Executivos brasileiros ganham os mais altos ... - Brasil Econômico
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TRÊS PERGUNTAS A...<br />
...AMIR KHAIR<br />
Economista especialista<br />
em Finanças Públicas<br />
Dado Galdieri/Bloomberg<br />
“A renegociação é<br />
muito importante para<br />
ser moeda de troca”<br />
Como o sr. vê a troca<br />
d<strong>os</strong> indexadores da<br />
dívida d<strong>os</strong> estad<strong>os</strong>,<br />
do IGP-DI para a Selic?<br />
Vejo como problemática. Um d<strong>os</strong><br />
problemas é a alteração da Lei de<br />
Responsabilidade Fiscal, que,<br />
no artigo 35, proíbe a alteração<br />
de cláusula contratual e o<br />
refinanciamento. Com isso,<br />
cria-se um precedente. A questão<br />
da renegociação é que quando ela<br />
está perto de terminar, há uma<br />
pressão para haver uma nova<br />
renegociação. Com isso, ninguém<br />
paga. Ninguém se importa com as<br />
contas do estado ou do município.<br />
As unidades não teriam <strong>mais</strong><br />
condições de se planejar com<br />
um indexador men<strong>os</strong> volátil?<br />
Hoje a Selic está <strong>mais</strong> baixa que<br />
na média histórica, mas no futuro,<br />
pode entrar alguém <strong>mais</strong><br />
monetarista. Caso a Selic volte a<br />
subir, será que eles continuariam<br />
a querer esse indexador?<br />
E se a troca for feita de forma<br />
retroativa, não sei quem ganha e<br />
quem perde com isso. Se não me<br />
engano, apenas a cidade de São<br />
Paulo ganha com isso. Não se<br />
esqueça que, quando o Armínio<br />
Fraga presidiu o Banco Central<br />
colocou a Selic a 45% ao ano.<br />
O que interessa não é o índice<br />
em si, mas o quanto eles têm<br />
que pagar. Hoje, é obrigatório<br />
o pagamento de 13% da receita<br />
líquida real. Isso é um superávit<br />
primário que <strong>os</strong> govern<strong>os</strong><br />
estaduais são obrigad<strong>os</strong> a fazer.<br />
Na renegociação, as unidades<br />
querem diminuir esse percentual.<br />
Então, o governo federal terá<br />
que fazer <strong>mais</strong> superávit<br />
primário para compensar.<br />
O governo está certo em<br />
oferecer a renegociação para<br />
emplacar a Resolução 72?<br />
A Guerra Fiscal é muito maior<br />
do que a Guerra d<strong>os</strong> Port<strong>os</strong>,<br />
que é tratada nesta resolução.<br />
Os estad<strong>os</strong> não querem ceder<br />
para continuar com essa<br />
estratégia maluca de<br />
competitividade. O problema<br />
maior será quando o governo<br />
quiser implementar a tarifa única<br />
de ICMS interestadual. Trocar<br />
a renegociação pela Guerra d<strong>os</strong><br />
Port<strong>os</strong> é muito pouco. É um<br />
assunto que precisa ser muito<br />
bem discutido e muito importante<br />
para ser contrapartida de algo<br />
pequeno. Gustavo Machado<br />
Taxas aéreas podem cair para passageir<strong>os</strong><br />
O Plenário da Câmara d<strong>os</strong> Deputad<strong>os</strong> aprovou o projeto de lei<br />
de conversão do deputado Arthur Oliveira Maia (PMDB-BA)<br />
para a Medida Provisória 551/11, que diminuiu de 50% para 35,9%<br />
o valor do Adicional de Tarifa Aeroportuária (Ataero) incidente sobre<br />
as taxas cobradas das companhias aéreas e d<strong>os</strong> passageir<strong>os</strong>. Agora,<br />
deverão ser analisad<strong>os</strong> <strong>os</strong> destaques apresentad<strong>os</strong> à matéria.<br />
O primeiro destaque a ser analisado será do PT. Agência Câmara<br />
Rio arrecada<br />
R$ 2 bi com<br />
operação fiscal<br />
Aumento de 82,66% sobre 2009, antes do início<br />
de ação conjunta entre estado, Fazenda e PM<br />
Gabriela Murno, do Rio<br />
gmurno@brasileconomico.com.br<br />
A Operação Barreira Fiscal, uma<br />
parceria entre as Secretarias de<br />
Estado do Governo, de Fazenda<br />
e a Polícia Militar do Rio de Janeiro<br />
(PM-RJ), completou dois<br />
an<strong>os</strong> em fevereiro e já arrecadou<br />
<strong>mais</strong> de R$ 2 bilhões referentes<br />
à substituição tributária<br />
— imp<strong>os</strong>to pago por contribuintes<br />
de fora do estado. Um aumento<br />
de 82,66% em relação a<br />
2009. A ação tem como objetivo<br />
controlar diariamente a entrada<br />
de mercadorias no estado do<br />
Rio de Janeiro, coibindo a sonegação<br />
de imp<strong>os</strong>t<strong>os</strong>, além da circulação<br />
de produt<strong>os</strong> ilegais como<br />
armas e drogas.<br />
Para o coordenador da operação,<br />
Reynaldo Braga, o crescimento<br />
na arrecadação se<br />
deu, principalmente, porque<br />
antes da ação não havia fiscalização<br />
nas barreiras fiscais.<br />
“Antes, havia apenas dois p<strong>os</strong>t<strong>os</strong>,<br />
Nhangapi (BR 116 — Rodovia<br />
Presidente Dutra — km<br />
324) e outra em Levy Gasparian<br />
(BR 040 — Rodovia Rio-<br />
Belo Horizonte — km 6) com<br />
somente 16 fiscais”, diz.<br />
Hoje, são cinco p<strong>os</strong>t<strong>os</strong> nas divisas<br />
com <strong>os</strong> estad<strong>os</strong> de São Paulo,<br />
Minas Gerais e Espírito Santo.<br />
Além d<strong>os</strong> dois já existentes,<br />
foram colocad<strong>os</strong> em funcionamento<br />
<strong>mais</strong> três, Mato Verde<br />
(BR 101 — Rodovia Governador<br />
Mário Covas — km 45), Pontal<br />
Angra (BR 101 — Rodovia Rio-<br />
Sant<strong>os</strong> — km 489) e um terceiro<br />
em Timbó-Itaperuna (RJ 186 —<br />
COMBATE AO CRIME<br />
Desde o início da<br />
operação, cerca<br />
de 6,6 milhões de<br />
veícul<strong>os</strong> de carga<br />
foram abordad<strong>os</strong><br />
BR 356 — Trevo de Itaperuna —<br />
km 489). “Atualmente, tem<strong>os</strong><br />
130 auditores fiscais da Receita,<br />
graças à um concurso público.<br />
A Secretaria de Governo é responsável<br />
pela parte operacional,<br />
a Fazenda pelo recolhimento<br />
do ICMS (Imp<strong>os</strong>to sobre a Circulação<br />
de Mercadorias e Serviç<strong>os</strong>)<br />
do estado e a PM pela segurança<br />
e apreensão de drogas”,<br />
completa Braga.<br />
Além d<strong>os</strong> p<strong>os</strong>t<strong>os</strong> fix<strong>os</strong>, há equipes<br />
volantes circulando pelas rodovias<br />
de todo o estado e barreiras<br />
virtuais (acompanhamento<br />
por câmeras), pois a demanda é<br />
muito grande. “Cerca de 61%<br />
das entradas de mercadorias se<br />
dão por meio de rodovias. A<br />
grande quantidade de origens e<br />
destin<strong>os</strong> dificulta a fiscalização.<br />
Além do <strong>mais</strong>, há 70 rotas de fuga”,<br />
completa o coordenador.<br />
Para facilitar ainda <strong>mais</strong> o controle,<br />
a Secretaria da Fazenda está<br />
fazendo o cadastramento de<br />
contribuintes de outr<strong>os</strong> estad<strong>os</strong><br />
que desejam se regularizar requerendo<br />
a inscrição de contribuinte<br />
substituto. Desde o início da<br />
ação, 580 já se cadastraram. “Assim,<br />
as operações destes contribuintes<br />
não são <strong>mais</strong> avulsas,<br />
não havendo <strong>mais</strong> a necessidade<br />
de uma guia de GNRE (Guia Nacional<br />
de Recolhimento de Tribut<strong>os</strong><br />
Estaduais) para cada. Os tribut<strong>os</strong><br />
são recolhid<strong>os</strong> por mês. Para<br />
<strong>os</strong> de<strong>mais</strong>, continuam<strong>os</strong> com<br />
a guia”, explica Reynaldo.<br />
Men<strong>os</strong> multas<br />
Enquanto a arrecadação cresce,<br />
as multas diminuem. Houve queda<br />
de 51,5% em relação a 2010.<br />
Desde o início da operação, cerca<br />
de 6,6 milhões de veícul<strong>os</strong> de<br />
carga foram abordad<strong>os</strong>, o que representa<br />
uma média de 8.820<br />
veícul<strong>os</strong> por dia. Deste total,<br />
<strong>mais</strong> de um milhão de automóveis<br />
se submeteram a uma vistoria<br />
detalhada realizada por auditores<br />
e policiais militares. Segundo<br />
levantamento, para cada 100<br />
veícul<strong>os</strong> que passam pel<strong>os</strong> p<strong>os</strong>t<strong>os</strong><br />
fiscais, em média, 15 são verificad<strong>os</strong><br />
pela operação Pente Fino.<br />
Como resultado desta, foram<br />
lavrad<strong>os</strong> cerca de 46 mil aut<strong>os</strong><br />
de infração. Entre as irregularidades<br />
estão a sonegação de<br />
imp<strong>os</strong>to, meia nota e evasão do<br />
p<strong>os</strong>to de fiscalização. O total<br />
de multas aplicadas, neste período,<br />
foi de aproximadamente<br />
R$ 298,5 milhões. ■<br />
Apreensão de drogas cresceu 179% em dois an<strong>os</strong><br />
Outro aspecto importante da<br />
Operação Barreira Fiscal é o<br />
combate às atividades crimin<strong>os</strong>as.<br />
Entre fevereiro de 2010 e o<br />
mesmo mês de 2012, <strong>os</strong> agentes<br />
realizaram 828 ocorrências de<br />
apreensão de drogas. Foram<br />
<strong>mais</strong> de duas toneladas de maconha,<br />
cocaína e crack encontradas<br />
n<strong>os</strong> veícul<strong>os</strong> de carga. Este<br />
foi o delito que <strong>mais</strong> cresceu,<br />
comparando ao ano anterior:<br />
179%. Houve ainda aumento na<br />
apreensão de armas, somando<br />
59 ocorrências. “A maior parte<br />
das drogas não é para o tráfico e<br />
sim para o uso d<strong>os</strong> própri<strong>os</strong> caminhoneir<strong>os</strong>.<br />
Recolhem<strong>os</strong> também<br />
uma arma de fogo a cada<br />
15 dias. Uma arma na mão des-<br />
sas pessoas provoca uma situação<br />
muito perig<strong>os</strong>a”, diz o coordenador,<br />
Reynaldo Braga.<br />
Por outro lado, o índice de<br />
apreensão de produt<strong>os</strong> falsificad<strong>os</strong><br />
caiu 39,8%. Segundo Braga,<br />
a comercialização de produt<strong>os</strong><br />
falsificad<strong>os</strong> continua sendo um<br />
d<strong>os</strong> grandes foc<strong>os</strong> das ações n<strong>os</strong><br />
p<strong>os</strong>t<strong>os</strong> de fiscalização. Desde<br />
Quinta-feira, 12 de abril, 2012 <strong>Brasil</strong> <strong>Econômico</strong> 7<br />
USO DE TECNOLOGIA<br />
Operação ganhará<br />
sistema eletrônico<br />
Divulgação<br />
Agentesduranteação quecontrolaentradade mercadoriasnoRio<br />
A operação vai ganhar um novo<br />
sistema de registro de passagem.<br />
Tod<strong>os</strong> <strong>os</strong> p<strong>os</strong>t<strong>os</strong> de fiscalização<br />
passarão a contar com um leitor<br />
digital para as notas fiscais,<br />
que já trazem um código de barras<br />
na folha de r<strong>os</strong>to. Com o aparelho,<br />
<strong>os</strong> agentes poderão fazer<br />
a vistoria d<strong>os</strong> dad<strong>os</strong> das<br />
mercadorias transportadas,<br />
cruzando as informações com<br />
o banco nacional da Nota Fiscal<br />
Eletrônica. Antes, o processo<br />
era feito de forma manual<br />
e <strong>mais</strong> suscetível a err<strong>os</strong>.<br />
“O novo sistema está em<br />
fase de testes n<strong>os</strong> dois p<strong>os</strong>t<strong>os</strong><br />
que concentram <strong>mais</strong> de 75%<br />
do volume, Nhangapi e Levy<br />
Gasparian. Ele vai começar a ser<br />
utilizado n<strong>os</strong> cinco p<strong>os</strong>t<strong>os</strong> fiscais<br />
até o final de abril”, explica<br />
Reynaldo. O novo sistema é<br />
importante, porque além de facilitar<br />
o recolhimento d<strong>os</strong> imp<strong>os</strong>t<strong>os</strong>,<br />
ajuda o monitoramento das<br />
entradas e saídas do estado. G.M.<br />
que o programa começou, foram<br />
184 ocorrências.<br />
“Entre <strong>os</strong> principais produt<strong>os</strong><br />
apreendid<strong>os</strong> estão: material esportivo,<br />
moda feminina, acessóri<strong>os</strong><br />
(relógi<strong>os</strong>, ócul<strong>os</strong> de sol, bonés),<br />
DVDs e CDs, perfumes e bebidas.<br />
O pico de apreensões se dá<br />
no segundo semestre do ano, devido<br />
às festas”, conta. ■ G.M.