Edmund Cooper - A Prisioneira do fogo (pdf)(rev) - Le Livros
Edmund Cooper - A Prisioneira do fogo (pdf)(rev) - Le Livros
Edmund Cooper - A Prisioneira do fogo (pdf)(rev) - Le Livros
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Beethoven, Chopin, Grieg, Liszt. Bebia bastante e dava longos passeios nos bosques. Tentava<br />
abolir o século XX, juntamente com as recordações de psicólogo falha<strong>do</strong>. Havia noites em<br />
que acordava aos gritos.<br />
Uma manhã, depois de uma má noite, levantou-se ce<strong>do</strong> e foi levar a comida às<br />
galinhas. Estava muito úmi<strong>do</strong>, as colinas estavam cobertas de nevoeiro e um finíssimo<br />
chuvisco caía sobre a terra.<br />
Perto <strong>do</strong> galinheiro, encontrou uma rapariga inconsciente, molhada e sujíssima. Numa<br />
das suas mãos estavam os restos de <strong>do</strong>is ovos parti<strong>do</strong>s. Uma galinha com fome bicava uma<br />
das suas orelhas, que já sangrava.<br />
A rapariga, que estava de cara para baixo, vestia calças e colete azul-escuros. Estava<br />
magra, tão magra que metia dó. O chuvisco tinha já deixa<strong>do</strong> uma rede de pérolas no seu<br />
cabelo. Surpreendi<strong>do</strong> e tremen<strong>do</strong>, Roland Badel virou-a e olhou-a na cara. Durante alguns<br />
terríveis instantes, teve de se esforçar por não fugir aos berros, pois pensou estar a olhar para<br />
Susan Stride. Depois, acalmou-se e viu que ela era bastante diferente, apesar de ser da mesma<br />
idade, provavelmente.<br />
Enlameada, a sua cara estava tremendamente pálida, mas ainda respirava. Ele<br />
conseguiu levantá-la e levou-a para dentro de casa.<br />
Deitou-a num velho sofá, procurou um cobertor com que a cobrir e acendeu um <strong>fogo</strong><br />
na lareira. Então serviu-se de um grande uísque, bebeu-o e serviu-se de um outro. Depois<br />
sentou-se numa cadeira, olhan<strong>do</strong>-a, tentan<strong>do</strong> pensar no que fazer.<br />
CAPÍTULO 6<br />
Vanessa abriu os olhos. Não tinha força para se levantar, mas podia mover um pouco a<br />
cabeça. <strong>Le</strong>vou-lhe algum tempo a focar o olhar, e a primeira coisa que viu foi um <strong>fogo</strong>, um<br />
<strong>fogo</strong> brilhante e confortável, que se deixou ficar a olhar, com gratidão, por uns momentos. A<br />
sua cabeça começou a trabalhar devagar, como se estivesse a descongelar; percebeu então que<br />
estava numa sala.<br />
Depois reparou num homem que estava senta<strong>do</strong> numa cadeira, que a olhava com um<br />
copo na mão. Tentou sondar a sua mente, mas estava muito fraca e de qualquer mo<strong>do</strong> havia<br />
uma espécie de nevoeiro sobre os seus pensamentos. Perguntou-se vagamente o que seria que<br />
ele estava a beber; depois perguntou-se há quanto tempo beberia ele.<br />
Havia sussurros na sua cabeça, fracos, exaustos. Ela reconheceu o padrão; pobre