12.04.2013 Views

Introdução ao Pentateuco, da aula em PowerPoint to PDF.

Introdução ao Pentateuco, da aula em PowerPoint to PDF.

Introdução ao Pentateuco, da aula em PowerPoint to PDF.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

com Deus, o cui<strong>da</strong>do <strong>em</strong> distinguir o que pode ser a vontade de Deus, a dificul<strong>da</strong>de de ouvir a<br />

Deus <strong>em</strong> <strong>to</strong><strong>da</strong>s as dimensões <strong>da</strong> existência, o que faz surgir a questão dolorosa <strong>da</strong> infideli<strong>da</strong>de, a<br />

necessi<strong>da</strong>de do perdão para se continuar a avançar no caminho <strong>da</strong> fé” (J. Briend).<br />

Assim, o <strong>Pentateuco</strong>, como <strong>to</strong>do o Antigo Testamen<strong>to</strong>, está aber<strong>to</strong> a uma leitura cristã. Ao seguir<br />

as idéias determinantes de ca<strong>da</strong> tradição, constata-se que elas converg<strong>em</strong> para Jesus de Nazaré.<br />

De fa<strong>to</strong>, Jesus não veio coroar a esperança na vin<strong>da</strong> de um rei segundo o coração de Deus, na<br />

perspectiva <strong>da</strong> tradição Javista (J)? Não pod<strong>em</strong>os ver a provação e o sofrimen<strong>to</strong> como caminho de<br />

salvação, descri<strong>to</strong>s pela Eloísta (E), como que uma prefiguração <strong>da</strong>s perseguições e sofrimen<strong>to</strong>s<br />

de Jesus? A Deuteronomista (D) se orienta <strong>em</strong> vista <strong>da</strong> organização de uma ass<strong>em</strong>bléia unânime<br />

no serviço de Deus: não deveríamos ver nisso um apelo a um dom do Espíri<strong>to</strong> trabalhando no<br />

coração humano para <strong>to</strong>rná-lo m<strong>em</strong>bro <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de fraterna nasci<strong>da</strong> no Pentecostes? A<br />

tradição Sacerdotal (P), justamente preocupa<strong>da</strong> com a reconciliação com Deus, não encontra sua<br />

resposta final na teologia neotestamentária?<br />

Finalmente, a leitura do <strong>Pentateuco</strong> nos l<strong>em</strong>bra que ain<strong>da</strong> estamos <strong>em</strong> marcha para Deus e que<br />

nossa lentidão é, não raras vezes, mui<strong>to</strong> s<strong>em</strong>elhante à do povo de Israel!<br />

A experiência e a reação de Israel <strong>ao</strong> Exílio lança preciosa luz sobre nossa situação atual no<br />

âmbi<strong>to</strong> <strong>da</strong> fé e <strong>da</strong> cultura. Vimos que confli<strong>to</strong>s teológicos dele derivados <strong>to</strong>caram profun<strong>da</strong>mente a<br />

alma do povo e pod<strong>em</strong> ser considerados determinantes no processo de compilação do <strong>Pentateuco</strong>.<br />

Daí que a força desses escri<strong>to</strong>s se radica, antes de tudo, no fa<strong>to</strong> de ter<strong>em</strong> aju<strong>da</strong>do Israel a<br />

conservar a fé durante sua maior provação e confiar na promessa de Iahweh, mantendo a<br />

comuni<strong>da</strong>de uni<strong>da</strong>, quando tudo parecia perdido.<br />

Ora, “não t<strong>em</strong>os aqui ci<strong>da</strong>de permanente, mas procuramos a que há de vir”, nos l<strong>em</strong>bra a Carta<br />

<strong>ao</strong>s Hebreus (13,14). A Igreja s<strong>em</strong>pre se considerou como “peregrina” neste mundo. Viv<strong>em</strong>os no<br />

Exílio, pois “a Igreja só será consuma<strong>da</strong> na glória celeste…” (Lumen Gentium, 48). Por isso, a<br />

leitura do <strong>Pentateuco</strong> mui<strong>to</strong> aju<strong>da</strong> e anima a reafirmar a fé e o compromisso com o Reino, denuncia<br />

a idolatria, alimenta a esperança nas promessas de Deus e suscita o desejo de continuar a prática<br />

do b<strong>em</strong>, mesmo <strong>em</strong> condições adversas.<br />

A mensag<strong>em</strong> do <strong>Pentateuco</strong> é, pois, de grande atuali<strong>da</strong>de. Como outrora, constatamos que muitas<br />

bases aparentes <strong>da</strong> fé ruíram. “Tentativas de provar a existência de Deus através de milagres ou<br />

de fun<strong>da</strong>mentar a fé numa visão pré-crítica <strong>da</strong> Escritura apenas mostram quão persuasivo se<br />

<strong>to</strong>rnou o silêncio de Deus. Ninguém escapa do Exílio!” (R.W. Klein).<br />

A ciência e a tecnologia tampouco trouxeram mais paz <strong>ao</strong> mundo: “o gênero humano nunca dispôs<br />

de tantas riquezas, possibili<strong>da</strong>des e poder econômico. No entan<strong>to</strong>, ain<strong>da</strong> uma parte considerável<br />

<strong>da</strong> humani<strong>da</strong>de padece fome e miséria e analfabetismo (…). Assim, o mundo moderno se<br />

apresenta <strong>ao</strong> mesmo t<strong>em</strong>po poderoso e débil, capaz de realizar o ótimo e o péssimo, porquan<strong>to</strong> se<br />

lhe abre o caminho <strong>da</strong> liber<strong>da</strong>de ou <strong>da</strong> escravidão, do progresso ou do regresso, <strong>da</strong> fraterni<strong>da</strong>de ou<br />

do ódio. Além disso, o hom<strong>em</strong> se <strong>to</strong>rna consciente de que depende dele dirigir retamente as forças<br />

por ele desperta<strong>da</strong>s e que o pod<strong>em</strong> oprimir ou lhe servir” (Gaudium et Spes, 208 e 229).<br />

O <strong>Pentateuco</strong> insiste que o Exílio foi o resultado de vários séculos de busca de “outros deuses”.<br />

Por isso, nos auxilia imensamente no combate <strong>ao</strong>s três ídolos que, freqüent<strong>em</strong>ente, tentam nos<br />

seduzir e dominar: o TER, o PODER e o PRAZER (Puebla, 491-500). De fa<strong>to</strong>, o Exílio está aqui<br />

entre nós! E dentro de nós!<br />

No século VI a.C., o povo percebeu a necessi<strong>da</strong>de de manter sua identi<strong>da</strong>de. Também precisamos<br />

reafirmar a nossa: o amor, a soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>de e a defesa <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>!<br />

Contudo, o Exílio é t<strong>em</strong>po de esperança. Israel transformou seus probl<strong>em</strong>as <strong>em</strong> oportuni<strong>da</strong>des<br />

teológicas. Também o nosso Exílio pode ser o t<strong>em</strong>po oportuno para au<strong>da</strong>ciosas afirmações de fé.<br />

No <strong>Pentateuco</strong>, a certeza <strong>da</strong> presença de Deus <strong>to</strong>rnou-se realmente a boa nova para os exilados.<br />

Também t<strong>em</strong>os a mesma garantia: “Eu estarei convosco <strong>to</strong>dos os dias…” (Mt 28,20).<br />

O Exílio para os cristãos é t<strong>em</strong>po de “vigiar e orar”. Enfim, é o t<strong>em</strong>po de examinar a nós mesmos,<br />

nossa comuni<strong>da</strong>de, nosso país e nossa Igreja, t<strong>em</strong>po de ver seu estado atual como julgamen<strong>to</strong>. É<br />

t<strong>em</strong>po, pois, de “voltar a Deus” e de amá-lo “de <strong>to</strong>do o coração, com <strong>to</strong><strong>da</strong> a mente e com <strong>to</strong><strong>da</strong> a<br />

alma” (Dt 6,5). Pe. Lucas - Diocese de Jundiaí - SP<br />

16

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!