13.04.2013 Views

Edmund Cooper - A Prisioneira do fogo (pdf)(rev) - Le Livros

Edmund Cooper - A Prisioneira do fogo (pdf)(rev) - Le Livros

Edmund Cooper - A Prisioneira do fogo (pdf)(rev) - Le Livros

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

estar convenci<strong>do</strong> da credibilidade da sua nova pessoa.<br />

Uma manhã, enquanto Vanessa <strong>do</strong>rmia, foi ele no seu carro, quase raramente, a uma<br />

vila que nunca visitara na vida, e que ficava a setenta quilômetros. Aí comprou uma grande<br />

quantidade de materiais de pintor: telas, tintas, pincéis, paletas, um cavalete, blocos de<br />

desenho, lápis de carvão, e alguns livros sobre técnicas avançadas. Comprou também um<br />

blusão de pele, camisas, calças e botas de campo para Vanessa, mas nada feminino.<br />

Quan<strong>do</strong> voltou, queimou as roupas com que Vanessa tinha vin<strong>do</strong>. Depois começou a<br />

transformar um <strong>do</strong>s quartos da casa num estúdio típico. Enquanto Vanessa observava,<br />

abismada, ele espalhava deliberadamente tintas na alcatifa e depois terebintina, e então pisou<br />

e repisou até achar o efeito satisfatório. Em seguida bebeu um pouco de uísque e começou a<br />

misturar cores numa grande tela colocada no cavalete. Conseguiu arranjar as cores com a<br />

ajuda duma faca, de mo<strong>do</strong> que o efeito final era o de uma paisagem primitiva, cheia de<br />

violência e mistério. Esse efeito era agradável ou pelo menos alarmante. Ele olhou a tela com<br />

prazer e decidiu passar ainda uma linha negra irregular por ela; então encostou a tela a um<br />

canto e começou outra coisa.<br />

Enquanto trabalhava ia inventan<strong>do</strong> o seu passa<strong>do</strong>. Tinha um ouvi<strong>do</strong> apura<strong>do</strong> para<br />

sotaques e a habilidade para os reproduzir.<br />

Roland Badel nascera no Sul de Inglaterra, possuía um sotaque de uma educação<br />

universitária. Mas Roland Badel tinha de ser posto em vida suspensa. Oliver Anderson era <strong>do</strong><br />

Norte, vin<strong>do</strong> de uma família pobre, possuin<strong>do</strong> uma educação pobre. Os seus pais separaram-<br />

se quan<strong>do</strong> ele ainda era muito novo; viveu com a mãe por uns tempos, e aos dezesseis anos<br />

fugiu de casa. An<strong>do</strong>u à deriva, trabalhan<strong>do</strong> por aí para evitar morrer à fome. Lavou pratos em<br />

restaurantes, aju<strong>do</strong>u a construir as linhas <strong>do</strong> monocarril que ligava Londres aos seus quatro<br />

aeroportos, aparou os relva<strong>do</strong>s de velhotas, trabalhou nas torres petrolíferas <strong>do</strong> mar <strong>do</strong> Norte,<br />

apanhou maçãs nos pomares de Devonshire.<br />

O estranho chama<strong>do</strong> Dr. Roland Badel conhecia todas estas atividades intimamente, os<br />

seus <strong>do</strong>entes tinham lhe conta<strong>do</strong>. Portanto Oliver Anderson podia criar um passa<strong>do</strong> que não<br />

era muito difícil de absorver.<br />

Quan<strong>do</strong> tinha vinte anos, conheceu um vagabun<strong>do</strong> que possuía um talento fantástico<br />

para a pintura. Em poucas horas e com os materiais necessários, ele podia produzir um<br />

Picasso, ou um Modedigliani, ou um Klee, ou um Van Gohg, ou um Pollock que confundiria<br />

os peritos. (O Dr. Badel, ex-psicólogo, conhecera uma pessoa assim, que trabalhara sete anos<br />

em falsificações de arte.) Fora então por esse vagabun<strong>do</strong> que Oliver Anderson aprendera a<br />

apreciar a magia da cor, a beleza oculta <strong>do</strong> traço Enquanto trabalhava noutra tela e falava com

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!