Edmund Cooper - A Prisioneira do fogo (pdf)(rev) - Le Livros
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era assim que acontecia, outras vezes não. Mas se alguém se escondesse ou parecesse<br />
misterioso, havia fortes chances de que eles usassem um relator ou um sonda<strong>do</strong>r para<br />
descobrir em que é que a pessoa pensava e onde é que estava.<br />
Não se podia sentir um relator, mas se podia sentir um sonda<strong>do</strong>r. Ela interpretara<br />
sempre a pesquisa de um sonda<strong>do</strong>r como uma mão muito suave a acariciar o seu cabelo.<br />
Assim que ela notava essa sensação, sabia que os seus pensamentos já não eram priva<strong>do</strong>s.<br />
Vanessa deitou-se na relva e espreguiçou-se luxuriosamente. Cansou-se <strong>do</strong> jogo com<br />
Samarcanda e mu<strong>do</strong>u para música; uma melodia folclórica simples: Greensleeves. Alguém<br />
lhe disse que fora composta por um antigo rei de Inglaterra.<br />
Com Greensleeves a <strong>do</strong>minar a área de alta tonalidade, Vanessa permitiu aos seus<br />
pensamentos de baixa tonalidade vaguear. Realmente, pensou ela, estava em perigo de ficar<br />
paranóica. Não havia ninguém em Ran<strong>do</strong>m Hill de quem devesse ter me<strong>do</strong>. Possuía a melhor<br />
classificação extra-sensorial dentre todas as quarenta e três crianças. O mais próximo era<br />
Dugal Nemo, que tinha apenas nove anos. E era amigo de Vanessa. O problema com Dugal<br />
era que ele era um rapaz confia<strong>do</strong>, facilmente leva<strong>do</strong> e era um sonda<strong>do</strong>r de primeira classe,<br />
assim como um relator em desenvolvimento. Mas certamente que não haveria nada a recear<br />
de Dugal?!<br />
Tanto ele como ela eram órfãos e não sabiam nada de nada acerca <strong>do</strong>s pais, o que era<br />
um laço. Mesmo que não fossem bons ter-se-iam <strong>do</strong> mesmo mo<strong>do</strong> senti<strong>do</strong> como irmãos.<br />
Vanessa afastou os seus me<strong>do</strong>s e a vigilância, e concentrou-se no problema da fuga.<br />
Dugal tentou pôr-se confortável na cadeira, que era demasia<strong>do</strong> grande para ele e tirou<br />
a barra de chocolate que o Dr. Lindernann lhe oferecia.<br />
— Posso comê-la agora?<br />
O Dr. Lindernann riu.<br />
— Que farias se eu dissesse que não? Apertá-la-ias na tua mãozinha até ela se tornar<br />
uma porcaria pegajosa. Sim, Dugal, come o chocolate, mas, por favor, não o espalhes pela tua<br />
cara toda, assim mesmo, pois.<br />
Estavam no estúdio <strong>do</strong> Dr. Lindernann. Pela janela podia ver-se Vanessa deitada na<br />
relva debaixo de uma grande árvore. Dugal gostava muito <strong>do</strong> Dr. Lindernann. Ele era o mais<br />
novo <strong>do</strong>s cientistas em Ran<strong>do</strong>m Hill e tinha senti<strong>do</strong> de humor; ria muito. E era também uma<br />
fonte inesgotável de barras de chocolate.<br />
— Estamos muito satisfeitos contigo, Dugal! És o nosso melhor aluno. Um dia,<br />
quan<strong>do</strong> cresceres, vais manter uma linha de comunicação com as colônias solares. Serás um