Secretaria de Estado da Educação do Paraná

Secretaria de Estado da Educação
Superintendência da Educação
Departamento de Políticas e Programas Educacionais
Coordenação Estadual do PDE
Artigo científico
Educação Ambiental: Novo Horizonte na Proteção da
Sanga Cerro Corá, Município de Toledo - PR
José Odécio Langer
Disciplina: Geografia
Autor: José Odécio Langer
Professora Orientadora: Profª. Drª. Rosana Cristina Biral Leme
Instituição de Ensino Superior Vinculada: Universidade Estadual do Oeste do Paraná –
Unioeste – Campus De Francisco Beltrão/ PR
Núcleo Regional de Educação: Toledo
Escola de Implementação: Colégio Estadual Novo Horizonte
Município: Toledo - PR
Toledo – PR
Dezembro de 2009
Resumo:
Diante da crise ambiental que vivenciamos no início do século XXI, evidenciada
de diversas formas (escassez de água potável, o aquecimento global, extinção de

espécies), entendemos que a Educação Ambiental é um caminho para minimizar os
problemas ambientais já existentes e evitar o surgimento de novos. Procuramos associar
os conhecimentos teóricos com ações concretas, visando uma mudança dos nossos
hábitos no cotidiano. Entre as atividades desenvolvidas no Colégio Estadual Novo
Horizonte, em 2009, podemos citar: palestras com a finalidade de sensibilizar a
comunidade escolar para necessidade de preservar os recursos hídricos e demonstrar a
importância do saneamento básico para a qualidade de vida; e pesquisa de campo sobre
Saneamento Básico – poços e fossas que teve como principais objetivos realizar o
levantamento do número de poços e fossas existentes nas residências do Jardim
Coopagro e identificar o interesse em ligar as residências à rede de esgotos. Advertindo
os alunos para a necessidade do consumo responsável, apresentamos o vídeo “Walle”,
complementado com uma reflexão sobre o consumo desnecessário no nosso dia-a-dia. A
Campanha de Sensibilização Sobre o Destino do Lixo, durante a qual reforçamos a idéia
dos três erres: reduzir (a produção de lixo), reutilizar e reciclar. Análise de água da Sanga
Cerro Corá, realizada pelo IAP, com o objetivo de monitorar a qualidade da água nos
anos vindouros, para garantir sua preservação. As nascentes da Sanga Cerro Corá,
encontravam-se ameaçadas pelo lixo e entulho depositados em seu entorno, tornando-se
necessário um Mutirão de Limpeza que realizamos com a participação de professores,
moradores locais, Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Conselho Municipal do Meio
Ambiente e SANEPAR, Rádio Integração e lideranças políticas, como medida de
urgência. Porém, entendemos que o papel da Educação Ambiental não é coletar o lixo,
mas, diminuir sua produção e o seu acúmulo em locais inadequados, através da
sensibilização da sociedade e foi isso que buscamos realizar no nosso trabalho.
Palavras-chave: Educação ambiental; degradação ambiental; recursos hídricos;
saneamento.
Abstract:
Face of the environmental crisis that we experienced in the early XXI century, as
evidenced in several ways (shortage of drinkable water, global heating, species
extinction), we understand that environmental education is one way to minimize the
already existing environmental problems and prevent the emergence of new ones.
In attempt to associate the theoretical knowledge with concrete actions, looking for change
in our daily-day habits. Among the activities developed at Colégio Estadual Novo
Horizonte, in 2009 include: lectures, in order to sensitize the School Comunity to the need
of preservation of the hydraulical resources and demonstrate the importance of basic
sanitation for the quality of life. The Field research about Basic Sanitation - wells and
septic tanks, with the main objectives: Raise the existence of wells and septic tanks in the
residences of Jardim Coopagro and identify the interest in connecting the residences to
the sewerage system. Warning the students to the need for responsable consumption, we
present the video “Wall-e”, completing with a reflection about the unnecessary
consumption in our daily-day. The Awareness Campaign About the Fate of Garbage,
during which reinforced the idea of the three R's: reduce (production waste), reuse and
recycle. Analysis of water Sanga Cerro Cora, held by the IAP in order to monitor water
quality in the coming years and assure its preservation. The springs of Sanga Cerro Cora,
were threatened by garbage and trash deposited around it, becoming necessary an Effort
to Clean we accomplish with the participation of teachers, local residents, the Municipal
Secretary of Environment, Municipal Council on the Environment and SANEPAR.

However, we understand that the role of environmental education is not collecting the
garbage, but decrease its production and accumulation in inappropriate places, by raising
awareness of society.
Key-works: environmental education; environmental problems; hydraulical resources;
basic sanitation.
INTRODUÇÃO:
Poderíamos comparar o meio ambiente com o organismo humano, constituído por
vários órgãos que formam diferentes sistemas como o circulatório, o digestivo, o
respiratório. Cada um tem sua função específica, cujo bom desempenho depende
também do perfeito funcionamento de todos os demais. Quando qualquer órgão do corpo
sofre uma agressão, os efeitos da mesma não ficam restritos à parte agredida, mas, o
organismo todo sente as conseqüências. Não podemos imaginar que quando, o pulmão
ou qualquer outro órgão é afetado por alguma doença, somente este será prejudicado. A
esta relação que existe entre os diferentes órgãos do corpo, podemos chamar de
interdependência. Existem órgãos que embora façam parte do nosso corpo, não são
vitais, como o apêndice, por exemplo. Quando alguma infecção grave compromete o
funcionamento do mesmo, ele deve ser eliminado, para não causar a contaminação e
“falência” do organismo. A mesma relação de interdependência existe também entre os
elementos da natureza que correspondem aos órgãos do Grande Corpo da “Mãe Terra”.
Imaginemos que a sociedade humana “moderna”, que polui o ar e a água, contamina o
solo e causa a extinção de toda sorte de seres vivos, seja diagnosticada como uma
ameaça pelo grande organismo vivo que é o planeta Terra, podendo causar o seu
colapso. Será que seremos poupados?
Certamente todos os seres humanos possuem o desejo da perpetuação da
espécie, entretanto, as ações cotidianas pouco contribuem para tal concretização.
Um exemplo dos processos de degradação cotidiana ocorridos em relação a “Mãe
Terra” se materializa no município de Toledo, na microbacia da sanga Cerro Corá.
A microbacia da sanga Cerro Corá situa-se na parte Noroeste da cidade de Toledo,
Estado do Paraná, Brasil. Abrange uma pequena área da cidade, correspondente ao
bairro Santa Maria e ao perímetro Sul do bairro Tocantins.
Seus divisores de águas localizam-se no Jardim Coopagro a Oeste, Jardim La
Salle ao Sul, e os arredores da rua Estefano Secchi no bairro Tocantins, ao Norte.

A sanga Cerro Corá encontra-se, portanto, na área urbana da cidade de Toledo e
seu excerto Sul tem suas nascentes a 557,80 m de altitude, nas proximidades da “Escola
Ecológica” no bairro Santa Maria. Atualmente, encontra-se canalizado em galerias pluviais
subterrâneas, entre o viveiro municipal e a avenida Parigot de Souza, a Oeste da
UNIPAR. Sua jusante se encontra a 533,40 m de altitude, na confluência com a sanga
Panamby.
A ocupação mais efetiva dessa área, que ocorreu por meados da década de 70,
com a criação do Conjunto Habitacional (BNH) Tocantins, formou um bairro homônimo.
Apesar de sua proximidade com o Centro de Toledo, o Bairro Tocantins não havia
até o momento, sido totalmente loteado com finalidade urbana, o que mantinha os corpos
hídricos daquela área em estágio de preservação parcial, uma vez que, embora a área
não fosse ocupada comercialmente, já havia sofrido alterações do estágio natural.
Em 2006 a prefeitura desenvolveu um programa de infra-estrutura na área entre as
avenidas Parigot de Souza e Carlos Barbosa, abrindo ruas com galerias pluviais, rede de
esgoto, asfalto, provocando a valorização econômica de toda a área meridional do Bairro
Tocantins, onde se localiza a sanga Cerro Corá.
Este córrego passou, a partir de então, a sofrer processos de degradação,
principalmente pela abertura da avenida Celeste Muraro e seu asfaltamento, drenagem e
tentativa de aterramento de suas nascentes, com o objetivo de suprimi-lo, favorecendo a
especulação urbana naquele local.
Mediante esta situação ambientalmente e legalmente condenável, colocamo-nos
em posição de defesa da manutenção da existência da sanga Cerro Corá e de sua micro-
bacia. Para tanto organizamos desde o ano de 2007 um trabalho junto ao COLÉGIO
ESTADUAL NOVO HORIZONTE, visando mobilizar alunos, professores e toda a
Comunidade Escolar para a existência deste problema, trabalho este que culminou na
escolha desta área para a realização do Projeto de Pesquisa no Programa de
Desenvolvimento Educacional (PDE).
Em março de 2008 demos seqüência ao nosso trabalho por meio de uma
passeata , em junho realizamos uma concentração (manifestação de alunos e
professores) nas nascentes e, em setembro foi realizado o Primeiro Concurso de
Maquetes.
Em 2009, realizamos as atividades relacionadas à implantação do Projeto de Intervenção
Pedagógica na escola, já mencionadas na introdução e descritas mais adiante. Antes,
apresentaremos a caracterização da microbacia Sanga Cerro Cora e reflexões pertinentes

pautadas na discussão de importantes pesquisadores da crise ambiental envolvendo a
degradação e a escassez de água em todo o mundo.
1 - Escassez de Qualidade da Água: um problema a ser considerado
Todos os elementos naturais são importantes sendo difícil determinar qual o mais
ou o menos importante, mas, merecem destaque o ar e a água, por serem vitais. Recurso
abundante no planeta, a água não está distribuída na mesma proporção sobre toda a
superfície do planeta e apenas uma pequena parte dela é própria para o consumo
humano.
Verifica-se que 97,5% do volume total da água da Terra são de água salgada, formando os
oceanos, e somente 2,5% são de água doce. Ressalta-se que a maior parte dessa água doce
(68,7%) está armazenada nas calotas polares e geleiras. A forma de armazenamento em que os
recursos hídricos estão mais acessíveis ao uso humano e de ecossistemas é a água doce contida
em lagos e rios, o que corresponde a apenas 0,27% do volume de água doce da Terra e cerca de
0,007% do volume total de água (SETTI, 2001, p. 63).
Imaginando que toda água do planeta coubesse em 100 litros, teríamos
aproximadamente, a seguinte distribuição: 97,5 litros de água salgada e 2,5 litros de água
doce. A maior parte dessa água doce, estaria nas calotas polares e geleiras,
aproximadamente 1,72 litros. Dos 0,78 litros restantes mais ou menos 0,75 litros estariam
no subsolo, restando para os rios e lagos, 0,03 litros (30ml). Se a pequena parte de água
que está ao nosso alcance nos rios e lagos é motivo de preocupação, outro agravante é a
qualidade dessa água em muitos lugares, comprometida pela poluição resultante das
atividades humanas.
Indiscutivelmente, a qualidade de vida está relacionada com a água que bebemos,
com o ar que respiramos e com o meio ambiente, em que vivemos. Há quem afirme que o
grande número de pessoas com câncer, no oeste do Paraná, está relacionado com a
água e os alimentos contaminados com agrotóxicos, a partir da “modernização da
agricultura”. Entre outros produtos, o “Agente Laranja” (TCCD) usado pelos Estados
Unidos, na Guerra do Vietnã, para desfolhar as florestas e expor os esconderijos dos
soldados vietnamitas. O produto fabricado pela MONSANTO 1 é um dos mais perigosos
venenos já criados e até hoje vem causando o nascimento de milhares de pessoas com
deformações físicas, foi proibido nos Estados Unidos, mas para que a multinacional não
ficasse prejudicada, os estoques teriam sido vendidos aos agricultores que estavam
começando a mecanização no Oeste do Paraná. A água poluída por produtos químicos
1 MONSANTO é uma multinacional que produz e comercializa sementes geneticamente modificadas e agrotóxicos,
dentre diversos outros produtos destinados à produção agropecuária.

ou por detritos orgânicos torna-se imprópria para o consumo, podendo causar uma série
de doenças, desde verminoses e doenças infecciosas até o câncer e doenças
degenerativas, como exemplifica Setti, a seguir:
As mudanças que ocorrem nos sistemas de abastecimento de água podem afetar diversos grupos
de doenças, de diferentes modos: Um grupo pode depender das alterações na qualidade da água,
outro da disponibilidade da água, e outro, dos efeitos indiretos da água estagnada. Por exemplo, a
instalação de um sistema de água potável em uma comunidade tropical pode proteger as pessoas
de doenças como cólera, esquistossomose, doenças de pele e diarréias resultantes da falta de
higiene pessoal, e de febres disseminadas por mosquitos que têm a água parada como seu
habitat (SETTI, 2001, p. 47).
A escassez desse recurso não é uma previsão pessimista para o futuro da
humanidade, é um triste fato já vivido por mais de 15% da população mundial, na
atualidade. De acordo com Setti, 2001, estima-se que mais de 1 bilhão de pessoas não
dispõe de água suficiente para o consumo doméstico e em 30 anos este número poderá
chegar a 5,5 bilhões. Além do consumo humano, a água é indispensável para as
atividades econômicas e a sustentação das outras formas de vida no planeta.
Essencial à vida, a água constitui o elemento necessário para quase todas as atividades
humanas, sendo, ainda, componente da paisagem e do meio ambiente. Trata-se de bem precioso,
de valor inestimável, que deve ser, a qualquer custo, conservado e protegido. Presta-se para
múltiplos usos: Geração de energia elétrica, abastecimento doméstico e industrial, irrigação de
culturas agrícolas, navegação, recreação, aqüicultura, piscicultura, pesca e também para
assimilação e afastamento de esgotos (SETTI, 2001, p. 43).
Numa sociedade desigual na sua essência, transformar os elementos naturais em
mercadoria, significaria permitir que eles estivessem à disposição, apenas de quem tem
dinheiro.
Erigimos a hipótese de um tempo em que, o sistema capitalista que é excludente,
agressivo e exterminador, encontre uma maneira de passar a cobrar pelo ar que
respiramos ou até mesmo pela luminosidade e pelo calor solar que usufruímos.
Uma das alternativas para alterar a rota de colisão que o ser humano estabeleceu
durante os últimos séculos é a mudança de comportamento das sociedades humanas.
Tal mudança só é viável quando as comunidades locais e globais passarem a
respeitar de modo efetivo os limites ecossistêmicos.
A Educação Ambiental tem se mostrado um importante instrumento de
revalorização da natureza. Este processo é fruto de uma construção histórica.
O principal objetivo do presente projeto consiste em promover a Educação Ambiental no
Colégio Estadual Novo Horizonte, com o envolvimento de toda Comunidade Escolar, na

construção de uma sociedade com novos valores sócio-ambientais e econômicos que
permitam a tão almejada qualidade de vida a todos.
Para viabilizar o projeto, tornando-o mais atraente, recorremos a diversas
metodologias que consistem na diversificação entre conhecimentos teóricos e atividades
práticas, como: Palestras sobre Água e Qualidade de Vida, Pesquisa de Campo sobre
Poços e Fossas no bairro Jardim Coopagro, Campanha do Consumo Responsável de
Água Potável, Campanha de Sensibilização Sobre o Destino do Lixo, Análise da Água da
Sanga Cerro Corá, Mutirão de Limpeza e produção de painel e Slides resgatando as
atividades de Educação Ambiental realizadas pelo colégio, a partir de 2005.
Buscamos respaldar nosso trabalho numa pesquisa bibliográfica que inclui obras e
autores como: Leff (2003), Dias (1998) e Schiel (2003), por meio dos quais realizamos
nossas reflexões e concretizamos as atividades propostas pelo programa PDE.
1.1 - A Problemática Ambiental apresentada por meio do Objeto de Aprendizagem
Colaborativa (OAC)
O primeiro aspecto abordado no desenvolvimento do OAC diz respeito a questão
teórica pois, consideramos necessário respaldar esta etapa destacando o fato de que
como todos os demais seres vivos, a espécie humana também faz parte da natureza,
estabelecendo com a mesma, uma relação de interdependência. Ao retirar da natureza, o
seu alimento, o material utilizado para produzir seu vestuário e moradia, bem como todas
as demais coisas que necessita para sua sobrevivência, a humanidade interfere na
natureza e modifica o meio em que vive.
Esta relação homem-natureza sempre ocorreu de uma forma equilibrada e
harmônica, sem que dela resultassem problemas de degradação ambiental em
dimensões globais, exaustão dos recursos ou extinção de espécies.
Com a evolução do capitalismo, a partir da Revolução Industrial e da implantação
do consumismo como modo de vida padrão para a sociedade, sinônimo de sucesso e
desenvolvimento, promovido pelos modernos meios de comunicação, a natureza
começou a agonizar, e com ela, a própria espécie humana.
Vítima da ganância de uma pequena parcela de indivíduos de sua própria espécie,
que não se contenta em extrair apenas o necessário para a sua sobrevivência ou bem
estar, mas, que quer acumular cada vez mais, enquanto a grande maioria não tem o
mínimo necessário para a manutenção de sua existência, a humanidade encontrou em si

mesma o seu maior inimigo e está sujeita ao desaparecimento se continuar seguindo o
atual modelo econômico.
Destacamos durante esta discussão o fato de que conforme apontam Neder (2002)
e Viola (1998), Assis (2002) a desigualdade social não é “privilégio” apenas da sociedade
capitalista, porém, em nenhum sistema socioeconômico ela chegou a índices tão
alarmante, onde apenas 20% da população mundial consomem 80% dos recursos
naturais.
A grande maioria de excluídos da sociedade de consumo, pelo fato de serem
impedidos de ter acesso aos bens produzidos, não podem ser responsabilizados pela
degradação ambiental da mesma forma que pequeno grupo que consome a maior parte
dos recursos. Isso nos leva a formular algumas reflexões que poderão despertar nossos
alunos e nossos colegas professores para a complexidade relacionada ao conceito de
sustentabilidade: Se todos os cerca de 6.5 bilhões de habitantes do planeta consumissem
na mesma proporção dos 20% mais ricos, quantos planetas seriam necessários? Ou, por
quanto tempo teríamos recursos naturais em nosso planeta? Em quais condições
encontraríamos o ar e a água, indispensáveis à vida?
Tendo seus princípios básicos na propriedade privada dos meios de produção, no
lucro e na livre iniciativa, o sistema capitalista está na raiz da crise ambiental que
vivenciamos no início do III milênio.
O “desenvolvimento” proporcionado pela modernização é apenas a outra face da
mesma moeda que é o capitalismo. Para que alguns possam ser “desenvolvidos” muitos
são condenados ao “subdesenvolvimento”. A riqueza de poucos é fruto da exploração e
da pobreza da maioria. Os elementos naturais, indispensáveis à manutenção de todos os
ecossistemas e de todas as espécies de seres vivos, incluindo a humana, são vistos
apenas na ótica mercadológica como “recursos naturais”, à disposição dos donos dos
meios de produção que podem explorá-los como bem lhes aprouver, gerando sempre a
acumulação de capital por parte de alguns e conseqüentemente, a miséria de muitos.
Neste sentido, Cunha & Guerra (2005) afirmam:
Compreendemos a modernização como um processo de mudanças na qual determinada
sociedade supera (“progresso”) ou, melhor, sobrepõe estruturas tradicionais, criando novas
formas de produção em que a urbanização e a industrialização e o desenvolvimento tecnológico,
dos sistemas de comunicação de massa e transportes são alguns dos fenômenos característicos
desse processo. Essas mudanças, constituídas nos diferentes espaços urbano e rural,
direcionam-se para a formação das sociedades modernas, mercadologizadas tanto em escala

egional, quanto em escalas nacional e global, impulsionadas por um modelo desenvolvimentista,
com características inerentes de degradação ambiental.
O modelo em questão prima pelos interesses privados (econômicos), frente aos bens coletivos
(meio ambiente), consubstanciando-se numa visão antropocêntrica de mundo, gerador de fortes
impactos socioambientais (CUNHA & GUERRA, 2005, p. 84).
Este modelo de “desenvolvimento”, que se fundamenta na sociedade de consumo
é o responsável pela fome de, aproximadamente, dois bilhões de pessoas (1/3 da
humanidade), pela degradação ambiental e pelo empobrecimento da diversidade cultural,
procurando dominar ou até mesmo eliminar as demais culturas que se fundamentam em
outros valores, por isso, consideradas inferiores pela sociedade capitalista.
Outro aspecto que gostaríamos de destacar em relação à problemática ambiental
vivenciada contemporaneamente tem relação ao processo de escasseamento de água,
sobretudo, no aspecto relacionado a sua qualidade.
1.2 - A Disponibilidade da Água
Todos os elementos naturais são fundamentais para a manutenção da vida no
planeta, sendo difícil falar sobre a maior ou menor importância de um deles, mas,
merecem destaque o ar e a água, por serem elementos inexoráveis à manutenção da
vida. Recurso abundante no planeta, a água não está distribuída na mesma proporção
sobre toda sua superfície e, apenas uma pequena parte dela é própria para o consumo
humano.
apresenta:
Sobre a quantidade de água que temos à disposição para o consumo, Setti (2001)
Verifica-se que 97,5% do volume total da água da Terra são de água salgada, formando os
oceanos, e somente 2,5% são de água doce. Ressalta-se que a maior parte dessa água doce
(68,7%) está armazenada nas calotas polares e geleiras. A forma de armazenamento em que os
recursos hídricos estão mais acessíveis ao uso humano e de ecossistemas é a água doce contida
em lagos e rios, o que corresponde a apenas 0,27% do volume de água doce da Terra e cerca de
0,007% do volume total de água (SETTI, 2001, p. 63).
A limitação do acesso à água não se deve unicamente à sua distribuição
geográfica, mas também a sua qualidade que a torna potável ou não e à desigualdade
social.
Para exemplificar, apresentamos a distribuição de água na cidade do Rio de
Janeiro, de acordo com o seu Plano Diretor de Águas e Esgotos, no qual verificamos que
as populações de altas e médias rendas consomem até três vezes mais água do que a
população pobre. Esta disparidade deve-se, sobretudo, a preponderância da sociedade
consumista que estimula o consumo de extensos volumes de água embutidos no

processo produtivo dos mesmos. A água consumida em tais processos produtivos é
chamada: água virtual 2 .
A apresentação de mapas e imagens auxiliou na demonstração e na localização
das regiões continentais mais sujeitas aos problemas relacionados à crise da água.
Verificou-se que, embora exista uma grande quantidade de água no planeta, a mesma
distribui-se de modo bastante irregular pela superfície dos continentes.
A escassez em muitos lugares não implica na falta da água do ponto de vista físico,
mas, principalmente, a falta de condições econômicas de explorá-la e de tratá-la.
A distribuição geográfica da água é um fenômeno natural que, embora tenha
dificultado a ocupação humana em determinados lugares, não impediu que grupos
humanos se estabelecessem em lugares considerados inóspitos, como os desertos do
Saara e Kalahari, encontrando um meio de sobreviver em harmonia com a natureza. Tais
constatações demonstram a grande capacidade da humanidade em adaptar-se e criar as
condições necessárias a sua sobrevivência. Por outro lado, consideramos necessário
destacar durante a elaboração do OAC que a natureza possui um ritmo que precisa ser
conhecido e respeitado e que o sistema mais elementar, estudado nas séries iniciais, é
fundamental para a implantação de novas propostas de gestão dos recursos hídricos: o
Ciclo Hidrológico.
1.3 - O Ciclo Hidrológico e a Disponibilidade de Água Potável
Graças ao calor do sol, a água passa por um constante processo de “renovação”,
estando sempre em movimento, chamado de ciclo hidrológico.
A água encontrada na superfície terrestre, em estado líquido ou sólido, é
evaporada e passa para a atmosfera, em estado gasoso. De lá, retorna novamente, em
estado líquido ou sólido (neblina, chuva, neve, granizo), caindo sobre os continentes, ilhas
ou oceanos e mares. A quantidade de chuvas que cai sobre as áreas continentais, sendo
muito inferior do que a dos oceanos segue seu ciclo por diferentes caminhos: parte dela,
logo evapora e retorna para a atmosfera; uma grande porção escorre sobre a superfície e
vai direto para os rios, lagos e oceanos; a terceira alternativa é a infiltração no solo,
formando os lençóis freáticos e os aqüíferos.
2 Mais informações sobre Água Virtual, consultar em: CZAPSKI, Silvia. Água. Brasília: Ministério da Educação,
Secad: Ministério do Meio Ambiente, Saic, 2008. (Mudanças ambientais globais. Pensar + agir na escola e na
comunidade).

Ao esbanjarmos ou fazermos mau uso da água potável, estaremos desperdiçando
um recurso que poderá demorar mais do que o tempo de vida de centenas de gerações
para estar novamente disponível para a humanidade, no mesmo ambiente de onde foi
tirada, pois o tempo necessário para sua “renovação”, muda de um ambiente para outro.
A mensagem do poema foi também complementada pela tabela apresentada por
Shiklomanov (apud SETTI, 2001) na qual demonstra que a água de um rio, se “renova”,
por exemplo, em aproximadamente 16 dias, enquanto que a dos oceanos, leva cerca de
2.500 anos. A principal função desta apresentação é pontuar o fato de que: ao
desperdiçarmos a água de um rio, estamos abrindo mão de um recurso que poderá
demorar milênios para retornar ao rio. Até mesmo, a água que o rio lança ao oceano
demora 2.500 anos para evaporar e voltar ao rio.
O Brasil possui um grande volume de águas superficiais. Os rios de nosso país
estão, de acordo com o Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH, 2003) divididos em
doze regiões hidrográficas.
Existe uma grande diferença entre as extensões das diferentes regiões
hidrográficas brasileiras, como observamos na tabela abaixo que demonstra a área e o
percentual ocupado por cada uma destas.
Ao concluirmos tais reflexões propostas na primeira etapa do Programa, por meio
do OAC, passamos às reflexões sobre a implantação, propriamente dita, da proposta de
intervenção na escola.
2 - Relato da Experiência: a Intervenção Pedagógica na Escola Estadual Novo
Horizonte por meio da Educação Ambiental na Sanga Cerro Corá
No início de fevereiro de 2009, durante a semana pedagógica, apresentamos
nossa proposta de trabalho à direção do Colégio Estadual Novo Horizonte, equipe
pedagógica, professores e funcionários, com o objetivo de buscar apoio, cooperação e
comprometimento com o projeto intitulado: “Preservação dos Recursos Hídricos:
Educação Ambiental na Nascente da Sanga Cerro Corá – Município de Toledo – PR”,
como proposta para despertar o interesse por conteúdos próprios da geografia e de
outras disciplinas, promovendo a interdisciplinaridade.

Para facilitar a apresentação e possibilitar uma melhor compreensão da área que é
alvo do nosso projeto, na oportunidade, realizamos a exposição de um pôster com mapa
didático 3 e disponibilizamos o OAC como material didático de apoio a professores
interessados em trabalhar os conteúdos propostos;
A execução do projeto nos trouxe muitas surpresas sendo que algumas atividades
previstas não aconteceram da forma como foram planejadas inicialmente. Ao mesmo
tempo se fez necessária a inclusão de outras aumentando o grau de dificuldade para a
concretização do proposto.
Grande parte do sucesso que tivemos em nossas atividades deve-se à colaboração
que obtivemos dos órgãos públicos e ao apoio de moradores do bairro e da micro-bacia
da Sanga Cerro Corá e até mesmo de bairros vizinhos. Entre os principais aliados em
nossa luta podemos citar: Companhia de Saneamento do Paraná – SANEPAR; Núcleo
Regional de Educação de Toledo; Conselho Municipal de Meio Ambiente; Instituto
Ambiental do Paraná – IAP; Secretaria Municipal de Meio Ambiente; Promotoria Pública;
meios de comunicação (rádio Integração; Jornal do Oeste e Jornal Gazeta Mundial);
moradores locais, trabalhadores de empresas próximas e pais de alunos, além é claro,
dos próprios alunos.
Num esforço de retomar didaticamente todas as etapas desenvolvidas no processo
de implantação do projeto junto a Escola apresentaremos pontualmente cada uma das
atividades, ao mesmo tempo em que buscaremos exprimir nossas avaliações a respeito
das mesmas.
2.1 - Palestra para alunos do Ensino Médio com Gestor Ambiental da SANEPAR
Cientes de que a SANEPAR tem entre seus princípios o de disseminar ações para
educação ambiental, tínhamos certeza de que poderíamos contar com a colaboração
dessa empresa para levar em frente o nosso projeto de Educação Ambiental.
Ao entrar em contato com a Companhia de Saneamento do Paraná encontramos
as portas abertas para a defesa das nascentes da Sanga Cerro Corá, nas mais diversas
situações como: participação de profissionais em manifestações da comunidade escolar;
colaboração na impressão de panfletos para divulgar o concurso de maquetes e
envolvimento no mutirão de coleta de lixo e entulho nas proximidades das nascentes.
3 Este pôster foi produzido no ano de 2008 para divulgação do projeto em um encontro de todos os
professores PDE do estado em Faxinal do Céu. Nesta ocasião as professoras Selma Dal’ Oca Maldonado
Gatto (matemática) e Marilene Galdino Camillo (Inglês), também expuseram seus projetos e pôsteres que
estão direcionados à mesma proposta de Educação Ambiental, dentro de suas respectivas disciplinas.

No dia 20 de março de 2009, alunos do 1º e 2º anos do Ensino Médio, participaram
de palestra com o Gestor Ambiental da SANEPAR, senhor Arthur Camillo Filho, com o
tema: A Água e a Qualidade de Vida.
A palestra teve como objetivo despertar o interesse dos alunos e sensibilizá-los
para os problemas sócioambientais causados pela água poluída ou contaminada e a
importância do saneamento básico para a saúde da população e a preservação dos
corpos hídricos.
Para que realmente passem a valorizar a água potável, os alunos foram desafiados
a aderir ao consumo responsável da água tratada, tendo informações sobre o
fornecimento, captação, tratamento, distribuição, dificuldades e metas para o futuro e
custos.
Durante a palestra o Sr. Arthur anunciou que o bairro Jardim Coopagro, no qual o
Colégio Novo Horizonte está inserido, havia sido contemplado com a instalação da rede
de coleta de esgoto e que naquela noite haveria uma reunião com as lideranças do bairro
para explanação do projeto.
O Gestor ambiental da SANEPAR, Sr. Arthur Camillo Filho também participou do
mutirão de Limpeza da área de preservação das nascentes da sanga Cerro Corá,
colocando-se à disposição para levar ao Conselho Municipal do Meio Ambiente, a
proposta de retirada de todo o lixo do local, com máquinas e a posterior proteção da área
com um alambrado.
Os profissionais da SANEPAR também se comprometeram a nos apoiar e auxiliar
em nossas atividades de Educação Ambiental que serão executadas no futuro,
colocando-se a disposição para palestras, reuniões e outras formas de colaboração.
2.2 - Saneamento Básico – Pesquisa Sobre a Existência de Poços e Fossas nas
Residências do Jardim Coopagro
Havíamos pensado em realizar uma pesquisa de campo sobre saneamento básico
no bairro Jardim Coopagro, em 2010. Após a palestra da SANEPAR, entendemos que era
mais oportuno antecipá-la, tendo em vista o início das obras de coleta de esgoto, no
bairro, neste primeiro semestre de 2009.
A pesquisa foi realizada sob nossa orientação, bem como da professora Selma
Gatto (Matemática):

Para a coleta de dados, elaboramos durante o mês de março e início de abril, um
questionário com os seguintes objetivos:
- Levantar a existência de poços e os fins para os quais a água é utilizada;
- A estrutura e a distância das fossas em relação aos poços;
- Averiguar se há aproveitamento da água da chuva;
- Identificar o interesse pela ligação da residência na rede de esgoto;
Neste período fizemos um estudo da região do bairro a ser pesquisada, através da
constatação direta e da análise de cartas geográficas, para verificar distribuição
demográfica e demarcar as diferentes áreas a serem visitadas pelos grupos de alunos
que fariam a coleta de dados.
No início do mês de abril, trabalhamos com os alunos de 8ª Série, o mapa do
bairro, para permitir a familiarização através da localização de suas residências, escola e
outros pontos de referência.
Formamos grupos compostos em média por 4 a 5 alunos nas turmas de 8ª série do
turno matutino, de acordo com grau de vizinhança entre os mesmos, num total de 14
grupos para efetuar a coleta de dados no bairro, que ficou dividido em 14 áreas (uma para
cada grupo).
A pesquisa foi realizada na porção norte do Bairro Jardim Coopagro, nos limites
das ruas Eduardo Gatto (S) e João Orestes Ruaro (N); Avenida Ministro Cirne Lima (L) e
a Rua Albino Scariot (O).
Elaboramos um bilhete pedindo que os pais ou responsáveis autorizassem os
alunos a realizar a pesquisa, uma vez que esta se daria fora das dependências da
escola. Apenas uma mãe não autorizou seu filho a participar do trabalho, por considerar
que era perigoso.
A seguir, preparamos os alunos para que se apresentassem corretamente durante
a realização da pesquisa, observando alguns critérios básicos: a) Ir com uniforme da
escola; b) Sempre andar em grupo, ou pelo menos em duplas; c) Ser cordiais e
respeitosos; d) Após apresentação, perguntar só o que estiver escrito no questionário e
fazer as anotações corretamente;
Durante uma semana, entre os dias 21 e 28 de abril de 2009, os alunos realizaram
a coleta de dados no bairro, sendo acompanhados, em alguns momentos, por um dos
professores responsáveis pela pesquisa.

Os alunos foram orientados a retornar até duas vezes às residências onde não
haviam encontrado ninguém, em horários diferentes para contemplar os moradores que
estivessem trabalhando.
No final de abril teve início a tabulação dos dados da pesquisa sobre Saneamento
Básico no Bairro Jardim Coopagro em planilha eletrônica CALC, pelos alunos do 1º ano
matutino, sob orientação da professora Selma, de matemática, tendo a atividade sido
concluída no final do mês de maio.
Podemos considerar que a pesquisa foi bem sucedida por ter sido realizada sem
maiores empecilhos e pelo envolvimento dos alunos das oitavas séries matutinas, que
tiveram uma experiência ímpar de contato com as pessoas da comunidade e com o
espaço de sua vivência que a partir de então começou a ser percebido de outra forma.
Empenho e dedicação igual tiveram os alunos do 1º ano do Ensino Médio matutino
que passaram um mês tabulando os dados coletados.
Ao estudarmos como se dá a contaminação dos solos e dos aqüíferos através das
fossas, reforçamos o que já havíamos visto na palestra da SANEPAR os alunos
perceberam a importância da pesquisa que haviam feito.
Quanto aos resultados, superaram as expectativas no quesito pessoas
interessadas em ligar suas residências à rede de esgotos. Com o grande número de
pessoas favoráveis, podemos acreditar que já há um nível razoável de preocupação da
população com a qualidade de vida, que passa pelo saneamento básico, que por sua vez,
interfere na preservação da água.
Alimentamos a esperança de que a Sanga Cerro Corá e os demais corpos hídricos
do bairro ainda têm chances reais de ser salvos da degradação que ameaça a
sustentabilidade, na medida em que o “progresso” avança pela cidade.
Somente através da participação de uma comunidade esclarecida e comprometida
conseguiremos conciliar o crescimento urbano com a preservação ambiental.
Continuamos mantendo contato com a população entrevistada, através de campanhas de
esclarecimento, palestras e outras atividades de Educação Ambiental.
Para transformar a realidade revelada pela pesquisa, fizemos junto à comunidade
escolar, uma Campanha de Sensibilização Sobre o Destino do Lixo e palestra sobre a
importância da água potável para a qualidade de vida.
2.3 - Campanha de Sensibilização Sobre a Destinação adequada do Lixo:

Para preparar os alunos da série final do Ensino Fundamental e do Ensino Médio,
apresentamos o vídeo “Walle 4 ”.
Após o vídeo, fizemos debates e discussões sobre o vídeo, questionando nosso
modelo de consumo e estabelecendo um paralelo entre a ficção (vídeo) e a realidade em
que vive a nossa sociedade.
Pelo simples fato de estarmos vivos, consumimos recursos naturais e produzimos
lixo. O mais grave não é o consumo inevitável à vida com qualidade, para todos os seres
humanos, mas sim, aquilo que consumimos desnecessariamente.
O consumismo, criado pelo sistema capitalista, para promover uma produção em
constante crescimento, convence as pessoas a viver em função do consumo de
supérfluos, é responsável por cerca de 80% da utilização dos recursos e
conseqüentemente, da degradação do planeta, por cerca de 10% da humanidade, que
constitui a sociedade de consumo.
Queremos um planeta onde uma minoria adoeça de tanto comer e a maioria morra
de fome ou em conseqüência da imundície?
Encarregamos os alunos do 3ºano do Ensino Médio a elaborar modelos de
panfletos com o objetivo de sensibilizar a população sobre a produção e o destino do lixo.
Fizemos uma seleção, corrigindo as imperfeições e melhorando a sua qualidade. A
seguir, pedimos para uma funcionária formada em jornalismo produzir a arte gráfica.
Aproveitando o feriado de Corpus Christi, iniciamos a Campanha de
Conscientização, em frente ao Supermercado Mufatto onde eram arrecadados donativos
em alusão ao Dia da Bondade. Preparamos 5 os alunos para que lembrem a população
sobre a necessidade de reduzir a produção de lixo, além de reutilizar e reciclar os
materiais que seriam descartados.
Os demais panfletos foram destinados à Campanha no Jardim Coopagro e
proximidades, onde se encontra a população que foi alvo da pesquisa Saneamento
Básico – Poços e fossas e a comunidade escolar, sendo realizada por professores,
funcionários e alunos das oitavas séries e Ensino Médio Matutino.
4 A História mostra um robô que ficou encarregado de organizar o lixo e o entulho que inundou a Terra
depois de séculos de consumo exagerado da humanidade. Após ter saído para um cruzeiro espacial que
deveria durar 5 anos, os humanos tiveram que ficar mais de seta séculos no espaço. A poluição havia
chegado a níveis intoleráveis que inviabilizavam a vida no planeta.
5 Esta atividade teve a participação dos professores Marilene Galdino Camillo e José Odécio Langer e
alunos do 1º ano do Ensino Médio.

Após a caminhada pelo bairro e ao longo das avenidas Cirne Lima e Parigot de
Souza, até as proximidades do Lago Municipal, houve uma concentração na área de
preservação das nascentes da Sanga Cerro Corá, onde aconteceu o Mutirão de Limpeza.
Foram distribuídos, aproximadamente, três mil e quinhentos panfletos com a
preocupação de conversar com as pessoas sobre o objetivo da Campanha, para que os
panfletos não virassem mais um recurso desperdiçado e jogado fora em local inadequado.
2.4 - Mutirão de Limpeza nas Circunvizinhanças da Nascente da Sanga Cerro Corá
Conscientes de que coletar o lixo e o entulho jogado pela população em lugares
inadequados não resolve o problema da poluição e da degradação ambiental, mas é
apenas um paliativo momentâneo e que a solução está na Educação, pretendemos
transformar o Mutirão de Limpeza em um ato educativo, complementando-o com a
Campanha de Sensibilização que acontece concomitantemente.
Agendamos o Mutirão de Limpeza dos arredores da nascente da sanga Cerro
Corá, incluindo-o no cronograma da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, para a
Semana do Meio Ambiente.
Devido às intensas chuvas que ocorreram neste período, tivemos que adiar a
realização das atividades para uma data posterior. Para a realização dessa tarefa,
contamos com: Moradores das proximidades das nascentes, Conselho Municipal do Meio
Ambiente, IAP, Secretaria Municipal do Meio Ambiente, funcionários da SANEPAR,
funcionários e professores do Colégio Novo Horizonte, sendo convidados também os pais
de alunos, a participar voluntariamente.
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente se encarregou de enviar uma um trator
com pá carregadeira e um caminhão para levar o lixo embora.
Por várias vezes a data do mutirão fora adiada, ou por não haver disponibilidade
das máquinas para o dia, ou por ter chovido, inviabilizando o trabalho.
Durante nossa caminhada para a Campanha de Sensibilização que culminou com
a concentração na área das nascentes, o Secretário do Meio Ambiente nos procurou,
dizendo que havia surgido uma emergência no interior do município e que as máquinas
foram levadas para lá. Mesmo assim, fizemos o Mutirão de limpeza que contou com a
ajuda de voluntários da comunidade, moradores próximos e pessoas ligadas ao meio
ambiente, da SANEPAR, empresas, como: I Riedi (agropecuária), São Jorge (locadora de
máquinas e equipamentos), repórter da Rádio Integração, que além de divulgar o evento,
ajudou a recolher o lixo, e vários alunos do Ensino Médio que haviam participado da

campanha de Sensibilização, cuja participação no recolhimento do lixo não queríamos
permitir, porém, não se contiveram.
Estiveram presentes para divulgação, dois jornais, duas rádios e a Assessora de
Comunicação do NRE de Toledo.
Também, esteve presente a senhora Nelci Friedrich, representando seu irmão, o
diretor de coordenação da hidrelétrica de Itaipu, Senhor Nelton Miguel Friedrich que foi
levado ao local alguns dias antes pelo repórter da Rádio Integração, mas por questões de
agenda, não pode estar presente pessoalmente, no dia do Mutirão.
Encontramos no local uma diversidade de lixo tão grande que causou um misto de
espanto e revolta em todos. Para exemplificar podemos citar: Roupas velhas, sacolas
plásticas, garrafas pet, vidro, aparelhos eletrônicos, móveis, pneus, animais mortos
entulho de material de construção e embalagens de veneno.
Uma grande quantidade de frascos de veneno foi encontrada pelo proprietário da
São Jorge e seus funcionários, depois que os alunos já haviam se retirado.
Foram chamados a Força Verde e o IAP, para que fossem tomadas providências
no sentido de investigar a origem do material e punir os responsáveis.
Percebemos que seria impossível retirar manualmente, do local, todo o lixo
encontrado. Por isso, retiramos uma quantidade mínima (simbólica), que segundo o
Secretário do Meio Ambiente, encheu um caminhão grande.
No dia seguinte, durante o programa: Super Show da Manhã da rádio Integração,
solicitamos ao Secretário, o envio de maquinário necessário para a retirada de todo o lixo
e a posterior proteção da área com alambrado.
2.5 – Análises Físico-química e Microbiológica da Água da Sanga Cerro Corá
Ainda durante o I bimestre de 2009, os alunos do 2º e do 3º anos do Ensino Médio,
turno matutino do Colégio Estadual Novo Horizonte realizaram pesquisa bibliográfica
sobre o uso múltiplo da água, destacando os problemas causados pelos principais
agentes poluidores, para o consumo humano, para as diferentes atividades econômicas
relacionadas ao uso da água bem como sobre a biota aquática.
Como atividade prática, decidimos realizar a análise da água da Sanga Cerro Corá
para, a partir de então, conhecer as suas reais condições de qualidade.
Conhecemos a nobre missão do Instituto Ambiental do Paraná, de proteger,
preservar, conservar, controlar e recuperar o patrimônio ambiental, a buscando melhor
qualidade de vida e o desenvolvimento sustentável com a participação da sociedade.

Cientes de que entre suas inúmeras atribuições estão as de: acompanhar as
políticas de meio ambiente, recursos hídricos do Estado e executar o monitoramento
ambiental, em especial da quantidade e qualidade dos recursos hídricos, procuramos este
importante órgão público estadual para buscar uma parceria que viabilizasse e
fortalecesse o nosso projeto de Educação Ambiental,
O Instituto Ambiental do Paraná, já havia participado de algumas das nossas
atividades: visitas a campo, presença em manifestações e da vigilância sobre a área.
No dia 06/05, enviamos ofício ao IAP pedindo apoio técnico para coleta de água da
Sanga Cerro Corá e a realização da análise (físico-química e microbiológica) da água da
Sanga Cerro Corá: sólidos totais dissolvidos, coliformes totais, coliformes fecais, turbidez,
óleos e graxas e pH, sem a cobrança de taxa, por se tratar de questão de interesse
pedagógico relacionado ao projeto de Educação Ambiental desenvolvido pelo Colégio
Estadual Novo Horizonte, sob a nossa coordenação e das professoras Marilene Galdino
Camillo (Inglês) e Selma D. M. Gatto (Matemática).
Em resposta ao nosso pedido, o IAP se prontificou a realizar a análise da água,
colocando à disposição, além do material necessário, um funcionário para fazer a coleta
juntamente com os alunos, professores e todos os interessados da comunidade escolar.
Havíamos programado a coleta de água para análise para a primeira semana de
junho, inscrevendo-a no cronograma da Prefeitura Municipal para a Semana do Meio
Ambiente, juntamente com outras atividades, como: Campanha de Sensibilização Sobre o
Destino do Lixo, Mutirão de limpeza da área das nascentes da Sanga Cerro Corá.
Em virtude das chuvas que tivemos naquela semana, tivemos que adiar todas as
atividades que estavam programadas.
Fato que chamou nossa atenção é que no dia da coleta de água para análise, foi
visto um guarda armado do lado de dentro da área cercada em que a Pratti Donaduzi fez
a terraplanagem, ao lado da rua Carlos Barbosa. Jamais havia sido visto um guarda
naquela área, antes dessa data.
A coordenadora do laboratório do escritório regional do IAP em Toledo, Marilda
Fornari, nos informou que os resultados da análise só sairão em aproximadamente dez
dias.
Com os resultados da análise em mãos, nos comprometemos a iniciar o próximo
ano monitorando a qualidade de água da Sanga Cerro Corá. Defenderemos a
preservação da água e toda biodiversidade da área das nascentes, estendendo a luta

para toda a microbacia, na qual se encontram três universidades, uma escola municipal e
um dos maiores colégios estaduais de Toledo.
A partir dos resultados da análise da água, os alunos irão retomar suas pesquisas,
tendo a noção da qualidade da água e da possibilidade de seu uso múltiplo e após debate
em sala de aula, desenvolverão ações com o objetivo de manter ou melhorar suas
condições.
As entidades educativas da microbacia serão convidadas a participar do Projeto de
Preservação da Sanga Cerro Corá, aumentando a sua consistência.
2.6 - Resgate das Atividades Pedagógicas pela Preservação da sanga Cerro Corá:
Imprimimos cópias dos textos e fotos de todos as atividades pedagógicas de
Educação Ambiental realizadas pelo Colégio Estadual Novo Horizonte, a partir de 2005,
com destaque especial, para os projetos e atividades em defesa da Sanga Cerro Corá,
para que a comunidade possa apreciar e acompanhar o desenvolvimento da Educação
Ambiental. Também produzimos slides para elucidar o nosso trabalho.
Inicialmente, as atividades estavam marcadas para a Semana do Meio Ambiente,
tendo sido transferidas em virtude do Departamento de Educação Básica Itinerante (DEB)
e do alojamento de atletas na escola, durante o período previsto.
A atividade foi desenvolvida no mês de novembro, junto com o festival do sorvete,
possibilitando uma maior divulgação. Alunos, ex-alunos e demais pessoas da
Comunidade Escolar ficaram eufóricos ao ver sua imagem ou a dos filhos, amigos e
colegas dos últimos cinco anos em atividades de Educação Ambiental, desenvolvidas
pelo Colégio.
2.7 - Consumo responsável da água potável:
Para sabermos quanta água é consumida e quanta é desperdiçada em cada uma
das residências dos alunos do 1º ano do Ensino Médio, no turno matutino, trouxeram as
contas de água do último mês de suas residências.
Após assistir os slides sobre “A Relação Sociedade-Natureza e a Degradação dos
Recursos Hídricos” e da realização de consulta bibliográfica, propusemos aos alunos um
seminário sobre o consumo de água no cotidiano domiciliar por meio da análise das
contas de água e da aplicação de um questionário que intitulamos: “o consumo de água
atual: perspectivas de disponibilidade de água potável e compromissos para evitar
desperdícios”.

Como atividade extra-sala de aula os alunos realizaram a coleta de água em uma
torneira de suas casas, que ficou gotejando durante uma hora e trazendo-a para a aula de
matemática, onde foi medida e a seguir feitos os devidos cálculos que demonstravam o
desperdício de água propiciado por um simples gotejar de torneira.
A seguir foram encarregados de produzir cartazes demonstrando: quanta água é
desperdiçada por uma torneira gotejando, em um dia, um mês e um ano; quantas
pessoas poderiam saciar sua sede com esta água; quantas pessoas adoecem e morrem
anualmente, por falta de água potável para beber.
Após apresentação em sala de aula, os cartazes deveriam ser expostos à
Comunidade Escolar, durante a Semana do Meio Ambiente. A exposição dos resultados
aos pais foi adiada pelos motivos já mencionados anteriormente.
A exposição acabou sendo apenas de caráter interno, para os alunos.
Um mês após o seminário, os alunos trouxeram as novas contas de água e cada
um expôs aos colegas quanta água havia conseguido economizar em sua casa e quais as
estratégias utilizadas para atingir a meta. Muitos surpreenderam na quantidade e nos
métodos adotados, chegando a colocar placas em todas as torneiras para lembrar de
fechá-las, tendo resultado em economia de até 30%.
2.8 – Sinalização e sensibilização:
Aproximadamente, meio ano após o trabalho de campo, que resultou no Projeto de
Adoção das Nascentes da Sanga Cerro Corá, foram colocadas as primeiras placas
indicando que a área é de proteção ambiental.
No dia do Mutirão de limpeza, foram colocadas mais algumas placas, chamando a
atenção para a proibição de se jogar lixo na área e outra, com um relógio indicador do
grau de risco de incêndio.
Ficou combinado que quando os alunos passam pelo lugar, observem o ambiente
e coloquem o ponteiro do relógio para a posição correta de acordo com o grau de risco de
incêndio e que comuniquem os bombeiros ou a defesa civil pelos telefones que constam
na placa, caso haja necessidade.
Empresas do bairro e de outros próximos manifestaram o seu apoio patrocinando
panfletos para uma campanha que visa esclarecer a população sobre a necessidade de
reduzir a produção de lixo e dar o destino correto àquele cuja produção é inevitável.

3 - Apoio e Participação de Entidades, Poder Público e Moradores da
Circunvizinhança no Projeto
Apesar da baixa densidade demográfica da região das nascentes da Sanga Cerro
Corá, obtivemos o apoio de moradores que participaram de manifestações promovidas
pelo Colégio, cederam entrevistas, patrocinaram campanhas de sensibilização e se
prontificaram a participar do mutirão de limpeza e de todas as demais atividades que
ainda serão desenvolvidas futuramente pelo colégio, no sentido de proteger este curso
hídrico.
Durante a entrevista, um morador nos relatou as inúmeras batalhas por ele
travadas, individualmente, a partir do ano 2000, para impedir o assoreamento e a poluição
da Sanga Cerro Corá, a partir de suas nascentes. Além de procurar impedir a poluição da
área, promoveu uma intensa limpeza (coleta de lixo) e a redefinição do leito da sanga,
que se encontrava assoreado. Para garantir a proteção da água, mantêm reflorestados,
não apenas 30 m em cada uma das margens da sanga, mas cerca de 70% de sua
propriedade.
Outro morador enfatizou a importância da sanga para o abastecimento de sua
propriedade, onde reside com sua família e usa a água para a criação de animais, prática
da piscicultura e laser.
No dia do Mutirão de Limpeza da área de preservação das nascentes da sanga,
contamos com a participação de vários voluntários, entre moradores locais, trabalhadores
de empresas próximas e pais de alunos.
A Promotoria Pública também teve participação expressiva nas ações de
minimização da degradação ambiental promovida na Sanga Cerro Cora, portanto, este
poder público foi fundamental no processo de Educação Ambiental promovido por este
projeto até o momento.
Em maio de 2007, quando fizemos um trabalho de campo nas nascentes da Sanga
Cerro Corá, vimos que nesta área, que inicialmente era de banhado, haviam sido abertos
canais de drenagem e deduzimos que ela seria aterrada, para um posterior loteamento
urbano. Para impedirmos que isto se concretizasse, elaboramos o nosso “Projeto de
Adoção das Nascentes” e iniciamos um abaixo assinado e manifestações pela
preservação da área.
Procuramos o proprietário e manifestamos nossa preocupação em relação ao
futuro da Sanga, convidando-o a participar da nossa luta, porém, não tivemos seu apoio.

Um ano depois, em maio de 2008, foram jogadas várias cargas de pedra no mais
meridional dos canais de drenagem, (que na realidade contorna a área a Oeste e Sul),
confirmando a nossa hipótese inicial. O fato foi imediatamente comunicado à Promotoria
Pública, e a obra embargada. Após uma visita pessoal do Promotor ao local,
acompanhado pela força verde, o proprietário foi intimado a retirar as pedras, cercar a
área e plantar 600 mudas de árvores nativas.
Através da mobilização da Comunidade Escolar, com abaixo assinados, passeatas
e palestras, estudos de campo, manifestações, busca de parcerias, apelo à promotoria
pública, conseguimos evitar o que mais temíamos, até o momento.
Os meios de comunicação também foram valiosos durante o processo.
Para a divulgação das nossas atividades em defesa das nascentes da Sanga Cerro
Corá, em março de 2008, contamos com a Radio Integração, no programa do Sr. Paulo
Gaspar.
Em março de 2009, o jornal Gazeta Mundial divulgou matéria sobre nosso projeto
de Educação Ambiental, quando acionamos o Corpo de Bombeiros em virtude de um
incêndio que estava prestes a atingir a área das nascentes 6 . Um repórter do jornal seguiu
os bombeiros e fez a entrevista.
No final de 2009, conseguimos novamente a atenção desse importante meio de
comunicação local que é a Radio Integração. No dia 14/11/2009, o Sr. Ademir da Rádio
Integração nos procurou para uma entrevista sobre o projeto de preservação da Sanga
Cerro Corá. Como estávamos repondo aulas que haviam sido suspensas em virtude da
epidemia de Influenza H1N1, em outro colégio, a diretora concedeu a entrevista.
Em visita às nascentes da Sanga, o repórter ficou chocado com a quantidade de
lixo que está sendo jogada nos arredores e prometeu levar o diretor de coordenação da
hidrelétrica de Itaipu, Sr. Nelton Miguel Friedrich até o local, sendo que a hidrelétrica está
destinando verbas à recuperação do Córrego Marreco, do qual a Sanga Cerro Corá é um
subafluente. Comprometeu-se também a mobilizar líderes comunitários e sensibilizar a
população para a necessidade de proteção do local. Interessado em nosso cronograma
de atividades, pediu que fosse avisado para participar das mesmas.
6 No dia 11/03/2009, a professora Selma Gatto nos informou que havia um incêndio nas proximidades das
nascentes da Sanga Cerro Corá e que estava se alastrando para a área de preservação. Acionamos o
Corpo de Bombeiros que foi até o local para controlar o fogo. A operação foi realizada a tempo, impedindo
maiores danos.

No dia 17/11/09, o Jornal do Oeste publicou um artigo de um vereador da cidade
sobre o mesmo problema e no dia 23/11/2009, concedemos entrevista ao Jornal do
Oeste, que ligou para o colégio, pedindo informações sobre o Projeto de Preservação das
Nascentes e as atividades programadas para a semana 7 .
Em nossas atividades de Educação ambiental dos últimos cinco anos bem como
naquelas relacionadas especificamente à preservação das nascentes da Sanga Cerro
Corá, o Núcleo Regional de Educação de Toledo tem marcado presença, registrada em
fotos tiradas nas manifestações culturais ocorridas durante este período.
No ano de 2008, a profª Cristina Janjar fez parte da comissão julgadora do
Concurso de Maquetes.
Em 2009, a funcionária Anna Carolina de Oliveira, da Assessoria de comunicação,
nos ajudou na arte dos panfletos para a Campanha de Sensibilização e se dispôs a
fotografar e divulgar as nossas atividades de Educação Ambiental (coleta de água,
mutirão de limpeza) programadas para este ano. Abaixo, podemos ver na íntegra o texto
publicado pelo Núcleo Regional de Educação 8 .
Alunos do Colégio Estadual Novo Horizonte Contribuem Para a Preservação
da Sanga Cerro Corá
Os alunos do Colégio Novo Horizonte participaram nesta sexta-feira, 27, de uma
mobilização em prol da preservação da nascente da Sanga Cerro Corá, em Toledo. Os professores
e alunos do Colégio em parceria com voluntários, moradores do bairro e colaboradores da
Secretaria Municipal de Meio Ambiente estiveram fazendo uma limpeza na área. Aos alunos
coube realizar a campanha de sensibilização da comunidade do Jardim Coopagro, bairro onde está
localizada a nascente, através de panfletagem e mobilização.
A preocupação com a sanga Cerro Corá não é de hoje. Diversas atividades já foram
realizadas com os alunos no intuito de mobilizá-los com relação a importância da sanga e da
conservação dos recursos hídricos e ambientais. Um exemplo foi o Concurso de Maquetes,
realizado no ano passado, que esteve aberto a todos as escolas do município. Neste ano, os alunos
já realizaram uma pesquisa com relação ao saneamento básico no bairro e ao destino que os
moradores dão aos resíduos.
O professor de geografia José Odécio Langer explica a ação realizada nesta sexta-feira. “Os
alunos do ensino fundamental distribuíram panfletos dentro do bairro, nas imediações da escola. Já
os alunos do ensino médio distribuíram panfletos desde a Av. Cirne Lima até chegar na Unipar.”,
Ele também ressalta que as universidades e escolas municipais estão interessadas em abraçar a
causa.
De acordo com José Odécio, a limpeza da sanga ficou a cargo de voluntários da
comunidade e da Secretaria de Meio Ambiente, mas alguns alunos não se contiveram e acabaram
7 Esta entrevista foi divulgada na edição de 24/11/2009 do Jornal do Oeste.
8 O texto foi publicado no dia 27/11/2009. Este projeto também foi divulgado pelo Núcleo Regional de
Educação de Toledo em seu site oficial, bem como no da Secretaria de Educação do Estado do Paraná
().

vestindo luvas e ajudando na coleta. “Alguns alunos acabaram participando da coleta, mas
entendemos que o papel da escola deve ser de conscientizar, sensibilizar e educar, e não apenas
coletar, porque, sem a conscientização, a população acaba jogando lixo nas encostas novamente”,
finaliza.
Sanga Cerro Cora
A nascente da Sanga Cerro Corá, fica no Jardim Coopagro, a trezentos metros a Leste do
BNH Tocantins e da agrícola I Riedi, na região em que se cruzam as avenidas Celeste Muraro e
Carlos Barbosa, desemboca na Sanga Panambi que deságua no Arroio Marreco para então sair no
Parque da Perimetral Norte.
Apesar da grande mobilização promovida pelo projeto de Educação Ambiental na
Sanga Cerro Cora é preciso esclarecer que muitos contratempos e imprevistos que
dificultaram a implantação da proposta.
4 – Dificuldades e Contratempos na implementação da Proposta Pedagógica
Vários elementos cotidianos institucionais, elementos institucionais excepcionais e
mesmo variáveis climáticas e de saúde pública, colaboraram para a desestruturação do
calendário escolar e criação de questões que promoveram diferentes graus de
dificuldades para o cumprimento das etapas previstas por nossa proposta de intervenção
escolar via Programa de Desenvolvimento Educacional.
Visando dar transparência ao processo vivenciado e, ao mesmo tempo, servir de
alerta/referência para outros professores, que como nós estão construindo propostas
pedagógicas com o mesmo perfil ambiental relataremos os aspectos que nos foram mais
significativos:
Imprevistos e Dificuldades no Cumprimento do Calendário Acadêmico:
No decorrer do ano letivo, são desenvolvidas na escola, várias atividades não
previstas no calendário escolar, o que não desmerece o mérito das mesmas, mas,
dificulta o nosso trabalho e nos obriga a reorganizar o nosso cronograma e a reajustar o
planejamento anual para a realização de cada uma das atividades previstas para a
implantação do Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola. Entre elas podemos citar:
Reuniões extraordinárias, Projetos; DEB Itinerante; Patrulha escolar (reuniões);
Hospedagem na Escola:
Durante o ano letivo os aposentos da escola são eventualmente cedidos para
hospedagem de atletas de outras cidades ou para a realização de cursos fazendo com
que as atividades planejadas tenham que ser adiadas.

Foi o que nos aconteceu na semana do meio ambiente, de 01 a 05/06/09, para a
qual estavam previstas várias atividades práticas, como Campanha de Sensibilização
Sobre o Destino do Lixo, e exposição de painéis sobre as atividades pedagógicas
realizadas pela escola, em defesa das nascentes da Sanga Cerro Corá.
Agendar uma nova data dentro do calendário escolar, para desenvolver atividades
extra classe de um projeto que envolve diferentes disciplinas não é tarefa fácil, podendo
ter seu grau de dificuldade ampliado por situações inesperadas como as que
apresentamos, a seguir.
Envolvimento de Um Grande Número de Alunos:
Tem o seu lado positivo, pois quanto maior o número de participantes, maior o
alcance da nossa ação. Porém, as dificuldades aumentam na proporção do número de
classes e alunos, pois requerem mais trabalho em todas as fases e afetam direta ou
indiretamente, o trabalho de um maior número de profissionais, que precisam adequar os
seus planejamentos.
Havíamos previsto a implementação do Projeto de Intervenção Pedagógica na
Escola, com os alunos do 1º ano do ensino médio, mas, por conta da interdisciplinaridade,
envolvendo colegas de outras áreas, que sugeriram a inclusão das três classes do ensino
médio e das duas classes de 8ª série do ensino fundamental, aceitamos o desafio.
Um conjunto de ações integradas e complementares compõe o projeto que
contempla a interdisciplinaridade por envolver disciplinas como matemática, inglês, e
biologia.
Efetivamos uma palestra sobre a água e qualidade de vida com um técnico da
SANEPAR, para os alunos do Ensino Médio. Realizamos uma pesquisa de campo cuja
coleta de dados foi feita pelos alunos das oitavas séries e a tabulação dos dados, pelos
alunos do 1º ano do ensino médio, com o objetivo de levantar o número de poços e
fossas no bairro, bem como a disposição dos moradores em ligar suas residências à rede
de esgotos. Seguimos com um trabalho de esclarecimento sobre o risco que representam
as fossas, bem como os benefícios que a implantação da rede de esgoto traz para a
saúde da população e para o meio ambiente.
A pesquisa sobre poços e fossas, embora esteja diretamente relacionada com a
preservação das nascentes, não estava prevista inicialmente, em nosso projeto e exigiu
um desdobramento que foi muito trabalhoso para a equipe coordenadora, resultando no
adiamento de outras atividades, programadas durante a elaboração do projeto.

Interação com Professores de Outras Áreas e a Construção da
interdisciplinaridade:
É importantíssima para proporcionar uma compreensão integral e abrangente
contemplando várias áreas do conhecimento da realidade em que se pretende intervir.
Evita-se dessa forma, a fragmentação do conteúdo favorecendo o aprendizado.
Quando o trabalho é feito em conjunto, envolvendo diferentes disciplinas, cada
profissional atua com as questões pertinentes a sua área e o trabalho se torna menos
enfadonho e mais produtivo, pois há uma complementação entre as habilidades dos
envolvidos.
Conciliar as atividades do projeto com o conteúdo programático de cada disciplina,
com o planejamento e os anseios dos colegas envolvidos no projeto e com as demais
atividades da escola, não é tão fácil assim. Exige abnegação, planejamento em equipe e
muito empenho.
Fenômenos Meteorológicos:
Se os fenômenos meteorológicos pouco ou nada interferem em nosso trabalho
cotidiano, em sala de aula, elas são determinantes quando se trata de atividades práticas
(trabalhos de campo). Sob chuva, frio e calor excessivos a saída a campo com alunos se
torna inviável, a começar pelo risco à saúde que se torna maior sob tais condições. Outro
problema é a dificuldade de locomoção no campo, que aumenta nestas circunstâncias,
sem falar das atividades propriamente ditas, que podem não apresentar os resultados
esperados.
Após vários meses de estiagem e chuvas abaixo da média, começou em meados
de maio de 2009, um longo período de muita chuva e frio, acima das médias verificadas
na região durante os últimos anos, dificultando ainda mais a realização plena das
atividades programadas em nosso projeto.
Falta de Profissionais:
Normalmente, a equipe pedagógica procura substituir os professores ausentes,
deixando seu próprio trabalho de lado. Quando o quadro da equipe pedagógica está
desfalcado (como é o caso do nosso colégio), e falta mais do que um professor, os
colegas tentam fazer o que podem, atendendo duas turmas ao mesmo tempo.
Inevitavelmente, a qualidade e o rendimento ficam comprometidos. Inviabiliza-se o

acompanhamento do aluno, necessário para diagnosticar suas dificuldades de
compreensão e aprendizado e há uma sobrecarga para o professor que não consegue
cumprir com o cronograma previsto resultando no adiamento das atividades programadas
e muitas vezes problemas de saúde relacionados às condições de trabalho, como o
esgotamento, stress e outros.
Epidemias:
Sabemos de graves epidemias ocorridas no passado e dos problemas sociais e
transtornos que trazem ao cotidiano das pessoas, através dos relatos de pessoas mais
idosas e dos registros bibliográficos. Porém, até o momento, não havíamos vivenciado
nenhuma situação semelhante, onde as aulas tivessem sido suspensas por causa de uma
epidemia.
Neste ano letivo a partir do dia 30/07/09, em todo o estado do Paraná e também
em outros estados tivemos a suspensão das aulas por 14 dias para evitar o contágio pelo
vírus A H1N1. Embora, até o momento, a epidemia não tenha sido tão trágica como
algumas ocorridas no início do século XX (Gripe Espanhola e Gripe Asiática), os cuidados
são necessários e os transtornos para o desempenho normal das atividades pedagógicas
foram enormes. O trabalho que havia sido programado para o retorno, após as férias, foi
interrompido e mesmo após o retorno às aulas, fomos orientados a não fazer avaliações
ou atividades valendo nota, até o início de setembro, pois os alunos que não
freqüentassem por sentirem algum sintoma de gripe, ou por que estivessem com medo do
contágio, estariam amparados por lei. Dessa forma, no 3º bimestre, nosso trabalho não
foi tão produtivo quanto gostaríamos.
5 - Reflexões sobre a Implementação do Projeto de Intervenção Pedagógica
Realizando uma analogia do nosso compromisso de desenvolver a Educação
Ambiental no colégio, com uma guerra, poderíamos nos considerar vitoriosos em várias
batalhas e, ao mesmo tempo, estaríamos em sérios apuros em outras.
Durante a elaboração um projeto (parte teórica) queremos ter êxito em todas as
etapas e não contamos com fracassos ou frustrações, mas, na hora de por o projeto em
prática, os imprevistos, as frustrações e as contradições surgem e passam a fazer parte
do nosso cotidiano, e representam obstáculos a serem superados.

citar:
Entre as principais frustrações que tivemos na implantação deste projeto, podemos
Contradição entre teoria e prática, no cotidiano:
Durante o decorrer do ano letivo percebemos que nossos alunos nem sempre põe
em prática, o que aprendem durante meses ou anos de estudos teóricos, quando se trata
de Educação Ambiental, ou caem em contradição com muita facilidade.
Cientes de que os problemas ambientais começam a ser solucionados em nosso
espaço de vivência (casa, escola, bairro) para depois atingir dimensões maiores (cidade,
estado, país, planeta), os alunos demonstraram por várias vezes, ter esquecido de seu
compromisso com a limpeza do ambiente e com o consumo responsável, ou,
simplesmente, se negaram a praticar o que aprenderam.
Durante a Campanha de Sensibilização também percebemos que muitos alunos
não faziam o procedimento correto e ao invés de conversar com as pessoas sobre a
necessidade de mudança de hábitos para a preservação dos recursos naturais,
simplesmente colocavam o panfleto debaixo da porta ou no para brisa do automóvel, sem
explicação nenhuma, gerando mais lixo ainda.
Desrespeito ao próximo e à vida:
É realmente frustrante o desrespeito de parte da população para com o meio
ambiente. Há pessoas que jogam lixo e entulho em qualquer lugar que não seja os
arredores de sua própria casa (lotes baldios, ao lado da escola e outros prédios públicos,
no interior e proximidades de matas e corpos hídricos ou na frente da casa do vizinho),
ameaçando a saúde e a vida do seu semelhante e integridade do planeta que é a Grande
Casa de toda a humanidade. Não percebem que toda agressão ao meio ambiente se
volta contra elas próprias, dificultando cada vez mais a sobrevivência.
Um exemplo dessa forma de “atentado contra a vida” pode ser visto nos arredores
das nascentes da Sanga Cerro Corá. Até mesmo os arredores do COLÉGIO ESTADUAL
NOVO HORIZONRTE foram vítimas dessa agressão, tendo que desembolsar r$ 250,00
para coletar o entulho que a população jogou nos arredores.
Entendemos que atitudes como essa de realizar a coleta não resolvem o problema
da degradação ambiental.
Precisamos sim livrar as nascentes da degradações que as cerca, mas devemos
intensificar as ações educativas para que problemas dessa natureza não continuem se
perpetuando.

Ganância:
Para aumentar seus lucros, proprietários de terra, no meio rural e em especial, no
meio urbano, procuram burlar a legislação e usam de diversos artifícios para ocultar seus
crimes ambientais (drenagem e aterramento de nascentes e banhados, destruição
gradativa de áreas de reservas florestais) para aumentar as suas áreas de cultivo ou
promover o loteamento urbano.
Para justificar suas atitudes, alegam que a humanidade precisa de alimentos ou
casas para morar. Quem procura preservar a água e os demais recursos naturais é
acusado de ser contra o progresso.
Nas nascentes da Sanga Cerro Corá, ficou evidente a priorização do lucro, acima
da preservação da água. Mesmo após a realização das atividades já mencionadas, teve
continuidade a tentativa de aterramento, sendo que foram depositadas cargas de pedras
em canais de drenagem abertos na área.
É necessário registrar também que tivemos conquistas importantes que foram
relatadas durante a construção deste texto e que agora podemos sintetizar apontando
apenas como: mobilização da comunidade escolar (alunos, professores e equipe
pedagógica); visibilidade do mau uso da Sanga Cerro Corá e da problemática ambiental
constituída nesta área; envolvimento de entidades, da comunidade e de órgãos públicos
com esta questão e, conseqüentemente, da tomada de providências legais por parte dos
mesmos.
Em visita ao local das nascentes, no mês de setembro, verificamos a presença de
várias espécies de seres vivos na água dos canais de drenagem, destacando-se lambaris
e rãs. Constatamos também a presença de várias espécies de passarinhos que buscam
abrigo e alimento, além dos relatos de alunos e funcionários do Colégio, que afirmam ter
visto cobra, tatu e preá na área de preservação.
Todavia precisamos superar uma série de limitações, tanto no âmbito escolar
quanto no da comunidade local. É preocupante a quantidade de lixo ainda jogado nas
proximidades, segundo moradores da região, por pessoas de todas as classes sociais,
tendo sido flagrados donos de caminhonetas de luxo, até catadores de materiais
recicláveis descartando o que não lhes servia mais.
Mais do que nunca, se faz necessária a vigilância sobre a área e a intensificação
de atividades que contribuam para exigir o cumprimento da legislação ambiental pelas
empresas e a mudança de hábitos da sociedade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Garantir o acesso à água potável, ar puro e demais recursos naturais necessários
à nossa qualidade de vida e a das gerações futuras, visando um equilíbrio entre natureza,
sociedade e atividades econômicas tem sido o principal objetivo dos programas de
Educação Ambiental. Para que tais objetivos sejam alcançados, precisamos estabelecer
novos parâmetros socioeconômicos para a sociedade e criar uma nova visão de mundo,
que se contraponha ao consumismo desenfreado promovido pelo sistema
socioeconômico predominante, através das propagandas incessantes dos modernos
meios de comunicação.
O papel da Educação Ambiental deve ser o de preparar a sociedade para uma
mudança profunda de comportamento, a partir de uma nova proposta de organização
social e espacial que permita boas condições de vida a todas as pessoas da nossa
geração e das futuras sem romper a harmonia entre sociedade e natureza.
A organização do espaço geográfico e suas constantes transformações estão
relacionadas às necessidades da sociedade e aos interesses do capital.
Para que os interesses do capital não se sobreponham às necessidades da
sociedade, produzindo impactos ambientais negativos, precisamos ter clareza sobre os
princípios da sustentabilidade ambiental, além de estarmos atentos aos desdobramentos
das políticas locais e organizados para intervir coletivamente, nas transformações
espaciais promovidas pelo poder público e pelas atividades econômicas.
Ao iniciarmos o PDE, nos propusemos a dar continuidade ao compromisso que
havíamos assumido no COLÉGIO ESTADUAL NOVO HORIZONTE, de promover a
Educação Ambiental através da defesa dos corpos hídricos urbanos, especialmente, das
nascentes da Sanga Cerro Corá.
Por entendermos que as atividades práticas despertam maior interesse dos alunos,
motivando-os para o aprendizado e a vivencia de novos valores, em concordância com os
princípios da sustentabilidade ambiental, desenvolvemos uma série de atividades teóricas
e práticas com os alunos e com a comunidade escolar, que não deverão cessar com a
conclusão do PDE, tendo continuidade durante os próximos anos letivos, com o propósito
de interferir nas práticas cotidianas da comunidade, criando uma nova cultura, embasada
em valores que permitam o uso sustentável dos recursos naturais e uma melhor
qualidade de vida a todos.

Estamos cientes de que as mudanças necessárias para alcançarmos os nossos
objetivos não acontecerão a curto ou médio prazo. Porém, cada atividade que realizarmos
poderá representar um passo para a construção da sociedade que visualizamos.
Ao finalizarmos o PDE, fazemos uma analise das atividades que conseguimos
desenvolver até o momento.
Quando realizamos o trabalho de campo, em maio de 2007, com um grupo de
alunos da 8ª série, que resultou num projeto de “adoção das nascentes da Sanga Cerro
Corá”, que inspirou nosso projeto no PDE, pensávamos estar sozinhos na luta pela
preservação das nascentes. Na busca por aliados, descobrimos não estarmos totalmente
sozinhos, além de termos sido antecedidos por pessoas que também tem interesses
semelhantes.
Com muita luta conseguimos impedir, até o momento, que as nascentes da Sanga
Cerro Corá fossem aterradas e a área toda destinada ao loteamento urbano, contrariando
a tendência lógica do mercado imobiliário e a vontade do proprietário. Pensamos que
ainda é cedo para afirmar que o fato se deve à Educação Ambiental, mas, podemos
perceber que nas dependências do Colégio, houve uma ligeira melhoria na preservação
do patrimônio e na limpeza do ambiente, tendo diminuído a agressividade entre alunos
nos últimos anos. Preferimos acreditar que se deve ao conjunto de políticas adotadas pelo
Colégio e à sua filosofia.
Podemos considerar que a semente da Educação Ambiental em nosso colégio
está plantada. Precisamos agora cuidar para que se desenvolva e de frutos, o que será
tarefa para os próximos anos.
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USP. Endereço eletrônico:
(acessado em 10/04/2008).