Revista Penha | junho 2018
O que acontece, quem são as pessoas que marcam a Freguesia e ainda algumas curiosidades sobre a Penha de França. Uma revista editada pela Junta de Freguesia da Penha de França.
O que acontece, quem são as pessoas que marcam a Freguesia e ainda algumas curiosidades sobre a Penha de França.
Uma revista editada pela Junta de Freguesia da Penha de França.
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Nº. 27 Junho 18<br />
<strong>Revista</strong> Mensal<br />
Junta de Freguesia da <strong>Penha</strong> de França<br />
jf-penhafranca.pt<br />
M Freguesia<strong>Penha</strong>DeFranca<br />
P jf_penhafranca
Propriedade<br />
Junta de Freguesia da<br />
<strong>Penha</strong> de França<br />
Directora<br />
Sofia Oliveira Dias<br />
Subdiretor<br />
Manuel dos Santos Ferreira<br />
Coordenadora<br />
Teresa Oliveira<br />
Design e Grafismo<br />
Remarkable<br />
Fotografia<br />
André Roma<br />
Impressão<br />
WCC<br />
Tiragem<br />
23.500 exemplares<br />
Distribuição Gratuita<br />
Depósito Legal 408969/16<br />
EDITORIAL<br />
Este mês a página do editorial da nossa<br />
revista <strong>Penha</strong> é diferente. Não é, como<br />
habitual, um texto, mas sim um desenho.<br />
Aliás, sendo rigorosa, é uma banda<br />
desenhada – muito gira, por sinal. O seu<br />
autor é o Guilherme Pinto, que venceu<br />
a iniciativa ‘Presidente por um dia’ e<br />
que através destes desenhos relata a<br />
sua experiência ao, por um dia, partilhar<br />
comigo a presidência da Junta de<br />
Freguesia da <strong>Penha</strong> de França.<br />
Basta ver os desenhos para perceber por<br />
onde andámos e o que fizemos. Vimos<br />
projetos que neste momento estão em<br />
execução, outros que são marcos da<br />
nossa freguesia, e o dia acabou com a<br />
equipa que faz esta revista e de onde<br />
partiu a ideia de pedir ao Guilherme<br />
que passasse a sua experiência para<br />
desenho. O Guilherme gostou do dia,<br />
nós gostámos muito de o ter connosco.<br />
Quem sabe um dia aqui voltará, com<br />
responsabilidades políticas na <strong>Penha</strong> de<br />
França? Fica o desafio ao Guilherme e<br />
aos outros jovens da nossa freguesia.<br />
A democracia precisa do vosso empenho!<br />
Sofia Oliveira Dias<br />
Presidente da Junta de Freguesia<br />
da <strong>Penha</strong> de França<br />
sofia.dias@jf-penhafranca.pt<br />
SEDE DA JUNTA DE FREGUESIA<br />
Travessa do Calado, nº 2<br />
1170-070 Lisboa<br />
Telefone: 218 160 720<br />
Email: geral@jf-penhafranca.pt<br />
Secretaria: 2.ª a 6.ª feira, das 9h às 18h<br />
ESPAÇO MULTIUSOS<br />
Avenida Coronel Eduardo Galhardo (sob<br />
o viaduto da Avenida General Roçadas)<br />
Telefone: 218 100 390<br />
Email: multiusos@jf-penhafranca.pt<br />
Horário: 2.ª a 6.ª feira, das 9h30 às 22h<br />
Sábado, das 10h às 19h<br />
Secretaria: 2.ª a 6.ª feira, das 9h às 17h<br />
ESPAÇO NOVA ATITUDE<br />
Quinta do Lavrado, Avenida Marechal Francisco<br />
da Costa Gomes<br />
Telefone: 210 532 377<br />
Email: espaco.n.atitude@jf-penhafranca.pt<br />
Horário: 2.ª a 6.ª feira das 9h30 às<br />
13h e das 14h às 17h30<br />
2<br />
O Polo Morais Soares está encerrado por tempo indeterminado.
Presidente por Um Dia<br />
OLÁ, SOU O GUILHERME E<br />
SEMPRE VIVI NA FREGUESIA, em<br />
maio tive a oportunidade de<br />
a conhecer de outra forma.<br />
comecei o dia no centro de<br />
limpeza onde passei tempo com<br />
os funcionários, de seguida<br />
visitei os novos miradouros e<br />
o parque próximo da escola<br />
patrício prazeres e da av.<br />
mouzinho de albuquerque<br />
onde se consegue ver o rio<br />
tejo!<br />
passei pelo mercado de sapadres, que tem espaços agradáveis para almoçar ou beber café.<br />
apresentaram-me o projeto da mercearia social onde todos podemos ajudar famílias ao doar bens alimentares.<br />
passámos pelo novo<br />
mural da av. mouzinho<br />
de albuquerque que<br />
saúda todos os que<br />
nos visitam e os que<br />
cá moram. a música<br />
une multidões. para<br />
terminar, visitei a sede<br />
da nossa junta onde<br />
estive na companhia<br />
do pessoal que<br />
faz este jornal.<br />
obrigado pelo<br />
dia!!<br />
1
AS NOSSAS<br />
MARCHAS<br />
SÃO LiiiNDAS!<br />
Há poucas manifestações culturais que<br />
transmitam tão bem a alma de um bairro<br />
como as Marchas Populares. São um<br />
evidente exemplo de amor ao bairro onde<br />
nascem e de ligação à sua história e às<br />
suas gentes, que retribuem o carinho.<br />
Na nossa freguesia temos a sorte de<br />
contar com duas marchas, a Marcha do<br />
Alto do Pina e a Marcha da <strong>Penha</strong> de<br />
França. Oriundas de dois bairros muito<br />
característicos da freguesia, conjugam<br />
vontades, sacrifícios, imaginação,<br />
colorido, música. Conjugam o esforço<br />
de muitas dezenas de pessoas – porque<br />
por trás dos marchantes há muito<br />
trabalho – para culminar em dois dias<br />
mágicos de apresentação ao público.<br />
São nervos, poucas horas de sono,<br />
ansiedade, e depois uma alegria enorme,<br />
especialmente durante o desfile na<br />
Avenida da Liberdade a 12 de <strong>junho</strong>,<br />
a véspera do dia em que se celebra<br />
António, o Santo mais popular.<br />
2
Este ano ambas as Marchas obtiveram<br />
uma classificação que muito honra a<br />
freguesia: ficaram em quarto lugar. Se<br />
este ano o percurso da Marcha da <strong>Penha</strong><br />
de França foi tranquilo, a Marcha<br />
do Alto do Pina mostrou uma grande<br />
capacidade de luta.<br />
“Custou, mas foi…”, lia-se nas tshirts<br />
que envergavam nos ensaios, referindo-se<br />
à batalha para se apresentarem<br />
este ano a concurso por causa de um<br />
regulamento pouco conhecido da<br />
EGEAC que a prejudicava diretamente.<br />
Uma causa apoiada pela Junta de Freguesia<br />
da <strong>Penha</strong> de França e que teve<br />
um final muito feliz, apesar do esforço<br />
extra que este ano representou<br />
montar de raiz uma Marcha quando as<br />
outras já iam avançadas no processo.<br />
3
É mais do que justa uma enorme saudação<br />
às marchas da nossa freguesia.<br />
Muitos parabéns à Marcha do Alto do<br />
Pina e à Marcha da <strong>Penha</strong> de França,<br />
bem como ao Ginásio do Alto do Pina<br />
e ao Sporting Clube da <strong>Penha</strong>, que<br />
as organizam. São liiindas! Não há<br />
marchas como as nossas!<br />
4
UM ARRAIAL<br />
MEGA<br />
Este ano, o Mega Arraial: A Minha <strong>Penha</strong> é Linda foi ainda<br />
mais mega. Havia 400 lugares sentados à disposição dos<br />
fregueses, entre os dias 8 e 12 de <strong>junho</strong>, mas não chegaram<br />
para a procura.<br />
Pelo terceiro ano consecutivo organizado pelos Escuteiros<br />
da <strong>Penha</strong> de França – CNE 42, em parceira com a Junta de<br />
Freguesia, no Mercado de Sapadores houve sardinhas, bifanas,<br />
caracóis, chouriço assado, manjericos, música e muita<br />
animação.<br />
“Acho que as pessoas estão cada vez mais entusiasmadas<br />
com o bom ambiente, houve quem tivesse ido todos os dias”,<br />
relata a responsável, Teresa Silvestre, “e a qualidade dos<br />
nossos produtos também contou”.<br />
A trabalhar, com empenho, estiveram escuteiros dos 8 aos<br />
60 anos. E Teresa Silvestre acrescenta outro ingrediente:<br />
“Boa parte do sucesso do arraial deve-se aos pais” dos<br />
Lobitos, Exploradores, Pioneiros e Caminheiros, “que até<br />
já estão organizados no nosso agrupamento como os PEPs<br />
(pais dos escuteiros da <strong>Penha</strong>)”.<br />
O destino mais que provável de uma parte das verbas conseguidas<br />
é a tradicional viagem de verão do agrupamento,<br />
este ano numa praia fluvial em Oleiros.<br />
5
OS RAPAZES<br />
DO LUSITANO<br />
LUSITANO DA PENHA DE FRANÇA<br />
RUA PADRE SENA DE FREITAS, 22A<br />
TELEFONE: 215 992 099<br />
M LUSITANODAPENHADEFRANCA<br />
No verão de 1953, um grupo de<br />
rapazes convence os vizinhos a<br />
ajudá-los a criar o Lusitano da<br />
<strong>Penha</strong> de França. “Os jovens da<br />
rua, eu tinha 16 anos, os meus<br />
irmãos – éramos seis rapazes – e<br />
outros amigos aqui destas ruas,<br />
pensámos em fazer um clube e<br />
começámos a bater à porta dos<br />
vizinhos para pedir dinheiro para<br />
o criar. E a 1 de agosto de 53<br />
inaugurámos o clube!”. Quem o<br />
conta é Fernando Pinto Barbosa,<br />
evidentemente um dos fundadores.<br />
Primeiro teve uma sede pequenina,<br />
na Travessa do Calado, “mesmo<br />
em frente à Junta de Freguesia”,<br />
mas depois acabaram para<br />
vir para a sua atual localização,<br />
no n.º 22 A da Rua Padre Sena de<br />
Freitas. “Dantes aqui era a casa<br />
do padre, que nos deixava usar o<br />
terraço para fazer festas de Carnaval<br />
e bailes. Mais tarde, a sede<br />
do clube veio para aqui. Um dia<br />
demoliram a casa e construíram<br />
este prédio, mas o dono da obra<br />
cumpriu a promessa e deu-nos<br />
esta parte do rés-do-chão e a<br />
cave para sede do Lusitano”.<br />
O tempo passou, o clube continuou<br />
a fazer festas, a promover<br />
o convívio, sessões de teatro,<br />
ping-pong, futebol de 5, andebol,<br />
jogos de subutteo, continuou a<br />
ser um poiso certo para a vizinhança,<br />
novos e mais velhos. “Foi<br />
aqui que dancei com a minha<br />
mulher, ainda solteiro” recorda o<br />
Sr. Fernando, “teve uma boa fase<br />
durante uns quarenta anos, mas<br />
nos últimos vinte anos piorou”.<br />
E é aqui que entra em cena um<br />
novo grupo de rapazes<br />
que decidiu este ano resgatar<br />
o Lusitano da <strong>Penha</strong> de França<br />
da morte certa. Pedro António,<br />
Nuno Marques, Bruno Carvalho,<br />
Bruno Sousa e Sandra Mendes,<br />
juntaram-se para não deixar cair<br />
o clube que foi uma referência da<br />
sua infância e juventude.<br />
Face a uma ameaça de despejo,<br />
falaram com o Sr. Fernando. “Mais<br />
uma semana e o clube fechava”,<br />
considera Bruno, “seria mais um<br />
clube a desaparecer”, corrobora<br />
Pedro António, o atual presidente<br />
do Lusitano. Fecharam um acordo<br />
com a senhoria e os seis puseram<br />
mãos à obra para devolver a dignidade<br />
ao clube que em agosto<br />
faz 65 anos.<br />
Juntaram verbas, pagaram as<br />
dívidas que estavam em atraso.<br />
“O primeiro objetivo foi não deixar<br />
fechar o clube” explica Nuno Marques,<br />
o vice-presidente, “e depois<br />
torná-lo um sítio agradável onde<br />
toda a gente possa conviver”. No<br />
dia 1 de <strong>junho</strong> convidaram os vizinhos<br />
a “pôr de lado a televisão,<br />
6
o computador e telemóveis” e ir ao Lusitano.<br />
“Traga a família”, desafiaram, “vamos criar e<br />
manter laços e a nossa <strong>Penha</strong> de outrora”.<br />
O desafio foi aceite, e a vizinhança “primeiro<br />
desconfiou, mas depois começou a quebrar o<br />
gelo e dizem ‘ainda bem, ainda bem que pegaram’<br />
nisto”, conta o presidente. “Também<br />
se sentia a necessidade de aqui haver espaços<br />
abertos à noite”.<br />
A casa está de cara lavada, tanto quanto as<br />
posses permitiram. A mesa de snooker, em mau<br />
estado, recebeu um pano novo. Agora juntaram-se-lhe<br />
as setas, uma mesa de matraquilhos,<br />
televisão, wi-fi (“teve que ser”), uma X-Box<br />
para os mais novos e vão arranjar a velha mesa<br />
de ping-pong.<br />
Dois vizinhos já se ofereceram para dar aulas de<br />
defesa pessoal, karaté e muay thai. Há muitos<br />
projetos: abrir o espaço a exposições, torneios<br />
de jogos de tabuleiro, e também de xadrez em<br />
colaboração com a Escola Nuno Gonçalves.<br />
Para comer já há realidade: bifanas, tostas,<br />
cachorros, hambúrgueres, caracóis, moelas,<br />
salada de polvo e outros petiscos, todos a<br />
preços módicos. “Hoje tivemos faneca frita que<br />
um amigo pescador nos trouxe”, diz Bruno, o<br />
responsável pela comida.<br />
No dia em que conversámos chegou a máquina<br />
da imperial. “Queremos ir andando devagarinho”,<br />
explica a direção. Um dos problemas com<br />
que se debatem é a insonorização do espaço,<br />
uma obra para a qual ainda não há dinheiro. E<br />
dantes não havia esse problema? “Não, era o<br />
escritório do meu irmão”, ri-se Fernando Pinto.<br />
Também procuram sócios, cobrando quotas<br />
igualmente módicas. “Precisamos de renovar<br />
ainda mais, precisamos de mais gente jovem”,<br />
diz Nuno Marques. Mas, principalmente, querem<br />
“que toda a gente tenha vontade de aqui vir e<br />
que se sinta bem”. O objetivo parece muito perto<br />
de cumprido.<br />
O Lusitano da <strong>Penha</strong> de França está aberto de<br />
domingo a quinta das 17h às 24h, sexta e sábado<br />
das 16h às 2h.<br />
7
SabiaQ ue...<br />
RUI BANHA<br />
Responsável pela residência do ISCTE<br />
no Convento de Santos-o-Novo<br />
‘Estou aqui<br />
há uma vida’<br />
Quase cinco das seis décadas de vida de Rui Banha estão ligadas<br />
ao Convento, ou Mosteiro, de Santos-o-Novo. Primeiro ali a viver<br />
e depois como funcionário, entrando para o Instituto Sidónio Pais<br />
(do Professorado Primário) e trabalhando agora como responsável<br />
pela residência de estudantes do ISCTE – Instituto Universitário de<br />
Lisboa. É o herdeiro das memórias mais recentes de Santos-o-Novo,<br />
convento habitado quase sem interrupções desde 1629.<br />
Com que idade chegou a este<br />
Convento? Entrei neste Mosteiro a<br />
30 de setembro 1971, tinha 15 anos.<br />
Sou de Estremoz, no Alentejo, e<br />
tive de vir para Lisboa porque só<br />
havia liceu em Évora. O Instituto<br />
Sidónio Pais era um internato para<br />
filhos de professores primários: a<br />
minha mãe descontava uma quota<br />
para o Instituto e enviou-me para<br />
cá.<br />
Tinha as aulas aqui? Não, eram<br />
fora. Estudei no Liceu Gil Vicente,<br />
na Graça, onde fiz até ao antigo 7.º<br />
ano. Depois fui chamado para o<br />
serviço militar, por sorte na minha<br />
terra, e saí daqui um ano. Em 1979<br />
regressei, até hoje. Fiquei como<br />
assistente de estudos dos alunos<br />
mais novos e depois passei a funcionário.<br />
Quando é que o Instituto se instalou<br />
ao Convento? Em 1927, sempre<br />
no segundo andar. Nessa altura<br />
só ocupava três claustros, porque<br />
no quarto existia uma escola<br />
primária, a anterior à atual escola<br />
Oliveira Marques. Ainda há pessoas<br />
que aí estudaram, algumas moram<br />
no Largo de Santos-o-Novo. Esta<br />
secção do Instituto era só para rapazes<br />
– havia mais duas, femininas,<br />
em Lisboa e no Porto.<br />
Como era viver aqui? Dormíamos<br />
em camaratas, tínhamos um refeitório,<br />
um vestiário. Acordávamos<br />
por volta das 6h30 da manhã, às 7<br />
horas vínhamos para os claustros<br />
ao frio para tomar banho, tomávamos<br />
o pequeno almoço e íamos a<br />
pé para a escola, ou para o estudo.<br />
Toda a nossa vida era através de<br />
toques de campainha: levantar,<br />
comer, estudar, deitar.<br />
O que sentiu quando entrou neste<br />
convento enorme? Tudo era novo,<br />
tudo era diferente, vinha de uma<br />
terra sem transportes, sem nada.<br />
Foi uma mudança brusca e fui-me<br />
adaptando lentamente. Tive a sorte<br />
de, logo no primeiro dia, ver uma<br />
pessoa da minha terra. Depois foi<br />
bom, tal como ir estudar para o Gil<br />
Vicente, onde tive muito bons professores,<br />
como o professor José<br />
Hermano Saraiva.<br />
Lembra-se de entrarem miúdos…<br />
…a chorar? Foi o meu caso. Subi a<br />
escadaria, deixei a minha mãe ali à<br />
8
porta, ficámos com a lágrima no olho.<br />
E havia miúdos muito mais pequenos,<br />
vinham com nove, dez anos. Mas, depois,<br />
o relacionamento de uns com os<br />
outros era engraçado. No seu tempo<br />
era engraçado.<br />
Qual é o seu sítio preferido? Agora<br />
são os claustros. Em miúdo era a sala<br />
de jogos, onde tínhamos telefonia e<br />
televisão.<br />
Como era a relação com os Recolhimentos,<br />
no rés-do-chão do convento?<br />
Quando para cá vim era para filhas, viúvas,<br />
netas de oficiais do exército, não<br />
posso precisar se foi até 1974 – e até<br />
essa altura não podia lá entrar nenhum<br />
homem. Estiveram cá a mãe de Humberto<br />
Delgado e a filha, por exemplo.<br />
Depois, à medida que iam vagando as<br />
casas, entraram pessoas enviadas pela<br />
Segurança Social. Ainda houve namoros<br />
entre o rés-do-chão e o primeiro<br />
andar, e um aluno casou com a filha de<br />
uma senhora.<br />
Havia curiosidade dos rapazes com<br />
o que se passava no piso de baixo?<br />
Havia umas artimanhas, através dos<br />
quintais (risos).<br />
Aqui à volta tem mudado muito? Sim.<br />
O Mosteiro estava rodeado de barracas<br />
que só desapareceram quando<br />
construíram prédios para alojar estas<br />
pessoas. Aqui à frente há um palacete<br />
que era chamado Casa Mãe, onde<br />
freiras albergavam raparigas abandonadas,<br />
até, mais ou menos, 1974. Agora<br />
está transformado em apartamentos. A<br />
primeira vez que aqui entrei o barulho<br />
dos comboios, a noite toda, fez-me<br />
uma confusão diabólica - as locomotivas<br />
eram guardadas ao pé da<br />
atual ponte. E passavam elétricos:<br />
o 24 para a Rua da Alfândega, o 19<br />
que vinha do Poço do Bispo, o 13,<br />
para o Bairro da Serafina. Depois<br />
habituei-me ao barulho. Era uma<br />
zona com muito movimento.<br />
Quando é que o Instituto passou<br />
a residência do ISCTE? Depois de<br />
uma visita da ministra Maria de Lurdes<br />
Rodrigues. Viu tudo muito bem<br />
arranjado e o ICSTE precisava com<br />
alguma urgência de uma residência<br />
para estudantes. Vieram reunir-se<br />
com o meu diretor e comigo, na<br />
altura eu já era o responsável da<br />
residência, e a 1 de setembro de<br />
2007 passámos para o ISCTE.<br />
Quantos alunos vivem na residência?<br />
Agora são 80.<br />
Com condições muito diferentes<br />
das que tinha quando aqui viveu?<br />
Muito. Com muito mais liberdade.<br />
Nós tínhamos horas para tudo, hoje<br />
fazem a vida como quiserem.<br />
De que nacionalidades são? Metade<br />
são portugueses, de todo o país.<br />
Os outros vêm da China, de Macau,<br />
da Coreia, dos Estados Unidos da<br />
América, da Lituânia, de Itália, do<br />
Brasil, de Espanha, de França, da<br />
Turquia, da Grécia, da Venezuela…<br />
O que levam daqui os alunos da<br />
residência do ISCTE? O modo de<br />
vida uns dos outros, as comidas.<br />
Fazem as suas próprias refeições e<br />
agora adotaram um sistema em que<br />
cada dia fazem a comida de um dos<br />
países. Também tenho um livro de<br />
honra onde os alunos, ao saírem,<br />
me deixam a sua dedicatória. Deixaram-me<br />
coisas lindas escritas.<br />
Gosta de vir todos os dias para o<br />
Convento?<br />
É como se fosse a minha casa.<br />
Foram muitos anos a viver aqui, até<br />
casar, depois só a trabalhar. Já cá<br />
estou vão fazer 47 anos - é uma<br />
vida.<br />
9
'UMA AVENTURA<br />
COM MUITAS<br />
SURPRESAS'<br />
ELISA TAVARES<br />
hello.monalili@gmail.com<br />
5 WWW.MONALILI.COM<br />
M MONALILIKIDS<br />
Mona Lili é uma marca de roupa e<br />
acessórios de moda para crianças<br />
e adultos que, mais do que roupa,<br />
sugere uma atitude livre, divertida<br />
e arrojada para quem não quer<br />
sentir-se igual aos outros.<br />
Apoiada pelo <strong>Penha</strong> Empreende,<br />
aposta no contacto próximo e<br />
personalizado com o cliente. Se<br />
também precisar de ajuda para o<br />
seu negócio ou para concretizar<br />
a sua ideia, não hesite em marcar<br />
uma reunião através do email<br />
penhaempreende@jf-penhafranca.pt<br />
Como surgiu a ideia de criar<br />
a Mona Lili? Depois de alguns<br />
anos a trabalhar em marketing<br />
digital e conteúdos, despedime<br />
e fui à procura de todos os<br />
sonhos pendentes. Comecei<br />
com o voluntariado, primeiro<br />
em Lisboa, e depois no Laos<br />
e no Vietname. Vários destes<br />
projetos incluíram experiências<br />
na área da moda, colaborando<br />
com ONG's que precisavam<br />
que desenhasse coleções<br />
para criarem marcas sociais.<br />
Quando regressei a Lisboa, por<br />
brincadeira, comecei a esboçar<br />
algumas ideias, mas para enorme<br />
espanto meu eram peças de<br />
criança. Gostei e decidi que era<br />
o momento certo para saírem do<br />
papel. Três meses depois estava<br />
na minha primeira feira, com 29<br />
modelos para rapaz e rapariga<br />
dos 2 aos 12 anos. Depois,<br />
já lancei mais três coleções<br />
e recentemente comecei a<br />
explorar a criação e produção de<br />
acessórios (mochilas, fitas para<br />
o cabelo, écharpes, bolsas de<br />
cintura, etc) o que tem sido uma<br />
aprendizagem muito gratificante e<br />
desafiante.<br />
Que balanço faz do negócio?<br />
Tem sido uma aventura com<br />
muitas surpresas boas e abanões<br />
também. A primeira grande<br />
surpresa foi ter criado uma marca<br />
para criança e ela rapidamente<br />
ter evoluído para uma marca<br />
para miúdos e graúdos tal<br />
foi o interesse das pessoas<br />
para comprarem a roupa em<br />
‘tamanho adulto’. Para além<br />
disso, a percentagem de clientes<br />
estrangeiros esteve quase desde<br />
o início na ordem dos 50% e<br />
isso indica algum potencial<br />
para pensar numa estratégia de<br />
internacionalização/exportação.<br />
Quais são os seus objetivos?<br />
Continuar a aprender, mas<br />
estabilizar não só ao nível da<br />
parte financeira/negócio como<br />
também a equipa de produção.<br />
Para além disso, gostava de<br />
começar a investir em parcerias<br />
com novos makers e fazer<br />
coleções cápsula, fruto dessas<br />
parcerias.<br />
Como conheceu o <strong>Penha</strong><br />
Empreende?<br />
Foi uma feliz coincidência. Li<br />
algures que havia um gabinete<br />
na <strong>Penha</strong> de França que prestava<br />
apoio e esclarecimento a novos<br />
empreendedores. Decidi arriscar<br />
e ir conhecê-lo.<br />
No que é que o <strong>Penha</strong><br />
Empreende tem ajudado na<br />
criação do seu negócio?<br />
Desconstruiu uma serie de<br />
preconceitos e ‘bichos-papões’,<br />
nomeadamente na organização<br />
e sistematização do plano de<br />
negócios. Para além disso, a<br />
simpatia e disponibilidade para<br />
ajudar a pensar é tão grande que<br />
deixa qualquer um à vontade<br />
para partilhar as suas dúvidas e<br />
anseios. Recomendo vivamente.<br />
10
OS IRMÃOS<br />
DO CORTE<br />
CARLOS PINA / DAVID BORGES<br />
THE BROTHERS BARBERSHOP<br />
RUA HENRIQUE BARRILARO RUAS 15A<br />
TELEFONE: 211 313 233<br />
M THE_BROTHERSBARBERSHOP<br />
Carlos Pina e David Borges não são<br />
irmãos de sangue, mas são-no de<br />
vida. “Estivemos juntos na escola,<br />
no Praia-Campo”, recorda David,<br />
“somos os melhores amigos desde a<br />
infância”. Quando decidiram avançar<br />
para um negócio em conjunto,<br />
não havia outro nome possível: The<br />
Brothers Barbershop (Barbearia<br />
Os Irmãos, em inglês). Acabada de<br />
inaugurar, a The Brothers é o fruto<br />
do entusiasmo destes amigos pelas<br />
artes do corte de cabelo.<br />
Quem deu os primeiros passos foi<br />
o Carlos Pina. “Tenho cinco filhos e<br />
decidi comprar uma máquina para<br />
cortar o cabelo deles. Comecei pelo<br />
mais novo, gostei, os outros miúdos<br />
também, e os amigos começaram<br />
a incentivar-me a levar os cortes<br />
mais a sério”. Aceitou o desafio, e<br />
durante dois anos trabalhou na Vasco’s<br />
Barber Shop, na Rua Barão de<br />
Sabrosa. Foi onde ganhou “experiência<br />
de corte e de atendimento, junto<br />
com uma carteira de clientes”.<br />
Há um ano e meio decidiu dar o<br />
salto para um negócio próprio, já<br />
na Rua Henrique Barrilaro Ruas. O<br />
David, entretanto, tinha um trabalho<br />
à noite. “Era chato, queria mudar de<br />
vida, casar e ter filhos”. Pelo caminho<br />
ia vendo o seu amigo Pina a<br />
trabalhar, acabou por comprar uma<br />
máquina de corte e tirar um curso<br />
de cabeleireiro.<br />
O resultado é o que agora se vê. Um<br />
barbeiro grande e moderno, onde<br />
também se podem fazer tatuagens e<br />
arranjar as unhas ou os pés. Enquanto<br />
falávamos, apareceu o Martim,<br />
de 3 anos, para cortar, orgulhoso e<br />
muito bem-comportado, empoleirado<br />
em almofadas na sua cadeira de<br />
adulto.<br />
Os dois amigos são ecléticos: têm<br />
clientes dos 0 aos 80 anos, homens,<br />
principalmente, mas também mulheres.<br />
“As pessoas mais velhas vão<br />
mais para os cortes clássicos, mais<br />
vintage, e as mais novas preferem<br />
cortes mais criativos, com desenhos,<br />
por exemplo. Um dos mais complicados<br />
que já fiz até agora foi o de uma<br />
pena, saiu-me muito bem à primeira,<br />
mas quando o quis fazer outra vez<br />
não foi fácil”, ri-se Pina.´<br />
Carlos Pina mora ali na rua e David é<br />
da Avenida Afonso III. Um dos objetivos<br />
que têm é “não deixar morrer<br />
o comércio do bairro”, explica David,<br />
“num lugar onde a maior parte das<br />
lojas estão fechadas”. Outro ponto<br />
fundamental é que a barbearia<br />
esteja de portas abertas – tal como<br />
já estava a do Pina – aos jovens do<br />
bairro. “Temos aqui jogos para que<br />
eles tenham um sítio para onde<br />
vir, queremos ajudar a desviá-los<br />
da tentação dos maus caminhos”,<br />
acrescenta.<br />
Uma veia de beneficência que já<br />
vem de trás. “Aqui há uns tempos<br />
fomos cortar o cabelo a umas crianças<br />
com deficiência, em S. Vicente, e<br />
desde o Vascu’s que corto o cabelo<br />
aos rapazes da Casa do Ardina”,<br />
conta, por seu lado, Pina.<br />
Os Brothers defendem o corte à<br />
maquina, quer do cabelo (e só com<br />
elas se podem fazer os tão populares<br />
‘disfarces’), quer da barba (“é<br />
mais suave”). Mas, no final de contas,<br />
“o cliente é que manda”. Quanto a<br />
esta dupla de barbeiros, só querem<br />
é que estes de lá saiam satisfeitos e<br />
com um “granda pente”!<br />
11
O MELHOR DO MUNDO?<br />
- SÃO AS CRIANÇAS!<br />
Todos os dias são dias da criança, mas alguns<br />
são especiais. É o caso do 1 de <strong>junho</strong>, em que se<br />
celebra oficialmente o Dia Mundial da Criança<br />
para recordar que os mais novos devem crescer<br />
“em clima de felicidade, amor e compreensão”,<br />
recebendo “a proteção e a assistência necessárias<br />
para desempenhar plenamente o seu papel na<br />
comunidade”.<br />
São princípios básicos elencados na Convenção sobre<br />
os Direitos das Crianças, que também lhes reconhece<br />
“o direito de participar em jogos e atividades<br />
recreativas próprias da sua idade”. E isto é dizer o<br />
quê? Que, por lei, as crianças têm o direito de brincar!<br />
12
E foi o que aconteceu no dia 2 de <strong>junho</strong>, sábado,<br />
dia em que a Praça Paiva Couceiro se transformou<br />
num grande parque infantil. Além dos baloiços e<br />
dos outros equipamentos que permanentemente<br />
lá se encontram instalados, houve insufláveis,<br />
palhaços, balões, jogos, dança com a MDance,<br />
uma escola aqui da freguesia. Um dia de festa para<br />
celebrar os meninos e as meninas da <strong>Penha</strong> de<br />
França. E o <strong>Penha</strong>s, claro!<br />
No dia 1, também houve um momento especial<br />
para os alunos das escolas públicas do 1.º Ciclo do<br />
Ensino Básico. Todos estes meninos, retomando<br />
a tradição da <strong>Penha</strong> de França, receberam uma<br />
lembrança pelo dia: um saco colorido, ótimo para<br />
usarem nas férias do verão que se aproximam.<br />
Citando Fernando Pessoa:<br />
“Grande é a poesia, a bondade e as<br />
danças... Mas o melhor do mundo<br />
são as crianças”.<br />
13
MÚSICA<br />
PRIMAVERIL<br />
Como boa tradição, a talentosa Orquestra Ligeira<br />
Juvenil do CED D. Maria Pia da Casa Pia de Lisboa,<br />
sob a orientação do Prof. António Rascão, voltou<br />
à Praça Paiva Couceiro no dia 3 de <strong>junho</strong>. Foi um<br />
final de tarde ameno de primavera onde a plateia<br />
apreciou a música tocada por estes jovens artistas.<br />
Sucessos portugueses, estrangeiros – como uma<br />
ótima interpretação de Amy Winehouse – orquestra<br />
e cantores animados e empenhados. Com a surpresa<br />
da participação de vários antigos alunos que<br />
estavam na plateia e subiram ao palco para cantar e<br />
tocar.<br />
Agradecemos a todos: aos alunos, ao professor<br />
Rascão e à presidente da Casa Pia de Lisboa, Maria<br />
Cristina Fangueiro, que também esteve presente.<br />
14
UMA<br />
DELICIOSA<br />
PROVA NA<br />
ESCOLA DE<br />
HOTELARIA<br />
Os alunos do curso de cozinha da Escola Profissional de<br />
Hotelaria e Turismo de Lisboa, defenderam as suas Provas<br />
de Aptidão Profissional, com temas originais e atrativos.<br />
Bastava olhar para os pratos para perceber que iriam ter<br />
boa nota, já que eram tão bonitos quanto depois se mostraram<br />
deliciosos. Como numa orquestra, os seus colegas<br />
do curso de mesa e bar prestaram também um ótimo<br />
serviço.<br />
Uma deliciosa Prova de Aptidão Profissional, para a qual<br />
foram convidadas a presidente da Junta de Freguesia,<br />
Sofia Oliveira Dias e a vogal Capitolina Marques. Estavam<br />
também presentes responsáveis de hotéis e restaurantes,<br />
referências no mundo da hotelaria, a quem coube a tarefa<br />
de avaliar os alunos. Parabéns a todos pelo talento!<br />
15
NOVOS<br />
VENCEDORES<br />
NO POP<br />
PENHA<br />
A democracia não se esgota nas eleições e um dos momentos significativos<br />
da intervenção dos cidadãos na <strong>Penha</strong> de França é a participação no<br />
orçamento participativo promovido pela Junta de Freguesia. Este ano<br />
não foi exceção e já está terminado o terceiro POP <strong>Penha</strong> – Programa de<br />
Orçamento Participativo da <strong>Penha</strong> de França.<br />
Como nas edições anteriores, o processo<br />
começou pela apresentação de propostas<br />
pelos cidadãos, que depois de analisadas<br />
tecnicamente, passaram à fase de votação<br />
também pelos cidadãos residentes, trabalhadores<br />
e estudantes da <strong>Penha</strong> de França.<br />
E, este ano, os grandes vencedores são:<br />
• Homenagem ao Maestro Fernando<br />
Correia Martins, ilustre freguês da<br />
<strong>Penha</strong> De França<br />
Proposta apresentada por Alfredo<br />
Santos;<br />
• Revitalização do parque infantil da<br />
Av. General Roçadas<br />
Proposta apresentada por Ancuta<br />
Anton e por Célia Soares;<br />
De acordo com o regulamento, a Junta de<br />
Freguesia executará estes projetos em 2019.<br />
Quanto a programas anteriores, agora em<br />
<strong>junho</strong>, no dia 17, ficam executadas todas<br />
as propostas vencedoras do Orçamento<br />
Participativo de 2016 com a inauguração do<br />
parque canino da Parada do Alto de S. João.<br />
E também as propostas vencedoras em<br />
2017 estão a avançar: em julho estarão<br />
executados dois projetos.<br />
Com a ajuda de todos, a <strong>Penha</strong> fica mais<br />
linda.<br />
• Renovação do mobiliário do refeitório<br />
no Jardim de Infância e ATL – CSPPF<br />
Proposta apresentada por Maria<br />
Cândida Simão;<br />
• Dinamização de convívios e encontros<br />
intergeracionais na <strong>Penha</strong> de França<br />
Proposta apresentada por Carlos<br />
Rodrigues.<br />
16
17
CURTAS<br />
& AGENDA<br />
CELEBRAR COM<br />
AS FAMÍLIAS<br />
Dinamizado pelas CAF e AEC, aconteceu a<br />
16 de maio mais um dia da Família. Um dia<br />
divertido em que alunos do 1.º ciclo das escolas<br />
públicas da <strong>Penha</strong> de França e os seus<br />
familiares brincaram e se divertiram com<br />
jogos lúdicos. Um belo intervalo às aulas<br />
para estarem junto de quem mais gostam.<br />
5 AO DIA NO MARL<br />
De pequenino é que se come o pepino.<br />
Pepino, alface, brócolos, tomate e todos<br />
os outros legumes. Só que o tomate é fruto.<br />
Sabia? Pois, os mais pequenos ficaram<br />
a sabê-lo na visita que fizeram ao MARL,<br />
mais concretamente ao cantinho da 5 ao<br />
Dia. Aqui perceberam a importância das<br />
frutas, como o tomate, e dos legumes,<br />
como o pepino, numa alimentação equilibrada<br />
e saudável. Por isso não esqueça:<br />
cinco frutas ou legumes todos os dias é o<br />
que os pequenos adjetivariam como ‘TOP’!<br />
NOVOS BANCOS<br />
NA MOUZINHO<br />
As crianças no parque infantil, e pais, avós,<br />
irmãos, primos e amigos todos sentados<br />
nas novas mesas e cadeiras da Mouzinho<br />
de Albuquerque. Mais conforto para que a<br />
família possa aproveitar da melhor maneira<br />
a freguesia.<br />
18
ERVAS<br />
DANINHAS E<br />
LAVAGENS DAS<br />
RUAS<br />
ARTE URBANA NAS<br />
ESCOLAS<br />
O projeto escolar ‘Incursões pela Arte’,<br />
desenvolvido pela Câmara Municipal de<br />
Lisboa decorreu este ano nos Agrupamentos<br />
de Escolas Nuno Gonçalves e Patrício<br />
Prazeres. O resultado? O resultado é esse<br />
que pode ver nas fotografias. Incrível!<br />
Em 2016, a Junta de Freguesia da <strong>Penha</strong> de França<br />
abandonou o uso do herbicida glifosato para controlar<br />
as ervas daninhas que invadem os passeios. Razões sanitárias<br />
levaram a tal decisão, que na altura foi comunicada<br />
aos cidadãos, e que no mesmo ano foi aprovada<br />
na Assembleia Municipal de Lisboa. Já em 2017, “com o<br />
objetivo de reduzir e controlar os efeitos sobre a saúde<br />
pública da utilização destes produtos”, o Governo decidiu<br />
também “proibir a sua utilização em zonas de maior<br />
exposição da população”.<br />
Desde então têm sido experimentados vários métodos<br />
não tóxicos de remoção de ervas, como a utilização de<br />
uma solução de vinagre ou o corte manual das ervas,<br />
mas nenhum deles revelou a eficácia de um herbicida.<br />
Neste momento, o método usado pela Junta de Freguesia<br />
é o corte manual das ervas, o que implica que a<br />
planta não é cortada pela raiz, voltando a crescer se as<br />
condições se propiciarem.<br />
Foi o que aconteceu desde março, quando a chuva<br />
intensa, intercalada com períodos de sol, levou a um<br />
grande crescimento das ervas daninhas na freguesia.<br />
Nesta altura do ano, com o calor, já deveriam estar<br />
secas ou em processo de seca, mas voltaram a crescer<br />
com a chuva que se verificou em maio e <strong>junho</strong>, apesar<br />
de a equipa de corte de ervas estar diariamente nas<br />
ruas.<br />
Este é um assunto em cuja resolução a Junta de Freguesia<br />
está empenhada, procurando novos métodos que se<br />
mostrem mais eficazes dos que até agora são utilizados,<br />
desde que não coloquem em perigo a saúde de pessoas<br />
e animais. Razão pela qual acabou de adquirir duas<br />
novas roçadoras elétricas.<br />
UMA EDITORA FAMILIAR<br />
Edições Vieira da Silva. Uma editora presente<br />
na nossa freguesia que é e continuará<br />
a ser também um negócio familiar.<br />
Foi assim apresentada à presidente Sofia<br />
Oliveira Dias na visita que foi convidada a<br />
fazer a este espaço defronte do Forte de<br />
Santa Apolónia. Uma editora familiar, mas<br />
com os olhos postos no futuro.<br />
Assunto que também tem sido questionado por alguns<br />
cidadãos é o das lavagens. Como foi divulgado nesta<br />
revista em dezembro, foi decidido tomar medidas de<br />
poupança de água e suspender as lavagens de ruas<br />
face à situação de seca que se verificou no país até<br />
aos primeiros meses de <strong>2018</strong> - em fevereiro, 83% do<br />
país encontrava-se em seca severa. A chuva que caiu a<br />
partir de março foi limpando as ruas e permitiu repor<br />
as reservas de água do país. Face a esta condição, as<br />
lavagens irão ser retomadas nos meses de verão.<br />
19
CURTAS<br />
& AGENDA<br />
CONCERTO ERASMUS +<br />
Concerto que que abre com a (passamos<br />
a redundância) ‘Abertura 1812’ de Tchaikovsky<br />
é concerto que vale a pena escutar<br />
sentado na Igreja de Nossa Senhora da<br />
<strong>Penha</strong> de França. Ainda para mais se for<br />
interpretado pela excelente e dinâmica<br />
Orquestra Nuno Gonçalves. Parabéns ao<br />
Agrupamento de Escolas Nuno Gonçalves<br />
pela dedicação e por todas as Músicas &<br />
Musicais.<br />
AGENDA<br />
JUNHO<br />
Dia 25<br />
Início das inscrições Verão <strong>Penha</strong> Sénior<br />
Dia 28<br />
Workshop alimentação saudável para idosos<br />
Dia 30<br />
Aulas abertas de Tai Chi e Zumba<br />
Praça Paiva Couceiro, 9h30 (Tai Chi), 10h30 (Zumba)<br />
Encontro de Coros<br />
Igreja da Madre de Deus, 17h30<br />
JULHO<br />
Dia 6 e 7<br />
‘Costas da cidade’<br />
Praça Lig@-te ao Bairro, Av. Marechal Francisco da Costa Gomes<br />
17h30<br />
MINI DÉRBIS VOLTAM<br />
À PENHA<br />
Os jogadores podem ser pequenos, movidos<br />
a toques de quem alimenta esta paixão<br />
pelo subutteo, mas os dérbis são vibrantes.<br />
Um dia passado na <strong>Penha</strong> à volta de<br />
três estádios e de muitos jogos emocionantes.<br />
Uma preparação para o mundial da<br />
Rússia, talvez...<br />
Saiba mais nas vitrinas da Junta de Freguesia, em<br />
www.jf-penhafranca.pt e M Freguesia<strong>Penha</strong>DeFranca<br />
20
ASSEMBLEIA<br />
DE FREGUESIA<br />
As Comissões<br />
Permanentes da<br />
Assembleia<br />
A Assembleia de Freguesia da <strong>Penha</strong><br />
de França não se esgota nas suas reuniões<br />
plenárias. Para o mandato 2017<br />
-2021, os membros da Assembleia<br />
aprovaram a constituição de Comissões<br />
Permanentes para prepararem e<br />
apoiarem o processo de decisão.<br />
São elas, cada uma coordenada por<br />
uma força política com representação<br />
na Assembleia de Freguesia:<br />
• Comissão Permanente de Desporto<br />
e Associativismo, coordenada<br />
pelo PCP;<br />
• Comissão Permanente de Educação,<br />
Cultura e Juventude, coordenada<br />
pelo BE;<br />
• Comissão Permanente de Urbanismo,<br />
Gestão Territorial e Sustentabilidade,<br />
coordenada pelo PAN;<br />
• Comissão Permanente de Habitação<br />
e de Acompanhamento das<br />
Obras em Edifícios Municipais,<br />
coordenada pelo CDS/PP;<br />
• Comissão Permanente de Desenvolvimento<br />
Social e Saúde,<br />
coordenada pelo PS;<br />
• Comissão Permanente de Finanças<br />
e Património, coordenada pelo<br />
PSD.<br />
A Assembleia de Freguesia não é o lugar<br />
da oposição, mas o lugar de participação de<br />
todos.<br />
O Estado Democrático de Direito, conseguido<br />
com o 25 de Abril e 25 de Novembro, é aquele<br />
cujo poder vem do povo definindo uma separação<br />
de poderes e um conjunto de Leis que são<br />
Obrigações de todos: Assim, o Direito nestes<br />
Estados Democráticos fundamenta-se num conjunto<br />
de OBRIGAÇÕES individuais e coletivas.<br />
Por vezes vemos confundido o Estado de Direito<br />
com um Estado que deve garantir direitos por vezes<br />
adquiridos sem deveres ou um Estado que<br />
não se deve intrometer em deveres que não gerem<br />
direitos; vemos, por exemplo, extremismos<br />
de esquerda que exigem direitos adquiridos de<br />
emprego sem trabalho e de direita que exigem<br />
trabalho obrigatório sem direitos.<br />
Estamos a celebrar os 20 anos da Lei 24 que define<br />
o Estatuto do Direito da Oposição! Esta Lei<br />
garante que as minorias representadas nas Assembleias<br />
tenham o direito a serem informadas<br />
e ouvidas para poderem depor, pronunciar-se e<br />
participar.<br />
No fundo, tudo se pode resumir ao direito e ao<br />
dever de PARTICIPAR.<br />
Se se trata do direito e do dever de PARTICIPAR<br />
então não se devia falar de Direito de Oposição<br />
mas, o DEVER DE TODOS os eleitores e eleitos,<br />
que têm na Assembleia o seu lugar natural de<br />
PARTICIPAÇÃO:<br />
É na Assembleia que se concretiza a plena Democracia<br />
Representativa, efetivada por todos os<br />
membros eleitos, e por isso é que aqueles que<br />
assumem funções executivas (Junta) são substituídos<br />
por outros da mesma força política e que<br />
têm os mesmos direitos e deveres dos que se<br />
designam de oposição;<br />
É na Assembleia que se concretiza também a<br />
plena Democracia Participativa, efetivada pela<br />
participação dos fregueses, e por isso é que em<br />
todos Plenários da Assembleia se contempla a<br />
presença e a participação do público.<br />
Esta dimensão participativa de todos os eleitos<br />
está bem patente nas Comissões Permanentes<br />
da Assembleia de Freguesia da <strong>Penha</strong> de França,<br />
que até têm correspondência com os Pelouros<br />
da Junta de Freguesia;<br />
Esta dimensão participativa deveria ser natural<br />
nos Requerimentos, Moções, Recomendações e<br />
Votos que se apresentam nos Plenários da Assembleia.<br />
Esta dimensão participativa vai muito para além<br />
da apreciação e fiscalização da Junta de Freguesia!<br />
Os Plenários da Assembleia não podem ser<br />
entendidos como programas ao vivo de ‘Prós e<br />
Contras’!<br />
Todos foram eleitos para participarem na melhoria<br />
de vida dos fregueses!<br />
Ou será que alguém fica incomodado em<br />
comprometer-se com a Junta atual na melhoria<br />
das condições de vida dos fregueses que<br />
sejam seus potenciais eleitores?<br />
José Ferreira<br />
Eleito do PS<br />
21
NÃO FUMAR OU<br />
DEIXAR DE FUMAR?<br />
EIS A QUESTÃO!<br />
Haverá ainda legitimidade para duvidar dos malefícios do tabaco?<br />
Mesmo após mais de 60 anos de evidência científica sobre os seus<br />
efeitos negativos?<br />
Atualmente, a maioria dos fumadores<br />
está informada sobre os efeitos nocivos<br />
do fumo do tabaco, mas tomar a<br />
decisão de deixar de fumar é muitas<br />
vezes um passo difícil de dar.<br />
Se para os fumadores mais idosos a<br />
clara associação com a doença poderá<br />
ser um incentivo suficientemente forte<br />
para a cessação, no caso dos fumadores<br />
mais jovens, habitualmente saudáveis,<br />
falar de doenças não constitui uma<br />
estratégia eficaz o suficiente. ‘Há muito<br />
tempo para aparecerem as doenças!’,<br />
acreditam.<br />
Fruto desta dificuldade, têm sido<br />
desenvolvidas inúmeras campanhas<br />
de sensibilização para as populações.<br />
Umas mais polémicas do que outras,<br />
tentam por diversas maneiras alertar ou<br />
sensibilizar os fumadores para o efeito<br />
deletério do tabaco, quer para a sua<br />
saúde pessoal, quer para a saúde dos<br />
que o rodeiam.<br />
‘É muito difícil!’, exprimem os<br />
fumadores e os profissionais de saúde<br />
envolvidos neste processo, mas os<br />
esforços desenvolvidos não devem<br />
ser considerados inglórios porque<br />
a cessação tabágica terá sempre<br />
benefícios, imediatos e a longo prazo,<br />
sendo tanto maiores quanto mais<br />
precoce for.<br />
Parar de fumar aos 60, 50 ou 40 anos<br />
faz aumentar a esperança média de<br />
vida em 3, 6 e 9 anos, respetivamente.<br />
Parar de fumar antes dos 30 anos evita a<br />
quase totalidade dos malefícios do fumo<br />
do tabaco.<br />
No entanto, além das campanhas<br />
realizadas, das medidas políticas<br />
antitabágicas, para abandonar o tabaco<br />
o fumador tem que querer mudar<br />
comportamentos e o médico de<br />
família só conseguirá ajudar caso haja<br />
motivação.<br />
É neste contexto que a USF Oriente<br />
redigiu este artigo, pretendendo<br />
motivar e informar os utentes sobre os<br />
efeitos do tabaco e divulgar a consulta<br />
de cessação tabágica desenvolvida no<br />
Centro de Saúde da Alameda.<br />
É nesta ótica que deixamos alguns<br />
factos sobre o tabaco:<br />
• O fumo do tabaco contém mais de<br />
7000 químicos, 70 cancerígenos e<br />
centenas de tóxicos.<br />
• Em 2025 o tabaco será a principal<br />
causa de morte e de incapacidade<br />
no mundo. Em Portugal o tabaco é<br />
responsável por cerca de 10% das<br />
mortes na população com mais de<br />
30 anos.<br />
• Em média os fumadores morrem<br />
dez anos mais cedo do que os não<br />
fumadores.<br />
• O consumo de tabaco é o fator de<br />
risco cardiovascular evitável mais<br />
importante.<br />
• O risco de ter cancro é o dobro nos<br />
fumadores, e o risco de desenvolver<br />
doenças respiratórias é cerca de 4<br />
vezes superior.<br />
• Mesmo apenas pequenos consumos<br />
diários (1 a 4 cigarros por dia) e a<br />
exposição ao fumo ambiental (em<br />
particular se exposição continuada<br />
e em locais fechados) têm efeitos<br />
nocivos significativos.<br />
Para os mais jovens serão mais<br />
relevantes outros fatores:<br />
• O mau hálito, o cabelo e a roupa a<br />
cheirar mal.<br />
• A menor tolerância ao esforço.<br />
• O dinheiro que se gasta (fumar 1<br />
maço por dia custa 135, 810 ou<br />
1620€ ao fim de 1, 6 ou 12 meses,<br />
respetivamente).<br />
• O impacto ambiental.<br />
• A disfunção eréctil mais precoce.<br />
Se tiver dúvidas acerca dos malefícios<br />
do tabaco ou quiser ajuda para deixar<br />
de fumar, fale com o seu médico de<br />
família.<br />
USF Oriente<br />
Telefone: 218 10 10 10<br />
Avenida Afonso III, Lote 16<br />
22
UM RAIO X<br />
À SAÚDE<br />
A EXPO SAÚDE chegou à <strong>Penha</strong> de França no dia 20 de maio,<br />
com a finalidade de promover estilos de vida saudáveis através<br />
da educação para a saúde e da prevenção de doenças comuns.<br />
A equipa organizadora foi composta por vários profissionais<br />
de saúde e voluntários, devidamente formados, que realizaram<br />
uma série de exames de saúde totalmente gratuitos,<br />
oferecendo também aconselhamento médico sobre como<br />
melhorar os hábitos de vida. Os exames realizados foram a<br />
medição da percentagem de gordura corporal, da pressão<br />
arterial, a avaliação do colesterol, da glicémia e da função<br />
pulmonar, passando pelo exame de forma física de Harvard,<br />
experimentando uma massagem relaxante e terminando no<br />
cálculo da Idade pela Saúde.<br />
Um evento do pelouro da Ação Social da Junta de Freguesia<br />
da <strong>Penha</strong> de França com a Associação Internacional de<br />
Temperança.<br />
A SEGURANÇA<br />
COMEÇA EM<br />
CASA<br />
Quando a idade começa a avançar e a autonomia<br />
decresce, é essencial que as pessoas conheçam os<br />
cuidados que podem ter em casa para minimizar<br />
acidentes, de forma a proporcionar o máximo de<br />
bem-estar e garantindo a sua segurança.<br />
Manter uma boa iluminação, prender fios elétricos e<br />
de telefone à parede e colocar uma barra de apoio<br />
na banheira são pequenos detalhes que pode ter em<br />
casa. Foi este o objetivo do workshop 'Casa Segura'<br />
promovido pela Junta de Freguesia e particularmente<br />
dirigido à população sénior da nossa <strong>Penha</strong> de<br />
França.<br />
23
APOSTA NA<br />
PREVENÇÃO<br />
Porque nunca é demais prevenir, os monitores do<br />
Verão <strong>Penha</strong> participaram numa ação de formação<br />
onde tiveram uma demonstração teórica e prática<br />
de manobras de suporte básico de vida e receberam<br />
ainda uma máscara de ventilação assistida.<br />
Agora é só contar os dias que faltam para o Verão<br />
<strong>Penha</strong> e as nossas crianças e adolescentes terem<br />
umas férias sempre em segurança e bem divertidas!