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Revista O Economista Nº 17 - Julho de 2009 - corecon - sp

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<strong>2009</strong>), Nunes falará sobre o Censo<br />

2010 com enfoque para “Economia<br />

brasileira pós-estabilização e<br />

retomada do crescimento: a urgência<br />

do resgate da dívida social”.<br />

Em entrevista a O <strong>Economista</strong> ele<br />

adianta algumas questões.<br />

O <strong>Economista</strong> - Quem são os<br />

brasileiros?<br />

Eduardo Pereira Nunes - (risos)<br />

A re<strong>sp</strong>osta é apenas um retrato prévio,<br />

finalizado o Censo 2010 teremos<br />

dados mais concretos, mas po<strong>de</strong>mos<br />

dizer que o “brasileiro” não<br />

é um grupamento social e antropológico<br />

único. Em nossa socieda<strong>de</strong><br />

há alguns grupos marcantes em<br />

todas as regiões do País, relacionados<br />

à ocupação do território com<br />

ascendência tanto europeia, como<br />

africana e indígena. Esta última,<br />

do ponto <strong>de</strong> vista quantitativo, tem<br />

uma representação pequena: menos<br />

<strong>de</strong> um milhão em um universo<br />

<strong>de</strong> 190 milhões <strong>de</strong> habitantes.<br />

Há, também, um contingente<br />

enorme <strong>de</strong> pardos, que <strong>de</strong> maneira<br />

nenhuma po<strong>de</strong>m ser associados<br />

ou confundidos somente com <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes<br />

<strong>de</strong> negros. Eles corre<strong>sp</strong>on<strong>de</strong>m<br />

a um grupo resultante da<br />

união <strong>de</strong> negros e brancos, brancos<br />

e índios, índios e negros, além da<br />

miscigenação com outras populações<br />

como os asiáticos.<br />

O <strong>Economista</strong> - Qual a relação<br />

<strong>de</strong> sua palestra com o CBE <strong>2009</strong>?<br />

Nunes - Des<strong>de</strong> 2000, quando<br />

realizamos o último Censo, mantivemos<br />

a continuida<strong>de</strong> da estabilização<br />

da economia, inclusive com<br />

o controle da inflação. Por outro<br />

julho <strong>2009</strong><br />

lado, fatores nacionais e internacionais<br />

colaboraram para que nossa<br />

economia acelerasse seu ritmo<br />

<strong>de</strong> crescimento. Paralelamente, o<br />

mercado <strong>de</strong> trabalho se sofisticou<br />

e absorveu mais pessoas com um<br />

nível <strong>de</strong> remuneração maior, o que<br />

resulta em melhores rendas. Isso<br />

nos posiciona entre as 10 maiores<br />

economias do mundo, mas quando<br />

falamos da distribuição <strong>de</strong>ssa<br />

renda integramos a lista dos 70<br />

piores.<br />

O <strong>Economista</strong> - Caminhamos<br />

para sermos um País mais justo?<br />

Nunes - Reduzimos a injustiça<br />

social medida pela concentração<br />

<strong>de</strong> renda, mas ela ainda é muito<br />

alta. Quanto à incorporação <strong>de</strong>ssas<br />

pessoas, isso vem acontecendo há<br />

décadas, mesmo porque a população<br />

cresceu. Além disso, o ingresso<br />

<strong>de</strong> mais pessoas no mercado <strong>de</strong><br />

trabalho tem duas características<br />

interessantes: a primeira é o crescimento<br />

mais do que proporcional<br />

<strong>de</strong> mulheres. A segunda é a exigência<br />

cada vez maior <strong>de</strong> qualificação<br />

e nível <strong>de</strong> instrução. Como disse<br />

anteriormente, há uma melhor remuneração,<br />

isso contribui para que<br />

a renda suba, porém, também contribui<br />

para a manutenção <strong>de</strong> certa<br />

di<strong>sp</strong>arida<strong>de</strong> <strong>de</strong> rendas entre os empregados<br />

no mercado <strong>de</strong> trabalho.<br />

O <strong>Economista</strong> - Quais outras novida<strong>de</strong>s<br />

o Censo 2010 trará?<br />

Nunes - A taxa <strong>de</strong> crescimento<br />

da população vem caindo. Com<br />

mais pessoas envelhecendo, maior<br />

será o impacto econômico na previdência<br />

social.<br />

O <strong>Economista</strong> - Seremos um País<br />

idoso?<br />

Nunes - Diria que não será majoritariamente<br />

idoso, mas já é um<br />

País on<strong>de</strong> a longevida<strong>de</strong> da população<br />

está cada vez maior. Em alguns<br />

anos, o ritmo <strong>de</strong> crescimento<br />

do contingente <strong>de</strong> pessoas com<br />

mais <strong>de</strong> 60 anos será maior do que<br />

o <strong>de</strong> pessoas abaixo dos 15. Teremos<br />

mais indivíduos entrando na<br />

terceira ida<strong>de</strong> do que nascendo.<br />

O <strong>Economista</strong> - Vamos nos aposentar<br />

mais tar<strong>de</strong>?<br />

Nunes - Provavelmente sim, mas<br />

quem preten<strong>de</strong> manter durante a<br />

aposentadoria o mesmo padrão<br />

que tinha em ida<strong>de</strong> ativa irá trabalhar<br />

por mais tempo. Para que isso<br />

aconteça, no entanto, o sistema<br />

previ<strong>de</strong>nciário precisa se a<strong>de</strong>quar à<br />

nova realida<strong>de</strong>. Des<strong>de</strong> que foi criado,<br />

na década <strong>de</strong> 1940, no governo<br />

Getúlio Vargas, ele mudou pouco.<br />

O <strong>Economista</strong> - Essa população,<br />

no geral, ainda vive nas cida<strong>de</strong>s ou<br />

está saindo das capitais?<br />

Nunes - Cerca <strong>de</strong> 85% da população<br />

brasileira vive em cida<strong>de</strong>s.<br />

A urbanização é uma tendência<br />

irreversível. Há um dado importante<br />

da década atual que é a diminuição<br />

do ritmo <strong>de</strong> migração <strong>de</strong><br />

pessoas <strong>de</strong> áreas rurais e pequenas<br />

cida<strong>de</strong>s para centros urbanos, isso<br />

não quer dizer que as pessoas estejam<br />

fazendo o caminho contrário.<br />

De fato, o padrão <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong><br />

e flutuação populacional em nosso<br />

território permanece, o que vai<br />

mudar daqui para frente é a velocida<strong>de</strong><br />

com que isso acontece.<br />

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