LEMAD-DH-USP_Historia do Brasil_Maria LG Andrade_1928.pdf
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HISTORIA DO BRAZIL. 169<br />
foram exclusivamente dirigi<strong>do</strong>s contra medidas erroneas <strong>do</strong> governo;<br />
a revolução de Ama<strong>do</strong>r Bueno em S. Paulo (1640), a<br />
de Agostinho Barbalho no Rio de Janeiro (1663), e mesmo a<br />
de Manoel Beckmanno Maranhão (1683), eram s6 contra os<br />
odiosos jesuitas e a instituição <strong>do</strong>s monopolios .<br />
• Já se pode pcrceber, porêm, uma irritação nacional nos motins<br />
scguintes: Revolta <strong>do</strong>s Mascates em Pernambuco (1710) e<br />
Guerra <strong>do</strong>s Emboahas em S. Paulo (1711); mas a liga intima<br />
com a metropole mostra-se de novo nas duas ultimas revoluçües,<br />
uma das quaes - a <strong>do</strong> Til'adentes - (17k!J) proclamou a independencia,<br />
sen<strong>do</strong> o martyr executa<strong>do</strong> sem que sua morte provocasse<br />
o menor abalo nacional; e ainda rú" ultima revolução pernambucana<br />
(1817) deu a nação inteira prompto auxilio para<br />
que ella fosse suffocada.<br />
A intimidade com Portugal persistiu apesar das tyrannias <strong>do</strong><br />
governo. A fertilidade e a riqueza <strong>do</strong> pniz alliviavam as inconveneias<br />
da oppressão e desde a chegada de D. João VI ao Brazil<br />
que surgira no animo de to<strong>do</strong>s os Brazileiros a esperança de<br />
que o rei mudaria sua residencia para este paiz, que havia mais<br />
de um seculo sustentava o luxo de seus antepassa<strong>do</strong>s. As garantias<br />
que deu o rei á colonia augmentaram ainda essa esperança,<br />
que mu<strong>do</strong>u-se em certeza, quan<strong>do</strong> o rei, depois da morte<br />
de sua mãe D. <strong>Maria</strong> I (1816), preparou com grande pompa<br />
sua coroação no Rio de Janeiro. A triste revolução de Pernambuco<br />
interrompeu as festividades, mas não abalou a resolução<br />
<strong>do</strong> rei, que revela-se claramente no principio com a noticia da<br />
revolução <strong>do</strong> Porto, quan<strong>do</strong> D. João VI decretou a reunião <strong>do</strong>s<br />
deputa<strong>do</strong>s de seus tres reinos (Portugal, Brazil e Algarves) no<br />
Rio de Janeiro.<br />
O decreto de 7 de março em que o rei determinava voltar para<br />
Portugal destruiu todas estas esperanças. Os insultos aos deputa<strong>do</strong>s<br />
brazileiros no dia 21 de abril e a partida repentina<br />
1821<br />
<strong>do</strong> rei a 26, alienaram de D. João todas as sympathias,<br />
e os Brazileiros lembran<strong>do</strong>-se então das injurias soffridas por<br />
tantos annos, sentiram vivamente a necessidade da separação.