cresciment cresciment cresciment cresciment crescimento condilar
cresciment cresciment cresciment cresciment crescimento condilar
cresciment cresciment cresciment cresciment crescimento condilar
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
CRESCIMENT<br />
CRESCIMENTO<br />
CRESCIMENT<br />
CONDILAR<br />
CONDILAR<br />
REVISTA DA LITERATURA<br />
PROF. FLORENCE MITSUE SEKITO<br />
PROF. WALZER ABRAHÃO POUBEL<br />
PROF. RICARDO LESSA BASTOS<br />
PROF. HILDA MARIA MONTES RIBEIRO DE SOUZA<br />
Colaboradores:<br />
FERNANDA BARJA FIDALGO SILVA DE ANDRADE<br />
RENATA ABRANTES BONNET<br />
DANIELLE DA COSTA PALACIO<br />
TATIANA CRISTINA DOS SANTOS SOARES
SINOPSE<br />
CRESCIMENTO CONDILAR<br />
Revista da Literatura<br />
O crescente aumento de pacientes com DTM tem demonstrado a necessidade de um melhor<br />
entendimento dos processos de <strong>cresciment</strong>o e desenvolvimento <strong>condilar</strong>, e suas implicações principalmente<br />
nas especialidades de ortodontia e odontopediatria.<br />
UNITERMOS<br />
Crescimento, condilo, oclusão.<br />
ABSTRACT<br />
The increasing number of pacients suffering from DTM have been demonstrated the necessity<br />
to better knowledge about the process of growth and development condylar and there inplications<br />
specialy in orthodontic and odontopediatric areas.<br />
UNITERMS<br />
Growth, CONDILO, occlusion.<br />
REVISTA DE LITERATURA<br />
A osteogênese pode ocorrer basicamente de duas formas, de acordo com o local de aparecimento<br />
de tecido ósseo 01,09,11,12 . A ossificação endocondral localizou-se nas epífises dos ossos longos e<br />
nos c6ondilos da mandíbula. Durante a formação de osso endocondral, as células e a matriz do tecido<br />
conjuntivo indiferenciado sofreriam uma série de mudanças transformando-se em células cartilaginosas<br />
chamadas condrócitos. Estas se hipertrofiam e a matriz entre os condrócitos se calcificaria. Simultaneamente,<br />
haveria uma proliferação de vasos sanguíneos do pericôndrio para dentro da massa cartilaginosa,<br />
os quais carreariam com eles células mesenquimáticas indiferenciadas que iriam posteriormente diferenciar-se<br />
em osteoblastos. À medida que as células degenerassem e morressem, se desintegrariam e<br />
seriam substituídas pelo tecido osteogênico de osso endocondral, formado pelos osteócitos trazido<br />
pelos vasos sanguíneos do pericôndrio 01,09,11,12 . Na ossificação intramembranosa, quando o osso se<br />
forma no tecido conjuntivo membranoso, as células mesenquimais indiferenciadas deste tecido se<br />
transformam diretamente em odontoblastos e elaboram uma matriz osteóide. A matriz, ou substância<br />
intercelular, se calcificaria mineralizando o osso intermembranoso 01,09,11,12 , podendo tornar-se esponjoso<br />
ou compacto, dependendo da densidade e arranjo das trabéculas ósseas 01,09 . As regiões do periósteo,<br />
sutura e membrana periodontal são todos de formação intramembranosa. A ossificação intramembranosa<br />
seria a forma de <strong>cresciment</strong>o predominante no crânio , mesmo nos elementos que apresentam osso<br />
endocondral, como a mandíbula 11,12 .<br />
Araújo (1982) classificou o osso mandibular como um osso ímpar, formado inicialmente em<br />
duas partes, que se uniriam na sínfise mentoniana, proporcionando posteriormente à sua junção, a<br />
característica que o distingue como único osso móvel da face. Desta forma, durante o período de
desenvolvimento para a formação da mandíbula como osso único, é necessário ocorrer um processo<br />
de fusão dos centros primários e secundários de ossificação endocondral, na qual a placa de cartilagem<br />
(que é uma sincondrose de cartilagem hialina),interposto entre estes dois centros, na altura da linha<br />
mediana se calcificaria.<br />
Figura JPG 190<br />
O côndilo mandibular, apesar de apresentar <strong>cresciment</strong>o por ossificação endocondral, é caracterizado<br />
pela ausência da placa de cartilagem epifisária.. Contudo, é recoberto em sua superfície funcional<br />
mais externa por uma camada articular de tecido conjuntivo denso fibroso, em vez de cartilagem<br />
hialina como em outras articulações, por toda vida. Esta fibrocartilagem tem as mesmas propriedades<br />
da cartilagem hialina, porém é menos distensível, devido a maior proporção de fibras colágenas<br />
e matriz extracelular mais escassa. Ela encontra-se também recobrindo a eminência articular e irá<br />
formar o disco articular. A fibrocartilagem age absorvendo choques, dando liberdade ao movimento e<br />
proporcionando maior resistência à superfície articular contra as forças em várias direções 10 ,como<br />
também afere a esta estrutura vantagens como menor susceptibilidade aos efeitos de envelhecimento,<br />
sendo menor a probabilidade de colapso(esgotamento) assim como a melhor capacidade e regeneração<br />
14 .<br />
Histomorfologicamente, a fossa mandibular e o côndilo, são comumente divididos em dois<br />
componentes principais: o tecido articular e a cartilagem de <strong>cresciment</strong>o (growth cartilage). A camada<br />
articular é considerada um tecido único essencialmente homogêneo que recobre o côndilo e a fossa<br />
mandibular. Tem em sua composição tecido conjuntivo denso, uma especialização da camada fibrosa<br />
externa do periósteo. É caracterizada pela presença de fibrócitos achatados com núcleo ovóide, fibras<br />
elásticas e fibras colágenas (tipo 1).<br />
Fig JPG 197
A cartilagem de <strong>cresciment</strong>o é dividida em quatro regiões distintas: uma zona de proliferação, uma<br />
zona de maturação uma zona de hipertrofia e uma zona de ossificação endocondral.<br />
Fig JPG 199<br />
A zona de proliferação é caracterizada por uma atividade mitótica considerável e vai fornecer grande<br />
parte das células progenitoras do tecido articular e da camada de cartilagem hialina que se encontra<br />
abaixo. A camada proliferativa pode dar origem a cartilagem ou osso, pois contém duas variedades de<br />
células progenitoras, pré-osteoblastos e condroblastos, que são formadas a partir de uma célula<br />
pluripotencial, o esqueletoblasto. Na zona de maturação, encontram-se células cartilaginosas que serão<br />
responsáveis pela produção de matriz extracelular composta de colágeno tipo II, fibropectina,<br />
tenascina e glicosaminoglicano, quando estas aumentam de volume. Não há uma divisão clara entre as<br />
zonas ocupadas por condrócitos maduros e hipertróficos, delimitando as zonas de maturação e<br />
hipertrofia. Conforme o <strong>cresciment</strong>o, novos condrócitos surgem , ficam maduros,aumentam de volu-
me até hipertrofiarem., ficando com seu núcleo pictótico e citoplasma vazio. Nas zonas de ossificação<br />
endocondral, conforme os condrócitos ficam hipertróficos, as células ósseas da cavidade medular,<br />
vem ocupar a superfície da matriz extracelular servindo de contorno ao que é remanescente da camada<br />
cartilaginosa. Esta é uma área de intensa atividade remodeladora enquanto o <strong>cresciment</strong>o ósseo endosteal<br />
prossegue 25 .<br />
Fig 189<br />
A primeira evidência de desenvolvimento da ATM é vista por volta da sétima ou oitava semana após<br />
a concepção, que se desenvolve a partir de dois blastemas distintos, adotando sua forma pós-natal, por<br />
volta da décima segunda semana 25 .<br />
No recém nascido o corpo mandibular mostra-se pouco definido e de pequeno<br />
tamanho 11,12,21 ,com pouco <strong>cresciment</strong>o vertical 11,12,21 , apresenta o processo alveolar ainda em iniciação,<br />
bem como os côndilos e , praticamente, a inexistência articula na cavidade glenóide 01,09,12 .<br />
Fig 3 do <strong>cresciment</strong>o mandibular<br />
Na mandíbula os dois ramos são muito curtos 01,09,12,21 e os 6angulos de junção com o corpo da<br />
mandíbula manifestam-se de forma obtusa 21 . Ao nascimento, uma fina linha de fibrocartilagem divide<br />
a mandíbula na linha média, na sínfise mentoniana, em duas metades, direita e esquerda 01,05,06,09,11,12,24 .
No período entre quatro meses e o final do primeiro ano, esta cartilagem sinfisária é totalmente substituída<br />
por osso, fundindo suas porções em uma única unidade 01,05,06,09,11,12,24 . A contribuição que esta<br />
cartilagem epifisária possa fazer ao <strong>cresciment</strong>o mandibular ainda não se definiu, mostrando opiniões<br />
controvertidas a este respeito, embora alguns tendão a acreditar que não haja influência de qualquer<br />
espécie sobre o <strong>cresciment</strong>o mandibular 01,08,11,12,22,24 . A primeira década de vida é marcada pelo <strong>cresciment</strong>o<br />
acentuado da superfície posterior do ramo, do pescoço <strong>condilar</strong> e do côndilo, levando o côndilo<br />
à uma posição mais superior e posterior de acordo com o princípio de <strong>cresciment</strong>o V de Enlow, que<br />
será abordado ao longo do texto. A região ântero-inferior do côndilo, o pescoço <strong>condilar</strong> e os pólos<br />
medial e lateral sofrem reabsorção. Na Segunda década de vida o <strong>cresciment</strong>o ainda se encontra presente<br />
, porém vai ficando mais lento progressivamente. A cortical óssea e o trabeculado ficam aparentes<br />
no côndilo entre 10 e 12 anos, ficando gradualmente mais denso até a terceira década. No adulto,<br />
a cartilagem é completamente substituída por osso no começo da quarta década de vida. O tecido<br />
articular pode sofrer uma transformação metaplásica e fibrocartilagem, dependendo da carga<br />
biomecânica à qual a articulação foi submetida. Quando a cortical óssea estiver presente, o <strong>cresciment</strong>o<br />
do côndilo foi interrompido, entretanto, o remodelamento progressivo e regressivo do côndilo<br />
podem continuar durante toda a vida, largamente em resposta ao meio biomecânico 25 .<br />
SICHER (1947,1950,1955) denunciou, em seu artigo, que o <strong>cresciment</strong>o mandibular e, principalmente,<br />
o <strong>cresciment</strong>o da cartilagem <strong>condilar</strong> determinam o desenvolvimento de toda a face.<br />
Exemplificou que se o indivíduo é portador de um ramo mandibular curto e pesado, com ângulo<br />
mandibular pequeno, a altura facial é secundariamente reduzida, e a face se torna larga e curta. Entretanto,<br />
se o contrário ocorresse, haveria um efeito inverso no desenvolvimento facial. A fibrocartilagem<br />
condiliana da mandíbula pode crescer através de um processo intersticial, mas também por aposição<br />
(principalmente no colo do c6oondilo). A proliferação desta cartilagem proveria a mandíbula de um<br />
<strong>cresciment</strong>o em três dimensões: mais longo, mais alto e mais largo devido à divergência dos ramos<br />
mandibulares. Haveria um aumento ósseo no bordo posterior da mandíbula, bordo superior do processo<br />
coronóide, e as cristas alveolares, bordo inferior da mandíbula , enquanto que na porção anterior do<br />
ramo há uma reabsorção óssea para dar espaço aos dentes posteriores. O <strong>cresciment</strong>o mandibular pela<br />
aposição óssea em direção posterior e superior, faria com que o corpo se direcionasse para frente e<br />
para baixo, devido ao contato dos côndilos com a cavidade glenóide do osso temporal. Ressaltou que<br />
o <strong>cresciment</strong>o mandibular seria necessário e indispensável para o <strong>cresciment</strong>o das maxilas e face<br />
superior, pois, através delas ocorreria o aumento do espaço entre a maxila e mandíbula para que estas<br />
possam crescer, e ocorresse a irrupção dos dentes de ambas as arcadas, frisando que a harmonia do<br />
padrão genético pode ser quebrada através de fatores do meio ambiente ou externos 18,19,20 .<br />
A fibrocartilagem dos côndilos é responsabilizada pelo aumento aposicional , através de <strong>cresciment</strong>o<br />
intersticial, juntamente comum <strong>cresciment</strong>o aposicional 05,06,07,08,19,20,21,24 . O <strong>cresciment</strong>o desta<br />
cartilagem poderia ser classificado em duas fases de <strong>cresciment</strong>o 05,06 .<br />
Inicialmente, um <strong>cresciment</strong>o em direção posterior e para fora fez-se notar, para promover a acomodação<br />
da lâmina dental em <strong>cresciment</strong>o e dos germes dentários 05,06 . Pouco depois do <strong>cresciment</strong>o ocorreu<br />
não somente nas duas primeiras direções, mas também em direção superior, provocando um deslocamento<br />
da mandíbula para frente e para baixo, incrementando a distância entre a maxila e a mandíbula,<br />
de forma a providenciar o espaço necessário para o <strong>cresciment</strong>o vertical do processo alveolar e posterior<br />
irrupção dos dentes 04,06,07,08,19,20 .<br />
PROFFIT (1986) avaliou que o <strong>cresciment</strong>o médio do ramo seria de 1 a2 mm em altura, e o do<br />
corpo mandibular seria de 2 a 3 mm em comprimento anualmente. Observou uma seqüência em que a<br />
medida que as diversas regiões mandibulares completavam o seu desenvolvimento, iniciava-se gradual<br />
interrupção do desenvolvimento.<br />
A grande maioria dos autores sugeriu, de maneira unânime, que os côndilos seriam os centros<br />
determinantes do grau de <strong>cresciment</strong>o mandibular, quantidade e direção de <strong>cresciment</strong>o, tamanho e<br />
formato geral da mandíbula 01,05,06,07,08,09,19,20,21,24 . Entretanto, mais recentemente, não se credita aos côndilos<br />
a total responsabilidade pela morfogênese mandibular. Os côndilos são os centros principais, porém<br />
estariam em coexistência com outros subordinados a eles 07,08 .
Ao <strong>cresciment</strong>o ósseo póstero-superior do condilo atribuiu-se o deslocamento do corpo da<br />
mandíbula para frente e para baixo, muito embora o <strong>cresciment</strong>o espacial deste corpo ocorresse em<br />
direção oposta 02,03,11,12,16,19,20,21 . Hoje, aceita-se, principalmente, devido aos estudos de BJÖRK 02 (1963),<br />
utilizando implantes metálicos que durante o <strong>cresciment</strong>o, a mandíbula sofre modificações em sua<br />
estrutura, através de mecanismos de aposição e reabsorções ósseas até atingir sua dimensão e formato<br />
final, cessando o seu desenvolvimento. Os lados bucal e lingual do colo dos côndilos apresentam<br />
reabsorções, causando estreitamento da mesma, definindo-se em relação aos côndilos e sofrendo,<br />
juntamente aos côndilos, processos de recolocação, para que possam acompanha-los em suas trajetórias.<br />
O processo de estreitamento dos colos, juntamente com a aposição óssea na região superior dos côndilos,<br />
fez com que estes crescessem em um processo do tipo “V”, semelhante ao apresentado pela mandíbula<br />
02,03,11,12,16,19,20,21 .<br />
NOYES 13 (1959) associou a ocorrência de prognatismo, retrognatismo ou micrognatismo ao<br />
excesso ou falta de <strong>cresciment</strong>o <strong>condilar</strong>. O <strong>cresciment</strong>o dos processos coronóides mostrou poucas<br />
divergências, quanto às regiões de aposição correspondentes aos seus bordos superior 01,09,17,19 e lingual<br />
12 , e reabsorção em seus bordos anteriores 07,08,12 . Concomitantemente aos processos de aumento<br />
ósseo nas superfícies laterais 01,09 e bordos posteriores e superiores dos ramos, sucedem-se reabsorções<br />
nas fossas linguais e bordas anteriores dos mesmos 01,05,06,07,08,11,12,19,20,21,24 , promovendo a recolocação<br />
dos ramos mandibulares, progressivamente, em direção posterior, originando o espaço necessário para<br />
a irrupção dos últimos molares 05,06,08,11,12,19,20,21,23 .<br />
A mandíbula foi comparada por ARAÚJO(1982), ENLOW 07,08 (1981,1982), GRABER 09 (1974)<br />
e MOYERS 12 (1979) a um “V” expandindo-se posteriormente 01,09,12 e, também, verticalmente 07,08,09 . O<br />
alargamento horizontal em direção posterior ocorre pela deposição nos bordos posteriores dos ramos<br />
e processos <strong>condilar</strong>es. O <strong>cresciment</strong>o no sentido vertical aconteceria quando o osso é acrescido no<br />
lado lingual dos processos coronóides e fossem removidos nas suas superfícies externas, aumentando<br />
a distancia entre os côndilos. A deposição óssea nas regiões já mencionadas faz com que o aumento<br />
em altura dos ramos ocorresse simultaneamente.<br />
As demais estruturas dento-ósseas da mandíbula como os processos alveolares acompanhariam<br />
o <strong>cresciment</strong>o do corpo mandibular pelo aumento em altura da crista alveolar aumentando a dimensão<br />
vertical do corpo 01,07,08,09,19,20,21 . As fossas pterigo-maxilares guardam relação com o <strong>cresciment</strong>o<br />
mandibular através do <strong>cresciment</strong>o dos ramos ascendentes, os quais foram considerados como<br />
responsáveis pela manutenção da posição funcional da mandíbula em relação aos arcos maxiares 07,08 .<br />
O <strong>cresciment</strong>o e a remodelação, tanto dos ramos quanto das fossas pterigo-maxilares, fizeram com<br />
que a mandíbula se movesse para baixo, e assim houvesse a acomodação do complexo naso-maxilar.<br />
Este movimento provoca um espaçamento entre as bases ósseas superior e inferior, propiciando um<br />
movimento vertical dos dentes inferiores promovendo a oclusão dos dentes superiores e inferiores. Os<br />
dentes anteriores inferiores alteram suas posições, migrando lingualmente e superiormente, juntamente<br />
com os processos alveolares que sofrem processos de remodelação, originando um overbite de<br />
maior ou menor atenuação 07,08 .<br />
PROFFIT(1986) associou as rotações internas, à posição dos incisivos e os tipos faciais. O<br />
excesso de rotação interna em tipos faciais curtos provocam mordidas anteriores profundas com tendência<br />
ao apinhamento anterior de acordo com a progressão da rotação mandibular. Já os tipos faciais<br />
longos mostraram uma tendência ao desenvolvimento de mordidas abertas, provocadas pelo aumento<br />
da altura facial, e a rotação mandibular pode transportar os incisivos anteriormente, acusando, possivelmente,<br />
uma protrusão dental 16 .<br />
Interposto ao côndilo e o componente temporal da articulação temporo-mandibular, está o<br />
disco articular, dividindo a articulação em compartimentos superior e inferior. Este disco é unido<br />
através de ligamentos com a cápsula articular que circunda a articulação. O disco promove estabilida-
de para os movimentos da ATM e possibilita ambos os movimentos de rotação e translação. O disco<br />
possui fibras as colágenas da camada superficial orientadas numa direção antero-posterior. As fibras<br />
da camada central das bandas posterior e anterior estão arrumadas ao acaso. Esta orientação das fibras<br />
permite ao disco resistir forças em duas direções: forças de estiramento antero-posteriores e forças de<br />
compressão.<br />
JPG 196<br />
A cápsula articular é revestida pelo tecido sinovial, um tecido conjuntivo vascular, que está na parte<br />
superior e inferior da lâmina retrodiscal, onde possui dobras que se esticam quando côndilo e o disco<br />
transladam. As superfícies de tecido cartilaginoso ou sinovial são capazes de deslizarem umas sobre<br />
as outras sem resistência, devido as suas superfícies (propriedades) não aderentes, as macromoléculas<br />
absorvidas e ao líquido sinovial, através de dois mecanismos conhecidos como: lubrificação por<br />
deslizamento e lubrificação nas bordas 10 .<br />
JPG192<br />
JPG193 – Zona avascular do disco articular
A lubrificação por deslizamento é a habilidade das superfícies articulares de absorverem pequena<br />
quantidade de líquido sinovial. Durante função, as forças são criadas entre as superfícies articulares,<br />
permitindo a passagem de pequena quantidade de líquido sinovial para dentro e fora do tecido articular.<br />
É através deste mecanismo que ocorrem as trocas metabólicas. Entretanto, durante forças<br />
compressivas, uma pequena quantidade de líquido sinovial é liberada, agindo como lubrificante entre<br />
os tecidos articulares para prevenir a aderência das superfícies. A lubrificação por deslizamento ajuda<br />
a eliminar a atrição em articulações comprimidas mas não em movimento.<br />
A lubrificação nas bordas ocorre quando a articulação se move e o líquido sinovial é forçado de<br />
uma área da cavidade para outra. O líquido sinovial localizado nas bordas ou reentrâncias é forçado<br />
sobre a superfície articular, promovendo a lubrificação. A lubrificação nas bordas previne a atrição da<br />
articulação em movimento e é o mecanismo primário de lubrificação articular 14 .<br />
O tecido retrodiscal ou zona bilaminar consiste de uma massa de tecido mole que ocupa o<br />
espaço posterior da articulação, entre o disco e a cápsula. É formado de duas lâminas de tecido conjuntivo<br />
denso, com uma parte central composta de um tecido areolar solto, altamente vascular e bem<br />
inervado. A lâmina superior tem a função estabilizadora quando o disco articular é tracionado pelo<br />
ventre superior do músculo pterigóideo lateral, prevenindo a ocorrência de um deslocamento anterior<br />
do disco. A parte central do tecido expande quando o côndilo translada devido a distenções venosas,<br />
enchendo a fossa glenóide, quando o côndilo retorna à sua posição , o tecido volta a sua forma e<br />
tamanhos anteriores. A lâmina inferior age na estabilização do disco na superfície articular do côndilo<br />
e ao contrário da lâmina superior tem poucas fibras elásticas , sendo composta principalmente de<br />
fibras colágenas. O tecido retrodiscal vai assegurar flexibilidade e estabilidade di disco intra-articular<br />
e fornecer fluído sinovial, importante na lubrificação e nutrição da articulação 10,14 .<br />
CONCLUSÃO<br />
constatou-se a íntima relação existente entre a função e os processos de desenvolvimento e<br />
<strong>cresciment</strong>o atuando diretamente na maturação de sua expressão fenotípica 25 . Este conceito revela-se
importante uma vez que o desvio padrão normal de desenvolvimento pode alterar o equilíbrio ósseo<br />
crânio-facial, como também da articulação temporomandibular e todo o sistema estomatognático. Em<br />
última análise, essas alterações influenciam diretamente na maturação neuro-muscular, desenvolvimento<br />
da oclusão dentária e cinemática mandibular.<br />
Desta forma, é essencial que os clínicos e pesquisadores tenham pleno conhecimento das<br />
implicações dos desvios de desenvolvimento e <strong>cresciment</strong>o, assim possibilitando um melhor diagnóstico<br />
das etiologias e tratamento precoce das desordens e dores de origem craniomandibular.<br />
REFEÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />
1. ARAÚJO,M.C.M Ortodontia para clínicos. Programa pré-ortodôntico. 2. ed. Santos:1982,286p.<br />
completar<br />
2. BJÖRK, A. Variations in the growth pattern of human mandible: longitudinal radiographic study<br />
by the implant method. J. Dent. Res, v.42, p 400-411, 1963. . completar<br />
3. BJÖRK, A. & SKIELLER. Facial development and thooth eruption. Am. J. Orthod., v. 62, n.4, p.<br />
339-83 Oct., 1972.<br />
4. CLINCH, L.M An analysis of serial models between three and eigheit years of age. Dent. Rec., v.<br />
71, p. 61-72, Apr, 1951<br />
5. COHEN, J.T. Growth and development of the dental arches in children. J. Am. Dent. ª, v. 27, p.<br />
1250-1260, Aug,1940<br />
6. COHEN, J.T. Pediatric Dentistry. St. Louis: C.V. Mosby, 1957, p. 143-172.<br />
7. ENLOW, D.H.; MOYERS, R.E.; MEROW, W.W. Handbook Of Facial Growth. 2 ed. Phyladelphia,<br />
London, Toronto: W.B.SAUDERS, 1982, p.66-132.<br />
8. Manual sobre <strong>cresciment</strong>o facial. Buenos Aires, Intermédica SAICI, 1981, p.427.<br />
9. GRABER, T.M. ORTODONCIA, Teoria Y Práctica. Tercera Edicion, México, Nueva Editotial<br />
Interamericana, 1974, p.892<br />
10. KAPLAN, A . S.; ASSAEL, L. A Temporo Mandibular Disorder- Diagnose And Treatment. W.B.<br />
Fouder Company 1991, p.754<br />
11. MOYERS, R.E Tratado de Ordoncia. México, Interamericana, 1960, p. 508<br />
12. Completar<br />
13. NOYES, H.J. The Role Of Growth And Development In Interceptive Orthdontics. Dent. Clin. N.<br />
Am, p. 289-298, Jul, 1957<br />
14. OKESON,J.P Temporomandibular Disorders and Occlusion. 4ed. St. Louis: C.V.Mosby,1998<br />
15. PROFFIT,W.R. Space maintenance, serial extractions, and general practitioner. J.Am.Dent.Ass.,<br />
v. 74, p. 411-419, Feb, 1957.<br />
16. PROFFIT,W.R.; FIELDS, H.W. Comteporary Orthodontics. St. Louis: C.V. Mosby, 1986, p.312-<br />
353.<br />
17. SHUMACHER,G.H.; BECKER,R.; HÜBMER,A;.et alii. Stimulatins effect of tongue on craniofacial<br />
growth. Proc. Finn. Dent. Soc. 87(1):69-83,1991 in Am.J.Ortod.Orthop, v. 101, n.3, p. 288,<br />
Mar, 1992.<br />
18. SICHER, H. Growth Of The Mandible. Am. J. Orthod., v.33, p. 30-35, 1947.<br />
19. SICHER, H.; TANDLER,J. Anatomia para dentistas. 2ed. Labor, Barcelona, Madrid, 1950, p.111-<br />
113, p.126-128.<br />
20. SICHER, H. & HOPKINS, S.C. Personal communication from Hopkins, S.C. Inadequancy of<br />
mandibular archorage. Am. J. Orthod., v.41, p.691-704, 1955.<br />
21. STRANG,R.H.W. Textbook of Orthodontia. 3ed.Philadelphia. Lea & Fabiger, 1950, p.825.<br />
22. STURMAN,H.A Eary treatment. Angle orthod., v.28, n.2, p.94-107, Apr,1958.<br />
23. SWINEHART,H.A The importance of the completar in the development of normal occlusion.<br />
Am. J. Orthod., v.36, p.813-830, 1950.
24. TULLEY,W.J. & CAMPBELL,A.A C. A Manual of Practical Orthodontics. Bristol, John Wright,<br />
p.220, 1960.<br />
25. ZARB,G.A et al. Temporomandibular joint and masticatory muscle disorders. Munksgaard, p.623,<br />
1994.