13.04.2013 Views

o civismo popular dos festejos da independência de itaparica

o civismo popular dos festejos da independência de itaparica

o civismo popular dos festejos da independência de itaparica

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

A análise <strong>de</strong> aspectos pertinentes <strong>dos</strong> <strong>festejos</strong> em geral e do Auto Rouba<strong>da</strong> <strong>da</strong> Rainha <strong>de</strong><br />

Os Guaranis em específico, funcionará como um modo <strong>de</strong> enxergar relações socioculturais mais<br />

amplas. Interpretar não somente o objeto, mas a partir do objeto. Observando as estruturas e as<br />

condições <strong>de</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> nos contextos históricos específicos.<br />

2. Os Festejos<br />

No município <strong>de</strong> Itaparica, localizado na ilha <strong>de</strong> mesmo nome, na Baía <strong>de</strong> To<strong>dos</strong> os Santos,<br />

comemora-se to<strong>dos</strong> os anos a In<strong>de</strong>pendência. 2 O 7 <strong>de</strong> janeiro correspon<strong>de</strong> à <strong>da</strong>ta local mais<br />

importante, suplantando inclusive os <strong>festejos</strong> do 7 <strong>de</strong> setembro. Celebra-se a resistência aos lusos,<br />

que na mesma <strong>da</strong>ta, em 1823, foram impedi<strong>dos</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembarcar na praia em torno do Forte <strong>de</strong> São<br />

Lourenço. 3<br />

O assédio e a libertação do Recôncavo eram e ain<strong>da</strong> são comemora<strong>dos</strong> como eventos<br />

fun<strong>da</strong>dores do Brasil, que asseguraram sua <strong>in<strong>de</strong>pendência</strong>. Nos eventos condutores <strong>da</strong><br />

In<strong>de</strong>pendência brasileira houve uma enorme exacerbação do sentimento nacionalista. O que<br />

acarretou uma intensa associação <strong>dos</strong> projetos <strong>de</strong> brasis ao mundo indígena brasileiro, real ou<br />

imaginário.<br />

Des<strong>de</strong> 1824 realizam-se comemorações. A princípio, a organização <strong>dos</strong> <strong>festejos</strong> em<br />

Itaparica <strong>de</strong>u-se por antigos participantes <strong>dos</strong> batalhões, como o emblemático Barros Galvão, que<br />

junto a outros, como Maria Felipa, gozavam <strong>de</strong> enorme prestígio. A tradição oral local diz: “Eram<br />

dois heróis. Barros Galvão, cortaram o braço <strong>de</strong>le e mesmo assim ele lutou, e Maria Felipa, ela foi<br />

quem escorraçou os portugueses <strong>da</strong>qui, com cansanção.” 4 Eram organiza<strong>da</strong>s para<strong>da</strong>s e cortejos<br />

relembrando os então recentes feitos. Realizava-se ain<strong>da</strong> um combate alegórico entre portugueses<br />

e brasileiros no largo em frente ao Forte <strong>de</strong> São Lourenço, costume que pouco a pouco foi<br />

<strong>de</strong>saparecendo (OSÓRIO, 1979, p. 532).<br />

O patriotismo oficial brasileiro, nas suas diversas mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s, <strong>de</strong>staca a origem<br />

monárquica do país. Neste ponto, é fun<strong>da</strong>mental pensar que o processo <strong>de</strong> lutas pela emancipação<br />

política no Recôncavo baiano contou com forte contingente <strong>popular</strong>, e o mesmo <strong>de</strong>u-se em to<strong>dos</strong> os<br />

rituais cívicos <strong>da</strong> região. Numa manifestação que louva as origens <strong>popular</strong>es <strong>da</strong> nação, o que perfaz<br />

164

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!