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eportagem 46 MOBILIDADE E LOGÍSTICA Kiosk Guerin Do sofá à mobilidade Para o projeto Kiosk Guerin, os tempos em que alugar um carro à saída do aeroporto significava quase sempre longas horas numa fila interminável e uma valente dor de cabeça pertencem definitivamente ao passado. Hoje, basta uma ligação à internet, alguns cliques e um processo simples, e tudo fica resolvido numa questão de minutos. A ideia surgiu em 2020, quando a pandemia obrigou a Guerin a repensar o seu modelo de negócio num mercado altamente competitivo. Inovadores, encontraram uma solução que eleva a experiência oferecida: o processo burocrático imposto por lei foi simplificado para ser preenchido intuitivamente pelo cliente e a celeridade com que tudo fica resolvido tornou- -se realidade. “Durante anos, os clientes eram obrigados a ceder-nos longos minutos do seu precioso tempo em processos burocráticos penosos e datados. Hoje, o tempo é um ‘bem’ valioso e tudo fazemos para respeitar ao máximo essa noção”, garante Delfina Acácio, diretora-geral da Guérin. Agora, é a empresa que se adapta ao cliente, não o contrário. E isso significa que ele decide como, quando e onde quer agilizar o seu processo de aluguer. Seja no conforto do sofá, numa esplanada à beira-mar ou antes de entrar numa reunião. Basta ter acesso à internet, dispensar alguns minutos no preenchimento da documentação e estará pronto para seguir viagem. Para já, é possível encontrar 11 Kiosks Guerin no aeroporto de Lisboa, lado a lado com outros três postos de atendimento mais tradicionais. Ligação à internet e alguns cliques. Estes projetos simplificam ao máximo processos até agora demorados e burocráticos RELACIONAMENTO COM O CIDADÃO E PARTICIPAÇÃO Mobicab Flexível O poder das ligações na comunidade Um projeto inclusivo, que promove a igualdade, é amigo do ambiente e dinamizador da economia local: assim é o Mobicab Flexível, uma iniciativa com cunho da Câmara Municipal de Castelo Branco e um exemplo de como as ligações (de mobilidade, sociais e económicas) são fundamentais em comunidade. A celebrar um ano de atividade, o Mobicab foi pensado para minimizar o isolamento de algumas franjas da população albicastrense, maioritariamente idosos, a viver em locais onde a rede pública de transportes não servia as suas reais necessidades. “A Mobicab veio trazer inclusão, igualdade, potenciar a economia local e ainda é amigo do ambiente”, afirma com entusiasmo Hélder Henriques, vice-presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco. Para usar o Mobicab basta ligar para o número gratuito da câmara municipal (800 272 000) até às 15h00 horas do dia anterior, requisitando o serviço. A partir daí a Mobicab trabalha em articulação com os operado-
es locais (táxis) e, na hora agendada, lá está o veículo que o deixará perto de um ponto da rede pública de transportes da cidade. Sem necessidade de papelada, aplicações complicadas ou custos extra associados. Os números do projeto confirmam o seu sucesso: lançado a 1 de julho de 2022, a Mobicab conta com mais de 1.000 pedidos feitos pelos munícipes. E isso traduziu-se num aumento significativo da utilização da rede pública de transportes, com mais 12 mil viagens em relação ao período homologo. DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO Plataforma de Gestão Inteligente de Lisboa A informação ao serviço da cidade Com mais de 100 km² e perto de 548 mil habitantes, Lisboa tem uma complexa teia de infraestruturas, serviços e inúmeras comunidades. Criada em 2015 (mas totalmente operacional a partir de 2018), a Plataforma de Gestão Inteligente de Lisboa é uma poderosa ferramenta para garantir que tudo corre de feição na capital do país. Intuitiva, é uma engenhosa solução tecnológica para concentrar num único espaço toda a informação vital da cidade, até então diluída pelos diferentes serviços e infraestruturas da capital. Com alta capacidade de processamento, permite a monitorização, gestão operacional e realização de análise sobre os dados gerados por todo o ecossistema urbano. Diariamente, recebe e trata um grande volume de dados, provenientes de câmaras de vídeo, sensores, sistemas de informação da CML e de parceiros externos. “Não queremos substituir nenhum dos sistemas de informação já existentes – e com provas dadas –, mas sim beber desse conhecimento, para uma visão o mais fiel possível da cidade”, explica Célia Aguiar, diretora do Centro de Gestão e Inteligência Urbana de Lisboa. Um trabalho complexo – inclui mais de 250 sistemas e camadas de informação diferentes, integrando entidades como Epal, EDP, Turismo de Lisboa, Infraestruturas de Portugal, Carris, entre tantas outras – e que é partilhado com a comunidade através do Portal de Dados Abertos de Lisboa e da app Lisboa.24. Engenhosas soluções tecnológicas tornam as cidades verdadeiramente mais sustentáveis SUSTENTABILIDADE, ECONOMIA CIRCULAR E DESCARBONIZAÇÃO Recolha seletiva de biorresíduos em Cascais Verde é a cor da esperança A partir de 1 de janeiro de 2024, é imperativo que todas as cidades europeias façam a recolha, separação e reaproveitamento dos restos orgânicos produzidos pelos seus munícipes. Estarão as cidades portuguesas prontas para alcançar estas metas? Cascais está certa de que cumprirá esta diretiva europeia, graças a um projeto inovador de recolha seletiva de biorresíduos que está a implementar na região. Mas desengane-se quem pensa que esta inovação se traduz em investimentos e gastos avultados para o município. Nada disso. Com apenas um pequeno saco de plástico verde e um leitor ótico o impacto é tremendo. Mas como funciona o projeto na prática? “Em poucas palavras, separa-se no contentor o que agora está completamente misturado!”, explica Luís Almeida, presidente do conselho de administração da Cascais Ambiente. Cada munícipe recebe gratuitamente um rolo de sacos verdes com até sete litros, que deverão usar para des- 47
