13.04.2013 Views

Filhas em Meu Reino

Filhas em Meu Reino

Filhas em Meu Reino

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Para aumentar minhas responsabilidades,<br />

a presidente da Sociedade de Socorro<br />

encarregou-me de ser a professora visitante<br />

de doze irmãs que moravam <strong>em</strong> um bairro<br />

que ficava do outro lado da cidade. Admito<br />

que não fiquei muito entusiasmada com<br />

minha nova designação. Estava atarefada com<br />

meu outro chamado e t<strong>em</strong>ia não saber como<br />

ajudá-las. (…) Mas fiz algumas visitas que me<br />

foram atribuídas, e antes de me dar conta do<br />

que estava acontecendo, estava sentada na<br />

sala de estar da família Dumez.<br />

‘Você é minha professora visitante?’ perguntou<br />

a irmã Dumez, ao entrar na sala.<br />

‘B<strong>em</strong>-vinda a minha casa. Não recebo uma<br />

professora visitante há dois anos.’ Ela ouviu<br />

atentamente a mensag<strong>em</strong>, conversamos, e ela<br />

me agradeceu muitas vezes pela visita.<br />

Antes de eu sair, ela chamou seus cinco<br />

filhos para que cantass<strong>em</strong> ‘Sou um Filho de<br />

Deus’, <strong>em</strong> espanhol. Ela me abraçou e apertou<br />

minha mão. (…)<br />

Todas as visitas que fiz naquela primeira vez<br />

foram melhores do que eu esperava. Ao longo<br />

dos meses subsequentes, ao ver as irmãs me<br />

receber<strong>em</strong> com carinho <strong>em</strong> suas casas, passei<br />

a aguardar ansiosamente por minhas visitas.<br />

Mas não estava preparada para as histórias de<br />

tragédia e adversidade que ouvi, ao passar a<br />

conhecer um pouco melhor aquelas excelentes<br />

pessoas. Decidi ao menos tentar tornar a<br />

vida daquelas irmãs e de suas famílias, muitas<br />

das quais passavam dificuldades financeiras,<br />

um pouco melhor. Comecei a levar pratos de<br />

comida quando as visitava. Levei as famílias<br />

para passear. Levei-as de carro para consultas<br />

médicas e para fazer compras no mercado.<br />

Rapidamente esqueci minha própria solidão<br />

ao servir outras pessoas. As irmãs que a princí-<br />

pio eu tinha considerado que foss<strong>em</strong> diferentes<br />

de mim, logo se tornaram amigas queridas.<br />

Foram amigas leais e fiéis, que ficavam agrade-<br />

cidas até pelas menores coisas que fiz por elas.<br />

E elas conseguiam prever minhas necessidades:<br />

eu regularmente recebia telefon<strong>em</strong>as e presen-<br />

tes dados de coração. Uma irmã me fez uma<br />

toalha de crochê para a mesa. Outra compôs<br />

um po<strong>em</strong>a para meu aniversário.<br />

Contudo, vários meses após meu chamado,<br />

sentia-me frustrada por não conseguir tornar<br />

a vida mais segura ou mais confortável para<br />

minhas amigas. (…)<br />

Certa noite, senti-me particularmente desanimada.<br />

Ajoelhei-me <strong>em</strong> oração, suplicando ao<br />

Senhor que me mostrasse o caminho a seguir.<br />

Tive a impressão de que o Senhor queria que<br />

eu ajudasse aquelas irmãs a se tornar<strong>em</strong> mais<br />

autossuficientes e a servir<strong>em</strong> umas às outras.<br />

Admito que fiquei descrente que pessoas com<br />

tamanhos fardos pudess<strong>em</strong> ter a força necessária<br />

para erguer<strong>em</strong>-se umas às outras, mas sabia<br />

que precisava seguir a inspiração.<br />

133

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!