina 3 (IL-3) e interferon γ; e o LTH2 (CD4+) quesintetiza a IL-4, IL-5, IL-6 e a IL-10 (Porto, 2005).A IL-3 e o interferon-γ são ativadores <strong>de</strong> citotoxi<strong>da</strong><strong>de</strong>, agindo sobre olinfócito T citotóxico (CD8+), a célula NK e o macrófago. A IL-4 e a IL-6 são asativadoras dos Linfócitos B, que associa<strong>da</strong>s ao sinal provocado pelo antígeno,po<strong>de</strong>rão ser transforma<strong>da</strong>s em plasmócitos e iniciar a síntese <strong>de</strong> anticorpos(Porto, 2005).Durante e também logo após o exercício físico, ocorre o aumento naconcentração e na função <strong>de</strong> linfócitos T. Esse aumento parece estar relacionadoao aumento no metabolismo, à produção <strong>de</strong> calor e aos ajustamentos hormonais efisiológicos durante a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> física, po<strong>de</strong>ndo ocorrer aumento <strong>de</strong> linfócitos, emcerca <strong>de</strong> 50% a 100% em relação ao valor basal (Mooren & Völker, 2005).


Foi visto que em seres humanos, a resposta proliferativa <strong>de</strong> linfócitos T emresposta a um exercício físico a 50% e 75% do VO 2 máx., durante 1 hora, parecediminuir no período <strong>de</strong> recuperação. A concentração plasmática <strong>de</strong> IL-1 pareceaumentar significativamente em resposta tanto a um exercício físico <strong>de</strong> longaduração a 60% do VO 2 máx., quanto a um exercício físico <strong>de</strong> curta duração a 75%do VO 2 máx (Leandro et al., 2002).A IL-1 é produzi<strong>da</strong> em resposta à infecção nos tecidos periféricos pormonócitos e macrófagos e no cérebro por microgliócitos e astrócitos. Essalinfocina estimula a ativação <strong>de</strong> linfócitos T e induz a proliferação <strong>de</strong> outrascélulas. A IL-6 funciona como um fator co-estimulador <strong>da</strong> ativação <strong>de</strong> linfócitos Tem resposta a um antígeno e é fun<strong>da</strong>mental para maturação <strong>de</strong> linfócitos B (Porto,2005). De forma geral, o exercício físico associado a lesões musculares induz umaumento transitório na concentração <strong>de</strong> IL-6 no plasma (Rosa & Vaisberg, 2002).Moldoveanu, Shepard & Shek (2001) verificaram um aumento <strong>de</strong>sta citocina (18vezes acima do valor basal) em jovens atletas submetidos a 3 horas <strong>de</strong> exercíciofísico a 65% do VO 2 máx.Pe<strong>de</strong>rsen & Hoffman-Goetz (2000) verificaram que durante o exercício físico, arelação <strong>de</strong> linfócitos T supressores (CD8+) aumenta em relação aos linfócitos Tauxiliares (CD4+), ocorrendo gran<strong>de</strong> aumento dos linfócitos CD8+ em<strong>de</strong>trimento dos linfócitos CD4+. Tanto linfócitos CD4+ como CD8+ contémCD45RO+ quando são células <strong>de</strong> memória, e contém CD45RA+ quando sãocélulas virgens, que são i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s com a falta do antígeno <strong>de</strong> superfícieCD45RO e com a presença do antígeno CD62L.A partir <strong>de</strong>ste fato, Gabriel et al. (1993) verificaram que o recrutamento duranteo exercício ocorre primeiramente com os linfócitos com antígeno <strong>de</strong>diferenciação CD45RO+, indicando que a concentração dos CD45RO+aumenta durante o exercício, sugerindo que as células <strong>de</strong> memória e não asvirgens são rapi<strong>da</strong>mente mobiliza<strong>da</strong>s para a corrente sanguínea em respostaao exercício físico.


LINFÓCITOS B E IMUNOGLOBULINASOs linfócitos B originam-se <strong>de</strong> células primitivas do tecido hematopoiético.Este processo inicia-se no fígado durante a oitava e a nona semana <strong>de</strong> gestação,continuando posteriormente na medula óssea. As células precursoras <strong>da</strong> linhagemB (pré-B) possuem imunoglobulina M (IgM) na membrana citoplasmática, porémestas não são secreta<strong>da</strong>s. Além <strong>de</strong>sta característica, essas células precursorasapresentam em sua superfície moléculas <strong>de</strong> antígenos <strong>de</strong> histocompatibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>classe II, característica <strong>de</strong> macrófagos. A capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> grupo ou clone <strong>de</strong>células para produzir um tipo <strong>de</strong> anticorpo, com especifici<strong>da</strong><strong>de</strong> para <strong>de</strong>terminadoantígeno, é estabeleci<strong>da</strong> durante o estágio celular pré-B. Tal diferenciação,responsável por esta adversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> anticorpos, envolve uma seqüência <strong>de</strong>arranjos nos genes responsáveis pelas imunoglobulinas. As células B humanas,forma<strong>da</strong>s no fígado fetal e na medula óssea, entram na circulação, indo formar osfolículos linfói<strong>de</strong>s em áreas especiais do baço, linfonodos, placas <strong>de</strong> Peyer eoutros tecidos linfói<strong>de</strong>s secundários. No sangue periférico, aproxima<strong>da</strong>mente 5 a15% dos linfócitos são células B, enquanto no baço e nas amíg<strong>da</strong>lascorrespon<strong>de</strong>m a mais <strong>de</strong> 50% (Porto, 2005).Em geral, os antígenos, especialmente os particulados, são fagocitadospelos macrófagos e só então entram em contato com os linfócitos T e B. Um<strong>de</strong>terminado clone <strong>da</strong> linhagem B os reconhece por intermédio <strong>da</strong>simunoglobulinas <strong>de</strong> superfície, estimulado ou não por linfócitos T helper. A partir<strong>da</strong>í um clone <strong>de</strong> células prolifera e se diferencia em plasmócitos. Algumas <strong>de</strong>stascélulas não completam a diferenciação, permanecendo como linfócitos B <strong>de</strong>memória. As células B <strong>de</strong> memória iniciam imediata produção <strong>de</strong> anticorposquando um estímulo antigênico semelhante ao que as originou entra em contatocom o organismo novamente. Esta é a razão <strong>de</strong> muitas doenças infecciosas nãose repetirem a ca<strong>da</strong> vez que a pessoa tem contato com seus agentes etiológicos,capazes <strong>de</strong> causar doença no primeiro contágio, mas que são prontamentedominados em uma segun<strong>da</strong> ocasião. As imunoglobulinas são proteínas


plasmáticas que <strong>de</strong>sempenham importante papel protetor no organismo, mas, emalgumas ocasiões, po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>terminar doenças, como as <strong>de</strong> auto-agressão e asalérgicas. Compreen<strong>de</strong>m um grupo heterogêneo <strong>de</strong> glicoproteínas, as quaiscorrespon<strong>de</strong>m a 20% <strong>da</strong>s proteínas plasmáticas. A uni<strong>da</strong><strong>de</strong> básica <strong>da</strong> molécula <strong>de</strong>imunoglobulina é constituí<strong>da</strong> por quatro ca<strong>de</strong>ias polipeptídicas, sendo duas leves(L) e duas pesa<strong>da</strong>s (H), uni<strong>da</strong>s por pontes dissulfídicas. Ca<strong>da</strong> ca<strong>de</strong>ia possui umextremi<strong>da</strong><strong>de</strong> aminotermal oposta à outra carboxitermal. O local <strong>de</strong> combinaçãocom o antígeno é constituído pelas regiões variáveis <strong>de</strong> uma ca<strong>de</strong>ia leve e umapesa<strong>da</strong>, os <strong>de</strong>mais aminoácidos são praticamente constantes para ca<strong>da</strong> tipo <strong>de</strong>ca<strong>de</strong>ia (Porto, 2005).No homem são conheci<strong>da</strong>s 5 classes <strong>de</strong> imunoglobulinas: IgG, IgA, IgM,IgD e IgE. Existem dois tipos <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ias L, <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong>s kappa e lamb<strong>da</strong> queocorrem nas cinco classes <strong>de</strong> imunoglobulinas, já as ca<strong>de</strong>ias pesa<strong>da</strong>s (H), sãodiferentes para ca<strong>da</strong> classe <strong>de</strong> imunoglobulinas: G (IgG), A (IgA), M (IgM), D (IgD)e E (IgE) (Porto, 2005).A IgA é a imunoglobulina predominante no trato respiratório superior,constituindo assim a primeira barreira para a colonização <strong>de</strong> microorganismopatogênicos (Mackinnon & Hooper, 1994). Com base nesses <strong>da</strong>dos, McDowell etal. (1991) observaram que em exercícios <strong>de</strong> caráter submáximo, ou <strong>de</strong> médiaintensi<strong>da</strong><strong>de</strong> não ocorreram mu<strong>da</strong>nças nas concentrações <strong>de</strong> IgA. Blannin et al.(1998) encontraram baixas concentrações <strong>de</strong> IgA após uma corri<strong>da</strong> <strong>de</strong> 31 Km a65% do VO 2 máx.Em outro estudo (Meneguello & Rosa, 2002) com ratos, verificou-se adiminuição <strong>da</strong> concentração <strong>de</strong> IgG, após seis semanas, cinco dias por semana,<strong>de</strong> treinamento <strong>de</strong> natação seguindo o protocolo <strong>de</strong> Lancha Júnior que consiste notreinamento em água por 30 (trinta) minutos por dia, como acréscimo em ca<strong>da</strong>semana, <strong>de</strong> 1%, 2%,3% e 5% por peso corporal dos ratos.


SISTEMA IMUNE E EXERCÍCIO DE ALTA INTENSIDADEMACRÓFAGOSEM 2002, Oliveira, Rogatto & Luciano. realizaram em estudo com ratosWistar distribuídos em quatro grupos: controle se<strong>de</strong>ntário (CS), controle treinado(CT), diabético se<strong>de</strong>ntário (DS) e diabético treinado (DT). O diabetes foi induzidonos animais por aloxana (35mg/kg <strong>de</strong> peso corporal). Durante seis semanas osratos dos grupos CT e DT realizaram um protocolo <strong>de</strong> treinamento físico, queconsistiu na realização <strong>de</strong> quatro séries <strong>de</strong> 10 saltos (intercala<strong>da</strong>s por 1 minuto <strong>de</strong>intervalo) em piscina, com o nível <strong>da</strong> água correspon<strong>de</strong>ndo a 150% docomprimento corporal e sobrecarga equivalente a 50% <strong>da</strong> massa corporal dosanimais. Os resultados mostraram que não houve diferença significativa nacontagem diferencial dos linfócitos, neutrófilos, eosinófilos e contagem total <strong>de</strong>leucócitos entre os grupos estu<strong>da</strong>dos, porém ocorreu aumento dos monócitosentre os treinados.Tricoli (2001) verificou que <strong>de</strong>pois <strong>da</strong> realização <strong>de</strong> exercícios <strong>de</strong> altaintensi<strong>da</strong><strong>de</strong>, com a progressiva <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção do sarcolema, ocorreu difusão doscomponentes intracelulares para o interstício e para o plasma, on<strong>de</strong> eles atrairiammonócitos que se converteriam em macrófagos nas áreas <strong>da</strong> lesão. Houve ain<strong>da</strong>um acúmulo adicional <strong>de</strong> histamina e quininas no interstício, como resultado <strong>da</strong>fagocitose e <strong>da</strong> necrose celular, bem como uma pressão tecidual eleva<strong>da</strong>,<strong>de</strong>corrente do e<strong>de</strong>ma no local. Entre 6 e 12 horas, monócitos se acumulariam naregião, com o pico <strong>de</strong> concentração ao redor <strong>de</strong> 48 horas após o exercício. Osmonócitos seriam, então, convertidos em macrófagos os quais, por sua vez,sintetizariam gran<strong>de</strong>s quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> prostaglandinas (PGE 2 ).


Rosa & Vaisberg (2002) verificaram que o exercício exaustivo durante ainflamação diminui o número <strong>de</strong> macrófagos recrutados para o sítio inflamatório.Com relação à função, são <strong>de</strong>scritos aumentos <strong>de</strong> <strong>parâmetros</strong> <strong>de</strong> quimiotaxia,fagocitose e ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> citotóxica, possivelmente associados à secreçãoaumenta<strong>da</strong> <strong>de</strong> cortisol, prolactina e tiroxina. Foi <strong>de</strong>monstrado também aumento<strong>da</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> tumorici<strong>da</strong> dos macrófagos peritoneais, provavelmente<strong>de</strong>corrente <strong>da</strong> maior produção <strong>de</strong> TNF-α e <strong>de</strong> óxido nítrico. Observou-se ain<strong>da</strong>diminuição do MHC <strong>de</strong> classe II, assim como a que<strong>da</strong> <strong>de</strong> função antiviral <strong>de</strong>macrófagos alveolares.Beaton et al. (2002) verificaram que 24 séries <strong>de</strong> 10 contrações excêntricas,intercala<strong>da</strong>s por 1 minuto <strong>de</strong> recuperação, conduziram a ruptura <strong>da</strong> linha Z dossarcômeros, segui<strong>da</strong> por aumento no número <strong>de</strong> macrófagos após 24 h.Por outro lado, Meyer et al. (2001) encontraram aumento significativo <strong>de</strong>monócitos imediatamente após um teste máximo em cicloergômetro, seguido por<strong>de</strong>clínio nas 2 horas subseqüentes. To<strong>da</strong>via, quando o mesmo teste foi aplicadoseguido por uma sessão <strong>de</strong> treinamento anaeróbio, composta por 8 séries, comduração <strong>de</strong> 10s, intervala<strong>da</strong>s por 4 minutos e meio <strong>de</strong> <strong>de</strong>scanso, um aumento <strong>de</strong>monócitos foi i<strong>de</strong>ntificado somente após 2 horas do encerramento <strong>da</strong> prática, comos valores iniciais sendo restabelecidos ao longo <strong>da</strong>s 24 horas subseqüentes.Em 2002, Meneguello & Rosa utilizaram um protocolo <strong>de</strong> natação, em ratosenvelhecidos, para avaliar o metabolismo <strong>de</strong> macrófagos, verificando no final dotreinamento <strong>de</strong> 4 a 6 semanas, que houve um aumento <strong>da</strong> resposta fagocitária, e<strong>de</strong> produção <strong>de</strong> H 2 O 2 por macrófagos.NEUTRÓFILOSRosa & Vaisberg (2002) verificaram que a resposta agu<strong>da</strong> ao exercício <strong>de</strong>alta intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> (acima <strong>de</strong> 60% do VO 2 max) se associa a uma alteração bifásicados leucócitos circulantes. No pós-exercício imediato é visto um incremento <strong>de</strong> 50


a 100% do número total <strong>de</strong> leucócitos, aumento que se dá principalmente àscustas <strong>de</strong> linfócitos, neutrófilos e em menor proporção <strong>de</strong> monócitos. Após umperíodo <strong>de</strong> recuperação, <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 30 minutos, é <strong>de</strong>tecta<strong>da</strong> que<strong>da</strong> acentua<strong>da</strong> donúmero <strong>de</strong> linfócitos, que po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong> 30 a 50% do nível pré-exercício, queperdura por 3 a 6 horas, que<strong>da</strong> do número <strong>de</strong> eosinófilos e persistência <strong>da</strong>neutrofilia. Essas alterações <strong>de</strong>correm <strong>da</strong> secreção <strong>de</strong> epinefrina e cortisol.Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s com intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> acima <strong>de</strong> 60% do VO 2 max provocam aumento agudo<strong>de</strong> secreção <strong>de</strong>sses hormônios e aumento <strong>da</strong> <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> dos receptores β 2 -adrenérgicos.O exercício <strong>de</strong> máxima intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> está associado à diminuição funcional<strong>da</strong> maioria <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> neutrófilos. No entanto, a evidência <strong>de</strong> que oexercício progressivo até a exaustão aumenta a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> fagocítica, associa<strong>da</strong>ao achado <strong>de</strong> aumento <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> elastase no plasma, indicando<strong>de</strong>granulação, sugere que a supressão relata<strong>da</strong> <strong>de</strong> funções neutrofílicas possaestar relaciona<strong>da</strong> a um período refratário pós-exercício. Na resposta crônica aoexercício <strong>de</strong> alta intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> o número <strong>de</strong> neutrófilos cai, e ocorre controvérsias àrespeito <strong>da</strong>s capaci<strong>da</strong><strong>de</strong>s funcionais <strong>de</strong>ssas células <strong>de</strong>vido, provavelmente, adiferentes metodologias utiliza<strong>da</strong>s (Rosa & Vaisberg, 2002; Leandro et al., 2002;Lagranha et al., 2005).Oliveira, Rogatto & Luciano (2002), verificaram que não ocorreram gran<strong>de</strong>smu<strong>da</strong>nças na quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> leucócitos e neutrófilos nos grupos <strong>de</strong> ratosestu<strong>da</strong>dos que executaram saltos em piscinas com sobrecarga <strong>de</strong> 50% do pesocorporal.McCarthy & Dale (1988) observaram que o exercício físico intenso aumentaa quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> leucócitos circulantes durante e após o exercício, <strong>de</strong>corrente doaumento <strong>da</strong> concentração <strong>de</strong> neutrófilos, que provavelmente se <strong>de</strong>va ao fato <strong>de</strong>ocorrer uma migração <strong>de</strong> células do tecido endotelial para o sangue ou como parte<strong>da</strong> resposta inflamatória às lesões no tecido muscular.Smith & Pyne (1997) e Woods et al. (1999b), observaram que as funções<strong>de</strong> neutrófilos, excetuando a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> fagocítica e a <strong>de</strong>sgranulação, parecemdiminuir após o exercício físico intenso.


Hack et al. (1992), Pyne (1994), Pyne et al. (2000) e Smith et al. (1990),verificaram que a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> oxi<strong>da</strong>tiva dos neutrófilos é atenua<strong>da</strong> durante umasessão <strong>de</strong> exercício físico intenso (VO 2 > 85% do máximo) e na recuperação.Pe<strong>de</strong>rsen & Bruunsgaard (1995) relataram que a imunossupressãoobserva<strong>da</strong> é apenas evi<strong>de</strong>nte quando o exercício físico é intenso e <strong>de</strong> longaduração (60 min ou mais).Robson et al. (1999) compararam o efeito <strong>de</strong> um exercício físico a 80% VO 2máx., durante 1 hora, com um exercício físico a 55% VO 2 máx., durante 3 horas,em indivíduos ativos. Verificaram que, durante e a seguir à sessão <strong>de</strong> exercício,houve um aumento similar na contagem <strong>de</strong> neutrófilos nas duas intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>s.Em 2005, Lagranha et al. utilizando dois grupos <strong>de</strong> ratos, <strong>de</strong> 60 e 90 dias,submetidos à um esforço físico intenso chegando a 90% do VO 2 máx, observaramque o exercício agudo aumenta a <strong>de</strong>spolarização mitocondrial nos neutrófilos tantonos animais <strong>de</strong> 60 quanto nos <strong>de</strong> 90 dias. De modo semelhante, Hsu et al. (2002)verificaram que o exercício físico acima <strong>de</strong> 60% do VO 2 max. induz fragmentação<strong>de</strong> DNA e redução no potencial transmembrânico mitocondrial <strong>de</strong> neutrófiloshumanos.Macha, Shlafer & Kluger (1990), avaliando a produção <strong>de</strong> peróxido <strong>de</strong>hidrogênio pelos neutrófilos <strong>de</strong> maratonistas, Hack et al.(1992) avaliando acapaci<strong>da</strong><strong>de</strong> fagocitária também em neutrófilos <strong>de</strong> maratonistas, e Krause (2001),avaliando a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> fagocitária, porém em neutrófilos <strong>de</strong> biatletas,<strong>de</strong>monstraram que a produção <strong>de</strong> peróxido <strong>de</strong> hidrogênio e a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong>fagocitária dos neutrófilos estavam reduzi<strong>da</strong>s após o exercício intenso.Entretanto, Hack et al. (1992), avaliando a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> fagocitária emneutrófilos <strong>de</strong> triatletas, e Pyne (1995), avaliando também a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> fagocitáriaem neutrófilos, porém <strong>de</strong> na<strong>da</strong>dores <strong>de</strong> elite, <strong>de</strong>monstraram que, após estes tipos<strong>de</strong> exercícios intensos, a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> fagocitária dos neutrófilos não se alterava.CITOCINAS


Evans & Clamon (1991) afirmam que o exercício <strong>de</strong> alta intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> estáassociado à lesão <strong>de</strong> células musculares e, por conseqüência, ao aparecimento<strong>da</strong> chama<strong>da</strong> resposta <strong>de</strong> fase agu<strong>da</strong>, que envolve o sistema Complemento,neutrófilos, macrófagos, citocinas e proteínas <strong>de</strong> fase agu<strong>da</strong>. Esta respostaperdura por dias e, provavelmente, tem a finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> eliminar o tecido lesado.Com base nessas informações, Rosa & Vaisberg (2002) relatam que ocorreaumento plasmático <strong>de</strong> IL-1 e IL-6 e aumento <strong>da</strong> excreção urinária <strong>de</strong> IL- 1β, doreceptor solúvel <strong>de</strong> IL-2, IL-6, interferon γ e <strong>de</strong> TNF-α, estando estes achadosrelacionados à intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> do exercício.Segundo Hoffman-Goetz et al (1990) muitas <strong>da</strong>s alterações ocorri<strong>da</strong>s nosistema imune são transitórias e retornam aos valores basais <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> 24 horasapós o esforço, com exceção dos níveis plasmáticos <strong>de</strong> algumas citocinas.Ostrowski et al (1999) observaram que o exercício físico agudo intensoafeta a produção tecidual e sistêmica <strong>de</strong> citocinas, especificamente asinterleucinas (IL) e o fator <strong>de</strong> necrose tumoral (TNF), assemelhando-se à respostainflamatória <strong>de</strong> algum trauma ou infecção.Estudos indicaram o exercício físico <strong>de</strong> caráter excêntrico como sendo otipo que mais estimula a produção <strong>de</strong> citocinas. Os exercícios físicos muitointensos <strong>de</strong> curta duração (>100% VO 2 máx.) ou os intensos <strong>de</strong> longa duração(>80% VO 2 máx. por mais <strong>de</strong> 60 min) provocam alterações metabólicas (redução<strong>da</strong> saturação <strong>da</strong> hemoglobina arterial e um aumento na temperatura corporal) elesões musculares. A hipoxemia e as lesões teciduais associa<strong>da</strong>s a estes tipos <strong>de</strong>exercício induzem a alterações na resposta imune com libertação <strong>de</strong> citocinas próinflamatóriasincluindo a IL-1, a IL-6 e o TNF-α (Leandro et al., 2002; Rosa &Vaisberg, 2002).Smith et al. (2000) verificaram um aumento <strong>de</strong> IL-1, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> uma sessão<strong>de</strong> exercício físico <strong>de</strong> resistência <strong>de</strong> força excêntrico (4x10 repetições a 100% -1RM). A IL-1 é produzi<strong>da</strong> em resposta à infecção nos tecidos periféricos pormonócitos e macrófagos e no cérebro por microgliócitos e astrócitos. Tambémverificaram um aumento <strong>de</strong> IL-6, após uma sessão <strong>de</strong> exercício físico à 100% <strong>de</strong> 1RM <strong>de</strong> caráter excêntrico. Em 2001, Steensberg et al. também observaram um


aumento <strong>de</strong> IL-6 (29 vezes acima do valor basal) durante 2 horas e meia <strong>de</strong>esteira ergométrica a 75% do VO 2 máx. Ullum et al., (1994) verificaram emhomens se<strong>de</strong>ntários um aumento dos níveis <strong>de</strong> IL-6 após um exercício físico a75% do VO 2 máx por 60 min.Quando um treinamento <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> volume e/ou alta intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> é realizadoconstantemente a inflamação local, consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> agu<strong>da</strong>, passa a ser consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>crônica e acarretar em uma inflamação sistêmica (Smith et al., 2000). Com basenisso, Rogero & Tirapegui (2003) afirmam que parte <strong>de</strong>sta inflamação sistêmicaenvolve a ativação <strong>de</strong> monócitos circulantes, os quais po<strong>de</strong>m sintetizar gran<strong>de</strong>squanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> citocinas pró-inflamatórias (IL-1, IL-6, TNF-α).Nemet et al.(2003) estu<strong>da</strong>ram o efeito agudo <strong>da</strong> prática do pólo aquáticosobre o IGF-1, as citocinas pró-inflamatórias e subpopulações <strong>de</strong> leucócitos, ematletas do sexo feminino <strong>de</strong> 14 a 16 anos. Os pesquisadores coletaram amostrassanguíneas antes e após uma sessão <strong>de</strong> treinamento <strong>de</strong> uma hora e 50 minutos.Os resultados apontaram <strong>de</strong>créscimo no IGF-1 e na insulina, com concomitanteaumento nos níveis <strong>de</strong> lactato sanguíneo, na IL-6 (pró-inflamatória) e IL-1.A IGFBP-1 respon<strong>de</strong>u <strong>de</strong> forma substancial ao treinamento agudo <strong>de</strong> póloaquático, com elevação <strong>de</strong> seus níveis basais em 14 vezes. Para ospesquisadores, os resultados encontrados indicam um estado catabólicointenso com <strong>de</strong>pressão nos valores <strong>de</strong> IGF-1. De forma similar, estudoconduzido com pré-púberes do sexo feminino <strong>de</strong>monstrou elevação <strong>da</strong>scitocinas e drástica redução dos níveis <strong>de</strong> IGF-1, resultante <strong>de</strong> treinamentoaeróbio <strong>de</strong> 45 minutos por dia, durante cinco semanas (Scheett et al., 2002).As citocinas pró-inflamatórias reduzem os níveis sistêmicos <strong>de</strong> IGF-1através <strong>de</strong> vários caminhos, po<strong>de</strong>ndo atenuar seus efeitos por aumentar os níveis<strong>de</strong> proteínas <strong>de</strong> ligação do IGF, que inibem sua bioativi<strong>da</strong><strong>de</strong>, como, por exemplo,a IGFBP-1 (Nemet et al, 2003).Bruunsgaard et al. (1997) compararam o efeito <strong>da</strong> contração excêntrica econcêntrica, com o mesmo consumo <strong>de</strong> oxigênio, na concentração <strong>de</strong>catecolaminas, citocinas e <strong>de</strong> creatina quinase (CK). Embora os níveis <strong>de</strong>catecolaminas não tenham apresentado diferença, o nível <strong>de</strong> CK aumentou cerca


<strong>de</strong> 40 vezes, 4 dias após a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> excêntrica. No exercício concêntrico nãohouve alteração na concentração <strong>de</strong> CK. A concentração <strong>de</strong> IL-6 aumentou 5vezes após o exercício excêntrico e apresentou correlação significativa com aconcentração <strong>de</strong> CK. Este estudo indica que existe uma relação entre aconcentração <strong>de</strong> IL-6 e microlesão muscular.Em 2003, Halson et al. não verificaram nenhuma alteração na concentraçãoplasmática <strong>de</strong> IL-6 e TNF- alfa após um período <strong>de</strong> treinamento intenso <strong>de</strong>ciclismo durante 2 semanas, em que houve diminuição <strong>da</strong> performance e aumentodos distúrbios <strong>de</strong> humor.Arai (2004) observou em estudo realizado com idosos praticantes <strong>de</strong>ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> física <strong>de</strong> alta intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> (corri<strong>da</strong>), que a produção <strong>de</strong> IL-2 foi maior quea dos idosos se<strong>de</strong>ntários e igual a <strong>de</strong> jovens. Os idosos praticantes <strong>de</strong> corri<strong>da</strong>estu<strong>da</strong>dos apresentaram ain<strong>da</strong> uma diminuição na produção <strong>de</strong> IL-3 e IL-6 emrelação aos idosos se<strong>de</strong>ntários, porém igual na dos jovens.BASÓFILOS, MASTÓCITOS E EOSINÓFILOSÁlvares (2001) verificou que a inflamação eosinofílica <strong>da</strong>s vias aéreas,consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> como um dos maiores fatores na patogênese <strong>da</strong> asma brônquica,também foi <strong>de</strong>monstra<strong>da</strong> em indivíduos com asma induzido pelo exercício físicointenso. Foram estu<strong>da</strong>dos 21 doentes asmáticos que revelaram um nívelsignificativamente mais alto <strong>da</strong> porcentagem <strong>de</strong> eosinófilos e dos níveis <strong>de</strong>proteína catiônica do eosinófilo (PCE) na expectoração induzi<strong>da</strong>. Houve tambémuma correlação significativa entre a gravi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> asma induzi<strong>da</strong> pelo exercíciofísico intenso e a porcentagem <strong>de</strong> eosinófilos/níveis <strong>de</strong> PCE na expectoração. Oautor sugere que como, resultado do exercício físico intenso, o ácido lático tenhalivre acesso ás vias aéreas e ao parênquima pulmonar através <strong>da</strong> circulaçãobrônquica e pulmonar e o aumento <strong>da</strong> concentração do íon hidrogênio, o que po<strong>de</strong>criar condições necessárias à liberação <strong>de</strong> mediadores dos mastócitos e promovera geração e acumulação <strong>de</strong> bradicininas.


Rogatto & Luciano (2002) treinaram ratos Wistar durante seis semanas,com saltos na piscina e com sobrecarga <strong>de</strong> 50% do peso corporal, e verificaram,colhendo sangue <strong>da</strong> extremi<strong>da</strong><strong>de</strong> distal <strong>da</strong> cau<strong>da</strong> <strong>de</strong>sses animais, que o númerototal <strong>de</strong> eosinófilos e basófilos não foi alterado.Ken<strong>da</strong>ll, Hoffman-Goetz & Houston (1990) verificaram que no exercício <strong>de</strong>alta intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>, após um período <strong>de</strong> recuperação <strong>de</strong> 30 minutos, o número <strong>de</strong>eosinófilos cai e essa que<strong>da</strong> po<strong>de</strong> perdurar por até 3 dias, <strong>de</strong>vido ao aumento <strong>de</strong>cortisol e que<strong>da</strong> <strong>da</strong> epinefrina.CÉLULAS NKClemente (2006) verificou que o número <strong>de</strong> células NK po<strong>de</strong> diminuirdurante um período curto (1-4 semanas) ou longo (7 meses) <strong>de</strong> treinamentointenso. Mackinnon (2000) relata que o número <strong>de</strong>ssas células diminuiu mais que40% durante 10 dias <strong>de</strong> treinamento intenso <strong>de</strong> corri<strong>da</strong>, em militares treinados.Gleeson et al. (1999), <strong>de</strong>monstraram que número absoluto e o porcentagem <strong>de</strong>células NK diminuíram em 30-40% após 7 meses <strong>de</strong> treinamento intenso <strong>de</strong>natação. Tanto as células NK quanto sua ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> citotóxica diminuiu emna<strong>da</strong>dores sob treinamento intenso, após 4 semanas.O exercício prolongado intenso causa supressão transitória <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>citotoxi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> célula NK, durando pelo menos 6 horas ou até mais <strong>de</strong> 12 horas(Mackinnon, 2000).Em 2000, Pe<strong>de</strong>rsen & Hoffman-Goetz observaram que após uma sessão <strong>de</strong>exercícios <strong>de</strong> alta intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> e longa duração, a concentração <strong>de</strong> células NK esua ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> citolítica caem para valores abaixo dos pré-exercícios, a máximaredução <strong>da</strong> concentração e <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ssas células ocorreram entre 2 e 4horas após o exercício. Os mesmos autores relatam que valores mais altos <strong>de</strong>mensuração <strong>da</strong> concentração e ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> células NK ocorrem quando aamostra é colhi<strong>da</strong> durante ou logo após a realização do exercício físico <strong>de</strong> alta


intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>; a intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> mais do que a duração do exercício é responsável peladiminuição ou aumento no número <strong>de</strong> células NK.Roh<strong>de</strong> et al. (1996) observaram que se o exercício físico durar muito tempoe for muito intenso (triatlo), ocorre apenas um mo<strong>de</strong>sto aumento na quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>células NK. Verificaram também que a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> e contagem <strong>da</strong>s células NK sãoobserva<strong>da</strong>s baixas apenas <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> pelo menos 1 hora <strong>de</strong> exercício físico <strong>de</strong> altaintensi<strong>da</strong><strong>de</strong>.Tve<strong>de</strong> et al. (1993) estu<strong>da</strong>ram a resposta <strong>da</strong>s populações <strong>de</strong> linfócitos emciclistas dinamarqueses durante 1 hora <strong>de</strong> exercício físico em três diferentesintensi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> esforço (25, 50 e 75% do VO 2 máx). Foi verificado que a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>citolítica <strong>de</strong> células NK e <strong>da</strong> linfocina ativadora <strong>de</strong> células NK (LAK) aumentoudurante to<strong>da</strong>s as instâncias <strong>de</strong> esforço e foi suprimi<strong>da</strong> 2 horas pós-esforço,apenas após o exercício físico a 75% do VO 2 máx.Pe<strong>de</strong>rsen et al. (1989) relatam que após 1 ou 2 horas <strong>de</strong> exercício físicointenso <strong>de</strong> longa duração (>75 % durante 1 hora), a concentração <strong>de</strong> células NK ea ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> citolítica diminuem em cerca <strong>de</strong> 25% – 40% do nível basal, e estaredução po<strong>de</strong> prolongar-se por até 4 horas após o exercício.Em 1995, Nielman et al. <strong>de</strong>monstraram que o exercício físico exaustivo <strong>de</strong>força (sets <strong>de</strong> 10 repetições a 65% <strong>de</strong> 1- RM até a fadiga) em atletas treinados,também provoca uma diminuição na função citolítica <strong>da</strong>s células NK no período <strong>de</strong>recuperação (2 horas pós-esforço).Da mesma forma, Nielsen et al. (1996) observaram uma diminuição <strong>da</strong>ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> citolítica <strong>da</strong>s células NK em atletas remadores, submetidos a umexercício físico muito intenso <strong>de</strong> curta duração (6 minutos).Rosa & Vaisberg (2002) observaram que no período imediato pós-esforçoas células NK apresentam aumento <strong>de</strong> 150 a 300% em número no sangueperiférico, sendo provável que esta resposta se <strong>de</strong>va à maior <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>receptores β-adrenérgicos em sua superfície celular. Esse aumento é transitório eapós 30 minutos há retorno aos níveis pré-exercício, provavelmente por ação docortisol.


Nieman & Nehlsen-Cannarella (1994) verificaram que após exercício <strong>de</strong> altaintensi<strong>da</strong><strong>de</strong> ocorre aumento <strong>de</strong> 40 a 100% <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> citotóxica <strong>de</strong> células NK.Epinefrina e cortisol têm influência apenas na redistribuição <strong>da</strong>s células, quanto àalteração funcional, é provável que esta resposta ocorra por ação <strong>de</strong> endorfinas.LINFÓCITOS TArai (2004) comparou <strong>parâmetros</strong> imunológicos <strong>de</strong> 20 idosos corredoresaos <strong>de</strong> 20 idosos se<strong>de</strong>ntários e 10 jovens se<strong>de</strong>ntários. Os idosos corredoresapresentaram resposta proliferativa <strong>de</strong> linfócitos T a OKT-3 e produção <strong>de</strong>interleucina-2 maiores do que os idosos se<strong>de</strong>ntários, porém similares aos jovens.Oliveira, Rogatto & Luciano (2002) trabalhando com ratos Wistar diabéticossubmetidos a exercícios com saltos em piscina e sobrecarga <strong>de</strong> 50% do pesocorporal, não encontraram diferença no número <strong>de</strong> linfócitos <strong>de</strong>pois dotreinamento.Pe<strong>de</strong>rsen & Hoffman-Goetz (2000) verificaram que durante o exercícioocorre um aumento <strong>de</strong> linfócitos em cerca <strong>de</strong> 50% a 100% em relação ao valorbasal. No período <strong>de</strong> recuperação (30 minutos após o exercício), a contagem <strong>de</strong>linfócitos diminui <strong>de</strong> 30% a 50% abaixo dos níveis pré-exercício, permanecendoassim durante 3 a 6 horas.Mars et al. (1998) relatam que o exercício <strong>de</strong> alta intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong> longaduração parece induzir a apoptose <strong>de</strong> linfócitos <strong>de</strong>corrente do aumento dos níveis<strong>de</strong> cortisol no sangue. Verificaram ain<strong>da</strong> que o aumento na concentração <strong>de</strong>cortisol parece induzir baixas na regulação e na <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> dos receptores <strong>de</strong>linfócitos T.Nehlsen-Cannarella (1998) observou diminuição <strong>da</strong> proliferação linfocitáriaapós exercícios <strong>de</strong> alta intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>, persistindo esta resposta por várias horasapós uma maratona.


Moraska et al. (2000) <strong>de</strong>screvem um aumento nas concentrações e nasfunções <strong>de</strong> linfócitos T durante e logo após uma sessão <strong>de</strong> exercício físico <strong>de</strong> altaintensi<strong>da</strong><strong>de</strong>.Natale et al. (2003) verificaram que em relação ao exercício físicomo<strong>de</strong>rado (60% VO 2 máx), o exercício físico intenso (90% a 97% VO 2 máx)estimula a produção <strong>de</strong> mais linfócitos T. Contudo, após a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>, o exercíciofísico <strong>de</strong> alta intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> induz à uma diminuição dos níveis <strong>de</strong> linfócitos por maistempo em relação ao exercício <strong>de</strong> intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> mo<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>, <strong>de</strong>vido à ação <strong>de</strong>catecolaminas.Clemente (2006) observou 3 a 4 horas após exercício físico intenso(maratona) ocorre diminuição do número e <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> proliferação <strong>de</strong>linfócitos T. Em seu trabalho, foi compara<strong>da</strong> a resposta na proliferação <strong>de</strong>linfócitos T após 60 dias <strong>de</strong> treinamento <strong>de</strong> alta intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> (T0/T60/TS0/TS60), ecom suplementação <strong>de</strong> óleo <strong>de</strong> peixe (TS) e grupo controle sem suplementaçãomas que treinaram também (T).A proliferação <strong>de</strong> linfócitos sanguíneos (%) obtidos dos indivíduos nãosuplementados antes ou ao final <strong>de</strong> 60 dias <strong>de</strong> exercício, não foi diferente (T0 xT60). Os indivíduos treinados suplementados com 2 g <strong>de</strong> óleo <strong>de</strong> peixe ao final <strong>de</strong>60 dias (TS60) apresentaram proliferação linfocitária 2,63 vezes maior quandocomparados com o grupo TS0, e <strong>de</strong> 2,51 vezes maior que o grupo T60 (p


A <strong>de</strong>terminação quantitativa <strong>da</strong> população <strong>de</strong> linfócitos CD8+ representa<strong>da</strong>em % células no dia zero <strong>de</strong> suplementação foi <strong>de</strong> 8,5% em 104 eventos (TS0) aofinal <strong>de</strong> 60 dias (TS60), esta população diminuiu para 6,1%, o que significou umaredução <strong>de</strong> 1,4 vezes. O mesmo foi observado quando comparado ao grupo nãosuplementado ao final <strong>de</strong> 60 dias (T60). Não houve diferença significativa entre osgrupos, no inicio do experimento treinado não suplementado (T0) e ao final <strong>de</strong> 60dias (T60), bem como quando comparado ao grupo treinado suplementado no diazero (TS0)Green (1981) analisou o número <strong>de</strong> linfócitos em 20 atletas após maratonae observou uma diminuição na contagem <strong>de</strong>ssas células em 5 dos 20maratonistas estu<strong>da</strong>dos.Foi observa<strong>da</strong> uma diminuição na contagem <strong>de</strong> linfócitos em ratos quena<strong>da</strong>ram até a exaustão. A contagem total <strong>de</strong> linfócitos apontou uma diminuição<strong>de</strong> 22% e 30% durante o período <strong>de</strong> recuperação, quando compara<strong>da</strong> àscondições se<strong>de</strong>ntária e exaustão, respectivamente (Rogero et al., 2002).Linfócitos CD3+, CD4+ e CD8+ tiveram sua concentração aumenta<strong>da</strong>durante exercício <strong>de</strong> caráter máximo, porém só as células CD3+ e CD8+ tiveramsua concentrações diminuí<strong>da</strong>s após duas horas <strong>de</strong> repouso pós-esforço (Nielsenet al., 1996).Niess et al. (1998) verificaram que após exercício exaustivo ocorrefragmentação <strong>de</strong> DNA <strong>de</strong> linfócitos.LINFÓCITOS B E IMUNOGLOBULINASA porcentagem <strong>de</strong> linfócitos B entre as células mononucleares não mu<strong>da</strong>em relação ao exercício, sugerindo que a supressão <strong>da</strong>s células secretoras <strong>de</strong>imunoglobulinas (Ig) não é <strong>de</strong>vido à mu<strong>da</strong>nças no número <strong>de</strong> células B (Pe<strong>de</strong>rsen& Hoffman-Goetz, 2000).Mackinnon et al. (1987) e Blannin et al. (1998) observaram que apósexercícios intensos <strong>de</strong> longa duração (ciclismo, natação, maratona) ocorre uma


diminuição em cerca <strong>de</strong> 70% na concentração salivar <strong>de</strong> IgA por várias horas pósesforço.Outros estudos encontraram também uma diminuição na concentração <strong>de</strong> IgA,tanto na saliva quanto na mucosa nasal, após um exercício físico intenso <strong>de</strong>longa duração (Bury et al., 1996; Carlson, Brooks & Roszman, 1989; Pe<strong>de</strong>rsen& Hoffman-Goetz, 2000). Dessa forma, os pesquisadores estão a associando acoincidência <strong>de</strong>sta redução <strong>de</strong> IgA com o aumento <strong>da</strong> prevalência <strong>de</strong> infecçãodo trato respiratório superior em atletas.Nieman (1997) realizou um estudo com marinheiros submetidos à sessõesmáximas <strong>de</strong> esteira, por 6 minutos em ca<strong>da</strong> sessão. Foi colhi<strong>da</strong> amostra <strong>de</strong>sangue a ca<strong>da</strong> 2 horas após ca<strong>da</strong> sessão, e verificou-se que após a primeirasessão o número <strong>de</strong> linfócitos B aumentou em relação à medição em repouso.Após a última sessão, foi verificado um aumento ain<strong>da</strong> maior do número <strong>de</strong>linfócitos B em relação à primeira sessão. Um dia após a última sessão os níveis<strong>de</strong> linfócitos B eram elevados, sugerindo que exercícios <strong>de</strong> caráter máximo, comgran<strong>de</strong>s grupos musculares, estimulam respostas maiores do sistema imune.Em 1994, Tve<strong>de</strong> et al. realizaram trabalho com 16 jovens saudáveissubmetidos a exercício com cicloergômetro durante uma hora a 75% do VO 2 máx.Uma semana <strong>de</strong>pois realizaram um treino para os membros inferiores com 30%<strong>de</strong> 1RM. Foram colhi<strong>da</strong>s amostras <strong>de</strong> sangue nos minutos finais do exercício etambém 2 e 24 horas pós-exercício. Houve um aumento no número <strong>de</strong> célulasplasmáticas <strong>da</strong> população linfocitária, com exceção dos linfócitos B, que nãoapresentaram diferença no número total <strong>de</strong> células, quando este era comparadocom os valores <strong>de</strong> repouso.Pe<strong>de</strong>rsen & Toft (2000) afirmam que as concentrações <strong>de</strong> IgA, após umasessão <strong>de</strong> exercício <strong>de</strong> alta intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> caem, em contraste com a população <strong>de</strong>neutrófilos. Afirmam ain<strong>da</strong> que a produção <strong>de</strong> linfócitos B durante o exercício físico<strong>de</strong> alta intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> aumenta, porém após um certo tempo <strong>da</strong> realização doexercício esses valores ten<strong>de</strong>m a cair, mostrando que a produção <strong>de</strong> linfócitos B ésuprimi<strong>da</strong> após exercícios <strong>de</strong> alta intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>.


Porém, McDowell et al. (1991) realizaram um estudo com nove alunos <strong>de</strong>uma facul<strong>da</strong><strong>de</strong> que faziam corri<strong>da</strong>s a 80% do VO 2 máx. Os níveis <strong>de</strong> IgA na saliva<strong>de</strong>sses indivíduos foram <strong>de</strong>tectados antes <strong>da</strong>s corri<strong>da</strong>s e 1 e 2 horas <strong>de</strong>pois. Osresultados indicaram que não houve mu<strong>da</strong>nça significativa nos níveis <strong>de</strong> IgA apósa realização do exercício em relação aos valores prévios.


EXERCÍCIO FÍSICO E A INTEGRAÇÃO ENTRE OS SISTEMAS NERVOSO,ENDÓCRINO E IMUNOLÓGICODurante e após uma carga súbita <strong>de</strong> exercício físico ocorrem alterações naconcentração e na funcionali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> células do sistema imune. To<strong>da</strong>via, essasalterações não <strong>de</strong>vem ser vistas isola<strong>da</strong>mente, mas como parte <strong>de</strong> uma complexare<strong>de</strong> <strong>de</strong> sistemas interligados (Pe<strong>de</strong>rsen & Hoffman-Goetz, 2000).Durante o exercício, é verificado um aumento nas concentrações <strong>de</strong>dopamina e noradrenalina em nível cerebral. Em conseqüência, há secreção dohormônio liberador <strong>da</strong> corticotropina (CRH) em nível hipotalâmico. A corticotropina(ACTH) e as β-endorfinas são então liberta<strong>da</strong>s pela pituitária anterior. A liberação<strong>de</strong> ACTH estimula o córtex adrenal a produzir glucocorticói<strong>de</strong>s e aminasbiogênicas (Brenner et al., 1998). De fato, a ativação do sistema nervososimpático e os eventos seqüenciais do eixo HPA parecem possuir uma relaçãointrínseca com os componentes do sistema imune, não só pela presença <strong>de</strong>receptores hormonais em leucócitos, mas também pela relação anatômicaobserva<strong>da</strong> entre os três sistemas (Gaillard, 1994; Hack et al., 1992).As células do sistema imunológico parecem possuir receptores para as β-endorfinas, catecolaminas, cortisol, hormônio do crescimento (GH) e diversosoutros mediadores envolvidos na reação ao estresse (Gaillard, 1994).Em resposta, tanto a um exercício físico prolongado e intenso (>70% doVO 2 max.) quanto a um exercício <strong>de</strong> curta duração e muito intenso (>85% do VO 2max.) ocorre um aumento <strong>da</strong>s concentrações <strong>de</strong> β-endorfinas na circulação. Osleucócitos expressam receptores para as β-endorfinas (Pe<strong>de</strong>rsen & Hoffman-Goetz, 2000). Esta constatação levanta a hipótese <strong>de</strong> uma possível influência<strong>de</strong>sses mediadores na função <strong>de</strong> células do sistema imune durante o exercício.Estudos com seres humanos sugerem que as β-endorfinas po<strong>de</strong>m diminuir aprodução <strong>de</strong> imunoglobulinas (Mathews et al., 1983).Recentemente foi verificado em ratos que as β-endorfinas inibem aproliferação <strong>de</strong> linfócitos e parecem estar envolvi<strong>da</strong>s no aumento <strong>da</strong> quimiotaxia e<strong>da</strong> fagocitose <strong>de</strong> macrófagos peritoneais (Carlsom, Brooks & Roszman, 1989). Da


mesma forma, parece aumentar a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> citolítica <strong>de</strong> células NK durante oestresse crônico, mas não o recrutamento <strong>de</strong>stas células para a circulação(Pe<strong>de</strong>rsen & Hoffman-Goetz, 2000).O recrutamento <strong>de</strong> neutrófilos e <strong>da</strong>s populações <strong>de</strong> linfócitos para ocompartimento vascular, durante o exercício físico, parece ser mediado pelaadrenalina, e em menor grau pela noradrenalina (Ottaway & Husband, 1994).Durante o exercício físico, a adrenalina é libera<strong>da</strong> <strong>da</strong> medula adrenal e anoradrenalina dos terminais nervosos simpáticos. A concentração sanguínea<strong>de</strong>sses mediadores aumenta linearmente com a duração do exercício eexponencialmente com a intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> do mesmo (Pe<strong>de</strong>rsen & Hoffman-Goetz,2000).A expressão <strong>de</strong> β-receptores nas diferentes células imunes fornece a basemolecular para ação <strong>da</strong>s catecolaminas. Contudo, a <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> receptoresadrenérgicos e a eficiência do sistema <strong>de</strong> transdução AMPc diferem nos váriostipos <strong>de</strong> células imunocompetentes (Blalock, 1994).Os neutrófilos e as células NK parecem apresentar maior número <strong>de</strong>receptores em comparação a outras células imunes (Gaillard, 1994). Nestesentido, é provável que a resposta imediata <strong>de</strong>stas células aos efeitos do exercíciofísico agudo, mo<strong>de</strong>rado ou intenso, <strong>de</strong>corra do efeito modulador <strong>da</strong>scatecolaminas (Tonnesen, Christensen & Pe<strong>de</strong>rsen, 1987). Quando o exercício seprolonga, prossegue o aumento <strong>da</strong> concentração <strong>de</strong> neutrófilos e linfócitos,<strong>de</strong>vido, provavelmente, a elevação <strong>da</strong> concentração <strong>de</strong> cortisol no plasma(Ottaway & Husband, 1994).O cortisol, em pequenas quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s, melhora a função imune, visto queum dos papéis <strong>de</strong>ste hormônio no sistema imune é o <strong>de</strong> estimular a migração <strong>de</strong>células <strong>da</strong> medula para a circulação, assim como, dos linfonodos para os tecidoslesionados (Brenner et al., 1998). Contudo, o aumento <strong>da</strong> concentração <strong>de</strong> cortisolno sangue po<strong>de</strong> causar linfocitopenia, monocitopenia e neutrofilia (Pe<strong>de</strong>rsen &Hoffman-Goetz, 2000). O cortisol age como inibidor <strong>da</strong> migração <strong>de</strong> célulasinflamatórias para locais lesionados, <strong>da</strong> proliferação <strong>de</strong> linfócitos e <strong>da</strong> função <strong>de</strong>macrófagos e é limitador <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s células NK (Steensberg et al., 2001).


Além disso, parece induzir baixa na regulação <strong>de</strong> receptores <strong>de</strong> linfócitos T eaumento na taxa <strong>de</strong> catabolismo, reduzindo as reservas <strong>de</strong> aminoácidos que sãonecessários para proliferação <strong>de</strong> linfócitos B e síntese <strong>de</strong> imunoglobulinas(Nascimento et al., 2001).Alguns estudos relatam ain<strong>da</strong>, que exercício físico intenso <strong>de</strong> longa duraçãoparece induzir a apoptose <strong>de</strong> linfócitos <strong>de</strong>corrente do aumento dos níveis <strong>de</strong>cortisol (Mars et al., 1998). Portanto, os efeitos do aumento <strong>da</strong> concentração docortisol po<strong>de</strong>m estar relacionados à imunossupressão evi<strong>de</strong>ncia<strong>da</strong> apóstreinamento exaustivo ou exercício físico intenso e <strong>de</strong> longa duração.Ain<strong>da</strong> relacionado com a intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> do esforço, o hormônio docrescimento (GH) é também liberado <strong>da</strong> pituitária anterior durante o exercíciofísico. Nos neutrófilos, po<strong>de</strong>-se verificar receptores para o GH (Pe<strong>de</strong>rsen &Hoffman-Goetz, 2000). Nota-se, que em resposta ao estresse físico, o GH quandocombinado com a adrenalina provoca neutrofilia (Brenner et al, 1998). Contudo,parece não atuar no recrutamento <strong>de</strong> linfócitos para a circulação (Hoffman-Goetz& Pe<strong>de</strong>rsen, 1994).As células imunocompetentes parecem possuir não só receptoreshormonais, mas também a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> para produzir e secretar <strong>alguns</strong> hormôniose neuropeptí<strong>de</strong>os (Gaillard, 1994). De forma idêntica ao que acontece em células<strong>da</strong> pituitária, a produção <strong>de</strong>stes peptí<strong>de</strong>os por células do sistema imunecorrespon<strong>de</strong>m, na maioria dos casos, a fatores inibitórios ou estimuladores dohipotálamo, bem como a hormônios envolvidos na regulação do feedback negativo(Gaillard, 1994). Entretanto, a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> hormônios e neuropeptí<strong>de</strong>osproduzidos pelas células do sistema imunológico é pequena, sugerindo que estassubstâncias atuem <strong>de</strong> forma parácrina e autócrina (Jonhson et al., 1986).O braço recíproco <strong>da</strong> relação bidirecional entre os sistemas neuroendócrinoe imune é constituído por mensageiros liberados <strong>da</strong>s citocinas. A resposta localpara uma infecção ou tecido lesionado envolve a produção <strong>de</strong>sses mediadores,que vão facilitar o influxo dos vários tipos <strong>de</strong> leucócitos para a região atingi<strong>da</strong>(Mol<strong>de</strong>veanu, Shepard & Shek , 2001).


Para além <strong>da</strong> sua ação mediadora no sistema imune, as citocinas po<strong>de</strong>mtambém atuar no sistema nervoso e sistema endócrino, modificando as suasfunções. Assim, o estímulo induz as células do sistema imune a produziremcitocinas que, em resposta, parecem atuar nos três níveis: hipotalâmico, pituitárioe adrenal. De forma idêntica, os diferentes tipos <strong>de</strong> células do sistema nervoso(neurônios, astrócitos e microgliócitos) também sintetizam citocinas e/ourespon<strong>de</strong>m a elas (Mol<strong>de</strong>veanu, Shepard & Shek, 2001).De forma geral, o exercício físico agudo intenso afeta a produção tecidual esistêmica <strong>de</strong> citocinas, especificamente as interleucinas (IL) e o fator <strong>de</strong> necrosetumoral (TNF), assemelhando-se à resposta inflamatória a algum trauma ouinfecção (Ostrowski et al., 1999).Particularmente os exercícios físicos excêntricos, os exercícios físicos muitointensos <strong>de</strong> curta duração (>100% VO 2 máx.) ou os intensos <strong>de</strong> longa duração(>80% VO 2 max., por mais <strong>de</strong> 60 min) provocam alterações metabólicas (redução<strong>da</strong> saturação <strong>da</strong> hemoglobina arterial e aumento na temperatura corporal) e lesõesmusculares (Armstrong, Ogilive & Schwane, 1983; Bury et al., 1996; Dufaux &Or<strong>de</strong>r, 1989; Fridén, Sjostrom & Ekblom, 1983 e Ostrowski et al., 1998).A hipoxemia e as lesões teciduais associa<strong>da</strong>s a estes tipos <strong>de</strong> exercícios,induzem a alterações na resposta imune com liberação <strong>de</strong> citocinas próinflamatóriasincluindo a IL-1, a IL-6 e o TNF-α (Bruunsgard et al., 1997). Nestesentido, a concentração plasmática <strong>de</strong> IL-1 parece aumentar significativamente emresposta, tanto a um exercício físico <strong>de</strong> longa duração a 60% do VO 2 máx., quantoa um exercício físico <strong>de</strong> curta duração a 75% do VO 2 máx. (Bury et al., 1996).Da mesma forma, Smith et al. (2000) verificou um aumento <strong>de</strong> IL-1 após umexercício físico <strong>de</strong> resistência <strong>de</strong> força excêntrico (4x10 repetições a 100% -1RM).A IL-1 é produzi<strong>da</strong> em resposta à infecção nos tecidos periféricos por monócitos emacrófagos e no cérebro por microgliócitos e astrócitos (Mol<strong>de</strong>veanu, Shepard &Shek, 2001). É suposto que a IL- 1 opere como sinal aferente, estimulando ohipotálamo a libertar CRH (Blalock, 1994). A sua administração aumentaconsi<strong>de</strong>ravelmente as concentrações <strong>de</strong> ACTH no plasma, constituindo-se comoum importante estimulador do eixo HPA (Besedovski et al., 1986). A IL-1 estimula


a ativação <strong>de</strong> linfócitos T e induz a proliferação <strong>de</strong> células (Mol<strong>de</strong>veanu, Shepard& Shek, 2001). Assim, o aumento <strong>da</strong> concentração <strong>de</strong>sta citocina po<strong>de</strong> estarassociado à resposta proliferativa <strong>de</strong> linfócitos T após uma sessão <strong>de</strong> exercíciofísico.Outro potente mediador <strong>da</strong> resposta orgânica <strong>de</strong> fase agu<strong>da</strong> é a IL-6(Mol<strong>de</strong>veanu, Shepard & Shek, 2001). De Castro et al. (1999) verificaram que estacitocina é produzi<strong>da</strong> por várias células imunes (linfócitos e monócitos) e porcélulas não-imunes (condrócitos, astrócitos e células <strong>da</strong> glia).A administração <strong>de</strong> IL-6 aumenta a produção <strong>de</strong> ACTH pela pituitária,estimulando o córtex adrenal a liberar glucocorticói<strong>de</strong>s (Gaillard, 1994). A IL-6funciona como um fator co-estimulador <strong>da</strong> ativação <strong>de</strong> linfócitos T em resposta aum antígeno e é fun<strong>da</strong>mental para maturação <strong>de</strong> linfócitos B (Baumann & Gauldie,1994).De forma geral, o exercício físico associado a lesões musculares induz umaumento transitório na concentração <strong>de</strong> IL-6 no plasma (Drenth et al., 1995). Umestudo observou um aumento <strong>de</strong> IL- 6, 29 vezes acima do valor basal, durante 2.5horas <strong>de</strong> esteira ergométrica a 75% do VO 2 máx. (Steensberg et al., 2001).Em homens se<strong>de</strong>ntários foi relatado um aumento dos níveis <strong>de</strong> IL-6 apósum exercício físico a 75% do VO 2 máx., por 60 min (Ullum et al., 1994).Moldoveanu, Shepard & Shek (2001) verificaram um aumento <strong>de</strong>sta citocina (18vezes acima do valor basal) em jovens atletas submetidos a 3 horas <strong>de</strong> exercíciofísico a 65% do VO 2 máx. Em outro estudo, Smith et al. (2000) também verificaramum aumento <strong>de</strong> IL-6 no plasma, após um exercício físico <strong>de</strong> força excêntrico(100% <strong>de</strong> 1RM).A magnitu<strong>de</strong> <strong>da</strong> resposta <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>da</strong> intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>, do tipo e <strong>da</strong> duração doesforço. Muitos dos papéis fisiológicos do TNF-α assemelham- se àqueles <strong>da</strong> IL-1e <strong>da</strong> IL-6. O TNF-α é produzido por linfócitos T, células <strong>de</strong> Kuppfer, células neuraise células endoteliais, contudo, os fagócitos mononucleares são os principaisprodutores <strong>de</strong> TNF-α (Mol<strong>de</strong>veanu, Shepard & Shek, 2001).A presença <strong>de</strong> TNF-α também está associa<strong>da</strong> ao aumento nos níveis <strong>de</strong>ACTH no sangue (De Castro et al., 1999). O TNF-α induz a expressão <strong>de</strong>


moléculas <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são na superfície <strong>da</strong>s células endoteliais, promovendo, assim, amigração <strong>de</strong> leucócitos para os locais <strong>de</strong> inflamação (Mol<strong>de</strong>veanu, Shepard &Shek, 2001).Ocorre um aumento <strong>de</strong> TNF-α em resposta a 2 horas <strong>de</strong> ciclismo a 60% doVO 2 máx. (Brenner et al., 1999). Outro estudo observou um aumento <strong>de</strong> 90%<strong>de</strong>sta citocina após 3 horas <strong>de</strong> um exercício físico aeróbico a 65% do VO 2 máx.(Mol<strong>de</strong>veanu, Shepard & Shek, 2001). Assim, a resposta <strong>de</strong>sta citocina aoexercício físico parece ser influencia<strong>da</strong> pela intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> e duração do esforço.CITOCINAS E EIXOS HIPOTÁLAMO-HIPÓFISE-ADRENALEHIPOTÁLAMO-HIPÓFISE-GONADALDurante processos patológicos ou lesões, ou outras formas <strong>de</strong> estresse,como o psicológico, a comunicação entre o sistema nervoso central e o sistemaimune é crucial. Desse modo, é fun<strong>da</strong>mental ressaltar o papel do hipotálamo, querepresenta um relevante centro <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação <strong>da</strong>s funções neuroendócrinas,controlando as concentrações sangüíneas <strong>de</strong> hormônios do estresse (cortisol) e<strong>de</strong> hormônios gona<strong>da</strong>is, como testosterona e estradiol (Maier & Watkins, 1998).O excesso <strong>de</strong> treinamento físico, tanto como o estresse psicológico, po<strong>de</strong>mpromover uma alteração do balanço hormonal, sendo que este fato tem sidoassociado ao overtraining. Ao mesmo tempo, verifica-se que a eleva<strong>da</strong> liberação<strong>de</strong> citocinas pró-inflamatórias, <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>a<strong>da</strong> pelo processo <strong>de</strong> inflamaçãosistêmica, <strong>de</strong>corrente do excesso <strong>de</strong> treinamento, age no sistema nervoso central(Rogero, Men<strong>de</strong>s & Tirapegui, 2005).Os receptores para as citocinas IL-1 e IL-6 no cérebro são abun<strong>da</strong>ntes naregião hipotalâmica, e a interação <strong>de</strong>ssas citocinas com receptores específicos emnúcleos paraventriculares hipotalâmicos resulta na liberação do hormônio liberador<strong>de</strong> corticotropina (CRH) e, conseqüentemente, do ACTH e do cortisol. Alia<strong>da</strong> àação <strong>da</strong>s citocinas no hipotálamo, a IL-6 po<strong>de</strong> controlar a liberação <strong>de</strong> hormônios


esterói<strong>de</strong>s pela ação direta sobre as células adrenais e regular a síntese <strong>de</strong>mineralocorticói<strong>de</strong>s, glicocorticói<strong>de</strong>s e andrógenos (Rogero, Men<strong>de</strong>s & Tirapegui,2005), sendo esse controle <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> concentração e do tempo <strong>de</strong> exposiçãoa IL-6. Sendo assim, a inflamação sistêmica e a elevação <strong>da</strong> concentraçãosangüínea <strong>de</strong> citocinas po<strong>de</strong>m ser responsáveis pelo aumento <strong>da</strong> concentraçãosérica <strong>de</strong> cortisol observa<strong>da</strong> em indivíduos com overtraining (Smith, 2003; Smith,2004).Além disso, o aumento <strong>da</strong> concentração <strong>da</strong>s citocinas IL-1β e IL-6 po<strong>de</strong>promover a ativação <strong>de</strong> diversos núcleos hipotalâmicos, os quais po<strong>de</strong>mrespon<strong>de</strong>r por muitas <strong>da</strong>s alterações comportamentais relaciona<strong>da</strong>s a doenças,tais como redução do apetite, <strong>de</strong>pressão, comumente observados entre atletascom overtraining (Robson, 2003).As citocinas também ativam o sistema nervoso simpático, enquantosuprimem a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> do eixo hipotálamo-hipófise-gôna<strong>da</strong>s, sendo, <strong>de</strong>sse modo,responsáveis pelas alterações observa<strong>da</strong>s nas concentrações sangüíneas <strong>de</strong>catecolaminas e hormônios gona<strong>da</strong>is, as quais estão presentes em atletas emestado <strong>de</strong> overtraining (Smith et al., 2000).Em relação à supressão do eixo hipotálamo-hipófise-gôna<strong>da</strong>s induzi<strong>da</strong> porcitocinas pró-inflamatórias (IL-1α, TNF-α), <strong>de</strong>staca-se o papel <strong>da</strong> IL-1 sobre asecreção <strong>de</strong> gonadotropinas. Três potenciais locais <strong>de</strong> ação são consi<strong>de</strong>rados: osistema nervoso central, a hipófise e as gôna<strong>da</strong>s. No sistema nervoso central, aadministração <strong>de</strong> IL-1α <strong>de</strong>ntro do ventrículo lateral <strong>de</strong> animais castrados provocoua inibição (dose<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte) <strong>da</strong> secreção do hormônio luteinizante (LH) (Rivier,Vale & Brown, 1989). Verificaram também que a administração intraperitoneal <strong>de</strong>IL-1α em animais tratados com gonadotrofinas resultou em inibição <strong>da</strong> secreção<strong>de</strong> estradiol e progesterona, enquanto não houve efeito <strong>da</strong> administraçãointracerebroventricular <strong>de</strong> IL-1α sobre a secreção <strong>de</strong> LH pela hipófise. Dessemodo, observa-se que a IL-1α atua tanto no sistema nervoso central e nasgôna<strong>da</strong>s, mas não na hipófise, inibindo as funções reprodutivas.Cabe ressaltar, também, que a citocina pró-inflamatória TNF-α inibe aliberação <strong>de</strong> LH induzi<strong>da</strong> pelo hormônio liberador do LH (LHRH) a partir <strong>da</strong>


hipófise, em um mo<strong>de</strong>lo dose-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, porém não influencia a liberação basal<strong>de</strong> LH (Russell et al., 2001).As citocinas pró-inflamatórias exercem, também, sua ação por meio <strong>da</strong>regulação <strong>da</strong> função hepática, promovendo a manutenção <strong>da</strong> glicemia por meio <strong>da</strong>estimulação <strong>da</strong> neoglicogênese e favorecendo a síntese <strong>de</strong> proteínas <strong>de</strong> faseagu<strong>da</strong>, relaciona<strong>da</strong>s ao processo <strong>de</strong> inflamação, concomitante ao estadohipercatabólico (Rogero, Men<strong>de</strong>s & Tirapegui, 2005).Além disso, o prejuízo <strong>da</strong> imunocompetência observado no estado <strong>de</strong>overtraining é explicado, pela presente hipótese, <strong>de</strong>vido à presença <strong>de</strong> fatoresantiinflamatórios que suce<strong>de</strong>m a resposta pró-inflamatória no <strong>de</strong>correr <strong>da</strong> respostaao trauma tecidual. Dentre os fatores antiinflamatórios <strong>de</strong>stacam-se as citocinasanti-inflamatórias, que incluem IL-4, IL-10, IL-13 e o antagonista do receptor <strong>de</strong> IL-1 (IL-1ra); e os hormônios, especificamente o cortisol, que apresenta significativaação anti-inflamatória (Smith et al., 2000).Apesar <strong>de</strong>sses efeitos anti-inflamatórios serem necessários para contraporseàqueles pró-inflamatórios, verifica-se que esse processo resulta emimunossupressão em indivíduos com overtraining, ou seja, a imunossupressãopo<strong>de</strong> refletir a tentativa do organismo <strong>de</strong> conter a inflamação induzi<strong>da</strong> peloexercício físico por meio <strong>da</strong> síntese <strong>de</strong> moléculas endógenas anti-inflamatórias(Smith, 2004; Maier & Watkins, 1998).GLUTAMINA E A RESPOSTA IMUNESegundo a teoria proposta por Newsholme em 1991, a reduzi<strong>da</strong>concentração plasmática <strong>de</strong> glutamina observa<strong>da</strong> em ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s físicasprolonga<strong>da</strong>s seria responsável pela supressão <strong>da</strong> resposta imune associa<strong>da</strong> aoaumento <strong>da</strong> taxa <strong>de</strong> infecções observa<strong>da</strong>s na síndrome <strong>de</strong> overtraining. Dessemodo, a disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> glutamina para as células do sistema imunológico temsido alvo <strong>de</strong> inúmeros estudos envolvendo atletas em períodos <strong>de</strong> treinamentointenso e competições.


O músculo esquelético é o maior tecido envolvido na produção <strong>de</strong>glutamina, bem como é o maior tecido envolvido na liberação <strong>de</strong> glutamina, emaltas doses, na corrente sanguínea, para ser utiliza<strong>da</strong> por células <strong>de</strong> divisãorápi<strong>da</strong>, incluindo leucócitos, para fornecer energia e favorecer a biossíntese <strong>de</strong>nucleotí<strong>de</strong>os. Também, o músculo esquelético participa <strong>de</strong> forma vital na utilização<strong>de</strong> glutamina pelas células do sistema imune. Conseqüentemente, a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>muscular tem influência direta no sistema imune (Rogero & Tirapegui, 2003).Esse aminoácido, em situações fisiológicas controla<strong>da</strong>s, é distribuído paradiversos tecidos; <strong>de</strong>ntre os principais, as células do sistema imune, os enterócitos,além dos tecidos renal e hepático. Durante ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s físicas intensas eprolonga<strong>da</strong>s, a rota metabólica <strong>da</strong> glutamina parece sofrer alterações, com ummaior fluxo <strong>de</strong>ste aminoácido para o fígado e para os rins; nestes tecidos, aglutamina <strong>de</strong>sempenha funções relevantes para a continui<strong>da</strong><strong>de</strong> do exercício, taiscomo síntese <strong>de</strong> glicose através <strong>da</strong> neoglicogênese (fígado) e regulação <strong>da</strong>acidose instala<strong>da</strong> (rins) (Rogero & Tirapegui, 2003).Sendo assim, a disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> glutamina para as células do sistemaimunológico apresenta-se reduzi<strong>da</strong>, o que po<strong>de</strong> contribuir para o aumento <strong>da</strong>susceptibili<strong>da</strong><strong>de</strong> a infecções do trato respiratório superior em atletas após oexercício intenso e prolongado, ou durante o período <strong>de</strong> treinamento exaustivo.Essa diminuição <strong>da</strong> concentração plasmática <strong>de</strong> glutamina po<strong>de</strong> acompanhar ouprece<strong>de</strong>r a síndrome <strong>de</strong> overtraining em atletas. Ain<strong>da</strong> a teoria <strong>da</strong> glutamina dizque diante <strong>da</strong> influência do exercício físico intenso, cirurgia, trauma e/ouqueimaduras (estados catabólicos em geral) a <strong>de</strong>man<strong>da</strong> <strong>de</strong> glutamina sobre omúsculo e outros órgãos é tanta que o sistema linfói<strong>de</strong> po<strong>de</strong> entrar em débito <strong>de</strong>glutamina, o que afetaria temporariamente suas funções (Rogero et al., 2002).Também, fatores que influenciam diretamente ou indiretamente a síntese <strong>de</strong>glutamina po<strong>de</strong>riam teoricamente influenciar a função <strong>de</strong> linfócitos e monócitos(Newsholme, 1991; 1992). Não obstante, Newsholme (1991) verificou queexercícios <strong>de</strong> alta intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong> longa duração e outros estresses físicosdiminuem a concentração <strong>de</strong> glutamina no plasma.


De acordo com essa hipótese, Parry-Billings et al. (1992) compararam asconcentrações plasmáticas <strong>de</strong> glutamina em três grupos <strong>de</strong> indivíduos, incluindoatletas <strong>de</strong> elite com sintomas <strong>de</strong> overtraining, indivíduos engajados em programas<strong>de</strong> treinamento consi<strong>de</strong>rados a<strong>de</strong>quados (com períodos <strong>de</strong> recuperaçãosuficientes) e corredores recreacionais. Como resultado, os autores observaramredução significativa <strong>de</strong>ste parâmetro entre os atletas com sintomas <strong>de</strong>overtraining em comparação aos outros dois grupos.Kingsbury, Kay & Hjelm (1998) acompanharam atletas <strong>de</strong> elite, durante operíodo pré-olímpico e imediatamente após o término <strong>da</strong>s olimpía<strong>da</strong>s, a fim <strong>de</strong>correlacionar possíveis casos <strong>de</strong> overtraining com reduções <strong>da</strong> glutaminemia. Foiobservado que os atletas que <strong>de</strong>monstraram sinais e sintomas <strong>de</strong> fadiga crônicadurante a fase <strong>de</strong> treinamento também apresentaram concentração <strong>de</strong> glutaminaplasmática abaixo dos valores consi<strong>de</strong>rados normais (500 a 750µmol/l). Após asOlimpía<strong>da</strong>s, durante um período <strong>de</strong> treinamento leve, a glutaminemia dos atletas,com sintomas <strong>de</strong> fadiga crônica e infecções, ain<strong>da</strong> permanecia reduzi<strong>da</strong>. Este fato<strong>de</strong>monstra que um pequeno período <strong>de</strong> “<strong>de</strong>scanso” não foi capaz <strong>de</strong> recuperaresses atletas, o que afasta a hipótese <strong>de</strong> overreaching e reforça a hipótese <strong>de</strong>overtraining entre esses atletas com baixa glutaminemia.Em 2002, Rogero et al. realizaram um estudo investigando o efeito <strong>da</strong>suplementação com L-alanil-L-glutamina e L-glutamina sobre a resposta imune invivo, media<strong>da</strong> por células, em ratos submetidos ao treinamento intenso emnatação. Posteriormente, foi verificado o efeito <strong>de</strong>ssas intervenções nutricionaissobre a contagem <strong>de</strong> leucócitos e concentração sérica <strong>de</strong> anticorpos específicosanti-albumina <strong>de</strong> soro bovino (ASB) <strong>da</strong> classe IgG imediatamente após e 3 horas<strong>de</strong>pois do término do exercício <strong>de</strong> natação até a exaustão. A contagem <strong>de</strong>leucócitos e neutrófilos foi significativamente maior nos animais suplementadoscom L-alanil-L-glutamina em relação aos animais do grupo controle. Os animaisrecuperados apresentaram aumento <strong>da</strong> contagem <strong>de</strong> leucócitos e neutrófilos, emrelação aos valores observados nos animais na condição se<strong>de</strong>ntária e <strong>de</strong>exaustão. A contagem total <strong>de</strong> linfócitos diminuiu 22% e 30% durante o período <strong>de</strong>recuperação, quando compara<strong>da</strong> às condições se<strong>de</strong>ntária e <strong>de</strong> exaustão,


espectivamente. Nenhuma diferença significativa foi observa<strong>da</strong> em relação àconcentração sérica <strong>de</strong> anticorpos IgG entre os grupos estu<strong>da</strong>dos. Asuplementação com L-alanil-L-glutamina aumentou a porcentagem <strong>de</strong> neutrófilos ediminuiu a porcentagem <strong>de</strong> linfócitos em relação aos animais não-suplementados.A porcentagem <strong>de</strong> neutrófilos foi significativamente maior nos animaisrecuperados em relação às <strong>de</strong>mais condições. Por outro lado, a porcentagem <strong>de</strong>linfócitos apresentou-se significativamente menor na condição recuperado quandocompara<strong>da</strong> às condições se<strong>de</strong>ntária e exaustão.


CONCLUSÃOAtualmente, a interação exercício físico e sistema imunológico, tem sidoobjeto <strong>de</strong> estudo <strong>de</strong> diversos pesquisadores. O exercício físico crônico ou otreinamento físico vem sendo largamente utilizado, nos últimos anos, comfinali<strong>da</strong><strong>de</strong> terapêutica e preventiva, em uma série <strong>de</strong> condições fisiopatológicas,incluindo doenças cardiovasculares. Além dos benefícios cardiovasculares, otreinamento físico modula a expressão eleva<strong>da</strong> <strong>de</strong> citocinas pró-inflamatórias,atuando sobre o eixo neuroimunoendócrino.Inúmeros estudos têm evi<strong>de</strong>nciado alterações na concentração e na função<strong>de</strong> algumas componentes do sistema imune, provoca<strong>da</strong>s pelo exercício físico. Asevidências disponíveis <strong>de</strong>monstram que o exercício físico tem efeitos moduladoresimportantes sobre a dinâmica <strong>de</strong> células imunes e, possivelmente, sobre suafunção.Os fatores neuroendócrinos que atuam na redistribuição <strong>de</strong> células e aliberação <strong>de</strong> citocinas em resposta ao exercício físico parecem mediar a relaçãoentre o sistema imune e o exercício físico.Foi visto que o aumento na concentração sangüínea <strong>de</strong> células do sistemaimunológico, durante o exercício físico intenso e mo<strong>de</strong>rado, <strong>de</strong>corre dorecrutamento <strong>da</strong>s populações <strong>de</strong> células natural killer (NK), linfócitos B, linfócitos Te células mononucleares para o compartimento vascular. Esse recrutamentocelular, se constitui numa resposta altamente estereotipa<strong>da</strong>, evi<strong>de</strong>ncia<strong>da</strong> pelostrabalhos aqui discutidos.Dentre as populações celulares, as células NK parecem ser as maisresponsivas, imediatamente após uma sessão intensa e <strong>de</strong> longa duração <strong>de</strong>exercício físico. Exercícios <strong>de</strong> vários tipos, várias intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e várias duraçõesinduzem o recrutamento <strong>de</strong> células NK para o sangue, assim como provocamalterações em suas funções (ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> citolítica).


O estresse provocado pelo exercício físico parece ter um efeito estimuladorna função <strong>de</strong> macrófagos. Tanto o exercício físico mo<strong>de</strong>rado como o intenso,po<strong>de</strong>m aumentar várias funções <strong>de</strong>stas células incluindo a quimiotaxia, aa<strong>de</strong>rência, a produção <strong>de</strong> ânion superóxido (H 2 O 2 ), a taxa <strong>de</strong> metabolismo donitrogênio, a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> citotóxica e a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> fagocítica.De forma geral, o exercício físico provoca alterações nos macrófagos,contudo o efeito modulador parece <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r do parâmetro a ser avaliado, <strong>da</strong>intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>, do tipo e mais pronuncia<strong>da</strong>mente <strong>da</strong> duração do exercício.Estudos ain<strong>da</strong> sugerem que o exercício físico mo<strong>de</strong>rado é importante paraatenuar os sintomas <strong>de</strong> estresse sobre o sistema imune, como a leucopenia,linfopenia, neutrofilia e a diminuição <strong>da</strong> taxa <strong>de</strong> fagocitose dos macrófagos. Já oexercício físico <strong>de</strong> alta intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>, conforme foi visto, ten<strong>de</strong> à diminuição nonúmero <strong>de</strong> células do sistema imunológico, muito disso <strong>de</strong>vido à diminuição <strong>de</strong>adrenalina e o aumento do cortisol.Porém, durante o exercício físico <strong>de</strong> alta intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>, foi verificado umaumento em todos os <strong>parâmetros</strong> do sistema imune, provavelmente <strong>de</strong>vido aoaumento <strong>da</strong> concentração <strong>de</strong> adrenalina e noradrenalina durante o exercício.Como dito antes, foi verificado que esse aumento é transitório, e os valores <strong>da</strong>concentração <strong>de</strong>sses <strong>parâmetros</strong> ten<strong>de</strong>m a diminuir após o exercício físicointenso.De qualquer forma é evi<strong>de</strong>nte que ocorrem alterações, quer no número <strong>de</strong>células envolvi<strong>da</strong>s na resposta imune quer na função <strong>de</strong>ssas células, alterando aresposta imunológica como um todo. Consi<strong>de</strong>rando tais alterações e os benefíciosque as mesmas po<strong>de</strong>m provocar na saú<strong>de</strong> é que acreditamos ser <strong>de</strong> fun<strong>da</strong>mentalimportância a busca <strong>de</strong> práticas físicas que venham a ser aplica<strong>da</strong>s tantoindivíduos saudáveis quanto em portadores <strong>de</strong> diferentes patologias.


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