libertad_de_expresion_consumo_comunitario_y_desafios_profesionales
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Consi<strong>de</strong>rações Finais<br />
A criação do fonograma representa um ponto <strong>de</strong> inflexão só similar em importância ao <strong>de</strong>senvolvimento<br />
das ferramentas digitais, que possibilitam o compartilhamento livre <strong>de</strong> conteúdos musicais, transfigurando<br />
as formas <strong>de</strong> <strong>consumo</strong> e permitem aos músicos – aos trabalhadores culturais – a apropriação <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>terminadas etapas do processo <strong>de</strong> produção e distribuição. Daí, retiram-se dois importantes objetos<br />
empíricos <strong>de</strong> estudo sobre a economia da música. Se a música hoje está disponível em vários formatos,<br />
não se restringindo ao CD e ao DVD e a discussão sobre a organização da ca<strong>de</strong>ia produtiva da música<br />
torna-se essencial.<br />
Ao mesmo tempo, cabe perguntar quais as consequências da apropriação por parte dos músicos das<br />
novas tecnologias, em termos, entre outros aspectos, do fim da exclusivida<strong>de</strong> no papel <strong>de</strong> intermediação<br />
que as gran<strong>de</strong>s gravadoras sempre assumiram entre o artista e o público. Em que medida este processo<br />
altera e/ou re<strong>de</strong>fine a triangulação gravadoras-meios <strong>de</strong> comunicação-audiência?<br />
Para tanto, nossa proposta passa por uma abordagem <strong>de</strong>finida em termos <strong>de</strong> uma Economia Política da<br />
Música, que se <strong>de</strong>lineia em nossas proposições a partir <strong>de</strong> três eixos, articulados dialeticamente e situados<br />
historicamente, o trabalho, a tecnologia e o mercado. Incorporando a<strong>de</strong>mais o já apontado pela<br />
EPC, a respeito da natureza específica dos bens culturais, sua unicida<strong>de</strong>, o problema da aleatorieda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
sua valorização/aleatorieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua realização e a subsunção limitada do trabalho cultural, intelectual e<br />
criativo ao capital.<br />
Volúmen 2<br />
Página<br />
59<br />
Devemos pensar, assim, em termos <strong>de</strong> uma radical apropriação social das ferramentas digitais, ou seja,<br />
que extrapolem o uso e o conhecimento relativo ao seu uso e as suas possibilida<strong>de</strong>s tecnológicas e <strong>de</strong><br />
mercado, mas na articulação a um projeto social, que permita pontuar a música como uma enunciadora<br />
e uma promotora <strong>de</strong> transformações “da” e não somente “na” socieda<strong>de</strong>.<br />
Universidad <strong>de</strong>l Norte - Corporación Colombia Digital