13.04.2013 Views

o civismo popular dos festejos da independência de itaparica

o civismo popular dos festejos da independência de itaparica

o civismo popular dos festejos da independência de itaparica

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

imagem, mas sim um homem i<strong>dos</strong>o, mestiço, <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> indígenas (SANTOS, 1995, p. 27). O<br />

Caboclo era trazido sobre um carro <strong>de</strong> guerra à antiga,<br />

[...] carreta arranca<strong>da</strong> aos lusitanos nas arremeti<strong>da</strong>s <strong>de</strong> Pirajá improvisam<br />

um carro emblemático, enfeitam-no <strong>de</strong> folhagens brasileiras que cercam a<br />

figura <strong>de</strong> um velho caboclo, <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> uma linhagem reta <strong>dos</strong><br />

aborígenes, os arrimos brasileiros <strong>da</strong> tríplice estirpe que gerou nosso povo.<br />

(IGHB, 1918, n. 44, p. 316)<br />

Quanto a Itaparica, não há precisão no que tange à <strong>da</strong>ta em que a imagem a<strong>de</strong>ntrou na<br />

festa. É muito provável que, do mesmo modo que na capital, a inserção tenha se <strong>da</strong>do nos<br />

primeiros anos após a In<strong>de</strong>pendência. Conta-se com a seguinte indicação:<br />

Até o ano <strong>de</strong> 1856, o Carro do Caboclo era conduzido, à noite do dia 6 <strong>de</strong><br />

janeiro, à luz <strong>dos</strong> fachos <strong>de</strong> palmas <strong>de</strong> ouricuri, para as fortificações <strong>da</strong><br />

Praia Gran<strong>de</strong>, on<strong>de</strong> permanecia, sob a vigilância <strong>dos</strong> batalhões <strong>popular</strong>es,<br />

acampa<strong>dos</strong> nas barracas, nos cômoros <strong>de</strong> areia, bem <strong>de</strong>fronte à roça <strong>de</strong> D.<br />

Francisca <strong>de</strong> Barros Galvão, a irmã do Herói que, em 1823, repeliu<br />

bravamente, naquela praia, o <strong>de</strong>sembarque tentado pelos lusitanos. No<br />

povoado <strong>de</strong> Amoreiras, até o amanhecer do dia 7, havia o samba-<strong>de</strong>-ro<strong>da</strong> e<br />

as cantigas samba<strong>da</strong>s, nas ruas ilumina<strong>da</strong>s pelas carochas <strong>de</strong> gomos <strong>de</strong><br />

bambus. Marujos entoavam velhas canções praieiras e improvisavam<br />

quadras exaltando a bravura <strong>da</strong> sua gente. (OSÓRIO, 1979, p. 548-549)<br />

No século XIX havia um forte antilusitanismo, e a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> escravista era altamente<br />

estratifica<strong>da</strong> em termos <strong>de</strong> raça e classe. Dito isto, o caboclo era uma escolha acerta<strong>da</strong>.<br />

Portugueses (controle comercial) e Africanos (por suas rebeliões) ameaçavam a Bahia. Existem<br />

relatos <strong>de</strong> negros carregando o carro em 1868, portanto partilhando do sentimento patriótico.<br />

Os indícios apontam que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as déca<strong>da</strong>s posteriores a <strong>in<strong>de</strong>pendência</strong>, a ca<strong>da</strong> janeiro um<br />

cortejo acontece, no qual a imagem <strong>de</strong> um Caboclo, esculpi<strong>da</strong> em tamanho natural, na cor marrom-<br />

avermelha<strong>da</strong>, sobre um pequeno carro <strong>de</strong> guerra à antiga, pintado com as cores ver<strong>de</strong> e amarela e<br />

enfeitado com a ban<strong>de</strong>ira brasileira e as plantas emblemáticas <strong>da</strong> enti<strong>da</strong><strong>de</strong>, percorre as ruas do<br />

centro histórico e do Alto <strong>de</strong> Santo Antônio nos dias 6, 7 e 9. A imagem do Caboclo é referência na<br />

166

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!