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cresciment cresciment cresciment cresciment crescimento condilar

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CRESCIMENT<br />

CRESCIMENTO<br />

CRESCIMENT<br />

CONDILAR<br />

CONDILAR<br />

REVISTA DA LITERATURA<br />

PROF. FLORENCE MITSUE SEKITO<br />

PROF. WALZER ABRAHÃO POUBEL<br />

PROF. RICARDO LESSA BASTOS<br />

PROF. HILDA MARIA MONTES RIBEIRO DE SOUZA<br />

Colaboradores:<br />

FERNANDA BARJA FIDALGO SILVA DE ANDRADE<br />

RENATA ABRANTES BONNET<br />

DANIELLE DA COSTA PALACIO<br />

TATIANA CRISTINA DOS SANTOS SOARES


SINOPSE<br />

CRESCIMENTO CONDILAR<br />

Revista da Literatura<br />

O crescente aumento de pacientes com DTM tem demonstrado a necessidade de um melhor<br />

entendimento dos processos de <strong>cresciment</strong>o e desenvolvimento <strong>condilar</strong>, e suas implicações principalmente<br />

nas especialidades de ortodontia e odontopediatria.<br />

UNITERMOS<br />

Crescimento, condilo, oclusão.<br />

ABSTRACT<br />

The increasing number of pacients suffering from DTM have been demonstrated the necessity<br />

to better knowledge about the process of growth and development condylar and there inplications<br />

specialy in orthodontic and odontopediatric areas.<br />

UNITERMS<br />

Growth, CONDILO, occlusion.<br />

REVISTA DE LITERATURA<br />

A osteogênese pode ocorrer basicamente de duas formas, de acordo com o local de aparecimento<br />

de tecido ósseo 01,09,11,12 . A ossificação endocondral localizou-se nas epífises dos ossos longos e<br />

nos c6ondilos da mandíbula. Durante a formação de osso endocondral, as células e a matriz do tecido<br />

conjuntivo indiferenciado sofreriam uma série de mudanças transformando-se em células cartilaginosas<br />

chamadas condrócitos. Estas se hipertrofiam e a matriz entre os condrócitos se calcificaria. Simultaneamente,<br />

haveria uma proliferação de vasos sanguíneos do pericôndrio para dentro da massa cartilaginosa,<br />

os quais carreariam com eles células mesenquimáticas indiferenciadas que iriam posteriormente diferenciar-se<br />

em osteoblastos. À medida que as células degenerassem e morressem, se desintegrariam e<br />

seriam substituídas pelo tecido osteogênico de osso endocondral, formado pelos osteócitos trazido<br />

pelos vasos sanguíneos do pericôndrio 01,09,11,12 . Na ossificação intramembranosa, quando o osso se<br />

forma no tecido conjuntivo membranoso, as células mesenquimais indiferenciadas deste tecido se<br />

transformam diretamente em odontoblastos e elaboram uma matriz osteóide. A matriz, ou substância<br />

intercelular, se calcificaria mineralizando o osso intermembranoso 01,09,11,12 , podendo tornar-se esponjoso<br />

ou compacto, dependendo da densidade e arranjo das trabéculas ósseas 01,09 . As regiões do periósteo,<br />

sutura e membrana periodontal são todos de formação intramembranosa. A ossificação intramembranosa<br />

seria a forma de <strong>cresciment</strong>o predominante no crânio , mesmo nos elementos que apresentam osso<br />

endocondral, como a mandíbula 11,12 .<br />

Araújo (1982) classificou o osso mandibular como um osso ímpar, formado inicialmente em<br />

duas partes, que se uniriam na sínfise mentoniana, proporcionando posteriormente à sua junção, a<br />

característica que o distingue como único osso móvel da face. Desta forma, durante o período de


desenvolvimento para a formação da mandíbula como osso único, é necessário ocorrer um processo<br />

de fusão dos centros primários e secundários de ossificação endocondral, na qual a placa de cartilagem<br />

(que é uma sincondrose de cartilagem hialina),interposto entre estes dois centros, na altura da linha<br />

mediana se calcificaria.<br />

Figura JPG 190<br />

O côndilo mandibular, apesar de apresentar <strong>cresciment</strong>o por ossificação endocondral, é caracterizado<br />

pela ausência da placa de cartilagem epifisária.. Contudo, é recoberto em sua superfície funcional<br />

mais externa por uma camada articular de tecido conjuntivo denso fibroso, em vez de cartilagem<br />

hialina como em outras articulações, por toda vida. Esta fibrocartilagem tem as mesmas propriedades<br />

da cartilagem hialina, porém é menos distensível, devido a maior proporção de fibras colágenas<br />

e matriz extracelular mais escassa. Ela encontra-se também recobrindo a eminência articular e irá<br />

formar o disco articular. A fibrocartilagem age absorvendo choques, dando liberdade ao movimento e<br />

proporcionando maior resistência à superfície articular contra as forças em várias direções 10 ,como<br />

também afere a esta estrutura vantagens como menor susceptibilidade aos efeitos de envelhecimento,<br />

sendo menor a probabilidade de colapso(esgotamento) assim como a melhor capacidade e regeneração<br />

14 .<br />

Histomorfologicamente, a fossa mandibular e o côndilo, são comumente divididos em dois<br />

componentes principais: o tecido articular e a cartilagem de <strong>cresciment</strong>o (growth cartilage). A camada<br />

articular é considerada um tecido único essencialmente homogêneo que recobre o côndilo e a fossa<br />

mandibular. Tem em sua composição tecido conjuntivo denso, uma especialização da camada fibrosa<br />

externa do periósteo. É caracterizada pela presença de fibrócitos achatados com núcleo ovóide, fibras<br />

elásticas e fibras colágenas (tipo 1).<br />

Fig JPG 197


A cartilagem de <strong>cresciment</strong>o é dividida em quatro regiões distintas: uma zona de proliferação, uma<br />

zona de maturação uma zona de hipertrofia e uma zona de ossificação endocondral.<br />

Fig JPG 199<br />

A zona de proliferação é caracterizada por uma atividade mitótica considerável e vai fornecer grande<br />

parte das células progenitoras do tecido articular e da camada de cartilagem hialina que se encontra<br />

abaixo. A camada proliferativa pode dar origem a cartilagem ou osso, pois contém duas variedades de<br />

células progenitoras, pré-osteoblastos e condroblastos, que são formadas a partir de uma célula<br />

pluripotencial, o esqueletoblasto. Na zona de maturação, encontram-se células cartilaginosas que serão<br />

responsáveis pela produção de matriz extracelular composta de colágeno tipo II, fibropectina,<br />

tenascina e glicosaminoglicano, quando estas aumentam de volume. Não há uma divisão clara entre as<br />

zonas ocupadas por condrócitos maduros e hipertróficos, delimitando as zonas de maturação e<br />

hipertrofia. Conforme o <strong>cresciment</strong>o, novos condrócitos surgem , ficam maduros,aumentam de volu-


me até hipertrofiarem., ficando com seu núcleo pictótico e citoplasma vazio. Nas zonas de ossificação<br />

endocondral, conforme os condrócitos ficam hipertróficos, as células ósseas da cavidade medular,<br />

vem ocupar a superfície da matriz extracelular servindo de contorno ao que é remanescente da camada<br />

cartilaginosa. Esta é uma área de intensa atividade remodeladora enquanto o <strong>cresciment</strong>o ósseo endosteal<br />

prossegue 25 .<br />

Fig 189<br />

A primeira evidência de desenvolvimento da ATM é vista por volta da sétima ou oitava semana após<br />

a concepção, que se desenvolve a partir de dois blastemas distintos, adotando sua forma pós-natal, por<br />

volta da décima segunda semana 25 .<br />

No recém nascido o corpo mandibular mostra-se pouco definido e de pequeno<br />

tamanho 11,12,21 ,com pouco <strong>cresciment</strong>o vertical 11,12,21 , apresenta o processo alveolar ainda em iniciação,<br />

bem como os côndilos e , praticamente, a inexistência articula na cavidade glenóide 01,09,12 .<br />

Fig 3 do <strong>cresciment</strong>o mandibular<br />

Na mandíbula os dois ramos são muito curtos 01,09,12,21 e os 6angulos de junção com o corpo da<br />

mandíbula manifestam-se de forma obtusa 21 . Ao nascimento, uma fina linha de fibrocartilagem divide<br />

a mandíbula na linha média, na sínfise mentoniana, em duas metades, direita e esquerda 01,05,06,09,11,12,24 .


No período entre quatro meses e o final do primeiro ano, esta cartilagem sinfisária é totalmente substituída<br />

por osso, fundindo suas porções em uma única unidade 01,05,06,09,11,12,24 . A contribuição que esta<br />

cartilagem epifisária possa fazer ao <strong>cresciment</strong>o mandibular ainda não se definiu, mostrando opiniões<br />

controvertidas a este respeito, embora alguns tendão a acreditar que não haja influência de qualquer<br />

espécie sobre o <strong>cresciment</strong>o mandibular 01,08,11,12,22,24 . A primeira década de vida é marcada pelo <strong>cresciment</strong>o<br />

acentuado da superfície posterior do ramo, do pescoço <strong>condilar</strong> e do côndilo, levando o côndilo<br />

à uma posição mais superior e posterior de acordo com o princípio de <strong>cresciment</strong>o V de Enlow, que<br />

será abordado ao longo do texto. A região ântero-inferior do côndilo, o pescoço <strong>condilar</strong> e os pólos<br />

medial e lateral sofrem reabsorção. Na Segunda década de vida o <strong>cresciment</strong>o ainda se encontra presente<br />

, porém vai ficando mais lento progressivamente. A cortical óssea e o trabeculado ficam aparentes<br />

no côndilo entre 10 e 12 anos, ficando gradualmente mais denso até a terceira década. No adulto,<br />

a cartilagem é completamente substituída por osso no começo da quarta década de vida. O tecido<br />

articular pode sofrer uma transformação metaplásica e fibrocartilagem, dependendo da carga<br />

biomecânica à qual a articulação foi submetida. Quando a cortical óssea estiver presente, o <strong>cresciment</strong>o<br />

do côndilo foi interrompido, entretanto, o remodelamento progressivo e regressivo do côndilo<br />

podem continuar durante toda a vida, largamente em resposta ao meio biomecânico 25 .<br />

SICHER (1947,1950,1955) denunciou, em seu artigo, que o <strong>cresciment</strong>o mandibular e, principalmente,<br />

o <strong>cresciment</strong>o da cartilagem <strong>condilar</strong> determinam o desenvolvimento de toda a face.<br />

Exemplificou que se o indivíduo é portador de um ramo mandibular curto e pesado, com ângulo<br />

mandibular pequeno, a altura facial é secundariamente reduzida, e a face se torna larga e curta. Entretanto,<br />

se o contrário ocorresse, haveria um efeito inverso no desenvolvimento facial. A fibrocartilagem<br />

condiliana da mandíbula pode crescer através de um processo intersticial, mas também por aposição<br />

(principalmente no colo do c6oondilo). A proliferação desta cartilagem proveria a mandíbula de um<br />

<strong>cresciment</strong>o em três dimensões: mais longo, mais alto e mais largo devido à divergência dos ramos<br />

mandibulares. Haveria um aumento ósseo no bordo posterior da mandíbula, bordo superior do processo<br />

coronóide, e as cristas alveolares, bordo inferior da mandíbula , enquanto que na porção anterior do<br />

ramo há uma reabsorção óssea para dar espaço aos dentes posteriores. O <strong>cresciment</strong>o mandibular pela<br />

aposição óssea em direção posterior e superior, faria com que o corpo se direcionasse para frente e<br />

para baixo, devido ao contato dos côndilos com a cavidade glenóide do osso temporal. Ressaltou que<br />

o <strong>cresciment</strong>o mandibular seria necessário e indispensável para o <strong>cresciment</strong>o das maxilas e face<br />

superior, pois, através delas ocorreria o aumento do espaço entre a maxila e mandíbula para que estas<br />

possam crescer, e ocorresse a irrupção dos dentes de ambas as arcadas, frisando que a harmonia do<br />

padrão genético pode ser quebrada através de fatores do meio ambiente ou externos 18,19,20 .<br />

A fibrocartilagem dos côndilos é responsabilizada pelo aumento aposicional , através de <strong>cresciment</strong>o<br />

intersticial, juntamente comum <strong>cresciment</strong>o aposicional 05,06,07,08,19,20,21,24 . O <strong>cresciment</strong>o desta<br />

cartilagem poderia ser classificado em duas fases de <strong>cresciment</strong>o 05,06 .<br />

Inicialmente, um <strong>cresciment</strong>o em direção posterior e para fora fez-se notar, para promover a acomodação<br />

da lâmina dental em <strong>cresciment</strong>o e dos germes dentários 05,06 . Pouco depois do <strong>cresciment</strong>o ocorreu<br />

não somente nas duas primeiras direções, mas também em direção superior, provocando um deslocamento<br />

da mandíbula para frente e para baixo, incrementando a distância entre a maxila e a mandíbula,<br />

de forma a providenciar o espaço necessário para o <strong>cresciment</strong>o vertical do processo alveolar e posterior<br />

irrupção dos dentes 04,06,07,08,19,20 .<br />

PROFFIT (1986) avaliou que o <strong>cresciment</strong>o médio do ramo seria de 1 a2 mm em altura, e o do<br />

corpo mandibular seria de 2 a 3 mm em comprimento anualmente. Observou uma seqüência em que a<br />

medida que as diversas regiões mandibulares completavam o seu desenvolvimento, iniciava-se gradual<br />

interrupção do desenvolvimento.<br />

A grande maioria dos autores sugeriu, de maneira unânime, que os côndilos seriam os centros<br />

determinantes do grau de <strong>cresciment</strong>o mandibular, quantidade e direção de <strong>cresciment</strong>o, tamanho e<br />

formato geral da mandíbula 01,05,06,07,08,09,19,20,21,24 . Entretanto, mais recentemente, não se credita aos côndilos<br />

a total responsabilidade pela morfogênese mandibular. Os côndilos são os centros principais, porém<br />

estariam em coexistência com outros subordinados a eles 07,08 .


Ao <strong>cresciment</strong>o ósseo póstero-superior do condilo atribuiu-se o deslocamento do corpo da<br />

mandíbula para frente e para baixo, muito embora o <strong>cresciment</strong>o espacial deste corpo ocorresse em<br />

direção oposta 02,03,11,12,16,19,20,21 . Hoje, aceita-se, principalmente, devido aos estudos de BJÖRK 02 (1963),<br />

utilizando implantes metálicos que durante o <strong>cresciment</strong>o, a mandíbula sofre modificações em sua<br />

estrutura, através de mecanismos de aposição e reabsorções ósseas até atingir sua dimensão e formato<br />

final, cessando o seu desenvolvimento. Os lados bucal e lingual do colo dos côndilos apresentam<br />

reabsorções, causando estreitamento da mesma, definindo-se em relação aos côndilos e sofrendo,<br />

juntamente aos côndilos, processos de recolocação, para que possam acompanha-los em suas trajetórias.<br />

O processo de estreitamento dos colos, juntamente com a aposição óssea na região superior dos côndilos,<br />

fez com que estes crescessem em um processo do tipo “V”, semelhante ao apresentado pela mandíbula<br />

02,03,11,12,16,19,20,21 .<br />

NOYES 13 (1959) associou a ocorrência de prognatismo, retrognatismo ou micrognatismo ao<br />

excesso ou falta de <strong>cresciment</strong>o <strong>condilar</strong>. O <strong>cresciment</strong>o dos processos coronóides mostrou poucas<br />

divergências, quanto às regiões de aposição correspondentes aos seus bordos superior 01,09,17,19 e lingual<br />

12 , e reabsorção em seus bordos anteriores 07,08,12 . Concomitantemente aos processos de aumento<br />

ósseo nas superfícies laterais 01,09 e bordos posteriores e superiores dos ramos, sucedem-se reabsorções<br />

nas fossas linguais e bordas anteriores dos mesmos 01,05,06,07,08,11,12,19,20,21,24 , promovendo a recolocação<br />

dos ramos mandibulares, progressivamente, em direção posterior, originando o espaço necessário para<br />

a irrupção dos últimos molares 05,06,08,11,12,19,20,21,23 .<br />

A mandíbula foi comparada por ARAÚJO(1982), ENLOW 07,08 (1981,1982), GRABER 09 (1974)<br />

e MOYERS 12 (1979) a um “V” expandindo-se posteriormente 01,09,12 e, também, verticalmente 07,08,09 . O<br />

alargamento horizontal em direção posterior ocorre pela deposição nos bordos posteriores dos ramos<br />

e processos <strong>condilar</strong>es. O <strong>cresciment</strong>o no sentido vertical aconteceria quando o osso é acrescido no<br />

lado lingual dos processos coronóides e fossem removidos nas suas superfícies externas, aumentando<br />

a distancia entre os côndilos. A deposição óssea nas regiões já mencionadas faz com que o aumento<br />

em altura dos ramos ocorresse simultaneamente.<br />

As demais estruturas dento-ósseas da mandíbula como os processos alveolares acompanhariam<br />

o <strong>cresciment</strong>o do corpo mandibular pelo aumento em altura da crista alveolar aumentando a dimensão<br />

vertical do corpo 01,07,08,09,19,20,21 . As fossas pterigo-maxilares guardam relação com o <strong>cresciment</strong>o<br />

mandibular através do <strong>cresciment</strong>o dos ramos ascendentes, os quais foram considerados como<br />

responsáveis pela manutenção da posição funcional da mandíbula em relação aos arcos maxiares 07,08 .<br />

O <strong>cresciment</strong>o e a remodelação, tanto dos ramos quanto das fossas pterigo-maxilares, fizeram com<br />

que a mandíbula se movesse para baixo, e assim houvesse a acomodação do complexo naso-maxilar.<br />

Este movimento provoca um espaçamento entre as bases ósseas superior e inferior, propiciando um<br />

movimento vertical dos dentes inferiores promovendo a oclusão dos dentes superiores e inferiores. Os<br />

dentes anteriores inferiores alteram suas posições, migrando lingualmente e superiormente, juntamente<br />

com os processos alveolares que sofrem processos de remodelação, originando um overbite de<br />

maior ou menor atenuação 07,08 .<br />

PROFFIT(1986) associou as rotações internas, à posição dos incisivos e os tipos faciais. O<br />

excesso de rotação interna em tipos faciais curtos provocam mordidas anteriores profundas com tendência<br />

ao apinhamento anterior de acordo com a progressão da rotação mandibular. Já os tipos faciais<br />

longos mostraram uma tendência ao desenvolvimento de mordidas abertas, provocadas pelo aumento<br />

da altura facial, e a rotação mandibular pode transportar os incisivos anteriormente, acusando, possivelmente,<br />

uma protrusão dental 16 .<br />

Interposto ao côndilo e o componente temporal da articulação temporo-mandibular, está o<br />

disco articular, dividindo a articulação em compartimentos superior e inferior. Este disco é unido<br />

através de ligamentos com a cápsula articular que circunda a articulação. O disco promove estabilida-


de para os movimentos da ATM e possibilita ambos os movimentos de rotação e translação. O disco<br />

possui fibras as colágenas da camada superficial orientadas numa direção antero-posterior. As fibras<br />

da camada central das bandas posterior e anterior estão arrumadas ao acaso. Esta orientação das fibras<br />

permite ao disco resistir forças em duas direções: forças de estiramento antero-posteriores e forças de<br />

compressão.<br />

JPG 196<br />

A cápsula articular é revestida pelo tecido sinovial, um tecido conjuntivo vascular, que está na parte<br />

superior e inferior da lâmina retrodiscal, onde possui dobras que se esticam quando côndilo e o disco<br />

transladam. As superfícies de tecido cartilaginoso ou sinovial são capazes de deslizarem umas sobre<br />

as outras sem resistência, devido as suas superfícies (propriedades) não aderentes, as macromoléculas<br />

absorvidas e ao líquido sinovial, através de dois mecanismos conhecidos como: lubrificação por<br />

deslizamento e lubrificação nas bordas 10 .<br />

JPG192<br />

JPG193 – Zona avascular do disco articular


A lubrificação por deslizamento é a habilidade das superfícies articulares de absorverem pequena<br />

quantidade de líquido sinovial. Durante função, as forças são criadas entre as superfícies articulares,<br />

permitindo a passagem de pequena quantidade de líquido sinovial para dentro e fora do tecido articular.<br />

É através deste mecanismo que ocorrem as trocas metabólicas. Entretanto, durante forças<br />

compressivas, uma pequena quantidade de líquido sinovial é liberada, agindo como lubrificante entre<br />

os tecidos articulares para prevenir a aderência das superfícies. A lubrificação por deslizamento ajuda<br />

a eliminar a atrição em articulações comprimidas mas não em movimento.<br />

A lubrificação nas bordas ocorre quando a articulação se move e o líquido sinovial é forçado de<br />

uma área da cavidade para outra. O líquido sinovial localizado nas bordas ou reentrâncias é forçado<br />

sobre a superfície articular, promovendo a lubrificação. A lubrificação nas bordas previne a atrição da<br />

articulação em movimento e é o mecanismo primário de lubrificação articular 14 .<br />

O tecido retrodiscal ou zona bilaminar consiste de uma massa de tecido mole que ocupa o<br />

espaço posterior da articulação, entre o disco e a cápsula. É formado de duas lâminas de tecido conjuntivo<br />

denso, com uma parte central composta de um tecido areolar solto, altamente vascular e bem<br />

inervado. A lâmina superior tem a função estabilizadora quando o disco articular é tracionado pelo<br />

ventre superior do músculo pterigóideo lateral, prevenindo a ocorrência de um deslocamento anterior<br />

do disco. A parte central do tecido expande quando o côndilo translada devido a distenções venosas,<br />

enchendo a fossa glenóide, quando o côndilo retorna à sua posição , o tecido volta a sua forma e<br />

tamanhos anteriores. A lâmina inferior age na estabilização do disco na superfície articular do côndilo<br />

e ao contrário da lâmina superior tem poucas fibras elásticas , sendo composta principalmente de<br />

fibras colágenas. O tecido retrodiscal vai assegurar flexibilidade e estabilidade di disco intra-articular<br />

e fornecer fluído sinovial, importante na lubrificação e nutrição da articulação 10,14 .<br />

CONCLUSÃO<br />

constatou-se a íntima relação existente entre a função e os processos de desenvolvimento e<br />

<strong>cresciment</strong>o atuando diretamente na maturação de sua expressão fenotípica 25 . Este conceito revela-se


importante uma vez que o desvio padrão normal de desenvolvimento pode alterar o equilíbrio ósseo<br />

crânio-facial, como também da articulação temporomandibular e todo o sistema estomatognático. Em<br />

última análise, essas alterações influenciam diretamente na maturação neuro-muscular, desenvolvimento<br />

da oclusão dentária e cinemática mandibular.<br />

Desta forma, é essencial que os clínicos e pesquisadores tenham pleno conhecimento das<br />

implicações dos desvios de desenvolvimento e <strong>cresciment</strong>o, assim possibilitando um melhor diagnóstico<br />

das etiologias e tratamento precoce das desordens e dores de origem craniomandibular.<br />

REFEÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

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