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o civismo popular dos festejos da independência de itaparica

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que se po<strong>de</strong> imaginar. A cívica: o Caboclo é o povo que lutou, é um ícone <strong>da</strong> bravura <strong>popular</strong>, é um<br />

herói. E a religiosa: quando o Caboclo é apropriado pela tradição <strong>dos</strong> Candomblés, e ressurge como<br />

uma enti<strong>da</strong><strong>de</strong> brasileira, que figura como o dono <strong>da</strong> terra.<br />

Os três mo<strong>dos</strong> assumi<strong>dos</strong> pelo Caboclo fun<strong>de</strong>m-se, e manifestam suas maiores<br />

características distintivas, a <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r do momento apropriado, nas ruas <strong>de</strong> Itaparica, Salvador ou<br />

outras ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s do Recôncavo <strong>da</strong> Bahia, 8 nos terreiros, ou como categoria operativa nas<br />

categorizações raciais. Lembrando que em nenhum momento alguma <strong>da</strong>s três nuances são<br />

apaga<strong>da</strong>s. Os eventos expressam uma ênfase particular em algum <strong>dos</strong> elementos.<br />

4. A Inserção do Grupo Os Guaranis<br />

Não existem registros escritos sobre a fun<strong>da</strong>ção do grupo Os Guaranis, no entanto há uma<br />

abundância <strong>de</strong> relatos <strong>de</strong> antigos participantes <strong>da</strong> brinca<strong>de</strong>ira. 9 A agremiação formou-se em 1939,<br />

<strong>da</strong>ta em que um indivíduo conhecido com Eduardo Caboclo organizou a primeira encenação. O auto<br />

contêm elementos <strong>de</strong> antigos reisa<strong>dos</strong>, do Candomblé <strong>de</strong> Caboclo e <strong>de</strong> brinca<strong>de</strong>iras como a <strong>dos</strong><br />

Caboclinos, recorrente em outros esta<strong>dos</strong> do Nor<strong>de</strong>ste do Brasil. Emanoel Pita 10 <strong>de</strong>fine a relação do<br />

auto com os <strong>festejos</strong>: “Eu associo tudo (do drama <strong>da</strong> al<strong>de</strong>ia) às batalhas <strong>de</strong> 1823. A rainha é o<br />

branco amigo, o capitão do mato são as tropas inimigas”. Des<strong>de</strong> os anos 50 a agremiação participa<br />

também do 2 <strong>de</strong> Julho e às vezes é convido para <strong>festejos</strong> no Recôncavo e Baixo Sul <strong>da</strong> Bahia, com<br />

sua encenação ao ar livre d’A Rouba<strong>da</strong> <strong>da</strong> Rainha.<br />

A organização do grupo se <strong>de</strong>u após as primeiras encenações. Pois, nos primeiros anos<br />

não havia uma organização formal do grupo, o espetáculo acontecia a partir do encontro <strong>dos</strong><br />

brincantes dois ou três meses antes <strong>da</strong> festa, e aconteciam com alto grau <strong>de</strong> espontanei<strong>da</strong><strong>de</strong>. O<br />

estabelecimento <strong>de</strong> uma presidência <strong>da</strong> agremiação, e mesmo <strong>da</strong> estruturação em papeis fixos –<br />

presi<strong>de</strong>nte, costureira, etc. – <strong>de</strong>u-se um pouco <strong>de</strong>pois, em 1952.<br />

Um fato a ser consi<strong>de</strong>rado é que a li<strong>de</strong>rança quase sempre foi ocupa<strong>da</strong> por indivíduos que<br />

mantinham certa familiari<strong>da</strong><strong>de</strong> ou mesmo parentesco. O que indica um tipo <strong>de</strong> reprodutibili<strong>da</strong><strong>de</strong> do<br />

grupo em que os participantes, e fun<strong>da</strong>mentalmente <strong>dos</strong> principais participantes, são escolhi<strong>dos</strong> por<br />

critérios <strong>de</strong> cooptação, <strong>de</strong> indução por proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> relacional. Ou seja, o <strong>de</strong>sdobramento lógico é<br />

que sejam <strong>de</strong>fini<strong>dos</strong> brincantes que ten<strong>da</strong>m a não programar, ou pouco implementar, mu<strong>da</strong>nças.<br />

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