Artigo Cientifico PDE - Secretaria de Estado da Educação do Paraná
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O ensino <strong>da</strong> arte contemporânea na sala <strong>de</strong> aula: relato <strong>de</strong> uma pesquisa-ação<br />
Silvia Flores Penharbel 1 - silviaflores3@yahoo.com.br<br />
Carla Juliana Galvão Alves 2 – carlagalvaow@yahoo.com.br<br />
RESUMO<br />
Este artigo apresenta uma pesquisa-ação que tem como foco o trabalho com a<br />
leitura <strong>de</strong> imagens <strong>de</strong> arte contemporânea, a atuação <strong>do</strong> professor/media<strong>do</strong>r e a<br />
i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> cura<strong>do</strong>ria educativa. O projeto faz parte <strong>do</strong> Programa <strong>de</strong> Desenvolvimento<br />
Educacional (<strong>PDE</strong>) e foi <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> com alunos <strong>do</strong> último ano <strong>do</strong> Ensino Médio <strong>de</strong><br />
uma escola pública <strong>de</strong> Apucarana-PR. Mirian Celeste Martins, Hernán<strong>de</strong>z e Pillar<br />
são alguns <strong>do</strong>s referenciais teóricos que fun<strong>da</strong>mentam esta investigação. A análise<br />
<strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s mostrou que a proposta não só é viável como aproximou <strong>de</strong><br />
forma significativa os alunos <strong>da</strong> arte contemporânea, amplian<strong>do</strong> o conhecimento<br />
sobre a produção mais recente <strong>da</strong> arte, tantas vezes ausente <strong>do</strong>s currículos<br />
escolares.<br />
Palavra- chaves: Leitura <strong>de</strong> imagens. Mediação cultural. Cura<strong>do</strong>ria educativa.<br />
ABSTRACT<br />
This article presents an research action focused in the work with the reading of<br />
images of contemporary art, the performance of teacher / mediator and the i<strong>de</strong>a of<br />
educational curator. The project is part of the Program of Education (<strong>PDE</strong>)<br />
<strong>de</strong>velopment and it was <strong>de</strong>veloped with stu<strong>de</strong>nts of the last year of the Medium<br />
Teaching of a public school of Apucarana-PR. Mirian Celeste Martins, Hernán<strong>de</strong>z<br />
and Pillar are some of the theoretical backgrounds that justify this investigation. The<br />
<strong>da</strong>ta analysis had showed that the proposal not only it is viable, as it had approached<br />
of a significantly form the stu<strong>de</strong>nts of contemporary art, enhancing the knowledge<br />
about the most recent production of the art, often absents from the curriculums’ of the<br />
school.<br />
Key words: Image reading; Cultural mediation; Educational curator.<br />
1 Silvia Flores Penharbel é professora <strong>de</strong> Arte <strong>da</strong> re<strong>de</strong> pública <strong>de</strong> ensino <strong>do</strong> <strong>Paraná</strong>, atuan<strong>do</strong> no Colégio Estadual,<br />
Nilo Cairo <strong>de</strong> Apucarana, e participa <strong>do</strong> Programa <strong>de</strong> Desenvolvimento Educacional (<strong>PDE</strong>) <strong>da</strong> SEED-PR.<br />
2 Carla Juliana Galvão Alves é Mestre em <strong>Educação</strong> pela Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Maringá, <strong>do</strong>cente <strong>do</strong><br />
Departamento <strong>de</strong> Arte Visual <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Londrina, e é orienta<strong>do</strong>ra no Programa <strong>de</strong><br />
Desenvolvimento Educacional (<strong>PDE</strong>) <strong>da</strong> SEED-PR.
Introdução<br />
Este artigo tem como objetivo apresentar um projeto <strong>de</strong> intervenção que foi<br />
<strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> durante o ano <strong>de</strong> 2008 e aplica<strong>do</strong> no primeiro semestre <strong>de</strong> 2009, com<br />
estu<strong>da</strong>ntes <strong>do</strong> Ensino Médio. Trata-se <strong>de</strong> uma experiência que faz parte <strong>do</strong><br />
Programa <strong>de</strong> Desenvolvimento Educacional (<strong>PDE</strong>), como uma ação <strong>da</strong> política <strong>de</strong><br />
formação continua<strong>da</strong> <strong>do</strong>s professores <strong>da</strong> re<strong>de</strong> pública <strong>de</strong> ensino <strong>do</strong> <strong>Paraná</strong>,<br />
proposto pela <strong>Secretaria</strong> Estadual <strong>de</strong> <strong>Educação</strong> em parceria com a <strong>Secretaria</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>Esta<strong>do</strong></strong> <strong>da</strong> Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.<br />
O projeto resultou em um ca<strong>de</strong>rno pe<strong>da</strong>gógico direciona<strong>do</strong> ao ensino <strong>da</strong> arte<br />
contemporânea, com foco na leitura <strong>de</strong> imagens <strong>de</strong> obras e na cura<strong>do</strong>ria educativa,<br />
a fim <strong>de</strong> servir como material <strong>de</strong> apoio ao professor <strong>de</strong> Artes. A intenção <strong>de</strong>ste<br />
ca<strong>de</strong>rno é promover um olhar mais curioso, atento, sensível e crítico <strong>do</strong> aluno no<br />
Ensino Médio.<br />
O ca<strong>de</strong>rno propõe que o professor atue como um media<strong>do</strong>r no processo <strong>de</strong><br />
construção <strong>do</strong> conhecimento sobre a Arte, o que exige um re-apren<strong>de</strong>r a olhar,<br />
acrescentan<strong>do</strong> novos saberes, fazen<strong>do</strong> inter-relações com as práticas sociais<br />
promoven<strong>do</strong> um diálogo entre a produção <strong>do</strong> aluno e que o que está acontecen<strong>do</strong><br />
na socie<strong>da</strong><strong>de</strong>. Segun<strong>do</strong> Costa (2008):<br />
Olhar crítico é aquele que carrega o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> ver mais <strong>do</strong> que lhe é<br />
<strong>da</strong><strong>do</strong> a ver, é ao mesmo tempo movimento interno em busca <strong>de</strong><br />
senti<strong>do</strong> e reflexão incluin<strong>do</strong> a atenção e a sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong>. Olhar crítico<br />
<strong>de</strong>sconfia, re-elabora, re-configura.<br />
Pensan<strong>do</strong> nisto é que, a arte contemporânea foi escolhi<strong>da</strong> para compor este<br />
ca<strong>de</strong>rno pe<strong>da</strong>gógico; por acreditar que ela po<strong>de</strong> proporcionar ao aluno situações<br />
diversifica<strong>da</strong>s e causar o estranhamento capaz <strong>de</strong> levá-lo a refletir sobre a arte,<br />
sobre o mun<strong>do</strong> em que vive e também sobre o seu papel no mun<strong>do</strong>.<br />
Trabalhar com a arte contemporânea é promover também um contato mais<br />
direto com a reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, mais próximo <strong>do</strong> tempo e <strong>do</strong> espaço <strong>do</strong>s alunos. Produções<br />
artísticas contemporâneas abrangem a percepção <strong>da</strong>s relações <strong>de</strong> espaço, tempo,<br />
materiais e corpo <strong>da</strong> obra, o que muitas vezes envolve também o corpo <strong>do</strong>s<br />
expecta<strong>do</strong>res.<br />
2
Agnal<strong>do</strong> Farias diz que<br />
o que mais interessa na arte é exatamente o que <strong>de</strong> incerteza, <strong>de</strong><br />
estranhamento ela po<strong>de</strong> nos oferecer [...]. Na ver<strong>da</strong><strong>de</strong> a arte<br />
contemporânea convi<strong>da</strong> as pessoas e as rechaça, porque elas pensam que<br />
se trata <strong>de</strong> uma relação amigável, enquanto ela <strong>de</strong>finitivamente não é... 3<br />
Muitos professores <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> abor<strong>da</strong>r a produção mais recente <strong>da</strong> arte na<br />
sala <strong>de</strong> aula, alegan<strong>do</strong> <strong>de</strong>spreparo ou insegurança. Isso po<strong>de</strong> ser atribuí<strong>do</strong> a uma<br />
formação precária ou ao receio <strong>de</strong> não ser capaz <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r a to<strong>da</strong>s as questões<br />
que po<strong>de</strong>m surgir no percurso <strong>da</strong> aula. A i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que o professor <strong>de</strong>ve <strong>do</strong>minar<br />
completamente o assunto a ser abor<strong>da</strong><strong>do</strong> exerce forte pressão sobre ele, ain<strong>da</strong> que<br />
saibamos que o conhecimento sobre a arte se constrói e se transforma a ca<strong>da</strong> dia, a<br />
ca<strong>da</strong> instante, a partir <strong>da</strong>s reelaborações feitas por ca<strong>da</strong> um <strong>de</strong> nós – professores,<br />
alunos, ou expecta<strong>do</strong>res.<br />
O convite para pensar sobre arte contemporânea seja através <strong>da</strong> reflexão, <strong>da</strong><br />
percepção e até mesmo pela via <strong>do</strong> estranhamento, propõe colocar-se à frente<br />
<strong>de</strong>sse novo, que <strong>de</strong> uma maneira ou outra nos interpela, mexe com a nossa<br />
curiosi<strong>da</strong><strong>de</strong>, nossa afetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e algumas vezes nos incomo<strong>da</strong>.<br />
É importante que se tenha uma clara compreensão <strong>do</strong> papel <strong>do</strong> professor<br />
media<strong>do</strong>r, atuante, para que possa elaborar maneiras <strong>de</strong> estimular os alunos a<br />
terem <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> iniciar uma sucessão <strong>de</strong> investigações, <strong>de</strong>scobertas e também <strong>de</strong><br />
coragem para tomar iniciativas <strong>de</strong> inventar e experimentar o <strong>de</strong>sconheci<strong>do</strong>. Ao<br />
abor<strong>da</strong>r o papel <strong>do</strong> educa<strong>do</strong>r, Regina Macha<strong>do</strong> (2003) consi<strong>de</strong>ra que:<br />
[...] requer também a curiosi<strong>da</strong><strong>de</strong> viva <strong>do</strong> professor, para que ele possa<br />
aventurar-se, para não correr o risco <strong>de</strong> trazer propostas reducionistas,<br />
apresenta<strong>da</strong>s como tarefas monótonas a cumprir, ou discussões maçantes,<br />
supostamente críticas, sobre a diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> ou i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> cultural. É preciso<br />
um eixo aglutina<strong>do</strong>r que abarque o senti<strong>do</strong> maior <strong>da</strong> experiência <strong>de</strong><br />
apreciar.<br />
As propostas conti<strong>da</strong>s no ca<strong>de</strong>rno pe<strong>da</strong>gógico foram pensa<strong>da</strong>s para ampliar e<br />
estimular a percepção, a interpretação e a análise crítica <strong>da</strong>s obras<br />
contemporâneas, sem a pretensão <strong>de</strong> se impor como um roteiro a ser segui<strong>do</strong> pelo<br />
professor, mas como incentivo à pesquisa e apoio à prática <strong>do</strong> professor <strong>de</strong> arte;<br />
3 Trecho <strong>da</strong> palestra proferi<strong>da</strong> na abertura <strong>do</strong> V Encontro Técnico <strong>do</strong>s Pólos <strong>da</strong> Re<strong>de</strong> Arte na Escola, na Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Caxias <strong>do</strong> Sul<br />
(UCS) em 28.04.97.<br />
3
não como material normativo ou guia <strong>de</strong> aulas, pois acreditamos que ca<strong>da</strong> professor<br />
possa <strong>de</strong>senvolver a partir <strong>de</strong>le sua própria meto<strong>do</strong>logia e acrescentar muito mais<br />
diante <strong>da</strong> reali<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>do</strong> contexto em que atuam.<br />
Diante <strong>de</strong> tal reflexão, os nortea<strong>do</strong>res <strong>de</strong>ste projeto foram Miriam Celeste<br />
Martins, que trata sobre mediação e cura<strong>do</strong>ria educativa; teóricos que já<br />
fun<strong>da</strong>mentaram e contribuíram para o entendimento <strong>da</strong> relação entre as obras <strong>de</strong><br />
arte e seus leitores, como Parsons e Ott; bem como, contribuições <strong>do</strong>s que<br />
fun<strong>da</strong>mentam o assunto através <strong>do</strong>s aspectos meto<strong>do</strong>lógicos, como Ana Mae<br />
Barbosa e Hernán<strong>de</strong>z, entre outros.<br />
A partir <strong>de</strong>stas consi<strong>de</strong>rações foi elabora<strong>do</strong> o projeto <strong>de</strong> uma pesquisa-ação,<br />
com especifici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> pesquisa qualitativa, apoia<strong>da</strong> nas proposições <strong>de</strong> projeto <strong>de</strong><br />
trabalho, e <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> com uma turma <strong>do</strong> segun<strong>do</strong> ano <strong>do</strong> Ensino Médio.<br />
Fun<strong>da</strong>menta-se teoricamente nos estu<strong>do</strong>s teóricos sobre a Leitura <strong>da</strong> Imagem e<br />
Professor Media<strong>do</strong>r /Cura<strong>do</strong>ria Educativa.<br />
1.1 Leitura <strong>de</strong> Imagem<br />
As imagens inva<strong>de</strong>m com uma força intensa o cotidiano! Aparecem frente aos<br />
olhos muitas vezes estranhas, ousa<strong>da</strong>s, <strong>de</strong>spertam o olhar, causam inquietações,<br />
levam o indivíduo a uma busca <strong>do</strong> <strong>de</strong>sconheci<strong>do</strong> e são percebi<strong>da</strong>s pelos senti<strong>do</strong>s.<br />
Por ser assim ostensivamente presente é que a imagem vem sen<strong>do</strong> coloca<strong>da</strong><br />
como um instrumento central <strong>da</strong> aprendizagem, a fim <strong>de</strong> que se criem os<br />
instrumentos e estratégias necessárias para uma análise e recepção atentas e<br />
conscientes. Diante <strong>do</strong> intenso fluxo <strong>de</strong> imagens; obras <strong>de</strong> arte ou não, volta-se a<br />
um questionamento: Será que realmente as imagens são vistas?<br />
Para Analice Dutra Pillar, muitas vezes olha-se sem ver, pois o indivíduo<br />
diante <strong>de</strong> tantas informações visuais não tem possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> absorver e fazer a<br />
leitura <strong>de</strong> tu<strong>do</strong> o que vê. Segun<strong>do</strong> Heller (apud PILLAR, 2002:72) “o homem <strong>da</strong><br />
cotidiani<strong>da</strong><strong>de</strong> é atuante e frui<strong>do</strong>r, ativo e receptivo, mas não tem tempo nem<br />
possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se absorver inteiramente em nenhum <strong>de</strong>sses aspectos; por isso,<br />
não po<strong>de</strong> aguçá-los em to<strong>da</strong> sua intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>”.<br />
Entre “ver e olhar”, PILLAR (2002), tece uma diferenciação: “é só quan<strong>do</strong><br />
passa <strong>do</strong> limiar <strong>do</strong> olhar para o universo <strong>do</strong> ver que se realiza um ato <strong>de</strong> leitura e <strong>de</strong><br />
reflexão”. Nesse senti<strong>do</strong>, <strong>de</strong>senvolver o “ver” <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> escola através <strong>de</strong> um<br />
processo <strong>de</strong> leitura e reflexão, torna-se importante, ressalta ZAMBONI (apud<br />
4
PILLAR, 2002:73), “o ver em senti<strong>do</strong> mais amplo requer um grau <strong>de</strong> profundi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
muito maior, porque o indivíduo tem, antes <strong>de</strong> tu<strong>do</strong>, <strong>de</strong> perceber o objeto em suas<br />
relações com o sistema simbólico que lhe dá significa<strong>do</strong>.”<br />
A reflexão <strong>de</strong> Zamboni ressalta o importante papel <strong>da</strong> leitura <strong>de</strong> imagens, pois<br />
feita <strong>de</strong> maneira consciente, propicia ao indivíduo uma construção <strong>de</strong> um olhar<br />
crítico em relação ao mun<strong>do</strong>, <strong>de</strong>spertan<strong>do</strong> nele uma individuali<strong>da</strong><strong>de</strong>, que interliga<strong>da</strong><br />
a contextos e espaços varia<strong>do</strong>s com os quais se tem uma interação, produz então<br />
subjetivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, relações sociais, culturais e históricas.<br />
Nesse senti<strong>do</strong>, Pillar (1999) diz que:<br />
Ao ler, estamos entrelaçan<strong>do</strong> informações <strong>do</strong> objeto, suas características<br />
formais, cromáticas, topológicas; e informações <strong>do</strong> leitor, seu conhecimento<br />
acerca <strong>do</strong> objeto, suas inferências, sua imaginação. Assim, a leitura<br />
<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>do</strong> que está em frente e atrás <strong>do</strong>s nossos olhos.<br />
Neste trabalho optou-se por uma abor<strong>da</strong>gem que é consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> fun<strong>da</strong>mental,<br />
compreen<strong>de</strong>r as imagens não só pela contemplação, mas por um viés mais crítico, a<br />
fim <strong>de</strong> que, como diz (OLIVEIRA, 2008:8)<br />
possamos ver e apren<strong>de</strong>r os seus enuncia<strong>do</strong>s <strong>de</strong> forma a nos tornarmos<br />
leitores <strong>de</strong> mun<strong>do</strong>, <strong>da</strong> nossa reali<strong>da</strong><strong>de</strong> que nos cerca e que as proveram <strong>de</strong><br />
forma contextualiza<strong>da</strong> culturalmente, que estejam atrela<strong>da</strong>s ao tempo/lugar<br />
on<strong>de</strong> as mesmas foram construí<strong>da</strong>s.<br />
Assim, verifica-se que, o importante é realizar leituras <strong>de</strong> imagens que sejam<br />
significativas, utiliza<strong>da</strong>s como possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ampliar o olhar sobre outras culturas,<br />
outros valores, incluin<strong>do</strong> sempre o contexto no qual os alunos atuam.<br />
Cabe ao ensino <strong>da</strong> Arte <strong>da</strong>r acesso e oferecer possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> compreensão<br />
ao aluno, para que ele, diante <strong>de</strong>ste universo <strong>de</strong> imagens, possa saber ca<strong>da</strong> ver<br />
mais sentir, ver, olhar, aguçar a percepção, ter vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>scobrir, <strong>de</strong> falar com o<br />
outro sobre o que viu; saber fazer também associações com que está ven<strong>do</strong> e<br />
viven<strong>do</strong>, encontrar na leitura <strong>da</strong> imagem um elemento revitaliza<strong>do</strong>r <strong>de</strong> sua<br />
aprendizagem.<br />
5
1.2. Professor Media<strong>do</strong>r /Cura<strong>do</strong>ria Educativa<br />
No cotidiano, imagens ocupam espaços, transforman<strong>do</strong> quase tu<strong>do</strong> em uma<br />
gran<strong>de</strong> galeria para o nosso olhar. Diante <strong>de</strong>ste cenário, cabe à disciplina <strong>de</strong> arte,<br />
preparar os alunos para uma ampliação <strong>do</strong> seu mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> ver, muitas vezes tão<br />
singular. Para que as mu<strong>da</strong>nças ocorram, novas compreensões <strong>de</strong> arte precisam<br />
estar presentes no ambiente escolar.<br />
É necessário que o professor <strong>de</strong> artes assuma uma nova postura para<br />
prosseguir neste caminho; alguém que estimule o pensamento, a autoria, autonomia<br />
a curiosi<strong>da</strong><strong>de</strong>, que leve ca<strong>da</strong> educan<strong>do</strong> à sua própria reflexão. Uma postura <strong>de</strong><br />
professor/media<strong>do</strong>r - pesquisa<strong>do</strong>r/provoca<strong>do</strong>r, que po<strong>de</strong>rá estabelecer momentos <strong>de</strong><br />
encontro <strong>da</strong> experiência estética com a experiência vivi<strong>da</strong> pelo aluno.<br />
Mediar é, portanto, propiciar espaços <strong>de</strong> recriação <strong>da</strong> obra. Para isso é<br />
preciso acreditar no ser humano, ter confiança <strong>de</strong> que semente po<strong>de</strong>rá<br />
ren<strong>de</strong>r frutos. Implica em acreditar no aprendiz e por isso <strong>da</strong>r crédito à sua<br />
voz, <strong>de</strong>sejos e produção, e em encontrar brechas <strong>de</strong> acesso para<br />
percepção cria<strong>do</strong>ra e a imaginação especulante, para ampliar e instigar<br />
infinitas combinações, como num calei<strong>do</strong>scópio (MARTINS, 2005:18).<br />
A mediação entra na escola como um processo diferencia<strong>do</strong>, on<strong>de</strong> o<br />
professor irá convocar os senti<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s educan<strong>do</strong>s e com ele, o perceber, o sentir e o<br />
pensar, <strong>de</strong>sperta<strong>do</strong>s através <strong>de</strong> algumas ações educativas como: dialogar,<br />
aproximar, questionar, abrir, encontrar. Para enten<strong>de</strong>r, aproximar os conceitos <strong>de</strong><br />
mediação e professor/media<strong>do</strong>r, como algo <strong>de</strong> relevância <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma ação<br />
educativa na disciplina <strong>de</strong> Arte, o professor <strong>de</strong>ve ter o que a professora Mirian<br />
Martins nos propõe: “um olhar <strong>do</strong> professor–pesquisa<strong>do</strong>r”. Sobre a atuação <strong>de</strong>ste<br />
professor no espaço escolar, a autora enfatiza que:<br />
Um professor que mantém vivo a curiosi<strong>da</strong><strong>de</strong>, que gosta <strong>de</strong> estu<strong>da</strong>r,<br />
investigar imagens para sua prática na sala <strong>de</strong> aula e levar seus alunos ao<br />
encontro com a linguagem <strong>da</strong> arte sem forçar uma construção <strong>do</strong> senti<strong>do</strong><br />
“correto” ou único, veste sandálias <strong>de</strong> professor-pesquisa<strong>do</strong>r, envolven<strong>do</strong><br />
com a mais fina atenção sua pele pe<strong>da</strong>gógica, <strong>da</strong>n<strong>do</strong> sustentação para<br />
pisar em terras ain<strong>da</strong> <strong>de</strong>sconheci<strong>da</strong>s (MARTINS 2005: 18).<br />
A proposição <strong>de</strong> introduzir o conceito <strong>de</strong> cura<strong>do</strong>ria educativa no trabalho <strong>do</strong><br />
professor é essencial para a sua atuação como media<strong>do</strong>r em sala <strong>de</strong> aula, pois é ele<br />
quem faz a escolha <strong>da</strong>s imagens. Para isso, ele precisa também ser “leitor”- ter um<br />
6
olhar mais aprofun<strong>da</strong><strong>do</strong>, pois é ele quem fará a escolha, junções <strong>de</strong> imagens ou<br />
obras, este é o recorte que irá a<strong>de</strong>ntrar a aula <strong>de</strong> Artes e partir para o olhar <strong>do</strong> aluno,<br />
apreen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> assim os senti<strong>do</strong>s, o olhar, através <strong>da</strong>s suas imagens, textos,<br />
reproduções, linguagens diferencia<strong>da</strong>s. Abrir as “brechas” para problematizar o<br />
olhar, causar estranhamento pela imagem ou pela a obra reproduzi<strong>da</strong>.<br />
Sobre cura<strong>do</strong>ria educativa, Guilherme Vergara, cura<strong>do</strong>r <strong>do</strong> MAC, salienta que<br />
o objetivo maior <strong>da</strong> cura<strong>do</strong>ria é explorar a potência <strong>da</strong> arte como veículo <strong>de</strong> ação<br />
cultural.<br />
Ca<strong>de</strong>rno Pe<strong>da</strong>gógico<br />
O ca<strong>de</strong>rno pe<strong>da</strong>gógico foi especialmente elabora<strong>do</strong> e pensa<strong>do</strong> para gerar<br />
algumas questões problematiza<strong>do</strong>ras, com o objetivo <strong>de</strong> estimular a participação <strong>do</strong><br />
aluno quan<strong>do</strong> for apresenta<strong>do</strong> a ele o artista e suas obras. Outro objetivo é apoiar as<br />
discussões com o trabalho <strong>da</strong> arte contemporânea na sala <strong>de</strong> aula, por meio <strong>de</strong>le, o<br />
professor po<strong>de</strong>rá aplicá-lo ou a<strong>da</strong>ptá-lo <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> escola on<strong>de</strong><br />
lecionam.<br />
Inicialmente o ca<strong>de</strong>rno é apresenta<strong>do</strong> com um parágrafo introdutório sobre o<br />
material, seus objetivos e uma explicação <strong>de</strong> como ele po<strong>de</strong> ser utiliza<strong>do</strong>. Na<br />
sequência, uma série <strong>de</strong> cartas (pareci<strong>da</strong>s com as <strong>de</strong> baralho) se apresentam soltas,<br />
porque contêm itens para inspirar o professor à criação <strong>de</strong> novos percursos<br />
educativos a trilhar com seus alunos; manusean<strong>do</strong> as cartas o professor po<strong>de</strong><br />
escolher sua porta <strong>de</strong> entra<strong>da</strong>, <strong>de</strong>ntre as muitas possíveis para <strong>da</strong>r início à aula,<br />
integran<strong>do</strong> suas próprias idéias às que estão coloca<strong>da</strong>s.<br />
As cartas estão apresenta<strong>da</strong>s <strong>da</strong> seguinte forma: Uma questão chave,<br />
coloca<strong>da</strong> em forma <strong>de</strong> perguntas para estimular o aluno a participar <strong>da</strong>s discussões<br />
que farão parte <strong>da</strong> aula. Outra carta apresenta a indicação <strong>de</strong> um ví<strong>de</strong>o ou imagem<br />
relaciona<strong>do</strong> ao artista e sua obra - chama<strong>da</strong> ven<strong>do</strong>. A chama<strong>da</strong> enten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> melhor<br />
traz uma proposta <strong>de</strong> leitura <strong>de</strong> imagem para conhecer o trabalho <strong>do</strong> artista. Existe<br />
uma carta que vem com uma frase, para que o professor possa iniciar uma conversa<br />
sobre a técnica ou informações adicionais <strong>do</strong> trabalho <strong>do</strong> artista. A que traz o título:<br />
Outros saberes e contextos: traz conteú<strong>do</strong>s estruturantes a serem abor<strong>da</strong><strong>do</strong>s. Quem<br />
é o artista? É uma carta que traz Informações biográficas que po<strong>de</strong>m aju<strong>da</strong>r a<br />
compreen<strong>de</strong>r o processo <strong>de</strong> criação. A carta chama<strong>da</strong> <strong>de</strong> expedições coloca<br />
7
possíveis diálogos que po<strong>de</strong>m ser estabeleci<strong>do</strong>s com outras áreas <strong>do</strong> conhecimento.<br />
Outra bastante interessante é chama<strong>da</strong> <strong>de</strong> poética - informações sobre o processo<br />
<strong>de</strong> criação <strong>do</strong> artista. A carta chama<strong>da</strong>: Tem mais gente que faz? Dá a<br />
oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> conhecer outros artistas que trabalham com a mesma linguagem;<br />
mas que utilizam – uma poética diferente em sua criação. Existe uma chama<strong>da</strong>:<br />
Algumas reflexões: questões sugeri<strong>da</strong>s para o professor instigar o aluno a pesquisa,<br />
a crítica e ao pensamento sobre a criação artística. E as duas últimas são:<br />
Possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> trabalho são algumas propostas <strong>de</strong> trabalhos para a criação<br />
artística <strong>do</strong>s alunos e por último uma carta que contém a Bibliografia: livros, textos,<br />
sites consulta<strong>do</strong>s e /ou recomen<strong>da</strong><strong>do</strong>s para aprofun<strong>da</strong>mento <strong>do</strong> professor.<br />
Produção/Criação: uma prática reflexiva<br />
Como um <strong>do</strong>s nossos objetivos era <strong>de</strong>senvolver no aluno uma análise crítica<br />
<strong>da</strong> reali<strong>da</strong><strong>de</strong> através <strong>da</strong>s leituras <strong>da</strong>s obras apresenta<strong>da</strong>s a eles, aliamos a leitura <strong>de</strong><br />
imagens a algumas possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> trabalhos artísticos, que envolviam criativi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
e critici<strong>da</strong><strong>de</strong>. Os trabalhos foram pensa<strong>do</strong>s como um meio para que os alunos<br />
transformassem seus pensamentos e também fossem respon<strong>de</strong>n<strong>do</strong> aos <strong>de</strong>safios<br />
que eram coloca<strong>do</strong>s para eles naquele <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> momento.<br />
Neste processo, buscamos algumas ações educativas como: dialogar,<br />
aproximar, abrir, encontrar.<br />
Dialogar, porque, enten<strong>de</strong>-se o diálogo como um processo humano que gera<br />
a comunicação constante e necessária entre o professor e o aluno. Nestes diálogos<br />
entre a obra que foi exposta aos alunos através <strong>do</strong> ví<strong>de</strong>o, foi fun<strong>da</strong>mental tecer<br />
conversas que tinham o objetivo <strong>de</strong> instigá-los e também <strong>de</strong> levá-los a uma melhor<br />
compreensão <strong>da</strong> obra. Estes diálogos remetem à fala <strong>da</strong> professora Mírian Celeste<br />
Martins (2005 p. 18): diálogos são portas, são “as brechas <strong>de</strong> acesso”.<br />
Aproximar, porque, entre a arte e o aluno, existem limites a serem supera<strong>do</strong>s.<br />
Importante uma aproximação <strong>do</strong>s alunos para também aproximá-los <strong>da</strong> arte, <strong>do</strong><br />
artista, como algo complementa<strong>do</strong>r e motiva<strong>do</strong>r <strong>da</strong> sua formação e <strong>da</strong> sua vi<strong>da</strong>.<br />
Destaca-se aqui, o uso <strong>do</strong> ví<strong>de</strong>o como um elemento aproxima<strong>do</strong>r, pois além <strong>de</strong>le ter<br />
si<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong> como mola propulsora e como recurso estimula<strong>do</strong>r <strong>do</strong> processo<br />
ensino-aprendizagem, proporcionou <strong>de</strong> certa maneira uma intimi<strong>da</strong><strong>de</strong> às obras<br />
vincula<strong>da</strong> às questões <strong>da</strong> arte contemporânea bem como um encontro <strong>do</strong> artista<br />
8
com os alunos, pois retrata o artista falan<strong>do</strong> <strong>do</strong> seu processo <strong>de</strong> criação. A partir<br />
<strong>da</strong>í, estava cria<strong>do</strong> um clima favorável e ao mesmo tempo um convite aos alunos<br />
para explorarem e conhecerem mais a proposta <strong>do</strong> artista.<br />
Abrir, para que o aluno fale, para que o educa<strong>do</strong>r escute, interajam juntos,<br />
construam o conhecimento, potencializan<strong>do</strong> assim outros mo<strong>do</strong>s <strong>de</strong> percepção <strong>da</strong><br />
reali<strong>da</strong><strong>de</strong>; com esta experiência, crescemos juntos, encontramos sempre novos<br />
caminhos e novos meios <strong>de</strong> potencializar o ensino <strong>da</strong> Arte e aju<strong>da</strong>r o aluno a<br />
<strong>de</strong>codificar, ler e compreen<strong>de</strong>r o mun<strong>do</strong> <strong>do</strong> qual ele faz parte.<br />
Nos trabalhos práticos, os alunos foram estimula<strong>do</strong>s pelos exercícios <strong>de</strong><br />
apreciação e análise crítica <strong>da</strong>s obras, a <strong>de</strong>senvolver pequenos projetos<br />
tridimensionais, como instalação e objeto–arte, e bidimensionais, como a fotografia e<br />
pintura.<br />
Instalação<br />
Chega<strong>do</strong> o momento <strong>do</strong> trabalho com a instalação, a i<strong>de</strong>ia era iniciar o<br />
assunto <strong>de</strong> uma maneira bem provocativa. A provocação foi feita através <strong>de</strong> um<br />
<strong>do</strong>cumentário mostran<strong>do</strong> o processo <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> uma instalação <strong>da</strong> artista<br />
Carmela Gross, que com papel Kraft velou to<strong>do</strong> seu atelier, apagan<strong>do</strong> as<br />
informações presentes ali, e crian<strong>do</strong> assim um novo espaço para repensar seu<br />
trabalho artístico. No final <strong>da</strong> apresentação os alunos ficaram em silêncio, com<br />
olhares <strong>de</strong>sconfia<strong>do</strong>s e alguns arriscaram palpites quan<strong>do</strong> in<strong>da</strong>ga<strong>do</strong>s com duas<br />
questões: O que você achou estranho neste ví<strong>de</strong>o <strong>de</strong> Carmela Gross? O que você<br />
achou mais interessante? Aqui encontram-se algumas repostas:<br />
— Achei que ela me <strong>de</strong>cepcionou pela obra, sem ter emoção.<br />
— Achei estranho o fato <strong>de</strong> ela cobrir to<strong>do</strong> o atelier com o papel Kraft no<br />
começo <strong>do</strong> filme, mais <strong>de</strong>pois comecei a me interessar no propósito <strong>do</strong><br />
trabalho <strong>de</strong>la e achei muito interessante, pois ela queria refletir sobre o<br />
trabalho <strong>de</strong>la e ver outras coisas que ela não enxergava.<br />
— A artista conseguiu provocar os senti<strong>do</strong>s, o qual a princípio pareceu<br />
estranho, mas a revelação <strong>do</strong> cenário ficou bem diferente.<br />
— Achei legal, nunca tinha visto na<strong>da</strong> assim!<br />
— Eu achei inusita<strong>do</strong> e diferente, é até um pouco louco embrulhar o ateliê<br />
com papel Kraft. É inova<strong>do</strong>r! Eu nunca tinha visto algo assim.<br />
9
— A ousadia <strong>da</strong> artista em tentar um projeto novo, to<strong>do</strong> o processo <strong>de</strong><br />
criação, o uso <strong>de</strong> materiais diferentes e <strong>da</strong> reflexão que o projeto nos<br />
apresenta.<br />
No momento <strong>da</strong>s propostas <strong>de</strong> trabalho prático tridimensionais surgiram<br />
novas possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> formas expressivas, pois o trabalho tinha como <strong>de</strong>safio o<br />
uso novos materiais que levaram os alunos a manipular reflexivamente os elementos<br />
compositivos <strong>da</strong> linguagem <strong>da</strong> instalação. Interessante ressaltar que nesses fazeres<br />
os alunos acharam soluções para os problemas encontra<strong>do</strong>s, conquistan<strong>do</strong> assim<br />
resulta<strong>do</strong>s surpreen<strong>de</strong>ntes e inova<strong>do</strong>res.<br />
Instalação “ Mun<strong>do</strong> on line” alunos <strong>do</strong> 3 º A, com uma intervenção no pátio <strong>da</strong> escola<br />
10
Objeto –Arte, Trabalho inspira<strong>do</strong> no artista Farnese <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> <strong>do</strong> aluno <strong>do</strong> 3 º c<br />
Objeto –Arte, Trabalho inspira<strong>do</strong> no artista Farnese <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> <strong>do</strong> aluno <strong>do</strong> 3 º B<br />
11
Fotografia<br />
O trabalho com a fotografia foi inicia<strong>do</strong> com um <strong>do</strong>cumentário que trazia o<br />
artista Vik Muniz falan<strong>do</strong> <strong>de</strong> seu trabalho e sua trajetória como artista. Vik Muniz é<br />
um artista irreverente, que utiliza materiais inusita<strong>do</strong>s para criar suas obras. Enfatizei<br />
o mo<strong>do</strong> curioso como o artista trabalha, pois após o <strong>de</strong>senho ou pintura realiza<strong>da</strong>,<br />
ele os fotografa e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>strói. O que ele apresenta ao público é o resulta<strong>do</strong><br />
realiza<strong>do</strong> através <strong>da</strong> fotografia.<br />
Após o artista Vik Muniz, eles conheceram também o fotógrafo Sebastião<br />
Salga<strong>do</strong>, que tem como marcas <strong>de</strong> seu trabalho um caráter social e uma ênfase no<br />
tratamento <strong>da</strong> luz e <strong>da</strong> sombra. Um terceiro ví<strong>de</strong>o apresenta<strong>do</strong> a eles trazia um<br />
<strong>do</strong>cumentário sobre a história <strong>da</strong> fotografia. To<strong>do</strong>s estes ví<strong>de</strong>os motivaram os alunos<br />
a serem também os próprios autores <strong>da</strong>s imagens captura<strong>da</strong>s em uma praça perto<br />
<strong>do</strong> colégio.<br />
A máquina fotográfica e o celular foram utiliza<strong>do</strong>s como ferramentas centrais<br />
para a concretização <strong>da</strong> proposta feita a eles que tinha como o objetivo capturar<br />
uma imagem figurativa e outra abstrata <strong>da</strong>n<strong>do</strong> ênfase à luz e à sombra. Estas<br />
experiências fotográficas e o reconhecimento <strong>da</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> serem autores por<br />
meio <strong>da</strong> fotografia interessaram e mobilizaram os alunos, levan<strong>do</strong>-os a exercitarem o<br />
olhar e estimulan<strong>do</strong> para o apren<strong>de</strong>r, pois como observa Leite:<br />
o exercício <strong>de</strong> análise <strong>da</strong>s fotografias estimula a percepção visual e<br />
habitua a enxergar na foto uma radiografia com sugestões <strong>de</strong><br />
significa<strong>do</strong>s invisíveis que ultrapassam o enquadramento <strong>da</strong>s duas<br />
dimensões (apud CAMPOS, 2003, p.187).<br />
A energia coloca<strong>da</strong> no exercício foi, por sua vez, uma possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> que logo<br />
cativou os alunos, pois a maioria fotografa a to<strong>do</strong> o momento por meio <strong>da</strong>s câmeras<br />
<strong>do</strong>s celulares, mas o fato <strong>de</strong> terem uma intenção e um objetivo no momento <strong>da</strong><br />
captura <strong>do</strong> objeto fez com que percebessem outras maneiras <strong>de</strong> ver. O comentário<br />
<strong>de</strong> um <strong>do</strong>s alunos ilustra este momento, quan<strong>do</strong> respon<strong>de</strong> ao questionamento: O<br />
que significou para você a experiência <strong>de</strong> fotografar uma imagem abstrata e<br />
figurativa com ênfase na luz e sombra?<br />
_ A experiência foi bem interessante. Porque você percebe que quan<strong>do</strong> há interesse em uma<br />
coisa um pouco mais perceptiva não é difícil <strong>de</strong> encontrar o objeto a ser fotografa<strong>do</strong>, pelo<br />
contrário, é mais fácil <strong>do</strong> que imaginamos, basta prestar atenção nos <strong>de</strong>talhes.<br />
12
tografia Abstrata, luz e sombra – aluno <strong>do</strong> 3 ºB<br />
Fotografia figurativa – Aluno <strong>do</strong> 3ºD<br />
13<br />
Fo
Pintura<br />
A pintura trouxe uma nova possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> composição<br />
abstrata, pois esta parte <strong>do</strong> projeto previa uma pintura ten<strong>do</strong> como suporte os<br />
bancos <strong>da</strong> escola. Nesta fase, chama<strong>da</strong> <strong>de</strong> “Olhares e Percepções”, um novo<br />
<strong>de</strong>safio – perceber o trabalho <strong>da</strong> artista Beatriz Milhazes e por meio <strong>de</strong>le encontrar<br />
formas diferentes <strong>de</strong> se expressar através <strong>de</strong> uma composição com formas linhas e<br />
cores, resultan<strong>do</strong> em um trabalho diferente <strong>da</strong>queles com os quais estavam<br />
acostuma<strong>do</strong>s. Assim, teve início a pintura <strong>do</strong>s bancos, que originou outra gran<strong>de</strong><br />
pintura, uma criação plástica coletiva, pois <strong>de</strong>pendia <strong>da</strong> outra naquele contexto. A<br />
conclusão <strong>do</strong> trabalho foi bastante festeja<strong>da</strong> pelos alunos, pois ca<strong>da</strong> um <strong>de</strong>les teve a<br />
oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> mostrar sua vivência com a arte e <strong>de</strong>ixar suas marcas, confian<strong>do</strong><br />
nas suas próprias expressões gráficas, o que <strong>de</strong>monstro o quanto o fazer artístico se<br />
transformou em algo significativo para eles.<br />
Pintura nos bancos <strong>do</strong> pátio<br />
14
Pintura nos bancos <strong>da</strong> escola<br />
4. Consi<strong>de</strong>rações finais: <strong>da</strong> Arte Contemporânea à formação <strong>do</strong> conhecimento<br />
artístico na sala <strong>de</strong> aula<br />
Se o convite <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início era para pensar a arte contemporânea através <strong>da</strong>s<br />
reflexões, proposições e inquietações que serviram <strong>de</strong> mola propulsora para a<br />
construção <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong> trabalha<strong>da</strong>, isto possibilitou uma renovação <strong>do</strong> ensino<br />
aprendizagem na disciplina <strong>de</strong> arte neste primeiro semestre. Após o término <strong>da</strong>s<br />
uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s, hoje, ao fazer uma avaliação <strong>do</strong> quanto esta experiência modificou a<br />
prática, aprimoran<strong>do</strong> os meios <strong>de</strong> ensino, conclui-se que ao colocar-se à frente <strong>do</strong><br />
novo, foi promovi<strong>do</strong> um olhar mais curioso, atento, sensível, mais crítico <strong>do</strong> aluno no<br />
Ensino Médio.<br />
To<strong>da</strong>s as atribuições e reflexões feitas através <strong>da</strong>s formas artísticas <strong>da</strong><br />
instalação, fotografia, pintura e objeto-arte, tornou viável um trabalho que<br />
ultrapassou as vias <strong>de</strong> estranhamento, impulsionan<strong>do</strong> para a investigação <strong>da</strong>s<br />
manifestações artísticas contemporâneas, amplian<strong>do</strong> o entendimento e a<br />
15
compreensão <strong>da</strong> Arte, oportunizan<strong>do</strong> o <strong>de</strong>svelar <strong>de</strong> reali<strong>da</strong><strong>de</strong>s subjetivas,<br />
construção <strong>de</strong> conhecimento e também <strong>de</strong> convivência social, uma oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
on<strong>de</strong> os alunos falaram <strong>de</strong> suas preferências, seus <strong>de</strong>sejos e sonhos, enfim, <strong>do</strong> seu<br />
mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> ser e estar no mun<strong>do</strong>.<br />
Os roteiros diferencia<strong>do</strong>s que foram construí<strong>do</strong>s <strong>de</strong> leitura <strong>de</strong> imagens <strong>da</strong>s<br />
mais diversas linguagens e suportes <strong>da</strong> arte permitiram ao aluno compreen<strong>de</strong>r e<br />
articular seus elementos amplian<strong>do</strong> assim, sua compreensão e reflexão crítica sobre<br />
as obras li<strong>da</strong>s.<br />
Eis aqui a resposta <strong>do</strong>s alunos às ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> leitura propostas, o seu<br />
posicionamento diante <strong>da</strong> temática trabalha<strong>da</strong> em relação às obras contemporâneas<br />
<strong>do</strong>s artistas: Carmela Gross, Vick Muniz, Beatriz Milhazes e Nazareth Pacheco.<br />
Aluno C: 3 º D:<br />
A arte contemporânea é muito interessante, pois abor<strong>da</strong> vários temas que estão em<br />
foco, como a obra “o vesti<strong>do</strong>” <strong>da</strong> artista Nazareth Pacheco, que procura passar uma<br />
mensagem <strong>de</strong> obsessão pela beleza [...] representa<strong>da</strong> por um vesti<strong>do</strong> confecciona<strong>do</strong> por<br />
giletes, obra inclusive, que mais me chamou a atenção pela sensação <strong>de</strong> estranheza que<br />
provoca à primeira vista.<br />
As obras <strong>de</strong> arte contemporânea chamam a atenção <strong>de</strong> quem as vê pela utilização<br />
<strong>de</strong> vários suportes, que não a tela e vários outros materiais, que não a tinta. É exatamente<br />
essa forma <strong>de</strong> chamar a atenção que nos leva a real intenção <strong>do</strong> artista ao realizar o<br />
trabalho, que normalmente nos leva a refletir sobre o mun<strong>do</strong> em que vivemos ca<strong>da</strong> um à sua<br />
maneira.<br />
Aluna B: 3 º C:<br />
Acho que não existiria uma maneira melhor <strong>de</strong> se enten<strong>de</strong>r tão bem a arte<br />
contemporânea se não fosse por esses artistas que conhecemos. Por meio <strong>de</strong> suas<br />
obras, conseguiram transmitir sensações como emoção, espanto, arrepios,<br />
empolgação, estranheza entre outras. Acho que é isso que to<strong>do</strong> artista espera e<br />
<strong>de</strong>seja que aconteça com a reação <strong>da</strong>s pessoas.<br />
O artista que mais me chamou a atenção com certeza foi Carmela Gross com<br />
sua instalação. Eu não sei explicar bem ao certo o motivo, mas eu me interessei<br />
mais por sua obra. Eu consegui, me ver fazen<strong>do</strong> a mesma coisa que ela ten<strong>do</strong> a<br />
mesma sensação ao ver a instalação pronta. Foi incrível! É realmente inspira<strong>do</strong>ra e<br />
nos faz pensar muito.<br />
Com certeza esses artistas conseguem fazer com que to<strong>do</strong>s pensem mais<br />
sobre o mun<strong>do</strong> a nossa volta ao observar ca<strong>da</strong> <strong>de</strong>talhe <strong>da</strong>s coisas; aos encontrar<br />
figuras on<strong>de</strong> menos esperávamos encontrar e também a olhar para <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> nós<br />
mesmos. Mexeu bastante com nosso psicológico, nos faz pensar se estamos<br />
<strong>de</strong>ixan<strong>do</strong> o “mun<strong>do</strong>” nos fazer <strong>de</strong> escravos ou se estamos aproveitan<strong>do</strong> ca<strong>da</strong> minuto<br />
<strong>da</strong> nossa vi<strong>da</strong>.<br />
O interessante <strong>de</strong> tu<strong>do</strong> isso é que ca<strong>da</strong> obra encaixava com a obra <strong>do</strong> outro<br />
artista e nos fazia montar um quadro com ca<strong>da</strong> mensagem que o artista gostaria <strong>de</strong><br />
passar para nós.<br />
16
Acho que assim como eu, vários outros alunos passaram a enxergar a ARTE<br />
como ARTE mesmo e não apenas como uma disciplina a mais no boletim para<br />
estu<strong>da</strong>r, também passamos a admirar o trabalho <strong>de</strong>sses gran<strong>de</strong>s artistas.<br />
Aluna C: 3 º A:<br />
Eu consegui enten<strong>de</strong>r um pouco mais sobre arte contemporânea sim, pois<br />
antes <strong>de</strong> conhecer os trabalhos <strong>de</strong>stes artistas, pensava que os artistas faziam eram<br />
apenas rabiscos, uma coisa que qualquer pessoa podia fazer. Mas agora sei o<br />
quanto é difícil criar uma obra <strong>de</strong> arte.<br />
Quan<strong>do</strong> a professora apresentou o trabalho <strong>da</strong> artista Beatriz Milhazes e nos<br />
pediu para que criássemos um <strong>de</strong>senho abstrato foi on<strong>de</strong> senti o quanto que tive que<br />
pensar para <strong>de</strong>senhar. Depois <strong>de</strong>sta experiência consegui enten<strong>de</strong>r melhor e admirar<br />
esses artistas e a arte (....) a arte nos faz ver o mun<strong>do</strong> com outros olhos e refletir o<br />
que está ocorren<strong>do</strong> ao nosso re<strong>do</strong>r.<br />
Aluno D: 3 º B:<br />
Análise <strong>da</strong> Obra: O vesti<strong>do</strong> <strong>de</strong> Nazareth Pacheco<br />
A obra é um vesti<strong>do</strong> pouco longo, a parte superior na região <strong>do</strong> busto<br />
é composta por miçangas transparentes e abaixo uma cama<strong>da</strong> <strong>de</strong> giletes que<br />
termina abaixo <strong>do</strong> joelho. Existem lâminas escuras, isso me lembra vai<strong>da</strong><strong>de</strong>, s<br />
era o tema <strong>da</strong> obra?<br />
Essa obra me <strong>de</strong>u uma sensação <strong>de</strong> repúdio, mal estar, me<strong>do</strong> agonia<br />
<strong>de</strong> ver tantas lâminas e um contraste entre o leve ( miçangas) e o pesa<strong>do</strong><br />
(Lâmina).<br />
Des<strong>de</strong> o primeiro olhar me atraiu porque parece ser um vesti<strong>do</strong> muito<br />
bonito, mas quan<strong>do</strong> próximo <strong>de</strong>sperta agonia.<br />
Já vi muitos vesti<strong>do</strong>s com esses mol<strong>de</strong>s, esse formato, nas vitrines <strong>da</strong>s<br />
lojas.<br />
Eu penso que o culto pela busca <strong>do</strong> belo vem a ser <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> ca<strong>da</strong><br />
um, mas acima <strong>de</strong> tu<strong>do</strong>, o belo tem que caminhar junto à busca pelo nosso<br />
interior, nosso sentimento. A mídia influencia e muito para expansão <strong>de</strong>sse<br />
renovar <strong>do</strong> “belo”. A beleza interior, ela é responsável pelo nosso bem estar,<br />
conforto e alegria. De que adianta ter um corpo excepcional se o interior for<br />
grotesco e submerso na escuridão? Na solidão?<br />
Ao término <strong>da</strong> aplicação <strong>de</strong>ste projeto e com os <strong>de</strong>poimentos <strong>do</strong>s alunos,<br />
concluímos que o fato <strong>de</strong> elaborar e <strong>de</strong>senvolver em sala <strong>de</strong> aula um material<br />
educativo para leitura <strong>de</strong> imagens, utilizan<strong>do</strong> aspectos <strong>da</strong> mediação/cura<strong>do</strong>ria<br />
educativa, proporcionou um trabalho significativo <strong>de</strong> aprendizagem para o aluno<br />
A pesquisa qualitativa <strong>do</strong> tipo pesquisa-ação propiciou uma experiência<br />
inova<strong>do</strong>ra no momento <strong>da</strong> aplicação tanto para o professor quanto para o aluno. No<br />
exercício <strong>do</strong> apren<strong>de</strong>r e ensinar, no interagir, no questionar, no expressar, foi<br />
possível perceber o quanto o trabalho e a construção <strong>do</strong> conhecimento em arte,<br />
especialmente <strong>da</strong> arte contemporânea, são enriquece<strong>do</strong>res para ambos.<br />
17
Possibilitaram aos alunos <strong>do</strong> terceiro ano <strong>do</strong> Ensino Médio a experiência<br />
<strong>de</strong> serem pesquisa<strong>do</strong>res, <strong>da</strong>n<strong>do</strong>-lhes autonomia enquanto agentes <strong>da</strong> criação e<br />
também <strong>do</strong> conhecimento diante <strong>de</strong> algo tão novo e instigante que foi para eles o<br />
conhecer algumas <strong>da</strong>s linguagens <strong>da</strong> arte contemporânea.<br />
Ao assumir o papel <strong>de</strong> professor media<strong>do</strong>r juntamente com a cura<strong>do</strong>ria<br />
educativa favoreceu a aquisição <strong>do</strong>s conteú<strong>do</strong>s artísticos bem como <strong>do</strong> melhor<br />
entendimento <strong>da</strong> arte contemporânea uma vez que as imagens analisa<strong>da</strong>s através<br />
<strong>do</strong>s roteiros <strong>de</strong> leitura instiga<strong>do</strong>ras, interventivas, questiona<strong>do</strong>ras, no intuito <strong>de</strong><br />
ampliar o conhecimento <strong>do</strong>s elementos <strong>da</strong>s diversas linguagens contemporâneas,<br />
tanto no que diz respeito aos elementos plásticos e como também às possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />
expressivas <strong>de</strong> construção poética <strong>do</strong> trabalho.<br />
Por meio <strong>do</strong> ca<strong>de</strong>rno pe<strong>da</strong>gógico encontramos algumas sugestões para<br />
trabalhar com a arte contemporânea. Não temos receita <strong>de</strong> como produzir material<br />
para educa<strong>do</strong>res, mas tivemos no momento <strong>da</strong> elaboração alguns princípios e<br />
fun<strong>da</strong>mentos pauta<strong>do</strong>s na leitura <strong>de</strong> imagem, mediação e cura<strong>do</strong>ria educativa.<br />
Acreditamos que um trabalho <strong>de</strong> mediação é essencial para a concepção <strong>de</strong><br />
qualquer tipo <strong>de</strong> ação educativa, pois eles orientam os processos e nos aju<strong>da</strong>m a<br />
chegar a alguns pontos.<br />
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